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Sociolgia Benjamin e a reprodutibilidade

Resumo

O filósofo e sociólogo judeu alemão Walter Benjamin (1892 – 1940) foi um pensador que esteve fortemente

associado à famosa Escola de Frankfurt e, portanto, à tradição marxista de pensamento, tendo também traduzido

para a língua alemã grandes obras literárias da cultura francesa, como Quadros parisienses de Charles Baudelaire

e Em busca do tempo perdido de Marcel Proust. A obra mais conhecida e comentada de Benjamin chama-se A

obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica, tendo sido publicada primeiramente em 1936 e,

posteriormente, em 1955. Esse ensaio de Benjamin tem sido muito relevante na área dos Estudos Culturais e na

história da arte e consiste na apresentação de uma teoria materialista da arte. Trata-se de compreender as

mudanças que ocorreram na produção artística, que deixou de se realizar enquanto um ritual para ser apropriada

pela indústria da arte, que a reproduz no sentido de que possa ser experimentada pelas grandes massas. O aqui

e agora da obra de arte é deixado de lado em prol da reprodução em escala industrial, o que faz com que ela

perca a sua “aura”. Nesse sentido, o surgimento da reprodutibilidade técnica faz com que a obra de arte perca a

sua singularidade, sua unicidade e sua autenticidade próprias, dando lugar a produtos culturais de massa como

o cinema.

A capacidade de reproduzir a obra de arte em diversas cópias desfaz a condição da obra de arte de objeto

único e individualizado. A arte é destituída de sua raridade e frequentemente desconectada com a pessoa do

artista. A execução de uma obra requer um ritual, uma forma específica de fazer que antecede a obra e

também é a própria obra em si. Tocar violão clássico exige uma série de gestos, palavras e formalidades que

carregam um valor simbólico dentro desse campo artístico, compondo um ritual. Entretanto, a

reprodutibilidade técnica extingue essa exigência, tornando possível reproduzir uma obra a qualquer

momento em qualquer lugar, desde que com os aparatos corretos.

Assim, a qualidade da arte de ser um objeto único se perde em meio a sua reprodutibilidade técnica, na mesma

medida em que também deixa de ser voltada para um público restrito no sentido de atingir cada vez mais

pessoas, repercutindo na sociedade como um todo. Uma comparação interessante feita por Benjamin é entre

o teatro e o cinema. Enquanto o primeiro mantém a sua “aura”, a sua singularidade, ou seja, o aqui e agora

da obra de arte – que é captado pela plateia presente no espetáculo -, já o segundo perde sua “aura” na medida

em que o expectador não está presente e a câmera (um equipamento técnico) é quem reproduz a imagem

dos atores. Numa apresentação teatral a obra de arte está incontornavelmente ligada ao ator, já no cinema o

ator pode se tornar um acessório à cena, enquanto os próprios acessórios (cenário, câmeras) podem

desempenhar o papel de atores.A reprodutibilidade técnica exclui a obra da arte das esferas aristocrática e

religiosa, que a elitizam. Assim, a dissolução da aura alcança dimensões socias. A perda da aura e suas

consequências sociais são bem notáveis no cinema. As massas passam a se relacionar de maneira

qualitativa com a arte pelas transformações na percepção estética.

O cinema tem um caráter revolucionário por possibilitar um acesso ao inconsciente visual. Diferente do teatro

que ocorre num espaço consciente de ação, a câmera produz um espaço de ação inconsciente, exibindo a

reciprocidade de ação entre matéria e homem (processo dialético). O cinema seria de grande valia para o

pensamento materialista e muito útil na construção de uma nova sociedade na qual a classe proletária

alcançaria a liderança política desejada. Dessa maneira, há dois aspectos a serem levados em consideração:

De um lado, a reprodutibilidade das obras artísticas traz consigo a perda de sua singularidade própria. De

outro, pode ser entendida como uma ferramenta muito importante para a construção de uma sociedade mais

justa do ponto de vista social. Walter Benjamin tem uma postura otimista da reprodutibilidade técnica, já que,

apesar de essa destruir a aura da obra de arte, esta abre espaço para profundas transformações sociais.

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Sociolgia Exercícios

1. Para alguns sociólogos e filósofos, a cultura possuiria um valor intrínseco e poderia nos ajudar não

apenas na fruição de nossa sensibilidade, mas nos levar a uma nova compreensão da realidade e de

nosso ser e estar no mundo. Com a indústria cultural verifica-se que a cultura

a) recupera seu valor simbólico, contribuindo para uma nova compreensão da realidade e para a emancipação humana.

b) perde sua força simbólica e crítica, transformando-se em mero entretenimento que elimina a reflexão crítica.

c) perde seu valor de mercado para tornar-se, graças à tecnologia, um entretenimento acessível a toda a população.

d) deixa de ser um produto de elite e passa a ser acessível a todos os cidadãos, contribuindo com sua autonomia.

e) torna-se mais sofisticada, na medida em que os meios de criação cultural passam a ser submetidos ao desenvolvimento tecnológico.

2. Historicamente, pode-se dizer que toda sociedade elabora sua própria cultura, mas as culturas estão

interligadas, a não ser que o grupo social esteja em condições de isolamento e não sofra influência de

outras culturas. Ressalta-se que o conceito de cultura é recente e plástico. Geertz (1978) afirma que

“[...] a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos

sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual

eles (os símbolos) podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade.” GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

Essa flexibilidade no sistema capitalista manifestada na indústria cultural apresenta as seguintes características:

a) Marketing, comercialização de bens culturais, cidade-mercadoria, publicidade.

b) Tradição, genocídio cultural, nacionalismos, grandes narrativas.

c) Homogeneização cultural, erudição, urbanização, subcultura.

d) Memória, identidade cultural, fetiche, etnocentrismo.

e) Folk, aculturação, xenofobia, tribalismo.

3. Poder-se-ia defini-la como a única aparição de uma realidade longínqua, por mais próxima que esteja.

Num fim de tarde de verão, caso se siga com os olhos uma linha de montanhas ao longo do horizonte

ou a de um galho, cuja sombra pousa sobre o nosso estado contemplativo, sente-se a aura destas

montanhas, desse galho. Tal evocação permite entender, sem dificuldades, os fatores sociais que

provocaram a decadência atual da aura. Liga-se ela a duas circunstâncias, uma e outra correlatas com

o papel crescente desempenhado pelas massas na vida presente. Encontramos hoje, com efeito, dentro

das massas, duas tendências igualmente fortes: exigem, de um lado, que as coisas se lhe tornem, tanto

humana como espacialmente, “mais próximas”, de outro lado, acolhendo as reproduções, tendem a

depreciar o caráter daquilo que é dado apenas uma vez. (BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p.15.)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.

a) A discussão sobre arte e aura, no referido texto, se refere a um problema religioso.

b) A aura não significa a singularidade da obra de arte.

c) A obra de arte possui aura porque possui as seguintes características: é única, irrepetível, duradoura.

d) O declínio da aura não tem relação com as transformações sociais e econômicas.

e) Com o aumento da produção e apropriação artística, aumentou-se também o valor da aura na obra de arte.

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Sociolgia

4. Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a

aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde

de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós,

significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil identificar os

fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias,

estreitamente ligadas à crescente difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas

‘ficarem mais próximas’ é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua

tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade”. BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e

Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta:

a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte perdeu sua aura.

b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam sua qualidade aurática.

c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a distância e a transcendência dos objetos artísticos.

d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a reprodutibilidade técnica.

e) O declínio da aura não tem relação com as transformações contemporâneas.

5.

Há, na tirinha acima, uma crítica à forma de cultura veiculada pela televisão. Tendo em vista a

abordagem sociológica, assinale a alternativa que corresponde ao tipo de cultura que está sendo

criticada.

a) Cultura no seu sentido antropológico, relacionada à diversidade das práticas, dos símbolos e das formas de pensar, agir e sentir.

b) Cultura política, relacionada às formas de estabelecimento de relações de poder.

c) Cultura erudita, relacionada às formas de produção estética da elite.

d) Cultura popular, própria das classes econômicas mais baixas.

e) Cultura de massa, produzida pela indústria cultural.

