Renascimento

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José Miguel

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José Miguel Gaspareto

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Renascimento

Movimento cultural e artístico que rompeu com o padrão de pensamento vigente no mundo medieval, introduzindo a cultura laica (não religiosa).

Foi um período marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade

Média e o início da Idade Moderna.

O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se desenvolveu entre 1300 e 1650.

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Transformações

Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura,sociedade,economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.

Da Vinci – Maior nome do renascimento. Pintor, escultor, urbanista, engenheiro, músico, físico, botânico,anatomista...

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Contexto Histórico

Aumento populacional Expansão das cidades Surgimento das

universidades

O fortalecimento da economia monetária e o surgimento da burguesia. Surgimento das rotas de

comércio, interligando o continente europeu.

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Principais Características do Renascimento

Individualismo Racionalismo Naturalismo Humanismo Cientificismo Empirismo Experimentalismo Inspiração na cultura

clássica

Antropocentrismo - resgate da dimensão humana em todos os seus aspectos, “ o Homem como medida de todas as coisas”.

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Onde ocorre:

A Itália ficou conhecida como o

berço do Renascimento. 

Porém, este movimento cultural não se limitou

à Península Itálica, espalhou-se para

outros países europeus como, por exemplo,Inglaterra,

Espanha,Portugal, França e Países

Baixos.

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A Arquitetura Renascentista

Deixou de ser dependente das possibilidades técnicas, mas foi baseada em princípios estéticos, conceitos abstratos como simetria e proporção e sobre a utilização de uma linguagem regulada por regras:o sistema das ordens

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque.

Perspectiva

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O Sistema das Ordens

A arquitetura na Renascença foi caracterizada pela tomada da arte da antiguidade.

Colunas, capitéis,

entablamento, cúpulas e todos os ornamentos formaram o novo vocabulário do estilo renascentista.

As ordens são, ao mesmo tempo um sistema de proporção e de decoração, foram a estrutura básica da nova linguagem.

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Estruturação Não se preocupava com

a estrutura do edifício. Uma arquitetura muito mais “desenhada” do que “construída”. Abandono das pesquisas estruturais.

Preferência pelas abóbadas de berço e de arestas ao invés das de cruzaria ogival. O uso absoluto do arco pleno. Enfim uma simplificação drástica de todos os aspectos construtivos.

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Os palácios, nos inícios do renascimento, constituíam uma edificação intermediária entre a fortaleza e a casa senhorial. Era a moradia urbana dos nobres ou dos mercadores.

Tipologias

A villa nada mais era senão uma adaptação da velha domus romana. Com sua loggia(galeria) e seus amplos terraços, situa-se no centro de um imenso jardim. Era a residência fora da cidade dos nobres e dos ricos.

Durante a renascença dois tipos de construção destacaram-se na Itália: o palazzo ou palácio, e a villa.

Villa Medicea di Poggio a Caiano  Palazzo Rucellai, Florença

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Os Palácios Para atender as

premissas filosóficas do novo estilo a solução encontrada no que diz respeito aos palácios foi a de construir quatro corpos em torno de um pátio central.

As fachadas internas eram constituídas de uma ou mais séries de arcadas, apoiadas nas correspondentes séries de colunas: ou então, transformando a “loggia” superior numa galeria. Em geral, os pisos eram separados por um entablamento, correspondente à ordem das colunas que separava um andar do outro; e uma série de pilastras planas correspondia, nos andares superiores, às colunas do pórtico.

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O Interior do Palácio

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Fachadas externas Para as

fachadas externas dos

palácios o Renascimento

desenvolveu três esquemas

diferentes numa ordem

sucessiva de tempo:

O primeiro teve sua maior expressão no século XV: Trata-se da fachada com almofadados, um revestimento de pedra grosseiramente esquadriadas, interrompido apenas pelas janelas e por uma estreita cornija ornamentada que separa os andares. Esta irregularidade diminui de andar para andar.

Palazzo Strozzi –Florenca (1538 por Giuliano da Sangallo/Baccio d'Agnolo)

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Segundo modelo

Um segundo tipo, de ordens sobrepostas surge logo em seguida. Tendo sido usado pela primeira vez por Alberti.

Tratava-se de uma fachada também com almofadados, mas em que as janelas eram separadas por outras tantas pilastras planas, onde cada piso corresponde a uma determinada ordem: no andar térreo, a ordem toscana, no pavimento principal, a jônica; e no superior, a coríntia, onde cada entablamento corresponde à ordem imediatamente inferior à sua posição

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Terceiro modelo Um terceiro e mais

requintado surge bem mais tarde, já no século XVI, como podemos ver no Palácio Farnese de Antonio Sangallo e Miguel Ângelo.

