Resumo do Relatório Qualidade do Ar na Região ... Departamento de Trânsito do Paraná DETRAN-RJ...

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 1 Resumo do Relatório Qualidade do Ar na Região Metropolitana de Curitiba Ano de 2003 Convênio Apoio Instituto de Tecnologia Prefeitura do Município de Araucária Para o Desenvolvimento Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 1

Resumo

do Relatór io

Qualidade do Ar

na Região Metropolitana de Cur iti ba

Ano de 2003

Convênio Apoio

Instituto de Tecnologia Prefeitura do Município de AraucáriaPara o Desenvolvimento Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

Governador do Estado do ParanáRoberto Requião

Secretar ia de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídr icos – SEMALuiz Eduardo Cheida

Instituto Ambiental do Paraná - IAPLindsley da Silva Rasca Rodrigues

Coordenador ia de Recursos Hídr icos e AtmosféricosTânia Lúcia Graf de Miranda

Diretor ia de Estudos e Padrões AmbientaisCelso Augusto Bittencourt

Departamento de Tecnologia AmbientalMaria da Graça Branco Patza

Consultor TécnicoDr. Andreas Grauer

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EQUIPE TÉCNICA

ElaboraçãoEng. Químico: Dr. Andreas Grauer - IAPQuímica: Aimara Tavares Puglielli - IAP

AnalistasTécnico Químico: Ademir da Silva - IAPQuímica: Aimara Tavares Puglielli - IAP

AmostradoresGeraldo F. da Silva - IAPGerolino V. Sales - IAPJoão Batista Maia - IAP

João Maria de Souza Lima - IAPNelson Budel - IAP

Renato de Andrade - IAPRubens H. Castro - IAP

Operação das estações automáticasQuímico: Eliseu Esmanhoto - LACTEC

Química: Dra. Sandra Mara Alberti – LACTECEng. Químico: Jair Duarte - LACTEC

Eng. Eletricista: Adilson Miguel Luz - LACTECEstagiária de Engenharia Química da PUC: Geanine Luz - LACTEC

Estagiário de Engenharia Ambiental da UFPR: Rafael G. Serta - LACTECConsultores do Institut für Spektrochemie und Angewandte Spektroskopie - ISAS em

Dortmund/Alemanha e Zentrum für Umweltforschung Universidade de Frankfurt ZUF/AlemanhaMeteorologista: Dr. Wolfgang Vautz - ISASQuímico: Prof. Dr. Dieter Klockow - ISAS

Eng. Elétrico: Robert Sitals - ZUFQuímico: Prof. Dr. Wolfgang Jaeschke - ZUF

Consultor meteorológicoProf. Nelson Luís Dias, Lemma - UFPR/IAPAR/SIMEPAR

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PREFÁCIO

A missão do Instituto Ambiental do Paraná- IAP é proteger, preservar, conservar, controlare recuperar o patrimônio ambiental, buscando melhor qualidade de vida e o desenvolvimentosustentável com a participação da sociedade.

A gestão da qualidade do ar assumiu papel prioritário no planejamento da nossa gestãoadministrativa, pela importância que esse recurso natural tem para a vida. O ar não é tratável antesde seu consumo e portanto a manutenção da sua qualidade dentro dos padrões estabelecidos paragarantir a saúde da população deve receber nossa especial atenção.

O Paraná conta hoje com uma legislação moderna, sendo a mais completa do país. Trata-seda lei estadual 13.806/02 e da resolução SEMA 041/02 que a regulamentou, em especial quantoaos padrões de emissão para fontes fixas de poluição atmosférica, instrumento inédito no Brasil .

Estamos aplicando rigorosamente a resolução e com isso esperamos obter uma significativaredução das emissões hoje praticadas, o que certamente resultará em melhorias da qualidade do arem todo o Estado..

O monitoramento da qualidade do ar vem sofrendo incremento de investimentos, sendo que,em 2003, a rede de monitoramento da Região Metropolitana de Curitiba passou a contar com maisduas estações automáticas no município de Araucária: a da UEG e a da REPAR, ambas decorrentesde medidas compensatórias definidas no licenciamento ambiental das empresas. Assim, a rede hojeé composta por oito estações automáticas e quatro estações manuais.

Finalmente, apresentamos com grande satisfação esse Quarto Relatório Anual da Qualidadedo Ar na Região Metropolitana de Curitiba, Ano 2003, entendendo que seja um instrumento damaior relevância para a gestão da qualidade do ar, pois é o instrumento de informação à sociedadesobre a qualidade do ar que respira e das ações que vêm sendo tomadas para sua manutenção emelhoria.

Assim, estamos conduzindo o Programa de Gestão da Qualidade do Ar, acompanhando aevolução da sua qualidade através do monitoramento contínuo, ao mesmo tempo em quecolocamos em prática o controle das fontes poluidoras através dos mecanismos estabelecidos nanossa legislação. Com essas ações buscamos garantir a qualidade vida da população da RegiãoMetropolitana de Curitiba, que representa quase 30% da população paranaense e cumprindo com anossa missão institucional.

Lindsley da Silva Rasca RodriguesDiretor Presidente

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Apresentação

Tenho a honra de apresentar este quarto relatório sobre a qualidade do ar, destinado aopúblico interessado no ar que respiramos na Região Metropolitana de Curitiba, na composição egrau de comprometimento desse “alimento” tão básico para a nossa vida, “desse amigo gratuito etão esquecido porque tão constante”, como escreveu Domingos Pellegrini na GAZETA DO POVO, dia27/02/05. O ar merece uma atenção especial porque o respiramos in natura, ou seja, sem tratamentoprévio. Não há como impedir que os poluentes atmosféricos penetrem em nosso ambiente, nossascasas e nossos corpos. Portanto, temos que manter o ar o mais puro possível.

Durante o ano de 2003 houve uma reestruturação da forma de cooperação entre osintegrantes da rede do monitoramento do ar e por este motivo estamos apresentando este relatóriocom atraso, o que lamento. Por outro lado, deve-se observar que o monitoramento da qualidade doar na Região Metropolitana de Curitiba ainda não está consolidado porque o processo da criação darede de estações ainda está em andamento. Isto pode ser verificado pelo fato de que em 2003 maisduas estações automáticas entraram em operação: a UEG e a REPAR, ambas localizadas emAraucária. Devido a estes fatos tivemos que enfrentar muitos desafios e o importante é queconseguimos vencê-los, dando prosseguimento no monitoramento e na publicação de relatórios.

São apresentados resultados do monitoramento da qualidade do ar em Curitiba e Araucáriadesde 1985 com estações manuais, sucessivamente complementadas a partir de 1998 com estaçõesautomáticas. Hoje, a rede está composta por 4 estações manuais e 8 automáticas. Estou orgulhosode poder apresentar neste relatório de 2003, uma informação mais consolidada ainda, se comparadacom os anos anteriores. Para os três tipos de áreas: central, industrial e bairro, podemos apresentarresultados para todos os poluentes, exceto a medição de PTS e PI na área do tipo bairro.

O principal objetivo do relatório é o de informar à população se os padrões de qualidade doar são atendidos e, caso negativo, onde, quando e com qual frequência isto acontece. O relatóriotambém documenta o esforço que o IAP tem feito na área de controle de poluição atmosférica etenta dar orientações para possíveis melhorias. Outra função importante é a de acompanhar eavaliar de forma quantitativa e objetiva a eficiência das medidas tomadas para melhorar os índicesda qualidade do ar. A apresentação anual oferece uma boa base para isto. No entanto, seobservamos uma tendência para a melhoria da qualidade do ar em certos casos, isto não deveresultar na sensação de que tudo está resolvido. Podemos melhorar ainda muito mais e para isto épreciso a participação ativa de todos através de ações, sugestões ou apenas comentários, para osquais convido a sociedade e fico grato.

