Responsabilidade Moral

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Filosofia Ética e Responsabilidade Social Responsabili dade Moral

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Filosofia Ética e Responsabilidade Social

Responsabilidade Moral

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- Responsabilidade Moral

• Situação de um agente consciente com relação aos atos que ele pratica voluntariamente.

• Obrigação de reparar o mal que se causou aos outros.• É a responsabilidade que nos faz ter obrigações com os que

nos rodeiam e que faz nossas relações terem comprometimento. A responsabilidade moral vem de nossa consciência, do que achamos correto, pois ela não é coercitiva nem evidente, depende do julgamento de cada indivíduo envolvido.

• Existem outras responsabilidades como: a legal, a institucional, a religiosa. Todas estas são pautadas em algum tipo de lei ou representante, não podendo assim serem comparadas com a responsabilidade moral.

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-Responsabilidade social e responsabilidade moral

A responsabilidade moral possui duas correntes: a privada e a social. A responsabilidade privada é fácil de se identificar,pois o objeto são os indivíduos particulares,já a social é mais complexa, pois envolve a sociedade, grupos e instituições. A dificuldade se encontra na universalização do conceito de sociedade e do bem estar comum. A responsabilidade moral social está ligada a apenas uma das dimensões da ética, que é o saber prático que mostra o compromisso que temos em responder sobre nossos atos e intenções morais. Por fazer parte da ética a responsabilidade moral social visa as ações que possam causar danos ou ofensas aos outros.

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-Responsabilidade e Accountability

• A responsabilidade moral social possui um accountability (prestação de contas) diferente das outras responsabilidades. Enquanto o accountability da responsabilidade legal é com a justiça ou com o juiz, o accountability da responsabilidade moral social é com nós mesmos. Nós somos os nossos juízes, somos nós que percebemos a obrigação não cumprida.

• Vemos deste modo, que a responsabilidade moral social é singular, podendo ser reconhecida por exclusão,pois não se assemelha as outras responsabilidades. A não consciência ou a não percepção da obrigação é vista como a “não-responsabilidade”, em quanto o não conhecimento provocado intencionalmente contra a razão é vista como irresponsabilidade.

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-Responsabilidade moral das empresas

• Podemos dizer que a responsabilidade moral social de uma organização é “formada” por cada colaborador, de acordo com a sua consciência e entendimento de obrigação. A empresa não possui uma responsabilidade moral, apenas responde a responsabilidade legal como pessoa jurídica. A responsabilidade moral é exclusiva aos seres humanos! Sendo assim, podemos dizer que as empresas são amorais, e que os “agentes moralizantes” desta empresa são seus funcionários, desde os dirigentes aos secretários. A empresa fica a mercê da conscientização de seu funcionário, passando a responder pelas atitudes morais do mesmo, o que em muitas vezes pode ser prejudicial para a organização. Assim as pessoas (funcionários) são moralmente responsáveis pelos danos, que a empresa, causa as outras pessoas, seja por poluir o ambiente, ou por causar danos sócio psicológicos entre outros.

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-Restrição ética e regulação legal

Mais uma diferenciação existe entre a responsabilidade moral social e as outras. Em quanto a responsabilidade legal prevê a punição por ato cometido por uma pessoa ou empresa, a responsabilidade moral segue pela prevenção solidária, para que assim o ato possa ser impedido, não havendo então a necessidade da punição. Mesmo com essa visão da prevenção, muitas atividades empresariais não podem ser evitadas, pois do jeito que ajuda um lado da necessidade, atrapalha o outro lado. Podemos citar o caso da modernização, ao mesmo tempo que alocamos robôs ou máquinas para realizarem um determinado trabalho, estamos tirando o emprego de um ou mais funcionários. Compreendemos que com as máquinas o produto confeccionado será entregue em menos tempo e com menos chance de imperfeições,mas teremos um maior número de desempregados. Quando uma empresa pratica um ato deste tipo de maneira consciente chamamos de iniqüidade, enquanto ela pratica sem prever tal prejuízo chamamos de imprudência. Devemos lembrar que a responsabilidade moral social não deve se sobrepor a responsabilidade legal, aquela se faz presente em situações ainda não abordadas pela legislação.

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• O limite da responsabilidade apenas se faz presente nas responsabilidades legais, como: a civil e a comercial. Na responsabilidade moral não existe qualquer tipo de barreira para a responsabilização de uma pessoa, salvo crianças e doentes mentais que são considerados como pessoas amorais. Em algumas passagens de textos de Aristóteles podemos compreender que o mesmo acredita que todo ser humano é imputável moralmente, independendo de sua criação ou da situação que o mesmo se encontra. Estes trechos evidenciam essa afirmativa “Podemos concluir que não basta que recebam a criação e a atenção corretas quando são jovens: pelo contrário, eles devem continuar a praticar as mesmas coisas a fim de estarem habituados a elas quando se tornarem adultos. Desta maneira, precisamos de leis que digam respeito até esta idade e, de maneira geral, até a vida inteira.”; “[Somente] uma pessoa totalmente insensível não saberia que um determinado tipo de atividade é a fonte de um estado (de caráter) correspondente.

