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A DINÂMICA DA POPULAÇÃO NO MUNICÍPIO DE QUEDAS DO IGUAÇU

Autora: Leoni Terezinha Lusitani1

Orientador: Lisandro Pezzi Schmidt2

Resumo

O presente artigo tem como objetivo compreender a organização espacial e a dinâ-mica da população no município de Quedas do Iguaçu. A problemática surgiu de uma dificuldade encontrada em sala de aula do Colégio Estadual Padre Sigismundo, de Quedas do Iguaçu, principalmente de alunos oriundos da zona rural e que fre-quentam o período vespertino. Percebe-se que parte desses alunos têm pouco inte-resse em estudar e permanecem por vários anos no colégio, reprovam, abandonam e, no ano seguinte, renovam sua matrícula até que desistem sem terminar o Ensino Médio. A proposta da intervenção pedagógica foi para que os alunos, depois de te-rem compreendido porque ocorreu e ocorre o êxodo rural, isto é, a saída do homem do campo, concluíssem seus estudos e não abandonassem definitivamente a zona rural e que busquem alternativas de sobrevivência no mesmo. O abandono do cam-po e do estudo provoca o desemprego e leva ao emprego informal e, muitas vezes, às drogas, prostituição e à violência. A implementação do Projeto de Intervenção realizou-se no segundo semestre de 2011, com uma turma do segundo ano do En-sino Médio do Colégio Estadual Padre Sigismundo de Quedas do Iguaçu.

Palavras-chaves: urbanização; indústria: agricultura; recursos didáticos.

Introdução

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica da Secretaria de Estado do

Paraná – DCEs (2008) definem o papel da escola de formas diferenciadas. De acor-

do com as DCEs (2008, p. 14) “da perspectiva das teorias críticas da educação, as

primeiras questões que se apresentam são: Quem são os sujeitos da escola públi-

ca? De onde eles vêm? Que referencias sociais e culturais trazem para a escola?”

1 Professora de Geografia da rede pública do Estado do Paraná, em Quedas do Iguaçu, Núcleo de Educação de

Laranjeiras do Sul, participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. 2 Docente do Departamento de Geografia da UNICENTRO, Guarapuava – PR.

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Neste caso, fala-se dos alunos do Colégio Estadual Padre Sigismundo de

Quedas do Iguaçu, do qual uma parcela significativa é oriunda da zona rural do mu-

nicípio. Muitos repetem a série até mais de uma vez e outros acabam desistindo. A

causa seria a questão econômica de Quedas do Iguaçu? Segundo as DCEs (2008),

um sujeito é resultado de seu tempo histórico, das relações sociais em que está in-

serido, um sujeito único, que atua no espaço a partir do modo como o compreende.

Ainda de acordo com as DCEs (2008, p. 14) “ao definir qual formação se quer pro-

porcionar a esses sujeitos, a escola contribui para determinar o tipo de participação

que lhes caberá na sociedade”. Por isso, os sujeitos oriundos principalmente dos

grupos sociais menos favorecidos, urbanos e rurais, de diferentes origens étnicas e

culturais, devem ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade e sistema-

tizado pela escola.

É importante promover uma aprendizagem significativa e contextualizada a

partir dos conteúdos relacionados nos saberes escolares e, neste contexto, a forma-

ção e a (re)organização do espaço de Quedas do Iguaçu. Para o aluno compreender

a organização do espaço do seu município fez-se necessário a compreensão de al-

guns conceitos que são pré-requisitos como urbanização, êxodo rural e a dinâmica

da população.

As DCEs (2008) propõem que o ensino da disciplina de Geografia deve

permitir que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais e compreendam o

processo de produção e transformação do espaço geográfico. Para que isso ocorra,

os conteúdos devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a

realidade próxima e também distante dos alunos. Por isso, os alunos participaram

das pesquisas dos conteúdos abordados durante o segundo semestre de 2011 e

tiveram oportunidade de expressar suas ideias, de ouvir a dos colegas para chegar a

uma compreensão do conteúdo. Também tiveram oportunidade de entrevistar pes-

soas para buscar informações e compreender qual(ais) seria(m) a(s) causa(s) da

dinâmica da população em Quedas do Iguaçu.

Segundo as DCEs (2008) de Geografia, ao invés de simplesmente apresen-

tar o conteúdo que deverá ser trabalhado, aconselha-se que o educador crie uma

situação que provoque e que instigue o educando a ter interesse e curiosidade em

buscar o conhecimento, pois o trabalho de ensinar corresponde à tarefa de transmitir

a cada nova geração os usos e costumes herdados da sociedade em que se vive.

Segundo Gikovate (2001, p. 17), “as crianças não nascem boas ou más, porém va-

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zias de informações e com certas predisposições biológicas que podem facilitar ou

dificultar o processo educacional”. Por isso, o professor precisa instigar a curiosida-

de e o interesse de seus alunos para que realmente ocorra o processo ensino-

aprendizagem.

A proposta da intervenção pedagógica foi para que os alunos, depois de te-

rem compreendido porque ocorreu o êxodo rural, isto é, a saída do homem do cam-

po, concluíssem seus estudos e não abandonem definitivamente a zona rural e que

busquem alternativas de sobrevivência no mesmo. O abandono do campo e do es-

tudo provoca o desemprego e leva ao emprego informal. Isso não quer dizer que

esse trabalho não seja digno, mas nem sempre supre as necessidades básicas.

A implementação do Projeto de Intervenção realizou-se no segundo semes-

tre de 2011, com uma turma de Segundo Ano do matutino, 2º “A”, do Ensino Médio

do Colégio Estadual Padre Sigismundo, na cidade de Quedas do Iguaçu. A turma é

formada por 21 alunos entendida como uma turma de Bloco e não de Série. No Blo-

co, a grade curricular é contemplada com quatro aulas semanais, o que favoreceu o

desenvolvimento do projeto.

A maior parte da implementação foi aplicada na sala de aula, uma vez que

os conteúdos faziam parte da grade curricular do referido ano. Fora das aulas foram

feitas as pesquisas bibliográficas e as pesquisas de campo.

A dificuldade encontrada para a elaboração da atividade de intervenção na

escola é que existe pouco material para pesquisa com relação ao município de Que-

das do Iguaçu. Em contrapartida, o êxito do trabalho desenvolvido deve-se ao fato

que os alunos, por meio das pesquisas bibliográficas e nos materiais encontrados e

de campo, conseguiram compreender um pouco melhor como ocorreu a ocupação,

a organização e a (re)organização do espaço geográfico em que vivem. Além disso,

o material produzido poderá ser usado por outros professores em outras escolas do

Paraná, adaptando-o a suas realidades.

1 Materiais e Métodos

Para a implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica foi elaborado

material didático, formado por conceitos relativos à urbanização, êxodo rural e à di-

nâmica da população do município de Quedas do Iguaçu.

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Como o objetivo do projeto está relacionado aos jovens desse município

que não completam seus estudos e, na maioria das vezes, quando chega a época

de garantir o seu sustento, precisarão ir buscá-lo em outros municípios ou até esta-

dos, fez-se necessário o conhecimento de tais conteúdos.

Para iniciar a implementação, como motivação, passou-se um vídeoclipe

intitulado “Obrigado ao Homem do Campo”. A partir do videoclipe, iniciou-se um de-

bate, inclusive com a participação de uma pedagoga que tinha sido convidada para

participar, questionando-se:

- O que representa o homem do campo?

- Quem produz os alimentos e matérias-primas utilizadas na cidade?

- Será que a maioria da população do mundo, Brasil, Paraná e Quedas do

Iguaçu vivem na zona rural?

Inicialmente, a reação dos alunos ao assistirem ao videoclipe foi de descaso,

indiferença, pois observou-se que a música não correspondia a realidade. Na repeti-

ção do videoclipe percebeu-se que a atenção dos alunos foi aumentando. Quando

chegou a hora do debate, a maioria estava interessada em participar e passaram a

perceber e entender de onde vem o alimento e a matéria-prima dos produtos que

consumimos. Sabe-se que a maioria dos alimentos que consumimos hoje é industri-

alizada, que são poucos os alimentos que se consome “in natura”. Entretanto, esses

alimentos e as matérias-primas que serão transformadas posteriormente em produ-

tos industrializados tiveram sua origem no campo, isto é, foram produzidos por agri-

cultores, geralmente em pequenas propriedades.