Gostaria de agradecer a colaboração da equipe técnica, dos responsáveis administrativos noIAP, de todas as outras pessoas que contribuíram neste relatório e o constante incentivo e apoiocarinhoso de minha família.

Boa leitura.

Dr. Andreas GrauerConsultor do IAPPerito Integrado do convênio brasileiro/alemão IAP/CIM

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Sumár io Página

PREFÁCIO........................................................................................................................................4

Apresentação .....................................................................................................................................5

Lista de Tabelas e Ilustrações............................................................................................................7

Lista de Abreviaturas e Símbolos......................................................................................................8

1 Introdução.....................................................................................................................................9

1.1 A qualidade do ar é uma responsabili dade coletiva.............................................................91.2 Poluição atmosférica..........................................................................................................101.3 Poluentes atmosféricos.......................................................................................................101.4 Origem da poluição atmosférica........................................................................................111.5 Padrões e Índice de qualidade do ar ...................................................................................111.6 Efeitos da poluição atmosférica.........................................................................................14

2 Monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).....................15

2.1 Dados gerais.......................................................................................................................152.2 Aspectos climáticos e meteorológicos...............................................................................152.3 Objetivo do monitoramento ...............................................................................................172.4 Localização das estações e conceito do monitoramento....................................................18

3 Conclusão do Monitoramento da Qualidade do Ar ....................................................................21

3.1 Partículas Totais em Suspensão (PTS)...............................................................................213.2 Fumaça...............................................................................................................................223.3 Partículas Inaláveis (PI) .....................................................................................................233.4 Dióxido de Enxofre (SO2) ..................................................................................................243.5 Monóxido de Carbono (CO) ..............................................................................................243.6 Ozônio (O3) ........................................................................................................................253.7 Dióxido de Nitrogênio (NO2).............................................................................................26

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Lista de Tabelas e I lustrações

Tabelas:Tabela 1: Padrões primários e secundários de poluentes atmosféricos no Paraná (ResoluçãoCONAMA n° 03/90, SEMA n° 041/02)..........................................................................................12

Tabela 2: Critérios para episódios agudos de poluição do ar (Resolução CONAMA 03/90, SEMAn° 041/02) ........................................................................................................................................13

Tabela 3: Classificação da qualidade do ar através do Índice de qualidade do ar..........................14

Tabela 4: Estações de monitoramento de qualidade do ar na RMC...............................................19

Tabela 5: Monitoramento de qualidade do ar nas áreas: industrial, centro, bairro ........................20

Tabela 6: Resumo do monitoramento do poluente PTS para o ano de 2003................................. 21

Tabela 7: Resumo do monitoramento do poluente Fumaça para o ano de 2003............................22

Tabela 8: Resumo do monitoramento do poluente PI para o ano de 2003.....................................23

Tabela 9: Resumo do monitoramento do poluente SO2 para o ano de 2003..................................24

Tabela 10: Resumo do monitoramento do poluente CO para o ano de 2003................................. 24

Tabela 11: Resumo do monitoramento do poluente Ozônio para o ano de 2003...........................25

Tabela 12: Resumo do monitoramento do poluente NO2 para o ano de 2003...............................26

Gráfico:Gráfico 1: Condições de dispersão nas estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar

..................................................................................................................................................17

Figura:Figura 1: Localização das estações de monitoramento de qualidade do ar na RMC.....................18

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Lista de Abreviaturas e Símbolos

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São PauloCISA CSN-Imsa Aços Revestidos S.A.CO Monóxido de CarbonoCOMEC Coordenação da Região Metropolitana de CuritibaCONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteCSN Companhia Siderúrgica NacionalDETRAN-PR Departamento de Trânsito do ParanáDETRAN-RJ Departamento de Trânsito do Rio de JaneiroFEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Estado do Rio de

JaneiroGNV Gás Natural VeicularHCT Hidrocarbonetos TotaisIAP Instituto Ambiental do ParanáIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaIPARDES Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e SocialIPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de CuritibakPa quilopascal, unidade de pressão atmosaféricaLACTEC Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimentoµg micrograma, um milionésimo de um gramaµg/m3 micrograma por metro cúbico, concentração gravimétrica do poluente no arMP Material ParticuladoNH3 AmôniaNO Monóxido de NitrogênioNO2 Dióxido de NitrogênioNOx Óxidos de Nitrogênio, entende-se como soma de NO + NO2

O3 OzônioPI Partículas InaláveisPM10 Partículas até 10 µm de diâmetro, corresponde com a fração inalávelppm partes por milhãoPTS Partículas Totais em SuspensãoREPAR Refinaria Presidente Getúlio VargasRMC Região Metropolitana de CuritibaSEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos HídricosSO2 Dióxido de EnxofreTECPAR Instituto de Tecnologia do ParanáUEG Usina Elétrica a Gás

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1 Introdução

O objetivo de divulgação do Relatório de Qualidade do Ar da Região Metropolitana deCuritiba é o de informar à população o grau de comprometimento do recurso ambiental mais básicopara nossa existência. Estão disponíveis na internet (http://www.pr.gov.br/meioambiente/iap) osRelatórios de Qualidade do Ar referentes aos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003. O objetivo deinformar, entretanto, nem sempre foi atingido, porque houve, em muitos casos, problemas paraacessar esta informação devido ao grande tamanho dos arquivos, acima de 1 MB. Para solucionareste problema publicamos para o ano de 2003, pela primeira vez, dois documentos: um relatóriocompleto e o presente Relatório Resumo, mais condensado, contendo apenas os resultados eexplicações essenciais.

Este relatório resumido informa para cada poluente e estação dados de:• o número de classificações dos registros nas categorias BOA, REGULAR, INADEQUADA e

MÁ;• as concentrações máximas medidas;• as médias anuais;• o número de dias INADEQUADOS e• se caso houve, quais foram os dias INADEQUADOS (até 10 dias), ou seja, aqueles com

padrão de qualidade do ar ultrapassado.

Temos a certeza de que este

Resumo do Relatór io de Qualidade do Ar na Região Metropoli tana deCur itiba – Ano de 2003

vai contribuir para uma melhor divulgação dos resultados do monitoramento da qualidadedo ar pelo acesso mais rápido da informação. Ao mesmo tempo ele facilit a o acompanhamento deeventuais tendências para um ar mais ou menos comprometido na comparação entre um ano eoutro.

1.1 A qualidade do ar é uma responsabil idade coletiva

O ambiente do homem é a atmosfera, o homem vive nesta camada gasosa do nosso planeta,neste mar de ar, porém não pode enxergar ar puro. É um gás invisível para ele. Mas quando o arestá em movimento pode ser sentido, como vento por exemplo. Percebemos a existência do arquando andamos de carro, de moto ou de bicicleta, porque sentimos uma resistência que aumentacom a velocidade. Porém, geralmente a constante presença do ar fica imperceptível, mesmo sendotão essencial para nossa vida.

