Ressonância Schumann

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_______________________________________________________________________________________________ Consultoria e Serviços de Engenharia . [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349 Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347 Ressonância Schumann. Principalmente depois que o teólogo Leonardo Boff ouviu falar e publicou suas precipitadas conclusões, tenho recebido pela internete uma enorme quantidade de “ruídos” sobre o assunto. Mas o que vem a ser a ressonância Schumann? Todos os corpos possuem uma frequência própria e característica sua, que quando “estimulados” entram em vibração (como a badalada de um sino ou as diversas cordas de um violão [nestes casos, freqüências sonoras]). A esta frequência, chamamos frequência natural do corpo, que depende de sua forma e do material de que é constituído. Quando um pequeno estímulo, sensível, induz a um corpo entrar em sua “frequência natural”, dizemos que o corpo entrou em ressonância. Desta forma, um diapasão é capaz de transmitir através do som (à distância), sua vibração para outro diapasão de mesma frequência. O fenômeno da ressonância ocorre com todos os tipos de vibrações ou ondas; mecânicas (acústicas), eletromagnéticas, e funções de onda quântica. O espaço delimitado; de um lado pela crosta terrestre; e do outro, pela ionosfera, eletricamente condutora (é formada por gases ionizados pela radiação solar), funciona como uma “portadora de ondas” eletromagnéticas, na faixa “ELF” (Extra Low Frequency [Frequência Extremamente Baixa]), tornando-se uma “cavidade ressonante” para esta faixa de ondas e, se excitada, gera ondas estacionárias (a fundamental e seus harmônicos) dentro desta cavidade. Se a superfície terrestre fosse “esfericamente perfeita” e a ionosfera perfeitamente condutora e também “esfericamente perfeita”, a frequência fundamental e seus harmônicos poderiam ser calculados pela expressão: Onde:

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Desmistificando uma "moderna lenda urbana". Veja porque.

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Consultoria e Serviços de Engenharia [email protected] - fone: (35) 3712-4175 - fax: (35) 3714-2349Rua Guaicurus, 460 - Vila Togni - Poços de Caldas - M.G. cep:37 704 347

Ressonância Schumann. Principalmente depois que o teólogo Leonardo Boff ouviu falar e publicou suas precipitadas conclusões, tenho recebido pela internete uma enorme quantidade de “ruídos” sobre o assunto. Mas o que vem a ser a ressonância Schumann? Todos os corpos possuem uma frequência própria e característica sua, que quando “estimulados” entram em vibração (como a badalada de um sino ou as diversas cordas de um violão [nestes casos, freqüências sonoras]). A esta frequência, chamamos frequência natural do corpo, que depende de sua forma e do material de que é constituído. Quando um pequeno estímulo, sensível, induz a um corpo entrar em sua “frequência natural”, dizemos que o corpo entrou em ressonância. Desta forma, um diapasão é capaz de transmitir através do som (à distância), sua vibração para outro diapasão de mesma frequência. O fenômeno da ressonância ocorre com todos os tipos de vibrações ou ondas; mecânicas (acústicas), eletromagnéticas, e funções de onda quântica. O espaço delimitado; de um lado pela crosta terrestre; e do outro, pela ionosfera, eletricamente condutora (é formada por gases ionizados pela radiação solar), funciona como uma “portadora de ondas” eletromagnéticas, na faixa “ELF” (Extra Low Frequency [Frequência Extremamente Baixa]), tornando-se uma “cavidade ressonante” para esta faixa de ondas e, se excitada, gera ondas estacionárias (a fundamental e seus harmônicos) dentro desta cavidade. Se a superfície terrestre fosse “esfericamente perfeita” e a ionosfera perfeitamente condutora e também “esfericamente perfeita”, a frequência fundamental e seus harmônicos poderiam ser calculados pela expressão: Onde:

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Fn = Frequência de ordem N; C = Velocidade da Luz = 300.000 km/s; a = Raio da terra = 6366,198 km. O que nos daria a frequência de 10,6 Hz para a onda fundamental. Porém, a terra não é perfeitamente esférica e a ionosfera, além de não ser um perfeito condutor, sofre “marés” e ondas (como nossos mares, só que de muito maiores proporções), além de constantes deformações causadas pelas erupções e ventos solares e também pelo campo magnético terrestre. Com isto, ela simula para a terra (em nossa equação) um raio virtual de 8623,719 km, e nos dá uma frequência fundamental de 7,83 Hz 20%, com variações diárias, mensais e anuais, dentro destes parâmetros. E seus harmônicos de 1ª; 2ª; 3ª e 4ª ordem, respectivamente: 7,83; 13,56; 19,18; 24,76 Hz. Mas o que excita esta ressonância? O caminho aberto por uma descarga atmosférica, para a drenagem de suas cargas, funciona como se fosse uma “antena” de rádio frequência, emitindo um largo espectro ondas de rádio, desde freqüências muito altas até a faixa ELF. Estes sinais são muito fracos quando se está a uma distância apreciável da tempestade, mas a portadora de ondas “terra-Ionosfera”, como um ressonador para freqüências ELF, amplifica o espectro das descargas atmosféricas para esta faixa de frequência, amortecendo as outras. Em qualquer momento, temos em todo o globo, em torno de 2.000 tempestades, que geram aproximadamente 50 relâmpagos por segundo, o que é a base para a excitação da ressonância Schumann. E qual a magnitude desta ressonância? Considerando-se que nossa exposição natural aos campos elétricos, magnéticos, estáticos e ELF são conforme mostrados nas tabelas abaixo: Fontes de exposição à campos estáticos Campos elétricos típicos

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Atmosfera (Ocorrência natural)............................................. 12-150 V/m Próximo à TVs, unidades de display de vídeo, monitores........... 20 kV/m Sob linha de transmissão de 500 kV.......................................... 30 kV/m Campos magnéticos típicos Campo geomagnético (ocorrência natural)....................... 0.03-0.07 mT Equipamento industrial DC........................................................ 50 mT Trem de levitação magnética....................................................... 50 mT Imã de barra (local).................................................................. 1-10 mT Imagem de ressonância Magnética (MRI)....................................... 2.5 T Fontes de exposição à campos ELF Campos elétricos típicos Ocorrência natural........................................... (50/60 Hz) 0.1 mV/m Sob linhas de transmissão AC............................................... 12 kV/m Próximo à estações geradoras de eletricidade ........................16 kV/m Próximo à aplicações............................................................ 0.5 kV/m Ressonância Schumann ................................................ 300 V/m Campos magnéticos típicos Ocorrência natural (50/60 Hz)............................................ 0.01 nT Sob linhas de transmissão AC...................................... .... 10-30 µT Próximo à estações geradoras de eletricidade.................. 40-120 µT Próximo à aplicações....................................................... 50-150 µT Processos Industriais (ex., soldas)....................................... 130 mT Campo médio em residências 50/60 Hz.......................... 0.1-0.3 µT Ressonância Schumann ................... ................................ 1 pT. Obs.: = 10-6 n = 10-9

p = 10-12 T = Tesla = 1 Weber/m²; dimensionalmente: [T = NsC-1m-1] Podemos chegar à conclusão que tal estímulo não é, biologicamente ou para qualquer outra aplicação física, sensível, inclusive, para sua detecção, medição e monitoração, faz-se necessário um enorme aparato tecnológico.

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Outro aspecto é que tanto a onda fundamental, quanto todas as suas harmônicas, continuam detectáveis e imutáveis (salvo pela variação periódica de 20% já explicada acima). E se quiserem, pode até ser considerada como uma “assinatura” da terra (ou sua canção) no sistema solar, porém, sem potência suficiente para provocar ou induzir qualquer fenômeno apreciável.

PFCP