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RESGATE HISTORICO DAASSOCI CAo BSILEI D E ENFERMAGEM DA Pº HISTORY OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF NURSI NG (ABEn) IN THE FEDERAL STATE OF PARAfBA RESCATE HISTORIC O DE LAASOCIACI ON BRASILE NA DE E NFERMERfA DE PARAfBA Maa Ra de Oliveira1 Caos Bezerra de Lim Maa Iracema Tabosa da Sv RESUMO: Estudo realizado com 0 objetivo de descrever a trajet6ria da ABEn - Para iba desde sua cria; ao ate os momentos atuais. Atraves d e revisao bibliografica e an alise d as atas das reunioes destacam-se os antecedentes hist6ricos, a cria; ao e evolu;ao d a Escola de Enfermagem da Paraiba e da ABEn - Paraiba, sua estrutura organ izacional e os eventos que constitu iram os marcos h ist6ricos da ABEn - Paraiba. PALAVRAS-CHAVE: ABEn, hist6ria da enfermagem , profissao de enfermagem INTRODUCAo A institucionalizagao d a Associagao Brasileira de Enfermagem -ABEn Pa raiba const itui- se em um marco hist orico na trajet oria da enfe rmagem pa raibana, div id indo-a em duas fases: antes e depois da ABEn. A partir da criagao dest a instituigao, a enfermagem pa raibana passa a fazer pa rte de uma organizagao em nivel n acional, com participagao n as lutas da categoria, em prol do crescimento p rofissional, sua o rganizagao tecnic a, polftica , social e cultural , bem como do reconhecimento social da p rofissao. A consolidag ao de um a instituig ao de n atureza associa tiva e efetivada na historia das categorias que representa, pelo impacto que causa na sociedade com os resultados do trabalho que desenvolve. Sua afirmagao e consequente reconhecimento social se d a pelo acervo cientffico e de legisla gao especifica que constroi, pel os eventos que promove, visando ao progresso tecnol ogico e cient if ico, seguran ga e satisfag ao de seus associados. A partir desses pressupostos, entendemos que a ABEn - Segao P araiba alocou recu rsos , elegeu e implementou estrategias ao longo d e sua trajetoria, visando conquistar objetivos norteadores do t rab alho que desenvolve enquanto orga o de classe. Engendrou veiculos, abr iu picad as e tr agou caminhos para construir sua h istoria. F oram decadas d e incans avel trabalho. A prioridade fo i sempre 0 ideal, a meta a a tingir, em processos semelhantes as ond as que se levantam nas agu as do mar - um permanente recomega r. ANTECEDENTES HISTORICOS UFPB 316 As primeiras enfermeiras de n ivel super ior q u e chega ra m a P araiba foram as rel ig iosas 1 Pres/dente da ABEn P B Profess o r A d/unto e Mestre e m Enfermagem e m Saude Publa / 2 Doutor em Enfermagem, Professor A d/unto / UFPB 3 Doutor em Enfermagem, Professor A d/unto / UFPB R. Bras. Enferm., Brasil ia, v . 54, n. 2, p . 316-324, abr. /j u n . 2001

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RESGATE HISTORICO DAASSOCICAo BRASILEIRA DE ENFERMAGEM DAPARAfBA

H ISTORY OF THE BRAZIL IAN ASSOCIATION OF N U RS I NG (ABEn) I N THE F E D E RAL STATE O F PARAfBA

RESCATE H I STORICO D E LAASOCIAC I O N B RAS I LENA DE E N FERM ERfA D E PARAfBA

Maria Rita de Oliveira1 Carlos Bezerra de LimcY

Maria Iracema Tabosa da SlIvcf3

RESUMO: Estudo real izado com 0 objetivo de descrever a trajet6ria da ABEn - Para iba desde sua criac;;ao ate os momentos atua is . Atraves de revisao b ib l iografica e ana l ise das atas das reun ioes destacam-se os antecedentes h ist6ricos, a criac;;ao e evo luc;;ao da Escola de Enfermagem da Para iba e da ABEn - Paraiba , sua estrutu ra organ izaciona l e os eventos que constitu i ram os marcos h ist6ricos da ABEn - Para iba.

PALAVRAS-CHAVE: ABEn, h ist6ria da enfermagem , profissao de enfermagem

INTRODUCAo

A i n stituc iona l izagao d a Associagao Bra s i l e i ra d e E nfermagem - A B E n Para iba consti tu i ­se e m um m a rco h i storico na trajetoria d a e nfermagem para i b a n a , d iv i d i n do-a em duas fases : a ntes e d e pois da A B E n . A part ir da criagao d esta i n stitu iga o , a e nfermagem para i ba n a passa a fazer parte d e u m a org a n izagao em n ivel nacio n a l , com part ic ipagao nas l u tas da categori a , em prol do cresc i m e nto profiss iona l , s u a o rg a n izagao tecnica , pol ft ica , soc i a l e cu l tura l , bem como do reconhec imento soci a l d a profissao .

A co nsol id agao d e u m a i nst i tu igao d e natureza associat iva e efetivad a na h i storia das categorias q u e re prese nta , pelo i m pacto que causa n a socied ade com os resu ltados do tra ba lho q u e desenvolve . Sua afi rmagao e conseq uente reconhecimento socia l se da pe lo acervo cientffico e d e leg is l agao espec ifi ca q u e constro i , pe los eventos q u e p romove , v isa n d o ao progresso tecnolog ico e c ient ifico , seg u ra nga e sat isfagao de s e u s associa d os .

