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ÓBIDOS E SEUS AFLUENÓBIDOS E SEUS AFLUENÓBIDOS E SEUS AFLUENÓBIDOS E SEUS AFLUENTES E TES E TES E TES E DO EMISSÁRIO DO EMISSÁRIO DO EMISSÁRIO DO EMISSÁRIO

SUBMARINO DA FOZ DO SUBMARINO DA FOZ DO SUBMARINO DA FOZ DO SUBMARINO DA FOZ DO ARELHO ARELHO ARELHO ARELHO

Outubro a Novembro de 2009

VERSÃO FINAL

Coordenação: Ramiro Neves, Carlos Vale, Madalena Santos e Patrícia Pereira.

Equipa IPIMAR: Ana Cristina Micaelo, Ana Maria Ferreira, Ana Paula Oliveira, Célia Gonçalves, Joana Raimundo, Isabelina Santos, Maria José Brogueira, Marta Martins, Marta Nogueira, Pedro Brito, Rui Silva, Rute Cesário.

Equipa IST: David Brito, Guillaume Riflet, Hilda de Pablo.

Janeiro de 2010

R E L A T Ó R I O D E

C A M P A N H A

I P I M A R

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Índice

SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................................................... 1

1 ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM ................................................................................................................... 1

1.1 Pontos e condições de amostragem ........................................................................................................ 1

1.2 Condições ambientais.................................................................................................................................. 3

1.3 Execução da amostragem ........................................................................................................................... 4

2 MEDIÇÕES IN SITU E ANÁLISES LABORATORIAIS .................................................................................. 5

2.1 Parâmetros físico-químicos ........................................................................................................................ 5

2.2 Nutrientes ...................................................................................................................................................... 6

2.3 Clorofila-a e Feopigmentos........................................................................................................................ 7

2.4 Carbono e Azoto ......................................................................................................................................... 8

2.5 Metais nas Fracções Dissolvida e Particulada ........................................................................................ 8

2.6 Parâmetros microbiológicos ...................................................................................................................... 8

2.7 Caudal .............................................................................................................................................................. 9

3 RESULTADOS ......................................................................................................................................................10

I – Afluentes à Lagoa de Óbidos ...........................................................................................................................10

3.1 Caudais ..........................................................................................................................................................10

3.2 Parâmetros físico-químicos ......................................................................................................................11

3.3 Nutrientes e Clorofila-a ...........................................................................................................................12

3.4 Metais na fracção dissolvida .....................................................................................................................13

3.5 Classificação de acordo com o INAG ...................................................................................................13

II - Lagoa de Óbidos ................................................................................................................................................16

3.6 Escoamento e nível de maré para o dia da campanha ......................................................................16

3.7 Salinidade, temperatura, pH, turbidez, SST e oxigénio dissolvido .................................................18

3.8 Carbono e Azoto na fracção particulada .............................................................................................19

3.9 Nutrientes, Clorofila-a, feopigmentos ..................................................................................................20

3.10 Metais na fracção dissolvida e particulada ............................................................................................20

3.11 Microbiologia ...............................................................................................................................................21

III - Zona do Emissário ............................................................................................................................................24

3.12 Parâmetros físico-químicos ......................................................................................................................24

3.13 Nutrientes e Clorofila-a ...........................................................................................................................28

3.14 Carbono e azoto na matéria particulada ..............................................................................................29

3.15 Microbiologia ...............................................................................................................................................30

4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................32

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Ficha de Documentação Título Title Caracterização da Lagoa de Óbidos e seus afluentes e do emissário submarino da Foz do Arelho: Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009.

Characterization of Óbidos lagoon, it’s river discharges and Foz do Arelho submarine outfall: October and November 2009monitoring campaign Report .

Palavras Chave Keywords

Monitorização, Bactérias coliformes termotolerantes, qualidade da água.

Monitoring, Fecal Coliform, water quality.

Resumo Abstract Este relatório tem como objectivo caracterizar a Lagoa de Óbidos, seus afluentes e emissário submarino da Foz do Arelho nas campanhas de Outubro e Novembro de 2009. Nesta campanha, destacam-se, como habitualmente, os valores elevados das formas inorgânicas de azoto e fósforo no Rio da Cal. Nos Rios Arnóia/Real foram registados valores de nutrientes azotados e fosfatos mais elevados dos que habitualmente têm sido registados neste local de amostragem, julgando-se serem o reflexo dos nutrientes trazidos pelas escorrências dos solos agrícolas da sua bacia de drenagem. Os resultados obtidos na Lagoa de Óbidos no Outono de 2009 indicam que a entrada de água doce pode influenciar grandemente a qualidade da água. O aumento da água doce que afluiu à lagoa foi fortemente determinado pelas chuvas intensas que ocorreram nos dias que antecederam a campanha. Este resultado não é inédito, tendo sido já detectado em campanhas anteriores. Em particular, foi na estação AO#3 que se registaram valores de salinidade mais baixos e mais elevados de turbidez e sólidos suspensos totais. Outros parâmetros também apontaram para a influência da água doce, como alguns nutrientes e metais (dissolvidos e associados às partículas em suspensão). Na zona costeira os valores de nutrientes e Clorofila-a foram baixos e não apresentaram uma variação clara com a coluna de água vertical. Os valores de contaminação microbiológica não denotaram a pluma originada pelo emissário. Em termos legais os valores foram inferiores valor máximo recomendável e valor máximo admissível ao uso de águas balneares.

This report characterizes the Óbidos Lagoon, it’s tributaries and Foz do Arelho submarine outfall, in the October and November 2009campaigns . In this campaign, as previously observed in other campaigns, the highest inorganic forms of nitrogen and phosphate were found in Cal river. The Arnóia/Real rivers present higher nutrient concentrations of those obtained in previous campaigns. These results can be explained due to the nutrients carried out trough the drainage basin by the rainfall period. The results obtained at the Óbidos Lagoon in October 2009 pointed to the relevance of freshwater inputs in the water quality. The increase of freshwater was strongly determined by the rainfall that occurred in the previous days of the campaign. Identical results were recorded in preceding campaigns and, thus, this was not a punctual situation. Particularly, in station AO#3 were registered lower values of salinity and maximum values of turbidity and total suspended solids. Other parameters also indicate the influence of freshwater in the water quality, such as nutrients and metals (dissolved and associated to suspended particles). In the coastal area the values of nutrients and chlorophyll-a have been low and do not reveal a vertical variation. The values of microbiological contamination have been lower and below the guideline values according to the bathing water directive.

Entidade responsável pelo projecto

Instituto Superior Técnico - MARETEC Secção de Ambiente e Energia - Departamento de Engenharia Mecânica Av. Rovisco Pais 1049-001 Lisboa Tel: +351 21 841 9432 – Fax: +351 21 841 9423 Email: [email protected]

Entidade para quem foi produzido o documento

Águas do Oeste, SA.

Convento de S. Miguel das Gaeiras, 2510-718 Gaeiras

Tel: 262955200 - Fax: 262955201

Email: [email protected]

Data de produção Nº de pág. Projecto

Janeiro de 2010 43 Monitorização da zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho e da Lagoa de Óbidos

Revisto por: Grau académico

Engenheira Sandra Carvalho Pós-Graduada em Engenharia Sanitária

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Coordenadas militares portuguesas e geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (AO#2-AO#5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#5) e nos principais afluentes. ...................................................................................................................................................... 2 Tabela 2. Estado do tempo nos dias da campanha na Lagoa de Óbidos, rios afluente e na zona costeira em 22 de Outubro e 19 de Novembro de 2009, respectivamente. ............................................... 3 Tabela 3. Estado do tempo no dia da campanha nos rios afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009. ..................................................................................................................................................... 3 Tabela 4. Métodos usados pelo laboratório do IST para determinação dos principais nutrientes nas amostras dos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos. ........................................................... 7 Tabela 5. Dados de caudal em m3 s-1 nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro e 27 de Novembro de 2009....................................................................................................... 10 Tabela 6. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009. .......................................... 12 Tabela 7. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009. ...................................... 12 Tabela 8. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009. .......................................... 12 Tabela 9. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009. ...................................... 13 Tabela 10. Concentrações de metais nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009. ........................................................................................................................................... 13 Tabela 11. Classificação da Qualidade da Água (de acordo com a classificação do INAG, Tabela I e II em anexo) dos Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso em Outubro de 2009. ............ 14 Tabela 12. Classificação da Qualidade da Água (de acordo com a classificação do INAG) dos Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso em Novembro de 2009. .................................................. 15 Tabela 13. Valores de salinidade, temperatura, turbidez, transparência, pH, sólidos suspensos totais e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009. ...................... 19 Tabela 14. Concentração de carbono e azoto (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009. .................................................................... 19 Tabela 15. Concentrações de compostos azotados (mgN L-1), fosfatados (mgP L-1), sílica (mgSi L-1), Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1) da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009. ......................................................................................................................................................................................... 20 Tabela 16. Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 22 de Outubro de 2009. ....................................................................................................................................................... 21 Tabela 17. Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 22 de Outubro de 2009. ....................................................................................................................................................... 21 Tabela 18. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#2 e AO#3 na campanha realizada em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 22 Tabela 19. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#3a e AO#3b na campanha em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 22 Tabela 20. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#4 e AO#5 na campanha realizada em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 22 Tabela 21. Valores de temperatura, pH, transparência e cor determinados in situ na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo). .................................................................................... 27 Tabela 22. Valores de salinidade, O2, CQO, SST e óleos minerais determinados na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo). .................................................................................... 27 Tabela 23. Níveis de fenóis determinados na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo). ........................................................................................................................................................... 27 Tabela 23. Concentrações de compostos azotados (mg N L-1), fosfatados (mg P L-1), sílica (mg Si L-

1), Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1) da coluna de água. ............................................................................... 28 Tabela 24. Concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água. ............................................................................................................................................................................... 29

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Tabela 25. Valores de contaminação fecal medidos à superfície (s) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 30 Tabela 26. Valores de contaminação fecal medidos no meio (m) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 31 Tabela 27. Valores de contaminação fecal medidos no fundo (f) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE. ....... 31

