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1 Resumo Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar João Eduardo Martins Basto I O que é a Filosofia? – Uma resposta inicial 1.1 Filosofia: Tentativa de definição A definição de filosofia não pode ser dada de uma forma conclusiva, pois não existe uma definição universalmente, aceite por todos os filósofos. Enquanto disciplinas como a Química, a Física, a Geologia, a Matematica … têm um definição geral de si próprias já na filosofia essa possibilidade revela – se, por natureza, problemática. Existem portanto varias definições de filosofia, pois cada filósofo que tenta definir a sua “disciplina”, definia a partir do seu modo de ver a vida, o Mundo e a própria filosofia. Cada filósofo, cada filosofia, dará uma resposta diferente. As definições de filosofia exprimem, de igual modo, as praticas filosóficas daqueles que avançam nessas definições. Daí também que muitos autores, considerando a multiplicidade das perspetivas filosóficas, prefiram o plural filosofias em vez do singular filosofia. Afinal, cada filósofo desenvolve uma perspetiva cerca do real, fruto da organização subjetiva da sua própria experiência. Podemos afirmar que há uma quantidade imensa de definições de filosofia, mas nenhuma é totalmente certa ou errada, uma vez que cada filósofo define a filosofia a Escola Secundaria de Monserrate Ilustração 1 - O Pensador de Auguste Rodin

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Resumo

Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar

João Eduardo Martins Basto

I

O que é a Filosofia? – Uma resposta inicial

1.1 Filosofia: Tentativa de definição

A definição de filosofia não pode ser dada de uma forma conclusiva, pois não existe uma definição universalmente, aceite por todos os filósofos. Enquanto disciplinas como a Química, a Física, a Geologia, a Matematica … têm um definição geral de si próprias já na filosofia essa possibilidade revela – se, por natureza, problemática. Existem portanto varias definições de filosofia, pois cada filósofo que tenta definir a sua “disciplina”, definia a partir do seu modo de ver a vida, o Mundo e a própria filosofia. Cada filósofo, cada filosofia, dará uma resposta diferente. As definições de filosofia exprimem, de igual modo, as praticas filosóficas daqueles que avançam nessas definições.

Daí também que muitos autores, considerando a multiplicidade das perspetivas filosóficas, prefiram o plural filosofias em vez do singular filosofia. Afinal, cada filósofo desenvolve uma perspetiva cerca do real, fruto da organização subjetiva da sua própria experiência.

Podemos afirmar que há uma quantidade imensa de definições de filosofia, mas nenhuma é totalmente certa ou errada, uma vez que cada filósofo define a

filosofia a partir da sua própria conceção de filosofia. A este nível teremos sempre de considerar o que há de subjetivo. Em oposição, temos o conceito de objetivo, dizer de 2+2 = 4, é exprimir algo de objetivo. Na filosofia não existe este grau de objetividade, portanto um definição de filosofia nunca pode ser considerada neutra.

Nota: Podemos também considerar a filosofia uma pergunta filosófica sendo assim concluímos que as pessoas mais

habilitadas a responder a pergunta: O que é a filosofia? são os filósofos.

Porém a única definição totalmente aceite de filosofia é a etimológica. No âmbito etimológico, filosofia significa Filo (amor, amigo, o que gosta) + Sofia (sabedoria, saber). Portanto filosofia é amor a sabedoria.

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Ilustração 1 - O Pensador de Auguste Rodin

Ilustração 2 - A pergunta em forma de Homem

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Considera – se que foi Pitágoras o primeiro Homem a usar o termo filósofo. Pois considerava que um filósofo não era um sábio e que esse termo só poderia ser usado para definir deus, porque só ele detêm o verdadeiro e total conhecimento. Considerava que o Homem devia – se contentar um procurar a sabedoria, ser seu amigo, o amante do conhecimento verdadeiro. A demanda da verdade e não a sua posse, o estar – a caminho, implica uma posição de humildade perante a sabedoria.

Neste contexto, podemos falar da celebre afirmação de Sócrates “Só sei que nada sei”, Sócrates revela – nos uma posição humildade perante a filosofia, a humildade de quem sabendo, procura sempre o conhecimento verdadeiro, sugerindo que a consciência de quem nada sabe é um principio fundamental para, exigentemente se separar as ilusões do falso saber ou do saber que sendo limitado se considera ilimitado. A atitude de Sócrates é a clara Douta ignorância, esta equivale, não a posse, mas a uma disposição, traduzindo a abertura da mente em relação à procura do conhecimento. Afinal, entre a muita sabedoria falsa e a pouca sabedoria verdadeira, não há duvida que a última é a mais sabia.

