Resumo - Proteínas Plasmáticas - Bioquímica Clínica

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Resumo – Proteínas Plasmáticas – Bioquímica Clínica Alberto Galdino - Biomedicina 1 PROTEÍNAS TOTAIS As funções das proteínas plasmáticas incluem transporte, manutenção da pressão oncótica, tamponamento de alterações do pH, imunidade humoral, atividade enzimática, coagulação e resposta de fase aguda. Metabolismo das Proteínas Plasmáticas A concentração das proteínas plasmáticas é determinada por três fatores: Velocidade de síntese Velocidade do catabolismo Volume de líquido no qual as proteínas estão distribuídas. Síntese Fígado - a maioria das proteínas plasmáticas Imunoglobulinas - pelos linfócitos apoproteínas - pelos enterócitos b 2 -microglobulina (proteína da superfície celular) amplamente distribuída no corpo. Distribuição A concentração de proteínas totais no plasma está ao redor de 7,0 (6 a 8 g/dL). A água atravessa mais livremente as paredes capilares que as proteínas, portanto, a concentração das proteínas no espaço vascular é afetada pela distribuição líquida. Catabolismo As proteínas plasmáticas são degradadas através do corpo. Os aminoácidos liberados ficam disponíveis para a síntese de proteínas celulares. Alterações no Volume Proteico HIPERPROTEINEMIA Desidratação: A desidratação causa o aumento (relativo) de todas as frações protéicas na mesma proporção. - Inadequada ingestão de líquidos - Perda excessiva de água (vômito, diarréia intensa, Addison ou acidose diabética). Enfermidades monoclonais: Estas condições promovem a elevação de imunoglobulinas, causando o aumento nos níveis das proteínas totais séricas. - Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström e doença da cadeia pesada. Enfermidades policlonais crônicas: - Cirrose hepática, hepatite ativa crônica, sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico e infecção bacteriana crônica. HIPOPROTEINEMIA Aumento do volume plasmático: Hemodiluição por intoxicação hídrica, também como na cirrose quando a ascite está presente. Perda renal de proteínas: Síndrome nefrótica e glomerulonefrite crônica. Perda de proteínas pela pele: Queimaduras severas. Gota: Aumento da uricemia Distúrbios da síntese protéica: A síntese é sensível ao suprimento de aminoácidos e, as sim, a desnutrição, má absorção, dietas pobres em proteínas, enfermidade hepática não-virótica severa promovem hipoproteinemia.

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PROTEÍNAS TOTAIS As funções das proteínas plasmáticas incluem transporte, manutenção da pressão oncótica, tamponamento de alterações do pH, imunidade humoral, atividade enzimática, coagulação e resposta de fase aguda.

Metabolismo das Proteínas Plasmáticas A concentração das proteínas plasmáticas é determinada por três fatores:

Velocidade de síntese Velocidade do catabolismo Volume de líquido no qual as proteínas estão distribuídas.

Síntese

Fígado - a maioria das proteínas plasmáticas Imunoglobulinas - pelos linfócitos apoproteínas - pelos enterócitos b2 -microglobulina (proteína da superfície celular) amplamente distribuída no corpo.

Distribuição A concentração de proteínas totais no plasma está ao redor de 7,0 (6 a 8 g/dL). A água atravessa mais livremente as paredes capilares que as proteínas, portanto, a concentração das proteínas no espaço vascular é afetada pela distribuição líquida.

Catabolismo As proteínas plasmáticas são degradadas através do corpo. Os aminoácidos liberados ficam disponíveis para a síntese de proteínas celulares.

Alterações no Volume Proteico HIPERPROTEINEMIA

Desidratação: A desidratação causa o aumento (relativo) de todas as frações protéicas na mesma proporção. - Inadequada ingestão de líquidos - Perda excessiva de água (vômito, diarréia intensa, Addison ou acidose diabética).

Enfermidades monoclonais: Estas condições promovem a elevação de imunoglobulinas, causando o aumento nos níveis das proteínas totais séricas. - Mieloma múltiplo, macroglobulinemia de Waldenström e doença da cadeia pesada.

Enfermidades policlonais crônicas: - Cirrose hepática, hepatite ativa crônica, sarcoidose, lúpus eritematoso sistêmico e infecção bacteriana crônica.

HIPOPROTEINEMIA

Aumento do volume plasmático: Hemodiluição por intoxicação hídrica, também como na cirrose quando a ascite está presente.

Perda renal de proteínas: Síndrome nefrótica e glomerulonefrite crônica.

Perda de proteínas pela pele: Queimaduras severas.

Gota: Aumento da uricemia

Distúrbios da síntese protéica: A síntese é sensível ao suprimento de aminoácidos e, as sim, a desnutrição, má absorção, dietas pobres em proteínas, enfermidade hepática não-virótica severa promovem hipoproteinemia.

