Resenha Critica Corpo e Clinica

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Aluna: Lucilia Fonseca carvalho Dionizio 4º Semestre de psicologia Famec. Resenha critica O corpo e a clinica. Significado de corpo. Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido. Parte material do animal, especialmente do homem (por opos. a espírito). O corpo tem vários significados em suas diversas maneiras de se pensar ou falar desde o passado. O corpo é uma síntese da cultura, porque expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, através do seu corpo, vai assimilando e se apropriando dos valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação (a palavra é significativa). Mais do que um aprendizado intelectual, o indivíduo adquire um conteúdo cultural, que se instala no seu corpo, no conjunto de suas expressões. A cultura foi à própria condição de sobrevivência da espécie. Portanto, pode-se dizer que a natureza do homem é ser um ser cultural. Existe um conjunto de significados que cada sociedade escreve nos corpos dos seus membros ao longo do tempo, significados estes que definem o que é corpo de maneiras variadas. KOFES (1985), afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar através de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente enquanto cultura.

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O corpo e a clinica

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Aluna: Lucilia Fonseca carvalho Dionizio4º Semestre de psicologia Famec.

Resenha critica

O corpo e a clinica.

Significado de corpo.

Qualquer substância material, orgânica ou inorgânica: corpo sólido.Parte material do animal, especialmente do homem (por opos. a espírito).

O corpo tem vários significados em suas diversas maneiras de se pensar ou falar desde o passado.

O corpo é uma síntese da cultura, porque expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, através do seu corpo, vai assimilando e se apropriando dos valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação (a palavra é significativa). Mais do que um aprendizado intelectual, o indivíduo adquire um conteúdo cultural, que se instala no seu corpo, no conjunto de suas expressões.

A cultura foi à própria condição de sobrevivência da espécie. Portanto, pode-se dizer que a natureza do homem é ser um ser cultural.

Existe um conjunto de significados que cada sociedade escreve nos corpos dos seus membros ao longo do tempo, significados estes que definem o que é corpo de maneiras variadas.

KOFES (1985), afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar através de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente enquanto cultura.

Na maioria das culturas do chamado “mundo primitivo” (culturas não industrializada e muitas vezes sem escrita), a noção de corpo diverge bastante da nossa. Para alguns destes povos, o corpo neutro, ou natural, não é um corpo valorizado ou desvalorizado: é um corpo frequentemente concebido como parte do universo. O mesmo parece ter acontecido com as primeiras civilizações.

Na cultura ocidental a apropriação do corpo é relativamente recente. Como o resto do universo, ele era tido como uma criação de Deus (Sua obra prima) e, logo, intocável, inquestionável e inescrutável.

Por muitos séculos, o corpo, seus humores, suas doenças pareciam enigmáticos e inexplicáveis. No início de nossa era, o Cristianismo teve

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profunda influência na apreensão do corpo e na explicação dos males que o afetam.

Na virada do Quatrocentos para o Cinquecento, o corpo começa a ser reabilitado, e surge o « corpo moderno », que se singulariza na sua anatomia, e cujos atributos são independentes de fatores imaginários e de forças ocultas.

Nas ultimas décadas, as pesquisas sobre o corpo e sua história têm se multiplicado significativamente nas mais diversas áreas do conhecimento, como o atesta a vasta publicação sobre o tema. “A historia do corpo”.

O que se depreende da leitura desta bibliografia é que o corpo humano não é um dado eterno e imutável. Sua apreensão é tributária das condições de vida e das possibilidades que a cultura na qual o corpo está inserido se dá a conhecê-lo. Cada época lhe atribui um significado, o constrói e o reconstrói, o decora e o desvela. Mas, também, o destrói, o deforma e o mutila. Isto significa que os modos de se utilizar e de se dispor do corpo refletem as normas e os valores da dinâmica cultural da sociedade em questão; e estudar o corpo, não pode ser feito sem levar em conta os códigos sociais, as concepções de higiene, a arte, a poesia.

Significado de clinica.

1-Instalacao de atendimento de saúde para diagnostico e tratamento de paciente de emergência ou ambulatório. 2- breve programa ou sessão instrucional com objetivo diagnostico, terapêutico ou de recuperação nas áreas de educação ou saúde mental ou física.

O filósofo francês Michel Foucault, em seu livro Nascimento da Clínica, considera o fim do século XVIII e o início do XIX como a época em que despontou a clínica médica.

De acordo com Foucault (1999), a modernidade – e aí, sim, mais especificamente, o século XIX – instaurou o poder sobre o homem como ser vivo, e, nesse processo, a Medicina teve papel preponderante. Esse poder recebe o nome de biopoder, poder sobre a vida, e pode ser definido como um “poder que se incumbi um tanto do corpo como da vida, ou que se incumbiu, se vocês preferirem, da vida em geral, com o polo do corpo e o polo da população”. (Foucault, 1999, p. 302).

“a clínica, olhar neutro sobre as manifestações, frequências e cronologias, preocupada em estabelecer parentesco entre os sintomas e compreender sua linguagem, era, por sua estrutura, estranha a esta investigação dos corpos mudos e atemporais; as causas ou as sedes a deixavam indiferente: história e não geografia” (FOUCAULT, 1977a, p.143-144).

O nascimento da clínica é indicativo do aparecimento de uma nova experiência da doença que se caracteriza pelo desaparecimento das entidades mórbidas em proveito da articulação da doença com o organismo e do surgimento da própria possibilidade de um discurso sobre a doença.

Segundo Foucault, a medicina moderna, científica, que nasceu em fins do século XVIII, é uma medicina social que tem por background uma certa

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tecnologia do corpo social. A hipótese defendida por Foucault (1979, p. 80) é a de que Com o capitalismo não se deu a passagem de uma medicina coletiva para uma medicina privada, mas justamente o contrário; [...] o capitalismo, desenvolvendo-se em fins do século XVIII e início do século XIX, socializou um primeiro objeto que foi o corpo enquanto força de produção, força de trabalho. O controle da sociedade sobre os indivíduos não se opera simplesmente pela consciência ou pela ideologia, mas começa no corpo... com o corpo. Foi no biológico, no somático, no corporal que, antes de tudo, investiu a sociedade capitalista. O corpo é uma realidade bio-política. A medicina é uma estratégia bio-política.

Foucault esclarece que, apesar de o corpo ter sido investido política e socialmente como força de trabalho, o que parece característico da evolução a medicina social, ou seja, da própria medicina, no Ocidente, é que não foi a princípio como força de produção que o corpo foi atingido pelo poder médico. Foi somente em último lugar que se colocou o problema do corpo, da saúde e do nível da força reprodutiva dos indivíduos. Antes da medicina que ele denominou de medicina da força de trabalho, houve duas etapas: a da medicina de estado e a da medicina urbana (FOUCAULT, 1979, p. 80).

KOFES, S. E sobre o corpo, não é o próprio corpo que fala? Ou o discurso desse corpo sobre o qual se fala. In: BRUHNS, H.T.(org.). Conversando sobre o corpo. Campinas, Papirus, 1985.FOUCALT, M. (1977). O nascimento da clínica. Rio de Janeiro: Forense Universitária.FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.http://ceccarelli.psc.br acessado em 10/10/2015.Dicionário de psicologia da APA / Gary R. Vandenbos, - Porto alegre Artmed, 2010.