Na aula seguinte, foi aplicado um pré-teste (Anexo I). Nesta aula estavam

presentes 19 alunos. Percebeu-se certa dificuldade dos alunos para o entendimento

do conceito urbanização. A maioria soube explicar o que é migração, porém poucos

conheciam os tipos de migração; alguns sabiam o que significa êxodo rural, mas

muitos não sabiam que esse fenômeno ocorreu e ainda ocorre no município (Tab. 1).

Tabela 1 – Pré-teste com alunos da 2ª Série “A” do CEPS

Nº da Questão Nº de acertos %

01 0 0,0

02 2 10,5

03 12 63,0

04 9 47,0

05 8 42,2

Org.: Lusitani (2011)

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Com o pré-teste foi possível diagnosticar quais foram os conteúdos que os

alunos apresentaram maior dificuldade.

Na terceira aula da implementação partiu-se para a pesquisa bibliográfica.

Os alunos foram divididos em grupos. O grupo 1 pesquisou sobre urbanização; o

grupo 2, sobre migrações; o grupo 3, êxodo rural e o quarto grupo, sobre a dinâmica

da população no Brasil, pois a de Quedas do Iguaçu estava no material didático e

em breve os alunos teriam acesso. Para a pesquisa foi utilizado o laboratório do Pa-

raná Digital do próprio colégio.

Exigiu-se uma apresentação escrita de forma científica, com capa, introdu-

ção, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas. Os alunos entregaram

o trabalho escrito após a apresentação oral. Houve interesse significativo por parte

da maioria dos alunos. Apresentaram o seminário com domínio de conteúdo e com

tranquilidade. Usaram também a TV Pen Drive para mostrar dados, tabelas, vídeos,

entre outros.

Depois de realizado o trabalho de apresentação, foi o momento de entregar

aos alunos o material didático elaborado como parte do Programa de Desenvolvi-

mento Educacional – PDE em forma de apostila. Com os alunos organizados em

círculo na sala, iniciou-se a leitura do material didático, onde os alunos tiveram opor-

tunidade de comparar o que eles explicaram com as ideias de vários autores sobre

os conceitos que foram estudados. Os alunos ficaram surpresos com o conteúdo

referente ao município de Quedas do Iguaçu, pois a maioria não tinha conhecimento

dos dados populacionais e econômicos do município.

Após a explicação e leitura de todo o material didático, foi aplicado um teste

com as mesmas questões do pré-teste (Anexo I). O resultado melhorou bastante,

como pode ser verificado na tabela 2 e gráfico 1.

Tabela 2 – Teste com alunos da 2ª Série “A” do CEPS

Nº da Questão Nº de acertos %

01 17 81

02 15 71

03 20 95

04 17 81

05 21 100

Org.: Lusitani (2011

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Gráfico 1 – Pré-teste e Teste com alunos da 2ª Série “A” do CEPS.

Org.: Lusitani (2011)

A etapa seguinte foi uma pesquisa de campo. De acordo com a história do

município de Quedas do Iguaçu, a maioria das pessoas que ocupou a Colônia Jago-

da era imigrante. Como existem pioneiros, foi solicitado aos alunos que participaram

do projeto de intervenção pedagógica que entrevistassem alguns deles. (Anexo II).

Dessa pesquisa participaram apenas oito alunos, os demais se recusaram.

Percebeu-se que todos os entrevistados são imigrantes, nenhum nasceu no municí-

pio, sendo três do Rio Grande do Sul (municípios de Lagoa Vermelha, Viadutos e

Gaurama); dois do Estado do Paraná (Paraíso e Fernandes Pinheiro); dois de Santa

Catarina (Campos Novos e Sombrio) e um da Polônia.

A outra pesquisa de campo foi realizada pelos alunos no site do Instituto Pa-

ranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - IPARDES, em Cadernos Esta-

tísticos do Município de Quedas do Iguaçu, ano 2010. Dezenove alunos pesquisa-

ram e responderam ao questionário sobre dados do município de Quedas do Iguaçu

(Anexo III).

Depois que os alunos responderam ao questionário, foi passado a eles ou-

tras questões para que refletissem sobre os dados pesquisados (Anexo IV).

É importante mencionar que os alunos trabalharam com a Pirâmide Etária de

Quedas do Iguaçu. Fizeram trabalho como parte da avaliação do segundo semestre

de 2011, durante a implementação do projeto de intervenção pedagógica. Os dados

sobre as faixas etárias foram pesquisados no site do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística – IBGE. A partir dos dados, organizaram a pirâmide etária do município.

0

17

2

15

12

20

9

17

8

21

0

5

10

15

20

25

questão 1 questão 2 questão 3 questão 4 questão 5

Pré-teste

Teste

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Eles tiveram conhecimento da estrutura da pirâmide quando estudaram o material

didático, junto ao conteúdo dinâmica da população brasileira.

Depois das pesquisas realizadas e dos conteúdos debatidos, da entrevista

concretizada, os alunos produziram um jornal com informações socioeconômicas de

Quedas do Iguaçu, curiosidades, piadas, fotos antigas, entrevistas, etc. O objetivo

da produção do jornal foi o de socializar as informações obtidas sobre Quedas do

Iguaçu, uma vez que existem poucas fontes bibliográficas sobre o município. A mai-

or parte das informações foi retirada dos sites do IPARDES e do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística - IBGE. Esse jornal foi disponibilizado à comunidade esco-

lar do Colégio Estadual Padre Sigismundo. Devido aos custos com impressão, para

as escolas e outras pessoas que demonstraram interesse, foi enviado via e-mail.

No segundo semestre de 2011 também foi realizado o Grupo de Trabalho

em Rede – GTR, on-line pela plataforma Moodle/e-escola. O GTR constitui uma das

atividades da Turma do PDE/2010 e caracteriza-se pela interação a distância entre o

Professor PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual, cujo objetivo é a

socialização e discussão das produções e atividades desenvolvidas.

O GTR dividia-se em três temáticas: a primeira caracterizada pela apresen-

tação do Projeto de Intervenção Pedagógica. Nessa temática os professores conhe-

ceram o teor do projeto, participaram dos fóruns e do diário postando suas ideias; a

segunda temática foi a apresentação da Produção Didático-Pedagógica, na qual os

professores inscritos tiveram oportunidade de conhecer o material e tecer suas críti-

cas e sugestões; e a terceira temática foi a implementação do projeto no Colégio,

para o qual foi postado o passo a passo da aplicação do mesmo.

2 Referencial Teórico

O objetivo da pesquisa foi compreender a dinâmica da população no municí-

pio de Quedas do Iguaçu com relação a alguns aspectos da população e identificar

reflexos das transformações econômicas no espaço urbano e rural, para poder en-

tender porque alguns jovens quedenses não estão motivados para concluir seus es-

tudos.

Para iniciar o trabalho buscou-se pesquisar alguns conceitos (Anexo I). Com

relação ao conceito urbanização, os alunos que participaram da implementação do

projeto concluíram que foi um longo processo que ocorreu devido à Revolução In-

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dustrial, porque houve o deslocamento das pessoas do campo para as cidades.

Quanto ao êxodo rural, deve-se a busca de empregos nas indústrias e, dessa forma,

melhorar as condições de vida. Concluíram que em Quedas do Iguaçu também ocor-

reu o êxodo rural, obviamente depois de mais de dois séculos.

A partir de 1970, o processo de urbanização se acelerou no Brasil, quando a

população urbana ultrapassou à rural. Com relação a essa afirmativa Moro (1998, p.

36) relata que no Paraná não foi diferente: “de uma situação majoritariamente rural

em 1970, a população paranaense evoluiu para uma situação predominantemente

urbana em 1991”.

Moreira (2008, p. 470) chama de processo de urbanização a transformação

de espaços naturais e rurais em espaços urbanos, concomitantemente à transferên-

cia em larga escala da população do campo para a cidade.