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Outras causas: Analbuminemia, colite ulcerativa, dermatite esfoliativa, doença de Crohn, doença de Hodgkin, edema, hemorragia grave, hepatite infecciosa, hipertensão essencial, hipertireoidismo, hipogamaglobulinemia, insuficiência cardíaca, kwashiorkor, leucemia, má absorção e úlcera péptica.

Medida quantitativa de proteína total Espectrofotometria:

É uma técnica analítica que usa a luz para medir as concentrações das soluções, através da interação da luz com a matéria.

Biureto – Cu+ Biureto é o nome dado ao produto de decomposição da uréia pelo calor. Quando o biureto é tratado com íons cúpricos em solução alcalina, desenvolve cor violeta. A INTENSIDADE DO PRODUTO COLORIDO É PROPORCIONAL AO NÚMERO DE LIGAÇÕES PEPTÍDICAS PRESENTES NAS PROTEÍNAS.

Íon cúprico ligações peptídicas das proteínas

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Determinação de Proteínas Totais Séricas o Paciente: não deve ingerir dieta rica em gorduras durante 8h antes do teste.

Suspender medicações. o Amostra: SORO sem hemólise e não lipêmico. o Interferentes:

RESULTADOS FALSAMENTE ELEVADOS: clofibrato, corticotropina, dextrano, heparina, insulina, somatropina, tireotropina, corticosteroides. RESULTADOS FALSAMENTE REDUZIDOS: anticoncepcionais orais, íon-amônio, salicilato

o Métodos: refractometria, biureto Determinação de Proteínas Totais na Urina

o Amostra: amostras de 24h ou 12h sem preservativos mantidas em refrigerador. o Métodos: turbidimetria, corantes, biureto, indicador de pH.

Ensaios quantitativos de proteína individual Pequena troca – grande alteração fisiológica Especificidade – Antígeno-Anticorpo Turbidimetria e nefelometria

A dispersão da luz é um fenômeno físico resultante da interação da luz com partículas em solução. A nefelometria e a turbidimetria são técnicas analíticas utilizadas para medir a luz dispersa.

TURBIDIMETRIA A turbidez diminui a intensidade do feixe de luz incidente enquanto este passa por uma solução contendo partículas. A turbidimetria mede a diminuição desta intensidade.

NEFELOMETRIA A nefelometria é definida como a detecção de energia da luz dispersa ou refletida em direção a um detector que não se encontra na trajetória direta da luz transmitida.

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Proteínas Séricas Albumina

–Proteína menor no plasma –Atua principalmente no transporte de substâncias –Responsável pela pressão oncótica do plasma –Produzida no fígado

Globinas –Apresentam funções variadas no plasma –Produzidas por vários tecidos

MARCADORES PLASMÁTICOS Separação por eletroforese Estimativa semiquantitativa de grupo de proteínas Sistemas modernos na prática laboratorial

Fita de acetato de celulose como suporte Coloração da fita – Bandas – Scaning da fita - Densitômetro

Grupos de proteínas é uma limitação do uso Gamopatias monoclonais, cirrose e síndrome nefrótica

Fração albumina – 52 – 85% Fração Alfa-1 – 2,4 – 4,4% (AAT, AGA, aLp e fetoproteína) Fração Alfa-2 – 6,1 – 10,1% (HAP, CER e AMG) Fração Beta – 8,5 – 14,5% (TRF, Hx, b-Lp, C3 e C4) Fração gama – 10 – 21% (IgG, IgM, IgA, PCR)

Proteína total: 6-8 g/dL Albumina: 3,5 – 5,5 g/dL Globulina: 2,0 – 3,6 g/dL Eletroforese das Proteínas Baseia-se na migração de partículas ou solutos carregados em um meio líquido sob a influência de um campo elétrico. (técnica de separação de proteínas a partir de suas cargas elétricas). As globinas são fracionadas de acordo com a mobilidade eletroforética: Bandas.

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ALBUMINA Representa cerca de 40-60% das proteínas do plasma Síntese: células do parênquima hepático (15g/dia) “síndrome nefrótica =↑ a síntese em 300%”

Manutenção da pressão coloidosmótica – controla sua síntese

Principal proteína dos fluidos extravasculares – Liquido Intersticial Transporte e armazenamento de ligantes – Muitos sítios de ligação

Apolares – Ácidos Graxos de cadeia Longa, bilirrubina e hormônios

Reservatório – Inativas – rapidamente mobilizadas – T3, T4, Ca+2, cortisol, aldosterona e medicamentos

Todos os tecidos podem cataboliza-la – “aminoácidos”

