RESENHA 13

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RESENHA 13 Psicologia jurídica Perspectivas teóricas e processos de intervenção Felipe Fernandes de Lima O O livro Psicologia jurídica: perspectivas teóricas e processos de intervenção, organizado por Sonia Liane Reichert Rovinski e Roberto Moraes Cruz, foi publicado pela Vetor Editora no ano de 2009. Com o objetivo de ampliar o conhecimento dos psicólogos e estudantes no campo da psicologia jurídica, a obra é dividida em 23 capítulos e, além dos organizadores, conta com a participação de 29 autores com experiências no campo jurídico. No primeiro capítulo, Psicologia jurídica no Brasil e na América Latina: dados históricos e suas repercussões quanto à avaliação psicológica, Sonia Rovinski versa sobre a avaliação psicológica na área jurídica, no âmbito das questões históricas da realidade brasileira e da América Latina. Alcebir Dal Pizzol, em Perícia psicológica e social na esfera judicial: aspectos legais e processuais, apresenta algumas considerações e técnicas acerca da prática da perícia psicológica e social e destina-se especialmente aos psicólogos e assistentes sociais. Em Avaliação psicológica em processos judiciais nos casos de determinação de guarda e regulamentação de visitas, Saidy Karolin Maciel e Roberto Cruz destacam a importância do processo de avaliação psicológica no âmbito da justiça como subsidiador às decisões dos magistrados. No capítulo seguinte, O uso de instrumentos em avaliação psicológica no contexto do direito de família, Vivian de Medeiros Lago e Denise Ruschel Bandeira situam o leitor quanto à evolução histórica do uso de instrumentos para avaliação psicológica, bem como ressaltam a importância destas ferramentas como forma de fundamentar a validade dos achados durante o processo pericial. O quinto e o sexto capítulo tratam de aspectos inerentes às entrevistas forenses. No primeiro, O uso da entrevista investigativa no contexto da psicologia forense, Sonia Rovinski e Lilian Milnitsky Stein abordam as questões conceituais da entrevista investigativa no contexto forense, diferenciando-a da entrevista clínica quanto às suas características e objetivos. Em Detectando mentiras em entrevistas forenses, Ray Bull, Leandro da Fonte Feix e Lilian Milnitsky Stein debatem as principais questões relacionadas à detecção de mentiras durante a realização das entrevistas no âmbito judicial, apresentando técnicas e orientações para a sua realização. Do sétimo ao décimo primeiro capítulo, são

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Psicologia jurídicaPerspectivas teóricas e processos de intervençãoFelipe Fernandes de Lima

O O livro Psicologia jurídica: perspectivas teóricas e processos de intervenção, organizado por Sonia Liane Reichert Rovinski e Roberto Moraes Cruz, foi publicado pela Vetor Editora no ano de 2009. Com o objetivo de ampliar o conhecimento dos psicólogos e estudantes no campo da psicologia jurídica, a obra é dividida em 23 capítulos e, além dos organizadores, conta com a participação de 29 autores com experiências no campo jurídico.No primeiro capítulo, Psicologia jurídica no Brasil e na América Latina: dados históricos e suas repercussões quanto à avaliação psicológica, Sonia Rovinski versa sobre a avaliação psicológica na área jurídica, no âmbito das questões históricas da realidade brasileira e da América Latina.Alcebir Dal Pizzol, em Perícia psicológica e social na esfera judicial: aspectos legais e processuais, apresenta algumas considerações e técnicas acerca da prática da perícia psicológica e social e destina-se especialmente aos psicólogos e assistentes sociais.Em Avaliação psicológica em processos judiciais nos casos de determinação de guarda e regulamentação de visitas, Saidy Karolin Maciel e Roberto Cruz destacam a

importância do processo de avaliação psicológica no âmbito da justiça como subsidiador às decisões dos magistrados.No capítulo seguinte, O uso de instrumentos em avaliação psicológica no contexto do direito de família, Vivian de Medeiros Lago e Denise Ruschel Bandeira situam o leitor quanto à evolução histórica do uso de instrumentos para avaliação psicológica, bem como ressaltam a importância destas ferramentas como forma de fundamentar a validade dos achados durante o processo pericial.O quinto e o sexto capítulo tratam de aspectos inerentes às entrevistas forenses. No primeiro, O uso da entrevista investigativa no contexto da psicologia forense, Sonia Rovinski e Lilian Milnitsky Stein abordam as questões conceituais da entrevista investigativa no contexto forense, diferenciando-a da entrevista clínica quanto às suas características e objetivos. Em Detectando mentiras em entrevistas forenses, Ray Bull, Leandro da Fonte Feix e Lilian Milnitsky Stein debatem as principais questões relacionadas à detecção de mentiras durante a realização das entrevistas no âmbito judicial, apresentando técnicas e orientações para a sua realização.Do sétimo ao décimo primeiro capítulo, são

