RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS DA...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO-PR RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS DA CULTURA DA BATATA EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE PLANTAS E ÉPOCAS DE AMONTOA. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO LÍVIA LUIZA SOUZA REZENDE SALES GUARAPUAVA-PR 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE, UNICENTRO-PR

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS DA

CULTURA DA BATATA EM FUNÇÃO DO

ESPAÇAMENTO ENTRE PLANTAS E ÉPOCAS DE

AMONTOA.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

LÍVIA LUIZA SOUZA REZENDE SALES

GUARAPUAVA-PR

2011

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LÍVIA LUIZA SOUZA REZENDE SALES

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS DA CULTURA DA

BATATA EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE PLANTAS E

ÉPOCAS DE AMONTOA.

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, para a obtenção do título de

Mestre.

Profo. Dr. Sidnei Osmar Jadoski

Orientador

GUARAPUAVA-PR

2011

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LÍVIA LUIZA SOUZA REZENDE SALES

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS E AGRONÔMICAS DA CULTURA DA BATATA EM

FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO ENTRE PLANTAS E ÉPOCAS DE AMONTOA

Dissertação apresentada à Universidade

Estadual do Centro-Oeste, como parte das

exigências do Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, área de concentração em

Produção Vegetal, para a obtenção do título de

Mestre.

Aprovada em _________________

______________________________________________

Prof. Dr. Juliano Tadeu Vilela de Resende - UNICENTRO

_______________________________________________

Prof. Dr. Reginaldo Ferreira Santos - UNIOESTE

_______________________________________________

Prof. Dra. Aline Genu Marques – UNICENTRO

______________________________________________

Prof. Dr. Sidnei Osmar Jadoski - UNICENTRO

Orientador

GUARAPUAVA-PR

2011

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“Todos os homem sonham, mas não da

mesma maneira. Existem aqueles que têm

seus sonhos à noite, nos recônditos de

suas mentes e, ao despertar, pela manhã,

descobrem que tudo aquilo era bobagem.

Perigosos são os homens que sonham de

dia, porque são capazes de viver seus

sonhos de olhos abertos, dispostos a

torná - los realidade.”

(T. E. Lawrence, 1888 – 1935, militar e

escritor inglês, conhecido como Lawrence da

Arábia)

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DEDICO

A minha mãe Celene, e minha avó

Aparecida exemplos de vida que tanto

sentem minha ausência, mas nunca

deixam de torcer e rezar por mim.

As minhas irmãs Patrícia e Gabriella

pelo amor verdadeiro que nos une.

OFEREÇO

Ao meu marido Alan, que esteve sempre ao

meu lado, companheiro nos momentos

alegres e nas horas difíceis me incentivando

a ultrapassar todos os obstáculos que a vida

me impôs.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, acima de tudo por estar sempre presente nas horas mais difíceis e me proporcionar

conhecer e conviver com as pessoas abaixo, sem as quais esta dissertação não teria sido

possível.

Ao Prof. Dr. Sidnei Osmar Jadoski, pela paciência, dedicação e orientação, ensinamentos e

conhecimentos transmitidos durante o curso de Pós-Graduação, meu respeito e admiração.

À Universidade Estadual do Centro Oeste pela oportunidade de cursar este mestrado.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, pelos conhecimentos

compartilhados.

Aos produtores Moacir Aoyagi, Renê Martins Bandera Filho e José Massamitsu Kohatsu e

suas equipes de assistência técnica pela colaboração e incentivo à pesquisa na bataticultura.

Aos colegas do Mestrado, pela luta conjunta e companheirismo.

A amiga e também colega de mestrado Larissa, pela amizade, prontidão e principalmente pela

paciência.

Aos estagiários, bolsistas e voluntários do curso de graduação em agronomia da

UNICENTRO pela ajuda durante a realização deste trabalho.

Registro meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que, diretamente e indiretamente,

contribuíram para a execução deste trabalho, cujas colaborações permitiram que o objetivo

fosse alcançado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Tubérculos da cultivar Ágata . ................................................................................ 9

Figura 2. Tubérculos da cultivar Asterix.............................................................................. 10

Figura 3. Tubérculos da cultivar Atlantic ............................................................................ 11

Figura 4. Estádios do ciclo fenológico da cultura da batata segundo Tavares, (2002). .......... 15

Figura 5. Tubérculos-semente da cultivar Ágata utilizados no plantio. ................................ 20

Figura 6. Procedimento de realização da amontoa aos 10 DAE. .......................................... 20

Figura 7. Pesagem de massa seca de parte área da planta da batata. ..................................... 21

Figura 8. Hastes principais da planta da batata. ................................................................... 22

Figura 9. Valores médios de comprimento da maior haste principal das plantas de batata

submetidas a quatro épocas de amontoa e espaçamento entre plantas ao longo do ciclo

vegetativo da cultura.. .......................................................................................................... 26

Figura 10. Comportamento do comprimento da maior haste de plantas de batata em função

do espaçamento entre plantas.. ............................................................................................ 28

Figura 11.Valores médios do índice de área foliar de plantas de batata cultivadas com

diferentes espaçamentos de plantas.. .................................................................................... 30

Figura 12. Índice de área foliar de plantas de batata aos 32 DAE em função do espaçamento

entre plantas.. ...................................................................................................................... 31

Figura 13. Massa seca da parte aérea de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas. ................................................................................................................................ 33

Figura 14. Massa média de tubérculos de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas. ................................................................................................................................ 35

Figura 15. Massa média de tubérculos de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas.. ............................................................................................................................... 37

Figura 16. Produtividade de tubérculos da cultura da batata em função do espaçamento entre

plantas. ................................................................................................................................ 39

Figura 17. Classificação dos tubérculos de batata cultivada com diferentes espaçamentos de

plantas, de acordo com metodologia MAPA (1995). ............................................................ 41

Figura 18. Porcentagem de tubérculos de batata presentes na classe 3, em função do

espaçamento entre plantas. De acordo com a metodologia MAPA (1995) .......................... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Análise de solo da área experimental ................................................................... 18

Tabela 2. Descrição dos tratamentos e estande final de plantas ............................................ 19

Tabela 3. Classes de acordo com o maior diâmetro transversal do tubérculo (mm). ............. 23

Tabela 4. Resumo do quadro da análise de variância para o comprimento da maior haste

principal da planta da batata, submetida a quatro épocas de amontoa e quatro espaçamentos de

plantas. ................................................................................................................................ 26

Tabela 5. Valores médios do comprimento da maior haste da planta da batata em função das

quatro diferentes épocas de amontoa .................................................................................... 27

Tabela 6. Resumo do quadro da análise da variância para número de hastes principais da

planta de batata, submetida a quatro épocas de amontoa e espaçamentos de plantas. ............ 29

Tabela 7. Resumo do quadro da Análise da variância para o índice de área foliar (m2

m-2

) da

planta de batata, submetido a quatro épocas de amontoa e quatro espaçamentos de plantas. . 30

Tabela 9. Resumo do quadro da análise de variância para produtividade, número de

tubérculos por planta e peso médio de tubérculos, da cultura da batata cultivada com quatro

épocas de amontoa e quatro densidades de plantio.. .............................................................. 34

Tabela 10. Resultados do teste de comparação de médias para peso médio de tubérculos, da

cultura da batata em função da época de amontoa................................................................. 35

Tabela 11. Resumo do teste de comparação de médias para o número médio de tubérculos

por planta, submetida a quatro épocas de amontoa................................................................ 36

Tabela 12. Resumo da produtividade média em kg ha-1

da planta de batata, submetida a

quatro épocas de amontoa.. .................................................................................................. 38

Tabela 13. Resumo do quadro da análise de variância para classificação de tubérculos de

acordo com diâmetro transversal, na cultura da batata submetida a quatro épocas de amontoa e

quatro espaçamentos de plantas.. .......................................................................................... 41

Tabela 14. Resumo da análise da variância com quadrado médio das taxas de ocorrência e

intensidade de esverdeamento de tubérculos, submetidos a quatro épocas de amontoa e quatro

espaçamentos de plantas....................................................................................................... 43

Tabela 15. Taxa de ocorrência e intensidade de esverdeamento de tubérculos, submetidos a

quatro épocas de amontoa. ................................................................................................... 43

Tabela 16. Resultado da interação entre os fatores épocas de amontoa e espaçamento de

plantio para taxa de ocorrência de esverdeamento de tubérculos. .......................................... 44

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1. Metodologia para quantificação de esverdeamento conforme Brune e Melo (2001).

............................................................................................................................................ 55

Anexo 2. Componentes climáticos (precipitação pluvial, brilho solar e do fotoperíodo) para o

período de condução do experimento no campo - 23/12/2009 a 30/03/2010, em Guarapuava -

PR. ....................................................................................................................................... 55

Anexo 3. Componentes climáticos (temperatura do ar e de relva e da umidade relativa do ar)

para o período de condução do experimento no campo - 23/12/2009 a 30/03/2010, em

Guarapuava - PR. ................................................................................................................. 55

Anexo 4. Resultado da análise de regressão para a característica comprimento da maior haste

principal de plantas de batata submetidas a quatro diferentes espaçamentos de plantas.. ....... 56

Anexo 5. Resumo da Análise de regressão para a característica índice de área foliar de

plantas de batata submetidas a quatro diferentes espaçamentos de plantas.. .......................... 56

Anexo 6. Análise de regressão para a característica massa seca de plantas de batata

submetidas a diferentes espaçamentos de plantas ................................................................. 56

Anexo 7. Análise de regressão para produção, número de tubérculos por planta e peso médio

dos tubérculos de batata cultivada com diferentes épocas de amontoa e espaçamentos de

plantas. ................................................................................................................................ 57

Anexo 8. Resumo da análise de regressão para a produtividade de tubérculos da cultura da

batata submetida a diferentes espaçamentos de plantas. ........................................................ 57

Anexo 9. Resumo da análise de regressão para a porcentagem de tubérculos de batata

presentes na classe 3, em função do cultivo com diferentes espaçamentos de plantas.

Metodologia MAPA (1995).. ............................................................................................... 57

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SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................................. 1

ABSTRACT .......................................................................................................................... 2

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 2

2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 5

3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 6

3.1. A Cultura da Batata .................................................................................................. 6

3.1.1. Aspectos Socioeconômicos ............................................................................ 7

3.2. Cultivares mais plantadas atualmente no Brasil. ....................................................... 8

3.2.1. A cultivar Ágata............................................................................................. 8

3.2.2. A cultivar Asterix ........................................................................................ 10

3.2.3. A cultivar Atlantic ....................................................................................... 10

3.3. Tratos culturais ...................................................................................................... 12

3.3.1. Amontoa ...................................................................................................... 12

3.3.2. Espaçamento ................................................................................................ 13

3.4. Ciclo da Cultura da batata ...................................................................................... 14

3.5. Principais fatores ambientais que afetam o ciclo e desenvolvimento da cultura da

batata ............................................................................................................................ 15

4. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 18

4.1. Localização do experimento ................................................................................... 18

4.2. Delineamento experimental e tratamentos .............................................................. 18

4.3. Instalação e condução do experimento ................................................................... 19

4.4. Características avaliadas ........................................................................................ 21

4.4.1 Emergência das plantas. ................................................................................ 21

4.4.2. Massa seca da parte aérea da planta ............................................................. 21

4.4.3. Número de hastes principais......................................................................... 22

4.4.4. Comprimento da maior haste. ...................................................................... 22

4.4.5. Índice de área foliar (IAF) ............................................................................ 22

4.4.6. Produtividade de tubérculos ......................................................................... 23

4.4.7. Classificação dos tubérculos ........................................................................ 23

4.4.8. Número médio de tubérculos por planta. ..................................................... 23

4.4.9. Massa média de tubérculos. ........................................................................ 24

4.4.10. Taxa de ocorrência de esverdeamento ....................................................... 24

4.4.11. Taxa de intensidade do esverdeamento ....................................................... 24

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4.5. Análise estatística .................................................................................................. 24

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 25

5.1. Características do desenvolvimento fenológico da planta ....................................... 25

5.1.1. Emergência das plantas ................................................................................ 25

5.1.2. Comprimento da haste principal ................................................................... 25

5.2.2. Número de hastes principais ........................................................................ 28

5.3. Índice de área foliar (IAF) ...................................................................................... 29

5.4. Massa seca da parte aérea das plantas ..................................................................... 32

5.5. Características da produção .................................................................................... 34

5.5.1 Produtividade, número e massa de tubérculos ............................................... 34

5.5.1.1. Massa média de tubérculos e número de tubérculos por planta .... 32

5.5.1.2. Produtividade..................................................................................36

5.6. Características de qualidade do tubérculo – Avaliações de pós colheita .................. 40

5.6.1. Classificação de tubérculos .......................................................................... 40

5.6.2. Taxa de ocorrência e taxa de intensidade de esverdeamento de tubérculos. .. 42

6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 46

7. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 47

ANEXOS ............................................................................................................................. 55

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RESUMO

Livia Luiza Souza Resende Sales. Respostas fisiológicas e agronômicas da cultura da batata

em função do espaçamento entre plantas e épocas de amontoa.