Sem comida o ser humano pode viver semanas, sem água, dias, mas sem ar apenas algunsminutos. Um adulto precisa para a sua respiração de aproximadamente 10 mil lit ros de ar todo dia.Por muito tempo, a presença desta quantidade de ar, de boa qualidade, não era a preocupação dohomem, pois a abundância de ar era natural. Hoje sabemos que todos os recursos naturais, inclusiveo ar, são finitos. Mesmo que as atividades humanas não consumam o ar de forma a acabar com ogás, alteram a sua composição e a natureza precisa de tempo para recuperar-se, ou seja, depurar-sedesta alteração. Semelhante aos rios e mares, a atmosfera também possui seus mecanismos de auto-

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purificação, como a chuva, com a qual os poluentes são removidos. Somente podemos lançarpoluentes na atmosfera na medida em que estas substâncias possam ser suportadas pelos processospurificadores, caso contrário haverá acumulação.

O ar puro e seco basicamente é composto de 78% de Nitrogênio e 21% de Oxigênio. Alémdessas substâncias o ar contém mais alguns gases em quantidades pequenas, que juntos somamapenas 1%. Mesmo sendo tão importante para nossa sobrevivência, o ar que consumimos atravésda nossa respiração e dos processos técnicos (que podem consumir muito mais ar que a nossarespiração) continua sendo gratuito. Por exemplo: a queima de um litro de gasolina consome aquantidade de ar que um adulto respira durante 24 horas.

Já houve uma tentativa há aproximadamente 3 mil anos atrás de vender ar. Um funcionárioegípcio fez esta proposta com o objetivo de sanear o cofre público, sabendo que o ar era umpressuposto básico para a vida e portanto valioso. Porém, até hoje, o ar não foi comercializado econtinua não pertencendo a ninguém. Em lugar de considerar que não pertença a ninguémpodemos, com a mesma razão, considerar que o ar é de todos. Dessa forma temos maior facili dadepara entender que devemos nos responsabili zar pelo ar. O ar é de todos e, portanto, cuidar da suaqualidade é uma responsabili dade coletiva!

1.2 Poluição atmosférica

O termo “poluição” significa a degradação da qualidade do ar resultante de atividades quedireta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, ou criemcondições adversas às atividades sociais e econômicas, ou afetem desfavoravelmente a biota, ouafetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, ou emitam matéria ou energia emdesacordo com os padrões ambientais estabelecidos (Lei 6.938/81, Artigo 3°, inciso III ).

Não podemos considerar qualquer atividade que altera a composição da atmosfera comopoluição. Entendemos poluição atmosférica como sendo a presença ou o lançamento de umasubstância na atmosfera que se mantém acima de um limiar de aceitabili dade para o bem-estar deseres humanos, animais, infra-estrutura ou do meio ambiente em geral. Isso significa, também, queo conceito de poluição é algo dinâmico, porque nós definimos os limites. O que consideramospermitido hoje, futuramente com padrões mais rígidos, poderá ser considerado poluição. Isto já éum fato para as emissões veiculares. Para veículos novos são aplicados limites de emissão bemmais rigorosos do que a alguns anos atrás e as emissões de um veículo novo com os mesmosíndices de 10 anos atrás, hoje, seriam consideradas poluição.

1.3 Poluentes atmosféricos

Poluentes atmosféricos são as substâncias gasosas, sólidas ou líquidas presentes naatmosfera, com potencial de causar poluição. Quando estas substâncias são diretamente emitidaspelos processos são chamadas de poluentes primários, como no caso de Monóxido de Carbono(CO), Monóxido de Nitrogênio (NO) ou Dióxido de Enxofre (SO2). Concentrações altas depoluentes primários são registradas nas proximidades das fontes, por exemplo, na beira de rodoviasmovimentadas.

Outro tipo de poluente não é emitido diretamente por uma fonte, é formado na atmosferacom a influência de outras substâncias (chamadas precursores) e eventualmente da radiação solar.Neste caso, chama-se de poluente secundário. É o caso de Ozônio (O3), da maior parte de Dióxidode Nitrogênio (NO2) e de certas partículas muito finas. No caso de poluentes secundários, nãopodemos tão facilmente prever onde serão registradas altas concentrações. Mesmo em lugares

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afastados das fontes dos precursores, podemos encontrar altas concentrações. Em geral, problemascom poluentes secundários abrangem uma área maior do que no caso de poluentes primários.

1.4 Or igem da poluição atmosférica

Poluentes atmosféricos presentes no ar podem ser tanto de origem natural quanto causadospelas atividades humanas, também chamadas antropogênicas. É importante saber que omonitoramento da qualidade do ar sempre analisa o conjunto das duas fontes. Porém, não podemoscontrolar fenômenos naturais que podem liberar grandes quantidades de substâncias paraatmosfera. As principais fontes naturais são vulcanismo, maresia, evaporação da vegetação,decomposição de matéria orgânica, arraste de poeira e incêndios. Por outro lado, uma substâncialiberada por um incêndio natural de uma floresta não apresenta nenhuma diferença de umasubstância liberada por um incêndio causado pelo homem. Em ambos os casos o resultado é aliberação de poluentes. A diferença é que a natureza se adaptou e convive em equilíbrio com aquantidade de poluentes naturais, enquanto que as atividades antropogênicas podem causar umdesequilíbrio.

As atividades industriais, o tráfego motorizado e as queimadas a céu aberto são as maioresfontes antropogênicas de emissões e merecem, portanto, a nossa atenção. De fato o tráfego,também chamado de fontes móveis, é a fonte predominante em todos os grandes centros urbanosde hoje. A frota motorizada no Paraná contou no ano de 2003 com 2.929.662 veículos [DETRAN-PR, motorização], o que significa um aumento de 11,2 % em relação ao ano de 2002. Só na capitaljá temos 791.286 veículos motorizados, ou 46,7 por 100 habitantes, o que corresponde a umaumento de 6,8 % [DETRAN-PR, frota cadastrada].

Comparando as emissões industriais, as chamadas fontes fixas, com as do tráfego, vemosdois pontos essencialmente diferentes. Primeiro, o número de veículos é muito maior do que onúmero de indústrias. É sempre mais difícil controlar um grande número de pequenos poluidoresdo que controlar alguns grandes poluidores. Segundo, muitas indústrias estão localizadas fora dosperímetros urbanos e lançam as emissões através de chaminés na atmosfera, com uma certadistância da população, enquanto os veículos liberam os poluentes geralmente nos centros urbanos,praticamente numa altura que possibilit a a inalação direta pelos seres humanos. Logo, temos aconvicção de que para melhorar a qualidade do ar nas cidades devemos nos concentrar comprioridade nas emissões veiculares.

Algo que está sendo colocado em prática desde alguns anos é a conversão de motores aálcool, a Diesel e a gasolina para o funcionamento com GNV (gás natural veicular), com potencialmenos poluente e a custo menor para abastecimento. Em Curitiba, já existem dezessete postos deabastecimento e dezasseis oficinas credenciadas para conversão (www.compagas.com.br,18/04/05). Até o ano de 2003, foram 8399 veículos movidos à gás natural veicular na capital[DETRAN-PR, frota cadastrada].

1.5 Padrões e Índice de qualidade do ar

A existência de padrões de qualidade do ar é muito importante, pois eles definem até quenível a presença de uma certa substância no ar que respiramos é legalmente tolerada. Elesrepresentam, portanto, aquele limite de aceitabili dade acima do qual podemos chamar o ar de“poluído” .

