Resumo sobre estudo de história e Memorial do Convento

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A PESQUISA EM HISTÓRIA Pensar a história como experiência humana – que é de classe e de luta, portando vivida a partir de necessidades, interesses e com antagonismos – é situa-la como um campo de possibilidades em que várias propostas estão em jogo. Pensar a produção do conhecimento histórico como aquele que é capaz de apreender essa experiência vivida por sujeitos ativos que problematizaram sua própria existência implica elaborar procedimentos que permitam recuprar essa problemaização colocada pelos agentes do passado, a partir das questões que o presente coloca ao pesquisador. Nisto consiste a problematização. Se o pesquisador tem como objetivo recuperar a problemática vivida pelos agentes em estudo, necessita acompanhar o processo de constituições dos atores sobre sua experiência. A problematização é contínua, acompanhando o trabalho todo: é o movimento constante que vai do empírico à teoria vice-versa, demandando a elaboração ou reelaboração de noções, conceitos, categorias de análise, porque tais elementos, por mais abstratos que sejam, surgem de engajamentos empíricos e do diálogo com as evidências. p.37 Comentário: Saramago tenta “resignificar” esses elementos? Descreve-los e partindo dai denunciar “questões” que o presente coloca ao pesquisador/escritor? “... os valores tanto quanto as necessidades materiais serão sempre um terreno da contradição, de luta entre valores e visões de vida alternativos” Thompson p. 7 A complexidade do real abre para o pesquisador um campo muito vasto de possibilidades de investigação. Isso porque entendemos que os papéis sociais são improvisados e ultrapassam uma suposta racionalidade que muitas vezes o investigador atribui ao processo histórico. O pesquisador, pensando assim a história, se depara com o desconhecido e o inesperado; por isso o instrumental com que vai trabalhar ajuda-o muito mais a perguntar do que responder. Queremos assim dizer que o processo de investigação não cabe em esquemas prévios, e as categorias que servem de apoio ao trabalho serão construídas no caminho da investigação. p. 8 Reordenar todo o conjunto d conceitos implica uma noção de totalidade em que prevaleça o movimento contratitório se fazendo,

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Resumo crítico relacionando um tema ao outro. Foi usado em um trabalho de graduação.

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A PESQUISA EM HISTÓRIA

Pensar a história como experiência humana – que é de classe e de luta, portando vivida a partir de necessidades, interesses e com antagonismos – é situa-la como um campo de possibilidades em que várias propostas estão em jogo.

Pensar a produção do conhecimento histórico como aquele que é capaz de apreender essa experiência vivida por sujeitos ativos que problematizaram sua própria existência implica elaborar procedimentos que permitam recuprar essa problemaização colocada pelos agentes do passado, a partir das questões que o presente coloca ao pesquisador.

Nisto consiste a problematização.Se o pesquisador tem como objetivo recuperar a problemática vivida pelos agentes em

estudo, necessita acompanhar o processo de constituições dos atores sobre sua experiência.A problematização é contínua, acompanhando o trabalho todo: é o movimento constante que

vai do empírico à teoria vice-versa, demandando a elaboração ou reelaboração de noções, conceitos, categorias de análise, porque tais elementos, por mais abstratos que sejam, surgem de engajamentos empíricos e do diálogo com as evidências. p.37

Comentário: Saramago tenta “resignificar” esses elementos? Descreve-los e partindo dai denunciar “questões” que o presente coloca ao pesquisador/escritor?

“... os valores tanto quanto as necessidades materiais serão sempre um terreno da contradição, de luta entre valores e visões de vida alternativos” Thompson p. 7

A complexidade do real abre para o pesquisador um campo muito vasto de possibilidades de investigação. Isso porque entendemos que os papéis sociais são improvisados e ultrapassam uma suposta racionalidade que muitas vezes o investigador atribui ao processo histórico. O pesquisador, pensando assim a história, se depara com o desconhecido e o inesperado; por isso o instrumental com que vai trabalhar ajuda-o muito mais a perguntar do que responder. Queremos assim dizer que o processo de investigação não cabe em esquemas prévios, e as categorias que servem de apoio ao trabalho serão construídas no caminho da investigação. p. 8

Reordenar todo o conjunto d conceitos implica uma noção de totalidade em que prevaleça o movimento contratitório se fazendo, desfazendo, refazendo. Recuperar a totalidade é fazer com que o objeto apareça no emaranhado de suas mediações e contradições; é recuperar como este objeto foi constituído, tentando reconstituir sua razão de ser ou aparecer a nós segundo seu movimento de constituição, do qual fazem parte o pesquisador e sua experiência social, em vez de determina-lo em classificações e compartimentos fragmentados. p. 10

Essas noções de totalidade, de cultura, nos levam a situar a história como um campo de possibilidades. Imaginamos que a história é a experiência humana e que esta experiência, por ser contraditória, não tem um sentido único, homogêneo, linear, nem um único significado. Dessa forma, fazer história como conhecimento e como vivência é recuperar a ação dos diferentes grupos que nela atuam, procurando entender por que o processo tomou um dado rumo e não outro; significa resgatar as injunções que permitiram a concretozação de uma possibilidade e não de outras.

INTRODUÇÃO AO ROMANCE HISTÓRICO

Parafrase: para Aristóteles não havia uma definição muito clara entre historiador e poeta. As épicas gregas eram tomadas como fatos, a separação entre mito e história não era algo muito claro para os gregos. p.10?

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Tão logo surgiu, no início do século XIX, o romance histórico obteve êxito imediato no mundo inteiro, inclusive no Brasiç. E de tal modo indentificou-se com o modelo romântico – imbuído de propósitos pratrióticos na recuperação de um passado nacional glorioso, hiperbólico na atribuição de virtudes inexcedíveis ao herói – que esse modelo foi tomado não como uma de suas figurações possíveis, adstrito a um quadro de referências do momento literário, mas como sua forma inevitável. p.11

Alguns desses traços (responsáveis por classificar obras como romance histórico) são mais fortes que outros, como, por exemplo, a exigência de que a trajetória das personagens principais se vincule de modo irrecorrível ao destino da comunidade histórica de que fazem parte; ou que os fatos e as figuras históricas aludidas não cumprar função apenas incidental na trama, mas sejam elementos definidores da naturaza dos eventos e da sorte das personagens, de precedência histórica ou não.

Comentário: não é muito bem o caminho do Saramago em Memorial do Convento.

Paráfrase: é possível fazer uma ligação entre o mítico/histórico das épicas gregas e o real/maravilhoso dos estudos mais modernos da literatura.

Aristóteles: “a diferença está em que um [o historiador] narra acontecimentos e o outro [o poeta], fatos que poderiam acontecer.”

Irmãos Goncourt: “Historiadores são narradores do passado; os romancistas, narradores do presente.”