A cultura da batata apresenta grande relevância econômica, destacando-se

expressivamente na agricultura brasileira. O Estado do Paraná, apesar de não apresentar as

maiores produtividades médias, possui atualmente uma das maiores áreas de cultivo de batata,

sendo que a região Centro-Oeste Paranaense (Campos de Guarapuava), tem se destacado pela

qualidade e produtividade dos tubérculos. Tal fato é creditado às características

edafoclimáticas regionais favoráveis à cultura, aliadas a introdução e busca constante por

novas tecnologias de produção, épocas de plantio adequadas, entre outras. No entanto, diante

dos crescentes custos de produção e potenciais ganhos de produtividade e qualidade, se faz

necessária a geração de informações que melhor subsidiem as decisões técnicas tomadas,

particularmente no que concerne ao manejo da cultura. Neste particular a amontoa e o

espaçamento entre plantas tem grande influência, na formação e produção de tubérculos.

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes épocas de amontoa e

espaçamentos de plantas sobre a produtividade e a qualidade de tubérculos da cultivar Ágata.

Para tanto, foi conduzido um experimento em área do Departamento de Agronomia, da

Universidade Estadual do Centro Oeste, UNICENTRO, Campus CEDETEG, Guarapuava -

PR. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado em fatorial 4 x 4 com

quatro repetições, sendo composto por quatro diferentes épocas de amontoa (amontoa no

plantio, aos 10 DAE, 20 DAE e sem a amontoa), e quatro espaçamentos de plantas na linha

(16, 22, 28 e 34 cm). Verificou-se que os fatores avaliados exerceram efeito sobre

características morfológicas da cultura, alterando o comprimento da maior haste principal e o

índice de área foliar, assim como sobre características da produção, onde se observa que os

menores espaçamentos de cultivo tendem a resultar em produção composta por tubérculos de

menor tamanho, porém em maior número, de forma oposta ao verificado nos maiores

espaçamentos onde o resultado de produção é composto por tubérculos maiores e em menor

número. A época de amontoa demonstra que a realização desta prática posteriormente à

emergência das plantas, prejudica o desenvolvimento vegetativo e a produção da cultura,

sendo notadamente mais adequados os manejos com amontoa no plantio ou sem realização da

amontoa, que ocasionam melhores resultados de produção, tanto considerando a

produtividade como o tamanho dos tubérculos produzidos.

Palavras-Chave: Solanum tuberosum L., manejo cultural, esverdeamento, produtividade.

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ABSTRACT

Livia Luiza Souza Resende Sales. Agronomic and physiological responses of potato

depending on plant spacing and timing of ridging.

The potato has great economic importance, especially intensively in the Brazilian

agriculture. The State of Paraná, although not present higher productivity has one of the

largest potato-growing areas, and the Midwest Paranaense (Campos Guarapuava), has stood

for quality and yield of tubers. This fact is credited to the regional climate and soil

characteristics conducive to the growth, coupled with the introduction and constant search for

new production technologies, proper planting dates, among others. However, faced with rising

production costs and potential gains in productivity and quality, it is necessary to generate

information that subsidize the best technical decisions, particularly with regard to crop

management. In particular, ridging and row spacing has great influence in the formation and

tuber yield. Thus, the objective was to evaluate the effect of different times of piles and plant

spacing on yield and quality of tubers of cultivar Agata. For this, an experiment was

conducted in the area of the Department of Agronomy, State University of West Center,

UNICENTRO Campus CEDETEG, Guarapuava - PR. We used a randomized experimental

design in a 4 x 4 replicates, comprising four different times of ridging (ridging in the planting,

at 10 DAE, 20 DAE and without ridging), and four plants in the row spacing (16 , 22, 28 and

34 cm). It was found that the studied factors had an effect on morphological characteristics of

the culture, changing the length of the longest main stem and leaf area index, and on

production traits, which shows that the smaller spacing of cultivation tend to result in

composite production tubers of smaller size, but in greater numbers, as opposed to that seen in

greater spacing where the outcome of production is composed of tubers larger and fewer in

number. Heaping up time demonstrates that this practice after the emergence of the plants

affect plant growth and crop production, notably being more suitable managements ridging at

planting or without completion of the lumps that cause better production results, considering

both productivity and the size of tubers produced.

Keywords: Solanum tuberosum L., cultural management, greening, productivity.

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1. INTRODUÇÃO

A cultura da batata (Solanum tuberosum L.) desempenha importante papel como fonte

de alimento para populações de várias regiões do mundo. No Brasil esta cultura apresenta

expressiva significância socioeconômica, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Sua

eficiência produtiva garante elevado aproveitamento de áreas destinadas à produção de

alimentos, característica importante em um cenário mundial de constante crescimento

populacional e consequente insegurança alimentar.

Considerando um panorama geral, apesar da importância da cultura e evoluções

técnicas nas áreas de produção, a produtividade de batata nos países em desenvolvimento é

ainda significativamente inferior à obtida nos países europeus, de grande tradição em seu

cultivo.

A bataticultura é considerada uma atividade agrícola relativamente complexa, que

requer estrutura de produção que vai desde terreno e máquinas adequados até uma bem

estruturada rede de informações técnicas que permitem a tomada de decisões rápidas e

precisas.

Entre as várias alternativas ou técnicas para alcançar alta produtividade e qualidade de

tubérculos, destaca-se a utilização de cultivares adaptados ao local de plantio, com

características agronômicas desejáveis e um manejo cultural adequado, pois durante o ciclo de

desenvolvimento no campo, a batata apresenta alto grau de dependência em relação às

condições de manejo e fertilidade do solo, cujo preparo adequado é fundamental para os

resultados de produção, que dependente ainda do potencial genético e sanidade da batata-

semente e das condições climáticas durante o cultivo.

Um manejo adequado tende a fornecer condições favoráveis ao desenvolvimento das

plantas e suprir determinadas carências ambientais, para que a cultura tenha condições de

expressar seu potencial produtivo, resultando em elevado rendimento e maior retorno

econômico nos cultivos (WURR et al., 2001).

Dentre os manejos culturais, a amontoa merece atenção especial, já que é uma prática

que propicia melhores condições para o estabelecimento inicial e produção da cultura, pois

uma de suas principais finalidades é ocasionar um afrouxamento do solo próximo à planta,

reduzindo a resistência ao crescimento lateral das raízes de reserva, o que favorece a formação

de raízes menos tortuosas. Martini et al. (1990) acrescentam que outra função da amontoa é

vedar as rachaduras do solo formadas pelo crescimento das raízes, por onde alguns artrópodes

realizam a postura diretamente nas raízes, favorecendo a ocorrência de danos irreversíveis.

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4

A amontoa também protege os tubérculos contra a luz solar, cuja incidência ocasiona o

esverdeamento pela formação de clorofila e pelo aumentando no teor do glicoalcalóide

solanina, fenômeno que geralmente ocorre antes da colheita no campo, devido ao afloramento

de tubérculos. Esta presença de esverdeamento nos tubérculos deprecia o produto, alterando-

lhe o formato, características da polpa e sua coloração, prejudicando sobremaneira a

comercialização, especialmente quando se destinam à comercialização in natura.

Considerando as alternativas associadas ao manejo cultural, o espaçamento entre

plantas é um elemento fundamental para a obtenção de melhores resultados com a cultura da

batata. Um adequado arranjo da distribuição das plantas na área é ponto de partida para que a

cultura venha a ter condições de maximizar seu desenvolvimento, com aproveitamento dos

fatores ambientais e menor competição, tanto do dossel vegetativo como do sistema radicular,

por elementos básicos, especialmente radiação solar, água e nutrientes.

A importância do manejo adequado dos fatores amontoa e espaçamento é amplamente

difundida na bataticultura. Contudo, ainda é observada expressiva carência de informações de

pesquisa sobre os efeitos destes fatores sobre o crescimento vegetativo das plantas e aspectos

de produção de tubérculos. O incremento de conhecimento sobre tais fatores pode ocasionar

novas possibilidades em relação às alternativas de manejo, especialmente para as cultivares

introduzidas mais recentemente no sistema de produção, e, consequentemente, a obtenção de

incrementos na produtividade e qualidade da produção.

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2. OBJETIVO

Avaliar os efeitos de diferentes épocas de amontoa e espaçamentos de plantas sobre

características do desenvolvimento fenológico, da produção e de qualidade dos tubérculos de

batata.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. A Cultura da Batata

Quando os conquistadores espanhóis invadiram o Império Inca em busca de riquezas,

ao final do século XVI, levaram para a Europa e o resto do mundo um bem precioso: a batata

andina. Esta foi disseminada pelos navegadores espanhóis e ingleses para as colônias, origem

da denominação de “batata inglesa”, entretanto, foram os incas e outros povos indígenas que,

durante oito milênios, desenvolveram a bataticultura, utilizando espécies andinas

(FILGUEIRA, 2005).

Lopes e Buso (1997) relatam que durante as guerras os ingleses incendiavam os trigais

e matavam os porcos criados pelos irlandeses, levando o povo a miséria, entretanto, a batata,

por estar armazenada no solo, resistia ao pisoteio de animais e tropas e também as geadas

No Brasil, a batata como conhecemos atualmente chegou pelas mãos de imigrantes

europeus, no final do século XIX, foi levada para regiões de clima relativamente temperado

do Sul do Brasil, onde as condições climáticas são favoráveis ao seu cultivo (PEREIRA,

2008).

Conforme Motta, (1993) no Estado do Paraná o cultivo iniciou-se pela imigração

polonesa em 1876 e a primeira importação de batata-semente da Europa e da Argentina foi

efetuada em 1902 pelo Engenheiro Agrônomo Zdenko Gayer. Em Guarapuava, Paraná, foi

introduzida por imigrantes japoneses na década de 60, juntamente com a Cooperativa

Agrícola de Cotia. Devido às condições bastante propicias de clima ameno e solos férteis a

atividade se expandiu rapidamente, chegando a ter mais de 150 produtores que plantavam

mais de 7.000 ha. Nesse período Guarapuava foi considerada a principal região produtora do

país.

Atualmente, a região de Guarapuava conta com uma área plantada de

aproximadamente 4000 ha por ano, tendo como principal cultivar a Ágata, correspondendo a

mais de 90% da área cultivada na região (ABBA, 2010b). Devendo ser, portanto considerada

uma cultura de grande importância social no cenário paranaense contemporâneo.

Feltran e Lemos (2005) caracterizam a batateira como uma solanácea perene, mas

comercialmente utilizada como anual. De metabolismo C3, apresenta caules aéreos, sistema

radicular delicado, concentrando-se nos primeiros centímetros do perfil do solo. As folhas são

compostas por folíolos arredondados que formam lóbulos, apresentando-se inseridas no caule

de forma alternada.

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A planta de batata produz frutos verdadeiros que contém em média 200 sementes cada

(FEDALTO, 1987). Segundo Doorenbos e Kassam (1979) o sistema radicular da batata é

pouco desenvolvido com 70% da absorção dos nutrientes ocorrendo nos primeiros 30 cm do

perfil do solo.

3.1.1. Aspectos Socioeconômicos

A batata é considerada uma das culturas alimentícias de maior importância para a

humanidade, ocupando o quarto lugar em produção, ficando atrás somente do milho, trigo e

arroz (BANDINELLI, 2009). É plantada em pelo menos 125 países e consumida por mais de

um bilhão de pessoas em todo o mundo (PASTORINI et al., 2003).