O êxodo rural é uma consequência da urbanização. Ainda continuando com

as ideias de Moreira (2008, p.15), os migrantes que se mudam na maior parte dos

casos, se deslocam para as cidades em condições incertas, “consequência de uma

política agrária que modernizou o trabalho do campo e concentrou a posse da terra”.

Esse processo ocorreu associado a uma industrialização que se concentrava nas

principais metrópoles e que, por isso, tornavam-se atrativas, culminando no proces-

so de urbanização.

Com relação às migrações e tipos de migrações, concluiu-se que migração é

o deslocamento de pessoas de um local para outro, o qual pode ser mudança de

cidade, de região, estado, país ou continente e que existe vários tipos de migração,

como: interna, externa, intercontinental, ultracontinental. É interna quando o deslo-

camento ocorre dentro do país; externa quando ocorre o deslocamento para outro

país; intercontinental quando o deslocamento ocorre para outro continente e ultra-

continental quando ocorre dentro do mesmo continente. Nesse sentido corrobora

Damiani.

Os estudos geográficos sobre migrações envolvem uma perspectiva histórica ampla e acompanham o fenômeno desde a Antiguidade até nossos dias. O fenômeno do povoamento não poderia ser compreen- dido sem as migrações. Considera-se desde migrações intercontinen- tais - detendo-se especialmente, pelo seu volume, na emigração eu- ropeia, do final do século XIX às primeiras décadas do século XX – até as migrações a curta e média distâncias, mais frequentes. [...] Entre as afirmações genéricas, está a de definir-se como causa per- manente das migrações a pressão demográfica, fruto de um rendi- mento na área de origem, cujo aumento não acompanha o da popu-

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lação. Desse mesmo cunho, são definições que imputam à maior Fe- cundidade rural o êxodo rural, não esclarecendo as condições históri- cas do processo de expropriação (DAMIANI,2011, p. 61e 62).

Para Santos (2010, p. 209) existe uma desagregação do lugar onde os tra-

balhadores vivem e o trabalho, pois “amplia-se a população voltada para atividades

rurais residentes em áreas rurais com atividades na cidade”. Ainda de acordo com o

mesmo autor, as cidades grandes, “por sua composição orgânica do capital e do

espaço, continuam a acolher populações pobres e despreparadas”. Em onze anos,

“entre 1985 e 1996 todas as regiões brasileiras perderam população agrícola”

(SANTOS, 2010, p. 210). Essa perda foi causada pela mecanização e posteriormen-

te pela evolução da ciência aplicada à zona rural. Afirma ainda Santos (2010, p. 211)

que “em termos absolutos, a população rural no Brasil diminuiu a partir de 1970”.

Conforme Santos (2010, p. 213) é a partir de meados do século XX, que se

observa um aumento no movimento migratório do Brasil. Dessa maneira, ocorre com

maior intensidade uma miscigenação da população.

Em 1980, 11,5 milhões de famílias não dispunham de terra ou já não sobre- viviam em pequenas propriedades. Isso significa que um terço da popula- ção, cerca de 40 milhões de pessoas, estava em permanente migração, tentando fixar-se no campo, mas frequentemente não o conseguindo. É um novo patamar do êxodo rural, devido a uma combinação explosiva de uma estrutura fundiária arcaica em zonas agrícolas tradicionais e da moderniza cão capitalista do campo em zonas dinâmicas e em áreas de colonização agrícola e de ocupação recente (SANTOS, 2010, p.214).

Para Santos (2010, p. 279), ao fenômeno do êxodo rural acrescenta-se o

êxodo urbano. Pois, “técnicas da produção e da circulação e o uso de novos meios

de transporte e informação permitiram a uma boa parcela da população vencer as

mesmas distâncias em tempo menor” (SANTOS, 2010, p. 279).

Continuando as ideias de Santos (2010, p. 280) “graças às facilidades de

transporte e também às novas formas de organização do trabalho agrícola, um nú-

mero considerável de trabalhadores na agricultura vive na cidade, que se torna um

reservatório de mão de obra”. Verifica-se uma migração de “gente pobre proveniente

de áreas rurais modernas, de áreas tradicionais e de outras áreas urbanas” (SAN-

TOS, 2010, p. 286).

De acordo com Moreira (2008, p. 471), a taxa de urbanização mundial era de

38 % em 1975, 48 % em 2001, com previsão de 54 % para o ano de 2015. No final

do século XVIII, no início da Primeira Revolução Industrial, essa taxa não passava

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de 3 %. A urbanização se acelerou com o processo de industrialização. Contudo,

somente nesta primeira década do século XXI, a população urbana mundial deverá

superar o índice de 50 %.

Continua Moreira (2008, p. 471) no censo do ano 2000, o Brasil tinha 81,2 %

de população urbana e 18,8 % de população rural. O censo de 1940, o primeiro a

dividir a população brasileira em rural e urbana, registrou 31,1 % de brasileiros vi-

vendo nas cidades. De acordo com o IBGE (2011), o censo de 2010 registrou

190.732.694 pessoas, ocorrendo um crescimento de 12,3 % em relação ao censo de

2000. Houve também aumento da população urbana com taxa de 84 % vivendo nas

cidades contra 16 % vivendo na zona rural.

Para Moreira (2008, p. 472), a urbanização será uma das tendências demo-

gráficas mais importantes do século XXI e cada vez mais a população mundial deve

se concentrar nas cidades. O fenômeno da urbanização analisado pelos estudiosos,

é bastante desigual, uma vez que existem regiões e países muito urbanizados e ou-

tros ainda predominantemente rurais, porém em processo de urbanização.

De acordo com os autores, o processo de urbanização é irreversível. A mai-

oria rural persiste ainda nos países exclusivamente dependentes da produção agrí-

cola e pecuária, onde praticamente não existe estrutura industrial e a mecanização

das atividades agrícolas acarretará o abandono do campo por muitos trabalhadores.

Atualmente, os países mais urbanizados do mundo são os desenvolvidos e indus-

trializados.

Nos países subdesenvolvidos, a urbanização tem se acelerado mesmo sem

a ocorrência simultânea de industrialização. Nos países desenvolvidos e, em alguns

emergentes, tem havido um processo de transferência de indústrias das grandes

para as médias e pequenas cidades, promovendo uma descentralização urbano-

industrial. O setor que mais cresce atualmente, principalmente nas grandes cidades

é o de serviços. Como resultado dessas transformações, pode-se dizer que nas re-

giões do mundo consideradas modernas, já não dá para estabelecer a clássica divi-

são entre campo e cidade. De modo geral, com a globalização, pode-se dizer que as

cidades, apesar das diferenças de tamanho, de estilo arquitetônico, de idade, de

funções que exercem, tendem a ficar cada vez mais semelhantes no que tange a

sua organização.

Com relação à questão Quedas do Iguaçu ser um município de atração ou

repulsão, concluiu-se que é um município de repulsão. Chegou-se a essa conclusão

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porque no município existe pouco emprego, isto é, não há emprego para todos os

quedenses e, por isso, muitos migram para outros estados ou até mesmo países em

busca de melhores condições de vida.

Segundo Moreira (2008, p. 472) alguns fatores condicionam a urbanização,

ou seja, a transferência de população, ao longo da história, da zona rural para a zo-

na urbana: os atrativos, que movem as populações para as cidades, e os repulsivos,

que as repelem do campo. E acrescenta-se que atualmente não é só a zona rural

que está sendo uma área de repulsão. As pequenas cidades, pouco industrializadas

e que ofertam poucos serviços também estão sendo áreas de repulsão, como é o

caso de Quedas do Iguaçu.

Damiani (2011, p.42) salienta:

Um fato fundamental, nesse movimento de população, é que a migração rural-urbana, quando teve um caráter mais permanente, (isto é, quando o migrante se estabeleceu definitivamente), criou a expectativa de que, na cidade, o migrante teria um emprego, que permanentemente o reproduziria na condição de trabalhador, bem como, a sua família.

