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A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA....................................2 HISTÓRIA DA POLUIÇÃO DO AR................................3 POLUENTES ATMOSFÉRICOS....................................4 MATÉRIA PARTICULADA....................................... 5 ESTUDO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA. .7 TEORIA DAS EXTERNALIDADES.................................7 PARÂMETROS DA QUALIDADE DO AR.............................9 PARÂMETROS DA QUALIDADE DO AR.............................9 PADRÕES DE QUALIDADE DO AR...............................12 ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR................................14 MEDICINA DA USP ASSOCIA ABORTOS E DOENÇAS CARDIOVASCULARES À POLUIÇÃO............................................... 15 OS AGRESSIVOS ARES DA METRÓPOLE..........................16 PLANTAS AJUDAM A MONITORAR POLUIÇÃO......................18 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................22

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A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA.......................................................................................2HISTÓRIA DA POLUIÇÃO DO AR.................................................................................3POLUENTES ATMOSFÉRICOS......................................................................................4MATÉRIA PARTICULADA.............................................................................................5ESTUDO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA......7TEORIA DAS EXTERNALIDADES................................................................................7PARÂMETROS DA QUALIDADE DO AR.....................................................................9PARÂMETROS DA QUALIDADE DO AR.....................................................................9PADRÕES DE QUALIDADE DO AR............................................................................12ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR.................................................................................14MEDICINA DA USP ASSOCIA ABORTOS E DOENÇAS CARDIOVASCULARES À POLUIÇÃO......................................................................................................................15OS AGRESSIVOS ARES DA METRÓPOLE.................................................................16PLANTAS AJUDAM A MONITORAR POLUIÇÃO.....................................................18REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................22

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A POLUIÇÃO ATMOSFÉRICAEntende-se como poluição do ar a mudança em sua composição ou em suas propriedades, causada por emissões de poluentes, tornando-o impróprio, nocivo ou inconveniente à saúde, ao bem estar, à vida animal e vegetal e, até mesmo, a alguns materiais. Oficialmente, o Conselho Ambiental da Europa, em 1967, definiu a poluição do ar da seguinte maneira: “Existe poluição do ar quando a presença de uma substância estranha ou a variação significativa na proporção dos seus constituintes é suscetível de provocar efeitos prejudiciais ou originar doenças, tendo em conta o estado dos conhecimentos científicos do momento”. A poluição do ar tem sido um tema extensivamente pesquisado nas últimas décadas e caracteriza-se como um fator de grande importância na busca da preservação do meio ambiente e na implementação de um desenvolvimento sustentável, pois seus efeitos afetam de diversas formas a saúde humana, os ecossistemas e os materiais.A poluição ou contaminação do ar é provocada principalmente por três tipos de emissões:a) Gases resultantes da combustão nos motores de veículos automotores, que contêm óxidos de nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, dióxido de enxofre, derivados de hidrocarbonetos, responsáveis por 40% da poluição atmosférica nas grandes cidades;b) Gases e material particulado lançados pelas chaminés de indústrias químicas,siderúrgicas, fábricas de cimento e papel, termelétricas e refinarias de petróleo, contendo as mais variadas espécies químicas;c) Queimadas e incineração de lixo doméstico e industrial, responsáveis pela emissão de fumaça contendo misturas de gases com as mais variadas composições químicas.Embora não seja um consenso na comunidade científica, a maioria dos pesquisadores do assunto acredita que a poluição da atmosfera é a principal causa do "efeito estufa" (via dióxido de carbono) e do fenômeno de "chuvas ácidas" (via óxidos de nitrogênio e enxofre). Com relação aos seres humanos, a presença de substâncias tóxicas no ar provoca distúrbios respiratórios, alergia e lesões degenerativas no sistema nervoso e em órgãos vitais, e até o câncer.

Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, a poluição atmosférica mata dois milhões de pessoas anualmente, com mais da metade dessas mortes ocorrendo em países em desenvolvimento. Isto representa o triplo das mortes anuais em acidentes automobilísticos. Um estudo publicado na revista científica inglesa The Lancet, em 2000, concluiu que a poluição atmosférica na França, Áustria e Suíça é responsável por mais de 40.000 mortes anuais, nesses três países. Cerca da metade dessas mortes se deve à poluição causada pelas emissões dos veículos. Para efeito de comparação, as estatísticas indicam que nos Estados Unidos, as fatalidades no trânsito totalizam pouco mais de 40.000 por ano, enquanto a poluição atmosférica ceifa anualmente 70.000 vidas. As mortes causadas pela poluição atmosférica nos Estados Unidos equivalem às mortes por câncer de mama e da próstata, conjuntamente. Este flagelo das cidades, tanto nos

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países industrializados quanto nos países em desenvolvimento, ameaça a saúde de bilhões de pessoas. A contaminação atmosférica é, hoje, um problema urbano. Dessa forma, deve ser encarada com a mesma importância que se dá, por exemplo, à água potável, aos esgotos, à habitação e ao transporte. Isso porque, antes de qualquer coisa, trata-se de uma questão de saúde pública. Qualquer fator diretamente relacionado à saúde da população é um item de bem estar social e, também econômico. Um problema de saúde pode resultar em vários dias de trabalho perdidos, sem falar nas despesas com remédios necessários a qualquer tratamento.Quando um rio está poluído, o efeito é visível e imediato: a grande mortandade de peixes. A água torna-se escura e fétida e na sua superfície forma-se espuma. Já com a poluição do ar isso não acontece, pois seus efeitos não são tão visíveis. Assim, as autoridades governamentais muitas vezes não tratam a poluição atmosférica com a devida prioridade.Por outro lado, nem sempre se leva em consideração que os seres vivos precisam respirar contínua e ininterruptamente. Não podemos escolher o ar que respiramos ou trata-lo antes de ser utilizado, como no caso da água. É possível passarmos várias horas sem beber água, mas apenas alguns minutos sem ar são suficientes para extinguir a vida em nosso planeta. Além disso, é fundamental que ela seja de boa qualidade. Por isso, as soluções indicadas para o problema da poluição do ar devem ser sempre dinâmicas e abrangentes. Medidas em áreas restritas ou de efeito temporário, neste caso, têm pouca valia.

HISTÓRIA DA POLUIÇÃO DO AR

No momento em que o homem descobriu o fogo teve início a poluição do ar. Naturalmente, a atividade do homem primitivo não pode ser comparada à atual. As queimadas – feitas propositalmente em matas e campos naturais, a fim de limpar a terra para o cultivo - também constituem uma das mais antigas fontes de poluição do ar provocadas pelo homem. Quando a sociedade passou a se organizar em cidades, começaram a surgir problemas mais sérios de contaminação atmosférica, em geral ligados ao olfato. Os fossos, que cercavam os castelos da Idade Média, por exemplo, além de sua finalidade de defesa, recebiam os esgotos produzidos no seu interior. Isso os tornava extremamente fétidos. Também não havia nenhum sistema de recolhimento de lixo. Os detritos eram simplesmente lançados na rua, onde se decompunham, produzindo odores bem desagradáveis, Havaí ainda, os matadouros e curtumes, onde não prevalecia nenhuma preocupação de ordem higiênica. Eles também representavam grandes fontes produtoras de odores fétidos, bem como os currais e cavalariças, sempre localizados dentro das cidades. Hoje, nos grandes centros urbanos, embora tenhamos de respirar um ar bastante contaminado, responsável por muitos problemas de saúde, conseguimos eliminar em parte muitos dos problemas que existiam nas primeiras formações urbanas dos séculos passados. Podemos dizer