A cultura desenvolve-se em altitudes de até 4.300 m acima do nível do mar, leva de 90

a 140 dias para completar seu ciclo, o conhecimento da cultivar empregada é de suma

importância para alcançar o máximo potencial produtivo (FAVORETTO, 2009).

De acordo com FAO (2009) a produção mundial de batatas em 2009 foi de 329,5

milhões de toneladas em uma área de aproximadamente 18 milhões de hectares. O Brasil

representa pouco mais de 1% da produção mundial, com 3,43 milhões de toneladas. A

produtividade nacional em 2009 foi em torno de 24,3 t ha-1

e a estimativa para a produtividade

de 2010 é de 25,3 t ha-1

(IBGE, 2010). Essa produtividade ainda esta bem abaixo das lavouras

européias que produzem acima de 40 t ha-1

.

O consumo per capita nos países europeus e do hemisfério norte é de mais de 100 kg

por ano por habitante, já no Brasil segundo Bandinelli (2009) o consumo varia de 10 a 15 kg

por ano e atualmente a batata é a hortaliça mais cultivada no Brasil, principalmente nas

regiões Sul e Sudeste, sendo os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do

Sul, Bahia, e Santa Catarina os principais produtores.

Em termos mundiais a cultura da batata esta passando por grandes mudanças pois , até

o início de 1990, a maior parte do consumo e produção mundial localizava-se na Europa,

América do Norte e países da antiga União Soviética. Desde então vem ocorrendo aumento da

produção e procura na Ásia, África e América Latina, onde a produção subiu de menos de 30

milhões de toneladas nos anos 60 para mais de 180 milhões de toneladas em 2009 (FAO,

2009).

O Brasil é um dos poucos países onde planta-se batata o ano todo, removendo assim a

necessidade de armazenamento do produto para consumo (FELTRAN e LEMOS 2005;

SILVA et al., 2009). No âmbito nacional, até 1994 o Paraná foi o principal Estado produtor

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de batata. Hoje é o terceiro colocado. Foi superado por Minas Gerais e São Paulo. Na safra

1995/96 o Paraná obteve sua safra recorde. Foram colhidas 726.282 toneladas em 48.742

hectares (SOUZA, 2003).

No estado do Paraná a principal região produtora é a de Curitiba, com destaque para os

Municípios de Araucária, Contenda, Lapa e São Mateus do Sul. Em seguida, destaca-se a

região de Ponta Grossa com a característica de produzir batata para indústria, mediante

contrato. A variedade mais cultivada nesta região é a Atlantic. A região de Guarapuava

apresenta uma grande produção e destaca-se pelo alto nível tecnológico das lavouras e onde

predomina o plantio da variedade Ágata (LUNARDON, 2006).

A variação de preço da batata durante o ano no mercado atacadista e para o

consumidor é bastante acentuada, devido ao aumento exacerbado da área cultivada e ao uso

de nova variedade de batata do grupo comum, de fácil cultivo, que, entretanto, não foi bem

aceita pelo consumidor (LOPES E BUSO, 1997).

Souza (2003) relata que as razões básicas para o sucesso da disseminação da batata

pelo mundo foram o valor energético e a ausência de colesterol, além do fato de possuir sabor

e cheiro pouco acentuado, possibilitando centenas de combinações que resultam em sabores

diferentes, podendo ser preparada de diversas maneiras que se adaptam a diferentes culinárias,

climas e tradições étnicas. Sendo ainda um dos alimentos mais completos, fonte de vitaminas

principalmente vitamina C e vitaminas do complexo B além de minerais (ABBA, 2010a).

3.2. Cultivares mais plantadas atualmente no Brasil.

As cultivares Ágata, Asterix e Atlantic estão entre as mais plantadas no Brasil

(FELTRAN E LEMOS, 2005; SILVA et al. 2009). Porém conforme Lunardon (2006) existe

hoje uma forte dependência da cultivar Ágata que embora seja bastante produtiva não é boa

para fritura e isso, ao longo do tempo, pode ter influência negativa sobre a demanda.

3.2.1. A cultivar Ágata

Na escolha de uma cultivar deve-se procurar sempre o maior rendimento econômico,

uniformidade e preferência do mercado consumidor. A cultivar Ágata (Figura 1) é uma

variedade originária da Holanda (ABBA, 2010c).

Devido às suas características de precocidade, produtividade e excelente apresentação

dos tubérculos, já em 1999, ano de seu registro no Brasil, integrava a lista de variedades de

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nove países europeus. Desde então tem sido a variedade de mais rápido crescimento em

importância na bataticultura brasileira, ocupando hoje a segunda posição em área e produção

(MELO et al., 2003).

As plantas apresentam hastes finas e moderadamente finas, com coloração verde

muito pronunciada, folhas moderadamente grandes de silhueta bastante fechada e de cor verde

bastante clara, folículos grandes a muito grandes e largos com nervuras superficiais, floração

pobre de inflorescências pequenas e brancas, ciclo precoce a muito precoce, produz

tubérculos grandes, ovais, com película amarela e predominantemente lisa, apresenta polpa de

coloração amarelo-clara e baixo teor de massa seca (REIS, 2008).

NIVAA (2002) caracteriza a cultivar Ágata como uma cultivar de porte baixo, sendo o

comprimento da maior haste, incluindo a porção situada abaixo da linha da amontoa, inferior

a 60 cm.

Segundo Melo et al. (2003) a cultivar Ágata apresenta tuberização precoce, iniciando

aos 35 dias após o plantio (DAP), continuando a diferenciação dos estolhos em tubérculos até

os 55 DAP, quando se estabiliza o número de tubérculo por planta, sendo o pequeno período

de diferenciação dos tubérculos uma característica marcante da cultivar.

Essa cultivar é suscetível a requeima nas folhas (Phitophthora infestans) e resistente a

algumas viroses, além de ser imune ao cancro bacteriano (Clavibacter michiganensis) e

resistente ao nematóide dourado (Globodera rostechiensis).

Quanto às características culinárias apresenta boa consistência e firmeza da cor após

cozimento, sendo recomendada para cozimento e para assar (ABBA, 2010c).

Figura 1. Tubérculos cultivar Ágata

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3.2.2. A cultivar Asterix

A cultivar é originária da Holanda de ciclo relativamente curto, que atinge o ponto de

colheita entre 90 e 110 DAP, período inferior ao das cultivares empregadas em países de

latitude mais elevada, que podem chegar a até 180 DAP (ANDRIOLO et al., 2006). É uma

variedade semitardia, de pele vermelha, rendimento bastante elevado com tubérculos

numerosos e ovais alongados, olhos superficiais e polpa amarela, apresenta ótimo teor de

massa seca, e resistência ao enegrecimento interno e a danos mecânicos (ABBA, 2011).

Segundo Fernandes et al. (2009) assim como a cultivar Ágata a Asterix é resistente ao

nematóide dourado e ao cancro bacteriano. Esta cultivar apresentara polpa mais firme quando

comparada as cultivares Ágata e Atlantic, características mais adequadas para preparo tanto

na forma de purês, quanto amassadas,

A variedade (Figura 2) tem um ótimo sabor e é excelente para ser usada no

processamento de pré-fritas congeladas (todas as grandes indústrias holandesas utilizam a

variedade). É a variedade cujo cultivo mais cresceu na Europa nos últimos anos sendo de fácil

plantio e boa para armazenamento (ABBA, 2011).

Figura 2. Tubérculos cultivar Asterix

3.2.3. A cultivar Atlantic

A Atlantic (Figura 3) é uma variedade americana e nos Estados Unidos, a Atlantic

possui duas finalidades, a industrial (chips) e mercado fresco, na qual entra no grupo

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denominado de redondas brancas. O defeito desta cultivar para o mercado fresco é a

facilidade com que o tubérculo se torna verde (HAYASHI, 2005)

Para Filgueira (2000) esta cultivar se adapta a qualquer região, possui alto teor de

massa seca, baixo nível de açúcares redutores, sabor agradável, características estas que

levaram a Atlantic ser considerada a mais popular batata industrial do mundo. Como ponto

negativo vale lembrar que apesar de sua excelente qualidade industrial não tem um bom

desempenho no armazenamento, pois costuma reverter açucares comprometendo a aparência

da batata frita.

Suas principais características agronômicas são maturação meio tardia, alto nível de

matéria seca. É uma planta de porte médio a alto, hastes vigorosas, ereta com pouco

florescimento no inverno e intenso na primavera e verão com flores roxas claras. De

crescimento rápido, cobertura total do solo por volta de 50 dias após o plantio. Seus

tubérculos possuem formato oval-arredondado, película branca, meio áspera e polpa branca

(NIVAA, 2007).

Segundo Hayashi (2005) esta cultivar apresenta bom desenvolvimento em condições

de temperaturas mais elevadas e boa tolerância a pinta preta (Alternaria solani), porém alta

susceptibilidade a canela preta (Erwinia sp) e a requeima (Phitophthra infestans).

Apesar das inúmeras variedades de batata que são testadas todos os anos no Brasil, a

Atlantic é considerada como padrão de fritura.

Figura 3. Tubérculos cultivar Atlantic

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3.3. Tratos culturais

O manejo e tratos culturais adequados são práticas que visam fornecer condições

favoráveis ao desenvolvimento das plantas, e suprir carências ambientais para que ocorra o

máximo rendimento econômico da cultura, na batata consiste basicamente em tratamentos

fitossanitários, controle de plantas invasoras, fertilização, amontoa e quando necessária

irrigação (MARTINI et al., 1990)

3.3.1. Amontoa

A amontoa é a prática de “chegamento de terra” das entrelinhas na base da planta de

batata, formando assim um camalhão de aproximadamente 20 cm de altura.

Esta operação tem a finalidade de escarificar o solo, tornando-o mais frouxo e,

portanto com menor resistência ao crescimento lateral das raízes de reserva, o que favorece a

formação de raízes menos tortuosas além de vedar as rachaduras do solo formadas pelo

crescimento das raízes (FILGUEIRA, 1999). Por meio dessas rachaduras, alguns artrópodos

fazem a postura diretamente nas raízes, favorecendo a sua danificação (FURUMOTO, 2010).

Segundo Martini et al. (1990) outra função da amontoa é aumentar o número de

estolões, com consequente aumento no número de tubérculos, além disso, colocando a

disposição da planta um volume maior de solo, o que permite o desenvolvimento dos

tubérculos, favorece a colheita, a amontoa também auxilia no controle de plantas invasoras,

ajuda a proteger a planta de fitopatógenos e insetos

A amontoa normalmente é realizada quando a planta está com altura entre 20 a 30 cm,

isso geralmente ocorre entre 25 e 35 dias após o plantio (BARCELOS et al., 2007). A

amontoa pode ser manual ou mecanizada, utilizando sulcadores ou equipamento rotativos.

Pelo fato de o processo de amontoa revolver o solo nas adjacências da linha de plantio, muitas

vezes junto com a amontoa realiza-se a aplicação de fungicidas e inseticidas de ação no solo a

fim de proteger as plantas que vão ficar recobertas pelo solo, além de também realizar a

adubação de cobertura com N e K (FERNANDES et al., 2006).

Essa operação também é fundamental para o sucesso no manejo das plantas daninhas,

propiciando o controle da sementeira por abafamento e disponibilizando uma superfície de

solo preparada para receber adequadamente um produto químico seletivo, permitindo que o

efeito do herbicida pré-emergente seja otimizado possibilitando a persistência de ação até por

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dois meses e contribuindo para que na época da colheita a lavoura esteja livre das plantas

daninhas, favorecendo a colheita (MARTINI et al., 1990).

A amontoa, quando não é realizada adequadamente pode provocar ferimentos nas

raízes e na parte aérea das plantas, criando portas de entrada para uma serie de patógenos

(FURUMOTO, 2010).

3.3.2. Espaçamento

Normalmente, a densidade populacional a ser obtida em uma cultura é dada por meio

do espaçamento recomendado, ou seja, pelo número de tubérculos plantados por unidade de

área (BREGAGNOLI et al., 2007).

