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IDENTIFICAÇÃO DO GRAU DE DISCLOSURE DE SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS QUE COMPÕEM O ÍNDICE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BRASIL BOLSA BALCÃO Elielton Dias Santana Dissertação Mestrado de Contabilidade e Controlo de Gestão Orientador Manuel Castelo Branco

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IDENTIFICAÇÃO DO GRAU DE DISCLOSURE DE SUSTENTABILIDADE DAS EMPRESAS QUE COMPÕEM O ÍNDICE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BRASIL BOLSA BALCÃO

Elielton Dias Santana

Dissertação

Mestrado de Contabilidade e Controlo de Gestão

Orientador

Manuel Castelo Branco

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Agosto/2019

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AgradecimentosAo meu orientador Professor Doutor Manuel Castelo Branco,

pela disponibilidade, paciência e incentivo.

Ao Professor Doutor João Oliveira, por alertar, em diversas oportunidades, sobre minha escrita. Sei que suas críticas construtivas foram a lenha da minha motivação, para vencer mais esse obstáculo nesta trajetória académica.

À Faculdade de Economia do Porto, por me ter proporcionado todas as condições para aprender, mas também pela experiência que tive durante o mestrado ao conviver e partilhar conhecimentos com diversos colegas.

Aos meus pais, por tudo o que me permitiram para singrar o meu caminho e poder chegar a este dia. Recordo as sabias palavras da minha mãe (hoje falecida) “filho, a melhor maneira de ser uma boa pessoa é estudando”, e por isso, sendo o filho mais novo dos 5, fui o primeiro a ter um grau académico, o primeiro a desbravar o mundo do empreendedorismo, e hoje o primeiro a cursar uma Universidade Internacional.

A meu primogênito que está a mais de 7500 km de distância, que compreende meus objetivos em Portugal nestes últimos 2 anos, e também, sua mãe por dar todo seu amor e carinho suprindo assim a falta do amor paterno.

À minha esposa, que me acompanha há mais de 10 anos, vivenciando todos meus desafios e lutas, sejam eles vitória ou derrota, estando sempre a meu lado.

Aos meus irmãos, que sempre foram meus pilares, minha família.

Por fim, a DEUS, agradeço pelas conquistas, oportunidade, sabedoria, perdas, deceção e principalmente pela saúde espiritual.

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ResumoEste estudo investigou o grau de disclosure de sustentabilidade

das empresas que compõem a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Brasil Bolsa Balcão (B3) nos anos de 2016, 2017 e 2018. Nesta pesquisa apresentam-se os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável na linha do tempo, pois, conforme a necessidade de desenvolver um progresso sustentável, os conceitos foram sendo alterados para atender as especificidades de cada época. Faz também parte desta pesquisa a descrição do surgimento da sustentabilidade empresarial e dos índices de sustentabilidade e seus principais objetivos, para que seja possível demonstrar e perceber a evolução da contabilidade social e ambiental como fonte de informações para os stakeholders das empresas. Por fim, analisam-se e comparam-se os dados do disclosure nas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs), Relatórios de Sustentabilidade (RS) e Relatórios Integrados (RI). O método utilizado é a análise de conteúdo. Os principais resultados revelaram que o disclosure monetário é extremamente tímido, pois, 39,29% das empresas não apresentaram nenhum tipo de disclosure monetário. Em contrapartida, os resultados do disclosure declaratório revelam que 100% das empresas tem alto grau de disclosure. 75% das empresas apresentaram full disclosure, é por sua vez, 25% das demais empresas apresentam disclosure acima da metade das categorias pesquisadas. Verificou-se que o baixo grau de informações monetária se dá pela não obrigatoriedade, e também, devido o fato das empresas não serem auditadas, enquanto, o disclosure declaratório as informações que cria valores às organizações. A partir desta análise, confirma-se, ainda, que a contabilidade socioambiental é uma ferramenta imprescindível para o disclosure de sustentabilidade.

Palavras-chaves: Sustentabilidade, contabilidade socioambiental, disclosure, full disclosure

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AbstractThis study investigated the degree of sustainability disclosure

of the companies that compose the Brasil Bolsa Balcão (B3) Corporate Sustainability Index (CSI) portfolio in 2016, 2017 and 2018. This research presents the concepts of sustainability and sustainable development in the timeline, as the need to develop a sustainable progress grew, the concepts were changed to meet the specificities of each era. Also, part of this research is the description of the emergence of corporate sustainability and sustainability indexes and their main objectives, so that it is possible to demonstrate and understand the evolution of social and environmental accounting as a source of information for business stakeholders. Finally, the disclosure data are analyzed and compared in the Standardized Financial Statements (SFSs), Sustainability Reports (SRs) and Integrated Reports (IRs). The method used is content analysis. The main results revealed that monetary disclosure is extremely timid, since 39.29% of the companies did not present any kind of monetary disclosure. In contrast, the results of declaratory disclosure reveal that 100% of companies have a high degree of disclosure. 75% of the companies presented full disclosure, in turn, 25% of the other companies presented disclosure above half of the surveyed categories. It was found that the low degree of monetary information is due to non-mandatory, and, since companies are not audited, while declaratory disclosure to the information that creates value to organizations. From this analysis, it is also confirmed that social and environmental accounting is an essential tool for sustainability disclosure.

Key-words: Sustainability, social and environmental accounting, disclosure, full disclosure

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ÍndiceAgradecimentos.........................................................................II

Resumo.....................................................................................III

Abstract.....................................................................................IV

Índice..........................................................................................V

Índice de Figuras......................................................................VI

Índice de Quadros....................................................................VII

Índice de Abreviaturas...........................................................VIII

Capítulo 1. Introdução................................................................1

Capítulo 2. Revisão da literatura................................................4

2.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável............4

2.2. Sustentabilidade empresarial e os Índices de Sustentabilidade.............................................................................10

2.3. Contabilidade e disclosure socioambiental....................13

Capítulo 3. Metodologia e Investigação...................................17

3.1. Amostra...........................................................................17

3.2. Recolha de dados............................................................20

Capítulo 4. Resultados..............................................................22

Capítulo 5. Considerações finais..............................................33

Referências Bibliográficas........................................................35

Apêndice I.................................................................................41

Apêndice II................................................................................42

Apêndice III..............................................................................43

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Índice de FigurasFigura 1 - Dimensões de Sustentabilidade..........................................5Figura 2 -Relação estabelecida do conceito "Triple bottom line"........5Figura 3 - Linha do tempo - pensamento sustentável..........................7Figura 4 - Os 17 objetivos nas dimensões TBL..................................10Figura 5 - Disclosure Monetário em percentual, número de empresa ao ano.................................................................................................23Figura 6 - Percentual de Disclosure do ISE.......................................24Figura 7 - Grau de disclosure de sustentabilidade por categoria monetária pesquisada ao ano............................................................24Figura 8 - Percentual das empresas com disclosure de sustentabilidade monetário, média da pesquisa................................25Figura 9 - Full Disclosure Declaratório em percentual, número de empresa ao ano..................................................................................29Figura 10 - Grau de disclosure de sustentabilidade por categoria. . .30Figura 11 - Número de empresas com disclosure de sustentabilidade declaratória, média da pesquisa........................................................30Figura 12 - Comparação em número de empresas no disclosure de sustentabilidade monetário vs. declaratória.....................................31

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Índice de QuadrosQuadro 1 - Conceitos de Desenvolvimento Sustentável......................8Quadro 2 - 17 objetivos ODS..............................................................10Quadro 3 - Índice de Sustentabilidade..............................................12Quadro 4 - Evolução do conceito contabilidade ambiental...............13Quadro 5 - Empresas selecionadas para amostra com os setores de atividades...........................................................................................18Quadro 6 - Setor de atividade económica..........................................19Quadro 7 - Categoria de disclosure declaratório...............................21Quadro 8 - Disclosure das informações de sustentabilidade em valor monetário...........................................................................................22Quadro 9 - Mensagens das empresas sobre as categorias e subcategorias.....................................................................................27Quadro 10 Disclosure das informações de sustentabilidade de forma "declaratória".....................................................................................28Quadro 11 - Disclosure de sustentabilidade de toda a amostra por setor de atividade económica............................................................32

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Índice de AbreviaturasBolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA

Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo – BM&FBOVESPA

Brasil, Bolsa, Balcão – B3

Certificados de emissões reduzidos – CER

Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano – CNUMA

Conselho Federal de Contabilidade – CFC

Demonstrações Financeira Padronizadas – DFPs

Desenvolvimento Sustentável – DS

Dow Jones Sustainability Indexes – DJSI

Estado Unidos da América – EUA

Gases de Efeito Estufa – GEE

Global Reporting Initiative – GRI

Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE

Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas – IBASE

Investidores Socialmente Responsáveis – ISR

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL

Norma Brasileira de Contabilidade – NBC

Organizações das Nações Unidas – ONU

Recurso Humano – RH

Responsabilidade Social Corporativa – RSC

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Triple bottom line – TBL

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Capítulo 1. IntroduçãoWeis (2019, p. 15) refere o “forte impulso” ganho pelo

“movimento em favor da responsabilidade socioambiental” nas décadas de 1980 e 1990. A responsabilidade socioambiental encontra-se fortemente associada ao “desenvolvimento sustentável” ou “sustentabilidade”. Nos últimos anos, o tema da “sustentabilidade” despertou o interesse de muitos pesquisadores (Cunha et al., 2019). Tal motivo foi desencadeado pela sensibilidade humana, que começou a identificar a necessidade de agir precisamente contra a degradação ambiental (Vasconcelos & Pimentel, 2018).