Para a autora, dos 40 milhões de migrantes no Brasil, muitos são os que

saem para depois voltar para sua área de origem, muitos o fazem de forma não con-

tínua: trabalhadores rurais que migram por um período de tempo para cidades, em

busca de trabalho na indústria, na construção civil ou no setor de serviços, ou que

migram temporariamente para outras áreas rurais, aproveitando a época da entres-

safra de suas próprias lavouras.

Continua afirmando Damiani (2011) que, esses trabalhadores vivem em si-

tuação de extrema exploração com salários muito baixos e contratos de trabalho ir-

regulares. Sobrevivem porque, geralmente, suas mulheres e filhos ficam trabalhando

na pequena unidade familiar de produção que deixaram. O trabalho agrícola autô-

nomo de suas mulheres e filhos, fadados à doença, à pobreza, ao analfabetismo

permite, portanto, sua superexploração.

Cada vez mais, no Brasil, as pessoas mudam de lugar ao longo da existên-

cia; o número dos que vivem fora do lugar onde nasceram aumenta de ano para a-

no. É só analisar os censos demográficos. Na compreensão de Santos,

Condenar os indivíduos à imobilidade seria igualmente injusto. Mas as mi- grações brasileiras, vistas pelo ângulo de sua causa, são verdadeiras mi- grações forçadas, provocadas pelo fato de o jogo do mercado não encontrar

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qualquer contrapeso nos direitos dos cidadãos. São, frequentemente, tam- bém migrações ligadas ao consumo e à inacessibilidade a bens e serviços essenciais (SANTOS, 2007, p. 60).

Porém, quando os trabalhadores saem de suas cidades em busca de traba-lho em outras, sem ser especializados em determinado serviço, eles vão enfrentar situações muito desagradáveis, poderão até ser incorporados ao mercado de traba-lho, contudo em atividades desqualificados e de baixa remuneração, e passam a viver em favelas, cortiços, em submoradias de modo geral. E os quedenses que se enquadram nessa situação não fogem a regra, padecem das mesmas dificuldades.

3 Resultados e discussões

3.1 Aspectos da população de Quedas do Iguaçu de 1930 a 1970

Para compreender a dinâmica da população de Quedas do Iguaçu é interes-

sante conhecer um pouco de sua história.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

(2011), na década de 1930, o presidente do estado do Paraná, Affonso Alves de

Camargo3, decidiu formar o primeiro núcleo de colonização e povoamento às mar-

gens do Rio Iguaçu. Para efetivação do núcleo, realizou um convênio com represen-

tantes do governo polonês para que a região fosse ocupada e povoada por imigran-

tes poloneses. Para isso, foi organizada uma companhia que recebeu o nome de

Companhia Mercantil Paranaense S/A. Essa companhia, com sede em Curitiba, foi

responsável pela realização do projeto. A colonizadora, sem perder tempo, iniciou a

propaganda sobre a colonização na região, e assim, foram aparecendo os primeiros

imigrantes poloneses, vindos do Rio Grande do Sul e se estabelecendo no núcleo de

colonização.

A colonizadora construiu barracões para abrigar os imigrantes que chaga-

vam e ofereceu a infraestrutura necessária e possível para a época. Para construir

era necessário derrubar os pinheiros (Araucária angustifólia) e abrir clareiras no

meio da mata.

3 Presidente do Estado do Paraná por duas vezes, de 1916-1920 e 1928-1930. Afonso Camargo Neto. Disponível

em http://www.utfpr.edu.br/pontagrossa. Acesso dia 17/06/2011.

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As casas, os barracões eram construídos com tábuas lascadas, aproveita-

das dos pinheiros que derrubavam e o telhado era feito de tabuinha, também lasca-

das. Tudo era muito rústico.

A colônia formada recebeu o nome de Jagoda. Jagoda em polonês significa

fruto e traduzia a esperança dos imigrantes que chegavam que a colônia produzisse

bons frutos.

Os imigrantes vinham do Rio Grande em carroções; a viagem demorava

muitos dias, alguns pioneiros dizem que até meses. Muitas vezes as estradas ti-

nham que ser abertas com utensílios agrícolas, tais como a enxada, machado, foice

e facão, para poder continuar o percurso. A palavra pressa não existia, pois tudo o

que se fazia demorava muito tempo para se concluir. Eles traziam mantimentos para

a viagem, assim como animais domésticos: galinhas, vacas, porcos, cavalos e ou-

tros animais para serem criados na colônia e, dessa forma, garantiam a sua alimen-

tação e também a força animal, que era muito importante para o plantio e para o

transporte dos produtos.

Os primeiros desbravadores da colônia Jagoda acamparam onde se situa a

Praça Pedro Alzides Giraldi. No local em que hoje se localiza a Loja Mânica havia

um casarão, construído pela companhia polonesa. O casarão era o lugar onde os

colonos recebiam assistência, pois em suas dependências havia farmácia, armazém

de secos e molhados, sala de reuniões e outros recursos para suprir as necessida-

des dos moradores da colônia.

A colônia também possuía escola, igreja, matadouro, serraria e era formada

por um grupo de 80 famílias, segundo o IBGE (2011).

As primeiras colheitas foram aparecendo e a companhia colonizadora res-

ponsável pelo comércio, comprava os produtos ali produzidos pelos colonos e os

vendia em Laranjeiras do Sul.

De acordo com o IBGE (2011) a colônia foi elevada a categoria de distrito de

Laranjeiras do Sul pela Lei nº 19 de 28/11/1955 como campo Novo. Campo Novo foi

elevado à categoria de município pela lei estadual nº 5.668, de 18/10/1967, des-

membrando-se de Laranjeiras do sul. Foi oficialmente instalado em 15 de dezembro

de 1968.

Pela lei estadual nº 6.126 de 14 de junho de 1970, o município de Campo

Novo recebeu a denominação de Quedas do Iguaçu.

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3.2 Aspectos econômicos e sociais de Quedas do Iguaçu após 1970

Segundo o IPARDES (2004, p. 23) a mesorregião Centro-Sul do Paraná faz

parte de uma área do chamado ‘Paraná Tradicional’, cuja história de ocupação re-

monta ao século XVII e atravessa os prolongados ciclos econômicos do ouro, do

tropeirismo, da erva-mate e da madeira. A organização espacial da região sempre

foi vinculada às “atividades econômicas tradicionais, de cunho extensivo extrativo,

concentradas nas vastas áreas de campos naturais” (IPARDES, 2004, p.23).

Schmidt (2009, p.89) afirma:

Praticamente, grande parte do território da mesorregião Centro-Sul paraná- ense teve seu desenvolvimento vinculado a uma economia com base primá- ria (agroindustrial) resultando na concentração da terra e da renda, estimu- lado pelos parciais investimentos na área rural. [...] nas pequenas proprie- dades empregou-se mão de obra familiar e tecnologia tradicional.

Cabe ressaltar que o desenvolvimento da região esteve sempre associado à

retirada de recursos da natureza, explorados de forma predatória e rudimentar. Se-

gundo Schmidt (2009) a formação e o desenvolvimento do Terceiro Planalto Para-

naense, deixaram cicatrizes em todo o Centro-Sul, presentes nas relações políticas

e sociais que se estenderam para muitos municípios da mesorregião.

De acordo com o IPARDES (2004) o baixo adensamento populacional da

mesorregião Centro-Sul do Paraná, na década de 1970, tornou-se uma das áreas

menos populosas do Estado. Apresentava a maior parte da população residindo no

meio rural, situação refletida no reduzido grau de urbanização estimado para 24 %,

em 1970, um dos mais baixos do Estado. Segundo Schmidt (2009) até 1970 o cres-

cimento dos municípios da mesorregião Centro-Sul esteve associado às possibilida-

des de sustentação das áreas rurais e, a partir de então, os demais municípios pas-

saram a contribuir como áreas de evasão.