A part ir d esses press u postos , entendemos q u e a ABEn - S egao Para i ba a locou recu rsos , e legeu e i m p l e m e ntou estrateg ias ao longo d e s u a trajetori a , vi sando con q u ista r o bj etivos norteadores do tra ba l h o q u e dese nvolve e nq u a nto orgao de c lasse . E n g e n d rou ve icu los , a br i u picadas e tragou ca m i n hos para constru i r s u a h i stori a . Fora m decadas d e i nca nsavel tra ba l h o . A pr iori d a d e fo i sem pre 0 i d ea l , a m e t a a at i n g i r, e m processos s e m e l h a ntes as ondas q u e se l eva ntam nas aguas d o mar - um perm a n e nte recomega r.

ANTECEDENTES HISTORICOS

UFPB

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As pri meiras enferme i ras d e n ivel s u per ior q u e chegara m a Para i ba fora m a s re l i g i osas

1 Pres/dente da ABEn PB. Professor Ad/unto e Mestre em Enfermagem em Saude Publica /

2 Doutor em Enfermagem, Professor A d/unto / UFPB. 3 Doutor em Enfermagem, Professor Ad/unto / UFPB.

R. Bras. Enferm. , Bras i l ia , v. 54 , n . 2 , p . 3 1 6-324 , abr. /j u n . 200 1

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OLIVE I RA, M . R. de et a l .

da Congrega<;ao d a Sagrada F a m i l i a , I rma Angela de Merici , I rma M a r i a B e n i g n a e I rm a Sorre m i . Tod a s e s s a s p rofi s s i o n a i s foram formadas p e l a Escola d e E nferm a g e m d a Cruz Verme l h a Fra ncesa . Aq u i , n a Para i b a , fora m contratadas p e l o proved or d a Sa nta C a s a d e M i seric6rd i a , D . Pedro d a C u n h a Ped rosa , e m 1 ° de jane i ro d e 1 908 , q u a ndo come<;aram a traba lhar no H os p ita l S a nta I sa be l , perte ncente a essa i nst itu i<;ao (N6brega, 1 979 , p . 360) .

D e acordo com 0 autor supra , " a i n iciativa p ioneira objetiva ndo, nesta terra 0 adestra mento te6rico-pratico de e nfermeiras, foi 0 Decreto M u n ic ipa l , 272 , de 30 de j u n ho de 1 933 , q u e i n stitu i u n a D i retor ia d e Assiste n c i a P u b l ic a , entao d i ri g i d a p o r Dr. Oscar d e O l ive ira C a stro , u m c u rso i ntens ivo d e E nfermagem q u e d ip lomou no ana segu inte 1 2 conc i u i ntes , d entre as q u a i s , I s a u ra M i ra n d a , Ama n d a Sa C a m po s , Lea Soares e Ven a ncio N 6 b rega (N6brega, 1 979) . 0 mesmo a u tor refere , a i n d a , que e m 1 939 , conc i u ira m 0 curso d e h i g i e n e e p u ericu ltu ra 33 est u d a ntes" .

E m mead os d a decada d e 40 , e n co ntrava m-se tra b a l h a n d o e m Joao Pessoa u m g r u p o p ione i ro d e e nfermeiras com posto por pessoas advi n d a s , e m s u a maiori a , dos Estados d o R io d e J a n e iro e d e Pern a m b uco , e a s demais , d o exterior. Essas profi s s i o n a i s i n st i tu ira m n a Para iba as bases sobre a s q u a i s v e m s e n d o d esenvolv ida a E nferm a g e m c o m o profi s s a o , conseq uentemente , a A B E n - P B .

E m 1 942 , chegou a Para i b a , c o m c u rso s u per ior rea l izado n o Bras i l , n a Esco l a A n n a Nery, do R i o de Jane iro , a enfermeira Nad i r Coutinho , entre outras . Esta profissional veio organ izar os servi<;os de Vis i tadora e de D ietetica I nfa nt i l n este Estad o . Alem de org a n izar e d i r ig i r ta is servi<;os , Nad i r rea l izou peq u enos cursos , prepara ndo mo<;as com instru<;ao primaria para exercer a fu n<;ao de v is i tadora e de e d u ca dora s a n itari a . A p a rt i r de enta o , as enferme i ra s Dora l ice P inhe iro K lu pper e H elena Ug i a , orig i narias igua l mente da Escola Anna N ery dera m conti nu idade aos servi<;os j a existentes e org a n iza ra m o u tros , ta i s como 0 d e vac i n a <;a o e tre i n a m e nto de pessoa l para hosp ita i s e m atern i d a d e s .

E s s a s d u as u lt imas profiss io n a i s , j u ntamente c o m as enfermeiras Ana d e P a u l a Barbos a , Rosa d e P a u l a B a rbos a , M a r ia J o s e d e O l iveira , I rma Vicenc ia B a rbosa e M i rta Souto M a ior, constitu ira m s u porte para a cria<;ao e sol id ifica<;ao do C u rso Auxi l iar de E nfermagem d a Para i b a , caracter izado pe lo co m p ro m isso e d e d i ca<;ao a ca usa d a e nferma g e m p a ra i b a n a . E s s e g r u p o const it u i u 0 p ri me i ro corpo d ocente d a p a rte especifica d o C u rso Auxi l i a r d e E nferm age m . Com posto por m u l h eres d e marca nte persona l idade , q u e s e revelaram pela a<;ao reivi nd ica dora e bata l h adora e m prol d a profi ssao na Para i b a , a q u e m tod os os profiss io n a i s de E nfermagem reverenciam.