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Índice de Figuras

Figura 1. Localização das estações de amostragem na zona do emissário da Foz do Arelho, Lagoa de Óbidos e rios afluentes. .................................................................................................................................................... 2 Figura 2. Momento de amostragem no interior da Lagoa de Óbidos. ............................................................... 3 Figura 3. Garrafa de Niskin. ........................................................................................................................................... 4 Figura 4. Escala de coloração Forel (esquerda) e disco de Secchi (direita). ....................................................... 5 Figura 5. Medição do caudal com o ADCP Stream Pro. .......................................................................................... 9 Figura 6. Contribuição relativa do caudal dos principais afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro e 27 de Novembro de 2009. .......................................................................................................................................... 11 Figura 7. Evolução dos níveis no dia da saída de campo (22 de Outubro de 2009) na estação AO#2 e AO#4. As estações AO#2 e AO#4 distam de cerca de 3 km. ............................................................................ 16 Figura 8. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima enchente no dia da campanha........... 17 Figura 9. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima vazante no dia da campanha. ............. 17 Figura 10. Campo de velocidade na cabeceira da Lagoa, para a mesma situação de maré apresentada na Figura 8. ............................................................................................................................................................................... 18 Figura 11. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes nos pontos AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto............ 23 Figura 12. Comparação dos valores de Enterococos nos pontos AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto. ........................................................................................ 23 Figura 13. Perfis verticais de temperatura entre estações: 19 de Novembro de 2009. .............................. 24 Figura 14. Perfis verticais de salinidade entre estações: 19 de Novembro de 2009. ................................... 24 Figura 15. Perfis verticais de pH de saturação de OD entre estações: 19 de Novembro de 2009. ........ 25 Figura 16. Perfis verticais de turbidez entre estações: 19 de Novembro de 2009. ...................................... 25 Figura 17. Perfis verticais de % de saturação de OD entre estações: 19 de Novembro de 2009............ 26 Figura 18. Perfis verticais de Clorofila-a entre estações: 19 de Novembro de 2009. ................................. 28 Figura 19. Comparação dos valores de Clorofila-a e de nitratos medidos à superfície no ponto EMAO#1 a EMAO#3 segundo o Decreto-Lei nº. 149/2004, de 22 de Junho (o qual altera o Decreto-Lei nº. 152/97, de 19 de Junho). ........................................................................................................................................... 29 Figura 20. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes medidos à superfície nos pontos EMAO#1 a EMAO #5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto. .................................................................................................................................................. 31

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SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente relatório refere-se às campanhas de amostragem realizadas nos meses de Outubro

e Novembro de 2009, na zona do emissário submarino da Foz do Arelho, Lagoa de Óbidos e

rios afluentes, no âmbito do Plano de Monitorização do Emissário Submarino da Foz do Arelho

– Zona de descarga, Lagoa de Óbidos, rios e praias. Este relatório foi elaborado no âmbito do

contrato celebrado entre a entre a empresa Águas do Oeste, S.A. (AdO) e o Instituto

Superior Técnico (IST) e o IPIMAR, e visa monitorizar a situação ambiental da Lagoa de

Óbidos e zona costeira adjacente, para onde descarrega o emissário submarino.

O relatório encontra-se organizado em 4 capítulos:

O Capítulo 1 apresenta a estratégia de amostragem, destacando os locais de estudo, as

condições climatéricas e os parâmetros analisados.

O Capítulo 2 descreve as metodologias de amostragem, referindo os parâmetros

determinados através dos métodos laboratoriais e através de sensores.

O Capítulo 3 apresenta e interpreta os resultados das determinações in situ com sensores e

das análises laboratoriais, avaliando a qualidade da coluna de água na zona costeira, Lagoa de

Óbidos e seus afluentes. Alguns dos dados foram utilizados para simulações com o modelo

MOHID na Lagoa e na zona costeira, como complemento à monitorização. São, ainda,

apresentadas as imagens de satélite na zona de estudo para o dia da campanha.

O Capítulo 4 refere as conclusões relevantes.

De um modo geral os resultados obtidos, nos rios afluentes à Lagoa de Óbidos, apontam para

condições mais deterioradas de qualidade da água no Rio da Cal em relação aos parâmetros

fosfatos, amónia, fósforo total e sólidos suspensos totais, conferindo-lhe a Classe D ou E (“má”

e “muito má” qualidade da água) em relação a estes parâmetros na campanha de Outubro de

Novembro de 2009. No caso dos Rios Arnóia/Real os resultados obtidos apontam para

contaminação por fosfatos, fósforo e sólidos suspensos totais (classe E) em Outubro e

Novembro de 2009. Os restantes parâmetros traduzem uma qualidade que varia entre

“excelente” e “boa”. Já a vala de drenagem do Bom Sucesso pode ser quase comparada a um

estado “natural” no que concerne às concentrações de nutrientes azotados e fosfatados, uma

vez que apresenta quase sempre uma “excelente” qualidade da água. Salienta-se que, em

Novembro de 2009, apresentou índices mais elevados de fósforo, pensando-se que este

resultado seja reflexo dos nutrientes trazidos devido às escorrências dos campos agrícolas,

uma vez que até à data este curso de água nunca evidenciou a presença elevada de fósforo.

Os resultados obtidos na Lagoa de Óbidos nesta campanha de Outono revelaram que a

entrada de água doce pode influenciar grandemente a qualidade da água da lagoa. A maior ou

menor influência da água doce está fortemente dependente das chuvas. A presente campanha

foi realizada depois de um período intenso de chuvas o que provocou um aumento de caudal

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nos rios afluentes e, por conseguinte, dos níveis de nutrientes na lagoa. Tipicamente pode-se

relacionar estes valores excepcionalmente elevados aos processos de lixiviação dos solos

agrícolas na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos. Esta evidência foi já, verificada, em

campanhas anteriores nomeadamente na Primavera de 2008 (campanha de Abril de 2008). Em

particular foi na estação AO#3 que se registaram valores mais baixos de salinidade e mais

elevados de turbidez e sólidos em suspensão. Outros parâmetros apontaram também para a

influência da água doce na qualidade da água da Lagoa, tais como: os nitratos, nitritos, azoto

orgânico. De facto, os níveis destes nutrientes foram elevados, embora dentro de gamas

registadas em períodos de precipitação. Ademais, os níveis de metais dissolvidos foram

também mais elevados na estação AO#3 apontando para a possibilidade de os Rios

Arnóia/Real representarem uma fonte externa de metais. Esta hipótese é apoiada pelos metais

associados às partículas em suspensão. Os níveis de alumínio e ferro nas partículas indicam a

entrada de partículas finas na Lagoa de Óbidos, em particular na zona da estação AO#3. Estas

partículas apresentavam também um enriquecimento noutros metais minoritários,

designadamente zinco, cobre e níquel.

Na zona costeira não foram observadas variações claras com a vertical, na maior parte dos

parâmetros amostrados, sendo praticamente homogéneos ao longo da coluna de água vertical.

Também não se denotaram diferenças entre estações de amostragem, porque as

concentrações obtidas para a maioria dos parâmetros foram semelhantes.

Na zona costeira os valores de nutrientes e Clorofila-a foram baixos no geral, não evidenciado

diferenças significativas entre estações, nem nos perfis verticais. Os resultados da

microbiologia não mostram a presença da pluma originada pelo emissário submarino da Foz do

Arelho. Em termos legais as concentrações cumpriram os valores estabelecidos de acordo

com o uso de águas balneares. Tal como observado em outras campanhas, estes resultados

não evidenciam impactes decorrentes da entrada em funcionamento do emissário submarino.

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 1

1 ESTRATÉGIA DE AMOSTRAGEM

1.1 Pontos e condições de amostragem

As recolhas de água no emissário da Foz do Arelho tiveram lugar a 19 de Novembro de 2009,

na Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009 e rios afluentes a 22 de Outubro e 27 de

Novembro de 2009.

O número de locais, para cada uma das massas de águas referidas anteriormente, é descrito de

seguida:

Emissário: 5 locais e 3 níveis da coluna de água. As estações EMAO#2 e EMAO#3

estão localizadas a 1 km a Nordeste (NE) e a Sudoeste (SW), respectivamente do

ponto de descarga (EMAO#1) e as estações EMAO#4 e EMAO#5 a 500 m para

Sudeste (SE) e Noroeste (NW), respectivamente. (NOTA: nas estações EMAO#4

e EMAO#5 apenas se procedeu à análise microbiológica, dado estes parâmetros

serem considerados os melhores traçadores da pluma);

Lagoa: 6 locais, com recolhas à superfície e em baixa-mar. Uma das estações fica

localizada junto à foz (AO#2), duas no corpo central da Lagoa (AO#3a e AO#3b),

uma perto da descarga do Rio Arnóia/Real (AO#3) e duas nos braços da Lagoa:

Barrosa (AO#4) e Bom Sucesso (AO#5);

Afluentes: Rio da Cal, confluência do Rio Arnóia/Real, vala de drenagem do Braço

do Bom Sucesso. O ponto no Rio da Cal fica a jusante da ETAR das Caldas da

Rainha.

A Tabela 1 apresenta as coordenadas (militares portuguesas e geográficas) das estações acima

referidas e a Figura 1 a sua localização.

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Tabela 1. Coordenadas militares portuguesas e geográficas das estações de amostragem na Lagoa de Óbidos (AO#2-AO#5) e na zona do emissário da Foz do Arelho (EMAO#1 – EMAO#5) e nos principais afluentes.

Estação Militares Portuguesas1 (m) Geográficas2 (º)

x Y Longitude Latitude

AO#2 106004 273958 -9.2235 39.4270

AO#3 107437 271309 -9.2065 39.4033

AO#3a 107460 272519 -9.2064 39.4142

AO#3b 106819 272194 -9.2138 39.4112

AO#4 108336 271078 -9.1973 39.4029

AO#5 106928 270518 -9.2136 39.3977

EMAO#1 104173 276122 -9.2463 39.4478

EMAO#2 105173 277121 -9.2349 39.4569

EMAO#3 103307 275331 -9.2563 39.4406

EMAO#4 104516 275724 -9.2423 39.4443

EMAO#5 103821 276519 -9.2505 39.4514

Rio da Cal 110146 270911 -9.1750 39.4000

Rio Arnóia/Real 107977 269604 -9.200 39.388

Bom Sucesso 105731 269187 -9.226 39.384

Figura 1. Localização das estações de amostragem na zona do emissário da Foz do Arelho, Lagoa de Óbidos e rios afluentes.

1 Datum Hayford-Gauss Lisboa Militar 2 Datum WGS84

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1.2 Condições ambientais

As condições atmosféricas e de maré no porto de Peniche nos dias das campanhas realizadas

em Outubro e Novembro de 2009 na Lagoa de Óbidos, seus afluentes e na zona costeira, são

apresentadas na Tabela 2. O momento de amostragem no interior da Lagoa é indicado na

Figura 2 pelos pontos laranja sobre a curva a azul, que representa a evolução do nível do mar

perto do ponto de amostragem.

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

0:00 5:02 10:04 15:07 20:09

Nível [m]

Momento de Amostragem no Interior da Lagoa22 de Outubro de 2009

Figura 2. Momento de amostragem no interior da Lagoa de Óbidos.

Tabela 2. Estado do tempo nos dias da campanha na Lagoa de Óbidos, rios afluente e na zona costeira em 22 de Outubro e 19 de Novembro de 2009, respectivamente.

Estado do Tempo 22/10/2009 19/11/2009

10h 16h 10h 16h

Condições Atmosféricas

Céu

Temperatura (ºC) 22 24 21 23 Precipitação (mm/3h) 0 0 0 0 Nebulosidade (%) 0 6 0 0

Vento Rumo Norte Norte Norte Norte Intensidade (m/s) 2.5 6 3 7

Maré (Porto de Peniche)

Preia-Mar -

08h 22m; 2.81 m 14h 35m; 1.45 m Baixa-Mar

Agitação Marítima Altura (m) 1 1.1

- Direcção Noroeste Noroeste Período (s) 10 11

Tabela 3. Estado do tempo no dia da campanha nos rios afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009.