Proteína de fase aguda NEGATIVA

Hiperalbuminemia “Desidratação”, estresse, gravidez, meningite, neoplasias, nefrose Hipoalbuminemia - Inflamação - Inibição de síntese por citocinas e vasodilatação - Cirrose ou secundariamente: Pobres estados nutricionais - Perda urinária: Microalbuminúria – Doenças renais em indivíduos DM e Hipertensão, LES, síndrome nefrótica - Perda gastrointestinal, edema e ascite. DETERMINAÇÃO DE ALBUMINA SÉRICA

o Paciente: não consumir dieta rica em gordura por 48h o Amostra: SORO. Evitar estase prolongada na coleta de sangue (hemoconcentração↑) o Interferências:

- RFE (agentes citotóxicos, anticoncepcionais orais) - RFR (paracetamol, aspirina, estrogênios, anticoncepcionais orais, ampicilina)

o Métodos: - Verde de bromocresol - Eletroforese - Outros métodos (turbidimetria, nefelométrico, eletro-radio-enzimaimunoensaio)

ALBUMINÚRIA = excreção >300mg/dL (excreção normal = <30mg/dL ) A albumina é pequena e globular, então quantidades significativas são filtradas pelo glomérulo. Mas a maior parte é reabsorvida no túbulo proximal. Excreção aumentada da albumina sugere aumento da filtração glomerular ou lesão tubular. Ex: maior filtração: observada no exercício físico e febre.

1) Filtração glomerular: passagem de substâncias do sangue para a urina 2) Túbulo proximal: secreção de algumas substâncias (eletrólitos fracos) da urina pro sangue 3) Túbulo distal: reabsorção de substâncias lipossolúveis passivamente 4) Excreção: urina

Doenças que cursam com albuminúria: - Síndrome nefrótica - Glomerulonefrite crônica - Diabetes mellitus - Perda gastrintestinal (enteropatias resultantes de inflamação ou neoplasia) - Edema - Ascite

o Métodos: Fitas reagentes (semiquantitativo) + em >300 e 500mg/dL.

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PROTEÍNAS PLASMÁTICAS ESPECÍFICAS

As proteínas normalmente estão listadas na ordem de duas mobilidades eletroforéticas em géis de agarose em pH8,6. A maioria das proteínas plasmáticas é sintetizada no fígado, com poucas exceções (ex: Imunoglobulinas) e lá também é catabolizada a maioria.

Após uma lesão, algumas proteínas plasmáticas apresentam alteração em suas concentrações, resultante de uma resposta ou REAÇÃO DE FASE AGUDA. As proteínas que se alteram nesses casos são conhecidas como PROTEÍNAS DE FASE AGUDA (APP). Essa resposta pode ser POSITIVA ou NEGATIVA, e as proteínas listadas como APP + ou APP- .

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PRÉ-ALBUMINA Transtirretina (PRÉ-ALBUMINA) e Proteína Transportadora de Retinol (RBP)

Fração que migra mais rápido em direção ao ânodo Migram a frente da albumina Meia vida curta – 12-48h Níveis plasmáticos – Avaliação + recente e sensível – má-nutrição PROTEÍNA DE FASE AGUDA NEGATIVA

RBP – Transportador monomérico para todos os retinóis - Complexo 1:1 com transtirretina – evita filtração glomerular de RBP - Células alvo – liberação do retinol – apo-RBP - Zinco é necessário para sua síntese (↓zinco = ↓de RBP e Vitamina A) Aumento de RBP plasmática: Doença renal crônica Diminuição: Doenças hepáticas, má nutrição proteica

Transtirretina – Tetramêrica – subunidades idênticas - Transporte de 10% de T3 e T4 (a globulina transporta a maioria) - É uma proteína de fase aguda negativa - É um excelente indicador do estado de nutrição protéica, pois possui uma elevada concentração tanto de aminoácidos essenciais como não-essenciais Diminuição: inflamação, doenças hepáticas e enfermidades renais perdedoras de proteínas. Aumento: Linfoma de Hodgkin

ALBUMINA (apenas para reforçar algumas partes, add outras e deixar na ordem)

Proteína mais abundante do plasma sanguíneo e altamente solúvel em água, por sua alta carga negativa em pH fisiológico. -Constitui até 2/3 das proteínas plasmáticas totais. - Sintetizada no fígado, atua como repositório móvel de aminoácidos para incorporação a outras proteínas. - Importante transportador de várias substâncias pelo plasma, tais como tiroxina, bilirrubina, penicilina, cortisol, estrogênio, ácidos graxos livres, warfarina, cálcio, magnésio e outros íons metálicos, heme e fosfolipídios. -Meia vida de +/-17 dias – importante para o monitoramento de curto prazo da glicemia média (ensaio da frutosamina). - Análise Laboratorial: Feita por métodos automatizados de ligação a corantes, usando os corantes VERDE DE BROMOCRESOL ou PÚRPURA DE BROMOCRESOL. - PROTEÍNA DE FASE AGUDA NEGATIVA. OBS: A α1-fetoproteína é um análogo da albumina, sendo uma das primeiras α- globulinas a aparecer no soro de mamíferos durante o desenvolvimento do embrião. -Também é a proteína sérica dominante no início da fase embrionária. -Ela reaparece no soro de adultos durante certas patologias, tais como Carcinomas Hepatocelulares.

