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RENNER RICARDO VIRGULINO RODRIGUES GRADUANDO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
UPE/CAMPUS GARANHUNS BOLSISTA UPE/CNPq 2013-2014
MARIA BETÂNIA MOREIRA AMADOR PROF.ª ADJUNTA DA UPE/CAMPUS GARANHUNS
A ANÁLISE DO VERDE ARBÓREO NO ESPAÇO ESCOLAR MUNICIPAL
COM DESTAQUE PARA A JUREMAPRETA (MIMOSA TENUIFLORA)
INTRODUÇÃO
O verde em ambientes rurais ainda se encontra pouco estudado em trabalhos
acadêmicos. Talvez, um dos fatores seria a falta de interesse das questões pertinentes ao
estudo da paisagem rural, bem como os relativos aos elementos que a compõem. A
existência do verde arbóreo em determinadas localidades, principalmente em espaços
escolares pode trazer amplos benefícios, como exemplo pode-se citar a beleza estética e
a sombra, além de outros fatores que levam a importância de se estudar a questão
arbórea no contexto tanto da paisagem rural, quanto elemento a ser tratado no contexto
da educação ambiental visando a valorização do verde, principalmente da flora nativa
como é o caso da Jurema Preta(Mimosa tenuiflora).
Sendo a Paisagem uma das categorias de análise da Geografia optou-se pela
análise do verde arbóreo presente em ambientes escolares da zona rural através da
percepção de pessoas que convivem nesses lugares em seu cotidiano, especificamente
os alunos.Dentro das considerações sobre os conceitos de Paisagem surge o tema
paisagem rural que para Galvão e Vareta (2010) pode ser compreendida como “uma
construção social condicionada pelas condições naturais, mas continuamente
transformada pela atividade humana: a agricultura, silvicultura, urbanização, etc.”
(GALVÃO; VARETA, 2010, p. 66). No caso de São João-PE, essas transformações
podem ser observadas claramente onde a paisagem vem sendo, ao longo dos anos,
alterada para a produção agrícola, já que o município é atualmente um dos maiores
produtores de feijão de Pernambuco.
Para entender os processos da ação antrópica na paisagem rural é necessário ter
por base o conhecimento e a percepção. Segundo Freitas (2003, p.1)o “conhecimento e
a percepção da paisagem rural como meio para compreender a fisionomia e as
modificações do ambiente em decorrência dos movimentos dos seres humanos no
âmbito de sua atuação [...]” pode ser um recurso para se entender a situação. A
percepção,por sua vez, aborda as relações afetivas dos alunos com o lugar onde se tem
os processos educativos, no caso o ambiente escolar tendo Yi-fu Tuan (1980) como
referência.
Diante disso, esse trabalho tem por finalidade analisar o verde arbóreo no espaço
escolar municipal dando-sedestaque para a Jurema Preta (Mimosa tenuiflora), espécie
nativa da região e que é encontrada facilmente pelos moradores do município de São
João no Agreste Pernambucano. No caso específico dos alunos das escolas rurais
percebeu-se, através de conversas informais, que os mesmos apresentam pouco
conhecimento a respeito da árvore e não a apreciam como elemento importante para a
composição e conservação da paisagem local, principalmente por ser abundante na
região, logo algo considerado sem valor ambiental e, geralmente, desprezado.Porém,
sabe-se pela literatura e pela prática cotidiana que a mesma é de muita utilidade, além
de proporcionar valor econômico para agricultores da região que a utilizam de várias
maneiras. Assim, admite-se que, em termos de educação ambiental poderia ser um
recurso a favor da preservação da flora local.
No âmbito metodológico, fez-se opção por uma escola para observação in loco
do espaço geográfico a qual está inserida. A referida escola apresenta,
aproximadamente, 590 alunos. Destes, amostrou-se127 alunos divididos em quatro
turmas do Ensino Fundamental II para aplicação de questionários, alémde conversas
informais com os mesmos.