A economia da região estava “assentada na pecuária extensiva e na explo-

ração da madeira, com o predomínio de grandes propriedades agrícolas” (IPARDES,

2004, p.24). A modernização da agropecuária paranaense dos anos 70 foi lenta e

atuou como fronteira interna de ocupação, absorvendo correntes migratórias vindas

de outras regiões do Paraná. A mesorregião Centro-Sul, de acordo com o IPARDES

(2004), entre 1970 e 1980, experimentou a mais alta taxa de crescimento populacio-

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nal, 3 % a.a, acima da taxa estadual. De acordo com Moro (1998) a mesorregião do

Centro-Sul paranaense foi a única do estado a conhecer um pequeno aumento em

sua densidade demográfica, na década de 70. Isso se deve, em parte, a disponibili-

dade de terras ainda não valorizadas pela mecanização agrícola. Essas terras, se-

gundo Moro (1998), serviram de refúgio para os retirantes das regiões vizinhas.

Na década de 1980, a mesorregião Centro-Sul volta a perder população. O

crescimento das áreas urbanas, 8,4 % a.a, só foi inferior ao da mesorregião Oeste, e

das rurais, juntamente com a Centro-Oriental, constituíram os únicos espaços me-

sorregionais a registrarem aumento da população naquela década, embora peque-

no.

A partir de 1990, esse movimento se inverteu, pois aconteceram perdas de-

mográficas no meio rural da mesorregião. As áreas urbanas tiveram expressivo

crescimento populacional, o conjunto da mesorregião do Paraná. Como efeito dessa

dinâmica, a população da região no total do Estado permaneceu pequena e estável

nos últimos trinta anos, porém, cabe salientar, “que em 2000, o Centro-Sul abrigava

uma das mais elevadas proporções da população rural do Paraná, 11,7 %” (IPAR-

DES, 2004, p. 24).

Com as transformações provocadas pela modernização das atividades agrí-

colas, o meio rural da mesorregião apresentou saldos migratórios negativos no

transcorrer das últimas décadas do século XX, expressando o predomínio das per-

das populacionais para fora da região e até do estado, mesmo considerando a en-

trada de fluxos imigratórios vindo de outras áreas do Estado.

Uma característica, segundo o IPARDES (2004, p.30) que distingue a mesor-

região Centro-Sul no âmbito do Estado “relaciona-se ao grande número de assen-

tamentos rurais que, gradativamente, vêm se instalando em seu território”. Na dé-

cada de 1990, muitos dos municípios da mesorregião registraram grandes perdas de

população rural, em contrapartida a um aumento considerável da população urbana.

É provável que grande parte do “crescimento dos centros urbanos da região decorra

do êxodo rural dos entornos, bem como dos efeitos que os assentamentos rurais

geram nas imediações” (IPARDES, 2004, p. 30).

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Cerca de 70 % dos municípios4 da mesorregião ainda não haviam atingido

50 % de urbanização em 2000. De acordo com Schmidt (2009), no decurso da dé-

cada de 1990, a mesorregião Centro-Sul superou os 50 % da população urbana,

registrando o intenso processo de empobrecimento da população, piorando suas

condições de vida.

Segundo Roos (2010, p. 78) o município de Quedas do Iguaçu,

se constitui como um dos símbolos da desigualdade social existente na mesorregião, tanto pelo IDH 0,747 (inferior a média estadual), como pela concentração elevada do índice de famílias pobres, 35,27 %, enquanto a média estadual é de 20,90 %. A população é formada por 19.626 pessoas que vivem na área urbana e 7.738 na zona rural, totalizando um montante de 27.364 pessoas (IBGE, Censo de 2000).

Pelo censo de 2010, a população de Quedas do Iguaçu é formada por

20.987 pessoas que vivem na área urbana e 9.618 na zona rural, totalizando um

montante de 30.605 pessoas (IBGE, Censo de 2011). Isso significa que 68,57 % da

população quedense reside na área urbana e 31,43 na zona rural

Analisando-se os dois censos, a população de Quedas do Iguaçu aumentou

em uma década 3.241 pessoas, sendo 1.361 na zona urbana e 1.880 na zona rural.

Devem-se levar em conta os assentamentos que ocorreram no município.

Continuando as ideias de Roos (2010) a propriedade da terra concentrada e

a existência de muitas famílias expropriadas e expulsas do campo fazem o municí-

pio de Quedas do Iguaçu se destacar nos conflitos por terra na região e no Estado

do Paraná. Quedas do Iguaçu se constitui, assim, como um centro de luta dos cam-

poneses vinculados aos movimentos sociais. O município não se configura apenas

pela forte presença dos movimentos vinculados à luta pela terra rural, pois existe

também a presença de movimentos de luta pela terra urbana, como é o caso do Mo-

vimento dos Sem-Teto.

O fato de Quedas do Iguaçu se constituir como centro de luta dos movimen-

tos sociais “se deve em parte ao processo de ocupação da mesorregião Centro-Sul,

caracterizada pela grande propriedade” (ROOS, 2010, p. 80).

4 São 29 os municípios da mesorregião Centro-Sul: Mato rico, Pitanga, Laranjal, Palmital, Santa Maria do Oeste,

Boa Ventura do São Roque, Marquinho, Goioxim, Campina do Simão, Turvo, Nova Laranjeiras, Cantagalo, Vir-mond, Laranjeiras do Sul, Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Quedas do Iguaçu, Gua-rapuava, Condói, Foz do Jordão, Inácio Martins, Reserva do Iguaçu, Pinhão, Mangueirinha, Honório Serpa, Co-ronel Domingos Soares, Clevelândia e Palmas.

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Afirma, ainda, Schmidt (2009, p. 108) que o total de famílias pobres no Cen-

tro-Sul representa mais de 24% da população estadual, no qual mais de 67% resi-

dem em áreas urbanas onde são encontrados ainda problemas como a carência de

moradia, deposição irregular do lixo e precário sistema de coleta de esgoto.

Essa região desenvolveu uma trajetória de urbanização menos intensa que

a do Estado. Enquanto no Estado, nos anos 80, mais de 50 % da população habita-

va as áreas urbanas, somente a partir da década de 90 é que o Centro-Sul do Para-

ná superava esse patamar. Com relação à urbanização da mesorregião Centro-Sul

Schmidt (2009) afirma:

Apesar da intensidade e do crescimento da população urbana no Estado do Paraná, o Centro-Sul mantém-se como uma das mesorregiões menos urba-nizadas, formando um dos maiores volumes na composição da população rural, apesar de que muitos municípios registraram expressivos decréscimos da população rural, em contraposição aos elevados incrementos urbanos. A característica principal do Centro-Sul é a formação de uma espacialidade de concentração, cuja direção do deslocamento de grande parte da população é em direção a Guarapuava. (SCHMIDT, 2009, p. 97)

Em 2000, a região alcança 60,8% da população vivendo em área urbana,

mantendo a mesorregião Centro-Sul como uma das menos urbanizadas do Paraná.

Em 2010, Quedas do Iguaçu possuía 68,57 % da população vivendo na área urba-

na, em contrapartida 31,43 que vivia na zona rural (IBGE, 2011).

O aumento da população urbana não foi acompanhado pela geração de ren-

da e dinamização econômica (SCHMIDT, 2009, p. 100). Segundo ainda o mesmo

autor, a mesorregião Centro-Sul é a mais problemática quanto ao nível de desenvol-

vimento econômico, com exceção de Guarapuava, onde os indicadores das demais

atividades econômicas e os indicadores sociais de seus municípios estão entre os

piores do Estado. A pouca sustentação do sistema produtivo dos municípios da me-

sorregião, com maior contingente rural e com baixa dinâmica econômica, provoca

um forte fluxo migratório em direção a outros centros urbanos do estado (SCHMIDT,

2009, p. 107).

Segundo o IPARDES (2004, p. 33) “a inserção do Centro-Sul na moderniza-

ção agrícola dos anos 70 foi mais lenta que a de outras mesorregiões do Estado, o

que faz com que a região permaneça, no ano 2000, com a predominância de muni-

cípios rurais de pequena dimensão”.

Schmidt (2009, p.98) ressalta:

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Ainda que a incorporação da tecnologia no campo promovesse alterações no volume e na composição da força de trabalho, com a dedução do traba- lho familiar e o aumento do assalariamento e da elevação na produtividade, a liberação do contingente de mão de obra no Centro-Sul paranaense não significou mudanças significativas na composição da renda de grande parte da população.