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Sociolgia 6. A chamada “Escola de Frankfurt” reuniu diversos autores, como Theodor W. Adorno, Max Horkheimer

e Walter Benjamin, com o propósito de reformular a compreensão e as críticas ao sistema capitalista.

Destacam-se, em suas reflexões, os impactos do desenvolvimento tecnológico, o papel dos modernos

meios de comunicação de massa e a destruição e barbárie observadas durante a II Guerra Mundial

(1939-1945). O conceito que sintetiza suas formulações no âmbito da cultura é

a) o padrão cultural.

b) a cultura erudita.

c) a cultura operária.

d) a indústria cultural.

e) a cultura líquida.

7. À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso cultual, aumentam as ocasiões para que elas

sejam expostas. A exponibilidade de um busto […] é maior que de uma estátua divina, que tem sua sede

fixa no interior do templo. […] a preponderância absoluta conferida hoje a seu valor de exposição atribui-

lhe funções inteiramente novas, entre as quais a “artística”, a única de que temos consciência, talvez

se revele mais tarde como rudimentar. BENJAMIN, Walter. “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica (Primeira versão)”. In: Obras escolhidas I. Trad.

Sérgio Paulo Rouanet, 8ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. p. 187-188.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria benjaminiana da reprodutibilidade técnica e do

valor cultual e de exposição da obra de arte, assinale a alternativa correta.

a) O valor de exposição da obra de arte reforça os laços sociais, na medida em que a exposição intensifica a coesão social, possibilitando, democraticamente, o acesso à obra.

b) A mudança do valor de culto para o valor da exposição da obra de arte revela transformações nas quais esta passa a ser concebida a partir da esfera pública.

c) O valor de culto da obra de arte expressa a gradativa desvinculação entre o humano e o sagrado, considerando que a obra substitui a relação direta do humano com o sagrado

d) O valor material atribuído a uma obra de arte é constituído pela persistência de um valor de culto na exposição, evidenciado na “aura” que paira sobre as grandes obras, as chamadas obras clássicas.

e) O elemento comum entre o valor de culto e o valor de exposição da obra de arte é o reconhecimento de que a função “artística” é a sua dimensão mais importante.

8. Mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua

existência única, no lugar em que ela se encontra. É nessa existência única, e somente nela, que se

desdobra a história da obra. Essa história compreende não apenas as transformações que ela sofreu,

com a passagem do tempo, em sua estrutura física, como as relações de propriedade em que ela

ingressou. Os vestígios das primeiras só podem ser investigados por análises químicas ou físicas,

irrealizáveis na reprodução; os vestígios das segundas são o objeto de uma tradição, cuja

reconstituição precisa partir do lugar em que se achava o original. (BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Obras escolhidas, Vol. 1: magia e técnica, arte e

política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994. p.167.)

De acordo com Walter Benjamin, as técnicas de reprodução provocam a destruição das condições de

autenticidade da obra de arte por que

a) apesar de manter o aspecto exterior, destrói historicidade, materialidade, identidade da obra de arte.

b) compromete a dimensão material da obra, ainda que salve as condições históricas.

c) dificulta a difusão da obra de arte a ser copiada.

d) elimina as condições históricas, embora preserve a dimensão material da arte.

e) fabrica artificialmente obras de arte antes não existentes.

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Sociolgia 9. Leia atentamente o poema, intitulado Eu, etiqueta, de autoria de Carlos Drummond de Andrade:

Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nesta vida. ........................................ Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. ........................................

Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva independente, que moda ou suborno algum a compromete. ........................................ Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrina me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial.

Assinale a alternativa incorreta:

a) O poema faz referência direta ao conceito de cultura de massa, que segundo Adorno é uma forma de controle da consciência pelo emprego de meios como o cinema, o rádio ou a imprensa.

b) De acordo com a Escola de Frankfurt o surgimento da cultura de massa, em meados do século passado, deveu-se em grande parte ao desenvolvimento do projeto iluminista que desencadeou uma crise ética e epistemológica dando origem por fim a já referida cultura de massa.

c) A Revolução Industrial não foi apenas um conjunto de inovações técnicas, mas uma forma de dominação e controle do tempo do trabalhador, essa dominação se dá por meio da disciplina e da indústria cultural.

d) O produto da indústria cultura não pode ser considerado arte em sentido estrito, já que ela tende a padronização, a ausência de conteúdo, e o apelo ao mercado.

e) A cultura de massa tem o papel de difundir por meio do mercado as culturas regionais, contribuindo para a emancipação do homem.

10. O ensaio “Indústria Cultural: o esclarecimento como mistificação das massas”, de Theodor W. Adorno

e Max Horkheimer, publicado originalmente em 1947, é considerado um dos textos essenciais do

século XX que explicam o fenômeno da cultura de massa e da indústria do entretenimento. É uma das

várias contribuições para o pensamento contemporâneo do Instituto de Pesquisa Social fundado na

década de 1920, em Frankfurt, na Alemanha. Um ponto decisivo para a compreensão do conceito de

“Indústria Cultural” é a questão da autonomia do artista em relação ao mercado. Assim, sobre o

conceito de “Indústria Cultural” é CORRETO afirmar.

a) A arte não se confunde com mercadoria, e não necessita da mídia e nem de campanhas

publicitárias para ser divulgada para o público.

b) Não há uniformização artística, pois, toda cultura de massa se caracteriza por criações complexas

e diversidade cultural.

c) A cultura é independente em relação aos mecanismos de reprodução material da sociedade.

d) A obra de arte se identifica com a lógica de reprodução cultural e econômica da sociedade.

e) Um pressuposto básico é que a arte nunca se transforma em artigo de consumo.

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Sociolgia Gabarito

1. B

Segundo os pensadores da Teoria Crítica, a indústria cultural massifica os produtos da cultura e os torna

mera mercadoria, sem qualquer função crítica ou transformadora da sociedade.

2. A

A indústria cultural pode ser caracterizada por homogeneizar os gostos através da massificação e

comercialização dos produtos culturais, contribuindo para que tudo se torne mercadoria. Isso acontece

com a colaboração de certos setores do capitalismo, como a publicidade e o Marketing, exatamente

como sugere a alternativa [A].

3. C

Para Benjamin a aura da obra de arte lhe foi conferida pela sua função mais primitiva, o culto. a partir

dele a obra se manifesta como representação única que permite tornar presente o distante e transcender

a realidade. Foi através da arte que tivemos contato com outros mundos. Esse aqui e agora da arte é

único, relacionado com a presença do artista e com seu contexto de criação. É exatamente essa

manifestação efêmera que lhe dá durabilidade. A arte não pode ser repetida, refeita, reexperimentada.

Uma estátua de vênus foi objeto de adoração na Grécia Antiga e condenada no Medieval, mas nenhum

desses momentos históricos pôde contornar a persistência do resultado de um momento efêmero do

fazer artístico. Aí está sua aura.

4. C

As sociedades modernas são sociedades ultrarracionais, do controle. Elas exprimem o desejo iluminista

de dominação do homem sobre as coisas. Nada escapa ao controle do homem racional e desencantado.

A arte como manifestação do transcendental, distante e incontrolável não é admitido. A expressão

humana através da arte passa pelo controle rigoroso através de métricas como a duração de um filme

ou a quantidade de palavras de uma música.

5. E

Há, na tirinha, uma crítica à cultura veiculada na televisão. Essa cultura é a cultura de massa que,

destituída da sua aura, tem a função de entreter e de alienar a massa da população. Esse tipo de cultura

é produzido pela indústria cultural.

6. D

A indústria cultural é a forma de produzir cultura típica da sociedade de massas, onde a cultura é

consumida como uma mercadoria. Ela é resultado do avanço tecnológico expresso nos meios de

comunicação em massa aliados à racionalidade capitalista que invadiu todos os aspectos da vida

humana transformando todas as relações em relações de mercado e consumo.

7. B

Exatamente como apresentado pelo autor no excerto “ À medida que as obras de arte se emancipam do

seu uso cultual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas”, a arte passou a ser percebida de

uma maneira diferente, circulando na esfera pública e pensada a partir dela, já que uma das suas

principais características é a exposição.