Tambémse verificou ser necessário um trabalho nessa escola para a
disseminação de conhecimentos relacionados ao verde rural na paisagem agreste de
Pernambuco, e especificamente em São João, para os alunos dos anos finais do Ensino
Fundamental, já que os mesmos conhecem previamente a Jurema enquanto árvore, mas
poucos sabemem relação à suas utilidades e importância na paisagem rural do município
e do entorno do espaço escolar.
OBJETIVOS
O principal objetivo foi analisar o verde arbóreo existente em ambientes
escolares na perspectiva sistêmica no âmbito das questões verdes do Agreste
Pernambucano e da paisagem rural com destaque para a Jurema Preta (Mimosa
tenuiflora). E, para isso, tiveram-se como objetivos específicos os seguintes
pontos:contextualizar a Jurema Preta (Mimosa tenuiflora)presente na paisagem rural do
município de São João-PEe sua relação com o contexto escolar sob o ponto de vista
ambiental;Explorar como os alunos de uma escola municipal de São João-PE percebem
asimediações da escola e sua dinâmica paisagística em relação ao estudo
ambiental;Buscar informações baseadas nos conhecimentos dos alunos do Ensino
Fundamental II (6º ao 9º Ano) sobre a árvore em questão e sua abrangência local no
âmbito do verde em ambientes rurais, no qual se desenvolve o processo educativo.
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido em uma escola rural de ensino fundamental no
município de São João-PE, cuja escolha da instituição se deu devidoa mesma ter a
ocorrência significativa da Jurema Preta (Mimosa tenuiflora) em suas adjacências; As
quatro turmas foram escolhidas de acordo com o ano e turma, no caso a escolha foi das
turmas “A” dos quatro anos do Ensino Fundamental II (6º Ano A; 7º Ano A; 8º Ano A e 9º
Ano A). O total de alunos que participaram da pesquisa foi de 127 com faixa etária entre 11
e 15 anos.
Inicialmente a metodologia consistiu em conversas informais com esses alunos;
obtenção de informações junto ao corpo administrativo, caracterização da escola e dos
alunos; pesquisa bibliográfica dos assuntos abordados,mostrando-se necessário a
abordagem interdisciplinar; e aplicação de questionário com questões fechadas e
abertas.A avaliação dos resultados foi realizada de forma descritiva e, quando possível,
quantitativa. Também ida a campo para observações e registros fotográficos;
RESULTADOS
No decorrer da pesquisa teve-se a preocupação de averiguar a Jurema Preta
predominante na área escolar, bem como o nível de conhecimento e percepção dos
alunos de diferentes faixas etárias em relação a mesma. Buscou-se perceber se esses
alunos costumavam observar em torno da escola a sua dinâmica paisagística. Diante
dessas inquietações teve-se um norte para realização da pesquisa calcada na visão
sistêmica no âmbito das questões verdes da paisagem agreste de Pernambuco.Houve a
preocupação, também, de caracterizar a árvore, o município e a escola em estudo.
Caracterização da árvore de estudo
A árvore em discussão é a Jurema Preta (Mimosa tenuiflora (Willd.). Poiret),
com sinônimo botânico Mimosa hostilis Benth, espécie de porte arbóreo-arbustivo, de
caráter pioneiro, típica e encontrada no bioma Caatinga (exclusivamente brasileiro),
pertence à família Fabaceae, da ordem das Fabales, ocorre com frequência nas regiões
semiáridas do Brasil principalmente encontrada nos estados do Nordeste brasileiro.
Vale ressaltar que a Juremaapresenta vários tipos, entre as quais a Jurema Preta
(Figura 1). Dessa forma, diferencia-se da Jurema Branca (Mimosa verrucosa ou Mimosa
ophtalmocentra Mart. Ex Benth) e da Jurema Vermelha (Mimosa arenosa (Willd.)
Poir).
Figura 1 – Jurema Preta próxima à escola referida cerca de 2 km
Fonte: Renner Rodrigues, 2014.
