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Transcrição da Teleconferência Resultados do 4T11 Braskem (BRKM3 BZ) 15 de março de 2012 1 Operadora: Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2011. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Marcela Drehmer, Vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, e Roberta Varella, gerente de Relações com Investidores. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri , onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, Gerente de Relações com Investidores da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varella: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 4T e do ano de 2011. Inicialmente lembramos que, em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais, IFRS. Além disso, a não ser que expresso em contrário, para todos os períodos demonstrados, o resultado consolidado da Braskem reflete a consolidação pro forma, incluindo 100% dos resultados de Quattor Participações e Sunoco Chemicals, ativos adquiridos em abril de 2010. As demonstrações financeiras contemplam ainda a consolidação proporcional da Refinaria de Petróleo Rio-Grandense; a consolidação integral da Cetrel a partir do 2T11, com retroatividade a janeiro de 2011; e, a partir do 4T11, o negócio de polipropileno adquirido da Dow. As informações aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes, com exceção da Sunoco Chemicals no 1T10.

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Operadora: Bom dia e obrigada por aguardarem. Sejam bem vindos à teleconferência da Braskem para discussão dos resultados referentes ao quarto trimestre e ano de 2011. Estão presentes hoje conosco os senhores Carlos Fadigas, Diretor-Presidente, Marcela Drehmer, Vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, e Roberta Varella, gerente de Relações com Investidores. Informamos que esse evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia, e, em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas, quando mais instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queiram, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Esse evento também está sendo transmitido, simultaneamente, pela internet, via webcast, podendo ser acessado no endereço www.braskem.com.br/ri, onde se encontra disponível a respectiva apresentação. A seleção dos slides será controlada pelos senhores. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento. Lembramos que os participantes do webcast poderão registrar antecipadamente, no website, perguntas a serem respondidas durante a sessão de perguntas e respostas. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante essa teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Braskem, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Investidores devem compreender que condições econômicas gerais, condições da indústria e outros fatores operacionais, podem afetar o desempenho futuro da Braskem, e podem conduzir a resultados que diferem, materialmente, daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora, gostaríamos de passar a palavra a Roberta Varella, Gerente de Relações com Investidores da Braskem, que iniciará a apresentação. Por favor, Roberta, pode prosseguir. Roberta Varella: Bom dia senhoras e senhores, gostaria de agradecer a todos pela participação em mais uma teleconferência da Braskem. Hoje discutiremos os resultados do 4T e do ano de 2011. Inicialmente lembramos que, em atendimento à lei 11.638/07, os resultados aqui demonstrados refletem a adoção de regras contábeis internacionais, IFRS. Além disso, a não ser que expresso em contrário, para todos os períodos demonstrados, o resultado consolidado da Braskem reflete a consolidação pro forma, incluindo 100% dos resultados de Quattor Participações e Sunoco Chemicals, ativos adquiridos em abril de 2010. As demonstrações financeiras contemplam ainda a consolidação proporcional da Refinaria de Petróleo Rio-Grandense; a consolidação integral da Cetrel a partir do 2T11, com retroatividade a janeiro de 2011; e, a partir do 4T11, o negócio de polipropileno adquirido da Dow. As informações aqui apresentadas foram revisadas por auditores externos independentes, com exceção da Sunoco Chemicals no 1T10.

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Vamos então para o slide seguinte, por onde iniciaremos nossos comentários. No slide de número 3, falaremos do cenário global e dos principais destaques da Companhia no último trimestre. O otimismo em relação à economia mundial, que perdurou até meados de julho, foi substituído por uma expectativa de retração econômica. A ineficiência das medidas adotadas para contenção da crise da dívida soberana europeia afetou negativamente o crescimento dos mercados desenvolvidos e emergentes. A alta dos preços de petróleo, influenciada pelas questões geopolíticas nos países do norte da África e Oriente Médio, também impactaram negativamente a demanda. Neste contexto, houve uma redução na demanda global por petroquímicos com consequente redução na rentabilidade do setor. A taxa de operação da indústria foi reduzida para um patamar em torno de 70 a 80%, com o objetivo de manter o equilíbrio entre o balanço de oferta e demanda mundial. Em resposta ao cenário de curto prazo, a Braskem antecipou uma parada programada no seu cracker da Bahia e, em decorrência de uma parada programada já prevista no seu site de Triunfo, a taxa de utilização da companhia no 4º trimestre do ano foi de 80%. A receita foi de R$8,7 bilhões, praticamente em linha com o 3T, positivamente influenciada pela apreciação de 10% do dólar no período. O EBITDA atingiu R$718 milhões, impactado pela contração de margens no período. Todavia, a Companhia permaneceu focada em sua estratégia de longo prazo, comprometida com seu crescimento e criação de valor. Em linha com sua estratégia de agregação de valor às correntes dos ativos atuais, a Braskem acelerou o investimento nos seus projetos de expansão de PVC e de butadieno. No que tange ao seu projeto greenfield do México, que tem a atratividade do gás como matéria-prima e o deficitário mercado mexicano de polietileno, a Companhia deu início à preparação do terreno, de modo a garantir a construção civil das plantas industriais em 2012. A Braskem consolidou sua posição de liderança nas Américas, tornando-se a maior empresa de polipropileno nos EUA após a consolidação do negócio de polipropileno da Dow no último trimestre de 2011. Neste cenário de volatilidade e forte concorrência global, o Governo Federal tem exercido papel importante para o desenvolvimento da indústria nacional. Em dezembro de 2011, por exemplo, foi regulamentado o programa “Reintegra”. O objetivo é de melhorar a competitividade dos produtores brasileiros através da restituição de tributos, na ordem de 3% da receita com exportações. Destacam-se ainda as medidas recentes de combate à valorização excessiva do Real. Passando para o slide de número 4, neste slide veremos os principais destaques da Braskem em 2011. A taxa média de utilização dos crackers foi de 83%, comparada a 87% em de 2010, negativamente impactada pela interrupção do fornecimento de energia elétrica, que afetou as operações dos ativos do nordeste até meados de maio, e pelas paradas programadas de manutenção de Triunfo e do Rio de Janeiro, além da antecipação da parada em uma das linhas do complexo da Bahia, conforme mencionado.

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Mesmo com o menor volume disponível para vendas, a receita líquida apresentou crescimento de dois dígitos, refletindo os maiores preços no período, em linha com o mercado internacional. O EBITDA, que seguia em linha com 2010 nos primeiros nove meses de 2011, encerrou o ano a R$3,7 bilhões, afetado pela contínua contração de margens; pela menor demanda, explicada pela sazonalidade e pelo ambiente macroeconômico mundial; pela competição dos produtos importados via portos incentivados; e pela apreciação do Real. Em relação à busca contínua pela melhoria de sua competitividade, a Companhia avançou na captura de sinergias da aquisição dos ativos de Quattor e implementou o programa de redução de custos no 2º semestre do ano, fazendo com que suas despesas de vendas e administrativas ficassem em patamar similar à 2010, neutralizando o impacto da inflação, dos dissídios salariais e da integração dos novos ativos. Em linha com sua estratégia de comprometimento com o mercado brasileiro a Braskem firmou parceria com a Basf para fornecimento de propeno ao futuro polo acrílico, redirecionando as vendas deste produto de mercado externo para o interno. Ainda em 2011, a Braskem concluiu a 1ª fase de engenharia do novo projeto petroquímico a ser construído no Rio de Janeiro, o Comperj. A expectativa é de avançar no detalhamento do complexo em 2012, para apreciação do Conselho de Administração em 2013. No que tange à sua estratégia de internacionalização, a Braskem consolidou sua presença no mercado norte-americano de polipropileno, conforme mencionado no slide anterior. Como resultado da sua estratégia de equalização do perfil de endividamento, posicionamento estratégico no mercado brasileiro e forte estrutura de acionistas, a Braskem foi elevada à categoria de investment grade pelas 3 agências globais de risco. Passando para o próximo slide, no slide de número 5 observamos o desempenho do mercado brasileiro de resinas termoplásticas, bem como as ações para o fortalecimento da indústria brasileira. A demanda por resinas termoplásticas atingiu 1,2 milhão de toneladas no 4T11, uma redução de 10% em relação ao trimestre anterior, explicada pela sazonalidade no período e pela incerteza em relação ao cenário internacional. No ano, a demanda foi de 4,9 milhões de toneladas, praticamente em linha com 2010, afetada pela maior importação de produtos manufaturados. As importações de resinas também mantiveram participação relevante, com market share de 29%, influenciadas pela menor disponibilidade de produtos da Companhia no início de 20112, que teve sua produção afetada impactada pela queda de energia; pela apreciação do Real; e pela maior entrada de produtos via portos incentivados, que concedem o benefício de ICMS para o material importado. O consumo de produtos plásticos no mercado brasileiro apresentou alta em torno de 6%. Este aumento, também influenciado pelos fatores já mencionados, foi capturado pela maior importação de produtos transformados, frustrando a expectativa de crescimento da cadeia petroquímica e de plásticos nacional. Passando para o slide de número 6, neste slide, apresentamos os fatores que influenciaram o EBITDA do quarto trimestre de 2011 na comparação com o trimestre anterior.