CRIACAO E EVOLUCAO DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA PARAfsA

A cr ia<;ao da Esco l a de E nfermagem da Para iba fo i u ma con q u ista do S a n itar ista Dr. Lucio Costa , q u e t i n h a por meta fu n d a r u m a escola para preparar profiss iona is de e nfermagem d e n ivel s u perior. S e u pr i m e i ro passo nesse sent ido fo i conseg u i d o q u a nd o , e m s u a gestao como d i retor Gera l do Departamento Estadual de Saude, criou a Escola de Auxi l iar de E nfermagem d a Para ib a , com a p u b l i cagao d a Lei Estad u a l nO 875 no D iario Ofic ia l d a U n iao e m 24 d e jane i ro de 1 953 .

Cr iada a esco l a , a pr i m e i ra turma do C u rso Auxi l i a r d e E nferm a g e m fo i a u tor iza d a a fu ncionar pela porta r ia do M i n isterio da Educa<;ao de nO 343 , de 30 d e maio de 1 953 . N o enta nto , o i n ic io d a s a u l as h a v i a ocorrido no d i a 1 ° d e m a i o d o mesmo a n o , o u sej a , 30 d i a s a ntes , com d u ragao prevista do curso para 1 8 meses . Dois anos depois , precisamente n o d ia 1 ° d e maio de 1 955 , as d ezenove p i o n e i ras d o c u rso receberam os seus cert ificados d e conci u s a o .

o pri n c i p a l o bj etivo d o D r. Luc io Costa fo i ati n g ido a 1 0 d e j u l ho d e 1 954 , q u a n d o fo i sancionada a Lei d e n O 1 064 , pelo entao governador d o Estado d a Para ib a , Dr. Joao Fern a n d es d e L i m a . Essa Lei cri o u a 1 a Esco l a d e E nferm a g e m d a Para i b a , q u e t i n h a como fu n<;ao

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Resgate h ist6rico . . .

operacion a l izar 0 ensino tecn ico-profiss iona l de E nfermagem, objetiva ndo preparar e nfermei ras de a l to padrao e Aux i l i a res d e E nfermag e m , sob a " tute la a d m i n i strat iva " d o D i retor do Departamento d e Saude do Estado ate sua incorporac;ao a U niversidade da Para fba . A autorizac;ao para fu nclonamento do C u rso de E nfermagem se d e u pela Porta ria M i n isteri a l nO 365 de 09 d e j u n h o d e 1 958 , q u e a prese ntou s u a p r i m e i ra t u rma a sociedade em 2 1 d e d ezembro de 1 962 .

Nos pr i m e i ros sete a nos d e s u a trajetori a , a Esco l a d e E nfermagem d a Para fba fo i a d m i n istra d a por tres d i retora s : Rosa d e P a u l a Ba rbosa , Ana de Pa u l a B a rbosa e Dora l ice P i n h e iro K luppe l , contrib u i ntes efetivas d a criac;ao e sol id ificac;ao d a S ec;ao d a A B E n - Para fba .

A federa l izac;ao d a U n ivers i d a d e d a P a ra fba , pe la Le i nO 3 .835 , d e 1 3 d e d ezembro d e 1 960, transformou a Escola de E nfermagem da Para fba e m curso anexo a Faculdade de Med ici na . S u a a utonom i a a d m i n i strativa fo i perd i d a com a reforma u n i versitari a , esta belecida pela Le i N ° 5 . 540/68 . Exti nto 0 reg i m e ser iado n o s c u rsos d e g ra d u a c;ao e cr iado 0 s iste ma d e cred i tos , com a i m p l a ntac;ao d o c ic io basico e p rofiss ion a l . Como d ecorrencia , fo i i n st itu fda a chamada reforma centrica , em 1 973 , q u a ndo 0 C u rso d e E nfermagem foi tra nsformado em Departa mento , j u nta mente com os d e m a i s c u rsos d a a rea d e s a u d e compos 0 Ce ntro d e C i enc ias d a S a u d e . Este fato s i g n if ico u 0 resgate d a a uto n o m i a d a i nstitu ic;a o , q u e passou a crescer e d a r rumo a seu propr io dest i n o .

A estrutura a d m i n i strativa d o C u rso d e E nfermagem n a U F P B , C a m p u s I , aprovad a p e l a Resol u c;ao N ° 1 37/88 , d o Conse lho U n iversitar io - C O N S U N I , e composta pelo Departame nto d e E nfermagem M ed ico-C i r u rg ica e Ad m i n istrac;ao - D E M CA, Departame nto de Enfermagem em Saude Publ ica e Psiq u iatria - DESPP e Escola Tecnica de Saude - ETS, orgaos su bord inados a d m i n i strativa mente ao C entro d e Cienc ias d a Saude . Os departamentos oferecem , 0 curso d e Grad u ac;ao , nas mod a l id a d e s : bachare lado e l icenciatura em enfermagem. A n fvel "/ato sensu' oferece m cu rsos d e especi a l izac;ao e m d iferentes a reas d e especi a l id a d e s , pr i n c i p a l mente , nas a reas Med ico - C i r u rg ica , Ad m i n i strac;a o , S a u d e Coletiva e Obstetrfc ia . 0 CCS oferece a n fvel "str icto sens u " , 0 c u rso d e M estra d o em E nfermagem d e S a u d e P u bl ica .

A Esco l a Tec n i ca d e S a u d e vem oferecendo 0 cu rso a u x i l i a r d e e nfermagem desde d e s u a fu nd ac;ao aos d i a s atu a i s . N o momenta m i n istra 0 C u rso Tecn ico em E nfermage m . A longo ou med io prazo prete n d e a i n d a , a br i r 0 c u rso tec n i co em o utras especi a l i d a d es n a area de saude.