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que respirar numa cidade moderna é mais perigoso, mas menos desagradável que numa cidade da Idade Média.A poluição do ar passou a ser um problema mais abrangente, ligado à saúde pública, a partir da Revolução Industrial, quando teve início o sistema urbano atual. Nos séculos XVIII e XIX, desenvolve-se a técnica industrial, inicialmente na Inglaterra, e, depois, em outros países. Essa técnica toma impulso a partir de 1769, com a invenção da máquina a vapor. Embora muito desagradáveis, os odores existentes nas cidades medievais não eram, por si só, tóxicos. Com a intensificação da queima de combustíveis, no entanto, começaram a ser lançadas substâncias nocivas à saúde. Com isso, a poluição do ar deixou de ser um problema básico do bem estar, passando a representar, também, um risco real à população. Com a utilização cada vez mais freqüente dos veículos automotores no século XX, começaram a surgir os chamados episódios críticos de poluição do ar, em diversas partes do mundo, alguns dos quais fazem muitas vítimas. Apenas muito recentemente é que surgiu a preocupação generalizada com a poluição do ar. A partir de alguns acidentes ocorridos, vários deles com vítimas fatais, a população vem progressivamente se conscientizando de que a população do ar é um problema real. Os governantes sentiram que devem existir (e ser cumpridas) normas rígidas de controle da poluição. O meio científico também decidiu estudar mais a fundo este fenômeno, até pouco tempo desconhecido.

POLUENTES ATMOSFÉRICOSEntre os poluentes atmosféricos se incluem o monóxido de carbono, o ozônio, o dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio e os particulados. Estes poluentes advêm principalmente da queima de combustíveis fósseis, particularmente das usinas elétricas a carvão e automóveis movidos por gasolina. Os óxidos de nitrogênio podem levar à formação de ozônio ao nível do solo. Particulados são lançados de uma variedade de fontes, principalmente dos motores a diesel.

Monóxido de Carbono: De presença comum no uso de fogareiros à carvão e em gazes provocados por escapamento de automóveis. É um gás invisível, quase sem cheiro, e um pouco menos denso que o ar. Ele é queimado quando se mistura ao oxigênio, produzindo uma chama azul, transformando-se totalmente em gás carbônico. No organismo humano ele se combina rapidamente com a Hemoglobina, formando a carboemoglobina, no processo de respiração. Dessa forma, ao tomar o lugar do oxigênio que deveria ser transportado pela hemoglobina até às células, ele produz asfixia. Os efeitos de se respirar este gás vão desde intoxicação, fortes dores de cabeça, até inconsciência, se exposta por mais de 30 minutos. O efeito das altas concentrações é tão rápido que a pessoa não chega a sentir nada antes de perder a consciência. Um carro a gasolina, numa garagem fechada, pode produzir em qualquer pessoa efeitos letais em apenas 5 minutos de funcionamento.Alguns animais, como os canários, são extremamente sensíveis aos efeitos tóxicos do monóxido de carbono. Eles morrem na presença de concentrações relativamente baixas, que não chegam a causar danos aos seres humanos.

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Funcionam, de certa forma, como um “sistema de alarme”, prevenindo as pessoas em certas situações em que o ar é tóxico.Benzeno: Ao se desprenderem na atmosfera, esses gases podem constituir fonte de intoxicações graves. Por tratar-se de substância muito volátil, há sempre desprendimento de vapores no ar. A inalação de altas concentrações de benzeno causa uma rápida perda de sensibilidade, seguida de morte por asfixia. Compostos de Enxofre: Os gases sulfurosos, quando presentes em certas concentrações no ar que respiramos, são responsáveis por uma série de distúrbios fisiológicos. Para algumas pessoas, a exposição contínua a esse gás pode levar a uma resistência moderada à sua ação. Já para outras o efeito é contrário, isto é, há um aumento da sensibilidade de tipo alérgico. O dióxido de enxofre, formado pela combustão de substâncias como petróleo ou o carvão mineral, em geral, encontra-se na atmosfera de regiões industriais. O gás sulfídrico, emitido por reações biológicas de decomposição também é tóxico em altas concentrações, pois age de forma semelhante ao monóxido de carbono, substituindo o oxigênio na molécula de hemoglobina. Em concentrações tóxicas não se sente o cheiro do gás sulfídrico. Curiosamente, os operários responsáveis pelos sistemas de esgotos temem adentrar nos “poços de visitas” das redes sanitárias sempre que não existirem baratas, o que indica a presença provável de concentrações tóxicas e inodoras deste gás.Compostos de nitrogênio: são formados durante as combustões do nitrogênio do ar, o que torna seu controle mais difícil. Provocam irritações nos olhos e mucosas em geral, além de enfisema pulmonar. Em seus componentes podem ser encontradas substâncias cancerígenas e que causam uma forma particularmente grave de anemia.