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O EBITDA consolidado da companhia foi de R$718 milhões, uma redução de 24% em relação ao 3T, explicada, principalmente, pela menor margem de contribuição, com impacto negativo em R$345 milhões, decorrente da contração dos spreads de resinas e petroquímicos básicos no mercado internacional, que tiveram queda em torno de 14% e 10%, respectivamente. A redução queda da de margem, por sua vez, foi parcialmente compensada pelo impacto positivo de R$119 milhões decorrente de indenizações securitárias no montante de R$103 milhões e da redução de gastos fixos, refletindo a busca contínua pela melhoria em competitividade e o comprometimento com a gestão do negócio. A apreciação de 10% do dólar médio gerou um efeito positivo de R$62 milhões, sendo R$785 milhões positivos na receita e R$723 milhões negativos no custo. Passando para o próximo slide, no slide de número 7, apresentamos a evolução do EBITDA no ano de 2011 comparado ao EBITDA do ano anterior. Em 2011, o EBITDA consolidado da Braskem foi de R$3,7 bilhões, 8% inferior ao EBITDA de 2010. A redução no volume de vendas impactou negativamente o EBITDA em R$338 milhões. Os principais fatores foram a interrupção do fornecimento de energia elétrica, que afetou a produção da Braskem até meados de maio; e maior número de paradas programadas de manutenção no período, situação atípica em relação a 2010. A margem de contribuição teve impacto positivo de R$136 milhões. A alta em torno de 20% nos spreads dos principais petroquímicos básicos, quando comparada a 2010, compensou parcialmente a redução dos spreads de resinas termoplásticas no mercado internacional. A apreciação do Real em 5% entre os períodos gerou um efeito negativo de R$333 milhões, sendo R$1,7 bilhão negativo na receita e R$1,4 bilhão positivo no custo. Em 2011, as despesas tiveram impacto positivo de R$221 milhões, explicadas, principalmente, pelas indenizações securitárias no valor de R$103 milhões e pelo ressarcimento contratual de fornecedores em torno de R$60 milhões. Seguindo para o slide número 8, este slide mostra as sinergias referentes à integração da Quattor. A captura de sinergias avançou e totalizou R$400 milhões em 2011, 6% acima da expectativa de captura de R$377 milhões. Os maiores ganhos permaneceram nas frentes industrial e logística, explicados, principalmente pelo melhor planejamento das atividades de exportação; pela redução do número de grades; pela compra integrada de matérias-primas, nafta e propeno; e pelo aprimoramento do planejamento integrado das centrais petroquímicas e das nossas plantas de 2ª geração; dentre outros. Para 2012, espera-se capturar integralmente os R$495 milhões em EBITDA anual e recorrente. A maior concentração das sinergias identificadas está relacionada às frentes industrial e logística, que representam cerca de 70% do total capturado. No âmbito financeiro, os ganhos vêm sendo capturados trimestralmente, com destaque para os ganhos fiscais e o menor custo de carregamento da dívida. Em relação à recente aquisição dos ativos de polipropileno, a Braskem identificou sinergias no montante de US$ 140 milhões em valor presente líquido. Os principais ganhos estão relacionados à otimização de portfólio de produtos e da compra de matéria-prima, bem como à maximização da eficiência operacional das plantas industriais. Passando para o próximo slide, o slide 9 ilustra o endividamento da Braskem em 31 de dezembro de 2011, quando Companhia apresentou dívida bruta de US$ 8,1 bilhões, 5% superior à registrada em 30 de setembro de 2011. Em Reais, a dívida foi de R$15,2 bilhões, uma alta de 7%. Em decorrência das incertezas relacionadas ao cenário global, a Companhia aproveitou as condições atrativas de uma linha de crédito junto à Caixa

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Econômica Federal e captou R$400 milhões, com prazo de 8 anos. A Braskem captou ainda além de captar cerca de R$280 milhões em empréstimos externos com prazo médio de 4,5 anos. A dívida bruta atrelada ao dólar foi de 63%. O saldo de caixa e aplicações convertido para dólares caiu 9%, totalizando US$ 1,7 bilhão, voltando ao seu patamar normalizado após o desembolso da aquisição do negócio de polipropileno em outubro. A dívida líquida da Companhia no 4T foi de US$ 6,4 bilhões, 10% superior à apresentada no final do trimestre anterior. Quando medida em Reais, o montante atingiu R$12bilhões. Em ambos os casos, impactada pela apreciação do dólar ao final do período. A dívida líquida atrelada ao dólar foi de 73%. A Braskem tem uma cobertura de 26 meses de amortização de dívida, em linha com sua estratégia de manutenção de liquidez. Considerando as duas linhas de crédito rotativo no montante de US$ 600 milhões, a cobertura é alongada para 29 meses. A alavancagem financeira, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, passou de 2,32 vezes para 2,83 vezes em dólares, consequência, principalmente, do maior desembolso com investimentos no período. Quando mensurada em Reais, a alavancagem foi de 3,20 vezes. Em 31 de dezembro, o prazo médio do endividamento era de 12 anos. Quando consideramos apenas a parcela da dívida atrelada ao dólar, o prazo médio foi de, aproximadamente, 17 anos. O custo médio da dívida da Companhia foi de 6% em dólares e 9,8% em reais. No início de 2012, em linha com sua estratégia de otimização do perfil de endividamento e comprometimento com a higidez financeira, a Braskem voltou a acessar o mercado de capitais e captou US$ 500 milhões através da reabertura de seu bônus com vencimento em 2021 e perpétuo, ambos em condições mais favoráveis do que a emissão original. Passando para o slide 10, no slide de número 10 apresentamos o valor do CAPEX da Braskem no ano de 2011. A Companhia investiu R$2,1 bilhões, acima da estimativa inicial de R$1,6 bilhão, e cerca de R$300 milhões superior ao valor desembolsado em 2010. Os maiores desvios em relação ao planejado são explicados, principalmente pelo aporte adicional de R$102 milhões do projeto do México, explicado pela antecipação da preparação do terreno e compra de equipamentos de longo prazo de entrega. O projeto, que está previsto para entrar em operação no 1º semestre de 2015, além de sua atratividade decorrente do custo de matéria-prima, visa atender o deficitário mercado mexicano de polietileno; pelo avanço no cronograma do projeto butadieno, que teve desembolso de R$127 milhões, mas que recebeu adiantamento de cerca R$200 milhões via contratos de pré-venda do produto; e pela antecipação dos gastos com o projeto de expansão da planta de PVC no montante de R$138 milhões, que visa agregar valor ao segmento de vinílicos, substituindo as exportações de EDC por vendas de PVC, que são de maior valor agregado. Para 2012, o investimento estimado é de cerca de R$1,7 bilhão, sendo cerca de 40% direcionado aos projetos de aumento de capacidade. Passando para o próximo slide, no slide de número 11 apresentamos a perspectiva da indústria petroquímica. O cenário de curto prazo ainda é de cautela. A instabilidade política nos países árabes, agravada pelas questões relacionadas ao Irã, e as indefinições em relação à dívida soberana europeia, trouxeram maior volatilidade ao mercado de petróleo e à recuperação da demanda mundial.

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Em decorrência deste cenário, a expectativa é de que os spreads da indústria mundial sigam pressionados no curto prazo. Todavia, a expectativa de retomada da demanda poderá levar a uma melhoria na rentabilidade do setor a partir do 2T. No caso do Brasil, o aquecido mercado de trabalho e a contínua melhoria de renda das famílias brasileiras deverão influenciar positivamente o desempenho da economia, com potencial de crescimento na demanda por produtos plásticos, explicada pela crescente demanda por produtos de maior valor agregado. As recentes medidas adotadas pelo governo, com o objetivo de impulsionar a demanda e trazer mais competitividade para os produtores nacionais, também poderá afetar positivamente o setor. Os produtos importados, que avançaram em diversos setores do mercado brasileiro em 2011, motivados pelos benefícios de ICMS concedidos pelos portos incentivados, pela apreciação do Real e pela atratividade do robusto consumo doméstico, deverão subir a um ritmo mais moderado. As recentes medidas adotadas pelo Governo Federal, cujo objetivo é de trazer mais competitividade à cadeia nacional, deverão afetar positivamente a indústria. Passando para o slide 12, neste último slide apresentamos as principais concentrações da administração. A Braskem, em linha com sua estratégia de fortalecimento do seu negócio e de elevação da sua competitividade, permanece comprometida com o abastecimento local, trabalhando para a construção de uma política industrial brasileira, que fortaleça a cadeia petroquímica e de plásticos. A Companhia permanece focada ainda no aumento da parceria com seus clientes e consequente expansão de seu market share no mercado brasileiro; na captura integral das sinergias provenientes da aquisição da Quattor e das identificadas na aquisição do negócio de polipropileno da Dow; na constante busca de sua eficiência operacional, através da redução de custos e da adição de valor ao seu portfólio de produtos; na conclusão das expansões de PVC e butadieno, que visam agregar valor às correntes já existentes; na finalização da estruturação do project finance e início da construção civil do projeto do México, que levará à maior diversificação do seu mix de matéria-prima, a preços competitivos, além de atender o deficitário mercado mexicano de polietileno; no maior detalhamento dos estudos para a construção do novo projeto petroquímico no Rio de Janeiro, Comperj, através do uso de gás; e na expansão do uso de matéria-prima renovável sem descuidar da manutenção de sua higidez financeira. Encerramos aqui a nossa apresentação e passamos para a sessão de perguntas e respostas. Bruno Varela, Bradesco: Bom dia a todos. Eu tenho duas perguntas, a primeira delas com relação às perdas que vocês tiveram no 1T com o blecaute. Eu queria saber se está havendo algum processo por trás disso, o que você esperam daqui para frente, se esperam alguma resolução em 2012. E segundo, houve um item no resultado, R$63 milhões de outros. Eu só queria ter ideia do que é isso, se é não recorrente ou se é recorrente. Obrigado. Carlos Fadigas: Bruno, bom dia. Quanto à sua pergunta sobre o apagão em fevereiro do ano passado, 2011, nós divulgamos no ano passado que a Braskem teve uma perda de