Portanto se alguém faz aquilo que sabe que o tornará injusto, tal pessoa é voluntariamente injusta.”; “Para resumir em uma única sentença: um estado [de caráter] resulta da [repetição] de atividades similares. Por esse motivo, nós devemos executar as atividades corretas, uma vez que as diferentes atividades implicam diferentes estados. Não deixa de ser importante, então, adquirir uma espécie ou outra de hábito desde a juventude. Pelo contrário, isto é muito importante, alias, é tudo o que importa.”. Assim Aristóteles considera que o não reconhecimento de uma obrigação é algo voluntário, e que a pessoa possui o controle sobre isso.

-O limite da responsabilidade

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-Responsabilidade e gestão

Na empresa moderna, a responsabilização de seus funcionários e de seus dirigentes passou a ser de difícil definição, isso porque diversos álibis são construídos, para que assim a culpabilidade do funcionário não seja admitida. Isso ocorre pelo alongamento do processo como um todo, o que faz com que a pessoa esteja distante do que ela precise avaliar para tomar uma decisão responsável, gerando então a isenção de culpa. Outro fato que tem atrapalhado os atos responsáveis é a situação do gerente da organização, este precisa a todo momento realizar um trabalho chamado de dupla face, pois ao mesmo tempo que precisa atender a necessidade do cliente, precisa atender a necessidade dos stakeholders, o que na maior parte das vezes é impossível de ser conciliado. Assim acaba ocorrendo um terceiro interesse que é do próprio gerente, que se usa de uma situação de difícil conciliação, para assim responder a seus próprios interesses.

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-Responsabilidade e interesse

• Os operários mais esclarecidos têm o propósito de gerar bem estar social.

• Essa responsabilidade social tem como conseqüência gerar a construção da imagem da responsabilidade. Outra é a restrição efetiva, as possibilidade de danos e ofensas. Essa proteção da imagem é a mais interesseira e tem pouco valor moral

• Felizmente desde o início dos anos 90 as empresas Européias concordam que a responsabilidade pela educação continuada, é a igualdade de oportunidades e a inclusão social.

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- Áreas de responsabilização moral

• As mais relacionadas com a vulnerabilidade da natureza:

• Tudo que se refere à saúde e a vida• O comércio entre os seres humanos e o

mundo exterior• Uma classificação de todos os itens de

responsabilidade moral e social das organizações, ainda está por ser aceita.

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-Responsabilidade perante a que?

• O 2° eixo da responsabilidade moral é a determinação de quem a empresa se responsabiliza; No ocidente elas se referem à vida presente.

• Na área legal e política as responsabilidades que são instituídas na religiosidade são transcendentais, e na ética são mais difíceis de ser precisados.

• Também existem as responsabilidades naturais. São aquelas que temos com nossos filhos, comunidade e humanidade.

• Tais Como:Transparência nas informaçõesCondições de lazerIgualdade de pagamentoOportunidade para portadores de necessidades especiaisOportunidade para idososPrivacidadeSaúde e segurança do trabalho

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-Socialização da Responsabilidade

• A todo o momento aparecem novas responsabilidades e instâncias: A preservação, prolongamento da vida, dos valores utilitários e o conforto que desfrutamos hoje. Era inimaginável a 50 ou 100 anos.

• Hoje com as indústrias produzindo de acordo com a necessidade de consumo os recursos naturais estão sendo explorados sem controle, tornando assim mais escassos. Estes erros brutais cometidos pelo consumismo das pessoas tornam o mundo cada vez mais vulnerável. Podíamos ter nos preocupado com este problema antes, pois tínhamos métodos para a resolução do mesmo.

• Ainda temos situações como o uso de drogas que rodeia a comunidade empresarial.

• A conscientização sobre a responsabilidade moral e social, começa pela socialização das responsabilidades, pois nós brasileiros tendemos a socializar o bem e individualizar o mal.

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-Quais as principais barreiras à argumentação moral?

• Duas barreiras deverão ser superadas, para começarmos a discutir a Ética nas organizações. Primeiramente, vamos separar o que são juízos sobre fatos, de juízos sobre valores.

• Identificar o fato é o primeiro passo para a argumentação ética. O fato identificado informa sobre o que vai ser julgado, e não como julgá-los.

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-Fatos morais

• Existem 3 faixas de idéias sobre moral.• Na primeira faixa, colocamos a ciência da ética.• Na segunda faixa, estão os juízos derivados de uma

percepção transcendente.• E na última faixa e mais imediato, interfere na opinião

sobre a conduta preferida ou não.• Ética pode ser definido genericamente como valores

morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado.

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-Certezas

• Um componente importante para começarmos a falar de certeza, é analisar a veracidade dos fatos julgados, e as formas de equacionar as diferenças entre fatos, valores e valores de si.

• Algumas das principais ordens de justificação são: mercado; indústria; doméstica; cívica; inspirada e opinião.

• No Brasil hoje em dia, o confronto mais importante se da entre as ordens de mercado e a cívica. Antigamente, eram dadas as ordens da indústria e da doméstica.

