RESUMO BECHARA
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d) Historicidade: a linguagem se apresenta sob a forma de lngua que a tradio lingstica de umacomunidade histrica;
e) Semanticidade: h um significado correspondente para cada forma, j que na linguagem tudo significa,tudo semntico;
- O homem se dispe da lngua para manifestar sua liberdade expressiva;
- A criatividade e a materialidade so universais a todas as formas de cultura, j a semanticidade a
dimenso que ir diferenciar a linguagem de outras formas de cultura.- A alteridade o fundamento da historicidade da linguagem e tambm o trao distintivo do significarlingstico em relao a outros tipos de contedo;
- A linguagem humana articulada se concretiza atravs de atos lingsticos.
- A linguagem NO um s sistema de signos, h nela diversos sistemas de signos, ou seja, dentro dalinguagem h diversas lnguas que variam entre pases, comunidades, etc.
- Os atos lingsticos no se realizam idnticos de falante para falante de uma mesma comunidadelingstica e at num s falante, h atos lingsticos diferentes em contextos diferentes. A diversidade se d
tanto na expresso (forma) quanto no contedo (significado);
- Considera-se idealmente que os atos lingsticos so mais ou menos idnticos na expresso e no contedopara que haja comunicao entre os indivduos;
- Lngua: sistema de isoglossas comprovado numa comunidade lingstica;
3) Planos e nveis da Linguagem
So 3 planos relativamente autnomos:
a)
Universal: plano do falar em geral, todos os homens falam.b) Histrico: lngua concreta, o homem ao falar faz mediante uma lngua especfica;c) Individual: um indivduo fala mediante uma lngua determinada e uma circunstncia determinada,
ou seja, discurso. J o texto produto do discurso (falar mediante uma circunstncia determinada).O discurso e o texto esto determinados por 4 fatores: o falante, o destinatrio, o objeto ou tema e asituao;
O falar uma atividade que revela um saber e cada saber revela um produto, um juzo de valor e umcontedo lingustico, que so 3:
a) Saber elocutivo: competncia lingstica em geral, ao falar temos os princpios da congrunciaconhecido por todas as lnguas. O produto do falar em geral a totalidade de todas asmanifestaes, o falado que infinito. SISTEMA. Seu juzo de valor a NORMA DACONGRUNCIA = procedimentos em consonncia com o princpio do pensar, norma de condutada tolerncia. Seu contedo lingstico a designao (ou referncia) = referncia a uma realidadeextralingstica. Exemplo: A porta est fechada e a porta no est aberta fazem referncia a umamesma realidadea porta.
b) Saber histrico ou idiomtico: competncia lingstica particular, que falar em uma lnguadeterminada de acordo com a tradio lingstica de uma comunidade. O produto do falar umalngua particular a lngua particular abstrata, a lngua de uma gramtica ou dicionrio. NORMA.Seu juzo de valor a NORMA DA CORREO = falar em uma lngua particular de acordo com
as normas de uma comunidade. Seu contedo lingstico o significado, ou seja, o contedo de umdado em uma lngua particular.c) Saber expressivo: competncia textual. Elaborar textos segundo situaes determinadas. Um saber
tcnico. FALA. Seu juzo de valor a NORMA DE ADEQUAO = constituio de textoslevando em conta o falante, o destinatrio, o objeto ou a situao. Assim, o tema ser considerado
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OBS: o sistema e a norma de uma lngua funcional refletem sua estrutura.
OBS 2: nem todas as possibilidades do sistema so abarcadas pela norma. A norma pode coincidir com osistema quando este oferece s uma possibilidade de realizao. A norma tem maior amplitude que osistema, j que este s contm traos distintivos necessrios e indispensveis. AO mesmo tempo, o sistema mais amplo do que a norma, porque propicia possibilidades inditas.
c) Falar = plano da realizao, tcnica idiomtica efetivamente realizada;d) Tipo Lingustico = conjunto coerente de categorias funcionais e de tipos de procedimentos
materiais que configuram um sistema ou diferentes sistemas: compreende as categorias deoposies de expresso e de contedo e os tipos de funes. Enquanto o sistema sistema depossibilidades em relao norma, o tipo sistema de possibilidades em relao ao sistema.
Estratos gramaticais: monema < palavra < grupo de palavras < clusula < orao < texto
- Monema: casa, s;
- grupo de palavras: casa em oposio a casas
- clusula: estrato que no interior de uma s e mesma orao estabelece a oposio correspondente sfunes comentrio e comentado.