Tratava-se de um edifício menos “ritmado” do que os de Alberti e no qual os vários pisos eram indicados apenas por uma faixa ornamentada- uma arquitrave contínua- e rematados por uma enorme cornija. As ordens se apresentavam sobrepostas apenas nas janelas dos diversos andares, constituindo um pequeno edifício independente,completado por cornijas e tímpanos. Das três soluções, esta é a mais requintada.

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As Igrejas

Apesar de racional e antropocêntrica, a arte renascentista continuou cristã, porém as novas igrejas adotaram um novo estilo, caracterizado pela funcionalidade e portanto pela racionalidade, representada pelo plano centralizado, ou a cruz grega.

Santa Maria da Consolacao Todi- Italia

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Igrejas É valido dizer que a

maioria das igrejas renascentistas foi planejada segundo as linhas de um teatro, com o objetivo de permitir que um maior número de fiéis vejam o "palco", ou seja, o altar-mor. O novo tipo de igreja, inspirado nos templos pagãos, era ideal para levar a religião às massas.

Em 1530 o estilo renascentista se transformara em algo totalmente novo, baseado nos princípios clássicos. Ao contrário da bizantina, românica e gótica, não tinha interesse estruturais, buscando mais um sistema decorativo.

Santa Maria Novella - Alberti

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As Villas Uma nova residência, a Villa, foi

uma invencao do renascimento italiano, em resposta ao desejo de viver no campo Os primeiros exemplos, as moradias de Cosme I de'Medici, Cafaggiolo e Careggi, desenhado por Michelozzo, eram pequenos castelos ou casas senhoriais vestidas uma Fortaleza.

Logo os arquitectos foram tentados a experimentar o plano centralizado em habitações deste tipo. Giuliano da Sangallo projetando um quadrado, quase centralizado:villa at Poggio a Caiano para Lorenzo o magnífico, Giuliano da Maiano projetando a villa Pogio Reale para o rei de Nápoles, com um pátio quadrangular e pequenos pavilhões em cada canto.

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Principais Arquitetos

No renascimento os artistas passam a ter convívio na corte. Os mais cultos, mais influentes e mais respeitados são os arquitetos. Estes participam das definições do poder na cidade,participam de projetos que expressam as determinações do príncipe na concepção a partir do estudo sistemático do artista.

Na Arquitetura os nomes de maior destaque foram:Brunelleschi,Alberti,Bramante, Michelangelo e Palladio.

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Brunelleschi Filippo Brunelleschi (1377

- 1446) É um exemplo de artista

completo renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Restabeleceu na prática o conceito de ponto de fuga, e a relação entre a distância e a redução no tamanho dos objetos.

Embora tenha se destacado em uma série de obras importantes, o trabalho que lhe deu maior projeção foi a cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiori (Santa Maria das Flores), em Florença.

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Leon Battista Alberti  (1404 – 1472)Alberti

Foi pintor, compositor, poeta e filósofo, mas ficou mais conhecido como “arquiteto” e autor da primeira análise científica da perspectiva: o "De Re Aedificatoria“Até cerca dos 40 anos passou a maior parte do tempo estudando as civilizações antigas da Grécia e Roma, tornando-se famoso como humanista e latinista erudito. Entre seus trabalhos de arquitetura propriamente dita, sobressaíram a Igreja de San Francesco em Rimini (1447), Santa Maria Novella e as igrejas de Sant'Andrea e de San Sebastiano, em Mântua (1470), entre vários outros projetos.

Santa Maria Novella

San Francesco em Rimini

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Donato Bramante (1444/1514) Na região da Lombardia produz

diversas obras importantes da arquitectura do renascimento, tais como a Igreja de Santa Maria Delle Grazie (1466) ou a Igreja de Santa Maria Presso San Satiro (1497), ambas em Milão. Com a sua ida para Roma, a sua obra sofre uma verdadeira evolução. Tempieto de São Pedro (1502) Em 1503, do projeta um grande conjunto monumental para o Vaticano. Mas, a sua grande obra foi o plano para a reconstrução da Catedral de S. Pedro

Bramante

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Andrea di Petro dalla Gôndola (1508-1580)

Palladio

Sua obra nasce da análise exaustiva de Vitrúvio e dos edifícios remanescentes da antiguidade clássica romana, quando os princípios matemáticos regiam as construções. Nela é visível a constante preocupação com a harmonia do conjunto, simetria, ritmo e unidade.