As organizações brasileiras são consideradas entre as mais modernas do mundo no âmbito da gestão sustentável (Neumann et al., 2017). Isso ocorre pela influência de consumidores mais conscientes e um Estado mais criterioso e preocupado com questões de impacto sociais e ambientais (Vasconcelos & Pimentel, 2018). Silva & Lucena (2019), defendem que as organizações devem ter capacidade de mudar e desenvolver soluções para conquistar uma vantagem competitiva.

Neste sentido, tem sido crescente o interesse dos stakeholders pelo disclosure socioambiental ou de sustentabilidade, ou seja, por informações que relatem o ex antes e o ex post da gestão sustentável da organização (Rover et al., 2012). A palavra disclosure é uma palavra de origem inglesa que, na sua tradução linear para o português, significa: evidência, divulgar, publicar, revelar e transparência. Estes termos, evidência, revelar, divulgar e disclosure, são muito usados na contabilidade. Assim, o disclosure pode ser entendido como qualquer informação divulgada pela organização que auxilie os stakeholders a analisar o estado financeiro, social e ambiental, permitindo conhecer profundamente a

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situação económica financeira e outros aspetos relevantes (Cruz & Lima, 2010; Farias, 2016).

Entre os stakeholders referidos acima destacam-se os Investidores Socialmente Responsáveis (ISR). Eles procuram organizações capazes de desempenhar atividades de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) (Both & Fischer, 2017; Silva & Lucena, 2019; Rebollo, 2001). Um dos objetivos destas organizações é atender a necessidade dos IRS, destacando-se, assim, como organizações que sejam capazes de promover boas práticas sustentáveis.

Neste contexto, começaram a surgir indicadores de mercado devidamente comprometidos com os fatores éticos, ambientais e sociais. Dentre eles, o primeiro e o mais importante a surgir foi o Dow Jones Sustainability Index (DJSI), em 1999. No Brasil, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), nasceu em 2005, na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA), hoje denominada como Brasil, Bolsa, Balcão (B3) (Filho et al., 2018; Sales et al., 2018; Teixeira et al., 2011). O ISE apresenta uma carteira composta por organizações que adotam os princípios da gestão sustentável e divulgam informações sobre o seu engajamento com a sustentabilidade (Filho et al., 2018; Neumann et al., 2017; Sales et al., 2018; Vasconcelos & Pimentel, 2018). Considerado como um benchmark, o ISE é baseado em eficiência económica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa (Marcondes & Bacarji, 2010; Silva & Lucena, 2019; Teixeira et al., 2011).

No Brasil, é comum a distinção entre o disclosure obrigatório e o disclosure voluntário. O disclosure obrigatório é habitualmente associado a informações do tipo financeiro (monetário) e não financeiro (explicativo) extraídas da contabilidade e evidenciadas em documentos contabilísticos como o balanço patrimonial, as demonstrações dos resultados, a demonstração das mutações do

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patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa, as notas explicativas, políticas contábeis e relatório de gestão. Esses documentos também são conhecidos como Relatos Financeiros e Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs). As DFPs estão estabelecida nas normas nacionais e internacionais, nos procedimentos e resoluções produzidos pelo Conselho Federal de Contabilidade Brasileiro (Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) ”IAS 1", 2011; Pronunciamento Técnico CPC 39 ”IAS 32", 2010; Pronunciamento Técnico CPC 40 (R1) ”IFRS 7", 2012).

Já o disclosure voluntário encontra-se habitualmente associado a informações do tipo declaratório, que ocorrem de forma espontânea e expressam o desempenho da organização quanto aos seus resultados de gestão sustentáveis, respeitando os 17 Objetivos de Desenvolvimentos Sustentável (ODS), suas metas e indicadores.

É verdade que no Brasil, existe uma norma sobre o disclosure ambiental, mas esta norma não é de caráter obrigatório (Costa & Marion, 2007; Neumann et al., 2017; Potrich et al. , 2017; Rover et al., 2012; Vasconcelos & Pimentel, 2018). Rover et al., (2012) explicam que a falta desta obrigatoriedade produz algumas falhas na qualidade das informações apresentadas, tais como a ausência de homogeneização, que impede a comparabilidade entre empresas.

O objetivo principal deste estudo é identificar o grau de disclosure de sustentabilidade das empresas que compõem a carteira do ISE da B3 nos anos de 2016, 2017 e 2018. Para que seja possível compreender tal análise, são previamente apresentados os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável numa perspetiva temporal, pois, conforme a necessidade de desenvolver um progresso sustentável, os conceitos foram sendo alterados para atender as especificidades de cada época.

Também se analisa o surgimento da sustentabilidade empresarial e dos índices de sustentabilidade e seus principais

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objetivos, para que seja possível perceber a evolução da contabilidade social e ambiental como parábase do disclosure de sustentabilidade. Por fim, analisamos e comparamos os dados do disclosure nas Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs), Relatórios de Sustentabilidade (RS) e Relatórios Integrados (RI). Essa análise se fará por busca de palavras-chave, nas categorias de cunho monetário e declaratório. Assim, identificaremos o grau de disclosure de sustentabilidade implicado em cada caso, seja ele obrigatório e/ou voluntário.

Acredita-se que esta pesquisa é extremamente relevante, na medida em que auxilia os investidores e usuários dos relatos financeiros e não financeiros nas tomadas de decisão, fornecendo dados acerca do grau de disclosure de sustentabilidade e das empresas que compõem a carteira do ISE da B3.

Para além da introdução, este trabalho está organizado em quatro capítulos. O segundo capítulo é dedicado à revisão da literatura relevante, tendo-se optado por analisar literatura mais recente e expor aspetos teóricos sobre o tema com uma linguagem moderna. No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia de pesquisa para a consecução do objetivo proposto. No quarto trata-se da análise e discussão dos resultados. Nas condições finais, apresentamos sugestões para pesquisas futuras e as devidas referências bibliográficas.

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Capítulo 2. Revisão da literatura

2.1. Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Nossa et al. (2017, p. 88), “o surgimento do conceito de Sustentabilidade está interligado ao de Desenvolvimento Sustentável, que emergiu de um contexto de preocupações com os impactos da produção e ações humanas no meio ambiente, a escassez de recursos naturais e o futuro no mundo”. Ainda segundo estes pesquisadores, o conceito de “desenvolvimento sustentável” corresponde a uma justaposição dos conceitos de “desenvolvimento” e de “sustentabilidade” (p. 90). Enquanto o primeiro conceito tem a ver com “a busca de um estado mais avançado de alguma dimensão específica, seja ela econômica, social, institucional, ambiental, espiritual, tecnológica, etc., o segundo conceito é abordado de forma complexa e transdisciplinar” (p. 90).

A noção de sustentabilidade pode ser associada à capacidade de conservar o capital natural, permitir que o mesmo se refaça e possa ser enriquecido para as futuras gerações (Boff, 2012). Nos últimos anos, a sustentabilidade tornou-se padrão em muitas empresas ao redor do mundo. Apesar da atenção crescente, as abordagens variam amplamente e ainda não há uma compreensão consistente sobre tudo que o conceito de sustentabilidade é capaz de abranger (Feil et al., 2017; Lima et al. , 2018; Mello et al. , 2016).

Rodriguez et al. (2002) afirmam que sustentabilidade pode ser concebida de duas formas. Em primeiro lugar, ela pode ser vista como uma prática necessária para evitar os custos causados pela deterioração dos sistemas social, ambiental e económico. Em segundo lugar, pode ser vista como uma fonte de novas oportunidades para melhorar a taxa e a extensão do desenvolvimento humano.

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Rodriguéz & Silva (2009) afirmam que os três sistemas mencionados abaixo são conhecidos como dimensões da sustentabilidade:

Capital natural ou sustentabilidade ambiental; Sistemas tecnológicos e económicos ou sustentabilidade

económica; e Valores culturais e humanos ou sustentabilidade

sociocultural.

As dimensões da Figura 1 são o conceito que se chama Triple Bottom Line (TBL), desenvolvido por John Elkington, em 1997. Esse conceito permite medir e relatar o desempenho das organizações nos aspetos económico, social e ambiental (Norman & MacDonald,

2004). Junto desse novo conceito surgiu uma gestão inteligente, que ampliou a atividade económica, mitigou os impactos ambientais e maximizou a qualidade da vida humana (Coutinho et al., 2007).

Figura 1 - Dimensões de SustentabilidadeFonte: Rabelo (2012)

Dresner (2012) entende que existem duas abordagens à sustentabilidade, a que chamou de “fraca” e “forte” (figura 2). O conceito de sustentabilidade fraca, ao atribuir a mesma importância a cada uma das dimensões, é vista como um passo necessário, mas não suficiente para o estabelecimento Desenvolvimento Sustentável.

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Sustentabilidade Ambiental

Biodiverdidade

LegislaçãoResíduos e Efluentes

Tecnologias Limpas

ReciclagemImpactos

Ambientais

Sustentabilidade Econômica

Vantagem Competitiva

Qualidade e Custo

Mercado

Foco

ResultadoEstratégias de

Negócios

Sustentabilidade Sociocultural

Responsabilidade Social

Suporte a Comunidade

Desenvolvimento RH

Projetos Sociais

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Já o conceito de sustentabilidade forte é baseado no reconhecimento de que o sistema econômico é parte do sistema social e que ambos se encontram dependentes do sistema ambiental (Dresner, 2012, p. 3).