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Sociolgia 8. A

A reprodutibilidade destitui a obra de arte de sua aura. Dessa maneira, não importa mais a presença do

artista na realização do ritual artístico ou seu contexto histórico. A obra de arte pode ser produzida para

ser distribuída em larga escala, o que passa a ser um dos critérios considerados na sua produção. O

contexto de produção ou execução e a identidade conferida pela efemeridade da realização perdem o

sentido e deixam de ser características da obra de arte.

9. E

A alternativa [E] não somente é incorreta, como também contraria todas as outras. A cultura de massa é

um produto do modo de produção capitalista e contribui para a mercantilização da cultura e para a

coisificação do homem.

10. D

A alternativa [D] é a única correta. No sistema capitalista, inclusive a arte está submetida à lógica de

mercado, servindo como uma mercadoria que deve gerar lucro.

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Sociologia

Mídia e sociedade

Resumo

O que é mídia?

Para começarmos a compreender as relações entre mídia e sociedade, primeiramente devemos atentar para

o significado da palavra “mídia”. Chamamos de mídia os veículos de um sistema de comunicação social,

dentre os quais podemos citar as emissoras de rádio e TVs, revistas, jornais e a internet. No dicionário a

definição de mídia pode ser encontrara como: “Toda estrutura de difusão de informações, notícias,

mensagens e entretenimento que estabelece um canal intermediário de comunicação não pessoal, de

comunicação de massa, utilizando-se de vários meios, entre eles jornais, revistas, rádio, televisão, cinema,

mala direta, outdoors, informativos, telefone, internet etc.”

Podemos dizer, em sentido lato, que mídia é o meio pelo qual qualquer informação é passada. Entretanto,

num sentido estrito, a palavra mídia é usada para designar meios não pessoais de comunicação, ou seja, que

fazem o papel de intermediário entre a informação ou fato e o receptor da mensagem.

Uma breve contextualização da mídia

A comunicação humana passou por várias etapas: inicialmente ela se dava através do corpo; posteriormente,

acabou sendo incorporada pela comunicação pela fala; a comunicação pela fala, na sequência, foi

incorporada pela comunicação através da escrita; esta última, por sua vez, acabou sendo absorvida pela

Imprensa; por fim, a Imprensa foi seguida da era das telecomunicações.

Cada uma das etapas da comunicação humana descritas acima representou não o abandono da etapa

anterior, mas sim sua incorporação e integração num novo sistema de comunicação social. O que é

importante notarmos é que as revoluções dos meios de comunicação como, por exemplo, a invenção da

Imprensa no século XV, levaram a mudanças nas próprias sociedades do ponto de vista cultural e civilizatório.

Nesse sentido, entender as mudanças operadas nos meios de comunicação nos leva a compreender melhor

o próprio comportamento humano em sociedade. Vejamos um exemplo do fenômeno que agora estamos

descrevendo: A Reforma Protestante, deflagrada por Lutero em 1517, teve uma grande recepção na população

letrada da Alemanha que, a partir da circulação de panfletos impressos, entrou em contato com as ideias

protestantes.

O problema da (im)parcialidade

Como observado por alguns pensadores, a mídia é mais que o ambiente por onde uma mensagem é

transmitida, pois influencia comportamentos e percepções. Ao transmitir uma informação, a mídia produz

uma alteração (algumas vezes não intencional, outras nem tanto) da mensagem, pois ela passará por um

processo de interpretação e adequação do conteúdo. Esse processo nunca é isento, chegando à observação

de que o meio determina a mensagem e não o contrário.

Outro ponto interessante de se pensar é o do controle da mídia. Na nossa sociedade a mídia é resultado do

empreendimento de algumas pessoas. Alguns países têm maior pluralidade midiática, outros acabam

observando a formação de oligopólios. Essas empresas, em última instância, são guiadas por dois

parâmetros: o lucro (como absolutamente toda empresa no sistema capitalista); e os interesses de seus

proprietários. Por mais que se arrogue imparcial, nenhum dono de uma instituição de mídia permitiria, sem

pesar, que seu meio de comunicação produzisse informações que contrariassem não só seus interesses, mas

sua visão de mundo.

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Sociologia

Como importante veículo de comunicação, a mídia numa sociedade se configura como uma das detentoras

da narrativa sobre a vida em geral. É essa importante característica dos meios de comunicação em massa

que permite o surgimento da indústria cultural. As pessoas se informam e se entretêm majoritariamente pelos

meios de comunicação em massa que selecionará o que será dito e o que não será dito, moldando a

discussão e a opinião pública sobre diversos assuntos. Esse é o caráter dominador da mídia, que detém um

grande poder sobre as pessoas limitando, e muitas vezes, definindo sua cultura. A mídia é um dos principais

instrumentos de disseminação da ideologia dominante e de exercício de poder simbólico.

Mídia como “quarto poder”

O problema que tratamos anteriormente se estende perigosamente para o campo político. O papel da mídia

na política brasileira é de destaque. Além da capacidade de influenciar o comportamento da sociedade, a

mídia também consegue interferir nas ações dos governos. Isso significa uma extrapolação da função de

levar informação ao povo. Muitas vezes a mídia atua para construir ou destruir a credibilidade de políticos, de

acordo com os interesses de seus controladores.

Essa capacidade de manipulação e influência sobre escolhas e comportamento levou à expressão “quarto

poder”, para se referir à mídia em relação aos outros três poderes do Estado democrático e sua atuação do

campo político.

A televisão é hoje o principal meio de comunicação em massa no Brasil (não se engane, 60% dos brasileiros

tem acesso à internet e muitas vezes de modo limitado e precário, contra 97% de domicílios com televisão).

Essa difusão é utilizada pelos políticos como forma de conseguir apoio popular. Embora seja proibido pela

Constituição, dados apontam que muitos políticos têm vínculos com a mídia. Pesquisas realizadas apontaram

para o número de 53 deputados federais e 27 senadores com algum tipo de controle sobre veículos de

comunicação entre 2007 e 2010. Isso dá 10% da Câmara e um terço do Senado. Estima-se que na mesma

época, 128 emissoras de televisão e 1765 retransmissoras estavam nas mãos de políticos.

Na história do Brasil há vários casos onde, a despeitos dos fatos, a mídia manipulou a informação para

produzir sua própria narrativa sobre a realidade. A cobertura sobre as diretas já foi um dos exemplos mais

notáveis. Em 1984 milhares de pessoas se reuniram na Praça da Sé, Em São Paulo, para pedir eleições diretas.

Apesar disso, o noticiário de uma grande emissora apresentou o movimento como o de comemorações pelo

aniversário da cidade. Em 1989 a edição do debate presidencial para ser exibido nos noticiários também foi

considerada tendenciosa, além da mudança repentina do instituto de pesquisa sobre a eleição, porque esse

apresentava dados mais favoráveis ao candidato supostamente preferido da emissora. Por extensão,

também é possível pensar no papel da mídia na narrativa sobre os diversos eventos recentes no Brasil. Pense

sobre o papel da mídia em operações como a Lava-Jato ou na ação de movimentos sociais, dos mais

tradicionais até os mais novos e espontâneos, como os de 2013 e os de 2020 no Brasil e no mundo.

O que podemos concluir é que frequentemente a mídia extrapola os limites e princípios estabelecidos na

Constituição e interfere de maneira não regulada na esfera política, justificando o termo “quarto poder”.

Novo século, novos problemas: o fenômeno das fake news

No século XXI o que observamos é o enorme crescimento da mídia digital, numa era em que as informações

são transmitidas em tempo real, em que a internet diminuiu fronteiras e distâncias entre nações, o que

constitui uma grande transformação na forma como as pessoas se comunicam e na forma através da qual

se informam. No entanto, é importante ressaltar que a mídia também é utilizada frequentemente para divulgar

falsas notícias - os famosos “fake news” -, assim como para manter falsos estereótipos, preconceitos, e para

vender produtos apelando para uma aparência que, muitas vezes, pode ser enganadora. Um outro fator

importante presente no século XXI e que diz respeito à relação entre mídia e sociedade é o fato de que, cada

vez mais, as redes sociais influenciam na escolha políticas de eleitores ao redor do mundo.

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Sociologia

Trata-se de uma ferramenta importante, atualmente, para que candidatos expressem suas opiniões e

divulguem suas ideias para a grande massa, o que não dá para ser desconsiderado do ponto de vista político

se analisarmos que muitos votos, hoje em dia, são conquistados justamente nas redes sociais.