No requinte de seu desenho os elementos funcionais, estruturais

e ornamentais se combinam entre si,

formando um conjunto inegavelmente

harmônico.

Tempieto Bárbaro

Palazzo Chericatti

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PalladioAo longo de sua vida Palladio desenhou mais de 60 obras (palácios, igrejas, pontes,intervenções, fachadas). Mas foi como construtor de “villas” (mais de 20) que teve sua maior produção e reconhecimento

Sua obra mais conhecida e estudada é a Vila Almerico Capra – Rotonda- (1566-1571) Corresponde rigorosamente às teorias fundamentais de Palladio: simetria absoluta na disposição, desde os quatro pórticos iguais que constituem eixos com o mesmo motivo decorativo, até a sóbria linearidade.

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Tratados & Teóricos A concepção científica do período

renascentista e sua linguagem humanística criou, através de teóricos arquitetos, o que hoje denominamos:

“Princípios Arquitetônicos do Renascimento”.

Ao longo do Renascimento, estes princípios tomaram mais força, tendo sido aplicados por outros teóricos arquitetos como Filarete, Giorgio Martini, Vignola, Serlio,Vasari e Palladio.

O primeiro teórico que defendeu a ideia da fundamentação destes princípios foi Leon Battista Alberti.

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Alberti Leon Battista Alberti  (1404 – 1472) Considerado o maior teórico da

Renascença. Era além de arquiteto; escritor, pintor e escultor. Escreveu Tratados sobre todas as áreas em que atuou, propondo que os artistas buscassem no estudo científico, na história e na matemática, fundamentos para o seu trabalho.

Escreveu o primeiro manual sistematizado de perspectiva, apresentando aos escultores normas de proporções humanas ideais. Alberti teve como objetivo principal, criar um método de concepção que permitisse a construção, não a reprodução, criando uma nova linguagem na arquitetura.

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De Re Aedificatoria O tratado de Alberti De Re Aedificatoria –( manuscrito 1452) ainda que usando exaustivamente Vitrúvio, é uma obra

importante e original, que estabelece princípios da arquitetura à luz da filosofia pessoal do autor e da sua análise de edifícios romanos. Influenciou profundamente toda a teoria italiana subsequente.

É de Alberti uma a mais conhecida definição de beleza em arquitetura: para Alberti a beleza consiste numa integração racional das proporções de todas as partes de um edifício, de tal maneira que cada parte tenha um tamanho e uma forma absolutamente fixa, sem que nada a ela possa se agregar ou retirar sem destruir a harmonia do todo.

Tratado de Vitruvio, publicação de 1526, com o título Medidas do Romano, impressa em Toledo.

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Palladio AndreaPalladio  (1508 – 1580)

Sem dúvida o grande legado teórico de Palladio foi a sua publicação de 1570:

I Quattro Libri dell’ Architettura, um verdadeiro Tratado de Arquitetura, com linguagem clara e concisa e rico em ilustrações. Em análise profunda aborda temas como as ordens arquitetônicas, a, arquitetura e engenharia urbana,os templos romanos e sua própria obra.

Palladio adaptou a definição de beleza de Alberti: A beleza resulta da forma bela e da correspondência do todo com as partes, das partes entre si e destas com o todo, de modo que todas as construções pareçam constituir um corpo inteiro e completo, em que cada membro concorda com o outro e todos resultam necessários para a perfeição do edifício.

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Outros Teóricos Antonio di Pietro Averlino, o

Filarete (1400-1469) Era além de escultor e

escritor, arquiteto. De 1461 a 1464 escreveu seu“Trattato di Architettura”, no qual incluiu uma visão do que seria a primeira cidade planejada de épocas modernas.

Filarete, Trattato d’architettura,fragmento de la pag. 82

Francesco di Giorgio Martini (1439-1501)Foi um pintor italiano da Escola Sienesa. Foi também escultor, arquiteto, teórico e engenheiro de mais de setenta fortificações militares para o Duque de Urbino.Publicou um tratado chamado Trattato di architettura, ingegneria e arte militare, em 1482. Foi também o arquiteto responsável pelos trabalhos na Catedral de Siena. Usou as seguintes duas imagens para capturar a ideia do Homem de Vitruviano em sua edição

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Giacomo Barozzi da Vignola (1507 – 1573)Discípulo, porém mais refinado e erudito do que Serlio escreveu “Regola delli Cinque Ordini d’Architectura” -1562 – Conjunto de excelentes gravuras em metal, de versões das cinco ordens, baseadas em exemplos romanos e com referências a Vitrúvio.