Figura 2 -Relação estabelecida do conceito "Triple Bottom Line"

Fonte: Adaptado de Dresner (2012)

Em abril de 1968, formou-se o Clube de Roma, composto por várias personalidades, cientistas e intelectuais de diversos países. Sua finalidade era debater assuntos de crescimento económico e ambiental. Anos depois do seu surgimento, o Clube de Roma divulgou um relatório conhecido como The Limits to Growth (Imperador & Silva, 2018; Lara & Oliveira, 2017; Mello et al., 2016).

Na década seguinte, em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano (CNUMA), que aconteceu na cidade de Estocolmo, Suécia, surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável. Essa conferência foi a primeira a debater sobre o confronto homem versus natureza. Nela, foram observados os impactos negativos do progresso industrial sobre o meio ambiente e a sociedade. Chamou-se a atenção de todos os gestores mundiais para a existência de dois novos pilares, além do pilar económico, o pilar social e o pilar ambiental (Feil et al., 2017; Lima et al., 2018; Mello et al., 2016).

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Ambiental

EconomiaSocial

AmbientalSocialEconomia

DS

Sust

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Sust

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bilid

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fort

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Outro marco importante para o desenvolvimento sustentável foi criado em 1987, quando a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) divulgou o “Relatório de Brundtland”. O documento, denominado de Our Common Future, descreveu os níveis dos problemas ambientais, sociais e económicos e apontava, ainda, medidas para combater e reverter o cenário mundial de desmatamento, pobreza e desigualdade social. O Relatório de Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como aquele que atende às necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade de gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades (Cristófalo et al. , 2016; Lara & Oliveira, 2017; Lima et al., 2018; Mello et al., 2016; Neumann et al., 2017).

Para celebrar o vigésimo aniversario da conferência em Estocolmo e atualizar as definições estabelecidas no Relatório de Brundtland, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como ECO-92 ou Cúpula da Terra, realizada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. Nessa conferência foram estabelecidas, por meio de planos e metas, novas definições para o combate ao aquecimento global e fortalecimento do desenvolvimento sustentável, criando-se a Agenda 21. Assim, tempos mais tarde, criou-se o Protocolo de Kyoto e, por fim, a Conferência do Rio+20 (Cristófalo et al., 2016; Lara & Oliveira, 2017; Lima et al., 2018; Mello et al., 2016; Nossa et al., 2017). Na Figura 3 apresentam-se os encontros históricos que definiram a sustentabilidade ao longo de tempo.

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Figura 3 - Linha do tempo - pensamento sustentávelFonte: Adaptado de Nossa et al. (2017, p. 90)

Conforme apresentado no Quadro 1, percebem-se as alterações sofridas nos conceitos propostos:

Autor Definição

Brundtland, (1987, p. 8)

“desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades”

Pearce et al. (1989, p. 1)

“o desenvolvimento sustentável envolve a conceção de um sistema social e económico, que garanta que esses objetivos sejam sustentados, ou seja, que os rendimentos reais e padrões educacionais aumentem, que haja melhoria da saúde da nação e que a qualidade de vida geral avance.”

Munro et al. (1991, p.10)

“Melhorar a qualidade de vida humana dentro da capacidade de suporte dos ecossistemas de apoio”

Dovers & Handmer (1992, p. 14)

“A sustentabilidade é a capacidade de um sistema humano, natural ou misto, resistir ou adaptar-se a mudanças endógenas ou exógenas indefinitivamente”

Costanza (1992, p. 8) “A sustentabilidade é uma relação entre sistemas económicos dinâmicos e sistemas ecológicos dinâmicos maiores, mais geralmente mais lentos, em que (a) a vida

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Clube de Roma.1968

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Humano, em Estocolmo, a 1ª do gênero.1972

Criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.1983

Relarório Brundtland, na ONU, difundindo a expressão desenvolvimento sustentável.1987

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, RIO-92; ECO-92.1992

Protocolo de Kyoto1997

Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+102002

Conderência ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável Rio+20 e "O futuro que queremos"2012

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humana pode ser continuar indefinidamente, (b) os indivíduos humanos podem florescer e (c) as culturas humanas podem desenvolver.”

Elkington (1997, p. 397)

“O desenvolvimento sustentável envolve a busca simultânea da prosperidade económica, da qualidade ambiental e da equidade social.”

Meadows (1998, p. 7)

“O desenvolvimento sustentável é uma construção social, referente à evolução a longo prazo de um sistema extremamente complexo – a população humana, a economia incorporada nos ecossistemas e fluxo biogeoquímico do planeta.”

Hopwood et al. (2005, p. 13)

“O desenvolvimento sustentável representa uma mudança na compreensão do lugar da humanidade no planeta, mas é aberto à interpretação de ser qualquer coisa, desde quase sem sentido até a extrema importância para a humanidade.”

Holden et al. (2017, p. 3)

“O desenvolvimento sustentável é um sistema de valores normativos, em perfeita harmonia com os direitos humanos, a democracia e a liberdade (e está intimamente ligado a todos esses sistemas). Assim, o desenvolvimento sustentável é essencialmente um forte pronunciamento ético e moral quanto ao que deve ser feito.”

Quadro 1 - Conceitos de Desenvolvimento SustentávelFonte: Nossa et al. (2017, p. 91)

Devido a evolução do conceito, os objetivos também evoluíram, e a nova abordagem dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de 2015, propõe 17 objetivos, 169 metas ambiciosas e 230 indicadores globais (Nossa et al., 2017). No Quadro 2, vamos identificar cada um dos seus objetivos, conforme cor e logotipo. (BCSD – Portugal: conselho empresarial para o desenvolvimento sustentável. www.ods.pt/empresas/2019).

1. Erradicar a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares

2. Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável

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3. Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

4. Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidade de aprendizagem ao longo da vida para todos

5. Alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas

6. Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos

7. Garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos

8. Promover o crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos

9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação

10. Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países

11. Tornar as cidades e comunidades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis

12. Garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis

13. Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos

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14. Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável

15. Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda de biodiversidade

16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis

17. Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável

Quadro 2 - 17 objetivos ODSFonte: www.ods.pt

Na Figura 4, são apresentados os 17 objetivos de uma outra forma. Rocktrom e Sukhdev (2016) apresentam uma maneira diferente de ver os ODS, respeitando o conceito TBL. Como podemos perceber, o eixo central é o nº 17 e ele conecta todas as dimensões a todos os objetivos.

Figura 4 - Os 17 objetivos nas dimensões TBLFonte: https://www.stockholmresilience.org/research/research-news/2016-06-14-

how-food-connects-all-the-sdgs.html

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Para apoiar o desenvolvimento sustentável é necessário cumprir os objetivos, metas, indicadores ambientais e sociais pré-estabelecidos, conforme demonstramos acima. Com isso, a economia

mundial passaria por alterações significativas (Cristófalo et al.,

2016). Nesse contexto, as organizações seriam obrigadas a modificar o modelo de gestão tradicional. Essa mudanças ocorreriam em relação aos aspetos do meio ambiente, bem como de ordem social, científica e tecnologia, refletindo diretamente nas tomadas de

decisões, planeamentos estratégicos e retorno económico (Cristófalo

et al., 2016; Weis, 2019).

2.2. Sustentabilidade empresarial e os Índices de Sustentabilidade

As organizações perceberam a evolução do conceito de sustentabilidade e seu impacto na criação de valor. Neste contexto, os mercados de capitais desenvolveram uma nova classe de sustentabilidade, chamada sustentabilidade empresarial, e iniciou-se uma busca por melhorias sociais e ambientais, característica considerada como fator importante no âmbito competitivo. Tal fator tornou-se, assim, uma exigência dos seus stakeholders. Diante dessas circunstâncias, foram surgindo, então, organizações que desempenham atividades sustentáveis a fim de captar ISR (Both & Fischer, 2017; Silva & Lucena, 2019; Rebollo, 2001).

Devido às evoluções já mencionadas, o mercado de capitais não ficou estagnado e foi evoluindo. Em 1999, nos Estados Unidos da América (EUA), surge o primeiro e o mais conhecido índice de sustentabilidade, o Dow Jones Sustainability Index (DJSI).  Mais tarde, a bolsa de valores de Londres lançou o FTSE4good. Em 2005, na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA), foi divulgada a criação do primeiro índice de sustentabilidade da América Latina, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) (Coutinho et al., 2007; Cristófalo et al., 2016;

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Figlioli, 2012; Filho et al., 2018; Imperador & Silva, 2018; Teixeira et al., 2011; Zanelato et al., 2018).

Muitos autores afirmam que o primeiro índice a ser criado foi o DJSI (Marcondes & Bacarji, 2010). Entretanto, Nossa et al., (2017) apresenta o índice Social Domini 400 como o primeiro, cuja fundação seria datada de 1990. No Quadro 3, apresentamos o histórico de criação dos índices conforme Nossa et al. (2017) apresentaram em seu estudo.

Índice Descrição

Índice Social Domini 400

Composto por uma seleção de 400 companhias norte americanas das quais 250 pertencem ao Índice S&P 500. Fundado em 1990 pela Kinder, Lydenberg Domini Co.

Índice de Sustentabilidade Dow Jones

Calculado e analisado de uma maneira similar aos Índice Globeis Dow Jones, e subcaraterizado em dois Índice: o DJSI Mundo e DJSI STOXX, sendo o último um mix de companhias europeias. Fundado em 199 pela Dow Jones e Sustainable Asset Management Group.

FTSE4Good

Desenhado para mensurar o desenvolvimento de companhias que demonstram fortes práticas de Governança, Responsabilidade Social e Ambiental. Fundado em 2001 pela British Corporate Group.