Através da Portaria Normativa IBAMA nº 348, de 14/03/90 e Resolução CONAMA n°03/90 foram estabelecidos os padrões nacionais de qualidade do ar. A Secretaria de Estado do MeioAmbiente e Recursos Hídricos do Paraná confirmou estes padrões através da Resolução SEMA n°

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041/02. Portanto, os padrões paranaenses e nacionais são os mesmos. Ficaram assim estabelecidos,para todo território do Estado do Paraná, padrões primários e secundários de qualidade do ar paraos sete seguintes parâmetros:1) Partículas Totais em Suspensão (PTS)2) Fumaça3) Partículas Inaláveis (PI), (Obs: outra nomenclatura o chama PM10 ou MP10)4) Dióxido de Enxofre (SO2)5) Monóxido de Carbono (CO)6) Ozônio (O3)7) Dióxido de Nitrogênio (NO2)

Tabela 1: Padrões primários e secundários de poluentes atmosféricos no Paraná (ResoluçãoCONAMA n° 03/90, SEMA n° 041/02)Poluente Tempo de

amostragemPadrão pr imár io 1)

[µg/m3]Padrão secundár io 1)

[µg/m3]Par tículas Totais emSuspensão (PTS)

24 horas1 ano2)

2403)

801503)

60Fumaça 24 horas

1 ano2)1503)

601003)

40Par tículas Inaláveis(PI )

24 horas1 ano2)

1503)

501503)

50Dióxido de Enxofre(SO2)

24 horas1 ano2)

3653)

801003)

40Monóxido de Carbono(CO)

1 hora8 horas

40.0003)

10.0003)40.0003)

10.0003)

Ozônio (O3) 1 hora 1603) 1603)

Dióxido de Nitrogênio(NO2)

1 hora1 ano2)

320100

190100

Notas: 1) Ficam definidas como condições de referência a temperatura de 25°C e a pressão de 101,32 kPa2) Média geométrica para PTS; para as restantes substâncias as médias são aritméticas3) Não deve ser excedida mais de uma vez por ano

O padrão primário de qualidade do ar define legalmente as concentrações máximas de umcomponente atmosférico que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. O padrãoprimário pode ser entendido como nível máximo tolerável de concentração de poluentesatmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. Não é uma proteção ampla, porquenão considera toda a natureza. Expressa apenas o mínimo, uma proteção à saúde da populaçãocontra danos da poluição atmosférica, sem considerar as necessidades da fauna e flora.

Para uma proteção maior existe o padrão secundário. O padrão secundário de qualidade doar define legalmente as concentrações abaixo das quais se prevê - baseado no conhecimentocientífico atual - o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimodano à fauna e flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral, podendo ser entendido como nívelmáximo desejado de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.

Os padrões regulamentados pela Resolução SEMA n° 041/02 e os respectivos tempos deamostragem estão listados na Tabela 1. Para todos os poluentes há um padrão de curto prazo(horas) e outro que se aplica para longo prazo, exceto para Ozônio. Os padrões de curto tempoconsideram os efeitos irritantes e agudos dos poluentes, enquanto aqueles de longo tempo

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consideram os efeitos acumuladores e crônicos. Os efeitos de curto prazo geralmente sãoreversíveis enquanto os de longo prazo não são.

O padrão (primário ou secundário) que deve ser aplicado depende da Classe da área dolocal. A Resolução CONAMA n° 05/89 estabeleceu as Classes I, II e III. Áreas de Classe I sãoáreas de preservação, lazer e turismo onde se deve manter as concentrações a um nível maispróximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica, portanto, abaixo dos níveis dopadrão secundário. Nas áreas da Classe II se aplica o padrão secundário e naquelas da Classe III opadrão menos rígido, o primário. Cabe ao Estado a definição das áreas de Classe I, II e III . Estaclassificação foi feita no Paraná e consta no artigo 31 da Lei n° 13.806.

Para episódios agudos de poluição do ar são estabelecidos os níveis de Atenção, Alerta eEmergência conforme a tabela seguinte.

Tabela 2: Critérios para episódios agudos de poluição do ar (Resolução CONAMA 03/90, SEMAn° 041/02)Poluente Tempo de

amostragemNível

Atenção[µg/m3]

NívelAlerta[µg/m3]

NívelEmergência

[µg/m3]Par tículas Totais emSuspensão (PTS)

24 horas 375 625 875

Fumaça 24 horas 250 420 500

Par tículas Inaláveis (PI ) 24 horas 250 420 500

Dióxido de Enxofre (SO2) 24 horas 800 1.600 2.100

Monóxido de Carbono (CO) 8 horas 17.000 1) 34.000 2) 46.000 3)

Ozônio (O3) 1 hora 400 800 1.000

Dióxido de Nitrogênio (NO2) 1 hora 1.130 2.260 3000

Notas: 1) corresponde a uma concentração volumétrica de 15 ppm2) corresponde a uma concentração volumétrica de 30 ppm3) corresponde a uma concentração volumétrica de 40 ppm

Para facilit ar a divulgação da informação sobre a qualidade do ar e ao mesmo tempopadronizar todas as substâncias em uma única escala, temos o Índice de qualidade do ar. O índice éobtido através de uma função linear segmentada, onde os pontos de inflexão são os padrões dequalidade do ar e os níveis de atenção, alerta e emergência. Para cada concentração gravimétrica(µg/m3) a função atribui um valor índice, que é um número adimensional. Por definição, ao níveldo padrão primário é atribuído um índice de 100, o nível de Atenção equivale a um índice de 200,o nível de Alerta a um índice de 300 e o nível de Emergência a um índice de 400. Por exemplo: seanalisamos uma média horária de Ozônio de 160 µg/m3, isto seria exatamente o padrão primário eportanto corresponde a um índice de 100. Caso o resultado seja a metade, apenas 80 µg/m3, ocorrespondente índice seria 50. Este índice também é utili zado para classificar a qualidade do ar em6 categorias, de BOA até CRÍTICA, como demonstrado na Tabela 3.

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 14

Tabela 3: Classificação da qualidade do ar através do Índice de qualidade do arÍndice daqualidadedo ar

Classifi-cação

PTS24 h

[µg/m3]

Fumaça24 h

[µg/m3]

PI24 h

[µg/m3]

SO2

24 h[µg/m3]

O3

1 hora[µg/m3]

CO8 h

[ppm]

NO2

1 hora[µg/m3]

0-50 BOA 0-80 0-60 0-50 0-80 0-80 0 – 4,5 0-100

>50-100 REGULAR >80-240 >60-150 >50-150 >80-365 >80-160 >4,5 -9,0

>100-320

>100-200 INADE-QUADA

>240-375

>150-250 >150-250

>365-800

>160-400

>9,0 –15

>320-1.130

>200-300 MÁ >375-625

>250-420 >250-420

>800-1.600

>400-800

>15 -30

>1.130-2.260

>300-400 PÉSSIMA >625-875

>420-500 >420-500

>1.600-2.100

>800-1.000

>30 -40

>2.260-3.000

>400 CRÍTICA >875 >500 >500 >2.100 >1.000 > 40 >3.000

1.6 Efeitos da poluição atmosférica

A poluição atmosférica tem efeitos sobre a natureza em geral, isto é, sobre o bem-estar dapopulação, da fauna, flora e também sobre materiais. Os efeitos podem se manifestar de formaaguda, como por exemplo, quando olhamos uma fogueira e a fumaça entra em nossos olhoscausando uma forte irritação, com a vantagem de que ao nos afastarmos, os sintomas desaparecemporque são reversíveis. Os sintomas irritantes ou tóxicos, que acontecem para concentrações muitoelevadas, são graves e por isso mais fáceis de estudar, porém são pouco frequentes.

O que acontece diariamente é que estamos respirando um ar que não irrita e não sentimosde imediato nenhum efeito tóxico. Mesmo assim tememos que possa existir algum efeito a longoprazo, e pior, algo irreversível. O conhecimento sobre os efeitos a longo prazo é muito mais difícile geralmente são pesquisados através de estudos epidemiológicos. Os estudos epidemiológicosexaminam a distribuição e frequência de morbidade (doenças) e mortalidade na população epesquisam os fatores causadores.