1.2 Quem Filosofa? Filosofia Espontânea e Sistemática

Apesar do que muita gente pensa, todos nós filosofamos, uns mais que outros. “Creio que todos os Homens são filósofos, ainda que uns mais que outros. (…)”Existe neste âmbito de “Quem Filosofa?” dois tipos de filosofias a espontânea e a sistemática.

A Filosofia Espontânea e a filosofia comum a todos os mortais, é de algum modo uma filosofia amadora. Ora o Homem comum reflete sobre os problemas que o vida lhe coloca, e alguns desses problemas são de natureza filosófica; mas esta reflexão é pontual, pouco rigorosa, pouco profunda e, muitas vezes, destituída do exercício crítico, porém expressa um sentido de interrogação presente na filosofia dita profissional. A filosofia espontânea é expressa em ditados populares, nas crenças, na

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Ilustração 3 - Pitágoras

Ilustração 4 - Sócrates

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religião, nas ideologias, etc, esta filosofia faz parte integrante da vida e da experiencia quotidiana do Homem Comum.

A Filosofia Sistemática distingue – se da anterior porque procura ser coerente e rigorosa, organizado os conceitos. Trata – se de um filosofia mais complexa e profunda, desenvolvendo – se segundo a exigência critica. Como

tal, é um filosofar técnico e académico, o qual procura articular

de modo coerente o pensamento e acima de tudo, encontrar para as ideias uma adequada fundamentação.

1.3 As duas dimensões da Filosofia

A sabedoria a que a filosofia geralmente aspira exprime – se num dupla faceta. O conhecimento e o saber viver. Desta dupla faceta decorrem as duas dimensões da filosofia: a dimensão teórica e a dimensão prática. A primeira refere – se ao conhecimento, visando distinguir o verdadeiro do falso, o real das aparências. Trata – se de saber o que as coisas são, de compreender o seu significado. A dimensão prática, por sua vez, remete para o saber – viver. Servindo – se do conhecimento, a filosofia ajuda o Homem a orientar – se na vida. Não basta saber; é preciso, acima de tudo, bem viver. Neste contexto, a filosofia surge como uma proposta de orientação existencial. Podemos concluir que a Teoria = a Pratica, e que a Pratica leva por vezes a uma reflexão da Teoria.

1.4. A Especificidade da Filosofia

O saber filosófico apresenta algumas características semelhantes às do saber científico. É um saber metódico, racional, crítico, casual. Porém enquanto o saber filosófico é refletivo o científico é experimental.

A filosofia é caracterizada por vários aspetos:

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Ilustração 5 - Donde é que nós vimos? O que é que nós somos? Aonde é que nós vamos? Paul Gauguin

Ilustração 6 - A Rosa Meditava, Salvador Dali

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Autonomia – A filosofia assume uma postura crítica, utilizando a dúvida como método, a fim de ultrapassar a ignorância, as evidencias não discutidas e os erros que eram tidos como verdades. O filósofo ousa pensar por si mesmo. Radicalidade – O caráter radical da filosofia decorre do facto de esta colocar questões que vão a Raiz das coisas: O que é a realidade? Qual o sentido da Vida? Qual a origem do Universo? A Filosofia procura os fundamentos últimos do real.Universalidade – A Filosofia procura, como vimos,

uma compreensão do real na sua totalidade. Além disso, os grandes problemas são comuns a toda a Humanidade: todos os seres humanos colocam os problemas fundamentais, inseparáveis de uma interrogação inevitável: O que é o Homem? Dai a dimensão antropológica da filosofia. Historicidade – A Filosofia desenvolve – se ao longo da História, sendo o filósofo influenciado pela sua cultura, pelos modos de pensar, sentir e agir da época histórica em que vive, sem com eles ficar comprometido. O pensamento filosófico não surge a partir do nada: evolui no interior de uma tradição, de um contexto social, politico, religioso e económico que procura superar.

1.5 A Origem Histórica da Filosofia

Porque é que a filosofia nasceu na Grécia, por volta do sec. VI a.C? Será correto dizer que foi na Grécia que se começou a pensar, refletir e a problematizar?

É Verdade, que a Filosofia nasceu na Grécia antiga, numa colónia da Ásia Menor, mais propriamente em Mileto, por volta do sec. VI a.C.

