Resumo de teoria da Classificação

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Classificar – Porque – Como Durante muito tempo os livros eram organizados para sua reunião e arrumação. O conceito de biblioteca como organismo vivo surgiu no século XIX e a partir daí a reunião e arrumação tinham com fim o uso. Primeiramente os livros eram organizados por sistemas filosóficos, mas com o livre acesso, surgiu a necessidade de arrumar pelos assuntos que encerram, isso para melhor atender os consulentes. E daí surgiram os sistemas de classificação. “Classificar é, na realidade, a tarefa mais importante de uma biblioteca, pois constitui o meio pelo qual os livros são utilizados.” (Isso não se aplica aos outros setores? Numa visão sistêmica TODOS não seriam importantes, já que a mau execução afetaria outras áreas?) Definição de classificação na lógica (usados pelos sistemas filosóficos): Um processo mental pelo qual coisas, seres ou pensamentos, são reunidos segundo as semelhanças ou diferenças que apresentam. Para realizar o agrupamento de coisas é preciso um elemento de ligação que sirva de base para a reunião. Esse elemento de ligação é a característica da classificação. Desambiguação: Característica de uma classificação: o elemento que seve para reunir os grupos segundo as semelhanças que apresentam. Características de um sistema de classificação: qualidades dos sistemas de classificação. Predicado é cada uma das cinco relações que se seguem num arranjamento lógico: 1) Classe/Gênero: grupo de pessoas ou coisas que podem ser subdivididas em espécies (subdivisão com atributos comuns) pelo acréscimo de uma diferença (uma característica). A soma desses subgrupos formam a classe/gênero; 2) Espécie: pode novamente se subdividir pelo acréscimo de uma diferença e, nesse caso, forma uma nova classe originando novas espécies; 3) Diferença: é uma característica que quando comum a determinado grupo permite reuni-los por essa semelhança (tópico deduzido, já que não o era explícito) ; 4) Propriedade: algo próprio de uma classe, mas que não é imprescindível à definição da classe; 5) Acidente: é uma qualidade não obrigatória a todos os elementos de uma classe. A classe/gênero trabalho , acrescida de uma diferença pessoa que executa o trabalho , terá várias espécies como trabalho das crianças, das mulheres, dos velhos, dos homens, dos presos etc . Cada uma dessas espécies se tornam classes/gêneros quando acrescidas de uma nova diferença como tipo de trabalho o que gerará novas espécies como trabalho da mulher na pecuária, na indústria, nas artes etc . E assim ocorre até chegar a um assunto que não mais admita subdivisão. Gradação de assuntos – termos de grande extensão para assuntos específicos, i.e., para termos de grande intenção. Em todos os sistemas de classificação, a divisão deve partir do geral para o particular. Classificar – Porque – Como A classificação tem por finalidade arrumar sistematicamente os livros da melhor maneira para o uso. A melhor maneira de arrumar livros para o uso deve: 1) localizá-los dentro da coleção;

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Resumo dos capítulos iniciais do livro "Teoria e prática dos sistemas de Classificação Bibliográfica de Alice Principe Barbosa

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Classificar – Porque – Como

Durante muito tempo os livros eram organizados para sua reunião e arrumação. O conceito de biblioteca como organismo vivo surgiu no século XIX e a partir daí a reunião e arrumação tinham com fim o uso.

Primeiramente os livros eram organizados por sistemas filosóficos, mas com o livre acesso, surgiu a necessidade de arrumar pelos assuntos que encerram, isso para melhor atender os consulentes. E daí surgiram os sistemas de classificação.

“Classificar é, na realidade, a tarefa mais importante de uma biblioteca, pois constitui o meio pelo qual os livros são utilizados.” (Isso não se aplica aos outros setores? Numa visão sistêmica TODOS não seriam importantes, já que a mau execução afetaria outras áreas?)

Definição de classificação na lógica (usados pelos sistemas filosóficos): Um processo mental pelo qual coisas, seres ou pensamentos, são reunidos segundo as semelhanças ou diferenças que apresentam.

Para realizar o agrupamento de coisas é preciso um elemento de ligação que sirva de base para a reunião. Esse elemento de ligação é a característica da classificação.

Desambiguação:

Característica de uma classificação: o elemento que seve para reunir os grupos segundo as semelhanças que apresentam.

Características de um sistema de classificação: qualidades dos sistemas de classificação.