Estado do Tempo 27/11/2009

10h 16h

Condições Atmosféricas

Céu

Temperatura (ºC) 14 16 Precipitação (mm/3h) 0 0.4 Nebulosidade (%) 100 75

Vento Rumo Oeste Oeste Intensidade (m/s) 3 4

Maré (Porto de Peniche)

Preia-Mar 10h 39m; 2.78 m 17h 01m; 1.28 m Baixa-Mar

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1.3 Execução da amostragem

A campanha de amostragem na Lagoa foi efectuada com recurso a uma embarcação do tipo

“semi-rígido” e na zona do emissário com recurso a uma embarcação de recreio.

As amostras superficiais na Lagoa de Óbidos foram recolhidas directamente para frascos

adequados. As medições in situ foram efectuadas com uma sonda multiparamétrica.

Na zona do emissário, as amostras em profundidade foram recolhidas com uma garrafa Niskin

(Figura 3). Os perfis verticais de condutividade/salinidade, oxigénio dissolvido, pH, Clorofila-a e

turbidez foram realizados in situ, com a sonda multiparamétrica. As correntes não foram

medidas com o ADCP (Acoustic Doppler Current Profilers, modelo RDI-Workhorse Sentinel 600

kz) perto do ponto de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho porque o ADCP foi

furtado numa das missões de monitorização do MARETEC.

Figura 3. Garrafa de Niskin.

A amostragem nos afluentes à Lagoa de Óbidos, incluiu a medição in situ de parâmetros físico-

químicos com a sonda multiparamétrica YSI 6600 EDS. Foram ainda recolhidas amostras à

superfície para analisar no laboratório do IST. Nos Rios Arnóia/Real e Rio da Cal o caudal foi

quantificado com recurso ao ADCP Stream Pro e na vala de drenagem do Bom Sucesso com o

FlowTracker ADV (NOTA: a coluna de água era inferior a 20 cm pelo que requereu o uso de

um medidor de caudal mais adequado para o local de amostragem).

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2 MEDIÇÕES IN SITU E ANÁLISES LABORATORIAIS

As metodologias analíticas são descritas nesta secção. Saliente-se que os parâmetros

determinados em laboratório são da responsabilidade do IPIMAR, com excepção dos

parâmetros microbiológicos e dos parâmetros determinados nas estações nos rios afluentes

cuja responsabilidade é do IST. A quantificação das concentrações de metais em amostras de

água de cada um dos rios está também sob a responsabilidade do IPIMAR, embora esta

determinação não conste do contrato estabelecido entre a AdO e o IST.

2.1 Parâmetros físico-químicos

Temperatura, Salinidade, pH e turbidez. A temperatura, pH e turbidez foram medidos in

situ. A salinidade nos rios afluentes à Lagoa de Óbidos foi medida in situ com a sonda e na

lagoa e zona costeira para além de ser medida com a sonda também foi medida com o

salinómetro.

Transparência e coloração. A transparência foi medida através do disco de Secchi e a

coloração determinada visualmente através de uma escala de coloração Forel. Ambos os

parâmetros foram determinados in situ.

Figura 4. Escala de coloração Forel (esquerda) e disco de Secchi (direita).

Oxigénio dissolvido (OD), carência química de oxigénio (CQO) e carência

bioquímica de oxigénio (CBO5). A determinação do oxigénio dissolvido nas amostras de

água foi efectuada através do método Winkler modificado por Carrit e Carpenter (1966). In

situ fixou-se o oxigénio presente em solução adicionando à amostra cloreto manganoso e

iodeto alcalino. Em laboratório, procedeu-se à titulação com tiossulfato de sódio. O método

Winkler é aplicado numa gama de 0.06 a 90 ml L-1, nas condições ambiente, com uma precisão

de 0.03 ml (Grasshoff et al. 1976). A Carência Química de Oxigénio (CQO) foi determinada

pelo método do permanganato (FAO, 1975), no qual os compostos orgânicos presentes na

amostra de água são completamente oxidados adicionando permanganato de potássio em meio

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ácido. A oxidação decorre em banho-maria a ~100ºC, e os resultados são calculados

determinando a quantidade de oxidante consumida. Para a determinação da Carência

Bioquímica de Oxigénio a 5 dias (CBO5) as amostras foram mantidas durante 5 dias no escuro

à temperatura a que foram recolhidas. Após esse período, determinou-se o oxigénio dissolvido

pelo método de Winkler. O CBO5 é calculado pela diferença entre o valor de oxigénio

dissolvido do dia 1 e o do dia 5.

Sólidos em suspensão (SST). As amostras colhidas na Lagoa de Óbidos e na zona costeira

foram filtradas através de membranas de policarbonato com porosidade de 0.45 µm e os

filtros foram secos a 40 ºC até peso constante. A concentração de matéria particulada em

suspensão foi calculada como sendo a massa de partículas retidas no filtro por unidade de

volume (mgL-1).

Fenóis. Após colheita, as amostras de água foram acidificadas com ácido acético a pH~4.0 e

guardadas a 4º C, no escuro, até posterior análise. As águas foram filtradas utilizando um

sistema de filtração Milipore, através de membranas 3M Empore/discos SDB-XC (47 mm).

Estes discos foram condicionados com 10 ml de acetona (Merck suprasolv) sob vácuo e 10 ml

de metanol (Fluka p.a.) durante 3 minutos sem vácuo. Sem deixar secar os discos, foram

filtrados 10 ml de água Mili-Q e, em seguida, 1 litro da amostra de água sob vácuo à qual se

adicionou 2, 4, 6- tribromofenol (padrão interno). Após a filtração da amostra o equipamento

permaneceu 10 minuto sob vácuo. A eluição dos compostos do disco foi efectuada através da

passagem de 40 ml de diclorometano (Merck suprasolv) sob vácuo. Depois de tratados com

sulfato de sódio anidro, os extractos foram concentrados a 0.5 ml, em corrente de azoto. Os

compostos de fenóis foram injectados, em modo SIM, num cromatógrafo gasoso acoplado a

um espectrómetro de massa DSQ Thermo (GC-MS), com amostrador autómatico, injecção

splitless e coluna capilar J&W, DB5 (30 m). A quantificação dos compostos 2-clorofenol, 2,4-

diclorofenol, 3-clorofenol, 2,4,6-triclorofenol, pentaclorofenol e octilfenol, foi efectuada pelo

método do padrão interno, através rectas de calibração com soluções padrão. Os limites de

detecção foram calculados para cada composto usando o triplo da razão sinal/ruído. As

recuperações para os diferentes compostos variaram entre 50 e 108%.

Óleos Minerais (Hidrocarbonetos Totais). Os óleos minerais (hidrocarbonetos totais)

nas amostras colhidas na zona do emissário foram isolados por extracção líquido - líquido com

100 mL de diclorometano e quantificados por Espectrofluorimetria de Ultravioleta por

interpolação numa curva de calibração.

2.2 Nutrientes

As amostras de água na zona costeira e Lagoa de Óbidos foram filtradas através de membranas

Nuclepore (MSI) com 0.45 µm de porosidade e conservadas no frio. Os nutrientes dissolvidos

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foram analisados por colorimetria num autoanalisador TRAACS 2000: amónia (NH4+), nitritos

(NO2-), nitratos (NO3-) com limite de detecção de 0.001 mgL-1, silicatos (Si(OH)4) e fosfatos

(PO43-) com um limite de detecção de 0.003 mgL-1. A determinação de azoto e fósforo total foi

efectuada pelo método de Koroleff (1983) modificado de acordo com ISO 11905-1:1997 (ISO

- International Organization for Standardization) e baseia-se na digestão oxidativa, em meio

alcalino e a elevada temperatura, durante 90 minutos, das formas de azoto e fósforo orgânico

presentes na água, utilizando peroxodissulfato. Os compostos de azoto são oxidados em meio

alcalino enquanto que, os compostos de fósforo são oxidados em meio ácido. Posteriormente

procedeu-se à sua análise por titulação colorimétrica no referido autoanalisador.

Nos afluentes à Lagoa de Óbidos, os nutrientes foram determinados de acordo com os

métodos laboratoriais apresentados na Tabela 4.

Tabela 4. Métodos usados pelo laboratório do IST para determinação dos principais nutrientes nas amostras dos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos.

Parâmetro Método

Fosfato SMEWW3 4500 P-E

Fósforo Total SMEWW 4500 P-E Azoto Amoniacal M.M.4 4.1 (COL)5

Azoto Kjeldhal SMEWW 4500 Norg-A e B Nitrato SMEWW 4110 B Nitrito SMEWW 4500 NO2-A e B

2.3 Clorofila-a e Feopigmentos

As amostras colhidas no emissário foram filtradas em duplicado, cerca de 250 ml de água

através de filtros Whatman GF/F 45mm diâmetro e porosidade 0.7 µm, os quais foram

colocados em tubos de polipropileno e congelados de imediato (este procedimento deve

ocorrer sempre no escuro) (Jeffrey et al., 1997). Para a Lagoa de Óbidos foram filtrados 100

ml de amostra, também em duplicado. As amostras de Clorofila-a e feopigmentos foram

posteriormente extraídas com acetona a 90 %, durante 24h no frio (Strickland and Parsons,

1972). Após a extracção, as amostras foram centrifugadas a 3000 rpm, durante 10 min. e

analisadas por fluorescência num flluorómetro Hitachi F-7000, com um limite inferior de

detecção de Clorofila-a de 0.0001 mgm-3. A leitura dos valores de Clorofila-a na amostra foi

efectuada antes e após acidificação com ácido clorídrico diluído (5%). O valor da leitura após

acidificação apresenta sempre um valor inferior, já que corresponde a condições de

degradação dos pigmentos - feopigmentos (Holligan et al. 1984), (Jeffrey et al. 1997). Para os

respectivos cálculos foram utilizadas as equações de Lorenzen (1967).

3 SMEWW-Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater

4 M.M. - Método Interno

5 COL - Colorimétrico

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Nos afluentes à Lagoa de Óbidos, a Clorofila-a foi medida in situ com uma sonda YSI 6600

EDS.

2.4 Carbono e Azoto

O carbono total, carbono inorgânico, azoto total e azoto inorgânico foram determinados em

material particulado filtrado através de filtros GF/F. Os filtros foram inicialmente calcinados a

450 ºC durante 4 horas. As amostras de água filtradas foram secas a 70 ºC durante 24 horas, e

pesadas. Metade destas amostras foi moída e colocada em micro cápsulas de estanho e

determinado o carbono e azoto total. A incineração das outras amostras foi realizada a 450 ºC

durante 2 horas, e após pesagem e moagem foram colocadas no mesmo tipo de cápsulas,

procedendo-se à determinação de carbono e azoto inorgânico. Foi utilizado um autoanalisador

CHN de marca FISONS NA 1500, recorrendo a um reactor de oxidação com enchimento de

óxido de crómio (III) e óxido cobáltico/cobaltoso de prata a 1000 ºC, e posteriormente a um

reactor de redução, com enchimento de cobre reduzido, a 600 ºC. O padrão utilizado foi a

acetanilida (C8H9NO). (Byers et al. 1978). Neste método o limite de detecção para os dois

elementos é de 0.001% e a precisão é de 0.47% para o C e de 0.22% para o N.