A cultura da batata pode utilizar espaçamentos que vão de 20 a 50 cm na linha,

influenciando diretamente no tamanho do tubérculo. Plantios com espaçamentos menores e

cultivares de crescimento mais rápido, permitem um sombreamento precoce das entre linhas

de cultivo, dificultando a germinação e o desenvolvimento das plantas daninhas (BLANCO,

2008).

O espaçamento das plantas afeta tanto o valor máximo de IAF como também o tempo

decorrido desde a emergência até a estabilização do crescimento do IAF da planta

(ANDRIOLO, 1999)

O período de tempo decorrido desde a emergência até a estabilização do IAF deve ser

o suficiente para permitir o crescimento em iguais proporções de todos os órgãos da planta.

Quando a densidade de plantas é muito elevada, a estabilização do IAF pode ocorrer

prematuramente e a área foliar de cada planta pode não ser suficiente para atingir a produção

mínima de assimilados necessários para o crescimento de tubérculos. Neste caso se estabelece

uma competição entre o crescimento vegetativo e o dos tubérculos, resultando em redução na

produtividade (DELLAI et al., 2008).

Segundo Creamer et al. (1999) o comportamento do desenvolvimento e produção das

batatas com a variação do espaçamento entre as batatas semente apresenta diferentes

comportamentos em diferentes variedades. A utilização de espaçamentos de plantas

inadequados pode causar reduções significativas na produção e no retorno econômico da

lavoura. Além disso, as variedades também diferem na capacidade de compensar as variações

no espaçamento (MAUROMICALE et al., 2003).

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3.4. Ciclo da Cultura da batata

Encontram-se na literatura várias divisões do ciclo da cultura da batata, alguns

dividindo-o em três fases (LOPES e BUSO, 1997) ou em 5 fases (TAVARES, 2002).

A divisão em cinco fases ou estádios fenológicos é mais abrangente e será aqui

descrita.

Segundo Tavares (2002) os cinco estádios da cultura da batata são: emergência,

estolonização, tuberização, crescimento de tubérculos e maturação.

O estádio I é o período compreendido entre o plantio e a emergência das plântulas, que

ocorre normalmente em torno de 10 dias após o plantio. Nesse estádio a plântula sobrevive

das reservas contidas no tubérculo-mãe.

Já o estádio II corresponde ao período de desenvolvimento vegetativo compreendido

entre a emergência e o formação de estruturas denominadas de estolões, que normalmente

ocorre em torno dos 20 dias após o plantio. Os estolões desenvolvem-se a partir de gemas

axilares presentes no caule, estas, quando diferenciadas em estolões apresentam crescimento

horizontal. Isso gera preocupação extra para o produtor na ocasião da amontoa, pois quando é

realizada de maneira adequada resulta em maior número de tubérculos, já quando esta é feita

de maneira inadequada há maior número de ramos ladrões.

No estádio III ocorre o processo de tuberização que é a formação dos tubérculos de

batata. No início dessa fase a planta deve estar com seu máximo desenvolvimento vegetativo.

A maioria dos tubérculos com tamanho adequado para a colheita são formados dentro de um

período de duas semanas.

Nos estádios III e IV deve-se ter cuidado especial com a quantidade de água no solo,

principalmente em área irrigadas com terrenos muito planos, pois níveis excessivos de água

no solo favorecem o aparecimento de podridões radicular e o surgimento de lenticelose.

O estádio IV corresponde ao crescimento dos tubérculos. O crescimento de tubérculos

apresenta caráter exponencial, ou seja, a proporção de fotoassimililados exportados da folha é

duplicado, sendo a maior parte dirigida para os tubérculos. Nesse estádio, a planta encontra-se

no seu máximo desenvolvimento vegetativo, o que ocorre em torno dos 60 dias após o

plantio. O aumento da massa seca dos tubérculos deve-se ao deslocamento de carboidratos

das folhas para os órgãos de reserva.

A maturação dos tubérculos, que corresponde ao estádio V do desenvolvimento da

batata, dá-se quando a película encontra-se em grau máximo de brilho. Quando os tubérculos

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amadurecem ocorre a senescência e abscisão foliar da parte aérea, indicando o início da

colheita. O tubérculo maduro apresenta maior capacidade de armazenamento e pele melhor

aderida e mais espessa. Na figura 4 são apresentados os estádios de desenvolvimento segundo

Tavares, (2002).

Figura 4. Estádios do ciclo fenológico da cultura de batata segundo Tavares (2002).

3.5. Principais fatores ambientais que afetam o ciclo e desenvolvimento da cultura

da batata

O que interessa na cultura da batata é a produção de tubérculos, que são órgãos de

armazenamento. O amido é o principal produto armazenado. Assim, deve-se esperar que as

condições que favoreçam a formação e o armazenamento do amido sejam as mais favoráveis

ao crescimento dos tubérculos (SOUZA, 2003).

Uma das principais características determinantes do ciclo de desenvolvimento da

cultura da batata, alvo de vários estudos, é a idade fisiológica da semente. A dormência é uma

característica determinada geneticamente, sendo influenciada pelos fatores climáticos. A

temperatura do ar, a umidade relativa do ar e luminosidade, tanto no período de

armazenamento como de campo, tem efeito direto na dormência (ROUSSELLE et al., 1999).

Depois de superada a dormência, o crescimento dos brotos ocorre em função de

fatores ambientais como temperatura, umidade do solo e concentração de nutrientes. Já o

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estádio vegetativo de acordo com Fernandez (2008) é afetado tanto pela temperatura como

pela radiação solar, geralmente sendo mais extenso quanto maior forem esses fatores. O início

da tuberização também é fortemente influenciado pelo ambiente, sendo o fotoperíodo e

temperatura determinantes para a iniciação dos tubérculos

A batata é uma cultura que apresenta resposta qualitativa e quantitativa a temperatura

(DOORENBOS e KASSAM, 1979). O zero biológico para a cultura da batata situa-se entre 5

a 7 °C. Quando submetidos a temperaturas inferiores a -2°C, os tubérculos correm risco de

congelar; porém, em temperatura elevadas (ao redor de 29°C) compromete a tuberização e

provoca rebrote.

De acordo com Rousselle et al. (1999) em regiões de clima temperado, o crescimento

e formação de tubérculos são favorecidos por noites moderadamente frias, geralmente

temperaturas menores que 15°C, e temperaturas médias diurnas entre 20 a 24oC.

Grandes variações de temperatura com relação à faixa ótima ocasionam diminuição na

fotossíntese líquida. Em temperatura elevada essa diminuição é causada principalmente pelo

fato de o aumento da temperatura aumentar a taxa de fotorespiração (PAULA et al., 2005).

Um aumento de 5°C ou diminuição de 10°C da faixa ótima de temperatura ocasionam perda

do rendimento da fotossíntese em aproximadamente 25% (ROUSSELLE et al, 1999).

A fotossíntese líquida é reduzida sob temperaturas menores de 18°C e maiores de

31°C associada com a diminuição na condutividade estomática que provoca queda na

concentração de gás carbônico (FERNANDEZ, 2008).

O fotoperíodo tem grande influência no estabelescimento do sistema radicular e no

desenvolvimento vegetativo (STRECK et al., 2007). A batata é considerada uma cultura de

fotoperíodo curto, com resposta quantitativa, porém, existe uma grande diversidade em

função da adaptabilidade das diferentes variedades e condições climáticas do local de cultivo.

Tazzo et al., (2008) ressalta que a intensidade de luz influencia o crescimento e

desenvolvimento das plantas de batata por meio da produção de carboidratos e sua partição

entre os diferentes órgãos. Além de ter influência sobre a produção de carboidratos, mediante

modificações na atividade fotossintética e no IAF, o fotoperíodo afeta a indução da

tuberização.

O comprimento das hastes é muito maior sob baixas intensidades luminosas,

diminuindo, assim, a relação entre o peso das folhas e o peso das hastes. As noites de maior

duração favorecem a indução precoce da tuberização. Essa resposta deve ser considerada para

cada variedade, já que existe para cada uma delas um comprimento crítico do dia (SOUZA,

2003).

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A maior parte das variedades utilizadas nas regiões de clima temperado tem

fotoperíodos críticos compreendidos entre 13 e 16 horas como é o caso da cultivar Ágata

(MELO et al., 2003; FERNANDEZ, 2008).

A radiação solar tem relação direta com o rendimento das culturas hortícolas, pois a

temperatura do ar afeta os processos do crescimento e do desenvolvimento das plantas

(TAZZO et al., 2008). Muitas vezes, dependendo da época de plantio da cultura, ela passa a

ser a principal variável que determina o rendimento das culturas. Uma vez formados os órgão,

o crescimento é dependente da qualidade e quantidade de radiação solar interceptada pelas

folhas (REIS, 2008).

BISOGNIN et al. (2008) salientam que o crescimento dos tubérculos é um período

crítico que determina o rendimento da lavoura e é uma das principais fases influenciadas

diretamente pela radiação solar

O microclima de uma cultura é influenciado por fatores como a área foliar, arquitetura

e altura de plantas, as quais interferem na interceptação e no balanço de radiação,

determinando diferentes regimes de temperatura e umidade do ar dentro do dossel das culturas

(MONTEIRO, 2002).

Normalmente a tendência diária da temperatura do ar dentro de um dossel vegetativo

depende do suprimento de radiação solar incidente e da camada na qual ela é interceptada, da

taxa de radiação de onda longa perdida, do total de energia absorvida usada na evaporação

d‟água do solo e transpiração das plantas e do transporte turbulento do calor no dossel

(TAZZO et al., 2008).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Localização do experimento

A pesquisa foi conduzida em área experimental do Departamento de Agronomia, da

Universidade Estadual do Centro Oeste, UNICENTRO, Campus CEDETEG, PR, cujas

coordenadas geográficas são: 25º15‟50” de latitude sul, 51º36‟22” de longitude oeste e

aproximadamente 1030 m de altitude.O solo do local é característico da região sendo

classificado como Latossolo Bruno Distroférrico (Embrapa, 2006).

O Clima regional é classificado como Cfb – subtropical mesotérmico úmido, de

acordo com a classificação de Köppen. Os dados climáticos da região, durante o período do

experimento foram obtidos da Estação Meteorológica da Universidade Estadual do Centro

Oeste, Campus CEDETEG, PR.

Aproximadamente noventa dias anteriormente à instalação do experimento foram

coletadas amostras de solo da área experimental na profundidade de 0 a 20 cm, visando

posterior correção do pH e adubação do solo. As características químicas do solo

considerando os resultados da análise são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1. Análise de solo da área experimental. Guarapuava - PR, 2011.

P Mehlich

mg dm3

M.O

Mg dm3

pH

CaCl2

K

cmol dm-3

Ca

cmol dm-3

Mg

cmol dm-3

H+Al Al SB CTC V%

1,9 34,9 5,3 0,34 3,9 2,1 4,91 0,0 6,38 11,28 56,5

Micronutrientes ( mg dm-3

)

Cu Mn Zn

1,3 41,2 0,9

4.2. Delineamento experimental e tratamentos

O experimento foi estruturado em delineamento inteiramente casualizado com fatorial

4 x 4 e quatro repetições, sendo composto por quatro diferentes épocas da amontoa (Fator A)

e quatro espaçamentos de plantas na linha (Fator B), conforme descrito na Tabela 2, onde é

apresentado também o estande resultante dos espaçamentos de plantas considerados no fator

B e do espaçamento fixo entre linhas de 0,80m.

Cada parcela foi composta por quatro linhas de 3,5 m de comprimento, considerando-

se como área útil dois metros centrais de cada uma das duas linhas centrais da parcela. Foram

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preservados 5 m na extremidade das parcelas e 4 m nas laterais visando espaço para o

movimento de máquinas no momento de realização da amontoa.

Tabela 2. Descrição dos tratamentos e estande final de plantas

Fator A Fator B Estande final de plantas

plantas ha-1

Épocas de amontoa Espaçamentos entre

tubérculos na linha

Amontoa no plantio

Amontoa aos 10 DAE

Amontoa aos 20 DAE

Testemunha (sem amontoa)

16 cm

22 cm

28 cm

34 cm

78.125

56.818

44.643

36.765

4.3. Instalação e condução do experimento

O preparo inicial do solo foi realizado 60 dias antes do plantio com a realização de

calagem para elevar o pH do solo para aproximadamente 6,2, conforme preconizado por Lima

et al. (1989), com incorporação por grade aradora de 2,8 ton ha-1

de calcário dolomítico

(PRNT 90%).