Agora cabe a pergunta: por quê há tanta necessidade de conhecer os efeitos da poluiçãoatmosférica se temos padrões de qualidade do ar exatamente para nos proteger contra esses efeitos?Realmente, abaixo do padrão primário podemos assumir, com certa razão, que não há efeito para asaúde da população pois desta forma consta a definição do padrão primário na legislação. Por outrolado, sabemos que existe um padrão secundário, um padrão mais rigoroso que garante um menornível de impacto adverso.

Vemos, então, que um padrão de qualidade do ar não é um limite abaixo do qual estamosabsolutamente seguros e tampouco que adoeceremos automaticamente caso o padrão sejaultrapassado. Mas a probabili dade de adoecermos aumenta!

Isto vale especialmente para pessoas mais sensíveis a poluentes, como crianças e idosos.Existe um estudo sobre crianças de São Paulo que relata que essas perderam parte da suacapacidade pulmonar [FOLHA DE S. PAULO, 18/09/2000]. Isso não significa que as crianças,necessariamente, estejam doentes, mas que se tornaram muito mais suscetíveis a problemasrespiratórios no futuro.

Outro estudo em São Paulo demonstrou que um aumento de 10 µg/m3 da média diária dePartículas Inaláveis significou um aumento de 3% da mortalidade de pessoas acima de 65 anos[SALDIVA et. al. 1995]. É estimado que na cidade de São Paulo cerca de 20.000 mortes adicionaispor ano ocorram por um descontrole da poluição do ar [PAULO ARTAXO, 2001]. No Rio de Janeiro

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 15

foi pesquisado um aumento da mortalidade infantil por pneumonia de 2,2 casos em cada 10.000pessoas, para o acréscimo de 10 µg/m3 da média anual de Partículas Totais em Suspensão [PENNA E

DUCHIADE, 1991].Um recente estudo de Marburg/Alemanha concluiu que concentrações elevadas de Ozônio

aumentam a probabili dade em adoecer de alergia ou asma [SPIEGEL ONLINE, 20/06/2001]. Opesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade deSão Paulo, Paulo Saldiva, disse que o ozônio inibe a atividade das células que defendem osalvéolos nos pulmões, o que favorece o desenvolvimento de pneumonia e que há estudos quemostram a relação entre regiões com altas concentrações de ozônio e câncer [Folha de São Paulo,01/04/2005].

Podemos concluir que, mesmo abaixo dos padrões de qualidade do ar, os efeitos dapoluição atmosférica existem, embora estejam limitados a um nível aceito pela sociedade. Portanto,um decréscimo das concentrações ambientais sempre significa um ganho na qualidade de vida.

Sobre os efeitos da poluição atmosférica à flora, sabemos que na Europa já foram destruídasflorestas inteiras por altas emissões de SO2. O Ozônio é capaz de diminuir o crescimento e acolheita de produtos agrícolas, dependendo da sensibili dade das plantações. Existe uma grandevariabili dade de sensibili dade na flora aos efeitos da poluição. Certas espécies são mais sensíveisdo que o ser humano e já mostram efeitos a níveis seguros para a população.

O efeito da poluição atmosférica à fauna é algo pouco estudado. Em geral sabemos que apoluição é mais um fator de eliminação que atinge primeiro o mais frágil , expulsando-o doambiente poluído. A eliminação de espécies é chamada perda de biodiversidade. Seguramente nãohá ganho estético para centros de grandes cidades onde quase só vemos pombos. A perda debiodiversidade chegou hoje a um nível muito acelerado, portanto, devemos levar o problema asério, e mais: é uma questão moral [GAZETA DO POVO, 08/10/2000].

Finalmente não devemos desconsiderar os efeitos da poluição atmosférica a materiais,como corrosão de metais e destruição de materiais de construção, como o mármore, além do efeitoestético de sujar superfícies como fachadas, e contribuindo desta forma à impressão de que nãoestamos vivendo num ambiente saudável.

2 Monitoramento da qualidade do ar na Região Metropoli tana deCur itiba (RMC)

2.1 Dados gerais

A RMC, com 26 municípios, possui uma área de 13.041 km2 e conta em 2003 com umapopulação projetada de 3.078.603 habitantes [IPARDES, 2000], apresentando uma taxa decrescimento da população de 26,6 % em relação a 1996. A área urbana da RMC se estende a 1.051km2, o que corresponde a 8,1 % da área total [COMEC, 2002]. Além de Curitiba existem outroscinco municípios na RMC com uma população acima de 100.000 habitantes: São José dos Pinhais,Colombo, Pinhais, Almirante Tamandaré e Araucária .

2.2 Aspectos climáticos e meteorológicos

A RMC está localizada no primeiro Planalto do Estado do Paraná, com um climasubtropical e úmido. Os invernos são brandos com geadas ocasionais e temperaturas mínimas deaproximadamente -3°C. No verão são registradas temperaturas até 35°C. A umidade relativa variaentre 75 e 85% (média mensal). As precipitações ocorrem durante o ano inteiro, com maior

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intensidade nos meses de verão (dezembro, janeiro, fevereiro) e menor no inverno (junho, julho,agosto). Na média são registradas chuvas de 150 mm/mês no verão e 80 mm/mês no inverno. Osventos vêm geralmente do leste.

A velocidade do vento e a estabili dade térmica da atmosfera são os parâmetros maisimportantes para as condições de dispersão de poluentes. Boas condições de dispersão significamque os poluentes estão sendo bem espalhados pelos mecanismos de transporte, evitando assim umaacumulação dos mesmos próximo às fontes. Se as condições estão desfavoráveis à dispersão,observamos essa acumulação, que resulta em altas concentrações dos poluentes, que muitas vezesultrapassam os padrões estabelecidos. É importante lembrar deste detalhe quando interpretamos osresultados do monitoramento: uma concentração menor do que apresentada no ano anterior decerto poluente não significa necessariamente que foi lançado menos para a atmosfera. Isto tambémpode ser causado pelas condições mais favoráveis à dispersão.

No Gráfico 1 vemos como foram as condições de dispersão no período de janeiro àdezembro de 2003 na média das cinco estações automáticas: Santa Cândida, Boqueirão, OuvidorPardinho, Assis e REPAR, (as estações Cidade Industrial, CISA, UEG não tiveram dadosdisponíveis), util izando as classes de estabili dade atmosférica de Pasquill . Entende-se comocondição favorável, a soma das classes A, B e C de Pasquill . A condição neutra equivale a classe Dde Pasquill e a condição desfavorável a classe E.

As classes de estabili dade de Pasquill são obtidas a partir de grandezas meteorológicasmédias horárias (velocidade do vento e radiação solar ou cobertura de nuvens) medidas a poucosmetros da superfície. Elas fornecem apenas uma idéia aproximada da estabili dade da sub-camadasuperficial da camada-limite atmosférica. A grandeza que mede corretamente a estabili dade na sub-camada superficial é a variável de estabili dade de Obukhov, a qual pressupõe medições dos fluxosturbulentos de quantidade, de movimento e de calor sensível virtual, usualmente feitas comanemômetros sônicos.

Um outro fator importante para a qualidade do ar, que não pode ser medido na superfície, éa espessura da camada-limite atmosférica (também chamada de camada de mistura), para a qualsão necessários perfis de temperatura do ar através da camada-limite atmosférica (até no mínimo2000 m acima da superfície). As condições reais de qualidade do ar na RMC dependerão tanto daestabili dade atmosférica avaliada na superfície quanto da espessura desta camada.