- orao: caracterizada pela funo predicativa. Sujeito e predicado so funes sintagmticas e relacionais.O predicado o termo referido e o sujeito o termo referente. A funo sintagmtica a de referncia e aunidade resultante a predicao referida ou no-referida. A orao dita complexa no um estratosuperior de orao, pois seu estrato superior o texto.
Obs: o nmero de estratos gramaticais nem sempre igual de lngua para lngua. S dois estratos nopodem ser eliminados: o monema e a orao.
4 propriedades dos estratos de estruturao gramatical: a superordenao (ou hipertaxe), a subordinao (ouhipotaxe), a coordenao (ou parataxe) e a substituio (ou antitaxe).
a) Hipertaxe= uma unidade do estrato inferior pode funcionar por si s, podendo chegar at o estratode texto.
As palavras morfemticas, de significado puramente instrumental (artigos, preposies e conjunes),esto impossibilitadas de se superordenar em nvel de texto, salvo nas retomadas de discurso anterior.A elipse uma forma de superordenao.
b) Hipotaxe ou subordinao: unidade do estrato superior funcionar como estrato inferior. Umaorao passar a ser membro de uma outra orao. Em princpio, toda unidade superior ao estrato domonema pode ser subordinada.
c) Parataxe ou coordenao = duas ou mais unidades de um mesmo estrato funcional combinam-se nomesmo nvel para constituir uma nova unidade dentro do mesmo estrato. Unidades que socombinadas e equivalentes, ou seja, uma no determina a outra.No sobem a estrato superior. Anica condio que as unidades estejam no mesmo estrato ou sejam transpostas ao mesmo estratopor hipertaxe ou hipotaxe.
OBS: as construes paratticas podem exprimir relaes internas de dependncia e o que temos nessescasos , a uma s vez, parataxe e hipotaxe, mas no no mesmo nvel de estruturao gramatical. Chama-sede subordinao psicolgica, ligadas ao nvel do sentido.
d) Antitaxe ou substituio: uma unidade de qualquer estrato j presente ou prevista pode serretomada ou antecipada por outra unidade. Por exemplo: os pronomes.
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Lngua comum = a escolha de um dialeto para representar uma comunidade e que nem sempre cala oprestgio de outros dialetos.
- O que exemplar (forma eleita entre as vrias formas de falar e no nem correto nem incorreto)pertence arquitetura da lngua histrica, enquanto o que correto (ou incorreto) pertence estrutura dalngua funcional.
Gramtica descritiva = disciplina que registra e descreve um sistema lingstico em todos os seus aspectos;
Gramtica normativa = disciplina com finalidade pedaggica que elenca os fatos recomendados comomodelos a serem utilizados em circunstncias especiais do convvio social.
Fonticaaspecto acstico e fisiolgico dos sons, produo, articulao e variedades.
Fonologiaunidade bsica = fonema
O sistema grfico de uma lngua ora se regula pela fontica, ora pela fonologia. No h correspondncia
total entre letras e sons.
Estilsticaestudo da linguagem emotiva, dos aspectos afetivos que envolvem a linguagem.
Lexicologia estudo dos lexemas, suas estruturas e suas variedades. Unidade lingstica dotada designificado. Dentro da lexicologia, h 4 disciplinas:
a) Lexicologia da expresso: relaes entre os significantes. Ex: amor e amanteb) Lexicologia do contedo: relaes entre os significados. Ex: ordenado e proventoc) Semasiologia: relao entre os planos da expresso e do contedo, partindo da expresso.
Semntica lexical.
d) Onomasiologia: relao entre os planos da expresso e do contedo, partindo do contedo. Ex: parao significado dinheiro h os significantes prata, mango, cash;
Outros tipos de gramtica:
- Gramtica geral = estudo dos fundamentos tericos dos conceitos gramaticais, procura os fatosgramaticais comuns e gerais a vrios sistemas lingsticos. No tem como objeto uma lngua particular.
- Gramtica comparada = estudo comparado de lnguas pertencentes ao mesmo tronco ou famlia,procedente de uma fonte comum primitiva.
- Gramtica histrica = estudo diacrnico de um s sistema idealmente homogneo;
FONTICA E FONOLOGIA
- fonemas: sons elementares e distintivos de uma lngua natural, realidade acstica.
- Fontica: estudo das articulaes que determinam o fonema, descreve os sons da fala.
- Fonologia ou fonmica: estudo dos feixes de traos distintivos entre os fonemas. No leva em conta asvariaes (que se chamam alofones).