discutidos temas relacionados à violência. Em Violência psicológica contra crianças nas interações familiares: problematização e diagnóstico, Saidy Karolin Maciel e Roberto Cruz analisam os tipos de violência que as crianças são submetidas em alguns casos e as possíveis intervenções em prol da saúde destas vítimas.Blanca Werlang, Samantha Dubugras Sá e Vivian Roxo Borges, no oitavo capítulo, Violência doméstica contra a mulher e a lei Maria da Penha, contextualizam a violência como um fenômeno difuso e complexo, tido como questão de saúde pública. Nesse sentido situam a lei Maria da Penha como importante instrumento no combate à violência doméstica contra a mulher.Em Violência intrafamiliar contra idosos, Schirley dos Santos Garcia e Roberto Cruz debatem o papel dos psicólogos jurídicos no que diz respeito à violência contra idosos, e apresentando dados estatísticos dessa problemática, fatores de risco e psicopatologias comumente identificadas nos agressores.O décimo capítulo, Grupos de homens autores de violência: possibilidades de intervenções diante das recomendações propostas na lei Maria da Penha, de Adriano Beiras, tem por finalidade elucidar a necessidade do enfoque do fenômeno da violência para além das vítimas.Finalizando a abordagem da violência, em Palavra de pulso firme: a coordenação de grupos com homens acusados de violência de gênero enquanto agente reflexivo e transformador, Gustavo Espíndola Winck e Marlene Neves Strey preocupam-se em repensar a masculinidade e os papéis de gênero com intuito de tornar o papel do psicólogo mais efetivo no trabalho em grupo com agressores.Lúcia Capitão, em A democratização do atendimento a adolescentes privados de liberdade: interface com a justiça restaurativa, trata dos desafios contemporâneos acerca da garantia de direitos humanos para adolescentes autores de ato infracional.No capítulo Reintegração do adolescente infrator ao meio social, Paula Gomide mobiliza o leitor a questionar-se sobre os

temas que envolvem a reincidência de jovens infratores, a maioridade penal e as possibilidades do psicólogo judiciário neste contexto.Em Perspectivas no abrigamento de crianças e adolescentes vitimizados, Ana Celia Garcia Albornoz discute a privação na infância, contextualiza a institucionalização e disserta sobre o papel do psicólogo nos abrigos.O capítulo seguinte, Psicoterapia com infratores de alto risco: trabalhando a mentira, a vergonha e a culpa, escrito por Giovana Veloso Munhoz da Rocha, auxilia no entendimento do processo de recuperação de infratores a partir de modelos psicoterápicos.As autoras Vera Regina Röhnelt Ramires, Daniele Simone Passarini e Larissa Goulart dos Santos, em O atendimento psicológico de crianças e adolescentes solicitado pelo poder judiciário, discorrem sobre as perspectivas e desafios da psicoterapia no contexto da violência doméstica.Do décimo sétimo ao vigésimo capítulo, a obra contempla diversas abordagens do tema mediação. Iniciando pelo capítulo Competências profissionais do mediador familiar: método e instrumento de avaliação, de Fernanda Graudenz Müller, Roberto Cruz e Carolina Bartillotti evidenciam o papel do mediador nos diversos contextos em que atua, ao passo que situa o leitor nesses cenários e estrutura um conjunto de competências para qualquer tipo de mediação de conflitos.Em seguida, Liara Krüger, no capítulo Mediação do divórcio: pressupostos teóricos para a prática sistêmica, estabelece a teoria sistêmica da família, a ruptura do vínculo conjugal e a construção do diálogo transformador, como pressupostos que orientam os processos de trabalho dos profissionais que atuam sobre estas demandas.Em Mediação familiar nos contextos de conjugalidade, Leandro Castro Oltramari avalia as transformações que compreendem os relacionamentos afetivos sexuais e como elas têm influenciado o campo de atuação dos profissionais que atuam na área da mediação familiar.

www.vetoreditora.com.br

Psicólogo pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL/Americana), pós-graduando em Avaliação Psicológica pelo Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG). Psicólogo pesquisador na área de Psicologia do Departamento de Pesquisas e Produtos da Vetor Editora Psicopedagógica e membro colaborador do Laboratório de Psicodiagnóstico e Neurociências Cognitivas (LaPeNC).

Felipe Fernandes de Lima

Regina Ingrid Bragagnolo, encerra o tema mediação no capítulo Impasses do serviço de mediação familiar no cenário das violências conjugais, problematizando o papel do mediador familiar diante das violências conjugais e suas consequências.Os três últimos capítulos tratam das questões psicológicas pertinentes ao encarceramento e à reinserção social do egresso. Marcos Erico Hoffman, em Psicologia, violência e organizações prisionais, realiza uma reflexão crítica sobre o sistema prisional. Deise Maria do Nascimento, em Psicologia e sistema prisional: alguns apontamentos, descreve as atribuições do psicólogo na compreensão dos modelos prisionais e em sua atuação na qualidade de agente de mudança.Em conclusão, Prisões femininas: um espaço diferente?, Rosalice Lopes delineia as diferenças de gênero identificadas no sistema prisional e a urgente necessidade de produzir mudanças, novos sentidos e práticas em torno das problemáticas das prisões femininas.Pela amplitude de temas discutidos e o número de profissionais expressivos e com notável experiência na área, este livro é indicado aos psicólogos cuja intenção é buscar o desenvolvimento na área da psicologia jurídica.