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 17

Gráfico 1: Condições de dispersão nas estações automáticas de monitoramento da qualidade do ar

Podemos observar que apenas no mês de julho as condições desfavoráveis à dispersãoprevalecem, enquanto no restante do ano, encontramos geralmente condições favoráveis àdispersão.

2.3 Objetivo do monitoramento

O objetivo do controle de poluição atmosférica é baseado em três princípios importantes:proteção, prevenção e motivação ética. A proteção contra os comprovados impactos adversos, aprevenção contra os possíveis impactos adversos e a motivação ética que é o prazer de viver numambiente limpo e saudável. O instrumento central deste controle é o monitoramento da qualidadedo ar, o qual é realizado através de estações, que podem ser manuais ou automáticas. Cada estaçãopossui instrumentos que analisam poluentes atmosféricos e parâmetros meteorológicos. Oequipamento das estações manuais opera apenas em forma de coleta, por exemplo coleta PTS emfilt ro. A análise do filt ro é realizada posteriormente em laboratório. Assim, diariamente um técnicovisita as estações para instalar um filt ro novo e recolher o filt ro usado para análise em laboratório.As estações manuais podem, desta forma, fornecer médias diárias de poluentes atmosféricos e comestas médias calcula-se a média anual.

As estações automáticas operam com analisadores que fazem a coleta e análise dospoluentes ao mesmo tempo. Os resultados são armazenados por um sistema computadorizado.Desta forma obtemos as médias horárias dos poluentes. Como o monitoramento é todoautomatizado, só é necessário visitar as estações automáticas para manutenção do equipamento.

Condições de dispersão na região de Curitiba e Araucária

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Jane

iro*

Fever

eiro*

Mar

ço*

Abril*

Maio

*

Junh

o*

Julho

*

Agosto

*

Setem

bro*

Outub

ro*

Novem

bro*

Dezem

bro*

Per

cent

ual d

as c

ondi

ções

de

disp

ersã

o

.

ano de 2003

*) não atende ao critério de representatividade

condição favorável à dispersão

condição desfavorável à dispersão

condição neutra

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 18

2.4 Localização das estações e conceito do monitoramento

Figura 1: Localização das estações de monitoramento de qualidade do ar na RMC

A localização geral das estações de monitoramento dentro dos municípios de Curitiba eAraucária é mostrada na Figura 1. Uma informação mais precisa quanto a localização das estaçõesde Curitiba, consta nos mapas do Anexo 1.

O monitoramento na RMC começou no ano de 1985 com cinco estações manuais queanalisavam as médias diárias dos poluentes PTS, Fumaça, SO2 e Amônia (NH3). Quatro delas seencontram em operação até hoje. Adicionalmente, no ano de 1998, foram instaladas em Curitiba,mais duas estações automáticas de monitoramento do ar que medem médias horárias doscomponentes NO2, O3, SO2 e diversos parâmetros meteorológicos. Mais uma estação automáticafoi instalada em Araucária no começo do ano de 2000. Ela também é equipada para omonitoramento de parâmetros meteorológicos e dos componentes NO2, O3, SO2 e PTS. Emsetembro de 2001 entrou em operação a estação automática no bairro do Boqueirão e em agosto de2002, outras duas estações automáticas: uma em Curitiba próximo ao Centro, na Praça OuvidorPardinho, e outra no município de Araucária, no bairro Sabiá, no terreno da empresa CISA. Desdemaio de 2003 temos uma sétima estação automática no centro de Araucária chamada de UEG e emjulho de 2003 a estação REPAR entrou em operação, localizada no terreno da refinaria PresidenteVargas em Araucária. Na Tabela 4 vemos a lista das diversas estações da RMC, os parâmetrosmedidos e o tempo de funcionamento.

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Es taç õ es a u to m át icas : C uritiba , Santa C ândida (STC) C uritiba , C idade Industria l (C IC ) Araucária, Assis (ASS aut.) C uritiba , P raça O uvidor Pardinho

(PAR ) C uritiba , Boqueirão (B O Q )

Araucária, UEG (U EG )Araucária, C ISA (C ISA)Araucária, REPAR (R EP)

C uritiba , Santa C asa (SC ) Araucária, São Sebastião (SS) Araucária, Assis (ASS m an.) Araucária, Sem inário (SEM )

Es taç õ es m an u ais :

SEM

PAR

BO Q

SC

SS

C ISA R EP

U EG

ASS

STC

C IC

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 19

Tabela 4: Estações de monitoramento de qualidade do ar na RMCParâmetros medidos no ano de 2003Estação Localização/Categor ia 1)

Poluentes MeteorologiaPeríodo defuncionamento/Responsável pelocusto operacional

SantaCândida(STC)

Nordeste de Curitiba,Bairro SantaCândida/bairr o

SO2, NO, NO2desde 1998/LACTEC

CidadeIndustrial(CIC)

Oeste de Curitiba, BairroCidadeIndustrial/industr ial

SO2, NO, NO2,O3

desde 1998/LACTEC

Assisautomática(ASS aut.)

Centro/Norte de Araucária,Bairro FazendaVelha/industr ial

SO2, NO, NO2,O3, PTS

desde abril de2000/SMMAAraucária

OuvidorPardinho(PAR)

Região central de Curitiba,Bairro Rebouças/centro

SO2, NO, NO2,CO, O3, PTS,PI, HCT2)

desde agosto de2002/IAP

Boqueirão(BOQ)

Sudeste de Curitiba BairroBoqueirão/bairr o

SO2, NO, NO2,CO, O3

desde setembro de2001/IAP

UEG(UEG)

Região central deAraucáriaBairro Centro/industr ial ecentro

SO2, CO, O3desde maio de2003/IAP

CISA(CISA)

Centro/Nordeste deAraucária,Bairro Sabiá/industr ial

SO2, NO, NO2,CO, O3, PI,HCT2)

desde agosto de2002/CISA

automática

REPAR(REP)

Centro/Nordeste deAraucária,industr ial

SO2, NO, NO2,CO, O3, PTS,PI, Benzeno,Tolueno,Etilbenzeno

Todas as estações:temperatura, umidaderelativa, radiaçãoglobal, pressão,velocidade e direçãodo vento

Exceções:CIC: sem radiaçãoglobalASS: radiação UVPAR: radiação UVA,UVBBOQ: radiação UVA,UVB, sem umidaderelativaUEG: radiação UVACISA: sem radiaçãoglobalREP: sem umidaderelativa, sem radiaçãoglobal desde julho de

2003/REPAR

Santa Casa(SC)

Região central de Curitiba,Bairro Centro/centro

Fumaça, SO2,PTS, NH3

desde 1985/IAP

SãoSebastião(SS)

Centro/Leste de Araucária,Bairro Tindiquera/bairr o

Fumaça, SO2,NH3

desde 1985/IAP

Assis (ASSman.)

Centro/Norte de Araucária,Bairro VilaNova/industr ial

Fumaça, SO2,NH3

desde 1985/IAP

manual

Seminário(SEM)

Região central deAraucáriaBairro Sabiá/industr ial ecentro

Fumaça, SO2,NH3

Sem medição deparâmetrosmeteorológicos

desde 1985/IAP

Notas: 1) Categoria de área de monitoramento (veja Tabela 5) 2) Hidrocarbonetos Totais

Analisando o número e a localização das estações de monitoramento da qualidade do ar naRMC, baseando-se na Diretiva Européia 1999/30/CE, chega-se à conclusão que a RMC com umapopulação entre 2,75 e 3,75 milhões deveria contar com 3 a 7 pontos de monitoramento daqualidade do ar em função do grau de comprometimento do ar. No final do ano de 2003, oitoestações automáticas quase completas e quatro manuais estavam em operação, o que é um númerosatisfatório. Apenas para os poluentes PTS, PI e CO estamos ainda com poucas informaçõesdisponíveis, como demonstrado na Tabela 5.