Todos os municípios da mesorregião Centro-Sul apresentaram o IDH-M5, no

ano 2000, segundo IPARDES (2004, p. 35), inferior à média do Estado que era de

(0, 787) 6. Quedas do Iguaçu, nesse ano apresentou um IDH-M igual 0, 747. Assim

representado: esperança de vida ao nascer: 69,20 anos; taxa de alfabetização de

adultos: 86,11 %; taxa bruta de frequência escolar: 79,62; e renda per capita de

208,78 dólares. Longevidade (IDHM-L) = 0,737; Educação (IDHM-E) = 0,839; Renda

(IDHM-R) = 0,664, totalizando um IDH-M = 0,747. Na classificação do Estado o mu-

nicípio está no centésimo septuagésimo lugar, lembrando que o Estado do Paraná

tem 399 municípios. (IPARDES, 2011).

Observa-se uma melhora entre os anos de 1991 e 2000 no âmbito do Esta-

do associada à realização de políticas públicas, especialmente na área da educa-

ção. Porém, essas políticas não foram suficientes para alterar o quadro educacional

nos municípios da mesorregião Centro-Sul.

Segundo o IPARDES (2004, p. 58) a população economicamente ativa (PE-

A) na mesorregião Centro-Sul, em 2000, “era composta por 238 mil pessoas, o que

significava que de cada 100 pessoas de 10 anos ou mais de idade, aproximadamen-

te 58 estavam inseridas no mercado de trabalho regional”. Quedas do Iguaçu, no

ano 2000 possuía 12.391 pessoas compondo a PEA, dessas 8.678 trabalhando na

zona urbana e 3.713 na zona rural. As 18.214 pessoas restantes eram aposentadas,

estudantes, estavam no setor informal de trabalho ou desempregadas (IPARDES,

2011).

A mesorregião Centro-Sul, segundo IPARDES (2004, p.59) “apresenta estru-

tura setorial da ocupação ainda fortemente marcada pela participação de atividades

agrícolas, com 38, 6 % dos ocupados dependendo desse tipo de atividade”. Além

das atividades ligadas a agricultura, também desenvolvem atividades ligadas à ex-

5 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. Leva em consideração a esperança de vida ao nascer, a taxa

de alfabetização de adultos, taxa de frequência escolar (pessoas de 7 a 22 anos de idade) e renda per capita. (IPARDES, 2004) 6 Quanto mais próximo de 1,0 melhor é o IDH-M.

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ploração florestal, ou seja, trabalham no setor primário7 da economia. Diz Schmidt

(2009, p. 107) que o principal segmento industrial em grande parte dos municípios

na mesorregião Centro-Sul está ligado à atividade madeireira; porém, parte dos ga-

nhos obtidos é transferida para fora da região, o que traduz no baixo desempenho

dessa atividade para a economia local. Algumas empresas apenas retiram a maté-

ria-prima e absorvem um contingente de trabalhadores pouco qualificados e com

baixa remuneração, implicando em resultados insuficientes para promover a melho-

ria da renda e a dinamização da capacidade de geração de empregos, sem contar

que parte dos lucros vai para outros municípios e até estados.

A indústria, setor secundário, ainda é pouco significante, apenas “19,3% no

total de ocupados” trabalham na “indústria de transformação [...] e o restante prati-

camente na construção civil” (IPARDES, 2004, p.59). Com relação ao desenvolvi-

mento industrial da mesorregião Centro-Sul Schmidt salienta:

Cabe ressaltar que o desenvolvimento industrial ocorreu de maneira menos intensa em toda a mesorregião Centro-Sul, sendo insuficiente para amplia-ção do emprego, restando à grande parte da população somente ocupações temporárias, ligadas ao setor terciário (SCHMIDT, 2009, p.118).

O setor de serviços, terciário, tem pouca participação no total de ocupados,

principalmente devido à baixa representatividade de segmentos como serviços de

transporte, comércio, comunicação, financeiros e imobiliários, saúde, educação e

outros serviços sociais.

Conforme o IPARDES (2004, p. 59) “quando se observa a estrutura ocupa-

cional dos municípios, verifica-se que a maioria (22, em um total de 29) é extrema-

mente dependente das atividades agropecuárias, respondendo por 40 % ou mais

dos ocupados”.

Existem alguns municípios que têm maior participação de trabalhadores na

indústria e no setor de serviços, como é o caso de Quedas do Iguaçu, que também

possui importante participação nas atividades agropecuárias.

A mesorregião Centro-Sul apresentou, no período de 1996-2001, aumento de

26% no nível de emprego formal8, se posicionando entre as mesorregiões com de-

sempenho superior à média do Estado. ”Em 2001, o Centro-Sul contava com 56 mil

7 As atividades do setor primário são a agricultura, a pecuária e o extrativismo.

8 É o emprego com carteira assinada.

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postos de trabalho formal, participando com 3% desse tipo de ocupação no Estado”

(IPARDES, 2004, p. 61).

O aumento recente do emprego formal na mesorregião concentrou-se no

comércio varejista, nos serviços de alojamento e alimentação, na administração pú-

blica, nos serviços administrativos, técnicos e profissionais, no ensino, nas indústrias

de madeira e mobiliário, na produção de papel e nas gráficas.

A distribuição dos empregos formais apresenta maior concentração nos mu-

nicípios maiores, como Guarapuava e Palmas detendo mais da metade dos postos

de trabalho, respectivamente 44,4% e 10,1%. “Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do

Sul também apresentam importante participação, respectivamente 6,2% e 5,3% (I-

PARDES, 2004, p. 63).

Cabe ressaltar que há nove municípios que foram instalados em 1997, os quais

não possuíam na época registro de emprego formal. O aumento dos postos de em-

prego verificado nos municípios recentemente instalados está associado às funções

do setor público, fato que indica empregos que surgiram como resultado da estrutu-

ração dos novos municípios.

Schmidt (2009, p. 99) complementa:

Os desmembramentos não trouxeram melhorias das condições de vida, mas geraram uma maior dependência dos municípios aos serviços ofereci-dos em municípios como Guarapuava, Palmas e Laranjeiras do Sul, sem fa-lar no fortalecimento dos latifundiários, que passaram a produzir em grande escala, com grande produção da monocultura (soja, milho). Isso não signifi-cou melhorias e investimentos nas áreas urbanas dos demais municípios do Centro-Sul e nem mesmo investimentos nos municípios. A concentração da terra é uma característica marcante, facilmente percebida pelas grandes propriedades agrícolas em áreas férteis.

De acordo com o IPARDES (2004, p. 64) “a principal indústria regional quan-

to ao emprego formal, madeira e mobiliário apresenta mais de 100 empregos em 12

dos 29 municípios da região, com destaque para Guarapuava, Palmas e Quedas do

Iguaçu”.

A Centro-Sul é a mesorregião do estado com maior dependência de ativida-

des agropecuárias no que se refere à ocupação. Mesmo que alguns dos seus muni-

cípios apresentem uma agricultura dinâmica, “a base da estrutura ocupacional está

associada, em muito, a atividades familiares de caráter tradicional, com baixa capa-

cidade de geração de renda” (IPARDES, 2004, p. 65). Com relação às atividades

urbanas, insignificantes são os municípios dotados de diversificação setorial, o que

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restringe a absorção da mão de obra local. São poucos os municípios que mostram

sinais de dinamismo, com expansão do emprego formal.

Apesar de a mesorregião Centro-Sul do Paraná ser a que menos se desen-

volveu no Estado, segundo Schmidt (2009), algumas transformações econômicas e

sociais ocorreram após a década de 60 e modificaram as estruturas sociais e políti-

cas da mesorregião pela demanda de produção e de circulação das culturas que se

desenvolveram no campo e atingiram novas formas de integração entre o campo e a

cidade.

Quedas do Iguaçu é uma cidade de interior, onde predominam as caracterís-

ticas de ruralidade, com desigualdade social acentuada que gera um alto índice de

pobreza; é um município que praticamente não atrai população, consequentemente,

muitos quedenses migram para outras regiões atrás de trabalho. Quedas do Iguaçu

faz parte do contexto histórico, econômico, político, social e ambiental da mesorregi-

ão Centro-Sul e da Cantuquiriguaçu. Portanto, apresenta as mesmas características

reportadas no texto.