A Grécia Antiga era um grande ponto de comércio e de rotas mercantis na época. Não havia melhor lugar para se iniciar a atividade filosófica! Ora,

com a prática do comércio, os comerciantes trocavam entre si ideias, e pensamentos o

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Ilustração 7 - Os Trabalhos de Alexandre, René Magritte

Ilustração 8 - A Escola de Atenas, Rafael

Ilustração 9 - Mapa da Grécia Antiga

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que originou um reflexão do género “Se o comerciante da China me disse que lá não há Zeus, Afrodite … e há a Buda, quem terá razão?”.

Podemos dizer que a filosofia no seu inicio procurou a passagem do mito à razão. Enquanto a mentalidade mítica aceitava as explicações das históricas sagradas, que narravam o surgimento das coisas mediante a intervenção de Deuses, recorrendo, portanto a forças sobre – humanas, os primeiros filósofos voltaram – se para a natureza, observando os fenómenos e p+procurando explicações em coisas naturais. Por meio de observações rigorosas, procuravam respostas mais lógicas e racionais. As explicações oferecidas pelos primeiros filósofos traduzem o nascimento de uma postura racional perante o mundo.

Este início da filosofia é também considerado o período cosmológico. Nas grandes cidades da Ásia Menor, sec. VI antes da nossa era, os primeiros filósofos, tentavam responder a questões sobre o cosmos.

Nos seus modelos de explicação, os filósofos da escola de Mileto – Tales, Anaximandro, Anaxímenes – procuravam a arché, isto é, o elemento primordial que estaria na base dos processos naturais.

Para Tales o elemento fundamental era a água, para Anaximandro era o infinito, para

Anaxímenes era o ar. Os filósofos seguintes procuraram igualmente uma compreensão do real na sua totalidade, quer indagando acerca do seu elemento fundamental, quer pensando acerca de leis que presidem às transformações das coisas.

Após este período, a filosofia passa a refletir sobre temáticas de natureza política, ética, antropológica e educativa. Com os sofistas e Sócrates, no sec. V a.C.,

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privilegiaram este tipo de reflexão. Seguidamente Platão e Aristóteles, com preocupações metafísicas, ontológicas, lógicas, estéticas… alagaram o campo de incidência da reflexão filosófica, marcando todo o pensamento ocidental até os nossos dias.

II

Quais as perguntas da Filosofia?

2.1 A Origem do Filosofar

Platão e Aristóteles consideram que o espanto, ou admiração, se encontra na origem do filosofar. A contemplação do universo e dos corpos celestes incita o homem à investigação, impele – o ao conhecimento, tornando – o ao mesmo tempo consciente da sua ignorância. Quando nos questionamos acerca do ser e da origem das coisas, não o fazemos visando um fim utilitário, ou a satisfação de qualquer necessidade prática imediata: fazemos – lo, antes de mais, pelo amor ao conhecimento, pelo desejo de saber.

Uma vez satisfeito o espanto, mediante o conhecimento que entretanto se alcançou, eis que aparece a dúvida. Com efeito, se podemos acumular conhecimentos, nada nos garante que estejamos seguros acerca da sua verdade: o conhecimento poderá ser falso. Perante este cenário, impõe – se a duvida. Uma duvida metódica, provisória, colocada ao serviço da verdade, e não a duvida sistemática e definitiva daqueles que duvidam por duvidar.

2.2 As Questões filosóficas

A Evolução histórica da filosofia resultou a necessidade de se efetuarem investigações específicas. Surgindo assim os domínios específicos da filosofia.

Questões Domínios ExemplosLógicas A coerência do

pensamentoQuais os princípios que subjazem ao pensamento coerente?

Metafísicas As primeiras causas, os Será a alma Mortal?

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Ilustração 10 - O Homem de Vitruvio, Da vinci

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primeiros princípiosCosmológicas A origem e estrutura do

UniversoComo se originou o Universo?

Ontológicas O ser O que é o Ser?Gnosiologicas O conhecimento O que é o Conhecimento?

Epistemológicas As ciências Qual a legitimidade da Ciência?

Religiosas O Sagrado Haverá milagres?Estéticas O belo e a obra de arte O que é o Belo?

Éticas A ação da justa O que são o bem e o mal?Axiológicas Os valores O que são os valores?

Politicas e Sociais A vida em sociedade Qual o melhor regime?Antropológicas O Homem O que é o Homem?

Existenciais O Sentido da Existência Quem Somos?