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 20

Quanto à localização das estações, para a proteção da saúde humana, as estações devemestar localizadas em áreas de modo a:

• “Fornecerem dados em áreas, dentro das zonas e aglomerações, nas quais é provável que apopulação esteja direta ou indiretamente exposta aos níveis mais elevados durante umperíodo significativo em relação ao período de amostragem do(s) valor(es)-limite;

• Fornecerem dados sobre os níveis em outras áreas, dentro das zonas e aglomerações, quesejam representativas da exposição da população em geral.”Em outras palavras, pode-se dizer que as estações de monitoramento devem fornecer dados

de três tipos de áreas de impacto:A) Onde se espera violações em áreas dominadas por emissões industriais (área industr ial)B) Onde se espera violações em áreas dominadas por emissões do tráfego (centro da cidade)C) Onde mora a população e consequentemente passa uma boa parte da sua vida (bairr o)

Atribuindo este sistema de classificação de localização para todos os poluentes analisadospelas estações de monitoramento chega-se na conclusão apresentada na Tabela 5.

Tabela 5: Monitoramento de qualidade do ar nas áreas: industrial, centro, bairroN° de estações de monitoramento nas

áreasindustr ial centro

Poluente N° de estações demonitoramento(final ano de2003) industr ial

e centro

bairr o

Conclusão

PTS 4 2 2 0númeroinsuficiente

Fumaça 4 1 1 1 1 satisfatório

PI 3 2 0 1 0númeroinsuficiente

SO2 12 5 2 2 3 satisfatório

CO 5 2 1 1 1númeroinsuficiente

O3 7 4 1 1 1 satisfatório

NO2 7 4 0 1 2 satisfatório

Estamos com falta de informação para os poluentes PTS e PI, visto que estes não sãomonitorados em áreas do tipo bairro. Quanto ao poluente CO observamos concentrações elevadas oque justifica o número de 7 pontos de monitoramento em vez dos 5 atuais.

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 21

3 Conclusão do Monitoramento da Qualidade do Ar

A Região Metropolitana de Curitiba não pode ser chamada de um lugar poluído. O ar daRegião pode ser classificado na maioria das vezes como de BOA qualidade ou REGULAR. O númerodas violações dos padrões caiu muito nos últimos anos: de 529, no ano de 2000, para 130 no ano de2001 até 17 no ano de 2002. No ano de 2003 houve 22 violações registradas causando aclassificação de 19 dias como INADEQUADOS, devendo ser observado que houve acréscimo deinformação pela instalação de duas novas estações no período. As violações observadas para cadapoluente são:• nenhuma para PTS• nenhuma para Fumaça• seis para PI• uma para SO2

• cinco para CO• nove para O3

• uma para NO2.Resumidamente, por poluente, apresentamos a seguir a situação da qualidade do ar na

RMC.

3.1 Par tículas Totais em Suspensão (PTS)Este poluente foi medido nas estações Ouvidor Pardinho, Assis automática, REPAR e Santa

Casa.

Tabela 6: Resumo do monitoramento do poluente PTS para o ano de 2003

Nota: * : não atende ao critério de representatividade

PTS:Registramos aumento deste poluente, de 2002 para 2003, em Araucária e, de forma menos

acentuada, em Curitiba. Foi registrada uma média anual em Curitiba de 73,3 µg/m3 (ano anterior:72,7) e um aumento em Araucária de 40,5 para 51,1 µg/m3. Como no ano anterior, em 2003 nãofoi registrada nenhuma ultrapassagem do padrão primário diário.

PTS: ano de 2003Estação PARD ASS aut. REP SC total %

nº ÍNDICEnº BOA 42 104 70 196 412 72,7%

nº REGULAR 0 31 9 115 155 27,3%nº INADEQUADA 0 0 0 0 0 0,00%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0,00%Máxima diária 36,7 131,8 205,3 228,0 µg/Nm3

Média anual 15,4* 51,1* 39,4* 73,3 µg/Nm3

PARD ASS aut. REP SC totalDIAS INADEQUADOS 0 0 0 0 0

1º dia2º dia3º dia4º dia5º dia

Nenhum dia inadequado registrado

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 22

3.2 FumaçaEste poluente foi medido nas estações Santa Casa, São Sebastião, Assis manual e

Seminário.

Tabela 7: Resumo do monitoramento do poluente Fumaça para o ano de 2003

Fumaça:Observamos uma situação estável em relação ao ano anterior. A concentração deste

poluente é na grande maioria das vezes de categoria BOA. Não houve violações do padrão primário,resultado melhor ao dos anos anteriores. A média anual em 2003, comparada com a do ano de 2002baixou em Curitiba de 14,8 para 6,2 µg/m3. A concentração diária máxima em 2003, de 147 µg/m3,foi menor do que no ano de 2002, quando foi registrado 181 µg/m3. Em Araucária as médias anuaisencontraram-se muito baixas, na faixa de 5 µg/m3.

Fumaça: ano de 2003 FumaçaEstação SC SS ASS man. SEM total %

nº ÍNDICEnº BOA 348 360 361 352 1421 98,1%

nº REGULAR 15 3 1 8 27 1,9%nº INADEQUADA 0 0 0 0 0 0,00%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0,00%Máxima diária 147 70 63 129 µg/Nm3

Média anual 6,2 1,7 0,7 5,8 µg/Nm3

SC SS ASS man. SEM totalDIAS INADEQUADOS 0 0 0 0 0

1º dia2º dia3º dia4º dia5º dia

Nenhum dia inadequado registrado

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 23

3.3 Par tículas Inaláveis (PI )Este poluente foi medido nas estações Ouvidor Pardinho, CISA e REPAR.

Tabela 8: Resumo do monitoramento do poluente PI para o ano de 2003

Nota: * : não atende ao critério de representatividade

PI:Com medições em apenas três estações as informações sobre este poluente ainda são

reduzidas. Em Curitiba só obtivemos classificações BOAS, enquanto que nas estações de Araucáriaforam evidenciadas 6 violações. Em Araucária foram registradas médias diárias que enquadraramos índices em 74 % na categoria BOA, e em 24 % na categoria REGULAR. Os 6 casos INADEQUADOS

corresponderam a 1,4 % dos registros.

PI: ano de 2003Estação PARD CISA REP total %

nº ÍN DICEnº BO A 42 190 136 368 76,5%

nº REG U LAR 0 86 21 107 22,2%nº IN AD EQ U AD A 0 6 0 6 1,25%

nº M Á 0 0 0 0 0,00%M áxim a diária 30,7 209,8 138,2 µg/N m 3

M édia anual 15,2* 45,9* 34,1* µg/N m 3

PARD CISA REP totalD IAS INAD EQ UADO S 0 6 0 6

1º d ia 24-ju l2º d ia 25-ju l3º d ia 21-ago4º d ia 22-ago5º d ia 23-ago6º d ia 22-set7º d ia8º d ia9º d ia

10º dia

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Resumo Qualidade do Ar na RMC, ano de 2003 24

3.4 Dióxido de Enxofre (SO2)Este poluente foi medido em todas as estações da rede.

Tabela 9: Resumo do monitoramento do poluente SO2 para o ano de 2003

Nota: * : não atende ao critério de representatividade

SO2:Em Curitiba, todos os registros foram enquadrados na categoria BOA. Em Araucária, a

situação não está tão boa, pois 19 registros foram enquadrados na categoria REGULAR e um naINADEQUADA . Praticamente todos os registros não enquadrados na categoria BOA foram medidos naEstação CISA, o que indica que a solução do problema deve ser procurada na região que tem oprincipal impacto nesta estação.

