Resumo Sociologia Durkheim
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A Divisão do Trabalho Social
(Resumo)
20/04/2011
-Tese do Livro: A divisão do trabalho social cria solidariedade e vínculos;
-No passado a divisão do trabalho era nula e com o tempo vai ficando cada vez mais evidente;
-Durkheim busca entender a divisão do trabalho. Quanto mais a sociedade caminha em função do progresso, mais há especialização;
-O crime é definido antes do indivíduo cometê-lo, sendo que quando acontece, necessita apenas de uma reparação, pois ele infringe a sociedade como um todo;
-Num nível coletivo temos um crime como violação à sociedade e não ao indivíduo, portanto, é a sociedade quem pune para que haja uma correção;
-Como cada indivíduo está especializado, ocorre necessariamente uma interdependência e surge uma cooperação entre os indivíduos;
-A espontaneidade está ligada ao conceito de sociedade mecânica (ações automáticas)
-Solidariedade Mecânica/Solidariedade Orgânica.
22/04/2011
-A existência de uma sociedade está baseada num grau de consenso entre os indivíduos, que ele chama de solidariedade.
-Há dois tipos de solidariedade: Mecânica = corresponde a sociedade arcaicas onde prevalece uma igualdade de noções e valores sociais e interesses materiais. Essa correspondência de valores assegura a coesão social;
Solidariedade orgânica = Durkheim faz aqui uma analogia entre a sociedade e um organismo biológico, afirmando que cada individuo tem interesses distintos, mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento da sociedade ou organismo como um todo;
-As sociedades modernas são, portanto, marcadas pela solidariedade orgânica devido a diferenciação e complexificação das tarefas, o que torna impossível o indivíduo cumprir todas as funções necessárias à sobrevivência sozinho;
-Para Durkheim, a consciência individual não é sinônimo de individualismo e/ou egoísmo, mas uma autoconsciência formada socialmente. Portanto é possível diferenciar-se, ter gostos e hábitos próprios, mas na medida em que essa atitude se prolifera, a interdependência entre os indivíduos fica cada vez mais acentuada;
-Durkheim vê como uma lei na historia, a passagem nas sociedades da solidariedade mecânica para a orgânica;
-Nas sociedades de solidariedade orgânica há o tipo de direito restitutivo. Os crimes cometidos, portanto, representam um infringimento no bem estar coletivo, e sua punição é feita pela sociedade para que se restitua a sua ordem;
22/04/2011
O Suicídio
Introdução:
-O suicídio é uma morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo ou negativo, realizado pela própria vítima;
-É o suicídio uma rejeição a própria existência, tanto numa condição lamentável para se alcançar um objetivo, quanto numa expressão desejada e procurada;
-Todo suicídio resulta de um ato praticado pela vítima em que a mesma sabia que deveria produzir esse resultado;
-Cada sociedade tem em cada momento de sua história uma aptidão definida para o suicídio;
- grau de constância de suicídios é igual ou superior a mortalidade em geral de um período para o outro;
26/04/2011
Capítulo I
-Cada grupo social tem uma tendência específica para o suicídio, não explicável pela natureza do meio físico ou orgânico psíquico, constituindo-se como um fenômeno coletivo;
-Durkheim indaga sobre o estado dos diferentes meios sociais em função dos quais o suicídio varia;
Capitulo II
-Qualquer que seja a nacionalidade, os suicídios entre os católicos ocorrem em numero bem menor que os protestantes;
-Os Judeus ainda se suicidam em menor numero, mesmo sendo dedicados a uma forma de vida mais intelectual;
-A inclinação do protestantismo para o suicídio deve estar relacionada ao espírito de livre exame da religião. O protestantismo confere uma participação maior ao pensamento individual que os católicos. A igreja protestante, portanto é menos integrada que a católica;
-Quanto ao Judaísmo, levemos em conta o fato de estarem ou terem tido que estar historicamente unidos. As divergências individuais entre eles tornaram-se praticamente impossíveis em virtude da comunidade;
-A Inglaterra é uma exceção. Nela, o protestantismo está fortemente integrado, quase como o catolicismo;
-Em geral, os homens só pretendem se instruir quando se libertam do jugo da tradição;
-Quanto mais culto e sábio um lugar, maior propensão ao suicídio nele;
- O suicídio é mais freqüente nas camadas mais altas da sociedade;
-Em todos os países a mulher suicida-se menos que o homem. A instrução da mulher costuma ser menor também;