Em comparação ao efeito nocivo da grande mídia para o Estado democrático, as fake News são muito mais

perigosas. Os grandes veículos de mídia, apesar de apresentar uma visão parcial da realidade, tem uma

reputação a zelar, sem a qual sua manutenção é prejudicada. Além disso, um grande veículo pode ser cobrado

de seus posicionamentos, ter seus erros apontados e ser confrontado. Outro aspecto importante é pensar

que a imparcialidade, apesar de ser um ideal necessário e constante na atuação midiática, é impraticável, o

que torna sua exigência uma impossibilidade. O debate sobre a atuação da mídia na democracia tem se

desviado para um outro horizonte, o da transparência.

As fake News, por outro lado, são comumente mentiras intencionais organizadas sistematicamente para

influenciar o comportamento e as escolhas das pessoas. Tornaram-se um eficaz mecanismo de manipulação

de eleições. Isso porque seus responsáveis são difíceis de achar, ela se espalha com muito mais rapidez e

ela conta com a confiança entre as pessoas. A fake News subverte as relações entre os indivíduos, utilizando

a confiança que temos uns nos outros para espalhar mentiras.

Com a grande velocidade com que notícias são espalhadas nos dias atuais pelas redes sociais, faz-se

necessário refletir anteriormente sobre a veracidade de tais informações, o que pode contribuir para a

construção de uma sociedade que, além de valorizar a velocidade, também tem apreço pela verdade e pela

reflexão crítica. Tanto na relação com a mídia tradicional quanto no uso de novas mídias, é urgente discutir a

forma como nós, indivíduos, nos relacionamos com a informação.

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Sociologia

Exercícios

1. [...] Como observam os pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados da Cultura da Universidade

de Virgínia, os executivos globais que entrevistaram “vivem e trabalham num mundo feito de viagens

entre os principais centros metropolitanos globais – Tóquio, Nova York, Londres e Los Angeles. Passam

não menos do que um terço de seu tempo no exterior. Quando no exterior, a maioria dos entrevistados

tende a interagir e socializar com outros globalizados... Onde quer que vão, hotéis, restaurantes,

academias de ginástica, escritórios e aeroportos são virtualmente idênticos. Num certo sentido

habitam uma bolha sociocultural isolada das diferenças mais ásperas entre diferentes culturas

nacionais... São certamente cosmopolitas, mas de maneira limitada e isolada.” [...] A mesmice é a

característica mais notável, e a identidade cosmopolita é feita precisamente da uniformidade mundial

dos passatempos e da semelhança global dos alojamentos cosmopolitas, e isso constrói e sustenta

sua secessão coletiva em relação à diversidade dos nativos. Dentro de muitas ilhas do arquipélago

cosmopolita, o público é homogêneo, as regras de admissão são estrita e meticulosamente (ainda que

de modo informal) impostas, os padrões de conduta precisos e exigentes, demandando conformidade

incondicional. Como todas as “comunidades cercadas”, a probabilidade de encontrar um estrangeiro

genuíno e de enfrentar um genuíno desafio cultural é reduzida ao mínimo inevitável; os estranhos que

não podem ser fisicamente removidos por causa do teor indispensável dos serviços que prestam ao

isolamento e autocontenção ilusória das ilhas cosmopolitas são culturalmente eliminados – jogados

para o fundo “invisível” e “tido como certo”. (BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003. p. 53-55.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que a globalização estimulou

a) a disseminação do cosmopolitismo, que rompe as fronteiras étnicas, quando todos são viajantes.

b) um novo tipo de cosmopolitismo, que reforça o etnocentrismo de classe e de origem étnica.

c) a interação entre as culturas nativas, as classes e as etnias, alargando o cosmopolitismo dos viajantes de negócio.

d) o desenvolvimento da alteridade através de uma cultura cosmopolita dos viajantes de negócios.

e) a emergência de um novo tipo de viajantes de negócios, envolvidos com as comunidades e culturas nativas dos países onde se hospedam.

2. Observe a imagem a seguir.

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5

Sociologia

As escolhas que o indivíduo faz têm base na imagem do mundo vendida por algumas instituições e

grupos dominantes da sociedade. A imagem apresenta a contribuição dos meios de comunicação para

a propagação de determinadas ideologias. Considerando essas informações, é correto afirmar que:

a) Os governos autoritários na história do Brasil contribuíram para o desenvolvimento de boa parte das ideologias dominantes.

b) Os meios tecnológicos tornaram a reprodução das obras de arte em escala industrial os quais, para os sociólogos, possibilitaram a democratização e a não banalização da arte.

c) O papel da televisão no Brasil é de importância fundamental, pois trata-se de um instrumento de conscientização crítica dos sujeitos contra a imposição das propagandas consumidoras.

d) A concorrência entre os meios de comunicação contribui para a reflexão e a criticidade, as quais possibilitam transformar a sociedade no nível macro e sem interferência dos grupos dominantes.

e) A ideologia de classe é parte da cultura de massa e, por isso, só permite a atuação dos grupos dominados em movimentos sociais que buscam reproduzir as ideias existentes na sociedade.

3. Jovens preferem internet à TV

Estudo realizado em dez países e publicado nesta quarta-feira indica que, pela primeira vez, os jovens

europeus disseram preferir a internet à televisão. De acordo com o estudo, há 169 milhões de

internautas nos países que foram pesquisados: Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Espanha,

Holanda, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Noruega – que passam em média 12,7 horas na rede. Os mais

conectados são os italianos (13,6 horas em média), e os menos conectados são os holandeses (9,8

horas). Além disso, 82% dos jovens (16-24 anos) utilizam a internet, contra 77% que admitem ver

televisão. O estudo também mostra um aumento anual de 12% do número de pessoas de mais de 55

anos que utilizam a internet. Para 83% dos usuários, a internet se tornou imprescindível em suas vidas,

e 32% têm a mesma opinião sobre o correio eletrônico. A maioria admite passar menos tempo na frente

da televisão para se dedicar à internet. France Presse. "Jovens europeus preferem internet à televisão." Folha on line, 6.12.07. Disponível em:

<www1.folhauol.coom.br/folha/informatica/ult124u352247.shtml>. Acesso em: 11 dez. 2007. Adaptado.

Toda sociedade passa por transformações nas suas relações de maneira abrupta ou em um longo

processo histórico-social. Muitos sociólogos afirmam que essas mudanças são necessárias ao

reordenamento das interações. Essas são causadas por muitos aspectos classificados como naturais

ou socioculturais. No texto, percebe-se uma dessas causas de mudança social. Sobre essa causa, é

correto afirmar que

a) é determinada por cataclismos naturais, que alteram, de maneira permanente ou provisória, a organização e as estruturas das relações sociais no grupo.

b) tem origem em aspectos biológicos e trouxe profundas transformações nas sociedades coloniais do século XV, pois o contato do nativo com as epidemias e microrganismos circulantes na Europa provocou aumento da mortalidade de populações tribais.

c) é parte da cultura de uma sociedade e pode ser definida como o conhecimento da manipulação do meio físico, que contribui com a manutenção dos grupos sociais.

d) nas sociedades antigas, a ausência dessa causa provocou a extinção da cultura desses grupos humanos, como na sociedade egípcia.

e) ela se desenvolveu no século XVIII, com as Grandes Navegações, pois, antes desse período, a humanidade possuía uma visão restrita de mudança de suas condições sociais por meio de sua relação com a natureza e com os outros sociais humanos.

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Sociologia

4. Nosso conhecimento científico “está começando a nos capacitar a interferir diretamente nas bases

biológicas ou psicológicas da motivação humana, por meio de drogas ou por seleção ou engenharia

genética, ou usando dispositivos externos que interferem no cérebro ou nos processos de

aprendizagem”, escreveram recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar Persson. […] James

Hughes, especialista em bioética […], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que ele deve ser

voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para a

felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”. Hillary Rosner. “Seria bom viver para sempre?” Disponível em: <www.sciam.com.br>, outubro de 2016.