2.5 Metais nas Fracções Dissolvida e Particulada

Para determinação de níquel (Ni), Cobre (Cu), Cádmio (Cd) e chumbo (Pb) na fracção

dissolvida recolheram-se cerca de 2.5 L de água em frascos de polipropileno descontaminados

previamente com -ácido nítrico (HNO3, 20%) e ácido clorídrico (HCl, 20%). Nessas amostras

de água foram colocadas durante 48 horas unidades DGT (diffusive gradient in thin film), a

temperatura constante. O processo de extracção de cada unidade DGT corresponde à difusão

dos metais dissolvidos (fracção <0.45 um) através de uma membrana de nitrato de celulose e

retenção em resina quelante Chelex 100. Posteriormente, esta resina foi eluída numa solução

de HNO3 (1 M) durante 24 horas e determinados os teores de metais dissolvidos por ICP-MS.

Para a quantificação de metais na fracção particulada da coluna de água filtrou-se entre 250 e

1000 mL de água, colhida em frascos de plástico (2 L), através de membranas de policarbonato

(0.45 µm) previamente descontaminadas. As partículas retidas no filtro foram mineralizadas

através de uma mistura de soluções ácidas (HF; Água régia). As concentrações de metais nas

soluções obtidas foram determinadas por espectrometria de absorção atómica à chama

(metais maioritários: alumínio - Al, Ferro - Fe, manganês - Mn, zinco - Zn) e por ICP-MS

(metais minoritários: cobre - Cu, níquel - Ni, crómio - Cr, cádmio - Cd, chumbo - Pb).

2.6 Parâmetros microbiológicos

As amostras na zona costeira, Lagoa de Óbidos e rios afluentes, foram recolhidas em frascos

próprios (preparados pelo laboratório responsável) e colocadas em malas térmicas para

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protecção da luz. Em laboratório foram posteriormente determinadas as Bactérias Coliformes

(BC), Bactérias Coliformes Termotolerantes (BCT) e Escherichia Coli através do método M.M.

9.2. No caso dos Enterococos foi usado o método ISO (International Organization for

Standardization) 7899/2. Quanto à Salmonella spp, foi utilizado o método ISO 6340.

2.7 Caudal

O caudal do Rio da Cal foi medido usando o ADCP Stream Pró (Figura 5). Para tal foi

necessário fazer o atravessamento da secção do rio com o equipamento, fornecendo em cada

instante a distribuição vertical de velocidades e a topografia do fundo. No final da secção, o

equipamento calculou directamente o caudal. Para garantir a fiabilidade dos resultados foram

feitas três medições, consistentes entre elas.

Na vala de drenagem do Bom Sucesso, foi usado o FlowTracker ADV, uma vez que apresentava

uma profundidade inferior a 20 cm. O objectivo consistiu em medir a velocidade em vários

pontos ao longo da secção escolhida. No último ponto da secção o instrumento integrou os

valores obtidos nos outros pontos, fornecendo assim o valor do caudal. Tal como já referido

anteriormente foram feitas três medições.

Figura 5. Medição do caudal com o ADCP Stream Pro.

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IST/IPIMAR 10

3 RESULTADOS

Em seguida são apresentados os resultados da qualidade da água na Lagoa de Óbidos, seus

afluentes e emissário da Foz do Arelho. Nos dados do emissário da Foz do Arelho não são

apresentados os fenóis, os quais serão incluídos na versão final deste relatório.

São ainda apresentados os resultados do modelo MOHID na Lagoa de Óbidos, escoamento e

nível de maré. A hidrodinâmica e dispersão da pluma serão incluídas na versão final deste

relatório. As imagens de satélite não são apresentadas porque não existiam imagens válidas

para o dia da campanha. A modelação complementa o trabalho de campo e contribui para a

interpretação dos valores medidos.

Os resultados são apresentados por área geográfica: (i) Afluentes, (ii) Lagoa e (iii) Zona

costeira, sendo evidenciadas as principais conclusões ao longo da discussão dos dados obtidos.

I – Afluentes à Lagoa de Óbidos

As amostragens efectuadas nos afluentes à Lagoa de Óbidos ocorreram em baixa-mar, para

minimizar os efeitos decorrentes da diluição provocada pela influência da maré.

3.1 Caudais

Os dados de caudal obtidos na campanha de 22 de Outubro e 27 de Novembro de 2009 são

apresentados na Tabela 5 e graficamente na Figura 6.

Os resultados obtidos mostram o efeito das chuvas no caudal, observando-se um aumento do

mesmo em todos os cursos de água desde a última campanha de amostragem (Setembro de

2009). Os Rios Arnóia/Real apresentam a maior contribuição relativa (93% em Outubro e 90%

em Novembro) em termos de caudal afluente à Lagoa de Óbidos. Segue-lhes o Rio da Cal com

uma contribuição de 5% e 8 % para Outubro e Novembro de 2009, e por fim, a menos

importante, a Vala de drenagem do Bom Sucesso com cerca de 1% a 2%.

Tabela 5. Dados de caudal em m3 s-1 nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro e 27 de Novembro de 2009.

Estações Caudal (m3 s-1) Caudal (m3 s-1) 22 de Outubro de 2009 27 de Novembro de 2009

Rio da Cal 0.15 0.25

Rio Arnóia/Real 2.7 2.8

Bom Sucesso 0.04 0.05

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93%

5%1%

Contribuição dos Rios Alfuentes à Lagoa de Óbidos: 22 de Outubro de 2009

Confluência Arnóia/Real Cal Bom Sucesso

90%

8%2%

Contribuição dos Rios Alfuentes à Lagoa de Óbidos: 27 de Novembro de 2009

Confluência Arnóia/Real Cal Bom Sucesso

Figura 6. Contribuição relativa do caudal dos principais afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro e 27 de Novembro de 2009.

3.2 Parâmetros físico-químicos

Os parâmetros físico-químicos, tais como temperatura, salinidade, pH, turbidez, percentagem

de saturação de OD e SST obtidos nas campanhas de Outubro e Novembro de 2009 são

apresentados na Tabela 6 e Tabela 7. Os resultados obtidos apontam para:

Valores mais elevados de temperatura registados no Rio da Cal, à semelhança do

verificado em amostragens anteriores (NOTA: ao contrário dos outros locais de

amostragem, esta estação fica localizada numa zona mais abrigada e por outro lado,

está também sujeita a maiores cargas poluentes);

Valores de pH (7.3-7.8) característicos de águas doces (salinidade <1);

Níveis de oxigénio superiores a 80%, o que indica uma boa oxigenação da coluna de

água;

Valores de turbidez elevados nestas campanhas de amostragem, quando comparados

com os dados obtidos na amostragem de Setembro de 2009. A turbidez na campanha

de Outubro de 2009 na vala do Bom Sucesso e na confluência dos Rios Arnóia/Real

foram superiores à leitura máxima da sonda (100 NTU) devido ao facto de terem

ocorrido chuvas intensas nas semanas que antecederam a campanha. Nesta situação a

água encontrava-se mais turva que o observado em campanhas anteriores;

Valores mais elevados de SST, na campanha de Outubro de 2009, que foram

observados nos locais de amostragem cuja turbidez também foi mais elevada, ou seja

na confluência dos Rios Arnóia/Real e na vala de drenagem do Bom Sucesso. Este

resultado reflecte mais partículas em suspensão na coluna de água dos locais

amostrados e está associado ao facto de terem ocorrido chuvas antes da amostragem.

Na campanha de Novembro a turbidez e os SST não apresentaram um

comportamento linear.

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Tabela 6. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009.

Estações Hora Temp. (ºC)

Sal. pH Turb (NTU)

O2 (mg/L)

O2 (% de sat)

SST (mg L-1)

Rio da Cal 16:20 16.9 0.75 7.78 23 12 130 19

Bom Sucesso 15:25 15.1 0.26 7.65 >100 12 122 686

Rios Arnóia/Real 14:50 16.3 0.42 7.66 >100 13 130 188

Tabela 7. Valores de temperatura, salinidade, pH, turbidez, oxigénio dissolvido e SST nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009.

Estações Hora Temp. (ºC)

Sal. pH Turb (NTU)

O2 (mg/L)

O2 (% de sat)

SST (mg L-1)

Rio da Cal 14:30 15.8 0.68 7.37 58 7.8 80 117

Bom Sucesso 16:00 13.8 0.81 7.82 26 9.9 96 34

Rios Arnóia/Real 15:40 12.8 0.42 7.81 69 9.1 86 28

3.3 Nutrientes e Clorofila-a

As concentrações dos principais nutrientes azotados e fosfatados, e Clorofila-a são

apresentadas na Tabela 8. Os resultados apontam para:

Concentrações de amónia superiores no Rio da Cal, à semelhança do que tem vindo a

ser observado neste curso de água;

Concentrações de fosfato e nitrato mais elevadas nos Rios Arnóia/Real e vala de

drenagem do Bom Sucesso, o que pode ser reflexo do período das chuvas. A lixiviação

dos solos agrícolas na bacia de drenagem dos cursos de água mencionados pode trazer

nutrientes para estes locais de amostragem;

Concentrações de Clorofila-a baixas, com excepção da campanha de Outubro de 2009

na vala de Drenagem do Bom Sucesso e Rios Arnóia/Real, e não indiciam a presença

de blooms de algas. As concentrações obtidas em Outubro de 2009 nos locais de

amostragem referidos previamente, não são representativas do meio porque estão

afectadas pelos elevados valores de turbidez, uma vez que o sensor de Clorofila-a é

um sensor de leitura óptico.

Tabela 8. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009.

Estações Hora Fosfato

(mgP2O5 L-1) Pt

(mgP L-1) NH4

(mgNH4 L-1) NO3

(mgNO3 L-1) NO2

(mgNO2 L-1) Nt

(mgN L-1) Chl-a

(mg L-1)

Rio da Cal 16:20 1.5 0.46 2.8 4.9 0.79 5.2 5.0 Bom Sucesso 15:25 0.45 0.31 0.12 9.2 0.02 3.3 500

Rios Arnóia/Real 14:50 2.5 0.80 0.93 7.3 0.13 4.2 500

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IST/IPIMAR 13

Tabela 9. Concentrações de nutrientes (amónia, nitrato, nitrito e fosfato) e Clorofila-a nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 27 de Novembro de 2009.

Estações Hora Fosfato

(mgP2O5 L-1) Pt

(mgP L-1) NH4

(mgNH4 L-1) NO3

(mgNO3 L-1) NO2

(mgNO2 L-1) Nt

(mgN L-1) Chl-a

(mg L-1)

Rio da Cal 14:30 2.2 0.9 6.6 2 0.45 6.8 6.5

Bom Sucesso 16:00 0.30 0.12 0.16 10 2.26 2.7 5.3

Rios Arnóia/Real 15:40 1.3 0.36 1.80 28 6.32 8.5 10.1

3.4 Metais na fracção dissolvida

As concentrações de níquel, cobre, chumbo e cádmio são apresentadas na Tabela 10. As

concentrações mais elevadas de metais dissolvidos na coluna de água foram detectadas no Rio

da Cal, com excepção dos níveis de cobre que foram máximos nos Rios Arnóia/Real. As

concentrações detectadas variaram, contudo, dentro de gamas idênticas nos três afluentes. Os

níveis foram, ainda, semelhantes aos detectados na Lagoa de Óbidos. As concentrações de

níquel no Rio da Cal, embora determinadas, não são apresentadas devido a um problema de

contaminação da amostra, provavelmente durante a sua colheita.