ASSOCIACAo BRASILEIRA DE ENFERMAGEM SECAo PARAfBA

AAssociac;ao Bras i le i ra d e Enfermagem - Sec;ao Para fba foi criada em reu n iao rea l izada no dia 23 d e sete m b ro d e 1 954 , por i n ic iat iva d a e nfermeira Rosa d e Pa u l a Ba rbosa , sob a or ientac;ao d a e nferme i ra Abya el M a ri a d e Souza , d a A B E n - sec;ao d e Pern a m bu co . Aq u i n a Para iba , esse processo teve como expressivo po nto d e a poio a I rma A n a E m il i a Rod rig ues d e Carva lho q u e n a q u e l a e poca , era d i retora d a Escola de E nfermagem Sa nta E m i l i a d e Rod at.

Lima e Rodrigues ( 1 980) , i nformam que um levantamento nominal d o periodo d e outu bro a d ezem bro d e 1 954 fo i efetuado no l ivro ca ixa d a Associac;a o Bra s i l e i ra d e E nfermagem -Sec;ao Para fba , poss i b i l i ta ndo d etectar as e nfermeiras fu ndad oras d a sec;a o : Ana d e P a u l a Barbosa , Dora l ice P i n h e i ro K l u ppel , M a ria J o s e d e O l ive i ra , I rma M a ria J o s e d o s Sa ntos , Rosa d e Pa u l a B a rbosa , I rm a Ana E m il i a Rod r igues d e C a rva l l h o e I rma Angela M e ric i .

De acordo c o m 0 a rt igo 12 d o Estatuto d a A B E n d e 1 998 (AB E n , 1 998) "As Sec;6es e a s Reg ionais terao reg imentos proprios , ass i m como poderao e laborar reg i m entos e reg u l a mentos especi a i s , em conso n a nc ia com 0 q u e d isp6e 0 presente estatuto" . No entanto, como a AB En­P B a inda nao e laborou 0 propr io reg i mento , or ie nta-se pelo estatuto que d isci p l i n a a E nt idade a n ivel nac io n a l . Este te m como eixo n uc lear a d efesa e a co nsol id ac;ao d a e nfermagem como prat ica socia l essencia l n a assistencia a saude e n a organ izac;ao e fu ncionamento dos servic;os

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OLIVE I RA, M . R de et a l .

n esta area . AAB E n t e m como compro m i sso etico, pol it ico e tecn ico prop�r e d efender pol lt icas e programas que visem a melhoria d a q u a l idade d e vida d a pop u l a<;ao e maior resol utividade dos seus prob lemas d e saude e a garantia d o aces so u n ivers a l e e q u a n i m e nos servi<;os d e saude" (AB E n , 1 99 8 , p . 0 1 ) .

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAABEn - SEC;AO PARAfBA

A estrutu ra org a n izacio n a l da A B E n - Para iba e pa uta d a no Estatuto da Associ a<;ao Bras i le i ra de E nfermagem, em n ivel nacio n a l , como mostra 0 art . 55 , com a seg u i nte composi<;ao:

D i retoria - Orgao executive e de a d m i n istra<;ao d a I nstitu i<;ao, com posto d e um Presidente e um Vice-Pres i d e nte; Secreta rio Gera l ; 1 ° Secreta r io ; 1 ° Tes o u re i ro ; 2° Tes o u re i ro ; D i retor d e E d u ca<;ao; D i retor C ient ifico-C u ltura l ; D i retor d e Assu ntos Profiss iona is ; D i retor d e P u b l ica<;6es e Comu n ica<;ao Soci a l ; D i retor do Centro d e Estudos e Pesq u isas e m E nfermagem" . De acord o c o m 0 paragrafo u n ico desse mesmo artigo, os cargos d e d i retoria s a o e letivos , n a o remu nerados .

AAB E n - P B poss u i representa ntes , n o a m b ito d o E stado , nos m u n i c i p i os de C a m p i n a G ra n d e e Cajaze i ras , e le itos e m Ass e m b l e i a G e r a l d e Socios , d a d a c i e n c i a e m n ivel nac iona l .

A cidade d e Campina Grande esta loca l izada n o P lana lto d a Borborema, a 1 20 q u i l6metros da capita l . Esta e 0 seg u ndo ma ior complexo u rbano do Estado da Para iba , com u ma pop u l a<;ao 350 m i l h a b ita ntes . Al i existem varias escolas d e e nferm a g e m : u ma pertencente a U n ivers idade Estad u a l d a Para i b a , onde oferece cursos e m n ivel de g ra d u a<;ao e pos-gra d u a<;ao "/ato sensU' , es peci a l iza<;ao e m d iferentes areas espec ifica s . U m a Escola d e E nfe rm a g e m d e n ivel m ed i o , oferece ndo cursos tecn ico e a u xi l i a r d e e nferma g e m . Tres esco l a s particu lares d e n ivel med i o , oferecendo cu rsos d e tecn ico e a u x i l i a r d e e nferm a ge m .

o pr ime iro n u cleo d a A B E n n a Para i b a fo i fu n d a d o n a c i d a d e d e C a m p i n a Gra n d e , por re u n i r g ra n d e n u mero d e profiss i o n a i s e est u d a ntes nas d ifere ntes areas d e sua com petenci a , e p o r re presentar u m releva nte polo d e constru<;ao e i m p l e m e nta<;ao d o co nhec imento . I sso s i g n if ica , a i n d a , a concentra<;ao de express ivo vo l u m e de p ro b l e m a s e a n s iedades dos profi s s i o n a i s a l i existentes .