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aproximadamente R$230 milhões com o efeito do apagão. Essa conta foi feita naturalmente a posteriori, depois que já tínhamos uma visão mais clara da curva de recuperação da central, e a central da Bahia voltou a operar gradualmente, recolocando seus 22 fornos em operação gradualmente. Na sequência do ano, tomamos duas iniciativas. Uma delas, naturalmente, a busca do ressarcimento desses prejuízos com a seguradora, porque estávamos segurados, e também o estudo de buscar o ressarcimento por via judicial, e aí temos que entender quem dentro do sistema de energia seria a conta passiva dessa ação judicial. Mas, em termos práticos, já consta do demonstrativo de resultados de 31 de dezembro que chegamos a um consenso com as seguradoras para um ressarcimento de um número sutilmente acima de R$100 milhões, R$102 milhões ou R$103 milhões; não ingressamos o caixa ainda, mas já temos o consenso. Então, já está no DRE que pelo menos R$100 milhões serão ressarcidos pela seguradora. E aí tem uma questão de estratégia jurídica da Companhia, e você vai me permitir ser um pouco menos claro em relação a isso, porque estamos discutindo exatamente de que forma e contra quem entrar, mas a Braskem buscará também na justiça o ressarcimento dessas mesmas perdas contra o fornecedor de energia. Então, R$100 milhões já voltaram, dos R$230 milhões, e estamos confiantes de que esse número com a seguradora ainda pode crescer mais um pouco; não de forma material, mas marginalmente pode crescer mais um pouco, na medida em que se discute alguns outros efeitos, e pretendemos receber o valor total dos R$230 milhões entre seguro e ação judicial. Naturalmente, a ação judicial não terá a mesma velocidade em relação ao ressarcimento das seguradoras. Com relação aos R$63 milhões de outros, outros tem essa natureza. Tem uma coleção de coisas pequenas ali dentro para chegarmos a um número. Mas teve reversão de algumas contingências, de interpretação de cobrança de imposto, de alguns tributos. Tanto a Braskem registrou alguma superveniência com ativos que ela tem do ponto de vista fiscal, quanto reduzimos provisões por acreditar que algumas discussões fiscais serão definidas pró-contribuinte. Além disso, na combinação do negócio de Braskem e Quattor tem efeitos positivos dessa combinação, business combination, e aí é técnica nova de IFRS. Vou pedir ajuda à Marcela para comentar um pouco, também. Marcela Drehmer: Bruno, na realidade, essa reversão de provisão que entrou positiva na conta outros tem a ver com provisões que foram feitas na época da combinação, e na evolução da análise jurídica desses casos, fizemos uma pequena reversão. E o item relacionado a seguros que o Fadigas acabou de comentar também está dentro do outros dessa variação, porque é uma receita operacional e foi contabilizada no outros. Então, se fossemos dizer que são recorrentes, esses R$100 milhões são não recorrentes, porque são a indenização sobre uma perda que tivemos durante o ano. Bruno Varela:

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Isso que eu queria ver se ficou claro: os R$100 milhões estão dentro desses R$63 milhões? Marcela Drehmer: Mas essa equivalência, esses R$100 milhões compensam o EBITDA que não existiu no início do ano. Bruno Varela: OK. E se vocês me permitem uma terceira pergunta, a respeito de Dow: vocês soltaram a sinergia de US$140 milhões de NPV. Eu só queria saber se é possível termos uma ideia do que seria a margem EBITDA hoje dos ativos de Dow, e o que seria ela para frente, já considerando essas sinergias. Carlos Fadigas: Por enquanto não, Bruno. Nós estamos gerindo o ativo há 90 dias. Base 31 de dezembro, base essa demonstração, tem 90 dias de gestão do ativo. O ativo Dow nos Estados Unidos, naturalmente, as duas plantas nos Estados Unidos estão sendo combinadas com as três plantas que temos nos Estados Unidos hoje, então adiante isso aparecerá junto com o negócio de Sunoco, e será impossível dizermos especificamente o que foi Dow e o que foi Sunoco, porque você alocará o cliente por planta, sem estar preocupado de onde veio a planta. O que podemos dar transparência é na margem EBITDA do negócio internacional, e como os US$140 milhões, em valor presente, estão contribuindo com a margem do negócio trimestre a trimestre. Em termos práticos, podemos mostrar a margem EBITDA do negócio internacional; sabemos que é uma margem menor que o negócio Brasil, o que continua tornando a aquisição atrativa pelo preço que pagamos, e essa é a dinâmica daquele mercado, e destacaremos também quando fizermos isso, da mesma forma como estamos destacando nas sinergias da combinação com Quattor, onde a sinergia está entrando na operação internacional; se está entrando em receita, em custo ou em despesas administrativas. Bruno Varela: Está ótimo. Obrigado. Luis Felipe Carvalho, BTG Pactual: Bom dia. Eu tenho algumas perguntas, a primeira delas é se vocês têm algum update em relação ao ponto de ICMS dos portos incentivados. Recentemente nós tivemos uma conversa, e acho que a expectativa é que isso viesse relativamente no curto prazo. Nós ainda podemos esperar isso para o 1S12? A segunda pergunta, olhando para o resultado de vocês, principalmente no segmento internacional, ele foi bem abaixo do que esperávamos, apesar da aquisição dos ativos da Dow. Existe alguma sinalização de melhora no segmento internacional para os próximos dois trimestres, para que possamos efetivamente tomar uma posição em relação a isso? Obrigado. Carlos Fadigas:

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Luis Felipe, deixe-me começar pelo ICMS para portos incentivados, isso vai me permitir uma resposta um pouco mais completa, porque o tema é realmente importante. Vou relembrar que a solução para o assunto de portos incentivados está prevista para nascer do Senado, pela aprovação pelo Senado de uma proposta de resolução que recebe o número 72, conhecida como Proposta de Resolução do Senado 72, PRS 72. Ela está prevista para ser votada nos últimos dias desse mês de março, dias 27 e 28, e começo de abril. O Senado voltou de recesso efetivamente na segunda metade de fevereiro, e o Carnaval também não nos ajuda muito; o mês de março tem sido o primeiro mês cheio que o Senado está trabalhando, e esse é um dos temas prioritários. O que percebemos é que depois de um posicionamento mais claro da indústria, e a Braskem esteve muito envolvida para que esse posicionamento ficasse claro; não sei se vocês viram o manifesto publicado nos principais jornais, assinado pelas principais associações da indústria brasileira, não só Abiquim, da indústria química, mas a ABIT, da parte têxtil, Abimaq, da parte de máquinas e equipamentos, Aço Brasil, da parte de aço, os trabalhadores se posicionado; tem uma conta da FIES que mostra que o porto já reduziu emprego no Brasil em mais de 800.000 posições, e é um emprego importante, porque é um emprego da indústria que remunera bem. Depois disso, o tema ganhou outra dimensão, tanto na imprensa quanto nas discussões dentro do Senado. A indústria continua mobilizada, a CNI, a Confederação Nacional da Indústria tem nos ajudado bastante, e o Governo Federal entrou definitivamente nessa questão. Se vocês pegarem o jornal de ontem, especificamente o Valor Econômico, tem um posicionamento claro do Ministro da Fazendo, Guido Mantega, de assumir a defesa da indústria nacional, entre outras questões. Poderíamos falar de medidas recentes do setor automotivo, poderíamos falar de câmbio, mas essas questões têm o posicionamento inequívoco dele de que esse é um assunto que precisa ser resolvido no curtíssimo prazo. Em termos práticos, tem audiência marcada para discussão do assunto nos dias 21 e 22, portanto na semana que vem, e daqui a duas semanas está prevista a possibilidade de votação. Daqui a duas semanas, no começo de abril devemos ter uma votação. Todo o acompanhamento que fazemos, e me refiro à indústria, CNI e às associações envolvidas, apontam para a capacidade plena do Governo de aprovar esse assunto por maioria. Naturalmente, tem dois estados, ou quatro estados que podem se posicionar contra, mas acreditamos que esse assunto seria resolvido com a aprovação da PRS 72, a Proposta de Resolução do Senado 72, e continuamos envolvidos por essa aprovação, dado que essa questão de incentivo à importação é uma distorção, na minha visão, absolutamente inaceitável para o momento em que o mundo vive, seja de crise econômica nos países desenvolvidos, seja dos países trabalhando sua moeda para dar competitividade á sua indústria. O Brasil tentando se defender, ainda com a taxa de juros mais alta do mundo, tentando se defender de um câmbio que está muito apreciado. R$1,80 seguramente é melhor que R$1,60, mas ainda está longe de ser o ideal, mas neste cenário não cabe o Brasil continuar incentivando a importação. Esse é o primeiro ponto. Com relação à rentabilidade do negócio internacional, é importante o comentário de que a dinâmica do negócio internacional é um pouco diferente. Na nossa operação, tanto nos