2.3 Qual o valor e a utilidade da Filosofia?

Afinal, Para que serve a Filosofia? Normalmente a resposta a que nós habitámos era a de que a filosofia era uma coisa de tolos e que não servia para nada. Quem assim pensa talvez nunca tenha pensado nos seus preconceitos, e as ideias que todos os dias recebe, por exemplo na comunicação social. Por outro lado não se questiona a si próprio e ao mundo com divida atenção.

Embora os resultados da filosofia estarem longe de ser imediatos, a filosofia exige esforço e dedicação. A filosofia tem um papel libertador. No sentido em que nos permite pensarmos por nós próprios, libertando – se dos horizontes estreitos, da tirania dos hábitos, do dogmatismo, dos preconceitos e das aparências. Quem vive sem filosofar é com estar num a prisão. É claro que todos podemos estar aprisionados, mas será isso uma opção feliz? A Filosofia permite – na aquisição de competências a nível de análise, de abstração e de reflexão. A Filosofia favorece o desenvolvimento das competências linguísticas, ao exigir clareza com que nos exprimimos e a definição dos conceitos com que pensamos. Podemos concluir que a Filosofia não passa de um desafio, desafio lançado a todos os que querem pensar pela sua cabeça, que querem ser autónomos e que querem ter sentido crítico.

2.4 A Dimensão discursiva da Filosofia.

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Ilustração 11 - O pensador filosofando sobre a razão da Filosofia

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Para se realizar um discurso filosófico correto é necessária a obediência as regras gramaticais e lexicais, a este nível intervêm as regras da lógica, disciplina filosófica que se dedica ao estudo das leis, princípios e regras a que devem obedecer o pensamento e o discurso para que sejam rigorosos e coerentes.

Existem três princípios lógicos: O Principio de Identidade (um coisa é o que é), o princípio de não contradição (a mesma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo a partir da mesma perspetiva), e o princípio do terceiro excluído (uma coisa deve ser, ou então não ser, não havendo uma terceira possibilidade).

O discurso tem ainda de ter rigor e coerência.

Há três instrumentos lógicos: o conceito, o juízo e o raciocínio.

O Conceito é, de um ponto de vista lógico, um instrumento mental que nos permite pensar as mais diversas realidades, sejam materiais ou espirituais, fornecendo uma representação intelectual, abstrata e geral das características comuns a um conjunto de seres. A Expressão verbal do conceito é o termo.

Quando pensamos formamos juízos que é a operação mental que permite estabelecer uma relação de afirmação ou de negação entre conceitos, podendo tal relação ser considerada verdadeira ou falsa. A expressão verbal do juízo é a proposição.

As Proposições são sempre afirmações ou negativas, isto é, são frases declarativas. Se interrogamos, se damos ordens, se produzimos exclamações, se fazemos promessas, não estamos perante Proposições.

Os raciocínios são encadeamentos de dois ou mais juízos ou quais se encontram estruturados para deles se extrair uma conclusão. A expressão verbal do raciocínio é o argumento.

Todos os Portugueses são europeus.

Todos os Lisboetas são Portugueses.

Todos os Lisboetas são europeus.

Embora o raciocínio anterior seja valido e todas as premissas verdadeiras, podem existir raciocínios validos com premissas falsas, por exemplo o seguinte:

Todos os animais são Plantas

Toda a pedra é animal

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Toda a pedra é Planta

O que importa salientar é que a verdade e a falsidade ocorrem apenas ao nível dos juízos ou proposições. A eles se atribui um dos valores lógicos: Verdadeiro ou falso.

Neste caso, a verdade refere – se a matéria do juízos. Por sua vez, a validade refere – se a forma, ou seja, ao modos como esses juízos estão encadeamos e organizados no raciocínio.

Vejamos um exemplo de um raciocínio inválido:

Todos os minhotos são portugueses

Todos os bracarenses são minhotos

Logo, nenhum bracarense é português

Um argumento ou raciocínio inválido e também chamado falácia. O estudo da lógica ajuda a precavermos – nos dos raciocínios falaciosos, a fim de justificarmos com correção as nossas teses.

Podemos dizer que num argumento valido é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Argumentar de forma valida é estabelecer um encadeamento rigoroso de proposições verdadeiras. Partindo de premissas verdadeiras e argumentando corretamente, só podemos chegar a conclusões verdadeiras.

2.5 O discurso filosófico

A filosofia é tentar resolver problemas. Ora na filosofia como noutras disciplina demos colocar as perguntas de forma clara. Argumentar significa defender teses. A tese é uma conclusão e o argumento é um conjunto de proposições que permitem justificar tal conclusão. Argumentar é apresentar um conjunto de razões.

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