A Jurema Preta tem várias características do ponto de vista econômico que pode
ser citado seu alto poder calorífico e sua madeira resistente, o que pode render na
produção de carvão de boa qualidade e aceitabilidade por aqueles que fazem uso do
carvão vegetal. De acordo com Vasconcelos Sobrinho (1970, p. 76),
A Mimosa hostilis Benth, Jurema Preta – Leguminosa – é árvore de pequeno porte até 5 metros de altura por 0,20 centímetros de diâmetro; casca escura com acúleos. Madeira muito dura, castanho-escura, geralmente utilizada para carvão em fundições, dado o seu alto poder calorífico. (VASCONCELOS SOBRINHO, 1970, p. 76).
Para Faria (1984, p. 84), em relação à Jurema Preta afirma que “a madeira possui
boa qualidade em função do alto peso específico básico que é de 0,91g/cm³, o que
classifica como excelente madeira para o carvão”. Diante desse contexto, a madeira da
jurema é mais procurada pelos agricultores para a fabricação do carvão e cada saca
custa em média R$ 24,00. A saca utilizada para embalar o produto, no caso o carvão,é a
mesma para ensacar o feijão produzido nas propriedades.
Além do carvão, ela é utilizada para produção de lenha para as casas-de-farinha
e padarias; construção e manutenção de cercas e currais para delimitação das
propriedades no município; alimentação, sombra e abrigo para variadas espécies de
aves, insetos e animais domésticos, a exemplo o gado bovino, ovino e caprino.
(RODRIGUES; AMADOR, 2013).
Caracterização do município de estudo
O município de São João (Figura 2) se encontralocalizado no interior do Estado
de Pernambuco no Nordeste do Brasil. Está situado na Mesorregião do Agreste
Pernambucano (Agreste Meridional); na Microrregião de Garanhuns e enquadrado na
região do Semiárido brasileiro.
Figura 2 – Mapa de localização de São João-PE
Fonte: Renner Rodrigues, 2013.
Os municípios limítrofes são: Jupi e Jucati, ao norte; Palmeirina, ao sul;
Angelim, a leste, e Garanhuns, a oeste. O percurso é feito tanto por estradas asfaltadas
quanto por estradas de barro.
O município se originou em terras pertencentes à fazenda Burgos, de Manuel da
Cruz Vilela. Naquelas terras formou-se o Sítio São João, nome este devido a uma capela
dedicada a São João, que posteriormente tornou-se povoado e, em 1885, figura como
distrito de Garanhuns. Sua emancipação política ocorreu em 25 de novembro de 1958
pela lei nº 3.280. A instalação do município só veio a ocorrer em 1962 devido a
questões políticas.
São João está localizado a uma latitude 08º52’32’’ sul e a uma longitude
36º22’00’ oeste, com altitude de 716 metros. Tem distância de 236 km de Recife,
capital do estado. Seu bioma é a Mata Atlântica e se encontra incluído na unidade
geoambiental das Superfícies Retrabalhadas, com relevo dissecado e vales profundos.
Apresenta vegetação composta por Florestas Subperenefólias e com partes de Florestas
Hipoxerófilas.Em relação à hidrografia o município insere-se nos domínios da bacia
hidrográfica do rio Mundaú e tem como principais afluentes o rio Inhaúma e os riachos
do Papagaio, Volta do Rio, de Dentro, do Tamborim e Mocambo, todos de regime
intermitentes. Ademais, conta ainda com a Barragem da Onça e o Açude Municipal.
De acordo com o PTRP – Plano Territorial de Rede Produtiva do Agreste
Meridional e Central, o clima da região onde São João está situado é o Tropical
Semiúmido – Quente com média maior que 18°C em todos os meses do ano (04 e 05
meses secos). É também encontrado o clima Tropical Semiúmido – Subquente com
média entre 15°C e 18°C em pelo menos 01 mês por ano (04 e 05 meses secos), o que é
caracterizado como microclima – região de Garanhuns. Os tipos de solos predominantes
são o NeossoloRegolítico e o Argissolo Amarelo (PTRP, 2012).