As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem afirmar que

a) o aprimoramento visado pelos pesquisadores desvaloriza o progresso técnico no campo neuro científico.

b) tais interferências técnicas somente seriam possibilitadas sob um regime político totalitário.

c) ideais espiritualistas de meditação permitem concentração intensa da mente.

d) o caráter voluntário dos experimentos elimina a existência de controvérsias de natureza ética.

e) os recursos científicos estão direcionados ao aperfeiçoamento técnico da espécie humana.

5. As novas tecnologias da informação e comunicação tornaram-se uma realidade nas relações sociais

contemporâneas e contribuem para a maior integração das pessoas neste início do século XXI. Sobre

as alterações nas práticas culturais decorrentes dessas novas tecnologias informacionais, é correto

afirmar:

a) As pessoas deixaram de contatar as redes sociais já consolidadas e as substituíram por encontros presenciais realizados por meio da rede mundial de computadores.

b) As dinâmicas das culturas vinculadas à virtualidade dos meios de comunicação consolidam a cultura popular em detrimento da cultura de massa e da indústria cultural.

c) A violência urbana impede que sejam ampliadas as redes e grupos sociais tradicionalmente vinculados ao capitalismo, o que intensifica o uso convencional dos serviços dos correios.

d) A educação e a religião estão apartadas do processo de utilização de mídias eletrônicas, e isso causou o afastamento das pessoas das lutas por causas sociais mais amplas.

e) As novas tecnologias de informação e comunicação têm sido utilizadas nas ações coletivas de pessoas envolvidas com as demandas dos movimentos sociais.

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Sociologia

6. O vídeo Kony 2012 tornou-se o maior sucesso da história virtual, independente da polêmica causada

por ele. Em seis dias, atingiu a espantosa soma de 100 milhões de espectadores, aproximadamente.

No primeiro dia na internet, o vídeo foi visto por aproximadamente 100.000 visitantes. PETRY, A. O mocinho vai prender o bandido... e 100 milhões de jovens querem ver. Veja, ano 45, n. 12, 2.261. ed. 21 mar.

2012. Adaptado.

A internet revelou-se um poderoso instrumento para a ação política de ONGs e de movimentos sociais.

A respeito das formas de expressão de necessidades coletivas no mundo globalizado, assinale a

alternativa correta.

a) As ONGs e os novos movimentos sociais têm como característica comum a construção de estruturas hierarquizadas e rígidas para a realização das lutas coletivas.

b) Como toda luta política, a conquista do poder de Estado é o referencial a partir do qual se constroem as ações das novas reivindicações coletivas de ONGs e movimentos sociais.

c) Demandas ligadas ao trabalho perderam sua importância para as novas lutas coletivas expressas pelas ONGs e pelos recentes movimentos sociais.

d) Nas novas lutas coletivas há o predomínio dos novos sujeitos sociais, os grupos sociologicamente minoritários, com um projeto definido e uniforme de construção da sociedade.

e) O ativismo de ONGs e de movimentos sociais nas redes virtuais diversifica as agendas políticas e as práticas que buscam inovar o modo de fazer política.

7. Chamamos de comunidade a uma relação social na medida em que a orientação da ação social – seja

no caso individual, na média ou no tipo ideal – baseia-se em um sentido de solidariedade: o resultado

de ligações emocionais ou tradicionais dos participantes. WEBER, Max. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: Centauro, 2000. p. 71.

Esse conceito sociológico é importante para se compreender a formação das comunidades virtuais

(Orkut, Facebook, Twitter etc.), que se constituem em agrupamentos humanos formados no

ciberespaço. Sobre esse assunto, qual das alternativas contém um aspecto do conceito de comunidade

que não pode ser aplicado à formação de agregados virtuais?

a) Ligação ao sentimento de comunidade.

b) Atitude cooperativa.

c) Forma própria de comunicação.

d) Emergência de um projeto comum.

e) Pertencimento territorial.

8. A internet é uma grande teia Onde estamos todos plugados Com propósitos variados; (Às vezes, propósito algum...)

A poesia é uma grande teia, E por ela os apaixonados Acabam sempre interligados; (Com alguma coisa incomum...)

Se um desses poetas da web A um outro poeta recebe [...], Logo todos querem ser parte Do grupo que promove a arte: Da nossa "nação-poesia"!

PEKA, Ederson. Adaptado.

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Sociologia

O texto faz referência ao meio usado pelas pessoas para serem estabelecidas associações com

objetivos bem definidos. Todas as alternativas a seguir apresentam uma característica dessa forma de

vínculo entre os indivíduos, exceto

a) homogeneidade.

b) pequenez.

c) autossuficiência.

d) nitidez.

e) hierarquização.

9. O desenvolvimento da indústria cultural no Brasil ocorreu paralelamente ao desenvolvimento

econômico e teve como marco a introdução do rádio, na década de 1920, da televisão, na década de

1950, e, recentemente, nos anos de 1990, da internet. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 190.

Acerca do assunto tratado no trecho apresentado, assinale a alternativa correta.

a) A indústria cultural no Brasil é homogênea por causa da conscientização da população.

b) As novelas da televisão brasileira são instrumentos de alienação da indústria cultural, pois levam os espectadores a desejarem bens materiais fora de sua realidade social.

c) A população brasileira é influenciada pelo cinema, pois todos têm acesso a esse instrumento de produção cultural.

d) A televisão é o meio de comunicação com menor poder de alienação no Brasil.

e) A publicidade das empresas brasileiras funciona como um informativo sobre produtos oferecidos no mercado consumidor. O objetivo desse instrumento é criar um sujeito crítico e reflexivo que combata a alienação cultural.

10. A caixa de pandora tecnológica penetra nos lares e libera suas cabeças falantes, astros, novelas,

noticiários e as fabulosas, irresistíveis garotas-propaganda, versões modernizadas do tradicional

homem-sanduíche. SEVCENKO, N. (Org). História da Vida Privada no Brasil 3. República: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Cia das

Letras, 1998.

A TV, a partir da década de 1950, entrou nos lares brasileiros provocando mudanças consideráveis

nos hábitos da população. Certos episódios da história brasileira revelaram que a TV, especialmente

como espaço de ação da imprensa, tornou-se também veículo de utilidade pública, a favor da

democracia, na medida em que

a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritários durante o governo Vargas.

b) revelou para o país casos de corrupção na esfera política de vários governos.

c) maquiou indicadores sociais negativos durante as décadas de 1970 e 1980.

d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativas de fechamento do parlamento.

e) corroborou a construção de obras faraônicas durante os governos militares

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Sociologia

Gabarito

1. B A globalização, em vez de estimular as relações culturais, criou algo que Castells chamou de sociedade em rede. Neste tipo de sociedade as pessoas deslocam-se pelos locais mais distantes, mas sempre encontrando o mesmo tipo de espaço, pessoas e relações sociais que têm em seu ponto de origem. Surge um novo tipo de etnocentrismo, o do cidadão global, que apesar de percorrer o mundo só consegue enxergá-lo dentro de uma ótica limitada e cosmopolita, baseada na vivência de hotéis, aeroportos, shoppings e escritórios, iguais em todos os lugares. A alternativa que corresponde a isto é a B.

2. A

Os meios de informação e, por conseguinte, a informação gerada são mecanismos por meio dos quais se obtém ou se amplia o poder no Estado. Ao mesmo tempo, são também criadores de vontades e de desejos nas pessoas ao sinalizar um tipo específico de mundo a ser almejado. A alternativa A está correta, pois o Brasil, tendo uma história de governos autoritários, tornou-se um país de forte viés autoritarista. A alternativa B está incorreta porque a produção da arte em escala industrial contribuiu para sua banalização. A alternativa C está incorreta porque a televisão, na verdade, é uma difusora das propagandas. A alternativa D está incorreta porque os meios de comunicação pertencem a grupos dominantes e podem difundir conteúdos de acordo com suas vontades. A alternativa E está incorreta porque a cultura de massa acaba por destruir a ideologia de classe nas pessoas, contribuindo para a alienação política. Portanto, a alternativa correta é a A.

