repertório I - idade média monodia
-
Upload
ze-silveira -
Category
Documents
-
view
10 -
download
6
Transcript of repertório I - idade média monodia
O CANTOCHÃO:
-‐ canto em uníssono -‐ sem acompanhamento -‐ liturgia católica
organizado em 2 livros (principais):
-‐ gradual – cantos da missa (próprio + ordinário) -‐ antifonal – cantos do ofício do dia*
*para ofícios da noite: liber responsoriale
executado por...
-‐ coro -‐ chantre -‐ fieis -‐ sacerdote -‐ meninos do coro (schola cantorum)
formas de execução:
-‐ solística (sacerdote e chantre) -‐ responsorial (alternância solo / coro) -‐ antifonal (alternância 2 coros)
escrito:
-‐ 4 linhas -‐ 2 claves (fá e dó) -‐ 8 modos eclesiásticos (que se indicam antes da peça com um número
romano) -‐ neumas*
*determinam altura do som mas não o ritmo:
-‐ canto silábico: notas isoladas sobre cada sílaba; ritmo segue texto -‐ canto melismático: neumas que representam vários sons
modalidades estilísticas do canto chão:
-‐ accentus: recitação litúrgica sobre determinado tom; cláusulas Melódicas correspondem à configuração do texto*; usado no ofício; quanto mais solene a celebração mais elaboradas são as cláusulas
*exemplos:
• initium: início da frase, subida para a tenor • punctum: fim da frase, descida para finalis • flexa: vírgula • metrum: ponto e vírgula, dois pontos • interrogatio: ponto de interrogação, cantos solenes • mediatio: em vez da flexa ou metrum
-‐ concentus: cantos propriamente ditos, podem ser silábicos ou melismáticos
A MISSA: (latim – “ite missa est” – despedida)
-‐ serviço religioso principal igreja católica -‐ do século V ao século XX* – celebrada em latim
*Concílio Vaticano II (1964 – 69) – reforma da missa, entre outras coisas começa a usar-‐se a língua de cada pais em vez do latim para apelar a maior participação dos fieis na celebração
ESTRUTURA:
-‐ liturgia da palavra:
introitus: canto de entrada kyrie: clamor de piedade glória: canto de louvor oratio: oração sacerdote leituras (epístola e evangelho) – cantadas no serviço solene entre as leituras cantos tropados (gradualle com alleluia, em tempos de jejum e penitência com tractus e sequencia) homilia credo: profissão de fé oratio comunis (orações gerais)
-‐ eucaristia:
offertorium (cântico de oferenda) oratio secreta (oração sobre oferendas prefácio (aclamação do sanctus + consagração do pão e do vinho) pater noster libera nos (preces)
-‐ comunhão:
repartição do pão + agnus dei communio (comunhão dos fieis) seguido do postecommunion (oração posterior do sacerdote) ite missa est demos gracias (resposta fieis) o cantochão faz parte da missa – executado pelo sacerdote, coro (schola cantorum) e assembleia
dois tipos de missa:
-‐ missa cantata (simples) -‐ missa solemnis (festiva; missa solene, episcopal ou pontifical)
CANTOS DA MISSA: (coro e assembleia)
-‐ ordinarium missae (mesmo texto em todas as missas): Kyrie Glória Credo Sanctus Agnus Dei O ordinário é antifonal
-‐ proprium missae (mudam em cada missa de acordo com ano litúrgico) Introitus -‐ antifonal Graduale -‐ responsorial Alleluia -‐ resonsorial Offertorium -‐ antifonal Communio – antifonal
COMPOSIÇÃO:
-‐ tempo de polifonia primitiva – era vulgar compor com base no proprium -‐ composição conjunta do próprio e do ordinário dá origem à missa
completa
-‐ na Idade Média, do ordinário, compõe-‐se apenas partes isoladas -‐ século XIV compõem-‐se ciclos -‐ séculos XV – XVI – composição cíclica das 5 partes do ordinário torna-‐se
uma regra
-‐ canto litúrgico – base e fonte de motivos para composição polifónica da missa nos séculos XV e XVI (cantus firmus
missas segundo estrutura da composição e modelo seguido:
-‐ missa de discante: cantus firmus na voz superior -‐ missa de tenor: cantor firmus no tenor -‐ missa de chanson: cantos firmus é uma canção profana -‐ missa parodia: usa modelo polifónico de motete ou chanson
-‐ em cerca de 1600 com as mudanças estilísticas surge a missa concertante (vozes solistas, baixo contínuo e instrumentos)
-‐ missa cantata – barroca, influenciada pela ópera e oratória, que decompõe partes do ordinário em árias, duetos e coros ...
... dá origem:
-‐ missa orquestral – clássica (Haydn e Mozart) e romântica (Schubert e Bruckner)
Requiem:
No ordinarium da missa dos defuntos faltam o Glória e o Credo
Proprium compreende o gradual, o tractus e a sequencia (dies irae), parte mais desenvolvida das composições polifónicas
O TROPO E A SEQUÊNCIA:
-‐ considerados uma ornamentação especial -‐ surgem período carolíngio (com o impulso de criação de novas obras após
canto litúrgico romano se ter difundido como património Melolico da igreja)
O TROPO:
-‐ complemento ao cantochão -‐ não tem forma fixa – ou se interpola ao cantochão ou surge como um
apêndice formas de tropo:
-‐ aplicação de texto a melismas: o tropo constitui um texto novo que se submete silabicamente a um melisma pré-‐existente no gregoriano. O seu sentido está relacionado com o texto original
-‐ texto novo com melodia nova (ambos se guiam pelo texto e melodia já
existentes)
-‐ interpolação meramente Melódica: interpola-‐se um melisma com fins ornamentais ao cantochão
A SEQUÊNCIA:
-‐ caso particular de tropo: aplicação de texto ao prolongado melisma sobre a última sílaba do aleluia (denominado jubilus, sequentia ou longuíssima melodia)
estrutura da sequencia:
-‐ na sequencia clássica – cantam-‐se dois versículos sobre a mesma melodia alternando para isso dois meios-‐coros; o que origina série de versículos duplus cujas introdução e conclusão constituem um versículo único cantado em conjunto
-‐ sequencias aparalelas – sem versículos duplos, estrutura irregular
-‐ sequencia arcaica de curso duplo: repetição de vários versículos
3 períodos da história da sequencia:
-‐ sequencia clássica: ca. 850 – 1050 em Richenau e Limoges representantes: Notker, Ekkehart, Hermanus Contractus, Berno, Wipo
-‐ sequencia rimada: século XII; adaptação dos pares de versículos em extensão e ritmo, com ritmo em vez de assonância, melodias próprias se sem relação com o aleluia
representantes: Adam de St. Victor
-‐ sequencia estrofica: século XIII – evolução ulterior da sequencia rimada representantes: Tomás de Celano; São Tomás de Aquino
O número de sequencias na Idade Média aumento de tal maneira que o Consílio de Trento estabeleceu apenas 4 sequências para a liturgia oficial romana:
-‐ Victmae paschali laudes, de Wipo de Borgonha – sequencia de Páscoa -‐ Veni Sancte spiritus, de Stepha Langton, de Pentecostes -‐ Lauda Sion, de São Tomás de Aquino, sequencia para festa de corpo de
Deus -‐ Dies Ira, de Tomás de Celano, sequencia de Requiem
Em 1727 acrescenta-‐se uma quinta sequencia:
-‐ Stabat mater, de Jacobe da Todi, para a festa das Sete Dores de Maria