Tabela 10. Concentrações de metais nos rios e valas de drenagem afluentes à Lagoa de Óbidos em 22 de Outubro de 2009.

Estações Hora Ni

(µg L-1) Cu

(µg L-1) Pb

(µg L-1) Cd

(ng L-1)

Rio da Cal 14:30 * 1.1 0.070 5.4

Bom Sucesso 16:00 0.33 0.47 0.022 <5

Rios Arnóia/Real 15:40 0.48 1.37 0.024 <5

* valor determinado, embora não seja considerado pelo facto de se suspeitar de contaminação

3.5 Classificação de acordo com o INAG

A metodologia adoptada pelo Instituto da Água (INAG) para a classificar os cursos de água

superficiais de acordo com as suas características de qualidade para usos múltiplos, foi revista

recentemente, incluindo-se novos parâmetros e revendo-se os valores de outros parâmetros

já considerados. As novas classes de classificação são apresentadas nas tabelas em anexo

(Tabela I e II), tendo sido atribuídas de acordo com a gama de valores, mínimos e máximos, de

um vasto conjunto de parâmetros.

Os resultados obtidos foram comparados com a classificação adoptada pelo INAG e são

apresentados na Tabela 11 para a campanha de Outubro de 2009 e Tabela 12 para a campanha

de Novembro de 2009.

Os resultados obtidos em Outubro de 2009 mostram que o Rio da Cal apresenta condições

mais deterioradas de qualidade da água em relação aos parâmetros condutividade, amónia,

fósforo e fosfato, com a Classe a variar entre C (qualidade da água “razoável”) para o

primeiro, D (“má” qualidade da água) para os dois segundos e E (“muito má” qualidade da

agua) para o último. Em Novembro de 2009 a qualidade da água apresenta-se mais deteriorada

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em relação aos parâmetros amónia, fosfatos, fósforo e SST, os quais lhe conferem a Classe E

(“muito má” qualidade da agua).

No caso dos Rios Arnóia/Real os resultados obtidos em Outubro de 2009 apontam para

contaminação por fosfatos, fósforo e SST (Classe E), variando e os restantes parâmetros entre

qualidade “excelente” e “boa”. Em Novembro de 2009, a qualidade da água apresentou

condições mais deterioradas em relação fosfatos (Classe E) e apresentou uma qualidade da

água “razoável” em relação a todos os outros parâmetros com excepção do pH, SST e

saturação do oxigénio dissolvido.

A vala de drenagem do Bom Sucesso só apresenta condições mais deterioradas em relação ao

fósforo (Classe C) e SST (Classe E) na campanha de Outubro de 2009, e SST (Classe C) na

campanha de Novembro de 2009. No caso do fósforo, pensa-se que este resultado seja

reflexo dos nutrientes trazidos devido às escorrências dos campos agrícolas, uma vez que até à

data este curso de água não apresentou índices elevados de fósforo. Os restantes parâmetros

indicam águas praticamente isentas de poluição e com qualidade equivalente às condições

naturais.

Tabela 11. Classificação da Qualidade da Água (de acordo com a classificação do INAG, Tabela I e II em anexo) dos Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso em Outubro de 2009.

A B C D E

Excelente Boa Razoável Má Muito Má

Parâmetro Rio da Cal Rios Arnóia/Real Bom Sucesso

Outubro de 2009

Amónia (mgNH4/L) 2.8 0.93 0.12

Condutividade (µs/cm) 1259 702 439

Cádmiox10-3 (mgCd/L) 5.4 4.5 4.7

Chumbox10-3 (mgPb/L) 0.070 0.024 0.022

Cobrex10-3 (mgCu/L) 1.1 1.37 0.47

Nitrato (mgNO3/L) 4.9 7.3 9.2

Fosfatos (mgP2O5/L) 1.5 2.5 0.45

Fósforo P (mgP/l) 0.46 0.80 0.31

pH 7.78 7.66 7.65

SST (mg/L) 19 188 686

Sat. OD (%) 130 130 122

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Tabela 12. Classificação da Qualidade da Água (de acordo com a classificação do INAG) dos Rios Arnóia/Real, Rio da Cal e vala do Bom Sucesso em Novembro de 2009.

Parâmetro Rio da Cal Rios Arnóia/Real Bom Sucesso

Novembro de 2009

Amónia (mgNH4/L) 6.6 1.8 0.16

Condutividade (µs/cm) 823 1255 548

Nitrato (mgNO3/L) 2 28 10

Fosfatos (mgP2O5/L) 2.2 1.3 0.3

Fósforo P (mgP/l) 0.9 0.36 0.12

pH 7.37 7.81 7.82

SST (mg/L) 117 28 34

Sat. OD (%) 80 86 96

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II - Lagoa de Óbidos

3.6 Escoamento e nível de maré para o dia da campanha

A Figura 7 apresenta a evolução do nível calculado pelo modelo ao longo do dia da campanha

perto da barra (estação AO#2) e no braço da Barrosa (estação AO#4). Salienta-se que a

batimetria com que se fazem as simulações corresponde a um levantamento de 2004. Não se

pode esquecer que a fisionomia da lagoa mudou recentemente, com a aberta migrar para

Norte galgando toda a praia ao longo da margem Norte. Com base na batimetria que se

utilizou para fazer as simulações, podemos dizer que a amplitude da maré foi cerca de 1.0 m.

Como habitualmente acontece na Lagoa de Óbidos a duração da enchente (5 horas) foi muito

mais curta do que a duração da vazante (7 horas). Os níveis mostram ainda que existe um

desfasamento na propagação da maré de cerca de 1 hora, desde a barra até chegar ao braço da

Barrosa.

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

0:00 5:02 10:04 15:07 20:09

Nível [m]

Evolução do nível na estação AO#2 22 de Outubro de 2009

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

0:00 5:02 10:04 15:07 20:09

Nível [m]

Evolução do nível na estação AO#422 de Outubro de 2009

Figura 7. Evolução dos níveis no dia da saída de campo (22 de Outubro de 2009) na estação AO#2 e AO#4. As estações AO#2 e AO#4 distam de cerca de 3 km.

Na Figura 8 e Figura 9 apresentam-se os campos de correntes na lagoa inferior em máxima

enchente e vazante no dia da campanha, respectivamente. Observa-se um escoamento

preferencial ao longo do canal Norte, com correntes que atingem cerca de 1.0 m s-1, quer em

enchente quer em vazante. Na “aberta” da lagoa as correntes foram de cerca de 1.5 m s-1 em

vazante.

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Figura 8. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima enchente no dia da campanha.

Figura 9. Campo de velocidades na Lagoa de Óbidos em máxima vazante no dia da campanha.

A Figura 10 apresenta o campo de velocidades na zona mais a montante da Lagoa, na situação

de enchente. Nesta zona as velocidades são muito menores que na metade de jusante, não

ultrapassando os 0.4 ms-1, sendo particularmente baixas nos braços da lagoa.

Comparativamente com a última amostragem (Agosto de 2009), nesta campanha, foram

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registadas velocidades mais elevadas no delta dos Rios Arnóia/Real. Este resultado é explicado

pelo facto do caudal ter aumentado desde a última até à presente amostragem devido à

ocorrência de maior pluviosidade nesta altura do ano.

Figura 10. Campo de velocidade na cabeceira da Lagoa, para a mesma situação de maré apresentada na Figura 8.

3.7 Salinidade, temperatura, pH, turbidez, SST e oxigénio dissolvido

Os parâmetros físico-químicos na coluna de água da Lagoa de Óbidos são apresentados na

Tabela 13. Os resultados obtidos apontam para as seguintes considerações:

Temperatura da água característica do período de amostragem;

Valores de pH mais baixos na estação AO#3 e AO#4, evidenciando a influência das

descargas de água doce do Rio da Cal e Rios Arnóia/Real nestes locais de amostragem;

Oxigenação da coluna de água de aproximadamente 100% de saturação em todos os

locais, com excepção das estações AO#3 e AO#3b que apresentaram uma menor

concentração. Esta diminuição estará possivelmente associada a uma maior consumo

biológico nestes locais da lagoa. Na estação AO#3 esta hipótese é apoiada pelos

valores máximos de Clorofila-a e feopigmentos, como se descreverá de seguida.

Valores de salinidade mais baixos na estação localizada no delta dos Rios Arnóia/Real

(AO#3). Esta diminuição dos valores de salinidade face aos resultados do Verão é o

resultado da entrada de água doce na lagoa nos dias que antecederam a amostragem.

Contudo, foram já registados noutras campanhas (Abril de 2008) valores de salinidade

dentro das gamas da presente campanha. Os valores de salinidade nas estações AO#4

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IST/IPIMAR 19

e AO#3a que também indicam entrada de água doce na Lagoa de Óbidos, em

particular do Rio da Cal;

Valores de turbidez e sólidos suspensos totais mais elevados na estação AO#3, os

quais cruzados com os baixos valores de salinidade indicam a influência da descarga

dos Rios Arnóia/Real.

Em suma, a Lagoa de Óbidos neste período de amostragem encontrava-se sob uma grande

influência da água doce devido à maior pluviosidade, tal como foi registado em períodos

análogos, nomeadamente na campanha de Primavera de 2008.

Tabela 13. Valores de salinidade, temperatura, turbidez, transparência, pH, sólidos suspensos totais e oxigénio dissolvido na coluna de água da Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009.

Estação Hora Sal.

Temp. (ºC)

Turb. (NTU)

Transp. (m)

pH SST

(mg L-1) O2

(mg L-1) O2

(% de sat)

AO#2 14:15 35.6 17.2 1.1 1 8.10 105 7.7 100

AO#3a 15:46 31.7 18.8 2.8 0.8 8.10 134.6 8.4 95

AO#3b 15:33 35.5 18.5 1.0 1.2 8.00 59.9 6.1 80

AO#3 14:54 27.5 17.6 >100* 0.2 7.98 916.2 6.9 74

AO#4 14:36 29.2 18.5 10 0.2 7.98 87.7 7.2 91

AO#5 15:17 34.8 18.7 3.9 1 8.00 62.1 7.2 95

* O valor apresentado corresponde à leitura máxima do sensor

3.8 Carbono e Azoto na fracção particulada

A Tabela 14 apresenta os valores de carbono e azoto totais e suas fracções orgânicas e

inorgânicas nas partículas em suspensão na coluna de água. Foram registados valores máximos

de teores de carbono total e respectiva fracção inorgânica e orgânica na estação AO#4, assim

como de azoto total e orgânico. Esta diferença espacial aponta para um maior enriquecimento

das partículas em suspensão na coluna de água da estação AO#4 por carbono e azoto,

possivelmente devido a uma maior abundância de fitoplâncton ou devido à presença de outros

grupos fitoplânctonicos. Esta hipótese não é contudo suportada pelos valores de Clorofila-a

dado que os máximos não foram registados nesta estação. É, ainda, de referir no caso do

azoto que existe uma maior preponderância da fracção orgânica face à inorgânica.

Tabela 14. Concentração de carbono e azoto (total, inorgânico, orgânico) na fracção particulada da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009.

