Resumo Da Aula 3 Textualidade

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Resumo da Aula 3 Textualidade - coesão sequencial. Articulações sintáticas e relações semânticas Coesão sequencial e a relação com o sentido Um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, com as informações conectadas umas às outras coerentemente. Há textualidade quando há relações lógicas entre as ideias contidas no texto. A coesão sequencial facilita a textualidade pela utilização de conectivos, como preposições e conjunções. Classificação dos principais elementos articuladores (de coesão sequencial) Adição Também, e, ainda, não só, mas também, além disso. ex. Fiz Análise Textual e Metodologia Científica. Proporção À medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que ex. Quanto mais estudava, mais ganhava dinheiro. Conformidade Como, segundo, conforme, consoante, de acordo com, como ex. Segundo a orientação do professor, começaremos o estágio em breve. Condição Se, caso, desde que, contanto que, quando??? ex. Você pode ter um bom emprego, desde que se dedique à faculdade. Finalidade Para, para que, a fim de, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de ex. Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, ela estudava oito horas todos os dias. Conclusão portanto, assim, logo ex. Penso, logo existo; Ele não enviou seu currículo, portanto estará fora do concurso.

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Resumo da aula 3 de Análise textual da Estácio

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Resumo da Aula 3 Textualidade - coeso sequencial. Articulaes sintticas e relaes semnticas

Coeso sequencial e a relao com o sentido

Um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, com as informaes conectadas umas s outras coerentemente. H textualidade quando h relaes lgicas entre as ideias contidas no texto.

A coeso sequencial facilita a textualidade pela utilizao de conectivos, como preposies e conjunes.

Classificao dos principais elementos articuladores (de coeso sequencial)

AdioTambm, e, ainda, no s, mas tambm, alm disso.ex. Fiz Anlise Textual e Metodologia Cientfica.Proporo medida que, quanto mais, ao passo que, proporo queex. Quanto mais estudava, mais ganhava dinheiro.ConformidadeComo, segundo, conforme, consoante, de acordo com, comoex. Segundo a orientao do professor, comearemos o estgio em breve.Condio Se, caso, desde que, contanto que, quando???ex. Voc pode ter um bom emprego, desde que se dedique faculdade.FinalidadePara, para que, a fim de, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito deex. Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, ela estudava oito horas todos os dias.Conclusoportanto, assim, logoex. Penso, logo existo; Ele no enviou seu currculo, portanto estar fora do concurso. Oposio/concessomas, porm, contudo, entretanto, no entanto, embora, apesar de, mesmo que ex. Alcanou grande xito, contudo apequena-se perante alguns; Agradeo, mas no posso aceitar.Explicao/causalidadeporque, pois, visto que, uma vez que, j que ex. Comparaotal qual, mais que, menos que, como ex. Alternncia ou disjunoou...ou, ora...ora, seja...seja, quer...quer ex. Temporalidade/proporono momento em que, medida que, quando, enquanto, quanto mais...mais, proporo que ex.

A juno de informaes de forma inadequada um dos principais motivos da falta de coerncia nos textos.

Veja um novo exemplo:

O clima esteve muito adequado neste perodo; porm, a colheita foi excelente.

Ao lermos esse texto pensamos logo: Porm foi excelente? Como assim? Isso no bvio? J que o clima foi favorvel, logicamente a colheita foi boa. A surpresa seria ter um clima ruim e mesmo assim uma colheita boa ou um clima timo e a colheita ruim.O porm nos traz a ideia da adversidade, no mesmo? Ento, jamais poderia ser utilizado para juntar essas informaes. Por causa da presena dele, temos uma mensagem incoerente.

No existe uma forma nica de fazer a conexo das ideias. Entretanto, dentre as vrias possibilidades, provvel que haja junes inadequadas como mostrou o exemplo com o erro. Assim, deduzimos que nem todas as conexes so possveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junes, que podemos chamar de articulaes sintticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.Chegamos, ento, a uma importante informao: so as articulaes sintticas que estabelecem as relaes semnticas.

Mesmo sendo possvel perceber a relao existente entre as frases a presena dos elementos articuladores facilitaria muito a apresentao das ideias.

Voc consegue pensar em elementos articuladores que poderiam ser usados nestes exemplos?

Concluso: Quem l tem boas ideias. Devemos ler mais.Explicao: O mdico ainda no chegou. Ele est fazendo uma cirurgia.Finalidade: O advogado foi ao frum. Dar andamento no processo.

Finalidade:

O advogado foi ao frum ______________ dar andamento no processo.

a fim de; com o objetivo de; para.

Concluso:

Quem l tem boas ideias, ____________ devemos ler mais.

portanto; assim; logo.

Explicao:

O mdico ainda no chegou ______________ ele est fazendo uma cirurgia.

visto que; uma vez que; pois; porque, j que.

Os elementos articuladores fazem parte do que chamamos de articulaes sintticas, funo responsvel pelo estabelecimento das relaes semnticas.

Ao ler um texto, necessitamos estabelecer relaes sinttico-semnticas (causa, consequncia, comparao, disjuno etc.). Isso porque essas relaes estabelecem sentido no que se quer comunicar e a arrumao das informaes obedece ao estabelecimento do sentido.O que isso quer dizer exatamente?Quer dizer que as palavras, as expresses com as quais ligamos as ideias, estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens. Sendo assim, no se pode utilizar um elemento qualquer para conectar as informaes. importante, portanto, que tenhamos em mente de forma clara os tipos de relaes que podemos estabelecer entre as informaes

Veja agora um trecho do discurso proferido pela escritora Zlia Gattai ao tomar posse no Quadro de Membros Efetivos da Academia Brasileira de Letras, em 21 de maio de 2002, ocupando a cadeira 23, que era do escritor Jorge Amado, com que foi casada por 56 anos.

Observe, em destaque, alguns elementos articuladores utilizados pela escritora. Depois, clique neles para ver a classificao:

Meu pai emocionava-se ao nos narrar suas prprias histrias. Digo suas prprias histrias porque acredito que ele as inventava medida quenos ia contando. Ele prprio se empolgava e isso eu percebia, nos momentos mais emocionantes, ao notar arrepios em seu pescoo. Embora falasse correntemente o portugus, papai s contava histrias em italiano, matava dois coelhos com um tiro s: divertia os filhos e ensinava-lhes a sua lngua natal.

Com mame a coisa j era diferente: emboratambm tivesse grande imaginao, preferia nos contar trechos de romances que lia e filmes que assistia s quintas-feiras, na sesso das senhoras e senhoritas. Embora tivesse tido pouco estudo, pois as condies financeiras da famlia no lhe permitiram frequentar sala de aula por mais de alguns meses, mame lia correntemente e nas leituras em voz alta dava nfase, empolgando a quem a ouvisse.

No texto, vimos que h um encadeamento de ideias que promove a textualidade, que lhe do sentido. Isso ocorre porque so estabelecidas relaes sinttico-semnticas adequadas.

MAS ATENO!

Para identificar as relaes sinttico-semnticas estabelecidas pelos articuladores, necessrio observar o sentido que pode ser depreendido do texto.

Memorizar a classificao de cada articulador no suficiente para compreender a sua funo.

Observe, por exemplo, que no texto de Zlia Gattai o articulador PORQUE introduz uma explicao, ao passo que o articulador sinttico POIS tanto introduz uma ideia de explicao quanto de causalidade.