3.5 Monóxido de Carbono (CO)Este poluente foi medido nas estações Boqueirão, Ouvidor Pardinho, CISA, UEG e

REPAR.

Tabela 10: Resumo do monitoramento do poluente CO para o ano de 2003

Nota: * : não atende ao critério de representatividade

SO2: ano de 2003 SO2Estação STC CIC BOQ PARD CISA ASS aut. UEG REP SC SS ASS SEM total %

nº ÍNDICE manualnº BOA 80 269 353 356 260 309 135 157 362 362 361 360 3364 99,4%

nº REGULAR 0 0 0 0 18 0 0 0 0 1 0 0 19 0,6%nº INADEQUADA 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0,03%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00%Máxima diária 7,4 66,5 30,5 20,5 491,3 79,1 32,1 64,8 80,0 97,0 78,0 72,0 µg/Nm3

Média anual 2,2* 5,3 3,6 2,6 31,9 6,3 10,5* 4,6* 31,5 17,7 31,7 24,9 µg/Nm3

STC CIC BOQ PARD CISA ASS aut. UEG REP SC SS ASS SEM totalDIAS INADEQUADOS 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1

1º dia 24-dez2º dia3º dia4º dia5º dia

CO: ano de 2003Estação BOQ PARD CISA UEG REP total %

nº ÍNDICEnº BOA 936 753 1005 552 471 3717 94,4%

nº REGULAR 58 158 0 0 0 216 5,5%nº INADEQUADA 1 4 0 0 0 5 0,13%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0 0,00%Máxima 8 horas 10035 12196 2906 3550 2562 µg/Nm3

Máxima 1 hora 11108 17521 4810 6413 3276 µg/Nm3

BOQ PARD CISA UEG REP totalDIAS INADEQUADOS 1 4 0 0 0 5

1º dia 7-nov 18-jul2º dia 19-jul3º dia 23-ago4º dia 24-ago5º dia6º dia

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CO:Enquanto em Araucária 100 % das medidas foram enquadradas na categoria BOA, o ar de

Curitiba apresentou 5 violações do padrão de 8 horas, 4 na Praça Ouvidor Pardinho e uma naEstação Boqueirão. Dos valores obtidos em Curitiba 88 % foram BONS, 11 % REGULARES e 0,3 %INADEQUADOS. O padrão de 1 hora não foi violado.

3.6 Ozônio (O3)Este poluente foi medido nas estações Cidade Industrial, Boqueirão, Ouvidor Pardinho,

CISA, Assis automática, UEG e REPAR.

Tabela 11: Resumo do monitoramento do poluente Ozônio para o ano de 2003

Ozônio:A situação do Ozônio está melhorando. Só registramos 9 violações para este poluente, todas

elas em Araucária. Da rede inteira, 96,5 % das médias enquadraram-se como BOAS, 3,4 %REGULARES e 0,02 % como INADEQUADAS.

As concentrações altas de O3 são causadas pela radiação solar que transforma osprecursores, que são hidrocarbonetos e NOx (NOx=NO+NO2), em O3. Hidrocarbonetos sãoemitidos por veículos automotores através do cano de escape, como produto de combustãoincompleta, ou através de perdas por evaporação. O abastecimento com combustível no postotambém libera hidrocarbonetos para a atmosfera. Os processos de queima na indústria geralmenteemitem poucos hidrocarbonetos. Uma quantidade maior de hidrocarbonetos pode ser emitida porindústrias químicas ou indústrias de tratamento de superfícies, como por exemplo a pintura.

NOx é uma substância, na prática, gerada apenas nos processos de combustão. A combustãointerna dos automotores, tanto motores Diesel como motores de ciclo Otto, gera grandesquantidades de NOx porque a queima acontece com temperaturas muito elevadas, a qual favorece aformação deste poluente. Se o veículo não possui um catalisador, todo poluente gerado nacombustão vai para a atmosfera. Os processos de queima nas indústrias também emitem NOx, sóque lá não operam motores, senão fornalhas, que queimam gás, lenha, óleo, etc. As temperaturas dequeima nestas fornalhas não são tão altas como nos motores e por isto os processos industriaisgeram concentrações de NOx mais baixas do que os motores.

Outra diferença importante entre automóveis e indústrias é o fato de que a maior parte dasindústrias da RMC está localizada a oeste do centro de Curitiba. Como a predominância dos ventosé de leste, na maioria das vezes as emissões industriais estão sendo levadas para fora (a jusante) deCuritiba. As concentrações altas de O3, tanto no oeste como no leste de Curitiba, não sãoexplicadas pelas atividades industriais, mas principalmente pelas emissões do tráfego de veículos.

O3: ano de 2003Estação CIC BOQ PARD CISA ASS aut. UEG REP total %

nº ÍNDICEnº BOA 6849 7701 7054 7652 4342 4313 3315 41226 96,5%

nº REGULAR 235 186 139 129 395 122 266 1472 3,4%nº INADEQUADA 0 0 0 0 6 0 3 9 0,02%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00%

Máxima 1 hora 158 140 158 140 164 142 192 µg/Nm3

CIC BOQ PARD CISA ASS aut. UEG REP totalDIAS INADEQUADOS 0 0 0 0 3 0 3 6

1º dia 10-nov 23-ago2º dia 11-nov 5-set3º dia 15-nov 2-out4º dia5º dia

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A implantação da inspeção veicular, que se encontra mais uma vez em discussão no Paraná,ajudará no controle das emissões veiculares. Esta importante ferramenta para o controle dapoluição atmosférica não deve ficar esquecida.

3.7 Dióxido de Nitrogênio (NO2)Este poluente foi medido nas estações Santa Cândida, Cidade Industrial, Boqueirão,

Ouvidor Pardinho, CISA, Assis automática e REPAR.

Tabela 12: Resumo do monitoramento do poluente NO2 para o ano de 2003

Nota: * : não atende ao critério de representatividade

NO2:Embora as concentrações do NO2 se encontrem na grande maioria, na faixa BOA, podemos

registrar uma leve tendência a um aumento quando comparamos com o ano de 2002. No ano de2002, 99,2 % das medições foram classificadas como BOAS, este valor baixou para 98,2 % em2003. Houve uma violação em Curitiba na Praça Ouvidor Pardinho. O aumento da concentraçãodeste poluente mostra o efeito do crescimento do tráfego motorizado.

NO2: ano de 2003 NO2Estação STC CIC BOQ PARD CISA ASS aut. REP total %

nº ÍNDICEnº BOA 2117 2938 8293 1613 6047 4806 3759 29573 98,2%

nº REGULAR 44 31 33 76 255 106 5 550 1,8%nº INADEQUADA 0 0 0 1 0 0 0 1 0,00%

nº MÁ 0 0 0 0 0 0 0 0 0,00%Màxima horária 184 247 229 322 315 288 132 µg/Nm3

Média anual 23,9* 20,8* 13,4 38,3* 40,6 26,6* 14,4* µg/Nm3

STC CIC BOQ PARD CISA ASS aut. REP totalDIAS INADEQUADOS 0 0 0 1 0 0 0 1

1º dia 21-ago2º dia3º dia4º dia5º dia