-O judeu consegue ser muito instruído e ter pouca inclinação para o suicídio, pois é uma lei geral que as minorias religiosas se esforcem em ter um conhecimento superior ao das populações a sua volta;
-A tendência para o suicídio se agrava nos meios instruídos devido ao enfraquecimento dos credos tradicionais e os estado de individualismo que daí resulta;
-O suicido geralmente progride com a ciência. O homem procura instruir-se e mata-se porque a sociedade religiosa a que pertence perdeu a coesão, ou seja, não se mata pelo fato de ser instruído. A necessidade de instrução surge pela desorganização da religião;
Capitulo III
-O estado de casado reduz a propensão ao suicídio. Essa imunidade aparenta ser menor do que é;
-Os casamentos muito precoces exercem uma influencia agravante sobre o suicídio, principalmente entre os homens;
- A partir dos 20 anos, os casados dos dois sexos beneficiam-se de um coeficiente de preservação em relação aos solteiros;
-O sexo mais favorecido em situação conjugal varia conforme as sociedades e o sexo que mais se suicida, mais conforme essa condição;
-Os viúvos matam-se mais que os casados e menos que os solteiros. Esse coeficiente de preservação varia conforme o sexo ( de acordo com qual dos sexos é mais favorecidos na sociedade em questão);
- A miséria não é um dos fatores de que depende a taxa social dos suicídios;
-Os filhos fazem com que os viúvos se agarrem mais a vida, mas simultaneamente, tornam mais aguda a sua crise;
-A sociedade conjugal comumente prejudica a mulher e agrava sua tendência para o suicídio;
-Ao passar do casamento para a viuvez, o homem perde mais que a mulher. A tendência do suicídio na viuvez é, portanto, maior;
-O fator essencial da imunidade das pessoas casadas é a família;
-Os conjugues contribuem para esse resultado, mas como pai ou mãe;
- A sociedade doméstica como a religiosa é potente obstáculo contra o suicídio. A medida que o índice de suicídio diminui, a densidade familiar também aumenta;
- Todas as revoluções ocorridas na França fizeram diminuir o número de suicídios no momento em que se produziram. As crises políticas nacionais, exercem influência pelas lutas que motivam. Os homens se unem em tornode um objetivo comum.
-Conclusão: O suicídio varia na razão inversa ao grau de integração dos grupos sociais que o indivíduo participa, seja religioso, doméstico ou político.
-O suicídio é opcional na criança e no idoso diminui, pois estão menos sujeitos a que lhes falte o que é necessário para viver.
Capítulo IV
-Uma individualização excessiva leva ao suicídio, mas uma individualização insuficiente também. O homem se mata mais facilmente quando se desliga da sociedade ou está por demais integrado nela.
-Para que a sociedade obrigue o indivíduo a se matar, é preciso que a personalidade do mesmo seja muito pouco levada em consideração.
-O suicídio altruísta obrigatório se caracteriza quando a morte se apresenta como um dever.
-Um prêmio social está ligado ao suicídio. A recusa desta recompensa tem os mesmos efeitos de um castigo propriamente dito.
-O suicida egoísta está desligado da vida porque, não vendo nenhum objetivo ao qual possa se agarrar sente-se inútil e sem razão de existir e o outro porque tem um objetivo que, situando-se fora desta vida, faz com que ele a considere um obstáculo.
-O suicídio altruísta pode ser então obrigatório, facultativo ou agudo.
-A causa mais freqüente do suicídio no exército é a repugnância ao serviço.
- A vida militar não é menos dura e penosa para o oficial que para os soldados, conforme constatamos nos suicídios.
-A repugnância pela vida militar não é menor entre aqueles que a escolheram por livre e espontânea vontade e vocação.
-A causa do suicídio no exército está no conjunto de estados psíquicos, hábitos adquiridos e predisposições naturais ao espírito militar.
-A tendência para o suicídio entre militares é inversa à tendência da população civil.
-As tropas de elite são aquelas em que o coeficiente de agrupamento é mais elevado.
27/04/2011
Suicídio – Aula
-Não podemos chamar de suicídio os casos em que o indivíduo pratica uma ação que leva à morte onde o mesmo não tinha essa finalidade ou consciência.
-Durkheim não explica o motivo individual das pessoas que se matam, ele apresenta as tendências coletivas e sociais que levam a este tipo de ação.
04/05/2011
Suicídio – Aula
-No suicídio altruísta a decisão final da morte é do individuo.
-No suicídio egoísta, esta tendência aumenta enquanto a coesão da sociedade diminui.
-Suicídio Altruísta Obrigatório: Ocorre quando, na sociedade na qual o individuo está inserido tem o suicídio como dever nas situações em que o suicídio ocorre.