3.3 Causas da desmotivação na escola

Quedas do Iguaçu, como foi visto, é um município que apresenta muitos

problemas econômicos, sociais e de concentração da terra, entre outros. Predomi-

nam as atividades ligadas ao setor primário da economia, uma parcela significativa

da população ainda reside na zona rural. Aqui entra a problematização do Projeto de

Intervenção Pedagógica: qual(is) seria(m) a(s) causa(s) que afeta(m) a dinâmica da

população em Quedas do Iguaçu?

Para responder a essa pergunta foi feito um questionário (ver anexo III e

IV). Com relação à questão número de pessoas que estão na faixa etária entre 15 e

19 anos, constatou-se que tem 3.016 jovens, de acordo com o IPARDES (2010). Na

segunda questão perguntou-se quantos desses jovens estão matriculados no Ensino

Médio e obteve-se como resposta 1.582 no ensino público e 17 no ensino particular,

totalizando 1.599 jovens. Concluiu-se que os outros 1.517 jovens que não estão ma-

triculados, devem estar ajudando seus pais nas atividades agropecuárias, traba-

lhando em algum emprego informal, migraram para outros municípios ou estados; ou

ainda no mundo das drogas, da criminalidade, entre outros.

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Com relação à taxa de analfabetismo na faixa etária entre 15 e 19 anos

constatou-se que 2,7% permanece analfabeta; a taxa de aprovação do Ensino Mé-

dio é de 80,6 % ; a taxa de reprovação é de 7,9 % e a porcentagem de alunos do

Ensino Médio fora da idade-série ideal é de 25,9 %. Com relação a essas taxas per-

guntou-se qual(ais) seria(m) a(s) causa(s) de existirem ainda esses números no mu-

nicípio de Quedas do Iguaçu e os alunos concluíram que as causas são várias: falta

de interesse e importância nos estudos, os jovens ainda não sabem o que querem

para o futuro, pouco incentivo dos pais, renda familiar baixa e dificuldades de apren-

dizagem e concentração, trabalhar para ajudar os pais, falta de emprego formal no

município e, quando tem trabalho esse é mal remunerado.

Pesquisou-se também a PEA – População Economicamente Ativa de Que-

das do Iguaçu - que era de 12.391 pessoas no ano de 2000, e a PEI – População

Economicamente Inativa era de 18.214 pessoas - totalizando uma população abso-

luta de 30.605 habitantes. Pode-se perceber que o número de pessoas que não tem

remuneração é maior do que aquela que tem.

Perguntou-se se a desmotivação dos jovens em estudar estaria ligada a

pouca oferta de trabalho em Quedas do Iguaçu e os alunos foram unânimes em res-

ponder que sim, porque em Quedas do Iguaçu possui pouca oferta de emprego e

para trabalhar precisam buscar essa oportunidade em outros municípios e estados,

mas nem sempre conseguem registro em carteira; na maioria das vezes o que en-

contram são serviços temporários. Por isso os jovens estão desmotivados em estu-

dar.

Quando esta questão foi comentada com os professores do Grupo de Traba-

lho em Rede – GTR, eles postaram que a desmotivação dos alunos ocorre tanto na

zona rural como na urbana, que não é apenas um agravante da zona rural. Além

disso, ocorre nos três períodos: manhã, tarde e noite, com alunos oriundos do cen-

tro, bairros e interior.

A desmotivação dos alunos está relacionada à imaturidade, ao despreparo,

a falta de perspectivas, pois nesta faixa etária os alunos são adolescentes e ainda

estão indecisos sobre qual rumo tomar para ter sucesso no futuro. Por isso é muito

importante o acompanhamento e orientação dos seus pais, pois a desmotivação é

um problema que vem desde a família dos alunos, porque muitos possuem grandes

problemas socioeconômicos, e o aluno que passou necessidade busca no emprego

a motivação de viver uma situação melhor, embora que na escola e a partir da esco-

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la o retorno não é imediato. Dessa forma surge o desinteresse, pois os alunos não

entendem que esses dias perdidos em sala de aula poderão fazer muita falta no fu-

turo.

Outros fatores postados pelos professores são a falta de interesse da famí-

lia, a desestrutura familiar, a falta de oportunidade de trabalho local, alunos que não

gostam de estudar, mas frequentam a escola porque percebem que nesse espaço

possuem segurança e encontram seus colegas, usam o espaço como lazer, relacio-

namento social e até em alguns casos, afetivos, alunos que precisam ajudar os pais

nas tarefas cotidianas, falta de autoestima dos alunos e dos próprios pais, pais que

atribuem a responsabilidade da educação única e exclusivamente à escola; desinte-

resse e despreparo de professores, conteúdos não relacionados ao contexto social e

cultural dos alunos, aulas mal preparadas, falta de investimentos na educação, entre

outros.

A desmotivação também está muito relacionada à questão socioeconômica

que não oferece perspectivas aos alunos e familiares o que os leva o jovem a pen-

sar que não é necessário estudar, pois para realizar as atividades profissionais ofe-

recidas não precisa ter muito estudo. As atividades realizadas na zona rural são na

maioria manual, rudimentar, como equipamentos simples e pouco uso de tecnologi-

as modernas. A pouca possibilidade de melhorar a situação socioeconômica propor-

ciona a saída para a cidade em busca de melhor qualidade de vida, acentuando o

êxodo rural e consequentemente a migração.

Percebe-se que a desmotivação não resulta de apenas um fator, mas de um

conjunto de fatores socioeconômicos e culturais, que vêm refletir na escola, a qual

está inserida na sociedade em que o aluno faz parte e ele vai se comportar da mes-

ma forma em todos os lugares que frequenta.

Pode-se analisar que a desmotivação dos alunos está relacionada a vários

fatores e isso preocupa, porque o jovem em hipótese alguma poderia perder a sua

vontade de buscar o conhecimento, porque é somente através dele que a sociedade

poderá transformar este mundo, que é muito desigual, injusto e desumano.

Perguntou-se, para finalizar o questionário, o que esses jovens que não con-

cluíram seus estudos irão fazer em Quedas do Iguaçu, uma vez que o município não

oferta emprego para todos. Obteve-se como resposta que os jovens que não conclu-

íram o Ensino Médio deverão se sujeitar a um trabalho informal, sem carteira assi-

nada, com baixa remuneração, sem direito a férias e outras vantagens que um tra-

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balhador formal tem. Eles deverão trabalhar como diaristas, garis, catadores de lati-

nhas e papelão, etc., muitos partirão para o mundo das drogas, da criminalidade,

prostituição, sem conta aqueles que terão que sair de Quedas do Iguaçu para tentar

a sorte em outros lugares.

Segundo Santos (2007, p. 32) “o Brasil inscreve na Constituição federal que

o trabalho é um direito e a assistência social prerrogativa de todos. Mas institui, ao

mesmo tempo, o não-trabalho,[...]”.

De acordo com Santos (2007) cada vez mais, no Brasil, as pessoas mudam

de lugar ao longo de sua existência; o número de pessoas que vivem fora da cidade

onde nasceram aumenta de ano para ano. Todavia, as migrações brasileiras são

forçadas, provocadas pelo fato de que o jogo do mercado não encontra qualquer

contrapeso nos direitos dos cidadãos.

Pelas palavras ditas por Milton Santos, percebemos que Quedas do Iguaçu

não foge a regra, também é uma cidade que expulsa sua população por não ofertar

muitas opções de emprego.

4 Considerações finais

O presente artigo é resultado de estudos e pesquisas feitas com alunos da

2ª Série “A” do Ensino Médio do Colégio Estadual Padre Sigismundo e da colabora-

ção dos professores da Rede Pública do Paraná que participaram do Grupo de Tra-

balho em Rede – GTR.