3. C A causa apontada no texto é a internet, uma nova tecnologia que aumentou as possibilidades de interação entre as pessoas e criou também possibilidades para a comunicação de massa, acontecendo mudanças sociais por motivos de origem sociocultural. a) e b) Incorretas. A internet não tem ligação com elementos naturais ou biológicos, mas sim com a técnica humana. c) Correta. Atribui a mudança social a elementos culturais da sociedade, tal qual acontece com o contexto da internet. d) Incorreta. Existia comunicação nas sociedades antigas, ainda que de modo diverso. e) Incorreta. As Grandes Navegações ocorreram no século XVI e, novamente, são retomadas questões afeitas à natureza e não às relações sociais.

4. E

O texto do enunciado permite discutir sobre as descobertas recentes no campo tecnológico direcionadas ao aperfeiçoamento técnico da espécie humana. Por meio de dispositivos externos, os caminhos para buscar a felicidade e o bem-estar poderão ser percorridos mais facilmente.

5. E a) Incorreta. As pessoas continuam a usar largamente as redes sociais. b) Incorreta. A cultura popular continua a ter dificuldade de se afirmar frente à cultura de massa e a

indústria cultural. c) Incorreta. A violência urbana não tem papel inibidor nas redes e grupos sociais, muitos dos quais

acabam se formando justamente por conta dela. d) Incorreta. Tanto a educação quanto a religião encontram seu espaço nas mídias eletrônicas, que

atualmente são um novo espaço para estas discussões. e) Correta. As novas tecnologias têm ampliado o papel das redes sociais na organização de eventos

relativos a demandas sociais, em muitos casos com mais efetividade que os modos tradicionais de mobilização.

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Sociologia

6. E a) Incorreta. A emergência dos novos movimentos sociais e, posteriormente, das ONGs, foi

caracterizada especialmente pela organização de estruturas de poder relativamente horizontalizadas e fluidas, em comparação com as antigas formas de lutas coletivas. A redução das hierarquias e a fluidez das mesmas estão entre as razões para se falar sobre um novo modo de fazer política.

b) Incorreta. A conquista do poder estatal diz respeito aos partidos políticos. Os novos movimentos sociais e as ONGs, diferentemente, buscam ampliar a noção de política para além do Estado, e suas reivindicações condensam tal perspectiva, como se observa, por exemplo, nos movimentos de contracultura. Os referenciais culturais formam uma importante base a partir da qual se configuram os novos sujeitos, o que é parte integrante das teorizações sobre os novos movimentos sociais.

c) Incorreta. Apesar de uma marcante presença das questões culturais nas novas lutas coletivas, os novos sujeitos não descartam as reivindicações associadas ao trabalho. Considerem-se, por exemplo, as demandas das mulheres, dos negros e dos gays ligadas às lutas pelo direito ao trabalho decente.

d) Incorreta. O surgimento dos novos sujeitos sociais coloca em questão qualquer pretensão de um projeto definido e uniforme de construção da sociedade. Diferentemente das pretensões hegemônicas, o político define-se pela diversificação, ou fragmentação, dos projetos e dos ideais de sociedade.

e) Correta. Em comparação com os modos tradicionais de fazer política, por exemplo, por intermédio dos partidos políticos, o ativismo das ONGs e dos movimentos sociais possibilita ampla diversificação da agenda e das práticas políticas. Essa diversificação é favorecida, nos últimos anos, pela difusão do uso das redes virtuais. O tema da reportagem é um exemplo desse atual estado das ações coletivas.

7. E

Nos agregados virtuais não existe o pertencimento territorial como regra, ainda que possa acontecer como fato. As outras quatro alternativas estão presentes na composição das comunidades virtuais, à semelhança das características presentes nas comunidades tradicionais estudadas por Weber.

8. E

O exemplo apresentado na poesia coloca todos os participantes em situação de igualdade no grupo dos poetas do ciberespaço, portanto não há hierarquização. As demais características estão presentes no grupo, associadas respectivamente à semelhança entre os membros (homogeneidade), tamanho do grupo (pequenez), gestão independente (autossuficiência) e visibilidade (nitidez).

9. B

a) Incorreta. A população brasileira tem níveis de cultura e educação muito variados. Por conta disso, a indústria cultural é bastante heterogênea.

b) Correta. As novelas apresentam um padrão de cultura e comportamento que gera desejos em camadas sociais que não possuem acesso a muitos dos bens exibidos nas produções.

c) Incorreta. O cinema não alcança igualmente todas as regiões do país. d) Incorreta. A televisão, devido a seu maior alcance, é um dos meios de comunicação com a maior

capacidade de alienar no país. e) Incorreta. A publicidade tem o objetivo de criar desejos de consumo nas pessoas para que mais e

mais produtos sejam vendidos, não entrando no debate a questão de eles serem ou não necessários. 10. B

A TV tem desempenhado um importante papel levando ao público informações sobre casos de corrupção. A TV também já ajudou a justificar regimes e a os combater. De certo, é um importante instrumento de formação de opinião pública e divulgação de informações sobre o cenário político brasileiro.

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Sociolgia

Cidadania

Resumo

Etimologicamente, o termo “cidadão” significa “morador de uma cidade”.

Assim, se fôssemos levar a coisa literalmente, cidadania seria apenas a

circunstância de morar em um determinado local e o bom cidadão seria o

mesmo que um habitante boa-praça. Há, no entanto, um significado mais

profundo em jogo aqui. O conceito de cidadania vem originalmente da

língua grega e, como já vimos em outras aulas, as cidades gregas antigas

viviam no sistema de pólis. Neste modelo, além de cada cidade gozar de

grande autonomia, sendo como que um Estado independente, os cidadãos,

isto é, os moradores de cada pólis, tinham ampla capacidade de

participação política, pois os gregos foram o primeiro povo a entender que

a política deriva sua autoridade não dos deuses, mas dos homens.

Vemos assim que cidadania não é apenas moradia e que o cidadão não é o simples habitante de um

determinado país. Muito mais do que isso, o cidadão é aquele que participa politicamente dos destinos de

sua nação, que influi nos rumos do Estado. Os escravos brasileiros na época do Império, por exemplo, eram

habitantes do Brasil, mas não cidadãos, pois não tinham direito de participar politicamente, votando,

protestando, etc. O mesmo vale para as mulheres brasileiras antes da legalização do voto feminino e para

os analfabetos antes da Constituição Cidadã de 1988. Mesmo hoje, nenhum brasileiro que não possua título

de eleitor pode ser considerado, formalmente, um cidadão de nosso país, uma vez que não pode participar

dos processos decisórios da política nacional nem influenciar nos rumos das políticas públicas. Este sim é

um simples habitante ou morador do Brasil.

Cidadania clássica X Cidadania moderna Obviamente, do fato de que o conceito de cidadania guarde hoje as mesmas raízes que tinha na antiguidade

grega, disto não se pode deduzir que ela sempre foi exercida do mesmo modo ao longo do tempo. Ao

contrário, cada sociedade humana desenvolveu ao longo do tempo formas muito concretas e específicas de

exercícios da cidadania, isto é, de participação política dos seus membros. Tradicionalmente, para fins

didáticos e de resumo, costuma-se dizer que há duas grandes concepções de cidadania ao longo da história:

a concepção clássica de cidadania, dominante desde a antiguidade grega até as revoluções liberais dos

séculos XVI e XVII, e a concepção moderna de cidadania, vigente desde então.

A concepção clássica de cidadania caracteriza-se por ser essencialmente comunitária. Assim, para o

homem grego e medieval, ser um cidadão significava, acima de tudo, pertencer a uma comunidade e ter

obrigações para com ela. A ênfase aqui está na noção de dever, de modo que o bom cidadão é

fundamentalmente o sujeito abnegado, capaz de sacrificar seus próprios desejos e interesses individuais

pelo bem comum. Por sua vez, nesta visão, o papel do Estado, como poder público, consiste precisamente

em coordenar as ações dos indivíduos na concretização do interesse geral, premiando aqueles que cumprem

seus deveres e punindo os que não o fazem. É o indivíduo que deve estar a serviço da comunidade e do

Estado, não o contrário.

A concepção moderna de cidadania, instaurada pelo liberalismo político e típica de nosso tempo, é bastante

diferente. Nela, a ênfase não está na noção de dever, mas na de direito. Entende-se que não é o indivíduo

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Sociolgia

que deve estar a serviço da comunidade e do Estado, mas, ao contrário, é a comunidade e o Estado que

devem estar a serviço do indivíduo.