Índice Ethibel de

Sustentabilidade - ESI

Composto por quatro Índice regionais: ESI Global, ESI Américas, ESI Europa, ESI Asia Pacifica. Fundada em 2002 pela Standard & Poor’s.

Índice de Responsabilidade Social – SRI

Lançado na Africa do Sul, é considerado o primeiro Índice de sustentabilidade de um país emergente. Fundado em 2004, pela Bolsa de Valores de Johannesburg.

Índice Social Calvert

Composto por 680 companhias selecionadas de 1000 das maiores companhias negociadas publicamente nos EUA. Fundado em 2005 pela Calvert Co.

Índice de Sustentabilidade Empresarial

– ISE

Originalmente fundado pela Corporação Financeira Internacional – IFC, o braço do setor privado do Banco Mundial. É “uma ferramenta para análise comparativa de performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o aspeto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência económica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.” Foi desenhada pela GVces e fundado pela BM&FBOVESPA em 2005.

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Índice de Reputação

MERCO

É um ranking de pontuação, que iniciou em 2004 e que foi construída por intermedio de uma escala de 0 a 10.000, para medir o conceito multidimensional da reputação corporativa, envolvendo métricas de resultados económico – financeiros, qualidade de informação, compromisso da empresa com a sociedade, qualidade do produto – serviço, respeito aos direitos do consumidor, comprometimento com seus colaboradores, qualidade do disclosure informacional, e ainda a qualidade tanto na gestão quanto na inovação. O MERCO ranqueia a reputação das empresas atuantes no conglomerado G-20 com foco nos países hispânicos. Os países em que o MERCO apura os Índice de reputação são: Colômbia; Chile; Argentina; Equador; Bolívia; México; Peru; Alemanha e Brasil desde 2013.

Quadro 3 - Índice de SustentabilidadeFonte: Nossa et al. (2017, p. 94)

O ISE apresenta uma carteira composta por organizações que adotam os princípios da gestão sustentável e divulgam informações sobre o seu engajamento com a sustentabilidade (Filho et al., 2018; Neumann et al., 2017; Sales et al., 2018; Vasconcelos & Pimentel, 2018). Considerado como um benchmark, o ISE tem a eficiência económica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa (Marcondes & Bacarji, 2010; Silva & Lucena, 2019; Teixeira et al., 2011).

O ISE força o comprometimento das empresas e/ou grupos a um alto nível de desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do produto, do desempenho empresarial nas dimensões económico-financeiras, social, ambiental e, por fim, nas mudanças climáticas (Filho et al., 2018; Sales et al., 2018; Teixeira et al., 2011).

Para participar do ISE, existem três formas possíveis: Elegível, Treineira e Simulado. As formas treineira e simulado são para todas as empresas listada na B3. Já a Elegível, é apenas para as emissoras das 200 ações mais líquidas da B3, mas, o ISE comporta até 40 empresas. As empresas que desejarem participar do processo devem se inscrever por meio eletrónico. Em resposta, o ISE fornecerá questionários para entidades. Por fim, esses questionários do campo

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da sustentabilidade empresarial são avaliados e assim classificadas as empresas que passarão a compor a carteira de janeiro a dezembro do ano subsequente (Marcondes & Bacarji, 2010; B3 – ISE, 2012).

De forma sucinta, com a evolução do desenvolvimento sustentável e a nova classe de sustentabilidade no âmbito corporativo, surge o conceito de sustentabilidade empresarial. Esse conceito é formado pela ferramenta TBL e, assim, criaram-se os índices de sustentabilidade. A contabilidade vem acompanhando a evolução, criando novas técnicas e ferramentas de revelação, mensuração e evidenciação, para fornecer informações fidedigna e atempadas de natureza económica, financeira, física, produtiva e social, que possam auxiliar nas tomadas de decisão (Both & Fischer, 2017; Santos et al., 2001).

2.3. Contabilidade e disclosure socioambientalAo longo dos anos, a literatura sobre contabilidade ambiental

foi sendo conceituada em diversos aspetos. No Quadro 4, vamos apresentar os diferentes conceitos da contabilidade ambiental e suas principais caraterísticas (Fiel et al., 2017).

Autores Conceitos

Gray (1990) O aumento ou diminuição de ativos intangíveis e de bens naturais e a convergência entre estes ativos, ou seja, estuda e divulga ativos intangíveis e naturais.

Pearce et al. (1993)

Visa a determinação e o uso dos recursos (naturais) na elaboração das demonstrações contabilísticas, identificando a quantidade de ar, solo e água consumidos durante as atividades empresariais.

Steele e Powell (2002)

É a identificação, segregação e a análise dos fluxos de recursos naturais e fluxo de caixa ambiental na determinação dos impactos ambientais causados e seus reflexos na situação e a valorização.

Enahoro (2009) Compreende o consumo de recursos naturais renováveis e não renováveis em relação a disponibilidade destes recursos, considerando sua extensão, quantidade e a valorização.

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Solomon e Thomson (2009)

Sistema de informações compreendendo recursos naturais, económicos, culturais, sociais, éticos para a identificação da eficiência ambiental e social das corporações.

Quadro 4 - Evolução do conceito contabilidade ambientalFonte: Feil et al. (2017, p. 228)

Feil et al. (2017, p. 228) consideram que a definição oferecida por Steele e Powell (2002) “apresenta uma visão de integração da contabilidade ambiental com a tradicional”, preocupando-se “com os ativos naturais consumidos nas atividades empresariais e seus reflexos financeiros”. As definições oferecidas por Enahoro (2009) e Solomon e Thomson (2009) partilham esta visão integrada, mas acrescentam uma perspetiva de “sistema de gestão ambiental para fins de controle e divulgação”, que conduz a evidenciação da informação produzida pela contabilidade “em demonstrações à parte das financeiras” (Feil et al., 2017, p. 228).

A definição de Solomon e Thomson (2009) deixa de ser uma definição apenas de contabilidade ambiental, passando a poder ser considerada uma definição de contabilidade socioambiental. Passa também a ser consistente com o conceito de sustentabilidade apresentado no capítulo anterior, o qual, como se viu, diz respeito a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade económica e sustentabilidade sociocultural.

No Brasil, devido o progresso evolutivo da contabilidade socioambiental, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) sentiu a necessidade de desenvolver uma norma específica, que veio surgir em 2004, a chamada Resolução CFC No 1.003-04 - NBC T15 - Informações de natureza social e ambiental (2004). A Resolução tem como principal objetivo demonstrar à sociedade, a participação, a responsabilidade social e ambiental da organização de forma voluntária (CFC – 2004).

As organizações que integram a cultura de ser sustentável, são beneficiadas na criação de valor, devido a transparência em relação

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ao meio ambiente e à sociedade. Assim, a contabilidade passa a ter uma grande relevância no disclosure das informações relacionadas ao desenvolvimento sustentável (Santos et al., 2017). E a informação fornecida pela contabilidade socioambiental pode estar evidenciada em diversos documentos, mas, para a realização desse estudo, foram identificadas a evidenciação somente nos documentos de Balanço Social, Relatório Anual de Sustentabilidade e Relatório Integrado (Souza et al., 2008; Weis, 2019). No entanto, devido à inexistência de perspetivas homogênea para elaboração desses documentos, a comparabilidade torna-se difícil (Costa & Marion, 2007).

A palavra disclosure é uma palavra de origem inglesa que, na sua tradução linear para o português, significa: evidência, divulgar, publicar, revelar e transparência. Estes termos, evidência, revelar, divulgar e disclosure, são muito usados na contabilidade. Assim, o disclosure pode ser entendido como qualquer informação divulgada pela organização que auxilie os stakeholders a analisar o estado financeiro, social e ambiental, permitindo conhecer profundamente a situação económica financeira e outros aspetos relevantes (Cruz & Lima, 2010; Farias, 2016).

Para os autores Costa & Marion, (2007) trata-se de um conceito evidente para as informações económico-financeiras e físicas, e de que forma os relatórios ficam mais ricos em informações, seja ela, quantitativa (monetária) como qualitativa (declaratória). Dantas et al. (2005) entendem que existe uma homogeneidade entre a expressão disclosure e a definição de transparência. Ou seja, o disclosure com qualidade, oportunidade e clareza, demonstra que a empresa é transparente.

O disclosure pode ser caraterizado também como publicação de informações e, ainda, pode ser classificado em três níveis de apresentação: adequada, justa e completa, podendo ainda ser compulsório ou voluntário. Compulsórias são informações exigidas

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por normas e/ou leis, enquanto que voluntária tem como objetivo aumentar a transparência da organização no âmbito corporativo (Dantas et al., 2005; Murcia & Santos, 2009; Farias, 2016).

No Brasil, é comum a distinção entre o disclosure obrigatório e o disclosure voluntário. O disclosure obrigatório é habitualmente associado a informações do tipo financeiro (monetário) e não financeiro (explicativo) extraídas da contabilidade e evidenciadas em documentos contabilísticos como o balanço patrimonial, as demonstrações dos resultados, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração dos fluxos de caixa, as notas explicativas, políticas contábeis e relatório de gestão. Esses documentos também são conhecidos como Relatos Financeiros e Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFPs). As DFPs estão estabelecidas nas normas nacionais e internacionais, nos procedimentos e resoluções produzidos pelo Conselho Federal de Contabilidade Brasileiro (Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) ”IAS 1", 2011; Pronunciamento Técnico CPC 39 ”IAS 32", 2010; Pronunciamento Técnico CPC 40 (R1) ”IFRS 7", 2011).