Estação Hora Ctotal Cinorg Corg Ntotal Ninorg Norg

(%)

AO#2 14:15 0.094 0.087 0.007 0.007 0.001 0.006

AO#3a 15:46 0.103 0.069 0.034 0.018 0.001 0.017

AO#3b 15:33 0.099 0.057 0.042 0.013 <0.001 0.013

AO#3 14:54 0.170 0.052 0.118 0.015 0.002 0.013

AO#4 14:36 0.273 0.091 0.182 0.048 <0.001 0.048

AO#5 15:17 0.195 0.074 0.121 0.035 0.001 0.034

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IST/IPIMAR 20

3.9 Nutrientes, Clorofila-a, feopigmentos

As concentrações dos compostos azotados, fosfatados, sílica, Clorofila-a e feopigmentos, são

apresentadas na Tabela 15. Os resultados obtidos apontam para as seguintes considerações:

A estação AO#3 apresentou concentrações mais elevadas de nitrato, nitrito, azoto

orgânico, azoto total e fósforo orgânico. Este resultado está em concordância com os

os valores de salinidade e a elevada turbidez/sólidos suspensos totais, os quais

apontam para a influência dos Rios Arnóia/Real na qualidade da água da Lagoa de

Óbidos;

Os valores dos parâmetros anteriores são mais elevados do que os registados na

campanha anterior (Verão de 2009). Contudo, os valores registados encontram-se

dentro das gamas esperadas em períodos de grande precipitação (por exemplo, a

campanha de Abril de 2008);

Os resultados dos nutrientes apontam para a água doce que aflui à lagoa como uma

fonte externa de nutrientes. Este input tem uma grande relevância em períodos de

chuvas, dado o consequente aumento dos caudais dos rios;

Os valores de Clorofila-a e feopigmentos foram idênticos aos registados na campanha

de Agosto de 2009. Contudo foi observada uma excepção para a estação AO#4 onde

se registou um decréscimo na presente campanha (Outono). Ademais, na estação

AO#3 os valores destes compostos foram mais elevados do que no período anterior.

Tabela 15. Concentrações de compostos azotados (mgN L-1), fosfatados (mgP L-1), sílica (mgSi L-1), Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1) da coluna de água na Lagoa de Óbidos a 22 de Outubro de 2009.

Estação Hora NH4 NO3 NO2 Norg Nt Ureia Si(OH)4 PO43 Porg Pt Chla Feop

mgN L-1 mgSi L-1 mgP L-1 µg L-1

AO#2 14:15 0.037 0.026 0.004 0.12 0.19 <0.001 0.21 0.016 0.017 0.033 0.4 0.4

AO#3a 15:46 0.092 0.23 0.013 0.19 0.52 <0.001 0.58 0.063 0.002 0.065 1.1 1.3

AO#3b 15:33 0.038 0.021 0.004 0.21 0.27 0.008 0.18 0.033 0.025 0.059 0.4 0.3

AO#3 14:54 0.25 1.2 0.32 2.0 3.8 0.010 0.57 0.12 0.15 0.27 3.4 5.3

AO#4 14:36 0.25 0.18 0.014 0.23 0.68 0.018 0.67 0.14 <0.001 0.14 1.5 1.3

AO#5 15:17 0.051 0.025 0.004 0.65 0.74 0.006 0.29 0.047 0.037 0.084 1.7 0.9

3.10 Metais na fracção dissolvida e particulada

Os teores de metais na fracção dissolvida e particulada da coluna de água são apresentados na

Tabela 16 e Tabela 17, respectivamente.

As concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água foram mais elevadas na

estação AO#3, com excepção do chumbo. Tal como alguns dos parâmetros anteriores

sugeriam, estes resultados apontam para os Rios Arnóia/Real como uma possível fonte de

metais para a Lagoa de Óbidos. No entanto, importa referir que, de um modo geral, os

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IST/IPIMAR 21

aumentos de níquel e cádmio registados na estação AO#3 não foram muito elevados face aos

restantes locais. O cobre foi, contudo, uma excepção tendo-se detectado níveis mais elevados

uma ordem de grandeza na estação AO#3.

As concentrações de alumínio e ferro nas partículas em suspensão foram mais elevadas na

estação AO#3 o que indica a potencial entrada de partículas finas na lagoa provenientes dos

Rios Arnóia/Real. Este resultado está coerente com a interpretação que tem vindo a ser feita

neste relatório dos restantes parâmetros. Foi também na estação AO#3 que se registaram

concentrações mais elevadas de zinco, cobre e níquel.

Tabela 16. Concentrações de metais na fracção dissolvida da coluna de água na Lagoa a 22 de Outubro de 2009.

Estação Hora Ni

(µg L-1) Cu

(µg L-1) Pb

(µg L-1) Cd

(ng L-1)

AO#2 14:15 0.20 0.17 0.063 9.7

AO#3a 15:46 0.30 0.30 0.067 9.6

AO#3b 15:33 0.20 0.18 0.053 11.0

AO#3 14:54 0.61 2.2 0.039 15.3

AO#4 14:36 0.47 0.36 0.042 13.3

AO#5 15:17 0.17 0.13 0.014 9.6

Tabela 17. Concentração de metais na fracção particulada da coluna de água na Lagoa a 22 de Outubro de 2009.

Estação Hora Al Fe Mn Zn Cu Cr Ni Pb Cd

(%) (µg g-1)

AO#2 14:15 5.3 1.8 352 94 33 86 22 26 0.10

AO#3a 15:46 7.7 2.6 1310 89 65 106 26 38 0.14

AO#3b 15:33 1.6 0.65 325 35 19 71 8 18 0.037

AO#3 14:54 10.4 4.6 338 128 72 119 42 34 0.14

AO#4 14:36 4.0 1.5 912 83 48 53 10 37 0.23

AO#5 15:17 3.0 1.0 1507 29 11 152 12 29 0.026

3.11 Microbiologia

Os resultados das análises microbiológicas obtidos nos pontos amostrados na Lagoa são

apresentados da Tabela 18 à Tabela 20.

Os resultados obtidos nesta campanha apontam para contaminação microbiológica (Figura 11 e

Figura 12) na Lagoa de Óbidos, quando comparados com os resultados da última amostragem.

Esta contaminação está associada à ocorrência de chuvas intensas antes da campanha. De

facto, como tem vindo a ser referido, os valores mais elevados estão associados a amostragens

efectuadas após a ocorrência de chuvas. Os valores mais elevados de contaminação fecal foram

obtidos nas estações (AO#3a e AO#4), situadas na parte superior da lagoa e corpo central da

lagoa e influenciadas pelas descargas dos Rios Arnóia/Real e Rio da Cal.

Em termos legais (Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto aplicado a águas

balneares), verifica-se que os valores máximos admissíveis (VMA) de BC foram ultrapassados

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IST/IPIMAR 22

nas estações AO#3a e AO#4, e de BCT nas estações AO#3a, AO#3b e AO#4. No caso dos

Enterococos o VMA foi ultrapassado nas estações AO#3a, AO#3b e AO#4. Em relação às

Salmonelas spp. os valores indicam a sua presença na estação AO#3 não se cumprindo o VMA

nesta estação.

Tabela 18. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#2 e AO#3 na campanha realizada em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido DL 236/98 DL 135/09

AO#2 AO#3 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 500 7 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 33 2 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 33 2 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos (Nº/100ml) 33 2 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Salmonelas spp. N6 P7 0 -

Tabela 19. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#3a e AO#3b na campanha em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido DL 236/98 DL 135/09

AO#3a AO#3b VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 2400000 5000 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 230000 3400 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 230000 1400 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos (Nº/100ml) 200000 3200 100 - 100(*) 200(*) 185(**)

Salmonelas spp. N N 0 -

Tabela 20. Valores de contaminação fecal medidos na Lagoa de Óbidos nas estações AO#4 e AO#5 na campanha realizada em Outubro de 2009 e sua comparação com os valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido DL 236/98 DL 135/09

AO#4 AO#5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 23000 15 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 2800 5 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 2800 4 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos (Nº/100ml) 4600 35 100 - 100(*) 200(*) 185(**)

Salmonelas spp. N N 0 -

* Com base numa avaliação de percentil 95 ** Com base numa avaliação de percentil 90

6 N: Negativo 7 P: Positivo

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 23

1

10

100

1000

10000

100000

1000000

10000000

AO#2 AO#3a AO#3b AO#3 AO#4 AO#5

[Nº/100mL]

Bactérias Coliformes Campanha de 22 de Outubro de 2009

VMR

VMA

1

10

100

1000

10000

100000

1000000

10000000

AO#2 AO#3a AO#3b AO#3 AO#4 AO#5

[Nº/100mL]

Bactérias Coliformes Termotolerantes Campanha de 22 de Outubro de 2009

VMR

VMA

Figura 11. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes8 nos pontos AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

1

10

100

1000

10000

100000

1000000

10000000

AO#2 AO#3a AO#3b AO#3 AO#4 AO#5

[Nº/100mL]

EnterococosCampanha de 22 de Outubro de 2009

VMR

Figura 12. Comparação dos valores de Enterococos9 nos pontos AO#2 a AO#5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

8 As concentrações dos parâmetros microbiológicos ao longo deste relatório estão representadas em escala logarítmica. 9 As concentrações dos parâmetros microbiológicos ao longo deste relatório estão representadas em escala logarítmica.

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IST/IPIMAR 24

III - Zona do Emissário

Na zona do emissário foram colhidas amostras na coluna de água e foram feitos perfis de

temperatura, salinidade, pH, oxigénio dissolvido e de Clorofila-a com um CTD.

3.12 Parâmetros físico-químicos

Na Tabela 21 são apresentados os resultados obtidos in situ (temperatura, turbidez, pH,

transparência e cor) e na Tabela 22 e os determinados em laboratório (salinidade, oxigénio,

SST e óleos minerais).

De um modo geral os resultados mostram que:

A temperatura apresentou uma variação com a coluna de água vertical (presença da

termoclina entre os 10 e 15 m), o que é característico em águas oceânicas nesta altura

do ano (Figura 13);

Figura 13. Perfis verticais de temperatura entre estações: 19 de Novembro de 2009.

Os perfis de salinidade, à semelhança dos dados obtidos localmente a uma

determinada profundidade, não evidenciam diferenças entre massas de água na coluna

vertical, uma vez que não apresentam variações com a profundidade;

Figura 14. Perfis verticais de salinidade entre estações: 19 de Novembro de 2009.

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IST/IPIMAR 25

Os valores de pH (Figura 15) foram muito constantes em profundidade e entre

estações de amostragem. Os valores foram característicos de águas com salinidades da

ordem dos 36;

Figura 15. Perfis verticais de pH de saturação de OD entre estações: 19 de Novembro de 2009.

A coloração (escala 3) é indicativa de que a descarga do emissário não afecta a cor da

massa de água envolvente;

A turbidez (Figura 16) foi praticamente homogénea em todas as estações de

amostragem, com excepção nas estações EMAO#1 e EMAO#2, nas quais se observou

uma ligeira diminuição com a profundidade;

Figura 16. Perfis verticais de turbidez entre estações: 19 de Novembro de 2009.