-Suicídio Altruísta Facultativo: Ocorre quando o indivíduo,desde a infância, está habituado a não fazer caso da vida.
-Suicídio Altruísta Agudo: Ocorre quando o indivíduo não se considera como tendo existência própria.
04/05/2011
Suicídio Anômico – Aula
-O desequilíbrio na ordem social eleva a tendência ao suicídio.
-A sociedade regula as vontades do individuo, limitando-as.
-No estado de anomia ocorre a perda da organização social.
-Os casos de suicídio aumentam conforme a melhora da condição financeira, pois o indivíduo perde seus limites de compra.
-Segundo Durkheim, quanto maior o número de divórcios e separações, maior o número de suicídios, pois a mudança de estado civil causa uma pertubação.
-O suicídio é ainda maior entre os homens nos casos de separação e divorcio.
-O suicídio não é explicado a partir de afirmações individuais.
-Nas religiões protestantes há uma ocorrência maior de divórcios.
-Portanto, para Durkheim, o casamento é mais benéfico para o homem.
-A constituição doméstica não influencia na tendência ao suicídio.
A Educação – Sua Natureza e Função
-A educação é a ação dos membros de uma mesma geração, adultos, exercida sobre crianças e adolescentes.
-Nas cidades gregas e latinas, o objetivo era levar o indivíduo a se tornar uma coisa da sociedade. Hoje o esforço é para criar em cada um, uma personalidade autônoma.
-Cada sociedade, em determinado período, tem um sistema de educação geralmente, irresistível.
-Os costumes e idéias que determinam o tipo de educação são o produto da vida em comum e exprimem suas necessidades.
-A maneira pela qual se desenvolvem sistemas de educação ainda dependem da religião, organização política, grau de desenvolvimento das ciências, etc...
-A Educação não pode ser a mesma para todo indivíduo visto que se pretende prepará-lo para determinada função.
-Não há povo em que não haja um conjunto de idéias que deve, no entanto, ser transmitidas a todas as crianças. Nos povos avançados, a diferença de educação conforme a classe é menos profunda.
-A educação, portanto, deve transmitir um certo grupo de idéias tidas como indispensáveis a todos, entretanto, deve-se também transmitir aquilo que o grupo social do educado considera indispensável.
-As vantagens de uma sólida cultura intelectual nem sempre foram reconhecidos, foram até tidos como perigosos no passado.
-Os homens desejam o conhecimento na medida em que a experiência lhes mostra que não pode viver sem ele.
- No passado, a tradição cega bastava; a organização social era muito simples.
-Mesmo que qualidades espontâneas pareçam desejadas pelo indivíduo, elas não são exigências do meio social
-O indivíduo age de acordo conforme a necessidade social. A ação coletiva, através da educação forma um ser novo, representado pelo que há de melhor nele.
-O desenvolvimento e progresso humano se dá pela cooperação do indivíduo com a sociedade na qual está inserido. Como a sociedade o educa para que desperte o melhor possível dentro de suas individualidades, ela espera uma contrapartida do indivíduo para melhora da sociedade.
-Não pode o Estado desinteressar-se da educação, nisso que é uma função sócia, mesmo nas escolas particulares, o mesmo deve garantir que o ensinamento não lhe seja estranho.
-Quando a educação se da de modo paciente e continuo, buscando objetivos bem determinados, é aí que dispõe de todos os meios para influenciar profundamente a criança.
- A educação deve ser um trabalho de autoridade. A autoridade moral é qualidade essencial do educador, visto que é o grande interprete de idéias morais de seu tempo e lugar.
10/05/2011
-Para Durkheim, a pedagogia é uma arte (no sentido artesanal), enquanto a sociologia é uma ciência.
Capítulo III – Pedagogia e Sociologia
-Acreditava-se que havia uma natureza humana, cujas formas seriam determinadas; O educador nada teria de essencial a juntar a obra da natureza.
-A educação varia de uma casta para outra, cada profissão exige aptidões e conhecimentos especiais.
-Portanto, a partir de certa idade, a educação não pode permanecer a mesma para todos, visto que a criança deve ser preparada em vista da função a qual será chamada.
-Nos casos mais freqüentes não somos predestinados a uma função bem determinada só pelo nosso caráter.
-Cada tipo de povo tem um tipo de educação que lhe é próprio, e que pode servir para defini-lo.
-A Sociedade constrói o ser humano segundo suas necessidades; O homem que deve surgir da educação não é o que a natureza fez, e sim o que a sociedade quer e deseja.
-A educação é o meio pelo qual a sociedade renova perpetuamente suas condições de existência.