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REGIÃO α1

α1-antitripsina (AAT) É um inibidor de proteases (produzidas pelas células inflamatórias para a destruição de agentes nocivos, quebram a ligação peptídicas) - Funções:

É um inibidor de protease com maior concentração no plasma É o mais importante inibidor da enzima elastase, (liberada no processo

de fagocitose por leucócitos polimorfonucleares) Cliva a elastina da árvore traqueobrônquica e do endotélio vascular Inibe a resposta bioquímica inadequadamente grave à inflamação

(PROTEÍNA DE FASE AGUDA POSITIVA) - Níveis normais: 103,0 a 202,0 mg/dL - Importância Clínica: é o inibidor de proteinase mais importante do plasma. - Níveis diminuídos: estão associados ao desenvolvimento de enfisema, doenças hepáticas como colestase, cirrose e carcinoma hepatocelular. - Níveis elevados: infecções, artrites, vasculites, gravidez, terapia com estrógenos ou corticóides, neoplasias e pós-operatórios.

α1-glicoproteína ácida (AGA) Também conhecida como OROSOMUCÓIDE, pelo alto percentual de carboidrato com um grande número de resíduos de ácido siálico → Carga líquida negativa alta, alta solubilidade. Possui um elevado teor de glicídeos e por isso não é muito visível na eletroforese de proteínas plasmáticas. Possui muitos resíduos de serina, o que lhe confere elevada carga global negativa Funções:

Liga-se e inativa um grande número de compostos lipofílicos (é uma das LIPOCALINAS), incluindo progesterona e outros hormônios

Liga-se em medicamentos e diminui a disponibilidade destes Ex: propanolol, quinidina, a cocaína e os benzodiazepínicos (quando seus níveis estiverem elevados, uma quantidade adicional de medicamento deve ser acrescentada)

Inibe vírus e parasitas Participa na formação de fibras colágenas É um co-fator da lipotroteína lipase

É sintetizada pelo fígado e precipita-se com HClO4. Níveis elevados: Processos inflamatórios, Acompanhamento de colite ulcerativa, gravidez, neoplasias e terapia com corticóides (prednisona ou dexametasona), síndrome de Cushing. Níveis diminuidos: síndrome nefrótica, terapia com estrógenos e enteropatia perdedora de proteínas => Observa-se perda pela urina e fezes Soro – Jejum de 8h Masculino: 50 a 135 mg/dL Feminino: 40 a 120 mg/dL PROTEÍNA DE FASE AGUDA POSITIVA.

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REGIÃO α2

Ceruloplasmina (CER)

Contém aproximadamente 95% do cobre total do plasma (globulina alfa2), lhe conferindo uma coloração azulada (lembrar do biureto). Função: Sua função principal não é de transportar cobre para os tecidos; e sim de

Propiciar reações plasmáticas de oxirredução. Desempenha um papel fundamental na incorporação do ferro à

transferritina - É sintetizada pelas células hepáticas - Cu+2 – ATPase dependente – Doença de wilson - Degeneração hepática, cérebro e íris Níveis Diminuidos: nas anemias, má nutrição, ingestão insuficiente de cobre Níveis Elevados: em neoplasias malignas, gravidez, contraceptivos PROTEÍNA DE FASE AGUDA TARDIA Valor de Referência em Adultos : 21,0 a 53,0 mg/dL

Haptoglobina (HAP) Função: ligação à hemoglobina liberada pela lise dos eritrócitos, a fim de preservar as reservas de ferro e proteínas. Transportadora de Hb para o retícuko endotelial para ser degradada. - Os complexos Hp-Hb são grandes o suficiente para evitar a perda renal de Hb e seu Ferro. Esse complexo é uma peroxidase potente, capaz de hidrolisar peróxidos liberados durante a fagócitos e pelos leucócitos polimorfonucleares nos sítios de inflamação. -Possui grande importância como BACTERIOSTÁTICO para bactérias que requerem ferro, tais como Escherichia coli, evitando o uso do ferro por esses organismos. -PROTEÍNA DE FASE AGUDA POSITIVA: Concentração sérica elevada em resposta ao estresse, infecção, inflamação aguda ou necrose tecidual, provavelmente por estimulação à síntese. - Painel para avaliação de hemólise

Haptoglobina, LD e Hemoglobina

Obs: A mioglobina não se liga a ela! Logo, não há redução em casos de rabdomiólise. Valores de referência: 30 a 200mg/dl Níveis Diminuídos: hemólise intravascular, anemia megaloblástica, malária. Níveis Elevados: queimaduras, infecções agudas, neoplasias e síndrome nefrótica.