Predicado é cada uma das cinco relações que se seguem num arranjamento lógico:

1) Classe/Gênero: grupo de pessoas ou coisas que podem ser subdivididas em espécies (subdivisão com atributos comuns) pelo acréscimo de uma diferença (uma característica). A soma desses subgrupos formam a classe/gênero;

2) Espécie: pode novamente se subdividir pelo acréscimo de uma diferença e, nesse caso, forma uma nova classe originando novas espécies;

3) Diferença: é uma característica que quando comum a determinado grupo permite reuni-los por essa semelhança (tópico deduzido, já que não o era explícito) ;

4) Propriedade: algo próprio de uma classe, mas que não é imprescindível à definição da classe;

5) Acidente: é uma qualidade não obrigatória a todos os elementos de uma classe.

A classe/gênero trabalho, acrescida de uma diferença pessoa que executa o trabalho, terá várias espécies como trabalho das crianças, das mulheres, dos velhos, dos homens, dos presos etc. Cada uma dessas espécies se tornam classes/gêneros quando acrescidas de uma nova diferença como tipo de trabalho o que gerará novas espécies como trabalho da mulher na pecuária, na indústria, nas artes etc. E assim ocorre até chegar a um assunto que não mais admita subdivisão.

Gradação de assuntos – termos de grande extensão para assuntos específicos, i.e., para termos de grande intenção. Em todos os sistemas de classificação, a divisão deve partir do geral para o particular.

Classificar – Porque – Como

A classificação tem por finalidade arrumar sistematicamente os livros da melhor maneira para o uso. A melhor maneira de arrumar livros para o uso deve:

1) localizá-los dentro da coleção;

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2) retirá-los para consulta, com rapidez;3) devolvê-los à coleção, sem dificuldade;4) inserir novos livros aos já existentes, na coleção, sem que percam suas ordens lógicas;5) inserir novos livros, de novos assuntos, sem quebrar a sequência do grupo.

Durante muitos anos foram usados processos de classificação que acabaram sendo abandonados por não corresponderem aos requisitos acima, nem se ajustarem a utilização dos livros. Esses processos – por formato, cor ou tipo de encadernação, língua, data, nome do autor etc – são chamados de processos artificiais, porque as características escolhidas constituem características artificiais, nada tendo a ver com o conteúdo dos livros. (Há uma divisão entre natural – relativo ao assunto – e artificial – relativo a outra característica?).

“Modernamente, com raras exceções, não mais se admite uma biblioteca que não seja de livro acesso, nem arrumada pelos assuntos de seus livros, i.e., por um sistema de classificação”.

Na classificação por assunto a característica escolhida é uma característica interna; daí dizer-se que ela é uma característica natural. Só a classificação por assuntos preenche as cinco finalidades acima.

Ranganathan no Colon Classification (Classificação dos dois pontos) introduzio o termo faceta que é o substituto de característica. Os dois significam os diferentes aspectos ou pontos de vista dos assuntos.

Pode-se procurar um livro por diferentes pontos de acesso, mas 80% das vezes isso é feito pelo assunto. Qualquer que seja o meio que use para atingi-los ele precisa encontrá-los reunidos, não só pelos assuntos semelhantes, como também pelos assuntos correlatos. Só a classificação sistemática permite a correlação de assuntos.

Classificação bibliográfica: o processo de reunir os livros em grupos, segundo os assuntos que abrangem, enquadrá-los num sistema preestabelecido, dando-lhes ao mesmo tempo um lugar na coleção (uma localização relativa). É a classificação dos conhecimentos humanos adaptados a forma material dos livros.

O livro, por sua forma física, só pode estar num lugar na coleção. Então, quando ele tratar de vários assuntos se escolherá um deles, de acordo com a especialidade da biblioteca, ficando aos catálogos a função de relacionar os outros.

Localização relativa é aquela que deve permitir:

1) que novos livros de novos assuntos sejam acrescentados, sem mudar a ordem lógica dos mesmos;

2) que novos livros sejam anexados a outros dos mesmos assuntos;3) que os livros troquem de prateleiras, estantes, ou salas, sem perderem suas posições na

coleção.

A localização relativa só é conseguida por meio de uma arrumação ordinal, seja usando letras ou números.

O processo de classificar livros implica, portanto, em agrupá-los pelos assuntos de que tratam, trocando o nome ou o termo dos mesmos por sinais ou símbolos correspondentes. Daí dizer-se que classificação é uma linguagem artificial. A esses símbolos dá-se o nome de notação da classificação.