-Em cada um de nós existem dois seres:
#Ser Individual – Constituído dos estados mentais que se relacionam somente consigo mesmo;
#Ser Social – Sistema de idéias e hábitos que exprimem em nós os grupos dos quais fazemos parte. Constituir este ser é o fim da educação. Este ser social nãonasce com o homem, surge espontaneamente.
-A obra da educação é então a criação de um novo ser, o social, onde o mesmo aceite a vida moral e social.
-As múltiplas aptidões que a sociedade supõe não podem ser passadas hereditariamente, só por meio da educação.
-Ainda que qualidades pareçam desejáveis por si mesmas, o indivíduo não as procura enquanto a sociedade não o leva a isso e da maneira pela qual prescreve.
-A psicologia é incompetente para fixar os fins, mas representa papel de grande importância ao método da educação.
-A educação sempre atende as necessidades sociais.
-As transformações profundas que a sociedade contemporânea tem experimentado e irão experimentar necessitam de transformações correspondentes ao plano de educação.
18/05/2011
As Formas Elementares da Vida Religiosa – Aula I
-Séc. XIX período de grande intensidade de transformações.
-Toda sociedade era permeada pela influência religiosa.
-O Rei-Sol da França é visto como uma encarnação divina; Quem se opõe a ele, se opõe a Deus.
-O espaço religioso é determinante no séc. XIX; É preciso entender a religião para entender a sociedade.
-Um dos problemas que se coloca, é se a religião irá continuar ou desaparecer.
-Socialismo seria como uma nova religião; Pois exerceria a função de constituir uma nova moral na sociedade.
-A obra de Durkheim surge como advento da racionalização e secularização.
-O Positivismo dá a idéia de exatidão ( mesmo nas Ciências Humanas ).
-Durkheim busca explicar as formas da religião, estudando a mais elementar.
-Ele trabalha com a hipótese de que ao explicar a mais elementar das religiões, será possível explicar todas as outras.
-Para Durkheim, moral é o que interliga os indivíduos.
-Acreditava ainda que a religião é o que proporciona vinculo entre as pessoas.
-A Ciência tem uma explicação melhor que a religião, porém não tem a capacidade de criar vínculos e unir as pessoas.
25/05/2011
As Formas Elementares da Vida Religiosa – Aula II
- Durkheim estuda a sociedade mais primitiva para tentar entender as mais complexas
- Ele toma como objeto de estudo a religião mais simples da época (que não tem também influencia ou traço de religião anterior)
- Portanto, o objetivo não é estudar uma religião em particular, e sim as formas gerais.
- Primitivo neste caso ainda tem o caráter de primeiro, precedente aos demais.
- Segundo Durkheim as característica da sociedade vem da religião e portanto para entender a sociedade devemos nos remeter à religião primitiva.
- As classificações surgem da ocupação do espaço, surgem da relação do indivíduo com o espaço.
- Categorias de espaço e tempo antecedem as classificações.
- Durkheim chama de igreja uma comunidade moral.
- Religião vincula os membros numa comunidade específica.
- O sagrado é o elemento elementar da religião.
- O que está fora do círculo do sagrado se contrapõe ao que está fora.
- Para Durkheim, o sagrado acrescenta algo ao real; portanto as representações são forma de conceber o mundo real, mas não acontecem no mundo real.
- A sociedade é formada por concepções de mundo que não correspondem ao real, e não há sociedade em que não haja concepções
- Não existe sociedade sem ideologia (idéias)
- Sagrado e profano são concepções de mundo.
28/05/2011
As Formas Elementares da Vida Religiosa – Livro e outros apuntes
- A divisão entre sagrado e profano é criação do homem, e não de alguma divindade.
- A religião é uma representação da sociedade, se constituindo portanto como uma força coletiva. Assim, o indivíduo se submete a religião.
- No sagrado está determinado aquilo que é proibido bem como as crenças, cultos e símbolos, formando assim uma moral na sociedade.
- A religião possui normas e valores fincados na realidade; tudo que há na realidade encontra-se na religião como sagrado ou profano.
- No ritual é simbolizado o que é sagrado e profano na sociedade.
- A vida religiosa não existe simplesmente para levar as pessoas a deus, mas ela ainda organiza, estabiliza e regula as relações estabelecendo uma ordem.
- O que define sagrado é o fato de ser acrescentado ao real
- As crenças são ativas somente quando partilhadas.
- O que a ciencia contesta não é o direito da religião existir e sim o direito de explicar a natureza das coisas.
- Para conservar e estender uma fé é necessário elaborar uma teoria, obrigatoriamente, apoiada em várias ciências, no entanto este apoio da ciencia nunca será suficiente para dar total embasamento à teoria religiosa.