A transparência foi superior a 6 m mostrando que a descarga do emissário não afecta a

transparência da água na zona costeira de estudo;

Os valores de sólidos suspensos totais foram baixos e não apresentaram uma variação

clara com a profundidade;

Os valores de oxigénio dissolvido não variaram muito ao longo da coluna de água

vertical (Figura 17). Em termos dos dados obtidos a uma determinada profundidade e

local, foram detectadas percentagens de saturação mais baixas nas estações vizinhas à

descarga do emissário (EMAO#2 e EMAO#3). Apesar de mais baixos nestas estações

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IST/IPIMAR 26

os resultados são indicativos de boa oxigenação em toda a coluna de água nestes locais

de amostragem;

Figura 17. Perfis verticais de % de saturação de OD entre estações: 19 de Novembro de 2009.

Os valores de CQO foram tendencialmente mais elevados nas camadas superficiais,

embora se encontrem dentro da gama de valores registados até à data;

A estação EMAO#2 apresentou as concentrações mais elevadas de óleos minerais,

com excepção da profundidade “meio” em que os valores se encontraram abaixo do

limite de detecção. Apesar das concentrações mais elevadas nesta estação, os valores

estão dentro do histórico obtido até à data. Na estação EMAO#3 não foi possível

detectar as concentrações de óleos às profundidades “meio” e “fundo” pois estavam

abaixo do limite de detecção;

Os níveis de 2,4-diclorofenol, 2,4,6-triclorofenol, pentaclorofenol e octifenol foram

inferiores aos respectivos limites de detecção para todos os locais e profundidades.

Por outro lado, os compostos 2-clorofenol e 3-clorofenol apresentaram níveis

detectáveis, contrariamente ao que se verificou na campanha de Verão (Agosto de

2009). Para estes compostos detectaram-se, de um modo geral, níveis ligeiramente

mais baixos à profundidade "fundo". Apesar de se detectarem níveis de fenóis em

alguns compostos e estações, os níveis são baixos.

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IST/IPIMAR 27

Tabela 21. Valores de temperatura, pH, transparência e cor determinados in situ na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).

Estação Hora

Medidas in situ

Temp. (ºC)

pH Turb. (NTU)

Transp. (m)

Cor

EMAO#1 (s) 10:10 16.9 8.08 0.5 7 3 EMAO#1 (m) 10:15 16.9 8.08 0.4

EMAO#1 (f) 10:20 16.8 8.08 0.3 EMAO#2 (s) 11:02 16.9 8.09 0.6

6 3 EMAO#2 (m) 11:20 16.8 8.09 0.6 EMAO#2 (f) 11:30 16.6 8.09 0.3

EMAO#3 (s) 10:45 16.9 8.1 0.1 6 3 EMAO#3 (m) 10:50 16.9 8.08 0.4

EMAO#3 (f) 10:55 16.8 8.09 0.3

Tabela 22. Valores de salinidade, O2, CQO, SST e óleos minerais determinados na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).

Estação Hora

Medidas Laboratoriais

Sal O2

(mg L-1) O2

(%Sat) CQO

(mg L-1) SST

(mg L-1)

Óleos Minerais (µg L-1)

EMAO#1 (s) 10:10 35.9 7.5 96 1.9 5.0 11.5

EMAO#1 (m) 10:15 35.9 6.8 87 1.4 4.9 2.9

EMAO#1 (f) 10:20 35.9 7.3 94 0.8 4.6 11.3

EMAO#2 (s) 11:02 35.9 6.2 80 1.2 4.6 19.4

EMAO#2 (m) 11:20 35.9 7.2 92 0.6 3.5 <0.05

EMAO#2 (f) 11:30 36.0 5.3 67 0.2 6.5 16.8

EMAO#3 (s) 10:45 35.9 6.0 77 2.7 5.0 11.0

EMAO#3 (m) 10:50 35.9 6.0 77 0.8 5.4 <0.05

EMAO#3 (f) 10:55 36.0 5.6 71 <0.1 5.2 <0.05

Tabela 23. Níveis de fenóis determinados na coluna de água na zona do emissário (s-superfície, m-meio e f-fundo).

Estação Hora Fenóis (ng L-1)

2-Clorofenol 2,4-Diclorofenol 3-Clorofenol 2,4,6-

triclorofenol Pentaclorofenol Octilfenol

N#1 (s) 10:10 0.049 <0.01 0.210 <0.002 <0.15 <0.01

N#1 (m) 10:15 0.038 <0.01 0.045 <0.002 <0.15 <0.01

N#1 (f) 10:20 0.033 <0.01 0.087 <0.002 <0.15 <0.01

N#2 (s) 11:02 0.259 <0.01 0.277 <0.002 <0.15 <0.01

N#2 (m) 11:20 0.180 <0.01 0.299 <0.002 <0.15 <0.01

N#2 (f) 11:30 0.197 <0.01 0.136 <0.002 <0.15 <0.01

N#3 (s) 10:45 0.260 <0.01 0.186 <0.002 <0.15 <0.01

N#3 (m) 10:50 0.149 <0.01 0.332 <0.002 <0.15 <0.01

N#3 (f) 10:55 0.139 <0.01 0.158 <0.002 <0.15 <0.01

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IST/IPIMAR 28

3.13 Nutrientes e Clorofila-a

A Tabela 24 apresenta as concentrações dos compostos azotados, fosfatados, sílica, Clorofila-a

e feopigmentos.

De um modo geral pode dizer-se que as concentrações de nutrientes azotados registadas nas

três estações amostragem foram baixas, à semelhança das registadas em amostragens

anteriores. Os níveis de amónia e nitrito não apresentaram uma variação significativa entre

locais e profundidade. Por sua vez, o nitrato aumentou ligeiramente na profundidade “fundo”

nas três estações. Os níveis de ureia foram baixos indicando um reduzido impacto da pluma

do emissário na zona circundante e nos pontos vizinhos a esta descarga. As concentrações de

Clorofila- a e feopigmentos foram baixas e típicas da época de amostragem (Outono).

Tabela 24. Concentrações de compostos azotados (mg N L-1), fosfatados (mg P L-1), sílica (mg Si L-1), Clorofila-a e feopigmentos (µg L-1) da coluna de água.

Estação Hora NH4 NO3 NO2 Norg Nt Ureia Si(OH)4 PO43 Porg Pt Chl-a Feop

mgN L-1 mgSi L-1 mgP L-1 µg L-1

EMAO#1 (s) 10:10 0.012 0.048 0.004 0.22 0.28 0.007 0.13 0.017 0.004 0.020 0.2 0.2 EMAO#1 (m) 10:15 0.008 0.044 0.004 0.20 0.26 0.011 0.12 0.013 <0.001 0.013 0.3 0.3 EMAO#1 (f) 10:20 0.007 0.056 0.004 0.43 0.50 0.013 0.10 0.008 0.004 0.013 0.3 0.3

EMAO#2 (s) 11:02 0.011 0.063 0.004 0.08 0.16 0.006 0.13 0.015 0.005 0.020 0.3 0.2 EMAO#2 (m) 11:20 0.009 0.055 0.004 0.093 0.16 0.010 0.10 0.016 0.006 0.021 0.3 0.3 EMAO#2 (f) 11:30 0.012 0.066 0.003 0.19 0.27 0.007 0.12 0.015 0.002 0.017 0.2 0.3 EMAO#3 (s) 10:45 0.009 0.042 0.004 0.082 0.14 0.010 0.11 0.011 <0.001 0.012 0.4 0.3 EMAO#3 (m) 10:50 0.006 0.049 0.004 0.26 0.32 0.010 0.12 0.014 <0.001 0.014 0.3 0.3 EMAO#3 (f) 10:55 0.008 0.076 0.004 0.17 0.26 0.005 0.11 0.016 0.002 0.018 0.1 0.2

O perfil vertical de Clorofila-a (Figura 18) nos cinco pontos de amostragem, é concordante

com os valores obtidos na coluna de água a uma determinada profundidade (amostragem

pontual), pois apresenta concentrações na ordem das medidas (entre 0.2 e 0.3).

Figura 18. Perfis verticais de Clorofila-a entre estações: 19 de Novembro de 2009.

A Figura 19 compara os valores de Clorofila-a e nitrato obtidos à superfície com os valores

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 29

recomendados para zonas costeiras menos sensíveis (Decreto-Lei n.º 149/2004, de 22 de

Junho) sujeitas a descargas de efluentes. A figura mostra concentrações baixas de Clorofila-a

com valores sempre inferiores aos indicados por aquele diploma (10 ug L-1). Os valores de

nitrato foram inferiores a 0.2 mg N L-1 (valores indicados pelo decreto-lei referido

anteriormente).

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3

Nitrato [mNg/L]

Nitrato: Valor Medido à superficie vs Decreto-Lei Nº149/2004

0

5

10

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3

Clorofila-a

[ug/L]

Clorofila-a:Valor Medido à superficie vs Decreto-Lei Nº149/2004

Figura 19. Comparação dos valores de Clorofila-a e de nitratos medidos à superfície no ponto EMAO#1 a EMAO#3 segundo o Decreto-Lei nº. 149/2004, de 22 de Junho (o qual altera o Decreto-Lei nº. 152/97, de 19 de Junho).

3.14 Carbono e azoto na matéria particulada

As concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água

na zona de descarga do emissário submarino da Foz do Arelho apresentam-se na Tabela 25. As

partículas em suspensão são constituídas maioritariamente pelas fracções orgânicas de carbono

e azoto, enquanto que as fracções inorgânicas têm uma menor preponderância. É difícil

identificar um padrão espacial (incluindo em profundidade) para o carbono, azoto e respectivas

fracções orgânicas.

Tabela 25. Concentrações de carbono e azoto na matéria particulada em suspensão na coluna de água.

Estação Hora Ctotal Ntotal Corg Norg

(%)

EMAO#1 (s) 10:10 0.117 0.001 0.094 0.001

EMAO#1 (m) 10:15 0.228 0.012 0.205 0.012

EMAO#1 (f) 10:20 0.121 0.006 0.101 0.005

EMAO#2 (s) 11:02 0.124 0.008 0.096 0.006

EMAO#2 (m) 11:20 0.137 0.008 0.107 0.008

EMAO#2 (f) 11:30 0.227 0.014 0.198 0.014

EMAO#3 (s) 10:45 0.156 0.014 0.134 0.013

EMAO#3 (m) 10:50 0.140 0.008 0.113 0.008

EMAO#3 (f) 10:55 0.158 0.009 0.136 0.008

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IST/IPIMAR 30

3.15 Microbiologia

As análises microbiológicas obtidas para as campanhas de 19 de Novembro de 2009

apresentam-se nas Tabela 26 à Tabela 28 para a superfície, meio e fundo da coluna de água,

respectivamente.

Os resultados mostram valores nulos de microbiologia em praticamente toda a coluna de água

e em todas as estações, com excepção da estação EMAO#4 no fundo. Estes resultados

indicam que não foi possível detectar a pluma de BCT originadas pelo emissário submarino da

Foz do Arelho.