Parte-se de uma situação verificada no colégio há vários anos, de alunos

que não apresentavam muito interesse em estudar e, consequentemente, atrapalha-

vam as aulas. Eles, quando estavam presentes, ficavam alheios às explicações, não

participavam, não faziam atividades propostas, nas provas não resolviam pratica-

mente nada ou entregavam-na em branco; a mesma coisa acontecia com a recupe-

ração. Observava-se que muitos deles desistiam na metade do ano letivo, outros

reprovavam. Só que no ano seguinte estavam matriculados de novo na mesma série

e essa situação se sucedia ano após ano. Verificava-se que a maioria desses alunos

estudava no período vespertino e eram oriundos da zona rural.

Essa situação fez despertar o interesse em pesquisar a causa dessa desmo-

tivação. Após os estudos de conceitos como urbanização, êxodo rural, migrações e

dinâmica da população brasileira, os alunos já estavam mais preparados para en-

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tender o que acontece com os jovens quedenses. Já podiam responder quais são as

causas que afetam a dinâmica da população de Quedas do Iguaçu.

A primeira conclusão está centrada na figura do professor. Parte da culpa do

desinteresse dos alunos está nas aulas não bem preparadas por parte dos (das)

professores (as). Percebe-se que quando o (a) professor (a) tem objetivos definidos,

interesse pelos conteúdos, metodologia adequada, a maioria dos alunos demonstra

interesse pelas aulas, participa e assim ocorre aprendizagem.

Conclui-se também que a desmotivação dos alunos está relacionada à falta

de autoestima deles e de seus pais, diante das dificuldades encontradas. Muitos dos

pais são analfabetos e desestimulados, não encontram perspectivas para mandar e

exigir que seus filhos estudem e concluam seus estudos. Muitos jovens têm que tra-

balhar muito cedo para ajudar a família; outros se acomodam no trabalho braçal e

deduzem que para tais atividades não é necessário o conhecimento; outros ainda

por falta de interesse próprio e desanimados devido a pouca oferta de trabalho em

Quedas do Iguaçu; muitos ainda não sabem o que querem para o futuro; os baixos

salários; a incerteza do sucesso profissional, são fatores que causam a desmotiva-

ção dos jovens alunos. Por isso muitos dos jovens quedenses são lançados no

mundo das drogas, da prostituição e da criminalidade. Os que não querem esse ca-

minho se sujeitam a trabalhar em empregos informais, ganhando pouco e passam a

ter uma vida sem dignidade.

Os professores do GTR concluíram que a desmotivação dos alunos ocorre

tanto na zona rural como na zona urbana. Além disso, ocorre nos três períodos: ma-

nhã, tarde e noite, com alunos oriundos do centro, bairros e interior.

A desmotivação dos alunos está relacionada à imaturidade, a falta de pers-

pectivas, pois nesta faixa etária os alunos ainda são adolescentes e ainda estão in-

decisos sobre qual rumo tomar em suas vidas quanto ao futuro e ao desemprego.

Porém, situação semelhante a essa já se verificava em outros tempos, não é apenas

um acontecimento do século XXI. Por isso é importantíssimo o acompanhamento e

orientação dos pais.

A desmotivação é um problema que acompanha a família de muitos alunos,

pois possuem grandes problemas socioeconômicos, e o aluno que passou necessi-

dades busca no emprego a motivação de viver uma situação melhor, porque na es-

cola e a partir dela o retorno não é imediato. Assim surge o desinteresse, pois os

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mesmos não entendem que futuramente esses dias perdidos em sala de aula pode-

rão fazer falta.

A desmotivação também está relacionada à questão socioeconômica que

não oferece perspectivas aos alunos e familiares no município; talvez essa situação

leva o jovem a pensar que não é necessário estudar, pois para realizar as atividades

profissionais disponíveis não precisa ter muito conhecimento. Para outros a pouca

possibilidade de melhorar a situação socioeconômica proporciona a migração para

outras cidades em busca de melhor condição de vida, acentuando o êxodo rural e

consequentemente a migração.

Percebe-se que a desmotivação não resulta de apenas um fator, mas de um

conjunto de fatores socioeconômicos e culturais que vêm refletir na escola que está

inserida na sociedade. Uma vez que o aluno faz parte da sociedade ele vai se com-

portar na escola como se comporta em casa e na sociedade.

5 Referências

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vel em: http://www.ipardes.gov.br Acesso feito no dia 06/07/2011.

MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2008.

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ANEXO I

Questionário aplicado para a 2ª Série “A” do CEPS, como parte da implementação

do Projeto de Intervenção Pedagógica

1. Diariamente ouve-se nas mídias televisivas e escritas, os termos urbano e urba-

nização. Descreva a diferença que existe entre os dois termos.

2. O que é migração? Que tipos de migração existem? Explique.

3. O que é êxodo rural?

4. Em Quedas do Iguaçu ocorreu o fenômeno do êxodo rural? Justifique sua opini-

ão.

5. Quedas do Iguaçu é um município de atração ou de repulsão? Explique e exem-

plifique.

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ANEXO II

Questionário aplicado para a 2ª Série “A” do CEPS, como parte da implementação

do Projeto de Intervenção Pedagógica

1. Nome do pioneiro

2. Idade

3. Nasceu em Quedas do Iguaçu (antigo Campo Novo ou Jagoda)?

4. Se a resposta for não, o(a) senhor(a) é procedente de que lugar do Brasil ou do

mundo?

5. Chegou a este município em que ano?

6. Que lembranças guarda do município?

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ANEXO III

Questionário aplicado para a 2ª Série “A” do CEPS, como parte da implementação

do Projeto de Intervenção Pedagógica

Pesquise no site WWW.ipardes.gov.br, em Caderno Estatístico do Município

de Quedas do Iguaçu – 2010, para responder as seguintes questões:

1. Quantas são as pessoas que estão na faixa etária entre 15 e 19 anos?

Resposta: 3.016 pessoas.

2. a) Quantos alunos estão matriculados no Ensino Médio na dependência adminis-

trativa estadual?

Resposta: 1582 alunos.

b) E no Ensino Médio na dependência administrativa particular?

Resposta: 17 alunos.

3. Qual é a taxa de analfabetismo da faixa etária entre 15 e 19 anos?

Resposta: 2,7 %

4. a) Qual é a taxa de aprovação no Ensino Médio?

Resposta: 80,6 %.

b) Qual é a taxa de reprovação no Ensino Médio?

Resposta:7,9 %

c) Qual é a taxa de abandono no Ensino Médio?

Resposta: 11,5 %.

5. Qual é a porcentagem de alunos do Ensino Médio que está fora da idade-série

ideal?

Resposta: 25,9 %.

a) Qual é a população de Quedas do Iguaçu de acordo com o censo do IBGE de

2010?

Resposta: 30.605 pessoas

b) Quantas pessoas fazem parte da população economicamente ativa – PEA, no

município de Quedas do Iguaçu, no ano de 2000? (não possui dados do ano de

2010)

Resposta: 12.391 pessoas.

c) Quantas pessoas fazem parte da população economicamente inativa – PEI, no

município de Quedas do Iguaçu, no mesmo ano, 2000?

Resposta: 18.214 pessoa.

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ANEXO IV

Questionário aplicado para a 2ª Série “A” do CEPS, como Parte da Implementação

do Projeto de Intervenção Pedagógica

1. Segundo a pesquisa, na faixa etária de 15 a 19 anos tem 3.016 pessoas, sendo

que somente 1.599 estão matriculadas no Ensino Médio. Onde estarão os outros

1.517 jovens? Comente.

2. Por que ainda ocorre o analfabetismo na faixa etária entre 15 e 19 anos?

3. As taxas de reprovação, abandono e de distorção de idade-série do Ensino Mé-

dio são bastantes significativas. Qual(ais) seria(m) a(s) causa(s) da desmotiva-

ção desses jovens com relação ao estudo?

4. A desmotivação dos jovens em estudar estaria ligada a pouca oferta de trabalho

em Quedas do Iguaçu? Comente.

5. Esses jovens que não concluíram seus estudos fazem parte da PEI. O que eles

irão fazer em Quedas do Iguaçu? Quedas do Iguaçu não tem emprego para todos. O

que fazer?