Com efeito, na visão moderna, compreende-se que nenhum interesse coletivo tem o interesse de sobrepor-

se à liberdade dos indivíduos. O papel do Estado não é tanto garantir a felicidade geral, mas sim impedir que

os direitos individuais sejam desrespeitados e que uns se imponham violentamente sobre os outros. Em

suma, o que cabe ao poder público não é promover a cooperação entre os indivíduos, mas sim impedir seu

conflito e o bom cidadão é aquele que, consciente dos seus próprios direitos, exerce-os livremente, sem,

porém, tolher a liberdade do outro.

Benjamin Constant, o famoso autor liberal do começo XIX, sintetizou esta diferença em seu famoso texto A

liberdade dos antigos comparada à liberdade dos modernos: O objetivo dos antigos era a partilha do poder

social entre todos os cidadãos de uma mesma pátria. Era isso o que eles denominavam liberdade. O objetivo

dos modernos é a segurança dos privilégios privados; e eles chamam liberdade as garantias concedidas

pelas instituições a esses privilégios”

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Sociolgia

Exercícios

1. No dia 5 de outubro de 2008, a Constituição Federal Brasileira completou 20 anos. Dentre as inovações,

é correto afirmar que a nova Carta, também conhecida como "Constituição Cidadã",

a) revalidou os princípios estabelecidos pelo Ato Institucional n. 5, de 1968, que garantia maior liberdade de expressão a cada cidadão.

b) viabilizou o retorno das eleições diretas para presidente da República, consolidando, assim, a proposta defendida pela emenda Dante de Oliveira anos antes.

c) centralizou ainda mais o poder nas mãos do Executivo a fim de garantir o princípio federativo e de combater a corrupção no Legislativo e o abuso de poder no Judiciário.

d) restabeleceu o princípio do direito de greve para o setor privado, ficando, porém, o setor público impedido de se organizar em sindicatos.

e) desconsiderou as emendas populares e aquelas apresentadas pelos lobbies, grupos de pressão que tentavam influ­enciar as decisões dos parlamentares.

2. “Historicamente, a cidadania foi concedida a restritos grupos de elites – homens ricos de Atenas e

barões ingleses do século XIII – e posteriormente estendida a uma grande porção dos residentes de

um país.” VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. A sociedade civil na globalização. Rio de Janeiro: Record, 2001, pp. 34-35.

Assinale a alternativa incorreta sobre o tema tratado pelo autor.

a) O estabelecimento dos deveres e dos direitos da cidadania moderna esteve intimamente vinculado ao processo de construção e de consolidação dos Estados nacionais.

b) A cidadania é um conceito que está associado à Grécia Antiga, já que a democracia passou a ser implementada a partir desse período, mesmo que com limitações de alcance da população.

c) Considerando o processo histórico dos últimos 200 anos, podemos afirmar que a incorporação de novos grupos ao estatuto da cidadania foi realizada não apenas por concessões, mas também pelas lutas sociais que reivindicaram novos direitos.

d) Nos diferentes períodos históricos, os direitos de cidadania constituíram-se, invariavelmente, como privilégio exclusivo das elites econômicas.

e) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas, representou um marco importante no processo de consolidação da cidadania no século XX.

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Sociolgia

3. A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma política para todos constitui-se uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado e defendido como um marco para a cidadania e o avanço civilizatório. A democracia envolve um modelo de Estado no qual políticas protegem os cidadãos e reduzem as desigualdades. O SUS é uma diretriz que fortalece a cidadania e contribui para assegurar o exercício de direitos, o pluralismo político e o bem-estar como valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, conforme prevê a Constituição Federal de 1988.

RIZZOTO,M.L.F.et at. Justiça social, democracia com direitos sociais e saúde: a luta do Cebes. Revista Saúde em Debate, n. 16, jan-mar. 2018 (adaptado).

Segundo o texto, duas características da concepção da política pública analisada são:

a) Paternalismo e filantropia.

b) Liberalismo e meritocracia.

c) Universalismo e igualitarismo.

d) Nacionalismo e individualismo.

e) Revolucionarismo e coparticipação.

4. A cidadania, na concepção moderna, surge a partir das lutas liberais por direitos civis frente ao Estado.

Está intimamente ligada ao Estado democrático e de direito. Em um sistema constitucional, significa

também o pleno exercício do direito político, ou seja, de interferir nas decisões políticas do Estado

votando, sendo votado, propondo ações populares etc. A afirmação segundo a qual o indivíduo tem

consciência de seus direitos, deveres e de que participa ativamente de todas as questões da sociedade

refere-se a:

a) tirania.

b) plutocracia.

c) cidadania.

d) bonapartismo.

e) monarquia.

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Sociolgia

5. Observe a charge a seguir:

Disponível em: <http://cnoportunidades.blogspot.com/2010_10_01_archive.html>. Acesso em: 28 ago. 2011.

Notamos nela a presença de um processo social importante para a compreensão das mudanças e/ou

transformações que ocorrem de forma contínua e que refletem determinados tipos de relações sociais

entre os indivíduos e os grupos. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.

a) O processo social nela apresentado é denominado conflito, pois destaca um grupo em rivalidade, buscando uma educação mais justa.

b) A cidadania produzida pela educação é um processo dissociativo e se encontra em constante transformação.

c) A cooperação na construção de uma educação cidadã permite que dois ou mais indivíduos atuem em conjunto para tornar o seu grupo mais atuante na formação de uma sociedade mais justa.

d) A diversidade ideológica no grupo social permite uma maior coesão dos seus membros na cooperação por uma educação de qualidade e cidadã.

e) Numa competição como a da charge, notamos uma necessidade de formar subgrupos que permitam uma cidadania igual para todos.

6. Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos em 2008 e

utilizando seus conhecimentos sobre o tema “cidadania: direitos sociais, civis e políticos”, assinale a

alternativa incorreta.

a) Os artigos que integram a Declaração Universal dos Direitos Humanos expressam a vontade de assegurar os valores de justiça, solidariedade, igualdade e tolerância a todos os povos.

b) A existência de regimes democráticos é, em si, uma garantia de que a cidadania pode ser amplamente exercida e os direitos humanos assegurados aos diferentes grupos sociais.

c) Há uma relação direta entre grau de instrução e garantia de direitos sociais, civis e políticos; por isso, a luta por educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira permanente para diversos movimentos sociais.

d) Em países nos quais uma pequena parcela da população concentra a riqueza nacional, a grande maioria não tem acesso a bens de cidadania como saúde, educação e habitação.

e) No Brasil, durante o regime militar, a luta pela afirmação dos direitos civis e políticos foi duramente reprimida por um Estado que, mesmo autoritário, criou instituições que asseguraram, por exemplo, o direito social à aposentadoria.

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7. Sobre o conceito de cidadania, assinale a alternativa correta.

a) A cidadania é fruto de lutas e conquistas sociais que culminaram, historicamente, na Declaração dos Direitos Humanos e na Revolução Francesa.

b) A cidadania se configura sempre como direitos e deveres que atingem todos os cidadãos. Portanto, são equivocadas, do ponto de vista legal, a fragmentação e a elaboração de leis que atingem grupos sociais específicos, como crianças, mulheres, negros ou homossexuais, processo que se caracteriza como conquista de privilégios em vez de direitos.

c) A cidadania concretiza-se na sociabilidade cotidiana, nas relações de família, de trabalho, no acesso a bens e serviços culturais, na manutenção dos direitos relacionados à saúde e à educação bem como no usufruto de conquistas trazidas pela benevolência das classes dominantes.

d) Medidas tais como a supressão da liberdade democrática, a instauração de governos ilegítimos não escolhidos pelo voto popular e a redução de conquistas sociais não afetam a cidadania, uma vez que tais processos não revogam o fato de que cidadão é todo aquele que habita, de forma legal, o país.

e) Direitos são conquistas que nunca podem ser perdidas, apenas transformadas. Portanto, uma vez conquistada a cidadania, nenhum processo político é capaz de deteriorá-la.

