Resumo - 10º Ano - Osmorregulação

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Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova Biologia e Geologia 10º Ano Resumo OSMORREGULAÇÃO Osmorregulação é o processo que permite a manutenção do equilíbrio de água e sais no organismo. animais osmoconformantes e animais osmorreguladores. Tipo de organismos Características Exemplos Animais osmorreguladores ou osmorregulantes ou ainda homeosmóticos (animais que regulam a concentração dos sais dos seus fluídos corporais) - Nestes animais, a osmorregulação permite a manutenção da pressão osmótica do fluido intersticial independente das variações da pressão osmótica externa. Não toleram variações osmóticas, mantendo o seu meio interno numa notável “constância osmótica”. - Mantêm a diferença entre o meio interno e o ambiente através do transporte activo, com gasto de energia. A maioria dos vertebrado s. Animais osmoconformantes - São os que não apresentam a capacidade de controlar a sua pressão osmótica interna, a qual por isso, varia conforme a pressão osmótica externa. - São todos marinhos, embora nem todos os seres A maior parte dos invertebra dos marinhos. Página 1 de 8

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Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova

Biologia e Geologia

10º Ano

Resumo

OSMORREGULAÇÃO

Osmorregulação é o processo que permite a manutenção do equilíbrio de

água e sais no organismo.

Há animais osmoconformantes e animais osmorreguladores.

Tipo de organismos Características Exemplos

Animais osmorreguladores ou osmorregulantes ou ainda homeosmóticos (animais que regulam a concentração dos sais dos seus fluídos corporais)

- Nestes animais, a osmorregulação permite a manutenção da pressão osmótica do fluido intersticial independente das variações da pressão osmótica externa. Não toleram variações osmóticas, mantendo o seu meio interno numa notável “constância osmótica”.- Mantêm a diferença entre o meio interno e o ambiente através do transporte activo, com gasto de energia.

A maioria dos vertebrados.

Animais osmoconformantes

- São os que não apresentam a capacidade de controlar a sua pressão osmótica interna, a qual por isso, varia conforme a pressão osmótica externa.- São todos marinhos, embora nem todos os seres marinhos sejam osmoconformantes ou poiquilosmóticos.

A maior parte dos invertebrados marinhos.

A osmorregulação requer a troca de sais e de água entre o meio intercelular e o

meio externo de modo a compensar os ganhos ou as perdas inconvenientes.

Nota: Quando duas soluções do mesmo solvente (ou uma solução e o seu

solvente) são separadas por uma membrana semipermeável, ocorre a difusão do

solvente, de modo a que as duas soluções fiquem com a mesma concentração. A este

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fenómeno, dá-se o nome de osmose. Embora a membrana semipermeável permita a

passagem de solvente nos dois sentidos, a tendência é a de o solvente da solução mais

diluída passe para a mais concentrada. Assim pressão osmótica é a pressão que se

deve exercer sobre a solução para impedir a passagem de solvente de uma solução

para a outra, ou seja, impedir a osmose. A pressão osmótica é tanto maior quanto

maior for a concentração de sais no fluido. Desta forma, pressões osmóticas elevadas

estão associadas a líquidos/fluídos hipertónicos, enquanto pressões osmóticas

baixas estão associadas a líquidos/fluidos hipotónicos. Por outras palavras, a água

desloca-se de locais de baixa pressão osmótica para locais de elevada pressão

osmótica.

Osmorregulação na água do mar

Os animais marinhos estão num meio hiperosmótico em relação aos fluídos

internos e o seu organismo tende a perder água por osmose e a ganhar sais por

difusão.

Os peixes ósseos marinhos possuem fluidos internos hipotónicos (baixa

concentração de soluto), relativamente a água do mar, que neste caso é hipertónica

(alta concentração de soluto).

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As aves marinhas excretam o excesso de sal através das glândulas nasais.

Adaptações dos seres osmorreguladores no meio marinho

Rins reduzidos e aglomerulares.

Excreção de sais pelos rins.

Produção de uma urina muito concentrada (hipertónica).

Excreção de sais por transporte activo pelas brânquias (nas células de cloro).

Ingestão de grandes quantidades de água.

