Resenha DA3

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GREEN RE-ARTICULATES RED Inspirados numa nova forma de entender e conceber arquitetura, alunos da escola Architectural Association (AA) em Londres desenvolveram proje- tos onde a manipulação, organização e programação de superfícies são arquitetura. Não mais uma carac- terística ou contexto de arquitetura contemporâ- nea. Entendendem arquitetura, e por consequência, a própria cidade, como uma superfície-paisagem (landscape). O objetivo do trabalho desses alunos era transformar alguns projetos do movimento moder- no como por exemplo os de Oscar Niemeyer que possuíam qualidades topológicas monolíticas. Articu- lando os projetos com novas mídias, apropriando-se de sistemas paramétricos é possível fazer simulações de movimentos diversos criando diagramas dinâmi- cos que traduzem movimentos de pessoas e even- tos, fluxos do meio ambiente e de cultura. Incorporar aos projetos esses novos meios digitais significa trazer uma nova conecti- vidade para arquitetura, onde leva em consideração e engendra através desses trabalhos novos desempenhos ao edifício; como por exemplo a simulação/mediação climática e suas interferências nas superfí- cies do edifício podem adequa-lo às intempéries locais. É importante salientar que os novos mecanismo de parametriza- ção também trazem avanços sofisticados na precisão e controle na fabricação de protótipos e da própria estrutura. SEDE DO PARTIDO COMUNISTA FRANCÊS LOCAL: PARIS, FRANÇA ARQUITETO: OSCAR NIEMEYER PROJETO DE INTERVENÇÃO: ARTHUR MAMOU-MANI ESCOLA: ARCHITECTURAL AS- SOCIATION (A.A.), LONDRES Oficina de Maquetes Oficina de Materiais Laboratório de Prototipagem Digital HORTENSIA GADELHA 0288788

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Trabalho final da disciplina de Desenho Arquitetônico 3. Arquitetura que se utiliza de novos meios digitais para concepção do projeto.

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GREENRE-ARTICULATES RED

Inspirados numa nova forma de entender e conceber arquitetura, alunos da escola Architectural Association (AA) em Londres desenvolveram proje-tos onde a manipulação, organização e programação de superfícies são arquitetura. Não mais uma carac-terística ou contexto de arquitetura contemporâ-nea. Entendendem arquitetura, e por consequência, a própria cidade, como uma superfície-paisagem (landscape). O objetivo do trabalho desses alunos era transformar alguns projetos do movimento moder-no como por exemplo os de Oscar Niemeyer que possuíam qualidades topológicas monolíticas. Articu-lando os projetos com novas mídias, apropriando-se de sistemas paramétricos é possível fazer simulações de movimentos diversos criando diagramas dinâmi-cos que traduzem movimentos de pessoas e even-tos, fluxos do meio ambiente e de cultura. Incorporar aos projetos esses novos meios

digitais significa trazer uma nova conecti-vidade para arquitetura, onde leva em consideração e engendra através desses trabalhos novos desempenhos ao edifício; como por exemplo a simulação/mediação climática e suas interferências nas superfí-cies do edifício podem adequa-lo às intempéries locais. É importante salientar que os novos mecanismo de parametriza-ção também trazem avanços sofisticados na precisão e controle na fabricação de protótipos e da própria estrutura.

SEDE DO PARTIDO COMUNISTA FRANCÊSLOCAL: PARIS, FRANÇAARQUITETO: OSCAR NIEMEYERPROJETO DE INTERVENÇÃO: ARTHUR MAMOU-MANIESCOLA: ARCHITECTURAL AS-SOCIATION (A.A.), LONDRES