Para que vários livros com o mesmo símbolo sejam diferenciados, há necessidade de acrescentar-se à notação de classificação a notação do autor. Para isso existem tabelas especiais como a tabela Cutter-Sanborn.

Número de Chamada = notação da classificação + notação do autor

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Número de chamada é o símbolo que individualiza o livro dentro de uma coleção, pois numa biblioteca, não pode haver dois livros com o mesmo número de chamada.

Classificar – Porque – Como

O importante a ser considerado no processo de classificar é o perfeito entendimento, por parte do classificador, do exato sentido que o autor deu ao seu trabalho. Deve-se não só ler o prefácio, como a introdução, e tomar conhecimento do conteúdo da obra para definir bem o assunto que abrange.

Do livro Código para Classificadores de Merril, destacam-se as seguintes regras:

1) o livro deve ser classificado onde é mais procurado;2) classificar o livro primeiro pelo assunto e, depois, pela forma de apresentação ou local,

exceto em Literatura, caso em que a forma tem preferência;3) classificar pelo assunto principal, seguindo a finalidade do livro e a intenção do autor ao

escrevê-lo;4) quando o livro tratar de vários assuntos, ou das relações entre dois ou mais, deve ser

determinada a relação entre eles e classificar obedecendo às seguintes regras: I – quando, em dois assuntos, um exercer influência sobre o outro, classificar pelo assunto que sofrer a influência; II – no caso de dois ou mais assuntos que forem subdivisões de um assunto mair, classificar pelo assunto maior; III – quando ocorrerem dois assuntos distintos ligados por conjunção, classificar pelo primeiro deles, a não ser que o outro seja de maior interesse para a biblioteca; IV – para dois assuntos, em que um seja causa ou o agente do outro, classificar pelo assunto resultante ou derivado;

5) quando um livro tratar da história de um assunto, deve-se classificar no assunto, mesmo que esse não comporte subdivisão para história;

6) quando um livro tratar dos métodos de investigação, deve ser classificado com o assunto investigado, e não com o método empregado para a pesquisa;

7) se o livro tratar de assunto referente a um país ou a uma pessoa, classificar com o assunto tratado mais especificamente;

8) se o livro tratar das origens de costumes, instituições ou crenças, classificar sob os costumes, instituições etc., e não sob aquelas origens.

Estrutura ou filosofia de um sistema de classificação

Filosofia do sistema é o estudo da estrutura e dos princípios que formam um sistema de classificação.

Um sistema de classificação é um conjunto de agrupamentos de assuntos coordenados e subordinados por determinadas características.

Classe é o nome dado à reunião dos assuntos que apresentam entre si certo grau de semelhança. As classes maiores são chamadas de classes principais. Cada classe se subdivide em grupos chamados divisões, cada divisão em subdivisões, cada subdivisão em seções, e assim por diante, até que o assunto se torne extremamente específico.

A apresentação gráfica dessas classes, divisões, seções etc., constitui o esquema de classificação.

Qual princípio (conceitos filosóficos) seguir para o arranjo dessas classes? Brown agrupou os conhecimentos humanos em: Matéria e Força originando a Vida, essa dando a Inteligência que conduz ao Registro dos acontecimentos. Dewey usou a divisão de Bacon, enquadrando os conhecimentos humanos em Memória, Imaginação e Razão. Já Bliss usou o agrupamento das ciências segundo o uso educacional da época e a Library of Congress dispôs os assuntos de acordo com suas próprias necessidades.

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Todo os classifistas procuram distribuir os assuntos obedecendo ao princípio da sequência útil. Um sistema obedece ao princípio da sequência útil quando os assuntos são subdivididos, partindo do geral para o particular, i.e., de termos de grande extensão e pouca intenção para termos de grande intenção e pouca extensão.

Todo sistema de classificação apresenta classes coordenadas (530 – 540 – 590) e classes subordinadas (378.2 – 378.24 – 378.242).

Para que haja sequência lógica nessa subdivisão dos grupos, é preciso que a característica escolhida se prenda aos seguintes princípios:

1) ser a mais útil;2) ser consistente ou exclusiva, o que significa usar uma de cada vez;

Quando esse princípio não é observado, ocasiona uma classificação cruzada, em que, um assunto tanto pode estar numa classe como em outra(s).