A base econômica do município gira em torno da agropecuária e serviços. Na
produção agrícola, tem-se predominante a cultura do feijão, recebendo o status de maior
produtora de feijão do Estado de Pernambuco. Além do feijão, também, há o cultivo de
milho e mandioca e hortaliças; A pecuária, segundo a ADAGRO - Agência de Defesa e
Fiscalização Agropecuária de Pernambuco, se destaca mais a criação de gado bovino
para corte e leite com 11.803 animais em geral. São comercializados, também, ovinos
(3.266 animais), suínos (1.256 animais) e caprinos com 426 animais com base em dados
pecuários do rebanho atual em São João no período de 01/01/013 à 31/12/2013
(ADAGRO, 2013). Essas criações são negociadas na feira local, as quais ocorrem no
Parque da Feira de Animais de São João e em feiras em municípios vizinhos, a exemplo
de Capoeiras, Garanhuns e Lajedo.
De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em
2010, São João apresentava população absoluta de 21.312 habitantes, com estimativa de
22.162 para 2013. Sua área da unidade territorial é de 258,334 km². Possui densidade
demográfica de 82,50 (hab/km²). (IBGE, 2010).
O verde existente na área rural do município de São João-PEestá cada vez mais
escasso, onde antes era mata nativa atualmente vem sendo tomada seu espaço para a
agropecuária. Certos fatores da escassez do verde em São João estão relacionados com
a falta de conhecimento e de incentivos da própria população que desconhecem os
benefícios do verde em ambientes rurais. Isso reflete desde a insuficiência de
informações na infância e perpassa pela vida adulta.
Caracterização da escola municipal escolhida
A escolaescolhida está localizada no “Sítio Anda Só”, s/n, espaço rural de São
João-PE, distando 6 km da cidade e pertence a rede municipal de ensino.Fundado em
2000, o prédio da atual escola era pertencente à Secretaria de Agricultura e
Desenvolvimento Rural do município, onde funcionava o curso técnico em
Agropecuária e cursos em parceria com outras entidades. Em 2003 o prédio passou a
pertencer a Secretaria de Educação, Cultura e Desportos – SECD, sendo extensão
escolar de outra unidade escolar localizada no espaço urbano do município. Por fim, em
2012 a escola se torna independente, tendo outra denominação em homenagem ao
antigo dono das terras onde está localizada.
Na escola há apenas o Ensino Fundamental. O Fundamental I do 1º ao 5º Ano e
do 6º ao 9º Ano que constitui o Ensino Fundamental II. Há, também, o projeto
“Acelera” e “Se liga” com 23 e 32 alunos, respectivamente funcionando no período
vespertino. O Ensino Fundamental I funciona no período matutino (das 07h00min às
11h30min), o Ensino fundamental IIcom três 6º Anos; dois 7º Anos; um 8º Ano; e dois
9º Anos que funcionam no período vespertino (das 12h30min às 17h00min).Apresenta
um corpo docente de 23 professores divididos nos níveis de Ensino Fundamental I (11
professores) e Fundamental II (12 professores). Dispõe de um corpo discente de 597
matriculados em 2014, dos quais 260 são do Ensino Fundamental I e 337 são do Ensino
Fundamental II.
Nas proximidades da escola existem várias propriedades agrícolas de peque
agricultores familiares, sendo a agricultura e a pecuária as principais fontes de renda da
comunidade. Os produtos incluindo animais
nas cidades vizinhas.
Em relação à análise do verde arbóreo do entorno da escola
afirmar que há a concentração significativa de
portanto, da parte do quadro natural da paisagem daquela localidade.
Figura 3 – Imagem de satélite
A imagem de satélite acima ilustra o contexto espacial da instituição. A linha
amarela indica a área total da escola e as setas verdes indica a predominância de Jurema
Preta nessa área. Atualmente a paisagem desse espaço escolar se encontra alterada pela
ação antrópica preservando apenas poucos pontos da árvore devido
espaço. Em contrapartida, pode
proximidades onde existe a produção agrícola. Isso é frequentemente visto
localidades onde o verde arbóreo vem dando espaço a agropecuária.