Já o disclosure voluntário encontra-se habitualmente associado a informações do tipo declaratório, que ocorrem de forma espontânea e expressam o desempenho da organização quanto aos seus resultados de gestão sustentável. É verdade que no Brasil, existe uma norma sobre o disclosure ambiental, mas esta norma não é de caráter obrigatório (Costa & Marion, 2007; Neumann et al., 2017; Potrich et al. , 2017; Rover et al., 2012; Vasconcelos & Pimentel, 2018). Rover et al., (2012) explicam que a falta desta obrigatoriedade produz algumas falhas na qualidade das informações apresentadas, tais como a ausência de homogeneização, que impede a comparabilidade entre empresas.

Rover et al. (2012, p. 219) referem nove razões para o disclosure voluntário por parte de uma corporação: “caso não o faça,

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a divulgação tornar-se-á obrigatória; legitimará suas atividades; distrairá a atenção de outras áreas; desenvolverá a imagem corporativa; serão antecipadas a ações regulatórias; impactos positivos no preço das ações; benefícios políticos; vantagens competitivas; e, por fim, direito dos stakeholders à informação”.

Rover et al. (2012), identificam métricas para elaboração do Balanço Social e/ou Relatório de Sustentabilidade no âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas – IBASE. No âmbito internacional, a principal organização responsável pela produção de normas para a elaboração de informação sobre sustentabilidade é a Global Reporting Initiative (GRI), sendo esta considerada por Nossa et al. (2017) a nova forma de disclosure contabilístico socioambiental, concluindo que esse é o modelo mais utilizado no mundo corporativo.

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Capítulo 3. Metodologia e Investigação

3.1. AmostraA amostra é constituída pelas 28 empresas que compunham a

carteira do ISE da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA; atualmente conhecida como B3) segundo a referência de 02 de janeiro de 2019. Nessa data, a carteira era composta por 29 empresas, de 13 setores. Foi excluída a empresa Log Com Prop, do setor exploração de imóveis, devido a algumas limitações. O principal fator da exclusão foi a falta de acesso ao disclosure declaratórios: relatório anual de sustentabilidade, relato integrado e balanço social. A pesquisa documental realizada é referente ao período de 2016 a 2018.

A escolha dessa amostra prendeu-se com o fato de o ISE ter sido desenvolvido, em 2005, com o objetivo de formar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade, a fim de estimular a responsabilidade ética das organizações. Além disso, trata-se de uma ferramenta para análise comparativa da performance das empresas listadas na B3 sob o aspeto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência económica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa (Filho et al., 2018; Imperador & Silva, 2018; Marcondes & Bacarji, 2010; Teixeira et al., 2011).

Menezes et al., (2018), afirmam que as organizações que compõem a carteira do ISE passam por um processo de auditoria, que torna mais transparente e fiável o desenvolvimento socioambiental.

No quadro 5, apresentamos os setores de atividades e as empresas que formaram a amostra desse estudo.

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Segmento de Atuação Empresa

Análise e Diagnóstico FLEURY

Comércio

B2W DIGITAL

LOJAS AMÉRICANAS

LOJAS RENNER

Construção Civil MRV

Energia Elétrica

ELETROPAULO

LIGHT S/A

AES TIETE E

COPEL

ENERGIAS BR

ELETROBRÁS

ENGIE BRASIL

CEMIG

Higiene pessoal NATURA

Instituição Financeira

SANTANDER BR

ITAUSA

BRASIL

BRADESCO

ITAUUNIBANCO

Madeira e PapelDURATEX

KLABIN S/A

Máquinas e Equipamentos WEG

Químico BRASKEM

Serviço Financeiro CIELO

TelecomunicaçãoTIM PART S/A

TELEF BRASIL

Transporte ECORODOVIAS

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CCR SA

Quadro 5 - Empresas selecionadas para amostra com os setores de atividadesFonte: Adaptado de Rover et al., (2008, p. 59)

No quadro 6, verificam-se 12 setores de atividade económica que enquadram as empresas do ISE em 2018, destacando-se o setor de energia elétrica, por englobar o maior número de empresas. Com 8 empresas, esse setor domina a carteira com 28,57%. É seguido pelo setor financeiro, que se aproxima dos 18%, com um total de 5 empresas. Somados, os dois setores representam quase metade da carteira do ISE.

SETOR Nº %1 ENERGIA ELÉTRICA 8 28,57%2 INSTITUIÇÃO

FINANCEIRA5 17,86%

3 COMÉRCIO/RETALHO 3 10,71%4 MADEIRA E PAPEL 2 7,14%5 TELECOMUNICAÇÃO 2 7,14%6 TRANSPORTE 2 7,14%7 ANÁLISE E

DIAGNOSTICO1 3,57%

8 CONSTRUÇÃO CIVIL 1 3,57%9 HIGIENE PESSOAL 1 3,57%10

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

1 3,57%

11

QUÍMICO 1 3,57%

12

SERVIÇO FINANCEIRO 1 3,57%

TOTAL 28 100%Quadro 6 - Setor de atividade económicaFonte: Elaborado pelo autor

Os outros 10 setores são distribuídos em 15 empresas da amostra, que perfaz o total de 53,57%. A predominância dos setores de energia elétrica e instituição financeira no ISE é de grande relevância para nossa amostragem.

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3.2. Recolha de dadosQuanto aos procedimentos técnicos de coleta de dados, vamos

usar a análise de conteúdo (Coutinho et al., 2009). Os documentos coletados são relatórios financeiros e não financeiros, contabilísticos e relatórios de gestão, a partir dos quais são investigadas as informações monetárias e explicativas. Por sua vez, quanto aos demais dados obtidos, como os relatórios integrados e de sustentabilidade, vamos focar na investigação das informações declaratórias, sendo ambas relativas ao período de 2016 a 2018.

A mensuração dos dados referentes à disclosure monetária é baseada nas categorias que os autores Neumann et al., (2017, p. 53) utilizaram. Todavia, faremos uma pequena adaptação: às categorias ativo ambiental, estoque ambiental, imobilizado ambiental, passivo ambiental, receitas ambientais, despesas ou gastos e notas explicativas, acrescentamos a categoria auditoria ambiental, exigida pela NBC T15, mas que não tem obrigatoriedade de disclosure.

Para a aferição dos dados referentes à disclosure declaratória, utilizou-se como base o modelo dos autores Rover et al. (2012, p. 223). Esse modelo foi adaptado, originando o formato descrito no Quadro 7, que está composto por 8 categorias e suas subcategorias ambientais e sociais. Adaptamos as informações de cunho social, aumentando, assim, as subcategorias com termos chave de responsabilidade social.

Categorias Subcategorias

1. Políticas socioambientais

Declaração das políticas / práticas / ações atuais e futuras;

Estabelecimento de metas e objetivos socioambientais;

Declarações que indicam que a empresa está (ou não) em obediência (compliance) com as leis, licenças, normas e órgãos ambientais;

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Parcerias socioambientais; Prêmios e participações em índices

socioambientais;

2. Sistema de gerenciamento

ISO 14.000; Auditoria socioambiental; Gestão socioambiental; Global Reporting Initiative – GRI;

3. Impactos dos produtos e processos no meio ambiente e na sociedade

Desperdícios / resíduos; Processo de acondicionamento

(embalagens); Reciclagem; Desenvolvimento de produtos ecológicos; Impactos na área de terra utilizadas; Odor; Uso eficiente / reutilização da água /

tratamento de efluentes; Vazamento e derramamentos; Reparos aos danos ambientais;

4. Energia e água Conservação e/ou utilização mais eficiente; Utilização de matérias desperdiçadas na

produção de energia; Discussão sobre a preocupação com a

possível falta de energia e água; Desenvolvimento / exploração de novas

fontes de energia;

5. Informações financeiras socioambientais

Investimentos socioambientais; Custos / despesas socioambientais; Passivos ambientais; Práticas contabilísticas socioambientais; Seguro ambiental; Ativos ambientais tangíveis e intangíveis;

6. Educação e pesquisa socioambientais

Educação socioambiental (internamente e/ou comunidade);

Pesquisas relacionadas ao meio ambiente; Projetos sociais;

7. Mercado de créditos de carbono

Projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo – MDL;

Créditos de carbono; Gases de efeito estufa (GEE) / emissões

atmosféricas; Certificados de emissões reduzidos (CER);

8. Outras informações

Menção sobre sustentabilidade /

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socioambientais

desenvolvimento sustentável; Gerenciamento de floresta /

reflorestamento; Conservação da biodiversidade; Paisagismo e jardinagem (landscaping); Relacionamento com stakeholders; Materialidade; Governança corporativa.

Quadro 7 - Categoria de disclosure declaratórioFonte: Adaptado de Rover et al., (2012, p. 223)

Para análise do conteúdo, iremos utilizar a pesquisa de palavras chave nos âmbitos das categorias e suas subcategorias, que vai servir tanto para o disclosure monetário, quanto para o declaratório.

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Capítulo 4. ResultadosOs resultados da pesquisa estão divididos em 4 módulos. O

primeiro consiste na análise das categorias contabilísticas, com a denominação “monetários”, encontradas nas demonstrações financeiras padronizadas (DFPs). O módulo seguinte, apresenta o disclosure das categorias de sustentabilidade do quadro 9, com a denominação “declaratória”, encontrada nos relatórios anuais de sustentabilidade e relatos integrados. No terceiro módulo, demonstramos a comparação entre os disclosure monetário e declaratório. Por fim, apresentamos o setor de atividade económica de cada uma das categorias.

