Resenha Filme Dá Pra Fazer
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Curso de PsicologiaDisciplina Sade Mental e ColetivaProfessora Carla FabianeAluna Isabel Vargas
Filme: D pra Fazer
O filme italiano D pra Fazer se passa nos anos 80 e baseado em histrias reais.
um filme comovente que vai da comdia ao drama e conta a histria de uma cooperativa
social formada por ex-pacientes de manicmios da Itlia. Aps um perodo de lutas pela
reforma psiquitrica aprovada a Lei n 180, de 13/05/1978 proposta por Franco Basaglia,
que prope a abolio dos manicmios no territrio italiano.
No filme temos Nello, um diretor de cooperativa que convidado a trabalhar em uma
cooperativa de doentes mentais que foram retirados dos manicmios devido nova lei. Nello
coloca em prtica, mesmo sem saber, tudo que aqueles que trabalharam pela reforma
psiquitrica queriam, ou seja, comunidades com um modelo participativo e de
corresponsabilizao nas decises, mas ele foi alm disso. Mesmo fora dos manicmios, os
doentes permaneciam institucionalizados e mantidos sob controle atravs dos medicamentos.
Nello os prope substituir o assistencialismo por dinheiro de verdade, fruto de um
trabalho de verdade. Inventa, no trabalho, uma atividade que se adapte ao funcionamento de
cada um, para que todos possam atuar e ter autonomia. Ele d voz aos scios, independente de
suas caractersticas que eram consideradas limitadoras. Nello no se limita a dar ordens, ele
d a chance dos pacientes serem autnomos, tomando suas prprias decises, tendo salrio
prprio, tendo relaes amorosas e tendo a prpria casa, onde sero os gestores da prpria
vida.
Atravs da Cooperativa 180, os ex-pacientes dos manicmios conseguem ter uma
incluso de forma produtiva, que garantida pelo trabalho e no pelo assistencialismo.
importante sabermos, ns profissionais da sade mental, que no estamos nos lugares para
salvarmos as pessoas. O nosso papel deve ser o de criar mecanismos, juntamente com as
pessoas com doena mental, que possibilitem no s a desinstitucionalizao, mas sim a
possibilidade de autonomia completa. Que eles possam ser mais um trabalhador ou
trabalhadora, mais um pai ou me de famlia sem ser percebido e rotulado, que o seu direito
de ser um sujeito seja maior que o estigma de ser o sujeito da doena.