Sebastiano Serlio (1475 -1552)Publicou 6 livros de arquitetura abundantemente ilustrados. Tornou-se autoridade padrão para a arquitetura e a mais popular fonte de modelos em toda a Europa, em fins do século XVI e XVII, sua versão das cinco ordens estão na raiz da divulgação da linguagem clássica fora da Itália, somente superada pelas versões de Palladio e Vignola.

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Cidades• Não existe uma cidade

renascentista. Existem cidades medievais (Siena) e cidades barrocas(Roma).

• As cidades dos séculos XIII e XIV são centros ativos de artesãos e mercadores, densos núcleos de habitações e oficinas. Não tendo papel político importante, seu aparato militar resume-se ao círculo das fortificações.

No fim do século XVI, seu aspecto é outro. A cidade é um ativo núcleo de forças em contraste. A cidade é um núcleo de força em um sistema mais amplo e de um jogo de interesses mais complexo. Há um poder real (famílias) acima de um poder municipal.

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A Cidade Renascentista

Porém, os governos renascentistas não têm estabilidade política e os meios financeiros suficientes para realizar programas longos e comprometidos.

Deste modo, a arquitetura da Renascença realiza seu ideal de proporção e de regularidade em alguns edifícios isolados, e não está em condição de fundar ou transformar uma cidade inteira.

Em toda a centralidade adquirida pelo homem na natureza, a cidade também devia se tornar sob medida para o homem e encerrar em si as qualidades de beleza e funcionalidade.

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A Cidade (real)Renascentista

Uma vez estabelecidas, as cidades eram capazes de manter suas posições por meio de suas políticas econômicas. As cidades geralmente controlavam o campo em torno delas, seu contado, e podiam, à custa do campo, impor uma política de comida barata para seus habitantes.

As cidades se desenvolveram em resposta à demanda de outros lugares, seja o interior imediato, sejam áreas mais distantes, porque elas prestavam serviços a esses outros lugares.

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A Cidade (real)RenascentistaNos séculos XV e XVI, a Itália era uma das sociedades mais urbanas da Europa. Em 1550, cerca de 40 cidades italianas tinham população superior a dez mil habitantes. Dessas cerca de dezenove tinham população de 25 mil ou mais, como:Nápoles ............................ 210.000Veneza ............................ 160.000Milão .....................................70.000Palermo .............................. .70.000Bolonha .............................. 60.000Florença .............................. 60.000

No resto da Europa, de Lisboa a Moscou, não havia provavelmente mais do que vinte cidades desse tamanho.

O fato de as cidades serem maiores e mais numerosas na Itália do que em outras partes explica em grande parte a importância da estrutura social das diferentes “classes médias”, como artesãos, comerciantes e advogados.

Page 36: Renascimento

A Cidade (real) RenascentistaNo caso da Europa pré-industrial, é útil distinguir três tipos de serviços e três tipos de cidades:

Gênova - Seu papel no comércio de grãos e madeira envolvia relações comerciais com a França, Espanha e América do Norte, tinha no fabrico da seda o responsável por sua maior reputação internacional

Veneza era provavelmente a maior cidade mercante do mundo e exportava bens no valor de dez milhões de ducados por ano.

CIDADE COMERCIAL: Geralmente um porto, como Veneza e sua Rival, Gênova.

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A Cidade (real) Renascentista

CIDADE ARTESÃ-INDUSTRIAL :

Como Milão ou Florença.

Florença era uma cidade industrial por excellence, e o tecido, sua principal indústria. Também era famosa pelo seu vidro, navios e a partir de 1490 por sua indústria de impressão.

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A Cidade (real) RenascentistaCIDADE DE SERVIÇO:

Um dos serviços mais lucrativos era o financeiro. Do século XIV ao XVI, os italianos dominaram o movimento bancário europeu. Capitais ofereciam outros tipos de serviços: Nápoles e Roma , por exemplo, que eram cidades de funcionários e centros de poder.Roma – o mercado era os Estados Papais, mas para algumas funções era a totalidade do mundo católico. Roma era uma “loja de religião”. Suas exportações invisíveis incluíam indulgências e dispensas. Esse vasto negócio exigia gerenciamento, e um importante papel era desempenhado pelos banqueiros papais, desde os Médici até Agostino Chigi de Siena.

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De fato, as idéias dos arquitetos e humanistas, sem força para alterar uma realidade cotidiana, foram relegadas aos livros e, na melhor (ou pior) das hipóteses,seus conhecimentos de geometria utilizados para o desenvolvimento da arquitetura militar, que alterou apenas as fortificações das cidades, mantendo intacto o tecido medieval.