O preparo do solo constou de operações de 1ª gradagem, enxada rotativa, 2ª gradagem,

escarificação cruzada e sulcador para montagem dos camalhões. A adubação no sulco foi de

3,3 t ha-1

da fórmula NPK 4-14-8, esta realizada no plantio, utilizando uma adubadeira

mecânica de distribuição linear.

O plantio foi realizado de forma manual, em 23 de dezembro de 2009, utilizando-se a

cultivar Ágata (Figura 5), semente certificada, de primeira geração (G1) produzida pela

EMBRAPA na estação experimental de Canoinhas, SC

A emergência de plantas se deu aos 17 dias após o plantio (DAP). As datas

correspondentes aos tratamentos com realização de amontoa foram 23 de dezembro de 2009

(amontoa no plantio), 19 de janeiro de 2010 (10 DAE) e 29 de janeiro de 2010 (20 DAE)

utilizando uma enxada rotativa adequada para esta finalidade (Figura 6).

O tratamento fitossanitário foi realizado tendo como base o manejo utilizado em

lavouras comerciais da região, com pulverização de fungicidas de forma preventiva para as

doenças de pinta preta (Alternaria solani) e requeima (Phytophthora infestans). Foram

realizadas duas aplicações dos produtos (i.a.) Manzate e Dithane para pinta preta e dos

produtos (i.a.) Azoxystrobin, Tebuconazole e Iprodione, para requeima, respectivamente. Este

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20

controle preventivo foi realizado em todas as parcelas. O controle de praga foi realizado com

alternância entre os produtos (i.a) Tiametoxam, Carbaril, Cloripirfós e Lambda-cialotrina,

com média de duas aplicações semanais. Ambos os produtos inseticidas e fungicidas são

registrados para a cultura da batata, e foram utilizados nas doses recomendadas. O controle de

plantas invasoras foi realizado por arranquio manual, quando necessário.

A dessecação de plantas foi realizada aos 80 DAE com a aplicação do herbicida

Paraquat com 2L ha-1

. A colheita dos tubérculos ocorreu no dia 15 de abril de 2010. Esta foi

realizada manualmente com auxilio de enxada. Os tubérculos colhidos foram avaliados no

Laboratório da Unidade de Pesquisa em Batata e Microclima nas imediações da área

experimental.

Figura 5. Tubérculos-semente da cultivar Ágata utilizados no plantio. Foto: Sales

(2011)

Figura 6. Procedimento de realização da amontoa aos 10 DAE. Foto: Sales (2011)

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21

4.4. Características avaliadas

As avaliações não destrutivas de número de hastes principais, comprimento da maior

haste e índice de área foliar (IAF) da planta, foram realizadas durante todo o ciclo de cultivo

em intervalos decendiais dos 12 até 62 DAE, em uma planta de cada parcela, previamente

identificada para esta finalidade. Estas plantas foram mostradas ao acaso no início do

desenvolvimento vegetativo, sendo marcadas com estacas etiquetadas fixadas próximo às

plantas.

4.4.1 Emergência das plantas.

A emergência de plantas foi avaliada contando-se o número de plantas emergidas de

cada parcela, sendo adotado como emergência plena quando aproximadamente 50% dos

tubérculos apresentavam emissão de brotos visíveis acima da superfície do solo.

4.4.2. Massa seca da parte aérea da planta

A avaliação foi realizada no momento de máximo desenvolvimento vegetativo das

plantas, aos 41 dias após a emergência (DAE). Colheu-se a parte aérea (desde o nível do solo)

de quatro plantas representativas em cada parcela. As plantas foram acondicionadas em sacos

de papel, que foram vedados e posteriormente levados ao laboratório onde foram pesados

(Figura 7) e colocados para secar em estufa ventilada a 70 ºC, até atingirem peso constante.

Figura 7. Determinação de massa seca de parte área da planta da batata. Foto: Sales

(2011).

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22

4.4.3. Número de hastes principais.

A avaliação foi realizada por identificação e contagem. Considerou-se como haste

principal aquelas originadas a partir de brotos que emergem da batata semente (a partir destas

emergem as secundárias).

Figura 8. Hastes principais da planta da batata. Foto: Sales (2011)

4.4.4. Comprimento da maior haste.

A medida das hastes principais de cada planta foi determinada a partir do solo até a

extremidade apical da haste, utilizando-se uma régua graduada em cm. Considerou-se como

resultado a medida da haste principal com maior comprimento.

4.4.5. Índice de área foliar (IAF)

A avaliação do IAF foi realizada considerando somente a área foliar fisiologicamente

ativa da planta, para isso, no momento das medições eram desconsideradas as folhas

senescidas. No campo as determinações foram realizadas em todas as folhas da planta,

considerando o comprimento de cada folha, o qual correspondeu à distância entre a base distal

do pecíolo e a extremidade da folha. O IAF foi calculado utilizando a equação Y= -

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23

145,6574+19,58819X (R²=0,97), previamente determinada para este fim, onde X representa

o comprimento e Y a área total estimada da folha. A área foliar total da planta foi obtida pelo

somatório das áreas das folhas individuais.

4.4.6. Produtividade de tubérculos

A produtividade foi obtida pela pesagem dos tubérculos produzidos por dez plantas

colhidas ao acaso na área útil de cada parcela. Após a colheita os tubérculos foram lavados e

pesados sendo os resultados convertidos em kg ha-1

considerando o estande de cada

tratamento.

4.4.7. Classificação dos tubérculos

Após a lavagem e pesagem dos tubérculos colhidos, mediu-se o diâmetro transversal

com a utilização de um paquímetro mecânico. A classificação foi realizada considerando as

classes comerciais apresentadas na Tabela 3, conforme a portaria no

69, de 21 de Fevereiro de

1995 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Tabela 3. Classes de acordo com o maior diâmetro transversal do tubérculo (mm).

CLASSES MAIOR DIÂMETRO TRANSVERSAL (mm)

1

2

3

4

maior ou igual a 85

maior ou igual a 45 e menor que 85

maior ou igual a 33 e menor que 45

menor que 33

Fonte: MAPA, 1995.

4.4.8. Número médio de tubérculos por planta.

Para esta característica, foi considerado o número médio de tubérculos colhidos em 10

plantas da área útil de cada parcela.

Equação estimada em pesquisa de Edina Cristiane Lopes , aluna do Programa de Mestrado em

Agronomia da Unicentro, cuja dissertação encontra-se, no momento, em fase final de elaboração.

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4.4.9. Massa média de tubérculos.

A massa de tubérculos foi obtido dividindo o peso total dos tubérculos colhidos em

área útil de cada parcela pelo número de tubérculos.

4.4.10. Taxa de ocorrência de esverdeamento

As avaliacões de taxa de ocorrência de esverdeamento foram realizadas pela contagem

do número de tubérculos que se apresentavam esverdeados, foi considerado tubérculo

esverdeado aquele que apresentava no minimo 1% de esverdeamento, presentes em dez

plantas avaliadas na área útil de cada parcela, no momento da colheita. Foi determinado o

porcentual da taxa de ocorrência de esverdeamento em relacão número total de tubérculos

colhidos.

4.4.11. Taxa de intensidade do esverdeamento

A quantificação do esverdeamento dos tubérculos foi realizada com base em

adaptação da escala proposta por Brune e Melo (2001), Anexo 1. Considerou-se a ocorrência

e a intensidade de esverdeamento, sendo esta última realizada pela atribuição de porcentagens

de acordo com a área esverdeada de cada tubérculo: 1% a 30% (esverdeamento fraco), 50%

(esverdeamento médio), 70% (esverdeamento forte) e 90% (esverdeamento muito forte),

avaliada visualmente de forma individual em todos os tubérculos colhidos na área útil da

parcela.

4.5. Análise estatística

A análise estatística foi realizada submetendo os dados por análise de variância e

posterior teste de comparação de médias pelo método de Tukey com probabilidade de 5%

para os fatores qualitativos (amontoa no plantio, amontoa aos 10 e 20 DAE e sem amontoa) e

análise de regressão para os fatores quantitativos (espaçamento entre plantas na linha: 16, 22,

28 e 34 cm) utilizando-se o software estatístico ASSISTAT, versão 7.5 beta (2010).

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As condições climáticas ocorrentes durante o ciclo de cultivo (Anexos 2 e 3) podem

ser consideradas normais para a região, estando de acordo com dados apresentados por

Wagner e Jadoski (2010), que descrevem médias mensais de precipitação pluvial acima de

110 mm para os meses compreendidos no ciclo de cultivo entre novembro e abril.

A temperatura média oscilou aproximadamente entre 20 e 22 °C em grande parte do

período, com tendência de redução ao longo do tempo, consequência das condições normais

das estações de verão e transição para outono. A umidade relativa do ar é uma variável

diretamente relacionada com a temperatura e ocorrência de precipitações, tendo apresentado

oscilações pertinentes às oscilações daquelas variáveis, estando, contudo, na normalidade da

região. Clima da região adequado para cultura conforme preconiza Souza (2003).

5.1. Características do desenvolvimento fenológico da planta

5.1.1. Emergência das plantas

Nos tratamentos considerando a realização da amontoa em diferentes épocas, inclusive

no momento do plantio, foi verificado uniformidade na emergência das plantas, que ocorreu

na data de 09/01/2010 entre 16 e 17 dias após o plantio (DAP) para todos os tratamentos. Esta

condição foi evidente, demonstrando que a brotação e emergência não foram afetadas de

forma expressiva pela maior camada de solo sobre os tubérculos que receberam amontoa no

plantio (em média 25 cm), sendo que no plantio sem amontoa a cobertura dos tubérculos foi

em média de 10 cm. A este respeito deve ser considerado que com a ocorrência de

precipitações pluviais o camalhão formado na amontoa foi reduzido, diminuindo as diferenças

entre os tratamentos.

5.1.2. Comprimento da haste principal

Esta característica pode ser usada como uma representação da altura de plantas até o

período onde ocorre o máximo desenvolvimento vegetativo do dossel, a partir do qual a planta

passa naturalmente a se acamar e perder a verticalidade.

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A avaliação estatística dos dados demonstrou efeito significativo das épocas de

amontoa e espaçamentos de plantas sobre o comprimento da maior haste, contudo, não foram

observadas interações para o efeito destes fatores (Tabela 4).

Tabela 4. Resumo do quadro da análise de variância para o comprimento da maior haste

principal da planta da batata, submetida a quatro épocas de amontoa e quatro

espaçamentos de plantas. Guarapuava – PR, 2011.

**: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); *: significativo ao nível de 5% de probabilidade

(0.01< p <0.05); ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau de liberdade.

Na Figura 9 apresenta-se o comportamento médio do desenvolvimento desta

característica ao longo do ciclo da cultura.

Figura 9. Valores médios relativos à evolução do comprimento da maior haste principal das

plantas de batata submetidas a quatro épocas de amontoa e espaçamento entre

plantas ao longo do ciclo vegetativo da cultura. Guarapuava - PR, 2011.

Para as épocas de amontoa as diferenças foram observadas nas avaliações iniciais e

finais, aos 12 e 62 DAE, respectivamente. Considerando a análise por comparação de médias

(Tabela 5) observou-se que no início do ciclo vegetativo, aos 12 DAE, nas parcelas onde foi

realizada a amontoa anteriormente a avaliação (no plantio e aos 10 DAE), a haste principal

Fator de variação Comprimento da maior haste principal (cm)

G.L. 12 DAE 22 DAE 32 DAE 42 DAE 52 DAE 62 DAE

Amontoa (FA) 3 66,170** 17,755ns

4,808ns

35,657ns

61,771ns

188,723*

Espaçamento (FB) 3 39,191** 129,870** 101,330** 22,780ns

45,698ns

80,616ns

Interação 9 13,218ns

12,4061ns

15,427ns

20,986ns

15,305ns

36,419ns

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apresentou menor comprimento. Tal fato pode ter sido ocasionado por um real efeito do

processo de amontoa sobre as plantas, entretanto, entende-se pertinente considerar que as

diferenças sejam provavelmente decorrentes do maior aterramento das plantas, cujo aumento

da altura do camalhão de terra formado cobriu parte da haste, reduzindo o seu comprimento

acima do solo no momento da medição.