A ci d a d e de Caj azeiras constit u i 0 C a m p u s V d a U F P B . Al i e oferec i d o 0 curso Tecn ico de E nferm a g e m . Trata-se d e um polo fo rte de a po i o para a A B E n - P B , j u nto a com u n i d a d e acad emica : estud a ntes , docentes e profissio n a i s d e e nfermagem. Esses profiss iona is d ivu lgam a e nt idade med i a nte a rea l iza<;ao d e progra m a<;ao socio-cu l tura l d u ra nte a S e m a n a Bras i l e i ra d e E nferm a g e m , rea l izad a , a cada a n o , d e 1 2 a 20 d e m a i o , q u a nd o se co m e mora 0 D i a d o E nfermeiro . O utra forma de fazer e s s a d ivu lga<;ao se d a med i a nte a rea l iza<;ao d e Jornadas d e S a u d e , S e m i n a rios , Works hops e ofi c i n a s d e tra b a l h o com especi a l ista s , co m 0 apoio d o 9 ° N ucleo Reg iona l d e S a u d e , Prefeitura M u n ic ipa l e a U n ivers idade Federal d a Para iba .

DESTAQUES DA HISTORIA DAABEn - SEC;Ao PARAfBA

De acordo com seu reg i me nto , a A B E n e u ma i n stitu i<;ao de d i re ito e de fato , reconhecida como d e Ut i l idade P u b l ica , conforme 0 Decreto Fed era l nO 3 1 . 4 1 7/52 , p u b l icado no Diar io Ofic ia l d a U n i ao d o d ia 1 1 d e sete mbro d e 1 95 2 .

No in icio da decada de 5 0 existia u m n u m ero bastante red uzido de enfermeiras trabalhando n a s i n st itu i <;6es d e saude d a c idade d e Joao Pessoa , cap i ta l d o Estado d a Para i b a . Era m tres e nfermeiras vincu ladas ao M i n isterio da S a u d e , a d i s posi<;ao da 5a Reg iao de S a u d e , com sede e m Recife- P e , a s q u a i s atend i a m os Estados d e Pern a m buco, Alagoas e Para i b a . Estas e nfermeira s , fora m d i p lomadas pela Esco l a de E nferma g e m An n a N e ry, perte nc iam a fa m i l i a s d e ren o m e n a Para i ba . Exercera m a E nferm a g e m no Servi<;o d e Vis itadoras S a n ita r ias d o

R. Bras Enferm , Bras i l ia , v. 53 , n A , p . 3 1 6-324 , abr. /j u n . 2001 3 1 9

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Resgate h ist6rico . . .

Centro d e S a u d e , sediado a R u a das Tri ncheira s , e m Joao Pessoa e s u bord i nado a Secreta ria Esta d u a l d e S a u d e P u b l ica , h oj e d e n o m i n a d a Secreta r ia Esta d u a l de S a u d e . Dessas tres enfermeiras, u ma era lotada na F u ndac;ao de Servic;o Especia l de Saude Pub l ica- F S E S P outra no I nst ituto d e Previdenc ia e Ass istenc ia dos Servidores d o Estado - I PAS E , na c ida'de d e C a m p i n a G ra n d e - P B , poste riormente tra nsferid a para a Cap i ta l , e u m a terce i ra , a I rma da Sagrada Fami l ia no Hospital Sta . l s a be l . Alem d essas tres profiss iona is , "hav iam d uas I rmas de Car idade n a M atern i d a d e Candida Varg a s , i nstitu ic;ao pertencente a Legiao Bras i l e i ra d e Ass i ste nc ia - LBA e u m a outra re l i g iosa , q u e atuava n o H os p ita l Sao Vicente d e P a u l a " (Lima; Roddgues, 1 980) .

MARCOS H ISTORICOS DA ABEn - PB

Exa m i n a n d o os reg istros e m atas das re u n i oes ord i nar ias e extraord inar ias d a ABEn -Sec;ao Para iba , destacam-se a lguns eventos considerados como marcos na historia da i nstitu ic;ao.

o 1 0 m a rco h i storico d a A B E n - P B aconteceu por ocas iao d o XXV Congresso B ra s i l e i ro de E nfermage m , rea l izado d e 1 5 a 2 1 /07/73 , na c idade d e Joao Pessoa - Para iba tendo como pres idente e m n ivel nac iona l a O ra . G l ete d e Alca ntara , e e m n ivel reg i o n a l , a entao pres id ente d a A B E n Para i ba , O ra . Syther Mede i ros d e O l ive i ra Carne i ro . D u ra nte 0 p l a n ej a m ento e a rea l izac;ao do evento , fora m formadas var ias comissoes e s u bco m i ssoes com postas por profiss io n a i s e estud a ntes em n ive i s nac iona l e estad u a l .