Empresas 2016 2017 2018 Média por empresa

Fleury 0% 0% 0% 0%B2w digital 0% 0% 0% 0%Lojas americ 0% 0% 0% 0%

Lojas renner 12,5% 0% 0% 4,17%

Mrv 25% 25% 25% 25%Cemig 25% 50% 50% 41,67%Copel 25% 25% 37,5% 29,17%Engie brasil 0% 0% 37,5% 12,5%Eletrobras 0% 0% 0% 0%Eletropaulo 37,5% 37,5% 37,5% 37,5%Energias br 25% 37,5% 50% 27,5%Light S/A 0% 0% 0% 0%Aes tiete e 37,5% 37,5% 37,5% 37,5%Natura 50% 50% 50% 50%Brasil 0% 0% 0% 0%Bradesco 37,5% 37,5% 37,5% 37,5%Itausa 0% 0% 0% 0%Itauunibanco 0% 0% 0% 0%

Santander br 0% 0% 0% 0%

Duratex 37,5% 37,5% 37,5% 37,5%Klabin S/A 25% 37,5% 37,5% 33,33%Weg 25% 25% 25% 25%Braskem 37,5% 37,5% 37,5% 37,5%Cielo 0% 0% 0% 0%Tim part 25% 25% 25% 25%

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S/ATelef brasil 25% 25% 25% 25%Ccr sa 0% 0% 0% 0%Ecorodovias 0% 0% 25% 8,33%Média por Ano

16,07% 17,41% 20,54% 18,01%

Quadro 8 - Disclosure das informações de sustentabilidade em valor monetárioFonte: Categoria usada conforme o modelo de Neumann et al. (2017)

apêndice II.

No quadro 8, temos o primeiro módulo dos resultados obtido na pesquisa, extraídos das DFPs: ativo ambiental, estoque ambiental, imobilizado ambiental, passivo ambiental, receita ambiental, despesas e gastos, notas explicativas, e a categoria “auditoria das informações ambientais”, exigida pela norma brasileira de contabilidade.

De fato, é percetível uma evolução ao longo dos anos. Em 2016, 13 das 28 empresas da amostra não apresentaram disclosure monetário. Já em 2017, apesar de 14 entre 28 empresas da amostra não apresentaram disclosure monetário, os dados demonstram que as demais elevaram o grau de disclosure monetário. Por fim, em 2018, apenas 12 empresas da amostra não apresentaram disclosure monetário, ao passo que as demais mantiveram o grau de disclosure

monetário atingido no exercício anterior. Temos a melhor perceção na figura 5, na qual a informação está dividida por ano, percentual de disclosure, e quantidade de empresa.

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2016 2017 2018

13 14 12

18 5

5

57 8

1 2 3

Disclosure monetário

0% 12,50% 25% 37,50% 50%

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Figura 5 - Disclosure Monetário em percentual, número de empresa ao ano

Fonte: Elaborado pelo autor

De forma global, apenas 17 das 28 empresas da amostra apresentaram disclosure monetário referente às categorias pesquisadas. Na figura 6, apresentamos os 60,71% da carteira em forma de gráfico.

Disclosure61%

Não Disclosure39%

Empresas %

Disclosure Não DisclosureFigura 6 - Percentual de Disclosure do ISEFonte: Elaborado pelo autor

Entre as categorias apresentadas, destaca-se a categoria receita ambiental, que não teve disclosure em nenhuma empresa durante todos os anos analisados. Em contrapartida, as categorias notas explicativas e passivo ambiental foram as mais evidenciadas nessa pesquisa. De maneira decrescente, apresenta-se a nota explicativa com o maior grau de disclosure dentre as oitos categorias pesquisadas. Seguido das despesas e gastos, ativo ambiental, auditoria ambiental, estoque ambiental e, por fim, temos o imobilizado ambiental. Na Figura 7, apresenta-se com mais clareza o número de disclosure por categoria. É valido ressaltar, que a empresa Energias BR foi a única a apresentar a categoria Imobilizado Ambiental.

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Ativo Ambiental

Estoque Ambiental

Imobiliz

ado Ambiental

Passivo

Ambiental

Receita

Ambiental

Despesa

s e G

astos

Notas Exp

licativa

s

Auditoria

Ambiental048

1216

3 1 0

13

0 3

15

14 1 1

13

05

14

15 1 1

16

05

16

2

Grau de disclosure de sustentabil-idade das categorias monetária

pesquisadas

2016 2017 2018

Figura 7 - Grau de disclosure de sustentabilidade por categoria monetária pesquisada ao ano

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Figura 8, destaca-se a empresa Natura por ter o maior grau de disclosure, que apresenta 50% das categorias, considerando a média por ano. Em seguida, vem a empresa Cemig, atingindo 41,67% da média.

0.00%4.17%8.33%

12.50%25.00%29.17%33.33%37.50%41.67%50.00%

0 2 4 6 8 10 12

11

1

1

1

4

1

1

6

1

1

Grau de disclosure de sustentabilida das cate-gorias monetário em percentual nos 3 anos

Média da pesquisaFigura 8 - Percentual das empresas com disclosure de sustentabilidade monetário,

média da pesquisaFonte: Elaborado pelo autor

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Com o resultado apresentado acima, percebe-se, portanto, que o maior percentual é de 50% correspondente a empresa Natura. É o maior disclosure equivale apenas a quatro das oito categorias pesquisadas. Dessa forma, observa-se que 96,43% da carteira que compõe o ISE não chega a 50% das categorias por ano, sendo um péssimo resultado monetário.

Antes de iniciar o segundo módulo dos resultados da pesquisa, vamos ao Quadro 8, e, objetivando apresentar algumas mensagens positivas sobre categorias de disclosure declaratório, escritas pelas empresas investigadas, verifica-se que essas informações foram captadas a partir dos relatórios de sustentabilidade e/ou relato integrado.

Categoria Informações nos relatórios das empresas

Políticas socioambientais

FLEURY: “Nossa política de sustentabilidade é o instrumento que promove o alinhamento entre nosso foco estratégico e nosso compromisso com o tema. Fonte: https://goo.gl/xVFKoA”

B2W DIGITAL: “definir as diretrizes estratégicas de sustentabilidade da companhia de acordo com a agenda 203 da ONU, na qual a sociedade e as empresas se comprometem a desenvolver os 17 ODS até o ano de 2030.”

Sistema de gerenciamento

LOJAS AMERICANAS: “A maior parte dos padrões universais foi contemplada por este relatório, conforme exigências da norma GRI Standard, opção de adesão essencial.”

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LOJAS RENNER: “As diretrizes internacionalmente reconhecidas GRI – são padrões que orientam a divulgação sobre temas relevantes para a sustentabilidade das empresas e dão ao leitor comparabilidade e transparência.”

Impactos dos produtos e processos no meio ambiente e na sociedade

MRV: “Reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos, sempre que possível.”

CEMIG: “Os recursos destinados ao gerenciamento de resíduos alcançaram R$ 854,3mil.”

Energia COPAL: “Com essa iniciativa procuramos resolver passivos ambientais de geração de resíduos dos principais setores produtivos do estado, ao mesmo tempo em que oferecemos uma fonte alternativa de energia renovável.”

ELETROPAULO: “Garantir a eficiência operacional: melhorar os índices de qualidade do fornecimento de energia elétrica.”

LIGHT “Uso eficiente de recursos renováveis.”

Informações financeiras socioambientais

SANTANDER: “7,5 milhões de euros, investimento em Responsabilidade Social Corporativo em 2017.”

AES “mantivemos investimentos em programas de preservação ambiental e desenvolvimento socio económico nas comunidades em que atuamos.”

ELETROBRAS: “R$ 260,9milhões, investidos no ano em projetos de caráter social, cultural, esportivo, desenvolvimento territorial, promoção da cidadania, direitos da criança e do adolescente, meio ambiente, geração de trabalho e renda, saúde e segurança alimentar em comunidades com quais nos relacionamos.”

Educação e pesquisa socioambientais

TIM: “A Companhia realiza projetos que apoiam a promoção de alguns ODS.”

WEG “Em 2017, investimentos R$ 8,4 milhões em 44 projetos sociais, envolvendo educação, cultura, inclusão social e saúde.”

Mercado de créditos de carbono

ECORODOVIAS: “Neste ano, um total de 9.256,67 tCO2, foram compensadas utilizando créditos de carbono vinculados ao

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Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no âmbito do Protocolo de Kyoto da Organizações das Nações Unidas (ONU).”

NATURA: “Para a marca Natura, reduzir em 33% a emissão de GEE... de 2007 a 2016, foram contratados 35 projetos, totalizando 2.945.158 tCO2.”

Outras informações socioambientais

BANCO DO BRASIL: “Nossos desafios são mapeados a partir da avaliação de tendências nacionais e internacionais de sustentabilidade, índices de mercado, demandas da sociedade em geral e, principalmente, da conexão das nossas estratégias de negócios com os ODS.”

DURATEX: “Foram apontados como empresa modelo do setor de materiais de construção no Guia Exame de Sustentabilidade por nossos desempenhos económico, ambiental, social e de governança.”

Quadro 9 - Mensagens das empresas sobre as categorias e subcategoriasFonte: Adaptado pelo autor

No quadro 10 temos o segundo módulo do resultado da pesquisa, que foi obtida através dos relatórios anuais de sustentabilidade e/ou relatórios integrados. Utilizou-se uma adaptação do modelo dos autores Rover et al. (2012, p. 223), aplicando as 8 categorias e as suas subcategorias já identificadas no título anterior.

As pesquisas declaratórias mostram um excelente grau de disclosure, que abrange todas as categorias e subcategorias, demonstrando transparência nas informações de sustentabilidade corporativa, que caracterizam formas positivas para as organizações, e sua criação de valor (Dantas et al., 2005).