- No a diferena articulatria e acstica que distingue dois fonemas, mas sim a possibilidade dedeterminarem significaes distintas numa mesma situao fontica.
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- Produo dos fonemas: ar dos pulmes > traqueia > laringe > cordas vocais > glote > faringe > ou pelaboca (fonemas orais) OU pela boca + nariz (fonemas nasais);
- fonemas surdos: quando a corrente de ar se dirige glote e esta encontra-se aberta sem vibrar as cordasvocais. Ex: /s/, /f/, /x/, etc;
- fonemas sonoros: quando a corrente de ar se dirige glote e esta encontra-se fechada ou quase fechada e,assim, vibra as cordas vocais.
Vogais = fonemas que encontram a cavidade bucal livre para a passagem do ar.Consoantes = fonemas que encontram a cavidade bucal fechada ou parcialmente fechada para a passagemdo ar.
- Em Portugus, a base da slaba a vogal e os elementos assilbicos so a consoante e a semivogal;
CLASSIFICAO DAS VOGAIS
- Em LP, classificam-se as vogais de acordo com 4 critrios: zona de articulao (anteriores, mdia ouposteriores) + intensidade (tnica ou tona) + timbre (aberta, fechada ou reduzida) + papel das cavidadesbucal e nasal (oral ou nasal).
- vogal subtnica: em palavras de maior extenso, pode aparecer alm da tnica, uma vogal de grandeintensidade. Ex. polidaMENte.
- Timbre aberto: /a/, //, // ------ Timbre fechado: /e/, /o/, /i/, /u/ ------ Timbre reduzido: vogais tonasnasais + /a/, /i/, /u/ em slaba tona;
- O quadro atual das vogais (a, e, i, o, u) so as vogais tonas orais. J as vogais tnicas orais so 7 (a, , e,i, , o, u);
- As vogais nasais tnicas e subtnicas so FECHADAS e as vogais tonas nasais so REDUZIDAS;
- As vogais reduzidas no so prescritas pela NGB.
- Elevao da lngua: vogais altas (i, u), mdias (, e, o, ) ou baixa (/a/).
- Chamam-se semivogais as vogais i e u quando assilbicas, as quais acompanham a vogal numamesma slaba. Os encontros voclicos do origem aos ditongos, tritongos e hiatos.
a) ditongo = encontro de uma vogal e de uma semivogal na mesma slaba. Os ditongos podem ocorrer nointerior da palavra intraverbais como em vaidade ou pai OU por aproximao interverbais comoem inculta e bela, certa idade. Podem ser crescentes ou decrescentes, orais ou nasais.
Nos ditongos nasais, so nasais a vogal e a semivogal, mas s se coloca til sobre a vogal. Ex: me
Nos tritongos, o encontro de uma vogal entre duas semivogais;
Nos hiatos, o encontro de duas vogais em slabas diferentes;
Nota-se em portugus a tendncia para evitar o hiato, atravs da ditongao ou da crase;
- Nos encontros voclicos, ocorrem dois fenmenos: a direse e a sinrese.
a) direse: passagem de semivogal vogal, transformando um ditongo em um hiato. Ex: va-i-da-de
b) sinrese: passagem de duas vogais de um hiato a um ditongo crescente. Ex: PI-e-do-so passa a pie-do-so;
- A sinrese fenmeno mais freqente que a direse.
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PRONOMES INDEFINIDOS
- Aplicam-se 3 pessoa com sentido vago ou quantidade indeterminada.
- Pronomes indefinidos substantivos invariveis: algum, ningum, tudo, nada, algo, outrem.
- Pronomes indefinidos adjetivos variveis (exceo cada): nenhum, outro, um, certo, qualquer, algum ecada.
- Pronomes indefinidos que indicam quantidade indeterminada: muito, mais, menos, pouco, todo, algum,tanto, quanto, vrio, diverso.
Ex: Eles compraram diversos presentes.
- As duplas quem...quem, qual...qual, este...este, um...outro com sentido distributivo tambm sopronomes indefinidos.
- Locuo pronominal indefinida: cada um, cada qual, alguma coisa, qualquer um, quem quer, quem querque, o que quer que, seja quem for, seja qual for, quanto quer que, o mais.
- QUEM, QUE, QUAL e QUANTO = PRONOMES INDEFINIDOS SE USADOS NAS PERGUNTAS,
DIRETAS OU INDIRETAS. So normalmente chamados de indefinidos interrogativos.