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Estados Unidos quanto na Europa, é o único lugar em que a equipe comercial fica responsável também pela compra de propeno, matéria-prima. Isso porque a volatilidade de preço de matéria-prima é muito grande e, por conseguinte, a volatilidade de preço de polipropileno é muito grande. Por que estou comentando isso? O tempo inteiro, a equipe tem que trabalhar com a lógica de custo de reposição. Você está precificando o polipropileno que você vende levando em consideração o preço de propeno que você tem que repor. Isso é importante, por exemplo, quando o preço sobe. Você tem um estoque a custo histórico, está mais baixo que o preço da matéria-prima, e você pode considerar que, ao fazer venda de PP, está fazendo uma base mais alta, o que não é fato, pois você vai sofrer para repor aquele estoque. Quando o preço cai, você também tem que levar em consideração a mesma lógica. Ou seja, em termos práticos, o propeno subiu ao longo do ano inteiro, caiu bastante no 4T11. Então, você tem um efeito no lucro que você tem em produto em transformação, produto em processo, e no que você tem de produto estocado. Pontualmente, você olha o DRE de cada mês e ele está mostrando uma visão de retrovisor em um mercado que é muito volátil. O DRE, sem dúvida alguma, tem todo o valor do mundo para mostrar o desempenho da Companhia. No curtíssimo prazo, para uma área internacional com matéria-prima e preço volátil, isso diz pouco. Então, no 4T11 o preço de matéria-prima caiu, tem um ajuste sobre os estoques que afeta o resultado da Companhia; no dia-a-dia o business continua ganhando dinheiro, pois você está comprando propeno em um preço mais baixo e vendendo PP em um preço mais baixo, mas segue fazendo a sua margem. Então, é importante entender essa dinâmica, que toda vez que o propeno subir vai parecer que a área internacional está ganhando mais dinheiro do que efetivamente está ganhando; e toda vez que o preço de propeno cair vai parecer que a área internacional está perdendo dinheiro, quando, na verdade, ela segue ganhando no seu ritmo, e isso distorce um pouco o curto prazo. Se você quiser discutir essa dinâmica conosco off-line depois, ficaremos à disposição. Eu tive a felicidade e o desafio de conviver com essa dinâmica ao longo de um ano inteiro em 2010, quando estava nos Estados Unidos, e é muito importante olharmos o resultado do negócio em cima de custo de reposição por conta da volatilidade do preço da matéria-prima. Do ponto de vista de gestão do negócio no dia-a-dia, deixando a visão histórica de preço de estoque e como isso afeta de lado, o business segue fazendo uma boa margem, seguimos tendo vantagem, especialmente nos Estados Unidos, nas duas plantas que estão fora do Golfo, portanto temos propeno em um preço mais barato, e a sinergia que nós imaginávamos do negócio de Dow tem se confirmado. Se eu tinha pressionado a equipe para tentar achar mais sinergia, deste lado não tenho uma boa notícia. A sinergia tem se confirmado exatamente do tamanho que imaginávamos. Não sei se respondi sua pergunta, Luis Felipe. Luis Felipe Carvalho: Ficou claro, Fadigas. Se me permite um follow-up, o nível de endividamento de vocês, net debt to EBITDA cresceu para próximo de 2,8x em dezembro 2012. Existe algum trigger no relacionamento que vocês tiveram com as agências de risco que poderia fazer com que revisassem seu grau de investimento, ou o investment grade da Companhia, caso isso chegasse a 3x, por exemplo, dado que pelo menos a previsão que temos do EBITDA

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do 1T, que ainda não será um EBITDA tão forte, não vai apresentar mais recuperação, tanto de demanda, quanto na parte de volume e na parte spread, existe algo nesse sentido, ou não? Marcela Drehmer: Luis Felipe, toda negociação e conversa com agências de ratings está sempre olhando em uma visão de médio e longo prazo, e a sustentabilidade da geração de caixa da Companhia. Independentemente de em um trimestre específico esse rate estar ficando um pouco mais estressado, os fundamentos da Companhia são muito bons, o perfil da dívida é muito confortável, os acionistas sempre suportando a Companhia, historicamente. Do ponto de vista da conversa com a agência de rating, não tem nenhum ponto específico sobre risco com relação a esse assunto, e nós continuamos no médio e longo prazo com os fundamentos muito positivos. Estamos vivendo um momento muito específico. A crise é para todo mundo. Acho que a grande influência nos nossos resultados desse trimestre é consequência dos spreads, e isso todo mundo está sofrendo. A indústria mundial está sofrendo da mesma forma, e as agências de rating olham todas essas indústrias e as comparam. Então, é muito pontual, uma questão muito específica. E respondendo sua pergunta, não, eu acho que temos que estar nesse patamar em torno dos 2,5x, mas sempre com uma visão mais de médio e longo prazo, não enquadrando muito o curto prazo ou um trimestre pontualmente. Luis Felipe Carvalho: OK. Obrigado. Fernando Vale, Citi: Bom dia. Duas perguntas rápidas. Primeiro, eu queria saber um pouco sobre como está a margem do PE verde e dos outros crackers no decorrer do 4T, se vocês puderem passar um breakdown por insumo. E a segunda pergunta, comentar um pouco, seguindo o Luis, sobre os Estados Unidos e os planos para a Dow e para crescimento nos Estados Unidos, dado o estado do mercado atual. Tem algum potencial para verticalização na cadeia? Tem potencial para reativar unidades PDH na Sunoco, ou investimento em alguma nova unidade? Obrigado. Carlos Fadigas: Fernando, deixe-me começar por PE verde. A precificação de PE verde hoje ainda está um pouco balizada pelo próprio polietileno. Então, tipicamente, na discussão com clientes, que são, na grande maioria das vezes, clientes de PE também, você trata de quanto você tem de diferença de prêmio no PE verde em relação ao PE tradicional. A parte negativa da margem do PE verde é que a matéria-prima, o etanol, está razoavelmente acima das nossas previsões originais. Por outro lado, o preço do PE também subiu. Então, isso voltou a criar espaço para passar uma parte do preço de etanol.

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Na combinação das duas coisas a margem está menor. A margem do PE verde hoje é um pouco menor do que prevíamos, porque o preço do etanol subiu mais que o preço do polietileno tradicional. Além disso, esse é o nosso business mais exposto à variação cambial. Se você pensar em polietileno, polipropileno e PVC, eles têm matérias primas importadas; a nafta é negociada a preço internacional, o propeno é negociado em relação a preço internacional, e fica de diferença descoberta por volta de 20% a 25% do custo que está travado em Reais. Então, tem um hedge natural entre os custos de produção do polietileno, de resinas a parte de fóssil, e no caso do PE verde não, o preço do etanol está fixado em Reais. Então, a rentabilidade é uma com um câmbio em R$1,60 e é outra com um câmbio a R$1,80, afeta muito mais o PE verde. Esses dois fatores estão pressionando um pouco mais a margem do PE verde, mas ela continua positiva, continua sendo um negócio rentável. Naturalmente, gostaríamos que ele fosse um negócio mais rentável ainda. Marcela Drehmer: E nós também, de forma complementar, começamos a „swapar‟, estamos „swapando‟ o custo do etanol. Então, agora o custo da matéria-prima vai seguir o preço das resinas. Acho que tende a ter um EBITDA mais estável, tirando o efeito câmbio. E concordo com o Fadigas, é óbvio que o câmbio mais alto favorece naturalmente o business. Carlos Fadigas: Complementando, nós estamos com instrumento financeiro amarrando um pouco mais o custo de produção ao preço de polietileno, trazendo um pouco do elemento de hedge, que no PE petroquímico é um hedge natural, como sempre falamos, e estamos montando esse hedge no outro negócio para criar essa amarração. Nós preferimos isso a ficar postando posição ou de câmbio ou de preço de etanol, ficando com uma volatilidade muito grande no negócio. Antes de responder sobre Estados Unidos, você mencionou central, e eu acho que não entendi essa parte da sua primeira pergunta. Fernando Vale: Eu só queria entender, fora essa explicação sobre PE verde, entender um pouco mais sobre as margens para PP, para PE e para eteno também, como foram, particularmente no 4T, e como estão se desenvolvendo para o 1T também, se você puder dar alguns detalhes. Carlos Fadigas: Uma parte do desempenho do 4T, menor que os três trimestres anteriores, tem a ver com redução de spread. Convivemos com a crise na Europa no recrudescimento dela, no começo do 2S, e ela começou a bater um pouco mais na cadeia produtiva no final do 2S, ou seja, no final do ano, exatamente em cima do 4T. A China reduziu compra; tem uma dinâmica na China de Ano Novo chinês que anda em relação ao nosso calendário, mas neste ano foi no final de janeiro, e portanto, quando