Osmorregulação em ambientes de água doce

Nestes ambientes, os animais tendem a absorver água por osmose, através das

brânquias, e a perder sais por difusão. Esta tendência é contrariada pela eliminação

de água e pela absorção activa de solutos do meio.

Adaptações

dos seres

osmorreguladores no meio dulçaquícolas

Não ingestão de água.

Produção de grandes quantidades de urina.

Rins com glomérulos bem desenvolvidos.

Produção de urina hipotónica.

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Reabsorção de solutos pelos rins.

Absorção de sais pelas brânquias (células de cloro – que transportam sais da

água para o seu sangue).

Osmorregulação em ambientes terrestres

Os mecanismos de osmorregulação nos animais terrestres consistem em conservar

a água. No ambiente terrestre, os animais têm de ingerir água, bebendo-a ou comendo

alimentos aquosos. Têm, também, de evitar a perda de água por dessecação,

desenvolvendo camadas impermeáveis, tais como a concha dos moluscos terrestres, o

exoesqueleto dos insectos ou a camada de queratina da epiderme dos vertebrados

terrestres.

Para os vertebrados terrestres, a osmorregulação consiste em ingerir água e sais

em quantidades suficientes, evitando que essas substâncias faltem ou se acumulem no

sangue. Os rins são os principais órgãos encarregados de manter o sangue na

tonicidade adequada, através da eliminação dos excessos de água, sais e outras

substâncias osmoticamente activas na urina.

Adaptações dos seres osmorregulantes em meios terrestres

Os animais terrestres perdem água por evaporação nas superfícies respiratórias e

na pele e através de fenómenos de excreção urinária e eliminação das fezes. No

sentido de repor estas perdas, estes animais têm de ingerir grande quantidade de

água. Por outro lado, têm de conservá-la, recorrendo a um sistema excretor muito

eficiente.

Eis algumas adaptações:

Redução glomerular que resulta numa redução das taxas de filtração da água.

Reabsorção de água filtrada nos sistemas excretores.

Produção de urina hipertónica (os mamíferos dispõem de mecanismos

hormonais que ajudam a regular o volume de fluidos no corpo).

Produção de substâncias azotadas com baixa solubilidade (ureia) ou mesmo

osmoticamente inactivas (ácido úrico).

Ingestão de grande quantidade de água.

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Excreção activa de sal em estruturas especializadas – glândulas de sal nas aves

aquáticas.

Os animais do deserto têm ansas de Henle extremamente longas a fim de se

dar uma reabsorção total de água e não haver perdas deste líquido na

excreção.

Os répteis e aves excretam ácido úrico devido à sua grande actividade e perda

de água por transpiração. Para além disso, como são animais ovíparos e

amniotas, a acumulação de ácido úrico no alantóide não põe em risco a

sobrevivência do embrião.

Osmorregulação e excreção nos protistas

Os protistas marinhos são, normalmente, isotónicos em relação ao líquido

envolvente – não têm problemas de osmorregulação, pelo que não apresentam

vacúolos contrácteis ou têm-nos reduzidos.

Os protistas dulçaquícolas estão rodeados de um meio hipotónico, a água tem

tendência de entrar para o organismo por osmose. Apresentam vacúolos contrácteis

para expulsar esse excesso de água.

Controlo dos mecanismos de osmorregulação

No ser humano, a osmorregulação é conseguida à custa de mecanismos de

retroalimentação negativa em que intervém a hormona antidiurética (ADH). A

regulação da pressão osmótica do meio interno é controlada através de intervenção

dos sistemas hormonal e nervoso.

Se a pressão osmótica do sangue aumenta (o meio fica mais hipertónico), os

osmorreceptores do hipotálamo conduzem à libertação de ADH, o que vai aumentar a

permeabilidade dos tubos uriníferos, o que provoca um aumento de reabsorção de

água pelos capilares sanguíneos (a urina torna-se mais concentrada).

Se a pressão osmótica no

sangue baixa (o meio fica mais

hipotónico), devido a um

excesso de água nos fluidos

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circulantes, a hipófise é inibida de libertar ADH, o que vai provocar uma diminuição de

permeabilidade dos tubos uriníferos, o que conduz à libertação de urina mais diluída e,

portanto, uma maior perda de água.

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