Geralmente nos sistemas enumerativos (aqueles que apenas enumeram os assuntos sem correlacioná-los) as notações não comportam classificações compostas. É o que acontece com a CDD, embora em alguns casos seja facultado esse método por meio da divisão por síntese (dividir como). Mas na maioria das vezes o classificador tem que se contentar em otar por uma classificação ou por outra.

A CDU e a classificação dos Dois Pontos, por serem analítico-sintéticos (usam símbolos de ligação que permitem as correlações dos assuntos) são as únicas que admitem tal flexibilidade.

3) ser exaustiva, permitir que cada grupo de assunto possa ser subdividida ao máximo, possibilitando incluir não só os assuntos que já existem como também os que possam vir a existir;

4) ser modulado, o que significa facultar as subdivisões, de maneira que os assuntos correlatos fiquem o mais próximos possível. Deve ser observado o princípio da gradação suave.

|( Divisões|( Subdivisões

_____________________( Classes principais -------( Seções| |( Subseções

|( etc.

_____________________( Obras gerais|

|( Forma_____________________( Tabelas auxiliares -------( Língua| |( Geográfica

|( CronológicaSistema de Classificação

|( Simples|_____________________( Notação ------------------( Flexível

|( Memorizável

|( Relativo|_____________________( Índice --------------------( Terminologia atual

|( Referências e remissivas

|( Sumários|_____________________(Apresentação -------------( Instruções de uso

|( Exemplos|( Terminologia atual

Para que haja classes principais, o conhecimento humano deve ser dividido em grandes grupos, segundo uma característica escolhida. Dewey subdividiu o Universo em três grandes

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características: Razão, originando as classes 100 – 600; Imaginação, originando as classes 700 e 800; e Memória, originando a classe 900.

Há assuntos demasiadamente gerais e que não se enquadram em nenhuma classe específica. Para esses materiais foi criado a classe de obras gerais.

Como os assuntos são, às vezes, apresentados sob determinadas formas, relacionadas com épocas, local ou língua; todos os sistemas prevem tabelas auxiliares a serem usadas em tais casos. Forma, língua, tempo, e lugar são as subdivisões mais comuns.

A forma de apresentação de um assunto pode ser interpretada de duas maneiras diferentes: a externa, tal como dicionários, periódicos, bibliografias etc; e a interna, tal como teoria, filosofia ou história de certos assuntos.

Notação de um sistema de classificação é o conjunto de símbolos que representa o assunto ou os assuntos de um livro. A notação de Dewey é considerada a única pura, por empregar apenas números.

Parte importantíssima de um sistema de classificação, o índice é a chave para seu uso, embora sozinho não lhe caiba a tarefa de classificar. É uma lista alfabética de todos os termos encontrados no esquema e nas tabelas auxiliares, devendo registrar também sinônimos e referências a termos. Existem dois tipos de índices: relativo e específico. Índice relativo é aquele que arrola tantas entradas e respectivas notações quanto os aspectos dos assuntos tratados. Índice específico é o que registra apenas uma entrada para cada assunto incluído no sistema. O índice da classificação de Brown é o único exemplo conhecido de um índice específico.

A boa apresentação de um sistema consiste em possuir bons sumários que deem visão de conjunto do todo do sistema, e notas explicativas sobre seu uso, opções de serem feitas, ligações com outras notações etc.

Como os termos técnicos e científicos se modificam a certos intervalos e outros surgem, há a necessidade de assídua atualização dos sistemas. Como os suplementos da CDU até o lançamento de uma nova edição.

História – Classificações filosóficas – Classificações bibliográficas

As classificações bibliográficas tiveram raízes nas classificações dos conhecimentos humanos, tendo sido Platão o primeiro a agrupá-los segundo bases filosóficas. Mais tarde, Porfírio deu o primeiro exemplo de classificação binária com sua Árvore. Cassiodoro dividiu as Artes Liberais originando o Trivium e o Quatrivium usados como currículo nas escolas da Idade Média. Gessner deu o primeiro exemplo de arranjo de livros de acordo como o uso científico da época, sendo considerado como o primeiro sistema de classificação bibliográfica. E Bacon com seu Chart of Learning influenciou os modernos sistemas de classificação.

No século XIX aparecem o sistema de Cutter, o de Dewey e a CDU. No século XX apareceram sistemas arbitrários como o da LC, o de Brown e o de Bliss – que, obedecendo ao concenso educacional da época, estabeleceu o conceito da coordenação e subordinação de assuntos (os outros não tinham?). E surge também a Classificação dos dois Pontos de Ranganathan que veem os assuntos sob a manifestação de facetas.