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você volta uns dois meses antes, você bate em novembro, dezembro, que foi exatamente quando a demanda chinesa caiu também. Isso fez com que o spread de todos os produtos caísse bastante. Estamos falando não só de PE e PP, mas dos co-produtos também: benzeno, tolueno, xileno, butadieno, e isso reduziu a rentabilidade do 4T. As margens caíram lá fora. Elas têm melhorado. Eu acho que na virada do ano, talvez mais em janeiro tenha sido um momento mais agudo de contração de margem; várias empresas reduziram taxa de operação, algumas param plantas. A própria Braskem até ficou parada para dezembro. Nós passamos dezembro com uma linha de Triunfo no Rio Grande do Sul e uma linha de Camaçari na Bahia paradas por manutenção; felizmente no Sul foi uma manutenção programada, e na Bahia nós antecipamos uma parada, e aí entramos janeiro com a margem muito comprimida. Nós já vimos uma evolução para fevereiro e já vimos uma evolução para março, mas começamos o ano com a margem muito pressionada. Então, eu diria que, do ponto de vista de tendência, ela é positiva, e do ponto de vista de número absoluto, é ainda uma margem muito comprimida. Então, estamos indo na direção certa, mas estamos saindo de um ponto muito baixo, isso como finalização de resultado do 1T, ainda por conta de pressão de margem. Deixe-me passar um pouco para Estados Unidos. Lembrando que nós tínhamos três plantas de polipropileno nos Estados Unidos, compramos duas a mais, além de duas na Alemanha, a compra de Dow foi de quatro plantas. Vou me concentrar nos Estados Unidos. A Braskem, portanto, a partir de 1º de outubro, quando passou a gerir os ativos da Dow, a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos, assumiu a liderança do mercado, e maior compradora de propeno. No caso da Sunoco, nas três plantas compradas da Sunoco nós temos contrato de longo prazo para entre 80% e 90% da matéria-prima, e compramos alguma coisa no spot. Isso acontece especialmente na planta do Estado da Pensilvânia, mais no nordeste dos Estados Unidos. No caso da Dow, nós optamos por ter um contrato no qual nós temos uma porta de saída no mês 6, 12 e mês 18. Claro que nós não queríamos começar a operação, receber a planta em 1º de outubro sem contrato de matéria-prima, então fizemos esse arranjo. Mas a nossa equipe continua confiante de que ela é capaz de comprar propeno melhor do que compra a equipe da Dow, pelo simples fato de que somos um comprador maior do que Dow é de propeno nos Estados Unidos, Temos relação com um conjunto grande de fornecedores para as três plantas que já tínhamos, e isso nos dará uma chance de comprar propeno melhor. Isso do ponto de vista de aquisição. Você falou de DHP, desidrogenadora de propano, para nós sairmos de gás propano para a matéria-prima, propeno. Nós não temos nenhuma planta hibernada. Quando compramos as três plantas de PP da Sunoco e quando nós compramos as duas plantas da Dow, não veio nenhuma DHP. Aliás, o que vemos é anúncio de construção de novas DHPs. Além de uma empresa chamada PetroLogistics ter colocado uma planta para operar em 2010, a Dow está começando a construção de uma DHP, ela já anunciou, aliás, é vizinha da nossa planta. Nós estamos inclusive discutindo com eles essa questão de layout, porque é uma construção vizinha a uma planta que nós compramos deles. E outras empresas falam em fazer uma DHP, o que é bom para nós, porque torna a

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competitividade do propano muito barata, o gás nos Estados Unidos está muito barato, e aumenta a oferta de propeno. Desde que compramos a operação da Dow, inclusive, uma empresa chamada Phillips Sumika anunciou o fechamento da sua planta de PP, o que é bom, menos PP e mais matéria-prima no mercado, e agora essas DHPs vão trazer mais matéria-prima para o mercado. Nossa equipe está estudando, sim, um investimento em uma DHP. Não está claro se melhor para nós a essa altura é fazer a planta ou fazer parceria com alguém que opera no mercado de propano e propeno, que tem operações grandes nisso, e fechar um contrato de longo prazo, onde ele faz o investimento graças ao contrato conosco, e com isso dividimos o benefício da conversão de propano para propeno. Eu tenho menos investimento de capital com a Braskem e nos alavancamos na sinergia desse grande fornecedor. Essa é uma estrutura que nós estamos discutindo. Uma alternativa é investir um pouco mais em splitter, que é o equipamento que faz a purificação do propeno, para que além de comprar propeno grau polímero, possamos comprar mais propeno grau químico e grau refinaria, que têm um preço um pouco menor e também tem uma margem a ser capturada nisso. Essa é a concentração para integramos um pouco mais em matéria-prima o nosso negócio de PP. Independentemente disso, tem uma equipe olhando a possibilidade de fazer um investimento em PE. Eu, neste exato momento, descartaria um grande investimento sozinho da Braskem para fazer um cracker de etano ou eteno nos Estados Unidos. Nós temos dois crackers para serem construídos, um no México e um no Comperj. Mas uma operação em conjunto com uma ou duas outras empresas, para fazer um investimento em um cracker pequeno, 1 milhão de toneladas, 800.000 toneladas, pode ser um negócio interessante, e está mais distante no horizonte. Estou comentando só porque de fato nós estamos olhando e essa é uma alternativa nos Estados Unidos, que complementaria nosso 1,050 milhão de toneladas para a América do Norte vindas do México, 1,5 milhão de PP que nós temos já hoje, e colocar um pouco mais de PE nos Estados Unidos complementaria a produção que nós temos no México. Então, em breve, além do 1,5 milhão de PP, a Braskem terá mais 1 milhão de PE do México, e talvez mais alguma coisa vinda de algum investimento que está para sair de etano ou eteno, e aí fazer um pouco mais de PE. Não sei se você quer mais detalhes sobre os Estados Unidos. Fernando Vale: Não, está ótimo. Foi bastante claro. Muito obrigado. Bruno Varela, Bradesco: Bom dia novamente. Um follow-up rápido em cima da pergunta do Luis Felipe sobre portos incentivados: hipoteticamente falando, se isso for resolvido, nós estamos falando em quanto em ternos de volume ou market share que poderia ser atribuído a Braskem? Carlos Fadigas: Bruno, vou tentar responder a sua pergunta de outra forma, então nós construímos um raciocínio juntos. Quando o produto chega ao porto ele recolhe os mesmos tributos que o