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Empresas 2016 2017 2018 Média por empresa

Fleury 100% 100% 100% 100%B2w digital 100% 100% 87,5% 95,83%Lojas americ 100% 100% 100% 100%Lojas renner 100% 100% 100% 100%Mrv 100% 100% 100% 100%Cemig 100% 100% 100% 100%Copel 100% 100% 100% 100%Engie brasil 0% 0,00% 100% 33,33%Eletrobras 100% 100% 100% 100%Eletropaulo 100% 100% 0% 66,67%Energias br 100% 100% 100% 100%Light S/A 100% 100% 100% 100%Aes tiete e 100% 100% 100% 100%Natura 100% 100% 100% 100%Brasil 100% 100% 100% 100%Bradesco 100% 100% 100% 100%Itausa 75% 50% 50% 58,33%Itauunibanco 87,5% 100% 100% 95,83%Santander br 100% 100% 37,5% 79,17%Duratex 100% 100% 100% 100%Klabin S/A 100% 100% 100% 100%Weg 100% 100% 100% 100%Braskem 100% 100% 100% 100%Cielo 100% 100% 100% 100%Tim part S/A 100% 100% 100% 100%Telef brasil 0% 0% 100% 33,33%Ccr sa 100% 100% 100% 100%Ecorodovias 100% 100% 100% 100%

Média por Ano 91,52% 91,07% 91,96% 91,52%

Quadro 10 Disclosure das informações de sustentabilidade de forma "declaratória"Fonte: Adaptado pelo autor

Na figura 9, temos a melhor perceção do full disclosure declaratório em cada ano da pesquisa.

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Figura 9 - Full Disclosure Declaratório em percentual, número de empresa ao anoFonte: Elaborado pelo autor

Na verdade, o elevado grau de disclosure inicia-se com as categorias denominadas de políticas socioambientais e outras informações socioambientais, constando todas as empresas pesquisadas. Em seguida vem a categoria educação e pesquisa socioambientais. Em quarto lugar, temos a categorias de sistemas de gerenciamentos socioambientais. Na quinta e sexta posições com a mesma quantidade as categorias, apresentam-se, respetivamente, mercado de crédito de carbono e energia. Por fim, as categorias com menor disclosure referem-se aos impactos dos produtos e processo nos meios socioambientais e às informações financeiras socioambientais. Podemos confirma na Figura 10 os números de disclosure de sustentabilidade por categoria.

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2016

2017

2018

2

2

1

11

1

24

25

24

1

11

full Disclosure declaratório

100,00% 87,50% 75,00% 50%2 37,50%2 0%

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1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª22

24

26

28

2625 25 25

26 26 26 2626 2625 25 25

2625

2627

2625

26

24

2625

27

Grau de disclosure de sustentabilidade por categoria declaratório

pesquisadas

2016 2017 2018Figura 10 - Grau de disclosure de sustentabilidade por categoriaFonte: Elaborado pelo autor

As 21 empresas que apresentaram o full disclosure de sustentabilidade declaratório são: Fleury; Lojas Americanas; Lojas Renner; MRV; CEMIG; COPEL; ELETROBRAS; Energias BR; Light S/A; AES Tiete; Natura; Banco do Brasil; Banco Bradesco; Duratex; Klabin S/A; Weg; Braskem; Cielo; Tim Part. S/A; CCR S/A e Ecorodovias. Conclui-se, portanto, que 75% das empresas investigadas que compõem a carteira do ISE têm full disclosure de sustentabilidade declaratório.

Na figura 11, fica claro o alto grau de evidenciação das informações de sustentabilidade declaratória. As informações apresentadas na figura, representam a média dos resultados encontrado.

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33.33%

58.33%

66.67%

79.17%

95.83%

100.00%

0 5 10 15 20 25

2

1

1

1

2

21

Grau de disclosure declaratória em percentual

Nº de EmpresasFigura 11 - Número de empresas com disclosure de sustentabilidade declaratória,

média da pesquisaFonte: Elaborado pelo autor

Efetivamente, o full disclosure de sustentabilidade declaratório tem excelente grau de evidenciação de informação em comparação com o disclosure de sustentabilidade monetário. Com isso, vamos iniciar o terceiro módulo da pesquisa. Na figura 12, onde os números apresentados correspondem às médias já demonstrada acima (figura 8 e 11), podemos observar o sentido contrário entre elas.

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0.00%

8.33%

25.00%

33.33%

41.67%

58.33%

79.17%

100.00%

0 5 10 15 20 2511

111

411

611

2

111

221

Comparação das informações de sustentabilidade monetário vs declaratório

Declaratória MonetárioFigura 12 - Comparação em número de empresas no disclosure de sustentabilidade

monetário vs. declaratóriaFonte: Elaborado pelo autor

Observa-se, nesta figura, um cenário onde o disclosure monetário tem apenas uma empresa, totalizando 50%. Já o disclosure declaratório tem apenas duas empresas, com disclosure de 33,33% das categorias pesquisadas. Uma possível explicação para o baixo grau de disclosure monetário, está relacionada com a obrigação de auditar contas financeiras referente a informações de natureza social e ambiental.

Finalmente, chegamos ao quarto e último módulo da pesquisa. No quadro 11, aparecem os resultados de todas as 16 categorias de disclosure nos três anos da pesquisa, onde também, é possível identificar o número de empresas por setor de atividade, além da média de disclosure por setor de atividade.

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SETOR 2016

2017

2018

Média por ano

1 ENERGIA ELÉTRICA 68 71 76 71.662 INSTITUIÇÃO

FINANCEIRA40 39 34 37.66

3 COMÉRCIO/RETALHO 25 24 23 244 MADEIRA E PAPEL 21 22 22 21.665 TRANSPORTE 16 16 18 16.666 TELECOMUNICAÇÃO 12 12 20 14.667 HIGIENE PESSOAL 12 12 12 128 QUÍMICO 11 11 11 119 CONSTRUÇÃO CIVIL 10 10 10 1010 MÁQUINAS E

EQUIPAMENTOS10 10 10 10

11 ANÁLISE E DIAGNOSTICO

8 8 8 8

12 SERVIÇO FINANCEIRO 8 8 8 8TOTAL DISCLOSURE 241 243 252 245.33

Quadro 11 - Disclosure de sustentabilidade de toda a amostra por setor de atividade económica

Fonte: Elaborada pelo autor

Verifica-se, assim, que os setores energia elétrica e instituição financeira lideram, pois são os que mais apresentam disclosure. Ressaltamos que esses dois setores possuem quase a metade da carteira do ISE. Em termos de médias (disclosure total dividido por números de empresas), verifica-se, no quadro 11, que os setores com mais disclosure são os seguintes: Higiene Pessoal, Químico, Madeira e Papel.

Houve um recuo em 2018 do disclosure da atividade económica Instituições Financeira, isso ocorreu, por não está evidenciado nos relatórios anuais de sustentabilidade das categorias de mercado de crédito de carbono e informações financeiras socioambientais, no qual se refere ao disclosure declaratório. Já o setor de atividade económica Comércio / Retalho, aconteceu o mesmo fato, não evidenciou a categoria de informações financeiras socioambientais.

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Capítulo 5. Considerações finaisNo presente trabalho, procurou-se contribuir para a literatura

sobre a identificação do grau de disclosure de sustentabilidade das empresas que compõem a carteira do ISE da B3 nos anos de 2016, 2017 e 2018, sendo essas informações monetária e declaratória. Constatou-se que existe uma diferença considerável entre os disclosure monetário e declaratório em todas as empresas que compõem a carteira da ISE da B3.

Identificamos que a contabilidade socioambiental é apontada como uma ferramenta fundamental para o disclosure de sustentabilidade. Essa nova segmentação da contabilidade, ultimamente atende às exigências externas e internas (Tinoco & Robles, 2006).

Pode-se concluir através dos resultados encontrados que o disclosure monetário ainda é baixo. Já disclosure declaratório apresenta um excelente nível, ou seja, um full disclosure. Os resultados apresentam uma transparência no que tange aos aspetos socioambientais, criando assim valores para as organizações.

Do disclosure declaratório se destacam as subcategorias de governança e materialidade. Todas as empresas evidenciaram informações relevantes para o desenvolvimento sustentável.

Julga-se que o baixo grau de disclosure monetário se dá por não ser obrigatória, por não respeitar o princípio da prudência e competência, e ainda, se forem evidenciados na DFPs, deverão ser revisados por auditores independentes (Costa & Marion, 2007).

Por outro lado, a Resolução das informações de natureza social e ambiental deveria ser obrigatória, pois o país (governo e empresas de responsabilidade social) vem aplicando ODS em toda sua extensão territorial. Dessa forma, as empresas deveriam passar a evidenciar nas DFPs de maneira compulsória.

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Durante o presente trabalho, tivermos diversas limitações em relação a homogeneização das informações, sejam elas de importância monetária ou declaratória e tanto quanto a localização das informações nos websites, nos quais muitas estão distribuídas em diferentes páginas com layouts completamente distintos.

Entre as sugestões que se entendem apresentar para futuras pesquisas, refere-se desde já que investiguem os questionários de sustentabilidade das empresas que fazem parte da carteira do ISE, quesito de acesso ao índice, fazendo comparações entre as informações dos relatos financeiros DFPs, relatórios de sustentabilidade, relato integrado e objetivos de desenvolvimento sustentável (metas e indicadores).

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Nossa, V., Rodrigues, V. R. dos S., & Nossa, S. N. (2017). O que se tem pesquisado sobre Sustentabilidade Empresarial e sua Evidenciação? Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 11, 87–105.