- As origens pronominais de todo deixam facultativa a possibilidade de por atrao concordar com apalavra a que se refere. Ex: Ele todO ouvidos. Ela todA ouvidos.
PRONOMES RELATIVOS
- Referem-se a um antecedente, ligam OP a OS em oraes subordinadas e exercem funo sinttica naorao em que se encontram (adjetivas).
- So eles: qual, o qual, cujo, que, quanto, onde.
- CUJO ter sempre funo adjetiva e refere-se a um termo anterior, mas concorda com o posterior. Ex: Ohomem cuja casa comprei.
- Os pronomes relativos QUEM/ONDE podem surgir sem antecedente. Ex: Quem tudo quer tudo perde.Chamam-se de relativos indefinidos.
- Relativo universal: usar o pronome relativo que como simples transpositor oracional despido dequalquer funo sinttica. Ex: Ali vai o homem que eu falei COM ELE em vez de Ali vai o homem comquem eu falei.
-No se usa artigo definido nem antes nem depois do pronome relativo cujo.
PRONOMES POSSESSIVOS
- Nos pronomes possessivos, recomenda-se a substituio de seu por dele para evitar dvidas sobre opossuidor.
- Os pronomes possessivos quando usados com numerais indicam aproximadamente.
- Se o referente for indefinido, usa-se o pronome possessivo na 3 pessoa.
- Se os substantivos forem sinnimos, dispensa-se a repetio do possessivo. Ex: Teu orgulho e ufania sobons. No entanto, se forem antnimos, repete-se. Ex: Teu amor e teu dio no so positivos.
- Para Bechara, apenas os cardinais so numerais propriamente ditos, ou seja, os ordinais, fracionrios e osmultiplicativos seriam adjetivos que se comportam como adjuntos.
- AMBOS pode ser considerado numeral ou pronome;
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- Podem ser grafados com LH/LI: bilho, bilio, trilho, trilio. Com LH mais usual.
VERBOS
- unidade de significado categorial que se caracteriza por ser um molde pelo qual organiza o falar seusignificado lexical.
- verbos nocionais (demais verbos) verbos relacionais (verbos de ligao)
- O verbo se combina com os instrumentos gramaticais de tempo, de modo, de pessoa, de nmero.
Consideraes diversas:
a) Gnero categoria caracterizadora qualificadora;b) Nmero categoria caracterizadora quantificadora.c) Voz passiva determinante de relao;d) Caracterizadores (qualificadores OU quantificadores) determinantese) As categorias podem estar determinadas linguisticamente ou determinadas pelo discurso
- Gnero nos verbos aparece apenas na voz passiva.
- Estado: afeta a lgica do comunicado (afirmativo, negativo, interrogativo, negativo-interrogativo)
- Aspecto: concluso ou inconcluso. Espcies como durativa, incoativa, terminativa, iterativa so apenassubcategorias do aspecto.
- Voz ou ditese: o participante pode ser agente (voz ativa), objeto (voz passiva) ou agente e objeto aomesmo tempo (voz mdia, includo o reflexivo).
- Modo: posio do falante entre a ao verbal e seu agente ou fim, ou seja, o que o falante pensa dessarelao. So eles: indicativo, subjuntivo, condicional, optativo, imperativo.
- Txis: assinala a posio de um acontecimento em relao com outro sem considerao do ato de fala.Uma srie de aes. Ex: comer cantando.
- Evidncia: o falante se refere a outro ato de fala por meio do qual ele experimenta o acontecimento. Ex:Pedro deve ter falado com Joo.
- Tempo e aspecto so categorias que andam ligadas.
- Nvel atual: um plano que coincide com a linha do tempo. Nvel inatual: plano paralelo onde se situamaes que no dizem respeito com essa linha do tempo e representam outra ao.
- Presente = nvel atual / perfeito = nvel inatual
- OBS: Nem sempre o inatual com relao ao presente interpretado como pertencente ao passado, massim como algo inseguro, distante e condicionado.
- De todas as categorias, nvel de tempo e perspectiva primria devem ser expressas.
- A voz passiva formada com os verbos SER< ESTAR< FICAR + particpio.
- voz passiva (forma) passividade (contedo). Portanto, nem sempre a passividade corresponde vozpassiva.
- Formas nominais do verbo: infinitivo, particpio e o gerndio, porque, ao lado do seu valor verbal, podemdesempenhar funo de nomes. O infinitivo pode ter funo de substantivo; o particpio pode valer por umadjetivo; o gerndio por um advrbio ou adjetivo.
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