N essas comissoes e s u bco m i ssoes merecem d esta q u e as e nfermeiras d o s m u n ic i p ios d e Joao Pessoa e C a m p i n a Gra n d e , protag o n i stas e s uje itos da h i stor ia da A B E n ate os d ias atu a i s , contribu indo para a sua sobrevivencia no Estado d a Para iba : Syther Medeiros d e Ol iveira Carne iro , Reg i n a Rod rig u es Botto Ta rg i n o , E l i nor Arao Go nc;a lves d e Ol ive i ra , I rm a Ana E m i l i a Rod rig u es d e Carva l h o , E n a l d a Moreira d a S i lva , M a r i a Jose d e Araujo Lemos, Maria Aparecida d e S. Cabra l , M a ria Luc ia Sobra l , M a ria C e l i a Aq u ino d e Ass is , M a rgar ida Roch a , Al iete Soares d a N o b reg a , I ra n i Mac ie l Pontes, Anamaria d a Tri n d a d e M o u ra , E d n a l d a Aarao Go nc;a lves de L i m a , G e n i l d a Pere i ra Mart i n s , Zu le ide Va sconcelos S e n a , I s m e n i a Mede i ros , Mar ia d o Carmo N avarro, Mar ia S ir ia Alves , M a d a l e n a M a ri n ho Bonfi m , M aria Ad e i l d a do N ascimento Carneiro , Margar ida Alves d e M e l o , Maria M arlene Costa Camara , Rita d e J e s u s Cabra l , Maria das N eves Costa , Terez i n h a de Jesus Vitorio , Luz ia A lmeid a , I ri s m a r C a rva l h o Lo b o , C rist i n a Gotzl m a n n , Mar ia Ste l l a Ara ujo , G iseth Cord e i ro d e Brito , Carlos Bezerra d e L i m a , Va l n iza N u nes d a S i lva , M a r i a d a G lor ia U ch6a , Mar ia Tereza N o rta n ico l o , Ana E l iza P. M e l o , A la i r Gomes d e M i ra nd a , Mar ia Jose Car ir i , Mar ia Anto n i eta d e Souza , Ama isa L i n s Batista e a I rm a Mar ia Dolores . Esta u lt i m a , mesmo nao sendo enfermeira , em m u ito contri b u i u para 0 bri l h a nt ismo d a q u ele eve nto . M erece desta q u e , a i nd a , a part ic ipac;ao d e docentes e estud a ntes das escolas d e E nfermagem U n ivers idade Federa l da Para i b a , da Esco la de E nfermagem Sa nta E m i l i a de Rod at , d a Esco la d e E nferm a g e m d a F u nd ac;ao Reg iona l d o N o rd este ( F U RN E ) , e profi s s i o n a i s representa ntes dos d i versos servic;os de s a u d e d o Esta d o da Para iba e de outros esta d o s .

o Conselho Reg ional de E nfermagem d a Para iba foi 0 seg u ndo marco h istorico , institu ido e m re u n iao so lene rea l izada na Esco la de E nferm a g e m Sa nta E m i l i a de Rod at , n o d i a 1 7 d e o utu bro d e 1 975 .

N a criac;ao desta i nstitu ic;ao, a ABEn - Para iba teve expressiva participac;ao na organ izac;ao, i n sta l ac;ao e con so l i d a c;ao dos processos d e tra b a l h o a l i desenvolvidos . Teve como i ntegrante d e sua pri meira d i retoria a e nfermeira Maria d a G loria Uch6a B arbosa , como pres idente, Syther Medeiros de Ol ivei ra Carneiro, como tesoureira , Reg ina Rodrigues Botto Targ ino , como Secretari a , e M a r i a Ad e i l d a do N ascime nto Carne i ro e Carlos Bezerra d e L i m a , c o m o s u p le ntes .

N a l uta pe la criac;ao do Conse lho d e E nfe rm a ge m , os representa ntes da AB E n , e m reu n i a o d a Assemble ia d e Delegados , reco m e n d a ra m q u e as sec;oes estad u a i s e reg i o n a i s se

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OLIVE I RA, M . R. de et a l .

org a n izassem para cr ia r associ ayoes profiss io n a i s , v isan�o a formay.ao d e s i n d icato s . Esta fo i u m a estrate g i a u t i l izada p a ra forta l ec i m e nto d a categon a , const ltu l n d o 0 terce lro m a rc� . A expectativa q u e se t i n h a n a q u e l a e poca era a d e q u e , at raves dos s i n d i catos dos enfermelros ser ia mais fac i l conseg u i r cri a r 0 org a o d e f isca l izayao d a profi ssao.

Seg u i nd o reco m e n d ayao d a Asse m b l e i a d e De legados , a A B E n Para i ba teve m u itas d if icu l d a d es para m o b i l izar a categori a . S o m ente var ios a n os a pos tal recomendaya o , mesmo ja tendo cri ado 0 S i ste ma C O F E N/CO R E N s , e m Assem b l e i a rea l izada e m outu bro d e 1 97 9 , fo i aprovada a proposta de criayao d a Associayao Profiss ional dos E nfermeiros d a Para iba (AP E N ) . S u a Primeira d i retori a foi form ad a , tendo como pres idente 0 e nfermeiro Carlos Bezerra d e L i m a , q u e se empenho u , c o m tod a a s u a eq u i pe d e tra b a l h o , no processo d e formayao d o S i n d icato . Porem nao fo i possivel d a r v ida a enti d a d e , e n q u a nto i n st i tu i yao s i n d i ca l . E m d ezembro d e 1 98 0 , j u ntamente com a A B E n Para i ba , a A P E N conseg u i u rea l izar 0 I Congresso Para i bano d e E nfermage m , reu n i n d o cerca d e trezentos p a rt i c i p a ntes , e ntre profiss i o n a i s e estu d a n tes d a s tres categor ias d e e nferm age m . Pore m , c o m 0 passar d o s a nos , e com a m u d a nya d e s u a d i retori a , a AP E N ca i u no desa n i m o , s e m at i n g i r a meta d e criar 0 s i n d i cato

O utro m a rco h istorico fo i a real izayao do V I I E ncontro d e E nfermeiros do N ord este , no periodo de 1 4 a 1 6 /06/8 9 , com 0 o bj et ivo de d ebater q u estoes d e c lasse no q u e diz respeito aos profiss iona is e estud a ntes de e nferm a g e m . Esse evento teve a coord e n ayao d a entao Pres i d e nte da AB E n - seyao Para i b a , Mar ia Ari n d e l ita N eves d e Arru d a .