Em termos legais, verifica-se que todos os parâmetros microbiológicos determinados à

superfície e em profundidade, respeitam os valores legais tanto no que respeita ao Anexo XV

do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto (embora este decreto seja só aplicável para

recolhas à superfície) como ao Anexo I da Directiva 2006/7/CE. Em relação às Salmonelas spp.,

os resultados indicam a sua ausência em todas as estações de amostragem, cumprindo-se o

VMA do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

Por fim, pode dizer-se que se verifica que, nesta campanha (tal como nas outras campanhas

realizadas até à data), a água na zona costeira onde descarrega o emissário da Foz do Arelho

satisfaz as exigências legais impostas segundo o uso de águas balneares tanto no que respeita

ao previsto no Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto como no que respeita à nova Directiva

das águas balneares e à nova directiva em vigor a partir de 2015 (Directiva 2006/7/CE).

Tabela 26. Valores de contaminação fecal medidos à superfície (s) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido (s-superfície) DL 236/98 DL 135/09

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 1 0 0 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos(Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Salmonella spp (/L) N N N N N - 0 -

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 31

Tabela 27. Valores de contaminação fecal medidos no meio (m) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido (m-meio) DL 236/98 DL 135/09

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 0 0 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos(Nº/100ml) 0 0 0 0 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

Tabela 28. Valores de contaminação fecal medidos no fundo (f) na zona costeira nas estações EMAO#1 a EMAO#5 na campanha realizada em 19 de Novembro de 2009 e valores máximos recomendáveis e admissíveis de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto e do Decreto-Lei n.º 135/2009, de 3 de Junho que transpõe o Anexo I da Directiva 2006/7/CE.

Parâmetro Valor medido (f-fundo) DL 236/98 DL 135/09

#1 #2 #3 #4 #5 VMR VMA Exc. Boa Suf.

Bactérias Coliformes (Nº/100ml) 0 0 0 12 0 500 10000

Bactérias Coliformes Termotolerantes (Nº/100ml) 0 0 0 4 0 100 2000

Escherichia coli (Nº/100ml) 0 0 0 4 0 250(*) 500(*) 500(**)

Enterococos(Nº/100ml) 0 0 0 41 0 100 - 100(*) 200(*) 180(**)

A Figura 20 mostra uma comparação dos valores de BC e BCT medidos à superfície com a

legislação aplicada para uso de águas balneares (Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto). Os

resultados obtidos à superfície mostram que as medidas em todos os pontos à superfície estão

abaixo do valor máximo recomendável (VMR) e admissível (VMA).

1

10

100

1000

10000

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3 EMAO#4 EMAO#5

Bact. Coli. [Nº/100mL]

Bac. Coliformes vs legislação uso balnear (Decreto-Lei Nº236/98)

VMA

1

10

100

1000

10000

EMAO#1 EMAO#2 EMAO#3 EMAO#4 EMAO#5

Bact. Coli. Term. [Nº/100mL]

Bac. Coliformes Termotolerantes vs legislação uso balnear (Decreto-Lei Nº236/98)

VMA

Figura 20. Comparação dos valores Bactérias Coliformes e Bactérias Coliformes Termotolerantes medidos à superfície nos pontos EMAO#1 a EMAO #5 de acordo com o Anexo XV do Decreto-Lei nº. 236/98, de 1 de Agosto.

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 32

4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sobre os Rios Afluentes

Os resultados obtidos na campanha de Outubro de 2009 mostram que o Rio da Cal apresenta

condições mais deterioradas de qualidade da água em relação aos parâmetros condutividade,

amónia, fósforo e fosfato, com a Classe a variar entre C (qualidade da água “razoável”) para o

primeiro, D (“má” qualidade da água) para os dois segundos e E (“muito má” qualidade da

agua) para o último. Em Novembro de 2009 a qualidade da água apresenta-se mais deteriorada

em relação aos parâmetros amónia, fosfatos, fósforo e sólidos suspensos totais, os quais lhe

conferem a Classe E (“muito má” qualidade da agua).

No caso dos Rios Arnóia/Real os resultados obtidos em Outubro de 2009 apontam para

contaminação por fosfatos, fósforo e sólidos suspensos totais (Classe E), variando os restantes

parâmetros entre qualidade “excelente” e “boa”. Em Novembro de 2009 a qualidade da água

apresentou condições mais deterioradas em relação aos fosfatos (Classe E) e apresentou uma

qualidade da água “razoável” em relação a todos os outros parâmetros com excepção do pH,

sólidos suspensos totais e saturação do oxigénio dissolvido.

A Vala do Bom Sucesso apenas apresentou condições mais deterioradas em relação ao fósforo

(Classe C) e sólidos suspensos totais (Classe E) na campanha de Outubro de 2009, e sólidos

suspensos totais (Classe C) na campanha de Novembro de 2009. No caso do fósforo, pensa-

se que este resultado seja reflexo dos nutrientes trazidos devido às escorrências dos campos

agrícolas, uma vez que até à data este curso de água não apresentou índices elevados de

fósforo. Os restantes parâmetros indicam águas praticamente isentas de poluição e com

qualidade equivalente às condições naturais.

Sobre a Lagoa

Os resultados obtidos na Lagoa de Óbidos nesta campanha de Outono revelaram que a

entrada de água doce pode influenciar grandemente a qualidade da água da lagoa. A maior ou

menor influência da água doce está fortemente dependente das chuvas. A presente campanha

foi realizada depois de um período intenso de chuvas o que provocou um aumento de caudal

nos rios afluentes e, por conseguinte, dos níveis de nutrientes na lagoa. Tipicamente pode-se

relacionar estes valores excepcionalmente elevados, aos processos de lixiviação dos solos

agrícolas na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos. Esta evidência foi já verificada em

campanhas anteriores nomeadamente na Primavera de 2008 (campanha de Abril). Em

particular, foi na estação AO#3 que se registaram valores mais baixos de salinidade e mais

elevados de turbidez e sólidos em suspensão, indiciando a influência da descarga dos Rios

Arnóia/Real. Outros parâmetros apontaram também para a influência da água doce na

qualidade da água da Lagoa, tais como: os nitratos, nitritos e azoto orgânico. De facto, os

níveis destes nutrientes foram mais elevados, embora dentro de gamas registadas em períodos

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Relatório de campanha: Outubro e Novembro de 2009

IST/IPIMAR 33

de precipitação. Ademais, os níveis de metais dissolvidos foram também mais elevados na

estação AO#3 apontando para a possibilidade de os Rios Arnóia/Real representarem uma

fonte externa de metais. Esta hipótese é apoiada pelos metais associados às partículas em

suspensão. Os níveis de alumínio e ferro nas partículas indicam a entrada de partículas finas na

lagoa de Óbidos, em particular na zona da estação AO#3. Estas partículas apresentaram

também um enriquecimento noutros metais minoritários, designadamente zinco, cobre e

níquel.

Sobre a Zona Costeira

Na zona costeira, onde descarrega o emissário submarino da Foz do Arelho, não foi

identificada nenhuma diferença significativa entre pontos de amostragem nos parâmetros

maioritariamente amostrados. Quanto à pluma originada pelo emissário submarino da Foz do

Arelho, não foi denotada a sua presença.

Em termos legais, verificou-se que os valores de nitrato e Clorofila-a foram inferiores aos

valores recomendados pela legislação aplicada a águas sujeitas a descargas de efluentes

domésticos/industriais. No caso dos parâmetros microbiológicos, os valores foram inferiores

aos valores admissíveis (VMA) e recomendáveis (VMR) para o uso de águas balneares.

Os resultados obtidos até à data demonstram mais uma vez que, o emissário submarino da

Foz do Arelho está a descarregar de acordo com as exigências legais impostas, não havendo

evidências de impactes ambientais decorrentes da respectiva entrada em funcionamento na

produção primária nem na qualidade das águas balneares.

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ANEXO

Tabelas de parâmetros de acordo com a classificação do INAG

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Tabela I. Classes de Classificação da Qualidade da Água.

Classe Nível de Qualidade

A – Excelente Águas com qualidade equivalente às condições naturais, aptas a satisfazer potencialmente as utilizações mais exigentes em termos de qualidade.

B – Boa Águas com qualidade ligeiramente inferior à classe A, mas podendo também satisfazer potencialmente todas as utilizações.

C – Razoável

Águas com qualidade "aceitável", suficiente para irrigação, para usos industriais e produção de água potável após tratamento rigoroso. Permite a existência de vida piscícola (espécies menos exigentes) mas com reprodução aleatória; apta para recreio sem contacto directo.

D – Má Águas com qualidade "medíocre", apenas potencialmente aptas para irrigação, arrefecimento e navegação. A vida piscícola pode subsistir, mas de forma aleatória.

E – Muito Má Águas extremamente poluídas e inadequadas para a maioria dos usos.

Tabela II. Tabela de classificação por parâmetro.

Parâmetro

A B C D E

Excelente Boa Razoável Má Muito Má

Min Max Min Max Min Max Min Max

Arsénio (mgAs/l) - 0.01 - 0.05 - - - 0.1 0.1

Azoto Amoniacal (mgNH4/l) - 0.5 - 1.5 - 2.5 - 4 > 4

Azoto Kjeldahl (mgN/l) - 0.5 - 1.0 - 2 - 3 >3

Cádmio (mgCd/l) - 0.001 - 0.005 - 0.005 - >0.005

Carência Bioquímica de Oxigénio (mgO2/l) - 3 - 5 - 8 - 20 >20

Carência Química de Oxigénio (mgO2/l) - 10 - 20 - 40 - 80 >80

Chumbo (mgPb/l) - 0.05 - - - 0.1 - 0.1 >0.1

Cianetos (mgCN/l) - 0.05 - - - 0.08 - 0.08 >0.08

Cobre (mgCu/l) - 0.05 - 0.2 - 0.5 - 1 >1

Coliformes fecais (/100ml) - 20 - 2000 - 20000 - >20000

Coliformes totais (/100ml) - 50 - 5000 - 50000 - >50000

Condutividade (µS/cm, 20ºC) - 750 - 1000 - 1500 - 3000 >3000

Crómio (mgCr/l) - 0.05 - - - 0.08 - 0.08 >0.08

Estreptococos fecais (/100 ml) - 20 - 2000 - 20000 - >20000

Fenóis (mgC6H5OH) - 0.001 - 0.005 - 0.01 - 0.1 >0.1

Ferro (mgFe/l) - 0.5 - 1 - 1.5 - 2 >2

Fosfatos (mgP2O5/l) - 0.4 - 0.54 - 0.94 - 1 >1

Fósforo P (mgP/l) - 0.2 - 0.25 - 0.4 - 0.5 >0.5

Manganês (mgMn/l) - 0.1 - 0.25 - 0.5 - 1 >1

Mercúrio (mgHg/l) - 0.0005 - - - 0.001 - 0.001 >0.001

Nitratos (mgNO3/l) - 5 - 25 - 50 - 80 >80

Oxidabilidade - 3 - 5 - 10 - 25 >25

Oxigénio Dissolvido (sat.) (% sat. O2) 90 - 70 - 50 - 30 - <30

pH (Escala Sorensen) 6.5 8.5 5.5 9 5 10 4.5 11 >11

Selénio (mgSe/l) - 0.01 - - - 0.05 - 0.05 >0.05

Sólidos Suspensos Totais (mg/l) - 25 - 30 - 40 - 80 >80

Substâncias Tensioactivas (mg/l) (sulfato de lauril e sódio)

- 0.2 - - - 0.5 - 0.5 >0.5

Zinco (mgZn/l) - 0.3 - 1 - 3 - 5 >5

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