• No cotidiano das organizações, todas essas ordens se encontram entrelaçadas.

• “A ética lida com a escolha, com a liberdade de escolher. Dessa liberdade é que deriva a responsabilidade.”

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-QUAIS OS LIMETES DA TOLERÂNCIA

• O limite da tolerância é quando se rompe com o intolerável. Pode ser também através da auto-exclusão.

• A exclusão do convívio é uma penalização tão forte que se procura tolerar uns aos outros.

• Nas organizações também existe a intolerância tanto por parte dela, como dos indivíduos que ali trabalham. Mas a diferença da organização para a sociedade é que nela o trabalhador pode sair e se abster do convívio da organização.

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-O QUE É TOLERANCIA?

• Tolerância é suportar o inconveniente, o malquerido, o rejeitável. Tolerar e agüentar e saber lidar com as coisas ruins para interesse, por convivência ou por dever moral.

• O conceito de tolerância é antigo, como podemos ver alguns exemplos:

• Para os latinos:perseverança e força para enfrentar os males

• Cristianismo: autodomínio para agüentar os dores da existência na terra. Tolerância era sinônimo de paciência.

• O conceito de tolerância se firma na idade média. Quando se julgava o mal como certa permissividade, o que não queria dizer que o ato estava correto.

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-A TOLERÂNCIA NAS ORGANIZAÇÕES

• A tolerância nas organizações é até onde concordamos com os objetivos e meio dela. Essa tolerância pode ser dividida em 3 pontos de vista: psicofísico, político-estratégico e de ética.

• A tolerância varia com cada indivíduo.• As organizações também não toleram os

discordantes, os fracos, os sabotadores e todos aqueles que de uma forma ou de outra prejudicam o processo.

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-O POLÍTICO E O ORGANIZACIONAL

• O que e válido para a sociedade não é válido para as organizações. No mundo político pessoas iguais com forma de vida diferente encontram uma forma de conviver, já nas organizações são pessoas diferentes com os objetivos iguais. A sociedade democrática vive sob o conceito de fim último, já as organizações gostam de resultados imediatos, nela a tolerância é obtida e não é uma liberdade e sim uma condição

• Uma exemplo da falta de tolerância dos trabalhadores com a organização, são as greves coletivas.

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-O limite físico e o psicológico:• O que limita a tolerância no âmbito psicofísico, nas relações intra e inter-

organizacionais, é o espaço que o trabalhador tem para ele mesmo. O limite é a asfixia da personalidade, de um lado, e o distúrbio no processo produtivo, do outro.

• O principal determinante do limite da tolerância psicofísica se dá quando a relação entre empregados e organizações ultrapassa o limite da racionalidade, o que nos traz à linha de argumentação de Epinosa.

• O limite da tolerância ao esforço físico é variável. Na atualidade, é estatisticamente desprezível o número dos que alegam excesso de esforço ou de desconforto para abandono do emprego. Provavelmente porque os que se vêem na circunstancia do trabalho penoso são pessoas que não têm voz ou não têm alternativa. No entanto, há uma relação causal surda, não documentada e, talvez, não documentável, entre a intolerância a determinados trabalhos e as deficiências ergonômicas do ambiente, dos equipamentos e dos instrumentos.

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-Tolerância psicológica:

• Embora Jules Amar elaborasse uma teoria físico-fisiológica do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos fosse sistematizado nos anos 1950, a racionalização, por meio do estudo do limite fisiológico, perdeu ímpeto quando, nos Estados Unidos, Taylor e Ford ensaiaram outra forma, mais consistente, de otimização da “máquina humana”. Procuraram a racionalização não do trabalho isolado, mas do processo produtivo como um todo. Esse é o marco da transição que traz a ênfase do físico, próprio do século XIX, para o psicológico que caracteriza o século XX.

• Existem quatro fatores principais que levam à ruptura desse limite: a percepção do trabalhador de que a organização lhe extrai sobre trabalho; os traços de personalidade que não se encaixam na vida organizacional; a pressão causada pela falta ou distorção das informações; a emocionalidade nas relações entre dirigentes e empregados

• A tolerância física e psicológica termina por se desfazer nos três limites, o do esforço, o das paixões, o do pensamento, apontados por Epinosa. Há um ponto que não pode ser ultrapassado, seja pelo empenho requerido ou ofertado, seja pela compatibilidade das personalidades, seja pela seqüela do ruído na comunicação, seja pelo emocionalismo das relações, seja, enfim, por qualquer combinação desses fatores.

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-O limite ético:

• Nenhum dos argumentos a favor da tolerância se sustenta quando se trata da questão ética. Do ponto de vista moral, a tolerância é o desrespeito da sociedade, do individuo e da própria consciência; aquele que tolera a transgressão ética, aceita que o outro ou ele mesmo se comporte de maneira que sabe ser errada, falsa, imprópria.

• E, se a tolerância é construtiva, ela não é em si, boa. Foi Goethe quem melhor exprimiu essa ambigüidade. Ele deixou escrito que a tolerância deve ser transitória, que ela deve conduzir ao respeito e nada mais, porque, em ultima instancia, tolerar é ofender.

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