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α2- macroglobulina (AMG)

Enorme inibidor de proteases do plasma (inibe a atividade da tripsina, quimiotripsina, trombina, elastase, calicreína e plasmina) - Cicinas, complemento, coagulação e fibrinolítico

Atividade inibidora diminui com oxidantes e aumenta com antioxidantes - Transpotadora de pequenos pepitídeos

Citocinas, fatores de crescimento e cátion divalentes -Modula reações inflamatórias e imunologicas - Ligação a citocinas – reduz síntese de proteínas plasmáticas pelo fígado Inibe liberação de H202 pelos PMN.

Síndrome nefrótica: o enorme tamanho da AMG garante a sua permanência dentro do vaso na síndrome nefrótica e comparativamente às outras proteínas plasmáticas menores que saem pelo gromérulo lesado. O perfil característico da síndrome nefrótica apresenta um aumento da fração alfa-2 e uma diminuição das demais proteínas.

Enteropatia com perda proteica: perda anormal de proteínas pelo trato digestivo, ou incapacidade de absorver proteínas pelo trato gastrointestinal. 130-300 mg/dl

Valores de referência: Homens: 150 a 350mg/dL Mulheres: 175 a 420mg/dL Níveis plasmáticos diminuídos: Pancreatite, Carcinoma prostático, mieloma múltiplo. Níveis plasmáticos aumentados: Crianças e estrogênios, gravidez, diabetes melitus, Síndrome nefrótica – Enorme não passa pelo glomérulo lesado, neoplasias, cirrose, deficiência de AAT.

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REGIÃO β1

Transferrina (TRF/Tf ou Siderofilina)

Principal proteína transportadora do ferro no plasma do intestino até a medula óssea

- PROTEÍNA PLASMÁTICA DE FASE AGUDA NEGATIVA, sua concentração decrece na

inflamação ou neoplasia.

- O ferro não circula na forma de íon livre no plasma; está sempre ligado à transferrina

e apenas 1/3 das moléculas de transferrina (30 a 38%) circulantes no plasma carreiam

ferro e cada molécula leva no máximo dois íons férricos.

- A afinidade das moléculas de transferrina pelo ferro é sempre a mesma.

O complexo TRF-Fe3+ transporta o ferro para as células para incorporação nos

citocromos, Hb e mioglobina e, para os locais de reserva, tais como fígado e sistema

reticulo endotelial.

-A avaliação das concentrações plasmáticas de TRF é útil para o diagnóstico diferencial

da anemia e para o monitoramento do tratamento da anemia ferropriva.

DEFICIÊNCIA DE FERRO: TRF Elevada, mas a proteína está menos saturada com

ferro.

FALHA NA INCORPORAÇÃO DE FERRO: TRF Normal ou Baixa, mas a proteína

está muito saturada com ferro.

SOBRECARGA DE FERRO: TRF Normal, com saturação aumentada.

Altas concentrações de TRF são observadas na gravidez e em administração de

estrógenos.

OBS: A Neisseria gonorrhoeae é capaz de roubar o ferro da transferrina

Valores de referência:

Recém-nascidos: 130 a 275mg/dL

Adultos: 220mg a 400mg/dL

Acima de 60 anos: 180 a 380mg/dL.

Valores Aumentados: anemias por deficiência de ferro, gravidez, terapia c/ estrogênio

Valores Diminuídos: ocorre juntamente com baixos teores de albumina, pré-albumina

e β-lipoproteína, em inflamações e doenças malignas.

Hemopexina (HPX, HX)

Proteína com a propriedade de se ligar ao HEME liberado pela degradação da

hemoglobina, protegendo-a da excreção e contribuindo para a manutenção das

reservas de ferro.

- Encontra-se em concentrações muito baixas (50 a 120mg/dL), devendo ser

quantificada por métodos imunes.

- As reduções mais profundas ocorrem após hemólise intravascular, quando a

quantidade de hemoglobina livre excede a capacidade de ligação da haptoglobina.

HEME + HPX → FÍGADO

Enquanto a HPX não retorna, o HEME livre liga-se à albumina.

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Fibrinogênio Sintetizada pelo fígado, é o mais abundante dos fatores da coagulação sanguínea, formador do coágulo de fibrina. Atua como substrato para a ação da enzima trombina. Valor de referência: 200 a 450 mg/dL. Valores Aumentados: Sua concentração encontra-se elevada com os outros reativos

de fase aguda (APR+).

-Neste caso, a Velocidade de Hemossedimentação (VHS) também encontra-se

marcantemente elevada devido, diretamente, ao conteúdo de fibrinogênio.

-Na gravidez e uso de contraceptivos.

Valores Diminuídos: Indicam extensa ativação da coagulação com consumo de

fibrinogênio. Coagulação intravascular aguda ou descompensada, doença hepática

avançada.

Complemento (C1q, C1r, C1s, C3, C4 e C5)

Conjunto de pelo menos 20 proteínas

pertencentes à imunidade humoral inespecífica.