C o m a cr iayao d o G ru po d e I nteresse e m D i a g n ostico d e E nferm a g e m - G I D E , q u e c u l m i n o u com lanyame nto d o l ivro D i a g n ostico d e E nferm a g e m : u m a a bord a g e m co nce i tua l e prat ica , tendo como a u toras M a r ia M i ri a m L i m a d a N o breg a , Vera Luc ia de A lmeida B ecerra Pere s , M a rga S i m o n C o l l e r e J u racy N u nes de F a ri a s . F icou registrado em ata como m a rco h i storico d a A B E n Para i b a . Como refe re a Profa . Zora i d e M a rgareth Bezerra L i n s , D i retora d o Centro de Ciencias d a Saude d a U FP B , trata-se de u m trabalho pioneiro na E nfermagem Brasi le ira e s i g n ifica 0 fru to do esforyo d e u m g r u p o q u e d esej a ver os d i ag nosti cos i ntegrarem a s istematizayao d a pratica profiss iona l d e e nferm a g e m .

o C o n g resso Para i ba no d e E nferm a g e m , rea l izado e m d ezem bro d e 1 99 0 , sob a coordenayao da e nfermeira Wa ndecle ide Lucena Ferna ndes , constitu i u outro marco , bem como o S e m i n a rio d e Pesq u isa da Rede de E nfermagem do Nord este - E N F/ N O R D E ST E , sob 0 tema Construyao do Conheci mento em E nfermag e m , rea l izado em outu bro de 1 997. Este evento teve como coord e n a d o ra a Dra Te l m a R i b e i ro G a rc ia e d e l e partic ipara m profi s s i o n a i s d e enfermagem prove n i e ntes d o s varios Estados d a Reg iao Nordeste .

A I Jornada de S a u d e do Adol escente , em n ivel esta d u a l , ocorreu em novembro d e 1 999 , com coord e nayao gera l d o evento e m n ivel n a c i o n a l , sendo fruto do Proj eto Acol her, que tem como objetivo presta r ass istenc ia e m re layao a e d u cayao em saude ao adolescente no estad o d a Para iba . E s s e evento representou u m m a rco h i storico do tra b a l h o j u nto ao ado l escente , d e ix a n d o como res u ltados a cont i n u id a d e nos tra ba l hos d e ed ucayao em s a u d e envolve n d o esta c l iente l a .

A p a rt ic i payao no projeto d o I C N/A B E n/C I P E S C , C lass if icayao I nternaci o n a l d a Pratica d e E nferma g e m e m S a u d e Colet iva , tem como a poio a F u nd ayao W. K . Kel logg ; rea l izayao da Associayao B ras i l e i ra d e Enferm a g e m e Consel ho I nternacio n a l d e E nfermeiras ; coord e nayao d a Assoc iayao B ra s i l e i ra d e E nfermagem N a c i o n a l e co l a borayao d e todos os associ ados da ABEn que ten h a m por compromisso a tra nsformayao do saber/fazer da enfermagem e m d efesa d a vid a .

A seg u nd a fa se d o projeto , q u e ser ia i n ic iada a p a rt i r do a n a 2 0 0 0 con sta d e d ivu lgaya o e va l i d ayao dos res u ltados j u nto aos profi s s i o n a i s d e e nferm a g e m n a red e bas ica d o S U S e m todo 0 p a is . E m s i ntese , 0 C I P E S C b u sca contri b u i r para 0 desenvolv i m ento d a p rat ica d e enfermage m , buscando a u n iversa l i d a d e e q u a l id a d e d a atenyao no processo d e prod uyao e m s a u d e n o S U S .

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Resgate h ist6rico . . .

As i n st i tu i c;:oes d a A B l; n envolvid a s fora m : Reg i o n a i s d a A B E n - Ara ra q u a ra , B a u ru , Botucat u , C a m p i n a s , C a scave l , Cax ias d o S u i , Foz d o I g uac;:u , F e i ra d e S a nta n a , I taj u b a , J u iz d e Fora , Londri n a , N itero i , Petropo l i s , R i b e i rao Preto , Sa nta M a r i a , Sao Ca rlos e Ta u bate , e as sec;:oes d a AB E n : Amapa , Alagoas, Amazo n a s , B a h i a , Ceara , D istrito Federa l , Esp frito Sa nto , Goias , M a ra nhao , Mato Grosso , M i n a s Gera i s , Para , Para fba , Para n a , Pern a m buco, P ia u f , Rio d e J a n e i ro , R io G ra nd e d o Norte , R i o G ra nd e d o S u i , Sa nta Catari n a , Sao Pa u lo , Serg i p e , Rondo n i a e Toca nt i n s .

E s s e evento fo i d e gra n d e releva nc ia para a E nfermagem loca l . I nfl uenciou os tra b a l hos de S i stematizac;:ao d a Ass iste ncia de Enfermagem no Hospi ta l U n ivers itario La u ro Wa nder ley, da U n ivers idade Federa l da Para fba , e forta leceu 0 movi me nto em prol dos d i a g nosticos d e enfermagem a n fve l loca l , reg i o n a l e nac iona l .

Outro marco h istorico d a A B E n P a ra f b a s e d e u com s u a i n d icac;:ao para representar a Enfermagem no Conselho Estad ua l de Saude da Para fba , tendo assento nas cadeiras de membra t i tu lar e s u p l ente , fazen d o-se representar p e l a s professoras Mar ia Rita de Ol ive i ra e S i mone E l izabeth D u a rte Cout i n h o , des ignadas atraves d a Porta r ia nO 0 1 97/98 , d a Lei 6 .666 , d e 1 0 d e novembro d e 1 998 , p u b l icada no D i a rio Ofic ia l da U n iao d e 1 2 d e fevere i ro d e 1 999.