Tabela 5. Valores médios do comprimento da maior haste da planta da batata em função das

quatro diferentes épocas de amontoa. Guarapuava - PR, 2011.

Tratamento Dias após a emergência

12** 62*

Amontoa no plantio 20,28125 c 67,38125 ab

Amontoa aos 10 DAE 22,12500 bc 70,82500 a

Amontoa aos 20 DAE 25,07500 a 63,33125 b

Sem amontoa 23,46875 ab 70,28750 ab

DMS 2,38309 7,40456

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo a ** 1% ou * 5% probabilidade pelo Teste de

Tukey.

Em fase mais avançada do ciclo, no estádio de crescimento dos tubérculos aos 62

DAE, observou-se que a amontoa aos 20 DAE ocasionou hastes de menor comprimento,

indicando que com este manejo as plantas tenderão a ter uma menor altura no final do ciclo,

em comparação aos demais tratamentos.

O comprimento médio da maior haste entre aproximadamente 63 e 70 cm observados

neste experimento, é superior aos 50 cm observados por Fernandes et al. (2010). Iung (2006)

e Nivaa (2002) salientam que a cultivar Ágata é considerada de porte baixo, em relação às

demais cultivares, como a Asterix e Atlantic que possuem comprimento médio de haste de

aproximadamente 62 cm e 64 cm, respectivamente e atualmente utilizadas para o cultivo em

escala comercial assim como a cultivar Ágata. Melo et al. (2003) apresentam resultados onde

também verificaram que o comprimento de hastes da cultivar Ágata representa características

de cultivar de porte baixo.

Para o fator espaçamento de plantio os resultados significativos ocorreram nos

estádios iniciais do ciclo vegetativo, desde a emergência até aproximadamente o final do

período de estolonização aos 32 DAE (Tabela 4).

Nas duas primeiras avaliações realizadas aos 12 e 22 DAE, respectivamente,

observou-se clara redução do comprimento da maior haste com o aumento do espaçamento

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entre plantas. Aos 32 DAE o comportamento apresenta a mesma tendência, contudo nota-se

que a taxa de redução de comprimento com o aumento do espaçamento entre plantas na linha

tende a ser menos expressivo (Figura 10). O comportamento desta característica pode ser

explicado por Khurana e McLaren (1982) quando relatam que a redução do comprimento da

haste esta relacionado com uma menor competição por fatores ambientais, especialmente

luminosidade entre as plantas mais próximas. O detalhamento da análise de regressão é

apresentada no Anexo 4.

Figura 10. Comportamento do comprimento da maior haste de plantas de batata em função

do espaçamento entre plantas. Guarapuava - PR, 2011.

5.2.2. Número de hastes principais

Os diferentes tratamentos não proporcionaram diferenças significativas no número de

hastes principais da planta, tendo sido observado um valor médio de 3 hastes planta-1

(Tabela

6). Dados de Feltran e Lemos (2005) para a cultivar Ágata apresentaram semelhança com os

obtidos neste estudo.

Estes resultados para número de hastes segundo Khurana e McLaren (1982) se deve ao

fato de que nos maiores espaçamentos as plantas desenvolvem hastes mais robustas em

diâmetro, já que a competição por fatores ambientais é menor, reduzindo a tendência ao

estiolamento o que melhora a penetração e distribuição da radiação solar no dossel vegetativo,

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melhorando as condições ambientais que se tornaram mais favoráveis para maximização da

fotossíntese.

Segundo Souza (2003) o número de hastes por planta está diretamente relacionado

com o tamanho do tubérculo semente utilizado, bem como com a sua condição de brotação no

momento do plantio. Zaag (1993) relata que outros fatores interferem diretamente na

produção de haste principais na batata, como a idade fisiológica dos tubérculos-semente

utilizados, a densidade de plantio, as características do solo da área de cultivo e as condições

climáticas ocorrentes durante o ciclo da cultura no campo.

Tabela 6. Resumo do quadro da análise da variância para número de hastes principais da

planta de batata, submetida a quatro épocas de amontoa e espaçamentos de plantas.

Guarapuava - PR, 2011.

ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau de liberdade.

O número de hastes pode ser considerado uma característica “manejável” dentro de

determinados limites, na cultura da batata. Em geral, quando o objetivo do cultivo é a

produção de sementes, os produtores associam tamanho do tubérculo-semente e condições de

brotação, com época de plantio, considerando especialmente as características climáticas,

conforme descrevem Fagundes et al. (2010), onde relatam um maior número de hastes na

planta e, com isso buscando a obtenção de produção de um maior número de tubérculos de

menor tamanho, mais adequados para o plantio posterior

5.3. Índice de área foliar (IAF)

A avaliação dos resultados para IAF é apresentada na Tabela 7 e os valores médios e o

comportamento deste parâmetro verificado entre 12 e 62 DAE podem ser visualizados na

Fator de vaiação Quadrado médio

G.L. Número de hastes principais (planta-1

)

Amontoa (FA) 3 1,89583ns

Espaçamento (FB) 3 1,60417ns

Interação 9 0,82639ns

Média Geral 3,03125

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Figura 11. Observa-se que as diferenças estatísticas significativas ficaram restritas ao fator

espaçamento entre plantas aos 32 DAE, sem existir interação entre os fatores avaliados.

Figura 11. Valores médios do índice de área foliar de plantas de batata cultivadas com

diferentes espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR, 2011.

Os resultados obtidos para IAF em função dos espaçamentos (Figura 12) concordam

com Andriolo (1999) que relata, que a densidade de plantas afeta o valor máximo do IAF

atingido pela cultura. Contudo, no experimento o valor máximo observado para o IAF foi de

aproximadamente 2,5 estando abaixo dos encontrados por Wright e Stark (1990); Battilani e

Mannini (1993) que descrevem que o IAF máximo que plantas de batata podem atingir está

entre 3,5 e 6,0 dependendo da cultivar. Melo et al. (2003) em estudos do crescimento da

cultivar Ágata encontrou valores para IAF entre 3 e 4, valores estes mais próximos aos

encontrados no presente trabalho.

Tabela 7. Resumo do quadro da Análise da variância para o índice de área foliar da planta de

batata, submetido a quatro épocas de amontoa e quatro espaçamentos de plantas.

Guarapuava - PR, 2011.

*: significativo ao nível de 5% de probabilidade (0.01 < p <0.05); ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau

de liberdade.

Fator Dias após a emergência

G.L 12 22 32 42 52 62

Amontoa (FA) 3 0,0909ns

0,6210ns

0,9802ns

2,6520ns

3,3181ns

1,1053ns

Espaçamento (FB) 3 0,1629ns

1,9663ns

2,2555* 1,4441ns

0,8091ns

0,4180ns

Interação 9 0,0178ns

0,2882ns

0,42430ns

0,5645ns

0,3007ns

0,2832ns

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31

A análise de regressão para o IAF aos 32 DAE (Anexo 5) demonstra significância de

equação linear para esta característica, a qual é apresentada na Figura 12. Observa-se redução

do IAF com o aumento do espaçamento entre plantas.

Em relação a este resultado é necessário considerar que a caracterização está associada

a media de plantas individuais e, nos menores espaçamentos o incremento do IAF é

estabelecido com um maior número de plantas por área e não necessariamente com maior área

foliar individual das plantas. Na condição dos espaçamentos de plantas e considerando os

resultados, verifica-se que enquanto o estande é reduzido em 53 % do menor para o maior

espaçamento, o IAF apresenta redução de 34,3%, variando de 2,42 para 1,59.

Figura 12. Índice de área foliar de plantas de batata aos 32 DAE em função do espaçamento

entre plantas. Guarapuava - PR, 2010.

Conforme Andriolo (1999) a diminuição do espaçamento entre plantas aumenta a

força das fontes (folhas), representadas principalmente pelas folhas e a força das fontes

influência fortemente o crescimento da planta, devido à partição de assimilados que ocorre

entre as fontes (folhas) e drenos (tubérculos), fato este que justifica o aumento do IAF com a

diminuição dos espaçamentos de plantas.

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Dessa forma, o espaçamento entre plantas deve ser ajustado de modo a atingir o IAF

ótimo a fim de interceptar o máximo de radiação solar para a fotossíntese e ao mesmo tempo

maximizar a fração de matéria seca alocada para os órgãos de reserva, possibilitando um

aumento na produtividade (SCHVAMBACH et al., 2002).

5.4. Massa seca da parte aérea das plantas

Na Tabela 8 são apresentados os dados da análise de variância para produção de massa

seca da parte aérea da planta de batata. Não foram verificadas diferenças para as épocas de

amontoa, bem como significância da interação entre os fatores, porém, verifica-se efeito

significativo do espaçamento entre plantas, sendo que a análise de regressão visando avaliar

este efeito, apresentado no Anexo 6 , indica a significância de equação linear.

Tabela 8. Resumo do quadro da análise da variância para massa seca da parte aérea da planta

de batata, submetida a quatro épocas de amontoa e espaçamentos de plantas.

Guarapuava - PR, 2011.

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau de liberdade

Na Figura 13 observa-se que a massa seca apresentou comportamento linear crescente

em relação ao aumento dos espaçamentos de plantio. Esta tendência em um primeiro

momento não seria esperada já que se verificou relação oposta para as características

comprimento da maior haste principal e IAF e não existe diferença significativa para o

número de hastes por planta e IAF nesta avaliação aos 42 DAE, onde se verifica o máximo

desenvolvimento vegetativo das plantas no experimento.

Fator Quadrado médio

G.L. Massa seca da parte aérea (g)

Amontoa (FA)

3

44,96956

ns

Espaçamento (FB) 3 947,64294 *

Interação 9 50,60422 ns

Média Geral (g) 43,77797

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33

Figura 13. Massa seca da parte aérea de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas. Guarapuava - PR, 2011.

Esta avaliação considerando plantas individuais é importante para o atendimento dos

objetivos deste trabalho, contudo, se o enfoque for voltado à produção de massa seca por área

e não em plantas individuais, observa-se convergência com a lógica do aumento de produção

em menores espaçamentos em função da maior densidade de plantas (Figura 13).

Os resultados estão de acordo com Dellai et al. (2008) que enfatizam que a produção

de massa seca aumenta com a diminuição da densidade de plantio. Fontes (2005) descreve

que o arranjo de plantas é uma fator de manejo que pode exercer consequências diretas sobre

a estrutura do dossel vegetativo das plantas de batata, sendo que o aumento da densidade pode

ser interpretado como fator, que a partir de determinados limites, pode reduzir o crescimento

vegetativo da planta, por consequência a produção de massa seca.

Fernandes et al. (2010) em estudo do crescimento, acúmulo e distribuição de massa

seca em diferentes cultivares encontraram valor de massa seca de parte aérea de

aproximadamente 38,4 g planta-1

para a cultivar Ágata valor menor do que a média geral

observada neste estudo.

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34

5.5. Características da produção

5.5.1 Produtividade, número e massa de tubérculos

Os dados da análise estatística para número médio de tubérculos por planta, massa

média de tubérculos e produtividade são apresentados na Tabela 9. São verificados resultados

significativos para o efeito dos fatores época de amontoa e espaçamento entre plantas, em

todas as três características de produção avaliadas, contudo não é observado interação entre os

fatores.

Tabela 9. Resumo do quadro da análise de variância para produtividade, número de

tubérculos por planta e peso médio de tubérculos, da cultura da batata cultivada

com quatro épocas de amontoa e quatro espaçamentos de plantas na linha.

Guarapuava - PR, 2011.

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01); ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau de

liberdade.

5.5.1.1. Massa média de tubérculos e número de tubérculos por planta

A massa média de tubérculos foi afetada pelas épocas de amontoa e conforme se

verifica no teste de comparação de médias (Tabela 10), os tratamentos sem amontoa e com a

realização desta no plantio, foram os que ocasionaram as maiores médias. Estes valores de

massa média de tubérculos, apresentados na de Tabela 10, encontrados neste trabalho, são

superiores aos encontrados por Pereira et al. (2004) em todas as cultivares analisadas,

provavelmente em função das diferenças de manejo e da cultivar.