- Interagem com complexos antígeno-anticorpo,

ou entre si ou com membranas celulares de

uma forma complexa, porém flexível, para

destruir vírus e bactérias e, em alguns casos, até

mesmo as células do hospedeiro.

As frações mais importantes são C3 e C4,

principalmente C3, pois participa de todas as

vias do complemento.

PROTEÍNA DE FASE AGUDA POSITIVA.

A deficiência resulta na redução da resposta a

infecções.

Fração C4 (VR= 15 a 45mg/dL) - β1

Fração C3 (VR= 80 a 170mg/dL) – β2

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REGIÃO β2

Β2-microglobulina (BMG)

É uma proteína de baixo peso molecular encontrada na superfície de todas as células

nucleadas. É filtrada pelo glomérulo e quase totalmente reabsorvida pelos túbulos.

Funções:

a BMG é a cadeia beta ou leve da molécula de HLA (Human Leukocyte Antigen:

name of the major histocompatibility complex (MHC) in humans)

Acompanhamento de transplantes – renais.

Parte da BMG é lançada no plasma por linfócitos e células tumorais

O pequeno tamanho da molécula de BMG permite que ela atravesse a

membrana glomerular, mas normalmente

pequeníssima quantidade é excretada na

urina, a maior parte é reabsorvida e nos

túbulos proximais.

Volumes Aumentados: Insuficiência Renal,

Inflamação e Neoplasias, especialmente as

associadas aos Linfócitos B.

PRINCIPAIS VALORES CLÍNICOS:

Teste da função tubular em indivíduos expostos a metais pesados e

transplantados.

Níveis plasmáticos elevados: insuficiência renal, inflamação, neoplasia

O principal valor clínico da dosagem da BMG é testar a função tubular renal

É um importante marcador tumoral – Monitoramento de tumores de célulasβ

Valores de referência: 1010 – 2730 ng/ml

Soro: 0,10 a 0,26mg/dL

Urina: 0,03 a 0,37mg/dL

LCR: 0,30mg/L

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REGIÃO γ

Proteína C Reativa (PCR/CRP) Sintetizada no fígado, é a proteína plasmática que sofre maior elevação na inflamação e é uma das primeiras a aparecer. - Na presença de Ca+2, a PCR se liga a polissacarídeos (LPS)presentes em: bactérias, fungos e protozoários => uma vez complexada ela ativa a via clássica do complemento. - Como os anticorpos, a CRP inicia a opsonização, fagocitose e lise do organismo invasor - Também é capaz de reconhecer substâncias tóxicas liberadas de tecidos lesados, ligar-se a elas e classificá-las do sangue. - É a proteína plasmática de fase aguda de escolha para acompanhar processos inflamatórios.

Inflamação – 0,5 Risco cardiovascular 0,1 / 0,3 mg/dL PROTEÍNA DE FASE AGUDA POSITIVA

Valor de Referência: 80 a 800µg/dL Valores Aumentados: infarto do miocárdio, estresse, trauma, infecções, inflamações etc. (o aumento pode chegar até 2000 vezes o valor de referência).

Imunoglobulinas (Anticorpos Humorais) São proteínas especializadas sintetizadas pelos linfócitos em resposta a um antígeno, podem reconhecer e precipitar, ou neutralizar invasores como bactérias, vírus ou proteínas estranhas. - São compostas de duas cadeias pesadas(H)iguais e duas cadeias leves (L) idênticas. - São conhecidos 5 tipos: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.

IgA: Encontrada em áreas de mucosas, como os intestinos, trato respiratório e trato urogenital, prevenindo sua colonização por patógenos

IgG: Proporciona a principal imunidade baseada em anticorpos contra os patógenos que invadem o corpo

IgM: Expressa na superfície das células B. Elimina patógenos nos estágios iniciais da imunidade mediada pelas células B antes que haja IgG suficiente

IgE: Se liga a alérgenos e desencadeia a liberação de histaminas dos mastócitos, também estando envolvidas na alergia. Também protege contra vermes parasitas

IgD: Funciona principalmente como uma receptor de antígeno nas células B

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ESPECIFICAMENTE: IgA:

Existe como monômero de 4cadeias (IgA1) ou como um dímero contendo duas dessas unidades (IgA2).

A forma dimérica chama-se IgA secretora, e encontra-se nas secreções corporais, tais como lágrimas, suor, saliva, leite, colostro, secreção gastrointestinal e secreção brônquica.

A IgA secretora é composta das duas unidades monoméricas comum a única cadeia J (junction), (semelhante à associada com a IgM pentamérica) e uma cadeia glicopeptídica adicional, denominada componente secretor.

Este componente secretor protege a IgA secretora (ou IgA2) da hidrólise por parte das enzimas proteolíticas presentes nas secreções, e , por conseguinte, é mais resistente à destruição por bactérias patogênicas.