“Modernamente, já quase no fim do século XX, os tradicionais sistemas estão sendo, pouco a pouco, absorvidos pelo uso das máquinas” (!!). “E, assim, processos eletrônicos já substituem, nos grandes centros de documentação e serviços bibliográficos, os tradicionais sistemas decimais”(!!). “Muitas são hoje as bibliotecas especializadas que preferem o processo de indexação por termos” (dá para substituir um pelo outro? Dá para substituir a indexação pela classificação?)

História – Classificações filosóficas – Classificações bibliográficas

Classificações filosóficas são as puramente teóricas, constituindo agrupamentos dos conhecimentos humanos segundo o ponto de vista de seus idealizadores.

Platão agrupou os conhecimentos em: I – física, II – ética, e III – lógica. Aristóteles dividiu

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em: I – Ética (economia, política e direito), II – Artes recreativas, e III – Teoria (matemática, física e teologia). Deve-se a Porfírio a divisão dos conhecimentos partindo de termos de grande extensão e pouca intenção para termos de pouca extensão e grande intenção. Seu sistema é conhecido como Árvore de Porfírio e com o uso desse princípio pelo sábio Pierre de Ramée também é conhecido como Árvore de Ramée.

…A maior contribuição aos sistemas veio de Francis Bacon na Chart of Learning (1905). Em

sua obra Advancement of Learning baseada no Trivium e Quatrivium, de Cassiodoro, ele classificou as ciências segundo as faculdades intelectuais da Memória – Imaginação – Razão, originando, respectivamente, a História – Poesia – Filosofia.

Esse sistema influenciaram as enciclopédias de Diderot e d'Alembert, na classificação dos livros de Thomas Jefferson e na classificação da Library of Congress. Mais tarde Harris o usou de forma invertida daí surgindo o muito conhecido CDD.

“Mas, o estabelecimento do conceito moderno de hierarquia das ciências e o princípio da filiação, pela qual cada ciência depende da precedente, vem de Augusto Comte, que adotou a ordem dos conhecimentos humanos, como sendo uma ordem de generalidade decrescente e complexidade crescente. Suas séries começam com Matemática, decrescendo para a Astronomia, Física, Química, Biologia e Sociologia.”

História – Classificações filosóficas – Classificações bibliográficas

É muito antiga a preocupação dos bibliotecários em dar aos livros um ligar determinado nas estantes, mas as primeiras classificações falharam em seus objetivos, por visarem apenas a sistematização dos conhecimentos humanos.

Desde a Antiguidade até hoje, nada existe, na realidade, absolutamente novo, pois todos os sistemas são sempre apoiaods em experiências passadas.

As classificações práticas são as que visam apenas a uma arrumação metódica dos livros, sem se apoiarem em bases científicas ou filosóficas.

Os livros da Biblioteca de Nínive eram dispostos em duas grandes classes: a) coisas da Terra, b) coisas do céu.

Deve-se a Calímaco o primeiro esquema de classificação de livros, inspirado na classificação de Aristóteles. Seu Pinakes era um catálogo em que as obras se dividiam pelas profissões dos respectivos autores: poetas, filósofos, historiadores, oradores etc. O sistema obedecia a uma ordem cronológica por períodos e, na parte referente aos autores, a ordem alfabética. Utilizava a primeira palavra do texto, como indicação do lugar onde estavam os livros, prática que fazia o papel do atual número de classificação. Esse foi, de fato, o primeiro sistema embora elementar, de classificar livros, dando-lhes ao mesmo tempo um lugar fixo nas estantes.

…No final do Século XIX, a Library of Congress idealizou um sistema de classificação todo

arbitrário, mas que, embora, não obedecendo à sucessão ou subdivisão das ciências, conserva-se até hoje, atualizado sendo um dos sistemas mais adotados nos Estados Unidos.

Tomando por base suas finalidades, os sistemas de classificações bibliográficas também podem ser divididos em:

1) Gerais – quando abrangem todos os ramos do conhecimento humano (CDD e CDU);2) Especializados – quando abrangem um determinado ramo do conhecimento como a

Medicina, Agricultura etc ou quando abrangem um determinado tipo de material, i.e., discos, mapas etc (CDDir).