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Resolução CFC nº 1.003/04 (NBC T 15–Informações de Natureza Social e Ambiental). Obtido de http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/res1003.htm

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Santos, D. Z., Castilho, D., & Gonzales, A. (2017). Avaliação do nível de Disclosure de passivos ambientais contingentes pelas principais empresas do setor elétrico entre 2010 E 2014. Revista

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Científica Hermes - FIPEN, 19(0), 585–609. https://doi.org/10.21710/rch.v19i0.307

Schvirck, E., Lunkes, R. J., Gasparetto, V., & Borba, J. A. (2014). Convergência internacional das normas contábeis e as alterações na estrutura do relatório por segmentos: da divulgação voluntária ao advento do CPC 22. Revista Universo Contábil, 10(1), 67–83.

Souza, M. A. de, Cruz, A. P. C. da, Machado, D. G., & Mendes, R. da C. (2008). Evidenciação voluntária de informações contábeis. Revista Universo Contábil, 4(4), 39–56. https://doi.org/10.4270/ruc.20084

Teixeira, E. A., Nossa, V., & Funchal, B. (2011). O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção de risco. Revista Contabilidade & Finanças, 22(55), 29–44. https://doi.org/10.1590/S1519-70772011000100003

Tinoco, J. E. P., & Robles, L. T. (2006). A contabilidade da gestão ambiental e sua dimensão para a transparência empresarial: Estudo de caso de quatro empresas brasileiras com atuação global. Revista de Aministração Pública - RAP, 40 (6), 1077–1096.

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Vellani, C. L., & Ribeiro, M. de S. (2009). Sustentabilidade e contabilidade. Revista Contemporânea de Contabilidade, 6(11), 187–206. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2009v6n11p187

Weis, J. C. (2019). Responsabilidade Socioambiental: Um

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estudo em Empresa de Transporte Coletivo de Passageiros (ETCP). Revista Brasileira de Contabilidade, (235), 12–23.

Zanelato, F. A., Grando, T., de Quadros Martins, V., & Mesquita Zanini, F. A. (2018). Gastos Sociais Internos E O Desempenho Das Empresas Do Ise. INTERNAL SOCIAL EXPENSES AND THE PERFORMANCE OF ISE COMPANIES., 10(2), 384–403.

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Apêndice I

Ação Part. (%) website

ELETROPAULO 0,087 http://ri.eneldistribuicaosp.com.br/LOG COM PROP 0,15 http://ri.logcp.com.br/SANTANDER BR 0,57 https://www.ri.santander.com.br/LIGHT S/A 0,638 http://ri.light.com.br/ECORODOVIAS 0,78 http://ri.ecorodovias.com.br/AES TIETE E 1,066 http://ri.aestiete.com.br/COPEL 1,117 http://ri.copel.com/DURATEX 1,236 https://www.duratex.com.br/riENERGIAS BR 1,625 http://enbr.infoinvest.com.br/MRV 1,664 https://ri.mrv.com.br/ITAUSA 1,939 http://www.itausa.com.br/BRASIL 2,398 https://ri.bb.com.br/pt-br/FLEURY 2,445 http://ri.fleury.com.br/ELETROBRAS 2,536 https://eletrobras.com/pt/ri/Paginas/home.aspxB2W DIGITAL 2,582 https://ri.b2w.digital/ENGIE BRASIL 3,201 https://www.engie.com.br/investidores/NATURA 3,295 https://natu.infoinvest.com.br/TIM PART S/A 3,771 http://ri.tim.com.br/LOJAS AMERIC 4,184 https://ri.lasa.com.br/KLABIN S/A 4,229 http://ri.klabin.com.br/CEMIG 4,276 http://ri.cemig.com.br/BRADESCO 4,799 https://www.bradescori.com.br/CIELO 4,821 https://ri.cielo.com.br/WEG 5,531 https://ri.weg.net/CCR SA 5,67 http://ri.ccr.com.br/BRASKEM 5,781 http://www.braskem-ri.com.br/

ITAUUNIBANCO 5,821https://www.itau.com.br/relacoes-com-investidores/Default4.aspx

TELEF BRASIL 7,669 http://ri.telefonica.com.br/LOJAS RENNER 9,569 http://lojasrenner.mzweb.com.br/

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Apêndice II2016 2017 2018

EMPRESAS

Ati

vo

Am

bien

tal

Esto

que

Am

bien

tal

Imob

iliza

do

Am

bien

tal

Pass

ivo

Am

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Rec

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A

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sas

e G

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Ex

plic

ativ

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A

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l

%

8

Ati

vo

Am

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espe

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e G

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sN

otas

Ex

plic

ativ

asA

udit

oria

A

mbi

enta

l

%

1 FLEURY 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%2 B2W DIGITAL 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

3LOJAS AMERIC 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

4LOJAS RENNER 0 0 0 0 0 0 1 0 13% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

5 MRV 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00%

6 CEMIG 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 1 0 0 1 0 1 1 0 50,00

% 1 0 0 1 0 1 1 0 50,00%

7 COPEL 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 0 1 0 0 1 1 37,50%

8ENGIE BRASIL 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% 1 0 0 1 0 0 1 0 37,50

%

9 ELETROBRAS 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00%

10

ELETROPAULO 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

%11 ENERGIAS BR 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 1 0 0 1 1 0 37,50% 0 0 1 1 0 1 1 0 50,00

%12 LIGHT S/A 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

13 AES TIETE E 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

%14 NATURA 1 1 0 1 0 0 1 0 50,00

% 1 1 0 1 0 0 1 0 50,00% 1 1 0 1 0 0 1 0 50,00

%15 BRASIL 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

16 BRADESCO 1 0 0 1 0 0 1 0 37,50

% 1 0 0 1 0 0 1 0 37,5% 1 0 0 1 0 0 1 0 37,5

%1 ITAUSA 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

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718

ITAUUNIBANCO 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

19

SANTANDER BR 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

20 DURATEX 0 0 0 1 0 0 1 1 37,50

% 0 0 0 1 0 0 1 1 37,50% 0 0 0 1 0 0 1 1 37,50

%21 KLABIN S/A 1 0 0 0 0 0 1 0 25,00

% 1 0 0 1 0 0 1 0 37,50% 1 0 0 1 0 0 1 0 37,50

%22 WEG 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

%23 BRASKEM 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50% 0 0 0 1 0 1 1 0 37,50

%24 CIELO 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

25 TIM PART S/A 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

%26

TELEF BRASIL 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

%27 CCR SA 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0% 0 0 0 0 0 0 0 0 0%

28

ECORODOVIAS 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% 0 0 0 1 0 0 1 0 25,00

%

TOTAL 3 1 0 13 0 3 1

5 1 4 1 1 13 0 5 1

4 1 5 1 1 16 0 5 16 2

Percentual por categoria % 10

,71

% 3,57 % 0,00 %

46,4

3% 0,00 %

10,7

1%

53,5

7% 3,57 %

16,0

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14,2

9% 3,57 % 3,57 %

46,4

3% 0,00 %

17,8

6%

50,0

0% 3,57 %

17,4

1%

17,8

6% 3,57 % 3,57 %

57,1

4% 0,00 %

17,8

6%

57,1

4% 7,14 %

20,5

4%

Apêndice III2016 2017 2018

EMPRESAS

Polít

Sist

Imp

Ener

Info

Edu

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%8 Po

lítSi

stIm

pEn

erIn

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Polít

Sist

Imp

Ener

Info

Edu

Mer

Out

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%

1 FLEURY 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00%

2B2W DIGITAL 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 0 1 1 1 87,50

%

3LOJAS AMERIC 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%

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4LOJAS RENNER 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%

5 MRV 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00%

6 CEMIG 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00%

7 COPEL 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00%

8ENGIE BRASIL 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%

9ELETROBRAS 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%10

ELETROPAULO 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

%11

ENERGIAS BR 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%12 LIGHT S/A 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%13 AES TIETE E 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%14 NATURA 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%15 BRASIL 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%16 BRADESCO 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%17 ITAUSA 1 1 0 0 1 1 1 1 75,00

% 1 1 0 0 0 1 0 1 50,00% 1 1 0 0 0 1 0 1 50,00

%18

ITAUUNIBANCO 1 0 1 1 1 1 1 1 87,50

% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%19

SANTANDER BR 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 0 0 1 0 0 0 1 37,50

%20 DURATEX 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%21 KLABIN S/A 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%

64

Page 65: repositorio-aberto.up.pt · Web viewAos meus pais, por tudo o que me permitiram para singrar o meu caminho e poder chegar a este dia. Recordo as sabias palavras da minha mãe (hoje

22 WEG 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%23 BRASKEM 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%24 CIELO 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%25

TIM PART S/A 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%26

TELEF BRASIL 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00

% 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%27 CCR SA 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%28

ECORODOVIAS 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,00% 1 1 1 1 1 1 1 1 100,0

0%

TOTAL26

25

25

25

26

26

26

26

26

26

25

25

25

26

25

26

27

26

25

26

24

26

25

27

Percentual por categoria % 92

,86%

89,2

9%

89,2

9%

89,2

9%

92,8

6%

92,8

6%

92,8

6%

92,8

6%

91,5

2%

92,8

6%

92,8

6%

89,2

9%

89,2

9%

89,2

9%

92,8

6%

89,2

9%

92,8

6%

91,0

7%

96,4

3%

92,8

6%

89,2

9%

92,8

6%

85,7

1%

92,8

6%

89,2

9%

96,4

3%

91,9

6%

65