Inibe a aderência dos microorganismos à superfície das células da mucosa, impedindo sua penetração. Envolvida em respostas contra parasitas por induzir a desgranulação dos eosinófilos.

Também pode se ligar a antígenos alimentares, reduzindo a incidência de reações alérgicas.

IgD:

Principal imunoglobulina de membrana na superfície de Linfócitos B naïv (virgens), especialmente de recém-nascidos.

Ainda não possui função primária conhecida (além de ser marcador de superfície de Linfócitos B, juntamente com a IgM).

IgE:

A IgE é tão rápida e firmemente ligada a mastócitos que somente quantidade estraço estão normalmente presentes no soro.

Está envolvida nos processos de HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA. Quando o antígeno (alérgeno) faz ligação cruzada de duas moléculas de IgE ligadas, o mastócito é estimulado a liberar HISTAMINA e outras aminas vasoativas que são responsáveis pela permeabilidade vascular e pela contração do músculo liso, ocorrendo em reações alérgicas como RINITE, ASMA,URTICÁRIA e ECZEMA.

Importante na resposta imune humoral a parasitas, uma vez que frequentemente é encontrada em níveis elevados em soros de doentes parasitados por helmintos.

Não atravessa a barreira placentária Não fixa o complemento pela via clássica.

Importante papel na atopia e imunidade antiparasitária VR:0-0,2mg/dL

IgG:

É o isotipo mais bem estudado, constituindo a principal imunoglobulina do sangue produzida durante a RESPOSTA IMUNE SECUNDÁRIA.

São necessárias pelo menos duas moléculas de IgG para a ativação do complemento. São os únicos anticorpos capazes de

atravessar a BARREIRA PLACENTÁRIA (proteção contra infecções nas duas primeiras semanas devida do neonato)

Há 4 tipos de IgG: IgG1, IgG2, IgG3, IgG4 85% das Ig totais VR:800-1800mg/dL

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IgM: É a classe mais abundante de anticorpos secretados no sangue na FASE INICIAL DE

UMA RESPOSTA PRIMÁRIA POR ANTICORPOS. Normalmente é um pentâmero → 5 unidades de 4 cadeias + cadeia J (junction) É uma MACROGLOBULINA! É a imunoglobulina mais primitiva e menos especializada, sendo a primeira classe de

anticorpos a ser produzidas pelas células B em desenvolvimento. Sua alta eficácia na ligação e ativação do sistema complemento, associada ao

surgimento precoce durante o curso de uma infecção faz da IgM um agente particularmente potente no combateaosorganismosinvasores(sónecessitade1moléculaparaativarocomplemento).

É a única imunoglobulina sintetizada por neonatos Não atravessa a placenta

5-10% das Ig totais VR: 50-150mg/dL

- O fragmento Fab se liga a antígenos, e a extremidade N-terminal de suas cadeias possui composição de aminoácidos variáveis segundo a natureza proteíca do antígeno. - Cada fragmento Fab é constituido por duas cadeias: a cadeia pesada e a cadeia leve - A fração Fc, composta por duas cadeias pesadas, possui composição em aminoácidos constante para uma dada classe de imunoglobulinas

Podem ser enzimaticamente clivadas em três frações:

Duas frações que se ligam ao antígeno (Fab)

Uma fração cristalina (Fc) Papaína: 3 fragmentos (2 Fab e 1Fc) Pepsina: 2 fragmentos (F(ab)2 e 1Fc)

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Na eletroforese de proteínas plasmáticas, a heterogeneidade das moléculas de anticorpo sintetizadas por diferentes plasmócitos causa o

aparecimento de uma banda difusa na leitura densiométrica.

Uma bactéria possui muitas proteínas de superfície. Cada proteína possui muitas determinantes antigênicas e cada determinante antigênica estimula a produção de um anticorpo específico para si. Assim, as imunoglobulinas apresentam resposta ampla ao antígeno (resposta policlonais). Isto é, inúmeros clones de plasmócitos estão produzindo e secretando IgGs com estruturas discretamente diferentes em suas regiões variáveis e, conseqüentemente, em suas mobilidades eletroforéticas

Um clone único de plasmócitos produz moléculas de imunoglobulina com estruturas idênticas.

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Hipergamaglobulinemia Monoclonal

(Paraproteinemia) ou Proteínas M As bandas de imunoglobulinas monoclonais visíveis na eletroforese do soro sanguíneo, como picos estreitos e pontiagudos, são denominadas PARAPROTEÍNAS ou COMPONENTES MONOCLONAIS. Se um clone passa por um processo tumoral (multiplicação intensa), a concentração da imunoglobulina específica que ele produz se torna tão grande que na eletroforese aparece como um pico estreito e pontudo. Podem ser polímeros, monômeros ou fragmentos de moléculas de imunoglobulinas, como cadeias leves (proteínas de Bence Jones) ou, raramente, cadeias pesadas ou meias moléculas; tanto os monômeros como os fragmentos podem ser polimerizados.