8. Temos vivido, como nação, atormentados pelos males modernos e pelos males do passado, pelo velho

e pelo novo, sem termos podido conhecer uma história de rupturas revolucionárias. Não que não

tenhamos nos modernizado e chegado ao desenvolvimento. Mas não eliminamos relações, estruturas

e procedimentos contrários ao espírito do tempo. Nossa modernização tem sido conservadora., NOGUEIRA, M. As possibilidades da política: ideias para a reforma democrática do Estado. Rio de Janeiro:

Paz e Terra, 1998

O texto apresenta uma análise recorrente sobre o processo de modernização do Brasil na segunda

metade do século XX. De acordo com a análise, uma característica desse processo reside na(s)

a) uniformização técnica dos espaços de produção.

b) construção municipalista do regime representativo.

c) organização estadual das agremiações partidárias.

d) limitações políticas no estabelecimento de reformas sociais.

e) restrições financeiras no encaminhamento das demandas ruralistas.

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9. Ser cidadão é ter a garantia de todos os direitos civis, políticos e sociais que asseguram a

possibilidade de uma vida plena. Esses direitos não foram conferidos, mas exigidos, integrados e

assumidos pelas leis, pelas autoridades e pela população em geral. A cidadania também não é dada,

mas construída em um processo de organização, participação e intervenção social de indivíduos ou

de grupos sociais. TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 139.

Ele enumera os principais direitos que compõem a cidadania e como essa se forma. Sobre o assunto contido no texto, assinale a alternativa incorreta.

a) A participação da população em movimentos sociais é um aspecto importante para o surgimento da cidadania.

b) O direito à educação básica e à saúde são exemplos de direito social, pois permitem ao cidadão ter acesso aos aspectos essenciais de convivência social.

c) Os direitos citados no texto têm como base o princípio da igualdade entre os membros de um grupo, mas não podem ser considerados universais, pois cada sociedade os interpreta de modo diferente.

d) Os direitos políticos se referem ao acesso do cidadão à representação política, escolhida pelo grupo mais privilegiado da sociedade.

e) A constituição é um conjunto de leis e normas que devem ser seguidas pela população com o objetivo de organizar a sociedade. Esse tipo de cidadania é denominado de formal.

10. Tenho 44 anos e presenciei uma transformação impressionante na condição de homens e mulheres

gays nos Estados Unidos. Quando nasci, relações homossexuais eram ilegais em todos os Estados

Unidos, menos Illinois. Gays e lésbicas não podiam trabalhar no governo federal. Não havia nenhum

político abertamente gay. Alguns homossexuais não assumidos ocupavam posições de poder, mas a

tendência era eles tornarem as coisas ainda piores para seus semelhantes. ROSS, A. “Na máquina do tempo”. Época, ed. 766, 28 jan. 2013.

A dimensão política da transformação sugerida no texto teve como condição necessária a

a) ampliação da noção de cidadania.

b) reformulação de concepções religiosas.

c) manutenção de ideologias conservadoras.

d) implantação de cotas nas listas partidárias.

e) alteração da composição étnica da população.

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Gabarito

1. B

A Constituição de 1988 rompeu com o autoritarismo do AI 5, e teve importante papel no estabelecimento

de uma sociedade mais democrática, sendo a institucionalização das eleições diretas um exemplo

disso; procurou afirmar a divisão de poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário, de iguais

importâncias, seguindo o formato das modernas democracias ocidentais; tornou direito constitucional

o de fazer greve, assim como dos trabalhadores se organizarem em sindicatos; e durante seu processo

constitutivo, trabalhou tanto com as propostas dos constituintes como com as emendas populares e

de demais grupos da sociedade civil organizada.

2. D

A alternativa D é incorreta, pois apesar de em vários momentos a cidadania estar associada ao poder

econômico, isto começa a mudar a partir das revoluções liberais, que iriam introduzir conceitos

basilares para a criação dos modernos estados democráticos e de direitos iguais para todos.

3. C O SUS é um avanço na estrutura social do Estado brasileiro. O sistema está baseado em princípios que

baseiam a cidadania, como universalismo e igualitarismo, mostrando como o sistema é fundamental

pelo seu potencial de garantir uma parte importante do pleno exercício da cidadania que é o acesso ao

direito à saúde.

4. C A alternativa correta é a C. Em uma sociedade em que prevalece a relação de cidadania, todos os

membros têm direitos e deveres junto à coletividade e até mesmo a opção de participar ou não das

decisões pertence a eles.

• Tirania (na acepção moderna, que difere de sua origem grega) é um regime de governo no qual

prevalece a vontade totalitária de uma pessoa em detrimento dos direitos individuais dos cidadãos;

• Plutocracia é um sistema de governo no qual apenas os mais ricos podem governar;

• Bonapartismo é a maneira como ficou conhecido o governo francês do período de Napoleão

Bonaparte e posteriormente de seu sobrinho, Luís Bonaparte. Apresenta ideologicamente aspectos

de autoritarismo político e centralização do poder nas mãos de um chefe, preferencialmente

dinástico;

• Monarquia é o regime de governo no qual a chefia do Estado (e em alguns casos também do

governo) é entregue a um monarca (rei).

5. C

A afirmativa A está incorreta, pois o grupo não está em conflito, mas agindo solidariamente. A afirmativa

B está incorreta porque a cidadania produzida pela educação não é um processo dissociativo (que

separa as pessoas), e sim associativo, tendendo a aumentar a coesão social. A afirmativa C está correta,

indicando um processo de construção coletiva. A afirmativa D está incorreta porque, apesar da

diversidade ideológica ser saudável socialmente (exclui o perigo de um pensamento único), ela não

contribui para uma maior coesão social, pois gera conflitos. Por fim, a afirmativa E está incorreta porque

a charge não apresenta uma competição, mas sim um processo de ajuda mútua.

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6. B A afirmativa B está errada, pois a existência de regimes democráticos não garante o amplo exercício da

cidadania e dos direitos humanos. A democracia é um processo que se constrói na própria sociedade,

na esfera das relações sociais e culturais. Deve ser assimilada, não bastando apenas instituí-la por

ordenamento legal.

7. A B Incorreta. A fragmentação e a elaboração de leis que atingem grupos sociais específicos têm um

caráter de inclusão na cidadania, pois a sociedade deve prover meios para que todas as pessoas

possam participar dos processos cidadãos e para que isso ocorra eles têm de estar em condições de

igualdade que historicamente foram destruídas.

C Incorreta. A cidadania é fruto do conflito dos grupos sociais e não do entendimento nem da

benevolência espontânea da classe dominante.

D Incorreta. Ser cidadão, além do aspecto geográfico, também significa fazer parte das tomadas de

decisão em determinada sociedade e da divisão dos frutos que ela proporciona. Quando isso é retirado

por um processo autoritário, trata-se de uma usurpação da cidadania.

E Incorreta. Mesmo após suas conquistas, os direitos podem ser perdidos, pois a manutenção da

democracia e dos direitos cidadãos devem ser sempre perseguidos por meio da ação política em suas

diversas vertentes.

8. D A cidadania depende tanto do reconhecimento quanto da efetiva oferta de condições para seu pleno

gozo. Na trajetória histórica do Esdado brasileiro, apesar das inovações jurídico-legais, pouco se

realizou para o alcance de condições do exercício substancial da cidadania.

9. D

a) Correta. No processo cidadão todos os membros da sociedade devem se articular, exigindo direitos

e assumindo deveres, como se dá nos grupos sociais.

b) Correta. Os direitos sociais são aqueles que o Estado deve oferecer para a garantia do bem-estar

do indivíduo. É uma prestação estatal.

c) Correta. Os direitos sociais e individuais são resultados de processos históricos e sociais, e cada

sociedade os articula de uma maneira própria.

d) Incorreta. Os direitos políticos são de todos e não apenas dos mais privilegiados, e envolvem

representar e ser representado no processo político.

e) Correta. A constituição é um documento que um determinado povo cria e que dá base ao sistema

jurídico de um país, definindo direitos e deveres de maneira formal.

10.

a) CORRETA - Essa transformação só foi possível porque a noção de cidadania foi estendida aos

homossexuais.

b) O texto não fala de valores religiosos.

c) Foi justamente a queda de ideologias conservadoras que propiciou a ampliação da cidadania.

d) O texto não trata de cotas.

e) Não houve alteração étnica da população