Resumo - Anna Curtenius Roosevel. Arqueologia Amazônica.

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ROOSEVELT,Anna Curenius. Arqueologia Amaznica. In:CUNHA,Manuela C. da. Histria dos ndios no Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1992. Pp. 53-87.

Resumo

A perspectiva sobre a Amaznia no que tange seu clima, mido tropical, tem fomentado uma dialogia a cerca de suas riquezas e capacidades de desenvolvimento humano e cultural, sendo comparadas como inferior s regies andinas. Entendesse a partir dessa ideia que sua cultura pr-histrica deriva de outros povos que por l estiveram. Embora mesmo que com pouca frequncia, a quem considere a regio propcia ao desenvolvimento cultural e de terras frteis, boas para ambientao humana. Mas a pouca informao arqueolgica no nos possibilita de definir qual melhor perspectiva. Porm j existem novas pesquisas de campo reavaliando essa viso sobre a pr-histria na Amaznia.

Com um rico patrimnio arqueolgico descoberto recentemente, os artefatos revelam tipos de tcnica, iconografia e atividades importantes, que caracterizam as sequncias culturais e suas ocupaes na Amaznia indgena, com traos complexos e com menos influncia exgena. De acordo com as novas pesquisas arqueolgicas, as primeiras ocupaes ocorreram por caadores-coletores, seguido pelas primeiras manifestaes secundrias (horticultura, cermica), e por ltimo uma sociedade mais complexa em nmero e nvel cultural. Essa sequncia ocupacional se contrape as primeiras perspectivas sobre o ambiente amaznico, onde se pensava ser impossvel um sistema de agricultura e povoamento em um habitat de floresta densa e solo infrtil. Legavam os artefatos j encontrados em pesquisas anteriores derivadas dos Andes.

Os primeiros pesquisadores alegavam que os ndios da Amaznia eram uma degenerao do que foi a cultura andina na pr-histria. E que a mesma se dizimou devido o ambiente tropical. Mas testes de radiocarbnico revelam que o desenvolvimento cermico e de ocupaes sedentrias em terras baixas foi a priori das terras altas. E que os Andes, recebeu influncia do clima tropical da Amaznia para desenvolver a agricultura e seu complexo cultural. Mesmo tendo as sociedades complexas andinas surgido primeiro que as da regio Amaznica, no mais possvel reconhecer que a cultura desta so advindas daquelas.

No que concerne s sequncias de ocupao, ocorreram diversos estgios da ocupao pr-cermica, assim como uma ocupao da cermica incipiente na regio Amaznica. Tambm seguindo uma possvel sequncia, os artefatos de ltio lascado por percusso, que antecederam os artefatos lascados por presso, voltando para os artefatos lascados por percusso. Essas fases demonstram uma sequncia de modos de subsistncia. Mesmo com novas pesquisas, ainda difcil remontar sequncias de ocupao e de subsistncia mais remotas. Os stios encontrados possuem uma diversidade de material nos sambaquis, que s com as futuras pesquisas ser possvel de definir uma sequncia mais certa, de assentamentos e forma de dieta desses povos indgenas na Amaznia.As ocupaes atuais em alguns aspectos se assemelham as ocupaes da pr-histria. No uso de razes em detrimento do uso de semente, o consumo de protena animal, o estilo representativo da arte, as aldeias dispersas e humildes. Mais h uma descontinuidade tnica entre as duas. A ocupao das vrzeas aos poucos foi desparecendo no perodo arcaico. Ento podemos dizer que os ndios atuais voltaram para uma prtica pr-histrica, como consequncia das conquistas europeias na Amaznia.

A descontinuidade tnica tambm uma das consequncias sofridas da ocupao europeia em territrio amaznico. A exemplo, temos os povos que ocupam os sambaquis no Maraj, de so origem europeia e africana. No maior complexo de ocupao situado na Amaznia boliviana, seus ocupantes desconhecem a cultura dos sambaquis.Portanto mesmo com a pouca documentao referente a ocupao dos povos das terras baixas, j possvel dizer que foram longas e complexas, embora sua adaptao e modo de subsistncia ao clima trpico da regio, ainda no estejam definidos. A existncia dessas sociedades na Amaznia pr-histrica uma resposta viso deturpada que se construiu sobre a regio devido o seu clima mido tropical. Contudo h uma preocupao, que esse mesmo clima, acabe destruindo os stios encontrados e que ainda no foram explorados.