As paraproteínas podem ser polímeros, monômeros ou fragmentos de moléculas de imunoglobulinas. E quando fragmentos são constituídos apenas de cadeias leves, são conhecidos como as proteínas de Bence-Jones

A maior parte das paraproteínas possui peso molecular semelhante ao de sua classe, e assim não atravessam a membrana glomerular

As proteínas de Bence-Jones, no entanto, atravessam essa membrana, sendo detectadas na eletroforese de proteínas urinárias

Mieloma Múltiplo

O mieloma múltiplo é uma neoplasia de plasmócitos, células derivadas dos linfócitos B.

Embora plasmócitos também se proliferem nos linfonodos e baço, esses órgãos raramente estão aumentados no mieloma múltiplo.

Ele pode ser causado pelas seguintes paraproteínas: do tipo IgG (50% dos casos), do tipo IgA (25%), apenas proteínas de Bence-Jones (20%).

A grande maioria dos pacientes com mieloma múltiplo apresenta proteinúria de Bence-Jones.

A incidência máxima da doença ocorre na faixa etária de 60 a 65 anos, sendo responsável por 1% de todas as neoplasias em brancos e 2% em negros.

Aspecto Clínico - Dor óssea nas costelas e na coluna vertebral é a principal queixa em aproximadamente 70% dos pacientes - As lesões ósseas nos mielomas são causadas por proliferação espraiada das células tumorais pela medula ou ativação de osteoclastos que destroem o osso - Os fatores ativadores de osteoclastos (OAF) são secretados pelas próprias células tumorais, levando a hipercalcemia pela destruição óssea - Um achado laboratorial muito característico é o valor normal de fosfatase alcalina em um indivíduo com lesões ósseas.

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A maioria dos pacientes apresenta um pico monoclonal na região β ou na região γ.

Os pacientes com mieloma do tipo proteína de Bence-Jones não apresentarão paraproteínemia desmonstrável na eletroforese do soro, e sim na urina.

TIPAGEM DA PARAPROTEÍNA

É importante identificar a classe da paraproteína em questão

O prognóstico baseia-se: no tipo de classe encontrada; na concentração da paraproteína no momento do diagóstico; na velocidade do seu aumento

A imunoeletroforese permite a tipagem da imunoglobulina.

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HIPERGAMAGLOBULINEMIA POLICLONAL

A hipergamaglobulinemia policlonal é caracterizada por aumentos difusos das gamaglobulinemias. É provocada pelo estímulo imune de muitos clones celulares produzindo várias imunoglobulinas. Representa a resposta das células B ao estímulo antigênico e indica a presença de infecção crônica ou processo auto-imune. Em alguns casos, as classes imunoglobulínicas fornecem a indicação da etiologia:

Predomínio de IgG: hepatite crônica ativa e lúpus eritematoso sistêmico. Predomínio de IgA: cirrose criptogênica, doença de Crohn, tuberculose e sarcoidose. Predomínio de IgM: cirrose biliar primária e doenças parasitárias.

Causados por: lepra, tuberculose, cirrose biliar primária, cirrose portal, hepatite crônica ativa, doença de Crohn, lúpus eritematoso sistêmico.

HIPOGAMAGLOBULINEMIA

Imunodeficiências hereditárias Imunodeficiência adquirida: neoplasias linfóides, terapia imunossupressiva Leucemia linfocítica crônica Crianças prematuras Fármacos

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Proteínas Plasmáticas de Fase Aguda Este termo é usado para denotar todas as proteínas que alteram a sua concentração em 25% ou mais no período de uma semana após dano tecidual.

Participam das linhas iniciais de defesa contra os micróbios Consiste de mecanismos inatos ao sistema do indivíduo que existem antes da infecção A reação de fase aguda é uma resposta não específica à inflamação (infecção, doenças

auto-imunes) ou lesão tecidual (trauma, cirurgia, infarto do miocárdio ou tumores) POSITIVAS

alfa-1-antitripsina, alfa 1-glicoproteína ácida, haptoglobina, ceruloplasmina, C4, C3 e preteína C reativa são positivas por aumentarem suas concentrações na resposta de fase aguda

NEGATIVAS A Albumina e a transferrina são negativas por diminuírem suas concentrações

Os níveis plasmáticos das proteínas de fase aguda se elevam em tempos diferentes em relação o início do processo inflamatório

Todas atingem seu máximo em cerca de dois a cinco dias, a proteína C reativa é uma das primeiras a subir

Os reativos de fase aguda são proteínas que migram nas frações eletroforéticas alfa e beta, com exceção da proteínas C reativa, que migra na fração gama

Sua produção é estimulada por citocinas de macrófagos ativados. Respostas Imunes Tardias

Os mecanismos de defesa mais altamente evoluídos são estimulados pela exposição aos agentes infecciosos.

Aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição sucessiva a um micróbio particular.