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produtor nacional, a Braskem, recolhe. Entre esses tributos está o ICMS, que não é recolhido para a União, é recolhido para o Estado, e o hoje os Estados devolvem parte desse ICMS. O ICMS é de 12%, e tem Estado devolvendo até 10%, tipicamente 9%, mas até 10% para o importador. Ou seja, no desembaraço, o produto que chega tem uma vantagem de 9% em preço. A Braskem reduziu no passado seu preço em 9%? Não, não reduziu seu preço em 9%, porque o produto que chega não atende a todos os clientes, não tem todos os grades, não tem a assistência técnica que temos, logisticamente não está próximo de todos os nossos clientes. Mas alguma coisa nós tivemos de mexer em preço, exatamente para proteger a nossa posição de mercado. O produto importado hoje tem 29% do mercado, Braskem tem 65%. Tem outro player nacional de PVC que tem 6% do mercado e isso, se a minha conta estiver certa, fecha 100% do mercado. A Braskem tinha 70% e veio para 65%. Naturalmente nós queremos recuperar a nossa posição de mercado, e isso não vai acontecer da noite para o dia, com a solução do assunto de porto, mas achamos que um mercado saudável é um mercado que tenha um produtor como a Braskem. Não dá para dar um número mágico de 70%, mas se usarmos 70% como um número médio, em algum momento será 68%, em algum momento será 72%, 73%, tem outro produtor nacional que terá uns 6% do mercado e a importação vai responder por alguma coisa entre 20% a 25%, e eu acho que é um equilíbrio saudável. Vários outros mercados têm participação até maior de importados. Isso tende a ter um efeito em preço? Tende. O preço vai subir 9%? Não, não vai subir 9%, porque jamais ele cedeu nessa mesma magnitude. Então, é difícil falarmos exatamente do preço, exatamente de mercado. Tentei lhe dar uma ordem de magnitude da vantagem do importado hoje, de como isso afetou nossa precificação e o nosso market share, quando eu falei de 70% para 65%; tentei dar uma ideia de market share e de preço em uma recuperação também, depois que alinharmos um pouco mais esses dois fatores. Acho que tem outro efeito que também é importante mencionar, e todo o nosso esforço de porto também tem a ver com isso, que os nossos clientes estão sofrendo. Eu vou lembrar que Braskem tem 20 anos desde o início da privatização, exatamente em 1992, quando os primeiros ativos foram privatizados, Copesul foi um deles, e aí passou para as mãos de Ipiranga e de Poliolefinas, de PPH, que viraram Braskem; aliás, as três viraram Braskem. Tem 20 anos que nós trabalhamos no fortalecimento do setor petroquímico. Então, tem 20 anos que falamos de fusão, corte de custo, captura de sinergia, otimização de planta, otimização de malha de produção, otimização de logística. Se esse setor, que tem 20 anos de consolidação, nós temos a maior petroquímica das Américas, nós temos, a depender do critério, a 5ª ou 6ª maior petroquímica do mundo, está sofrendo com o processo de câmbio, com o processo de porto incentivado, então você imagine os meus clientes. Eu tenho um cliente que está passando por problema de crédito, eu tenho um cliente que está buscando também ganhos de escala por fusão, tenho cliente que já passou por um processo de profissionalização da gestão. Mas meus clientes são mais intensivos em mão-de-obra, são menores e são menos integrados. Então, a eliminação do porto incentivado é fundamental para que eles voltem a ganhar mais competitividade, e nós estamos trabalhando com eles.

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Tivemos uma vitória recente: ontem o Ministério da Fazenda comentou que vai desonerar folha do setor de transformação de plástico. Isso é importante. Eles são mais intensivos em mão-de-obra. Não seria uma medida muito eficaz para petroquímica. A Braskem fatura R$40 bilhões com 7.000 pessoas; o setor emprega mais de 300.000 pessoas direta e indiretamente, para faturar a mesma coisa. Então, é importante para eles a desoneração de folha. O porto traz um efeito importante nisso. O Brasil seguiu consumindo mais produto plástico em 2011; e é difícil você ter um número preciso, porque tem plástico em quase tudo. Se você pegar quase que a importação inteira de Brasil de manufaturado e calcular o número de plástico, mas uma estimativa nossa junto com o setor é de que o consumo cresceu mais de 6%, mas os meus clientes venderam menos. Eles transformaram menos resina. Então, tem outro efeito aí, que não é só o que eu perdi de market share, mas o que o meu cliente perdeu de market share. Eles poderiam ter crescido mais de 6% as vendas, mas eles transformaram 1% a menos de resina porque sofreram. Não é que o importado capturou todo o crescimento de mercado, de mais de 6%; o importado capturou todo o crescimento e mais alguma coisa. Então, tem uma expansão para os meus clientes, e nessa expansão dos meus clientes eu espero vender mais resina, então tem um efeito também positivo para a cadeia como um todo. Daí porque reclamamos. O porto não bate só na Braskem, o porto desestrutura a malha de produção industrial brasileira, porque isso é uma grande prioridade. Eu poderia falar um pouco mais de política industrial, mas eu vou comentar só rapidamente. O Brasil tem a maior carga tributária dos países em desenvolvimento, 35%. Para efeito de comparação, dos outros BRICs, de cabeça eu digo que China tem 20% e Índia tem 12%. É uma diferença abissal. Se alguém disser que a realidade da Ásia não é a realidade das Américas, não é fato. O Chile tem por volta de 18% e o México tem por volta de 17%. Então, o Governo tem atingido suas metas de superávit, tem ampliado investimentos; se você olha para o parque, você vê uma ampliação de investimentos do Governo. Ele precisa desonerar a indústria brasileira. Acho difícil pleitearmos a desoneração para a agricultura, a agricultura vai muito bem obrigado; mineração idem. Mas para falar menos dos outros setores e mais do meu, eu acho que quem tem 35% pode ceder em arrecadação, e a hora é de fazer isso em favor da indústria brasileira. Então, eu acho que tem dois equilíbrios para serem restabelecidos: a competitividade da indústria brasileira versus a importação, e o porto tem a ver com isso; vamos fortalecer a indústria em detrimento do produto importado, como todos os outros países estão fazendo. E ao mesmo tempo, na hora de reduzir a oneração sobre a indústria brasileira de tributo sobre a economia brasileira, acho que tem que começar pela indústria, como o Governo tem feito. Você vê as medidas para o setor automotivo, para o setor têxtil, para o setor de couro, e agora para os setores que mais empregam. Acho que estamos no caminho certo. Você perguntou de porto e eu terminei dando uma resposta mais abrangente, mas tanto do ponto de vista de porto como de política industrial de forma mais ampla, e o Reintegra é mais uma evidência disso, eu acho que já começamos, felizmente, o Governo tem estado atento e temos um longo caminho a percorrer.

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Nós também advogamos que temos que seguir, ampliando essas medidas, a exemplo da extensão do Reintegra, que foi colocado para um ano inteiro. Não achamos que 2013 será muito diferente de 2012, não vemos nenhum motivo para o Reintegra não continuar nos próximos anos. Bruno Varela: Está ótimo, Fadigas. Isso ficou muito claro. Obrigado. Christian Audi, Santander: Obrigado. Gostaria de saber se você poderia, Fadigas, em termos gerais comentar o começo do ano e o seu outlook para o 2T do ponto de vista de demanda e volume, do ponto de vista de pricing power e potencial melhoria de margem, como você tem visto o começo do ano até agora, e o que isso significa, na sua opinião, para o que o 2T pode ser, por favor. Carlos Fadigas: Christian, eu tenho que ser conservador em relação ao 1T pelo que temos visto. Como comentei em uma pergunta anterior, a recuperação está acontecendo. Então, a direção na qual os preços e os spreads estão se movendo é positiva, mas partimos de um ponto muito deprimido em janeiro. Os spreads se reduziram no último trimestre, partindo de um ponto muito baixo em janeiro. Está se recuperando lentamente, então em termos de spread acho que estamos tendo um trimestre também bastante desafiador. Do ponto de vista de volume, o 1T tem, naturalmente, um crescimento de demanda. É um crescimento discreto, ainda convivemos com mais importações. Então, o mercado tem crescido pouco, um crescimento muito discreto, sutilmente acima do que foi o 4T11 em volume. Braskem tem crescido um pouco mais suas vendas. Nós recuperamos um pouco mais de market share neste 1T, aumentamos a proximidade com os clientes e estamos recuperando um pouco mais de market share. Mas isso ainda, como comentei, em uma margem mais baixa. Então, se eu tivesse que resumir três fatores: spreads melhorando, mas ainda baixos por conta do ponto de partida; mercado, não só Braskem, mas de maneira geral, crescendo, mas crescendo pouco. O Brasil segue transformando um pouco mais de resina do que no trimestre anterior, mas ainda muito pouco por conta da entrada de produto transformado. A boa notícia é que, apesar de o mercado estar crescendo muito pouco, a Braskem cresceu um pouco mais seu market share. Esse é um pouco o resumo do trimestre. Se eu falar do ano, e aí terei que ser um pouco mais otimista, porque eu vejo os fatores se alinhando um pouco mais para o ano, o que muda na evolução do ano, quando pensamos em 2T, e na segunda metade do ano, 3T e 4T? O primeiro é o seguinte: acreditamos na expansão da economia de algo entre 3% a 3,5%; acho que 4,5% seria uma notícia maravilhosa, mas neste exato momento não vejo ainda os fundamentos para isso. Espero que o Governo consiga criar os fundamentos para isso, mas não vejo ainda. Acho que vivemos um período de baixa visibilidade. O ano passado fez com que todos nós tivéssemos que ser um pouco mais humildes em termos de prever o que ia acontecer