A Cidade (ideal) Renascentista

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Também existiram obras que estavam diretamente ligadas ao desejo dos autores em glorificar os seus patronos, o que diminui em muito o caráter “revolucionário” das idéias, na verdade fruto da bajulação e do servilismo, como, por exemplo, a obra de Antonio Averlino, chamado Filareto,ora dedicada a Francesco Sforza , ora a Piero de Médici.

A Cidade (ideal) Renascentista

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A Cidade (ideal) Renascentista

Muitos foram os projetos de cidades ideais concebidos com este propósito, mas na prática poucos foram concretizados efetivamente.

Oito torres colocam-se como bastiões nos pontos salientes da estrela, e oito portas eram a saída de avenidas radiais, a cada uma das quais passava por uma praça de mercado.

Em seu tratado de 1427 Filarete propunha o desenho de uma cidade ideal, denominada Sforzinda.

A cidade, que ele comparava com um corpo humano ideal, se inscrevia dentro de uma estrela de oito pontas de muros inscritos dentro de um perfeito fosso circular.

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Palmanova Das aplicações práticas das

ideias urbanísticas do Renascimento vale lembrar a cidade de Palmanova, construída em 1593 na então República de Veneza e que realmente materializa a ideia das cidades estreladas e poligonais do Renascimento, mas sua função principal foi defensiva e não a criação de uma utopia urbana.

Tendo seu plano atribuído a Vicenzo Scamozi, Palma Nova apresenta como formato um polígono de nove lados, com traçado regular, tendo suas principais ruas partindo de uma grande praça central, em direção a pontos determinados junto às muralhas, sendo três delas a continuação das vias de acesso.

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Essa configuração resulta, em um modelo harmonioso graças a uma complexa disposição de ruas radiais, três anéis concêntricos, doze ruas radiais adicionais e de seis pequenas praças secundárias situadas no interior das quadras.

Palma Nova conseguiu chegar até os dias atuais conservando seu traçado original, seu contorno fortificado e seus principais edifícios, sem que tais elementos tenham sido descaracterizados por desenvolvimentos posteriores.

Palmanova

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Pienza Tendo como provável projetista Bernardo

Rosselino, o Papa Pio II constrói no burgo nativo de Corsiganoi, entre 1459 e 1462, o Palácio Picolomini, a catedral, o palácio público e o palácio do Cardeal Bórgia. Ao redor deste centro monumental inserem-se outros edifícios secundários: os cardeais erigem seus palacetes; o papa manda construir um bloco de casas enfileiradas; atrás do palácio público abre-se uma praça menor.

Assim, toda a pequena cidade é organizada, de modo hierárquico, em torno da igreja e do palácio papal. Os edifícios pequenos se distinguem pela maior regularidade arquitetônica, esta regularidade diminui nos edifícios secundários.Desta maneira, a combinação entre o antigo e o novo resulta unitária: a nova cultura respeita o ambiente tradicional e o corrige.

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Almeida - Portugal

Vista aérea de Almeida, próxima à fronteira com a Espanha. O sistema defensivo é do século XVI, mas a estrutura morfológica é a mesma do período medieval (século XIII).

Vista do ar, a vila de Almeida, classificada como Aldeia histórica, parece uma estrela de 12 pontas, tantas quantos os baluartes e revelins que rodeiam um espaço com um perímetro de 2500 metros. Esta notável praça-forte foi edificada nos sécs. XVII-XVIII, em redor de um castelo medieval, num local importantíssimo como ponto de defesa estratégico da região.

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Referências• SUMMERSON, John. A linguagem clássica da

arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2006• VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 1, n.

1 - janeiro a junho de 2008 • WITTKOWER, Rudolf. La Arquitectura em la edad del

Humanismo • BENÉVOLO, Leonardo -A História da Cidade• NEVES, André Lemoine. Território O pensamento sobre

a cidade no Renascimenrto e seus reflexos em Portugal – séculos XV-XVII. Humanae, v.1, n.3, p.27-43, Dez.. 2009.

• JESTAZ, Bertrnand.Architecture of The Renaissance:from Brunelleschi to Palladio. New York:Harry N. Abrams, INC.,Publishers ,1996

• www.arelíquia.com.br• www.historiadaarte.com.br• www.bhpbrasil.spaces.live.com • www.pitoresco.com

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Faculdade de Arquitetura e UrbanismoTeoria & História III

Monitor : José Miguel Gaspareto Professora: Nara Helena N. Machado

10 / Agosto / 2010