Rea l izo u -se no per fodo d e 23 a 26 d e m a i o d e 2000 , n a c idade d e Joao Pessoa - PB, 0 I S i m posio I nternac iona l d e C l ass if ica c;:ao d a Pratica d e E nfermagem em S a u d e Colet iva -S I C PESC e V S i mposio Nac iona l d e D i a g n ostico d e E nfermagem - S I NAD E N , teve como tema centra l : S istemas d e C lass if icac;:ao da Prat ica d e E nfermagem - um tra b a l h o co letivo , sendo coordenado por u m a Comissao Nacio n a l , sob a pres idencia da enfermeira E uclea Gomes Va le , presidente da A B E n Naciona l e Mar ia Jose Moraes Antu nes , d i retora d e assu ntos profiss ion a i s , Va n d a E l isa And res F e l l i , representante d a A B E n nac iona l d a mesma i n st i tu igao.

De u m modo gera l , a AB E n Para fba tem marcado presenc;:a nas reu n ioes de p lanejamento , coordenac;:ao e/o u m e m b ros d e co m i ssao d e d iferentes eventos rea l izados no a m b ito d e s u a competenci a , embora nao haj a reg istro n o s l ivros d e ata , p o r se tratar d e eventos rea l izados sob a coordenac;:ao geral de outras categorias prafiss iona is , ta is como: VI I Jornada Norte e Nordeste de E nfermagem e Card i o l og i a , ocorrid o em j u l h o de 1 996 ; I I I Jornada de Contro le de I nfecgao Hospita l a r e I Amostra C i e nt ffica d e Contro le d e I nfecc;:a o , ocorr ido em m a i o d e 1 99 8 .

ESTRATEGIAS DE DIVULGAC;AO

As estrateg i a s ut i l izadas p a ra d iv u l g a ga o d a A B E n Para fba consiste m , gera l mente , d o p lanejamento e real izac;:ao de cursos de atual izac;:ao, organ izagao e rea l izac;:ao de eventos d u rante as s e m a n a s d e e nferm a g e m , j u nto as E s c o l a s d e E n fe r m a g e m p u b l i c a s e pr iva d a s ; Departamentos de Enfermagem; I nstitu igoes de Saude publ icas e privadas, ta is como a Secretaria Esta d u a l e M u n ic i p a l d e S a u d e , Centr�s de S a u d e da cap ita l e d o i nterior d o estado , hospita is p u b l icos e privados , com 0 a poio dos prafiss iona is e estuda ntes d e enfermagem q u e a l i atu a m . Tod a a trajetor ia d a A B E n - S ec;:ao P a ra iba , d esde s u a criagao ate o s eventos q u e rea l izou s o fo i poss fvel med i a nte esforgos d e u m g r u p o d e e nfermeiras q u e a ss u m i ra m a ca usa d esta ent idade de c 1asse. Por u ma q u estao de j u st iga , d estaca mos u ma d a s profiss io n a i s q u e , ao longo de s u a v ida profiss iona l , d ed icou-se p l e n a m e nte aos tra ba l hos desenvolv idos n a A B E n Para fb a . Trata-se d a enfermeira D ra Syther M e d e i ros d e O l ive i ra Carneiro , a q uem a AB E n e a enfermagem para i ba n a ren d e m h o m e n a g e m d e g rat i d a o . Como u m a forma de homenagear a s i n g u l a r doutora Syther, como e co n h ec i d a e tratad a por todos em seu d i a a d i a .

CONSIDERAC;OES FINAlS

A le i tura d este texto esti m u l a a refl exao e a l i m enta 0 comprom isso q u e temos ass u m id o para c o m as categori a s q u e exerce m a e nfermage m , e i nst iga a co nt i n u a rmos l u ta n d o para

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OL IV E I RA, M . R. de et a l .

d esve n d a r a h i st6ria d a enfermagem n a Para i b a . Ass i m , a expectativa q u e se te m , a o colocar este tra b a l h o a o a cesso d e um p u b l ico mais a m p l o , e a d e p rovoca r d i scu ss6es acerca d a te m at ica a q u i a bord a d a , v isa n d o a refl exao dos profiss i o n a i s e , q u e m s a b e , m u d a nga d e comportamento e m re lagao as ent idades d e c lasse , p a rt ic u l a rm ente A B E n .

ABSTRACT : T h e purpose o f t h e present study is t o outl i ne t h e trajectory o f t h e Brazi l ian Association of

N u rsing(AB En) in the federa l state of Para iba , from its foundation unt i l the present days . Based on

b ib l iograph ic review and on the ana lysis of meeti ng m inute the i nvest igat ion reports the h i storica l

antecedents and the foundation and development of the N urs ing School of Para iba and ABEn . It a lso

points out the organ izational structu res and events , which were important landmarks in the h istory of

th is n u rs ing associat ion .

KEYWORDS: h istory of nu rs ing , ABE n , nurs ing profession

RES U M E N : Se rea l iza e l estud io con e l fin de describ i r la trayectoria de la ABEn-Paraiba desde su creacion hasta e l momento actua l . A traves de una revis ion b ib l iogratica y e l ana l is is de las actas se destacan los antecedentes h istoricos , la creacion y evo lucion de la Escuela de Enfermeria de Paraiba y de la ABEn - Para iba .

PALABRAS CLAVE : AB E n , h i stor ia d e la enfermeri a , profes i6n d e e nfermero

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