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no ano. A indústria inteira, e aí não é só química, começou o ano otimista, com expectativa de crescimento de PIB de 4%, depois virou 3,5%, depois virou 3% e no fim ficou em 2,7%. Além disso, a demanda fluiu quase integralmente para os produtos importados. Esses são dados de diversas associações da indústria. Então, serei um pouco mais conservador em relação à projeção para o ano, mas em termos de potencial, menos uma projeção, mas mais o que pode vir como boa notícia, um crescimento da economia de 3,5%. Se conseguirmos pilotar esse crescimento em favor da indústria nacional, e aí da indústria de plástico também, com a solução na virada de 1T para 2T na questão de porto, meus clientes vão transformar mais resina, e isso tem o potencial de trazer o market share que meus clientes perderam para a importação do ano passado e deste ano. Então, não só capturamos os 3,5% deste ano, mas capturamos uma parte do que perdemos no ano passado. A mesma coisa vale para a Braskem. Então, não só das vendas do meu cliente, mas das minhas vendas para os meus clientes. Além disso, temos a recuperação de spreads, que começou lenta, mas está indo na direção certa. Quando entramos em abril, ainda que tenhamos vindo de um ponto baixo em janeiro, já tem três, quatro meses de recuperação, então um spread maior, em cima de um volume maior, em cima de um market share maior. Além disso, outro fator que nos afetou bastante no ano passado foram as paradas programadas e não programadas. Não programadas especialmente em relação ao padrão de janeiro, que naturalmente não esperamos ter o mesmo problema este ano, e o fato de que, por coincidência, se ano passado coincidiram três paradas programadas das grandes centrais, este ano não temos nenhuma parada programada para a central de matéria-prima, até porque em janeiro antecipamos em Camaçari, para dezembro. Então, quando você junta esses fatores, estou mais otimista, mas boa parte do peso desses fatores começa a jogar de abril em diante, gradualmente no ano e, portanto, o 1S ainda ficou debaixo de um cenário com um pouco mais de desafio. Só para terminar, acho que câmbio pode ser outra notícia positiva. Estamos rodando com um câmbio de R$1,40, e tivemos em 2011 o câmbio médio mais apreciado da história do Real. Então, e estou descontando a inflação, naturalmente, ajustado para o diferencial de inflação Brasil–Estados Unidos, o número nominal pode sugerir que R$0,80 lá em 1994 é um câmbio mais forte, mas se você trouxer esse número para hoje, dá mais de R$2,50. Ajusta isso pelo diferencial de inflação e dá um câmbio de mais de R$2,50. Então, o R$1,60 que tivemos em algum ponto de junho e um câmbio médio de R$1,67 no ano é simplesmente o câmbio mais apreciado. Você tem isso com uma conjugação com porto incentivado e crise econômica na Europa. É um cruzamento de fator muito pesado, que ainda afeta um pouco o desempenho do 1T, mas acho que esses fatores têm evoluído positivamente. Vemos uma perspectiva positiva para o resto do ano. Christian Audi: Obrigado, Fadigas. Só um follow-up: do ponto de vista da pressão das importações, seus comentários foram bem claros e parecem positivos com relação à potencial aprovação dessa dinâmica de importação nos portos. Mas se isso não acontece, vocês têm um plano B? Como você lidaria com um cenário no qual isso não passa pelo Congresso e vocês estão tentando pegar de volta o market share que foi perdido para as importações no ano passado? O que mais vocês podem fazer para que isso ocorra, caso o Senado não aprove isso?

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Carlos Fadigas: Christian, você vai me permitir lhe dar uma resposta um pouco mais estrutural. Seria exatamente o meu comentário final no call, vou aproveitar para antecipar e fazer em relação à sua resposta. Queria comentar três pontos importantes. O primeiro tem a ver com o que a Braskem tem feito e pode fazer dentro de casa. O outro tem a ver com o cenário, exatamente onde se insere sua pergunta de porto; e, por fim, queria comentar um pouco de longo prazo, para terminarmos falando um pouco do que ainda vem por aí no médio e no longo prazo. Vou falar de cenário. Acho que é importante termos muito claro o quanto o cenário atual é atípico. Vou falar de uma experiência pessoal. Estou há 20 anos em petroquímica, e felizmente tenho uma equipe de gente que está a mais de 30 anos em petroquímica, e claramente, o cenário vivido em 2011 e no começo de 2012 é o cenário, do ponto de vista estrutural, mais adverso com o qual já convivemos. Acho que isso pode valer para a indústria brasileira também. Naturalmente, cada indústria tem sua dinâmica. Tem indústria que é menos exposta à importação, outras são menos ou mais intensivas em mão-de-obra. E quem está integrado no setor primário, seja minerador, seja petróleo, claramente se beneficia da elevação do preço desses produtos. Mas de maneira geral, eu já comentei de câmbio, não vou me estender muito nisso, mas é claro que o câmbio mais forte da história dos últimos 18 anos – e com todo respeito ao que veio antes dos últimos 18 anos, o mundo era diferente lá atrás, então eu acho que é o cenário de câmbio mais apreciado que podemos levar em consideração na história recente da indústria brasileira. A crise nos países desenvolvidos, e aí especialmente na Europa, veio conjugada com o momento no qual, entre Primavera Árabe e tensão no Irã, não tivemos a matéria-prima cedendo. Lá atrás, em 2008, quando tínhamos um cenário de crise que afetava demanda, isso afetou também o preço de matéria-prima. Todo mundo lembra que petróleo despencou. Vou lembrar que a nafta veio para US$290/tonelada, e ela está hoje em US$1070/tonelada. Então, tem aí a convergência de uma crise que afeta demanda e faz, inclusive, com que as petroquímicas da Europa e Estados Unidos joguem produtos para os países em desenvolvimento. E lá atrás, em 2008, mesmo em uma crise mais aguda, foi possível termos uma margem melhor porque a matéria-prima desceu; e a matéria-prima não desceu, não caiu de preço desta vez exatamente pelos fatores que sustentam o preço de petróleo, e aí, por conseguinte, sustentam o preço de nafta também. Então, tem um elemento de crise econômica com viés diferente de 2008 para 2009, que é importante levar em consideração. Já conversamos de porto, não vou me estender muito nisso. Acho só que é importante compararmos a posição do Brasil com a postura dos Estados Unidos, que deixou sua moeda desvalorizar para poder defender a indústria local; com China, que atrelou sua moeda à americana para defender sua indústria local. Neste exato momento, a indústria petroquímica e química americana está mobilizada para impedir a exportação de gás nos Estados Unidos e manter o preço de gás norte-americano baixo, como um elemento para fomentar a indústria americana; gás nos Estados Unidos hoje está US$0,0217 por milhão de BTU e no Brasil está US$0,13. De US$0,0217 para US$0,13.

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É óbvio que remunera quem quiser liquefazer o gás e trazê-lo para o Brasil, ou para o Japão, ou para a Ásia. Por que isso não acontece? Porque tem uma mobilização hoje de política industrial norte-americana para manter o gás nos Estados Unidos em benefício do renascimento da indústria americana. Em relação à indústria química, qualquer indústria que use energia, e o gás é usado para gerar energia, está se beneficiando disso. É nesse cenário de política industrial americana, política industrial chinesa, que o Brasil consegue 10% de subsídio para importação de produto. Pressão por mão-de-obra. Agricultura e serviço colocam pressão em mão-de-obra. Dissídios do ano passado, tem vários anos que vêm acima da inflação. Fico feliz pelos trabalhadores brasileiros, acho que é positivo para a economia brasileira, e é negativo para a indústria. O dissídio médio de mais de 8% para a indústria, quando a inflação foi 6,5%, compõe também um cenário que coloca pressão na produção brasileira. Então, eu não quero ficar me estendendo demais pelo cenário, mas o cenário exige muita atenção. E eu digo que tenho até certa satisfação de dizer que a Braskem em 2011 gerou um EBITDA 3% menor que no ano anterior, submetido exatamente a esse cenário. Tendo esgotado a parte de cenário, eu acho que tem uma parte que nós estamos fazendo dentro de casa, e eu vou comentá-la na sequência, mas o Governo também tem que se mexer. Nós passamos por um governo que tratou da política de estabilização da inflação lá atrás, nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso, e um governo do Lula que tratou da agenda social; o governo Dilma tem uma agenda de gestão da máquina pública importante para fazer, e tem feito. Mas precisa seguir adiante. Felizmente, temos um BNDES que ajuda a circular a política industrial, nós temos um MDIC que está em sintonia com a indústria brasileira, nós temos uma Fazenda que está em sintonia com a indústria brasileira; o posicionamento do Guido Mantega dois dias atrás no cenário deixou isso claro, e acho que eles estão vendo esse cenário que descrevi para vocês, e estão se mexendo. E tem que continuar se mexendo, sim. Nós estamos em um momento extraordinário, no qual política industrial para o Brasil é absolutamente fundamental, e está na base do País que queremos construir. Nós não temos nenhuma grande economia à nossa frente – o Brasil é a sexta maior economia do mundo – que não tenha uma indústria forte. O Brasil não pode virar uma fazenda, um grande produtora de alimento. Aliás, isso é o que era o Brasil na época de colônia, e nem pode ter uma agenda de exportar petróleo. Felizmente, o pré-sal é uma boa notícia. Acho que não podemos ser uma agenda de Nigéria, que é o maior exportador de petróleo da África e tem 70% da população abaixo da linha de pobreza, porque não tem uma indústria para agregar valor a essa matéria-prima internamente. Falei demais do cenário. Deixe-me passar um pouco para o nosso dever de casa. A Braskem tem feito esse dever de casa. Nós falamos de sinergia, e eu entendo que às vezes um analista ou outro diz “mas o ritmo diminuiu. Onde está essa sinergia?”. Vou lembrá-los que, antes de a Braskem comprar a Quattor, a Braskem deu R$2 bilhões de EBITDA e a Quattor deu R$400 milhões, porque a Quattor não tinha tido tempo de capturar sinergia. Isso significa que R$3,7 bilhões de EBITDA teria sido R$400 milhões menor se não fosse a captura de sinergia? Sim, teria sido. E isso está na base de como reduzimos o EBITDA só 3% dentro do cenário que eu acabei de descrever.