Quadrado Médio

Fator de variação G.L. Massa média de

tubérculos (g)

Número de

tubérculos (planta -1

)

Produtividade

(kg ha-1

)

Amontoa (FA)

3

8927,64595*

6,86302*

9296168220,897*

Espaçamento (FB) 3 20327,89366* 9,03765* 406984361,986*

Interação 9 970,66395ns

0,61970ns

95809219,0821ns

Média Geral 111,45349 11,37969 54902,35594

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35

Tabela 10. Resultados do teste de comparação de médias para massa média de tubérculos, da

cultura da batata em função da época de amontoa. Guarapuava - PR, 2010.

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo Teste de Tukey com 1% de probabilidade.

No Anexo 7 o comportamento da massa média de tubérculos pode ser representada

por uma equação linear, conforme é apresentado na Figura 14. Onde se verifica que o

aumento do espaçamento entre plantas ocasiona concomitante aumento da massa dos

tubérculos, demonstrando que a redução da densidade de plantas possibilita melhores

condições para o crescimento dos tubérculos.

16 22 28 34

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

170

10.0

10.5

11.0

11.5

12.0

12.5

Espaçamento de plantas (cm)

Massa m

éd

ia d

e t

ub

érc

ulo

(g

)

Y=91,442 - 3,4327X

r=0,970 R²=0,967

mero

méd

io d

e t

ub

érc

ulo

s (

pla

nta

-1) Y=13,538 - 0,863X

r=0,89 R²=0,868

Figura 14. Massa média de tubérculos de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas. Guarapuava - PR, 2011.

A diminuição da massa média dos tubérculos com o aumento do número por unidade

de área é consequência da competição pelos assimilados (DELLAI et al., 2008). Essa hipótese

Tratamento Massa médio de tubérculos(g)

Amontoa no plantio 136,563 a

Amontoa aos 10 DAE 94,441 b

Amontoa aos 20 DAE 88,414 b

Sem amontoa 126,394 a

DMS 23,53354

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36

pode explicar a diferença observada, uma vez que o elevado número de tubérculos em

menores espaçamentos de plantas deveu-se, principalmente, ao grande número daqueles de

menor massa. Além disso, Burton (1981) afirma que é possível que uma planta com parte

aérea menos desenvolvida, devido à competição, produza menos tubérculos, em função da

redução da intensidade luminosa, que afeta a distribuição da massa seca na planta.

Segundo McKeown (1990); Kawakami et al. (2004) é possível teorizar sobre a

diminuição do espaçamento entre plantas como uma técnica de manejo para aumentar o

número de drenos por unidade de área e, consequentemente, a produtividade de tubérculos

com menor massa, adequados ao uso como material propagativo.

A avaliação estatística demonstrou que o número médio de tubérculos foi afetado

significativamente pelas épocas de amontoa. Na Tabela 11 se pode observar que as plantas

cultivadas nas condições dos tratamentos sem amontoa e amontoa no plantio apresentaram

produção de maior número de tubérculos, sendo que estes resultados são similares ao

comportamento da massa média dos tubérculos, onde as plantas cultivadas nas condições

destes mesmos tratamentos também apresentaram maiores médias para esta característica

(Tabela 10).

Tabela 11. Número médio de tubérculos por planta, submetida a quatro épocas de amontoa.

Guarapuava - PR, 2011.

Tratamento Número de tubérculos por planta

Amontoa no plantio 12,114 a

Amontoa aos 10 DAE 11,053 b

Amontoa aos 20 DAE 10,647 b

Sem amontoa 11,703 a

DMS 0,561

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo Teste de Tukey com 1% de probabilidade.

A avaliação do efeito do espaçamento entre plantas sobre o número de tubérculos por

planta apresentou comportamento decrescente com o aumento do espaçamento, sendo oposto

ao verificado para massa média de tubérculos (Figura 15). Neste caso observa-se que em

cultivos com menores espaçamentos as plantas produzem um maior número de tubérculos,

porém de menor massa. Khurana e McLaren (1982) descrevem resultado de pesquisa onde

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37

observaram que a concorrência entre o crescimento vegetativo e o crescimento dos

tubérculos afetou também o número médio de tubérculos.

O resultado deste experimento demonstra que além do número de hastes o

espaçamento e épocas de amontoa também afetam diretamente a massa e número de

tubérculos produzidos, considerando-se que não houve neste estudo associação com o

número de hastes por planta, que apresentou médio de 3 hastes planta-1, para todos os

tratamentos.

A média geral de 11,38 tubérculos por planta foi inferior a média de 15 tubérculos

para a cultivar Ágata observado por Fernandes et al. (2010) na safra de inverno. Porém

está dentro da realidade regional onde produtores relatam como uma boa produção a

obtenção de um „ninho‟ que corresponde a uma dúzia de tubérculos por planta.

Dentro destas situações, ambas as possibilidades da realização da amontoa no

plantio e a não realização da mesma se mostram interessantes, já que representam a

possibilidade de se reduzir a movimentação sobre a lavoura e consequentemente de danos

sobre as plantas, especialmente em relação à amontoa tardia aos 20 DAE, quando a

movimentação fatalmente ocasiona quebra de ramos e folhas, além da disseminação de

patógenos na área de cultivo.

16 22 28 34

9.0

9.5

10.0

10.5

11.0

11.5

12.0

12.5

mero

méd

io d

e t

ub

érc

ulo

s (

pla

nta

-1)

Espaçamento de plantas (cm)

Y=13,538 - 0,863X

r=0,89 R²=0,868

Figura 15. Número médio de tubérculos de plantas de batata em função do espaçamento entre

plantas. Guarapuava - PR, 2011.

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38

5.5.1.2. Produtividade

A avaliação da produtividade de tubérculos demonstrou que ambos os fatores

testados nos tratamentos exercem efeito diferenciado sobre a produtividade de tubérculos

por área de cultivo (Tabela 9).

A avaliação dos efeitos das épocas de realização de amontoa (Tabela 12)

demonstra que a produtividade total apresenta comportamento similar ao verificado para

os componentes da produção massa média de tubérculos e número de tubérculos por

planta, onde as maiores médias foram obtidas a partir da amontoa no plantio ou pelo

cultivo sem realização de amontoa, sendo que para ambos, verificou-se um incremento de

produtividade superior a 10 t ha-1 em relação aos tratamentos com amontoa aos 10 e 20

DAE.

Tabela 12. Produtividade média em kg ha-1

da planta de batata, submetida a quatro épocas de

amontoa. Guarapuava - PR, 2011.

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo Teste de Tukey com 1% de probabilidade.

Com aos resultados da produtividade da cultura nas diferentes épocas de plantio,

observou-se no Anexo 8 que existe a significância para uma equação quadrática, que é

representada graficamente na Figura 16.

Observando-se a Figura 16 e derivando-se a equação para obtenção do ponto de

mínima produtividade, verifica-se que este ponto apresenta um valor de 49.508 kg ha-1,

para o espaçamento de aproximadamente 25 cm entre plantas, sendo que pontualmente

nos espaçamentos de 16 e 34 cm a produtividade é de aproximadamente 59.000 kg ha-1.

Tratamento Produtividade

(kg ha-1

) Amontoa no plantio

61,989 a

Amontoa aos 10 DAE 49,487 b

Amontoa aos 20 DAE 47,234 b

Sem amontoa 60,898 a

DMS 10517,360

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39

16 22 28 34

40000

42000

44000

46000

48000

50000

52000

54000

56000

58000

60000

62000

64000

Y =123939,8-5997,87 X+120,76 X2

r = 0,997 R2 = 0,994

Pro

du

tivid

ad

e (

kg

ha

-1)

Espaçamento de plantas (cm)

Figura 16. Produtividade de tubérculos da cultura da batata em função do espaçamento entre

plantas. Guarapuava - PR, 2011.

Esta variação da produtividade em função do espaçamento entre plantas é um

resultado importante, pois demonstra que este fator é uma decisão de manejo que deve ser

avaliada com cautela no planejamento dos plantios considerando os riscos de não se obter o

resultado desejado, já que a cultura se mostra sensível ao arranjo de plantas.

Estudos realizados por Creamer et al. (1999) mostraram que a cultivar Russet

Burbank, não teve sua produção afetada quando o espaçamento variou de 15 a 30 cm. Rupp e

Thornton (1992) encontraram diferenças na resposta ao espaçamento em três variedades

avaliadas em Washington. Ocorreu uma pequena redução no retorno econômico quando

reduziu-se o espaçamento para a cultivar Russet Norkotah, já para a cultivar Russer Burblank

a redução no retorno econômico foi considerável.

Rykbost e Maxwell (1993) verificaram redução na produtividade com aumento do

espaçamento entre plantas para a cultivar Atlantic. Neste mesmo estudo os autores

verificaram que o melhor espaçamento para obter-se o máximo rendimento para esta cultivar

foi de 17 cm. Buchananne e Lawson (1991) verificaram maior rendimento da cult ivar

Atlantic quando esta foi plantada a 15 cm de espaçamento ao invés de 30 cm de espaçamento,

usualmente utilizado.

A respeito destes resultados e considerando as respostas de massa média de tubérculos

e do número de tubérculos por planta para espaçamento entre plantas, se pode considerar que,

quando o objetivo é a produção de tubérculos para consumo, a melhor opção de cultivo é

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40

utilizar espaçamento de 34 cm entre plantas, pois serão obtidos os maiores valores de

produtividade que será composta por tubérculos de maior massa.

A estratégia final de cultivo pode ser definida a partir da opção por realizar amontoa

no plantio ou não realizar amontoa, já que ambos apresentam os melhores resultados de

produção e tamanho de tubérculos.

Estes resultados contrariam Filgueira (1999), que considera a amontoa como um trato

cultural característico e imprescindível à bataticultura, pois estimula a tuberização e aumenta

a produtividade. Em estudos realizados por Fernandes et al. (2006) a prática da amontoa

também se mostrou dispensável nas condições em que foi conduzido o experimento.

Os resultados verificados neste trabalho demonstram que existem diferenças entre as

cultivares mais produzidas, contudo esta consideração deve ser vista com cautela, devido ás

diferenças nas condições de cultivo entre as diferentes pesquisas. Fernandes et al. (2006)

encontrou a máxima produtividade de 35.375 kg ha-1

em um de seus tratamentos onde não foi

realizado a amontoa, utilizando a cultivar Monalisa, valor inferior ao conseguido no presente

experimento, quando não foi realizada a amontoa, fato que se deve possivelmente a diferença

da cultivar e do sistema de plantio utilizado.

As maiores produtividades médias encontradas neste estudo tanto para épocas de

amontoa quanto para espaçamentos de plantio foram próximas as superiores médias da

cultivar Ágata encontrada por Cardoso et al. (2007) e Reis (2008), sendo estas

respectivamente de 48.256 kg ha-1

e 50.478 kg ha-1

.

Neste contexto, as avaliações de pós colheita são importantes, pois podem inserir mais

elementos em relação à definição da melhor estratégia de cultivo.

5.6. Características de qualidade do tubérculo – Avaliações de pós colheita

5.6.1. Classificação de tubérculos

A classificação de tubérculos de batata é na separação do produto em lotes

homogêneos, unificando a linguagem do mercado e de toda a cadeia de produção.

Quanto à classificação de tubérculos considerando MAPA (1995), o comportamento

médio da distribuição dos tubérculos nas classes é apresentado na Figura 17, e os resultados

da análise de variância são apresentados na Tabela 13, onde observou-se efeito significativo

para o fator espaçamento entre plantas.

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41

Tabela 13. Resumo do quadro da análise de variância para classificação de tubérculos de

acordo com diâmetro transversal, na cultura da batata submetida a quatro épocas

de amontoa e quatro espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR, 2011.

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05).

1 2 3 40

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0,0

18,167

81,76

0,073

Tu

bérc

ulo

s n

a c

lasse (

%)

Classes de tubérculos conforme seu diâmetro transversal

Figura 17. Classificação dos tubérculos de batata cultivada com diferentes espaçamentos

entre plantas, de acordo com metodologia do MAPA (1995) Guarapuava

- PR, 2011.