Oficina de MaquetesOficina de MateriaisLaboratório de Prototipagem Digital

HORTENSIA GADELHA 0288788

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(GREEN RE-ARTICULATES RED)PARTIDO COMUNISTA FRAN-CÊS

Oscar Niemeyer desenvolveu o projeto do PCF por volta do ano de 1970. Nesse momento, esse era o segundo partido político mais importan-te da França o qual possuía 20% dos votos das eleições presidenciais.Nessa época, entre 1965 e 1971, muitos filóso-fos, escritores, poetas e artistas (entre eles, Pablo Picasso, Andre Breton) eram membros do partido e doaram alguns de seus trabalhos para o PCF. Atualmente o partido encontra-se em estado de crise, tanto econômica quanto popular resul-tando na consequente venda de alguns bens de sua coleção de arte e da abertu-ra de alguns espaços da sede do PCF para aluguel. Niemeyer fez seus primeiros esboços durante seu exílio político na França, seu partido era criar um espaço democrático para as pessoas, que aco-modasse futuras modificações. Porém o que se encontra no lugar é um espaço cristalizado em seu próprio passado transformando-se num obstáculo mono-lítico e opaco ampliando a imagem nega-tiva do partido comunista. A intenção de Niemeyer em criar um espaço para “a cidade respirar” (democrático para as pessoas) tendo sua implantação num parque aberto foi corrompida ao ter o terreno contornado por uma cerca. Além dos problemas de circulação, o edifício é atingido diretamente pela luz do sol.

PROJETO

O projeto escolhido para ser analisado é uma intervenção no prédio do Partido Comunista Francês (PCF) do arquiteto Oscar Niemeyer. O autor da intervenção é o arquiteto Arthur Mamou-Mani, e este é seu projeto de graduação na Architectural Associa-tion, que foi desenvolvido em 2008.

Sua proposta principal é restau-rar o partido original de Niemeyer, acessibilidade democrática, criando uma arquitetura acessível para fluxos climáticos e de pessoas. Diante das mudanças catastróficas atuais do meio ambiente, a sustentabilidade e a ecolo-gia vêem sendo tópicos primordiais quando de trata de arquitetura con-temporânea. Arthur Mani propõe uma inter-venção no projeto original de Nie-meyer, uma extensão onde irá abrigar novos equipamentos públicos: uma nova praça pública e um mercado, além de um “sistema de mediação ambien-tal” (environmental mediation system) para todo o complexo do edifício. Contrastando com a imagem “tirana” que o partido comunista e sua sede possuem, a nova intervenção incorpora um projeto fluido e descentralizado que calibra de difunde os fluxos atuan-tes.

Uma extensão do museu e a praça se localizarão nos fundos do prédio existente de forma que não bloqueie a fachada principal e a entrada do pessoal autorizado. O novo museu irá abrigar o acervo de obras de artes doadas. Alguns escritórios dos funcionários

foram removidos do local original e recolocados para criar na fachada de frente uma zona de circulação, a qual é coberta em parte por sistema de som-breamento que elimina o ganho exces-sivo de calor. A praça-galeria é ligada ao mer-cado por uma nova entrada criada a partir de um plano inclinado sinuoso. Este possui um sistema de sombrea-mento que calibra e difunde a insola-ção direta e a circulação dos pedes-tres. Dessa maneira, Arthur Mani desenvolve uma estratégia de atuação em fluxos através de planos “groun-ds”. Ele busca, em sua proposta trazer novos movimentos e articulações para a circulação, estimulando a acessibili-dade e a sustentabilidade. Traz uma mensagem que combina, de acordo com ele, o verde com o vermelho, comunicando uma nova política adota-da. Durante a fabricação dos painéis de ventilação foi utilizado o Grasshopper e a ferramenta Galapa-gos. Apesar de todos os painéis mos-trarem um padrão diferente, era preci-so encontrar uma relação de abertura constante de 40% para melhor ventila-ção, bem como uma quantidade limita-da de raios para as aberturas circulares para manter o preço das ferramentas (tooling) baixo. O elemento arquitetônico que forma os painéis atua tanto como um pára-sol como uma escada para cami-nhar sobre o plano inclinado. Ele responde a uma linha que representa a posição do Sol. Foi desenvolvido usando um Componente Generativo (Generative Component) para Micros-tation e programação C+.1. Uso de sistema de modelação

paramétrica2. Galapagos e Grasshopper3. Generative Component para Microstation e programação C+

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PARTIDO COMUNISTA FRANCÊS

Praça galeria

Sistema desombreamento

Nova entradae ligação com o mercado

Bibliografia

BEAURECUEIL, Anna S; Lee, Franklin (Ed.). Articulated Grounds: Me-diating Environment and Cultu-re. London: AA Publications, 2009.

MANI, Arthur M. Green Re-Articulates Red. Disponível em: <http://arthurmani.com/?p=177>. Acesso em: 27 nov. 2010.

Architectural Association. Disponível em: <http://www.aaschool.ac.uk/>. Acesso em: 27 nov. 2010.

1. Atual Partido Comunista Francês, obra de Niemeyer.2. Intervenção de Arthur Mani.

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