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Então, os R$400 milhões foram capturados. Nós vamos trabalhar para capturar R$500 milhões no ano de 2012, e acho que a Braskem, a Odebrecht e a Petrobras estavam certas quando defenderam a criação de uma empresa petroquímica nacional grande, forte, capaz de conviver nesse cenário, e é graças a isso que temos uma empresa rodando com EBITDA positivo e investindo. Sinergia faz parte disso. Captura de custo fixo. Você olha a linha de despesa administrativa de Braskem, em um ano de 8% de mão-de-obra e 6,5% de IPCA, nosso custo ficou flat. E aí não dá para pegar a despesa variável de vendas, porque ela varia com o volume de exportação, tem que pegar a parte administrativa para dar uma olhada. Como você mantém um custo fixo da companhia flat em um cenário de 6,5% a 8% de inflação? Fizemos um programa ambicioso de custos fixos, cortamos mais de R$160 milhões de custos fixos na virada de 2010 para 2011. O analista não vê isso, mas tem que levar em conta que teria crescido pelo menos alguma coisa entre 6,5% a 8%; que teria, por exemplo, R$170 milhões a menos de EBITDA se não tivesse existido esse efeito. Programa Visio, mais de 400 iniciativas implementadas. Implementamos iniciativas de logística, troca de grade, uma série de fatores que foram feitos junto com o cliente para manter o market share. E quando meu concorrente tem 9% de vantagem de custo, você exceder em market share 4 p.p., 5 p.p., o Visio tem a ver com isso, também, e ajudou também nesse dever de casa. Eu mudei a estrutura de atendimento ao mercado. Vocês devem ter acompanhado, saiu no jornal, onde nós tínhamos duas unidades de negócios no Brasil, e nós temos três. O Marcelo Cerqueira está focado agora exclusivamente em PVC; o Luciano Guidolin não tem mais a três resinas. A unidade de polímeros saiu de três para duas resinas, está focada em PP e em polietileno. Então, a mudança da equipe também tem a ver com o momento, e nós vamos evoluir a estrutura de Braskem a depender do momento que estejamos passando. Talvez adiante juntemos de novo, mas neste exato momento manter um vice-presidente mais dedicado é importante, e nós fizemos isso. A parada das centrais, acho que deve nos ajudar este ano; já comentei que se antecipou para o ano passado. Isso vai nos ajudar. Rodamos as centrais com 83% de taxa média de utilização de 2011, e esperamos rodar com mais de 90% este ano. Na central, especialmente as três centrais base nafta, estimamos rodar em uma taxa alta. Na medida em que não tenhamos parada e não tenhamos apagão, isso deve nos ajudar no ano de 2012. Seguimos o investimento; investimos R$2,1 bilhões no ano passado e temos duas plantas rodando este ano. A planta de PVC será fundamental. A Braskem fechou ano passado com um market share em PVC de 46%, porque simplesmente não tinha mais produto para vender no mercado doméstico. Nós não exportamos PVC. E colocar 200.000 toneladas em cima da produção, entre 450.000 e 500.000, é um crescimento de mais ou menos 40%, 45%, e vai nos ajudar também a recuperar market share de PVC e a melhorar a rentabilidade de Braskem. Deixamos de exportar EDC, que é um intermediário, e passamos a vender no mercado doméstico o PVC, e isso deve contribuir. Butadieno também é uma planta importante. Só entra em julho, mas pelo menos entra em julho e é um produto que tem uma margem um pouco mais alta. Então, do ponto de vista do dever de casa, para usar uma expressão do dia-a-dia, a Braskem vem fazendo tudo que ela pode, além de naturalmente estar interagindo e pressionando o Governo e Senado na direção certa, como uma das maiores empresas

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industriais brasileiras, como uma das maiores exportadoras brasileiros, como responsável que ela é por quase um setor inteiro da economia brasileira. A indústria química é o quarto PIB industrial brasileiro, e a Braskem abastece quase todas as outras grandes empresas químicas brasileiras: abastece Rhodia, abastece Dow, abastece Solvay, abastece Elekeiroz abastece Oxiteno, abastece o Grupo Unigel, e vende para todos os setores de transformação brasileiros, mais de 10.000 empresas de transformação. Então, temos um papel legítimo de trabalhar junto com o Governo com a política industrial, e estamos fazendo essa parte. Mas, além disso, no dever de casa nós estamos trabalhando em uma série de iniciativas para que caso não saia porto, seguirmos entre sinergia, redução de custo fixo, relacionamento com cliente nos deals, uma estrutura nova mais dedicada com a quebra em duas vice-presidências, operação das centrais em uma taxa mais alta e duas novas plantas, para produzimos o melhor EBITDA possível. Tendo falado desse cenário e do dever de casa, deixe-me terminar meu comentário falando um pouco do futuro. Eu continuo absolutamente confiante no futuro da petroquímica brasileira. O Brasil tem uma conjunção favorável de três coisas que são difíceis de você achar no mundo hoje. Primeiro, o mercado doméstico é um mercado de quase 5 milhões de toneladas. Você não acha isso na Arábia Saudita, não acha isso em Abu Dhabi, não acha isso no Oriente Médio, você não acha isso em vários locais produtores de matéria-prima. Ao mesmo tempo, temos matéria-prima hoje e teremos muito mais. O Brasil é um país rico em recurso natural, o pré-sal vem confirmando isso. Nossa interação com a Petrobras mostra o quanto nós teremos na costa do Rio de Janeiro, Espírito Santo e até mesmo São Paulo uma coisa parecida com a costa do Golfo em termos de riqueza de gás, em termos de riqueza de nafta, riqueza de condensado e de petróleo. Nós temos matéria-prima, sim, para abastecer esse mercado doméstico, diferente de China, que importa nafta e tem que fazer petroquímica a partir de carvão. E por fim, nós temos a indústria. Nós temos a maior petroquímica das Américas, temos a quinta maior petroquímica do mundo, então nós temos o agente, que é a Braskem, para agir sobre oportunidades do mercado e sobre oportunidades de matéria-prima disponível. É por isso que a Braskem segue firme e forte trabalhando para colocar o Comperj de pé, que vai nos ligar esses três elos: mercado, uma petroquímica forte e matéria-prima. Em 2013 já melhora o ciclo. A expectativa de todas as petroquímicas, inclusive da CMAI, aliás, tem conferência da CMAI na virada de março para abril, é de recuperação de margem mais expressiva, com os ciclo de alta começando em 2013 e atingindo o pico em 2014 e 2015. Então, esse ciclo de alta entre o futuro da petroquímica no Brasil, eu sigo absolutamente confiante. É por isso que a Braskem investiu de R$2 bilhões no ano passado, pretende investir R$1,7 bilhão este ano, e é claro que precisamos que ter as condições de contorno para isso, a exemplo da solução da questão do porto. E para fechar, a parte externa também deve trazer muito boas notícias. Estamos fechando o pacote financeiro com um apoio muito positivo da comunidade financeira internacional, especialmente das multilaterais. Isso é um projeto vital para o México e vital para a Braskem. Na parte de gás, na parte de etano, esse complexo vai rodar a partir de etano, será competitivo, nos dará a liderança no México também, e quando o México

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estiver rodando, e depois quando o Comperj estiver rodando, a Braskem fará PE mais ou menos 50% a partir de nafta e a partir de gás. Mais do que PE competitivo de gás, nós teremos uma empresa com matriz de matéria-prima muito mais equilibrada. Eu queria só terminar deixando esses comentários, que são comentários para reafirmar nosso absoluto comprometimento com a cadeia de plástico, nosso absoluto comprometimento com a petroquímica. Nosso investimento ratifica o que estamos dizendo e eu continuo muito otimista em relação ao futuro. Se o meu primeiro comentário foi bastante explícito e conservador sobre o quanto o cenário é desafiador, eu queria ser também bastante explícito e positivo em relação à minha crença que é de um cenário positivo para a petroquímica no longo prazo. Eu vou aproveitar o espaço de que pelo que nós vimos aqui não tem mais nenhuma pergunta na lista de perguntas, deixar esse como meu comentário final. Agradecer a vocês de novo pelo interesse e pelas perguntas que fizeram, e desejar a vocês um bom dia e, aproveitando que é quinta-feira, já um bom final de semana. Obrigado. Operadora: Obrigada. A teleconferência de resultados da Braskem está encerrada. Desconectem suas linhas, e tenham um bom dia. “Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de Relações com Investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.”