Nesta classificação não foram observados tubérculos na classe 4 (diâmetro < 35mm) e

os valores médios de tubérculos presentes na classe 1 (diâmetro > 85mm) foram inferiores a

1%. No geral estes resultados são positivos, pois a classe 4 praticamente não apresenta

dotação de valor comercial. Já na classe 2 onde ocorreu maior porcentagem de tubérculos

neste estudo, é remunerada integralmente com o valor de mercado de acordo com Feltran et

al. (2005).

A ausência de tubérculos na classe 1 possivelmente esteja mais associada às

características da cultivar Ágata do que necessariamente às condições de manejo (MELO et

Fator de variação Classes

G.L. 1 2 3

Amontoa (FA) 3 0,15891 ns

266,38366ns

242,92230ns

Espaçamento (FB) 3 0,15891 ns

1098,19686ns

1063,76173*

Interação 9 0,23615 ns

39,98824ns

69,13968ns

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42

al., 2003). O espaçamento entre plantas apresentou efeito significativo ajustando-se a equação

para o modelo linear na classe 3 (Anexo 9).

Para os efeitos significativos do espaçamento entre plantas na porcentagem de

tubérculos presentes na classe 3, observou-se que ocorreu um comportamento linear

decrescente com o aumento do espaçamento de plantio (Figura 18). Como esta classe não é de

grande interesse em termos de dotação de valor comercial da produção, é pertinente se

considerar que a utilização de maiores espaçamentos entre plantas é a melhor alternativa de

cultivo, pois ocorre redução de 28% para 7% da porcentagem de tubérculos presentes na

classe quando o espaçamento entre plantas passa de 16 para 34 cm, respectivamente.

Considerando ainda que a porcentagem total de tubérculos nesta classe foi de

aproximadamente 18%, observa-se que é importante manejar o plantio visando reduzir a

participação desta classe na produção total.

16 22 28 34

0.0

2.5

5.0

7.5

10.0

12.5

15.0

17.5

20.0

22.5

25.0

27.5

30.0

Tu

bérc

ulo

s c

lasse 3

(%

)

Espaçamento de plantas (cm)

Y=44,241 - 1,042X

r=0,991 R² = 0,981

Figura 18. Porcentagem de tubérculos de batata presentes na classe 3, em função do

espaçamento entre plantas. De acordo com metodologia MAPA (1995)

Guarapuava - PR, 2011.

5.6.2. Taxa de ocorrência e taxa de intensidade de esverdeamento de tubérculos.

A avaliação estatística do esverdeamento dos tubérculos demonstra efeito significativo

dos tratamentos (Tabela 14). Observa-se que os valores médios para ocorrência de

esverdeamento foram expressivos estando próximos à 10%, entretanto a intensidade foi em

média inferior a 1%, indicando que embora tenha sido detectada a ocorrência de

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43

esverdeamento, a taxa de presença de coloração verde nos tubérculos com o sintoma, foi

pouco prejudicial. A observação criteriosa destes resultados é importante, pois o

esverdeamento em questão é derivado das condições de cultivo e não do armazenamento e

manejo em pós-colheita, sendo assim, pode ser um parâmetro importante a ser considerado na

definição das estratégias de cultivo.

Tabela 14. Resumo do quadro da análise da variância com quadrado médio das taxas de

ocorrência e intensidade de esverdeamento de tubérculos, submetidos a quatro

épocas de amontoa e quatro espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR, 2011.

**: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0,01); ns: não significativo (p > 0.05) e; G.L.: grau de

liberdade.

Na Tabela 15 é apresentado o resultado da análise estatística por comparação de

médias para os efeitos da época de amontoa. Observa-se que tanto para a ocorrência, como

para a severidade, os tubérculos que apresentaram as maiores médias são derivados do cultivo

sem amontoa, com diferenças expressivas para ambos os parâmetros em relação aos demais

tratamentos.

Tabela 15. Taxa de ocorrência e intensidade de esverdeamento de tubérculos, submetidos a

quatro épocas de amontoa. Guarapuava - PR, 2011.

Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si pelo Teste de Tukey com 1% de probabilidade.

Fator de variação G.L. Esverdeamento

Ocorrência Intensidade

Amontoa (FA) 3 1040,00985** 5,82706**

Espaçamento (FB) 3 70,48091ns

0,44094ns

Interação 9 143,80923** 1,51069ns

Média Geral (%) 10, 02563 0, 83969

Amontoa Esverdeamento (%)

Ocorrência Intensidade

Amontoa no plantio 4,68688 b 0,44500 b

Amontoa aos 10 DAE 5,20813 b 0,33813 b

Amontoa aos 20 DAE 8,33188 b 0,91125 b

Sem amontoa 21,87563 a 1,66438 a

DMS 6,02420 0,82131

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44

A avaliação dos efeitos de interação entre os fatores espaçamento entre plantas e

épocas de amontoa é apresentada na Tabela 16, onde se observou que a não realização de

amontoa apresenta as maiores médias de tubérculos com ocorrência de esverdeamento, em

ambos os espaçamentos, com significância mais expressiva para os menores espaçamentos.

Tal resultado pode estar relacionado ao fato de ter sido observado durante a condução do

experimento no campo, que na condição de espaçamentos mais reduzidos havia uma

tendência de afloramento de tubérculos para fora do solo, notadamente os de menor diâmetro

que ficam em geral em cima do „ninho‟ de tubérculos. Neste caso o esverdeamento era

facilitado pela maior exposição à luz.

Este fato se deve a formação de clorofila e glicoalcalóides nos tubérculos de batata

expostos à luz, levando, respectivamente, ao esverdeamento e ao surgimento de sabor amargo,

conforme Brune e Melo (2001). Este processo é indesejável, porém, variável de genótipo para

genótipo. Em estudos realizados por estes mesmos autores para as cultivares Delta e Monalisa

apresentaram tubérculos com esverdeamento médio já a cultivar Ágata, esverdeamento forte.

Em termos práticos, é notório que a não realização de amontoa tenda a expor os

tubérculos a luz, especialmente no caso de anos mais chuvosos ou em locais onde o solo

apresente textura mais leve, com reduzido teor de argila ou baixa matéria orgânica. Assim

como pode ser evidenciado que nos menores espaçamentos de plantas, os tubérculos possam

ser expostos a condições reduzidas de espaço disponível para seu crescimento dentro do solo,

tendo maior predisposição ao afloramento para fora do solo, notadamente para a cultivar

Ágata que de acordo Melo et al. (2003) apresenta menor aprofundamento radicular em relação

à maioria das demais cultivadas comercialmente.

Tabela 16. Resultado da interação entre os fatores épocas de amontoa e espaçamento de

plantio para taxa de ocorrência de esverdeamento de tubérculos. Guarapuava - PR,

2010.

Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo Teste de

Tukey 1% de probabilidade.

Amontoa

Espaçamento entre plantas

16 cm 22 cm 28 cm 34 cm

No plantio 2, 0825 bA 8, 3325 aA 0, 0011 bA 8, 3325 abA

Amontoa aos 10 DAE 2, 0825 bA 6, 2500 aA 4, 1675 bA 8, 3325 abA

Amontoa aos 20 DAE

Sem amontoa

12, 4975 bA 6, 2475 aA 10, 4175 abA 4, 1650 bA

35, 4150 aA 14, 5850 aB 18, 7500 aB 18, 7525 aB

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45

Este resultado demonstra que a prática da amontoa, que é adotada massivamente entre

os bataticultores, tem realmente importância como alternativa de manejo. Considerando os

resultados de produção, esta informação indica que entre a amontoa no plantio, que poderia

ser denominada de “amontoa antecipada”, e a não realização de amontoa, que foram os

manejos que se mostraram como melhor opção quanto aos aspectos de produção, a melhor

alternativa seria associar o cultivo com maior espaçamento entre plantas, a adoção de

amontoa da antecipada.

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6. CONCLUSÕES

O espaçamento entre plantas e a época de amontoa são fatores que devem ser

considerados no planejamento dos cultivos de batata, pois, ocasionam efeitos sobre o

desenvolvimento vegetativo, produtividade e características dos tubérculos produzidos;

Para a produção de tubérculos para consumo os maiores espaçamentos de plantas até

aproximadamente 34 cm demonstram ser a melhor alternativa para o cultivo da batata;

A realização da amontoa no momento do plantio demonstra ser a melhor alternativa de

manejo para o cultivo da batata;

A melhor estratégia de cultivo para a produção de tubérculos de batata para o consumo

é associar o espaçamento entre plantas de aproximadamente 34 cm com a realização de

amontoa no momento do plantio.

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47

7. REFERÊNCIAS

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55

ANEXOS

Anexo 1. Metodologia para quantificação de esverdeamento conforme Brune e Melo (2001).

A quantificação do esverdeamento é feita atribuindo-se uma única nota aos tubérculos,

de acordo com a escala: nota 1 (ausência completa de esverdeamento), 3 (esverdeamento

fraco), 5 (esverdeamento médio), 7(esverdeamento forte) e 9 (esverdeamento muito forte).

Anexo 2. Componentes climáticos (precipitação pluvial, brilho solar e do fotoperíodo) para o

período de condução do experimento no campo - 23/12/2009 a

30/03/2010, em Guarapuava - PR.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

Brilh

o s

ola

r diá

rio e

foto

perí

odo (

hora

s)

Brilho solar (horas)

- - - - Fotoperíodo (horas)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45 29/03/201023/12/2009

Pre

cip

itação p

luvia

l (m

m)

Dias após o plantio (DAP)

Precipitação (mm)

Anexo 3. Componentes climáticas (temperatura do ar e de relva e da umidade relativa do ar)

para o período de condução do experimento no campo - 23/12/2009 a

30/03/2010, em Guarapuava - PR.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

32

% UR

Temperatura média e amplitude térmica

Temperatura de relva

Te

mp

era

tura

do

ar

(°C

)

Dias após o plantio DAP

40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

Um

ida

de

re

lativa

do

ar

(%)

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56

Anexo 4. Resultado da análise de regressão para a característica comprimento da maior haste

principal de plantas de batata submetidas a quatro diferentes

espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR, 2011.

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05);

Anexo 5. Resumo da Análise de regressão para a característica índice de área foliar de

plantas de batata submetidas a quatro diferentes espaçamentos de plantas.

Guarapuava - PR, 2010.

Regressão polinomial Quadrado médio

32 DAE

Linear 5,41415*

Quadrática 1,20270ns

Cúbica 0,14971ns

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05);

Anexo 6. Análise de regressão para a característica massa seca de plantas de batata

submetidas a diferentes espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR,

2011.

Regressão polinomial Quadrado médio

Massa seca da parte aérea da planta

Linear 2738,589*

Quadrática 61,318ns

Cúbica 43,177ns

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05).

Regressão polinomial Dias após a emergência

12 22 32

Linear 117,37013* 349,44800* 169,21653*

Quadrática 0,07563ns

16,40250ns

0,74391ns

Cúbica 0,12800ns

23,76200ns

134,03253*

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57

Anexo 7. Análise de regressão para produção, número de tubérculos por planta e peso médio

dos tubérculos de batata cultivada com diferentes épocas de amontoa e

espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR, 2011.

Regressão polinomial Soma do quadrado

Massa média de

tubérculos (g)

Número de

tubérculos por planta

Produtividade

(Kg ha-1

)

Linear 57417,15019** 21,47628** 4641227,68513ns

Quadrática 2069,44439* 0,04516ns

1209579536,580**

Cúbica 1497,08640ns

0,04516ns

6732321,69378ns

**: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01) *: significativo ao nível de 5% de probabilidade

(0.01 < p <0.05) ns: não significativo (p > 0.05).

Anexo 8. Resumo da análise de regressão para a produtividade de tubérculos da cultura da

batata submetida a diferentes espaçamentos de plantas. Guarapuava - PR,

2010.

Regressão polinomial Quadrado médio

Produtividade de tubérculos

Linear 0,0716 ns

Quadrática 18,6522 *

Cúbica 0,1038 ns

*: significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < 0.01). ns: não significativo (p > 0.05).

Anexo 9. Resumo da análise de regressão para a porcentagem de tubérculos de batata

presentes na classe 3, em função do cultivo com diferentes espaçamentos

de plantas. Metodologia MAPA (1995). Guarapuava - PR, 2011.

Regressão polinomial Quadrado médio

Tubérculos classe 3

Linear 3132,47321*

Quadrática 58,55119ns

Cúbica 0,26078ns

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (p > 0.05).