Reprodução e desigualdade
-
Upload
roberto-mosca-junior -
Category
Documents
-
view
5.202 -
download
0
Transcript of Reprodução e desigualdade
Reproduzindo Desigualdades
RMJ
A escola enquanto um espaço social.
• Teoria funcionalista e o exagero na questão da meritocracia.
• Os teóricos do conflito, dos quais Bourdieu faz parte, argumentam que a escola distribuem os benefícios da educação de forma desigual.
• Isso significa que, em vez de funcionar como sistema meritocrático, as escolas tendem a reproduzir o sistema de estratificação geração após geração.
Bourdieu
• Dentre todas as soluções apresentadas (...) para o problema da transmissão do poder e dos privilégios, provavelmente nenhuma foi melhor dissimulada e, consequentemente, melhor adaptada a sociedades que tendem a rejeitar as formas mais patentes de transmissão hereditária de poder e privilégios, do que a solução dada pelo sistema educacional para reprodução da estrutura de relação de classes e para a dissimulação do fato de que ela preenche esta função sob aparência de neutralidade.
Capital econômico, escola e reprodução da desigualdade.
• Em parte reproduzem a desigualdade em função da grande variação em termos de qualidade.
• Se considerarmos apenas o ensino público temos diferenças muito grande em relação à riqueza dos municípios e um sistema de financiamento educacional baseado em impostos municipais.
• O que faz crianças de municípios pobres freqüentarem escolas mal equipadas, enquanto aquelas de regiões mais ricas freqüentam escolas com mais recursos.
Reprodução da desigualdade.
• As disparidades de qualidade não se limitam a recursos físicos.
• As escolas públicas e privadas, de localidades mais desfavorecidas, inclusive bairros mais pobres, tendem a ter diversos alunos oriundo de famílias em situação de pobreza, repetentes e com problemas disciplinares, além de alto grau de violência.
• Dependendo do município as escolas, públicas e privadas, podem pagar menos que as outras e ter professores menos qualificados.
Capital social e reprodução das desigualdades.
• Sendo assim elas são menos propícias à aprendizagem do que escolas que tenham menos alunos em situação de pobreza, expostos a violência, com problemas disciplinares e professores mais bem formados.
• Além, da distribuição de recursos educacionais, o tipo de estudante e a qualidade do professor (ou “composição social” das escolas). Afetam a qualidade das escolas.
Capital cultural e reprodução das desigualdades.
• Um outro fator que influencia o sucesso escolar dos indivíduos e explica o papel da escola na reprodução das desigualdades é o que Bourdieu chamou de capital cultural.
• Para o autor o espaço social é construído de tal modo que os agentes e ou grupos são distribuídos em função de sua posição, de acordo com alguns princípios de diferenciação, sendo que os mais importantes são o capital econômico e o capital cultural.
Capital econômico e cultural• O capital econômico: recursos materiais, bens, dinheiro e renda.• O Capital cultural: sinais de status (atitudes, preferências,
conhecimento formal, comportamentos, objetivos e credenciais) amplamente compartilhados e que são usados para distinguir ou diferenciá-los.
• Assim, as pessoas que tem muito capital cultural tendem a ter gostos “sofisticados” em literatura, arte, música e mesmo esporte (esgrima e tênis, por exemplo). Essas pessoas também se comportam de acordo com regras de etiqueta da cultura dominante, que tende a ser percebida como “superior”.
Transmissão do capital cultural
• O capital cultural tende a ser transmitido por diferentes agentes de socialização (família, os grupos de colegas e a escola).
• Todos eles acabam reproduzindo a desigualdade ou o capital global (econômico e cultural) dos diversos grupos que ocupam um espaço social.
A escola
• E como a escola faz isso?• Certamente elas não fazem discriminações diretas em
favor das crianças dos grupos dominantes. Ao contrário, todos são avaliados de maneira “imparcial” em relação as suas habilidades e ao seu desempenho de acordo com os mesmos critérios de excelência.
• O ponto importante é que os critérios de excelência derivam das classes dominantes e, e nesse sentido, as crianças que adquiriram maior grau de capital cultural, com informações e habilidades na família, já ingressam na escola com com diferentes níveis de competência.
A escola
• Em outras palavras, o sucesso escolar de uma criança não depende não apenas de características de características como QI ou qualidade da escola, mas também do grau de consciência do que é positivamente valorizado em casa e na escola, isto é, entre o capital cultural da família de origem (que pode variar muito) e a cultura dominante valorizada na escola.
• E tudo isso ocorre com aparência de grande neutralidade.
Bourdieu e a Educação
• Com risco de simplificar excessivamente o pensamento de Bourdieu, pode-se resumir seus principais argumentos acerca do papel da educação na reprodução das desigualdades sociais da seguinte forma:
• 1) a possessão de alto nível de capital cultural está intimamente relacionado ao fato de ser nascido numa família de status elevado.
Bourdieu e a Educação
• 2) Um capital cultural elevado aumenta as chances de sucesso escolar e, consequentemente, de se obter um bom emprego no mercado de trabalho remunerado.
• 3) um bom emprego contribui para (embora não determine) um capital econômico mais elevado.
• Críticas: Peso excessivo a herança cultural familiar.
Temas para a prova
• Habitus• capital cultural :em estado objetivo em estado institucionalizado em estado incorporado• campo social• conceito de classe social • capital econômico e capital econômico• configuração em Elias.• dicotomia indivíduo e sociedade