Análise de cada turma em relação ao conhecime
Jurema Preta presente nas imediações da escola
da escola existem várias propriedades agrícolas de peque
ricultores familiares, sendo a agricultura e a pecuária as principais fontes de renda da
omunidade. Os produtos incluindo animais são comercializados na própria cidade e
Em relação à análise do verde arbóreo do entorno da escola (Fi
afirmar que há a concentração significativa de juremas por trás dela fazendo parte,
parte do quadro natural da paisagem daquela localidade.
magem de satélite das imediações da escola municipal e a concentração deFonte: Google Earth, 2014.
Adaptação: Renner Rodrigues, 2014.
A imagem de satélite acima ilustra o contexto espacial da instituição. A linha
amarela indica a área total da escola e as setas verdes indica a predominância de Jurema
Preta nessa área. Atualmente a paisagem desse espaço escolar se encontra alterada pela
ção antrópica preservando apenas poucos pontos da árvore devido a inutilidade desse
espaço. Em contrapartida, pode-se observar a pouca e/ou a inexistência de árvores
proximidades onde existe a produção agrícola. Isso é frequentemente visto
calidades onde o verde arbóreo vem dando espaço a agropecuária.
nálise de cada turma em relação ao conhecimento do verde com destaque para
reta presente nas imediações da escola
da escola existem várias propriedades agrícolas de pequenos
ricultores familiares, sendo a agricultura e a pecuária as principais fontes de renda da
são comercializados na própria cidade e
(Figura 3), pode-se
juremas por trás dela fazendo parte,
das imediações da escola municipal e a concentração de Jurema Preta.
A imagem de satélite acima ilustra o contexto espacial da instituição. A linha
amarela indica a área total da escola e as setas verdes indica a predominância de Jurema
Preta nessa área. Atualmente a paisagem desse espaço escolar se encontra alterada pela
a inutilidade desse
inexistência de árvores nas
proximidades onde existe a produção agrícola. Isso é frequentemente visto em outras
nto do verde com destaque para
Os dados coletados foram organizados em uma tabela abordando as quatro
turmas entrevistadas. Segue abaixo a tabela e resultados sobre os conhecimentos acerca
a Jurema Preta:
Turmas entrevistadas
Número de participantes
Faixa etária (anos)
Apresentam conhecimentos sobre
a Jurema Preta
Não conhecem a
Jurema Preta
Já ouviram falar, mas não
conhecem a árvore
6º Ano A 38 10/12 24 4 10 7º Ano A 27 11/13 19 8 - 8º Ano A 37 12/14 23 4 10 9º Ano A 25 13/15 11 7 7
Total 127 - 77 23 27 Tabela 1 – Indicação do número total de participantes e dos que conhecem e não conhecem a Jurema
Preta.
No 6º Ano participaram 38 alunos no total. Foi observado que nessa turma a
maioria apresentou maior conhecimento da árvore e os mesmos apontaram ser muito
usada para lenha e carvão pelos seus familiares. A maioria também afirmou que é de
grande importância a preservação da árvore pela mesma estar presente na natureza. Os
que disseram que já ouviram falar na árvore não sabem identificar a mesma no campo e
tiveram dificuldades em responder às questões. Dos 38 entrevistados, apenas 16 alunos
afirmaram que perceberam a existência da Jurema Preta próximo à escola, isso significa
menos de 50% dos entrevistos.
O 7º Ano “A” foi a turma que apresentou maior conhecimento sobre a árvore,
apenas 2 alunos afirmaram não conhecer. Também apresentaram as utilidades em suas
propriedades colocando a fabricação de carvão, estacas e sombra para o gado como
principais usos.
No 8º Ano “A”,os que responderam que conheciam a árvore citaram que seu uso
é mais para estacas, também citaram carvão, lenha e abrigo para os pássaros. A maioria
afirmou observar ela presente na escola e mostraram ser importante sua preservação
para reduzir os níveis de gás carbônico no ar.
O 9º Ano “A” foi a turma que mais apresentou insuficiência de conhecimentos
acerca da Jurema Preta e suas utilidades. Porém, os 11 alunos que responderam que
conheciam afirmaram que os pais cortam para fazer lenha para casas de farinha, cercas,
carvão e lenha para fogueiras no mês de junho. Tendo estas utilidades como justificativa
para a preservação da árvore, além de todos perceberam a existência nas proximidades
da escola.
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