MATÉRIA PARTICULADA

Reduzir o tipo de poluição conhecido com PM10 - matéria particulada menor que 10 micrômetros - poderia salvar até 300.000 vidas a cada ano, de acordo com nota emitida pelo escritório regional da OMS em Manila, nas Filipinas. A poluição PM10 é provocada, principalmente, pela queima de combustíveis, fósseis ou de outros tipos. As partículas são tão pequenas que escapam dos filtros naturais no nariz e da garganta, e vão parar nos pulmões, onde provocam problemas de saúde. A OMS informa que, em muitas cidades, os níveis médios anuais de PM10 excede os 70 microgramas por metro cúbico. Novas normas da OMS pedem a redução do nível a menos de 20 microgramas, para evitar problemas de saúde. Essa medida poderia cortar as mortes provocadas pela poluição do ar em 15%. A redução viria, ainda, a reduzir o custo global provocado por doenças respiratórias, cardíacas e pulmonares.

Particulados menores, especialmente aqueles com 10 micrômetros de diâmetro (1 micrômetro é igual a uma milionésima parte de um metro - 1/2.400 de uma polegada) ou menores, podem se alojar nos alvéolos do pulmão. São

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responsáveis por um número maior de hospitalizações de pessoas com problemas respiratórios e um maior índice de mortalidade, notadamente por doenças respiratórias e cardiovasculares. À medida que as concentrações de particulados no ar aumentam, também se elevam as taxas de mortalidade. Quando as pessoas inspiram particulados e ozônio nas concentrações normalmente encontradas em áreas urbanas, suas artérias se comprimem mais, reduzindo o fluxo sangüíneo e o suprimento de oxigênio ao coração. É por este motivo que a poluição atmosférica agrava as doenças cardíacas e a asma. Pesquisas publicadas na revista Science, em 2001, observaram que tanto nos países industrializados como nas nações em desenvolvimento, exposições aos níveis atuais de ozônio e particulados “afetam as taxas de mortalidade, hospitalização e consultas médicas, problemas de asma e bronquite, faltas ao trabalho, dias de atividade restrita e uma variedade de enfermidades do pulmão”. Ao mesmo tempo em que afetam os sistemas de saúde, também prejudicam a economia. O aumento dos gastos monetários relacionados a doenças causadas pela poluição atmosférica inclui os custos de medicamentos, ausências do trabalho e tratamento infantil.Na província canadense de Ontário, por exemplo, com uma população de 11,9 milhões, a poluição atmosférica custa aos contribuintes, no mínimo, US$ 1 bilhão por ano em hospitalizações, emergências e ausências ao trabalho. De acordo com o Banco Mundial, os custos sociais da exposição à poeira e chumbo aéreos em Jacarta, Bangcoc e Manila se aproximaram a 10% da renda média no inicio dos anos 90. Na China, que tem uma das piores taxas de poluição atmosférica do mundo, as doenças e mortes das populações urbanas causadas pela poluição atmosférica deverão custar 5% do PIB. Os custos econômicos da poluição atmosférica justificam a redução dos impostos sobre a renda e aumento dos impostos sobre combustíveis fósseis. Isto encorajaria o uso mais eficiente de combustíveis, mudança para fontes de energia limpa e adoção de controles contra a poluição. A alternativa é gastar mais em seguros de saúde para o tratamento de doenças decorrentes da poluição. A elevação dos custos dos combustíveis poluentes reduzirá o sofrimento provocado pelas doenças e as mortes prematuras.

INVERSÃO TÉRMICA

No inverno, a inversão da temperatura das camadas de ar na atmosfera é um fenômeno meteorológico de ocorrência freqüente. Durante a noite, a superfície do solo esfria-se muito, tornando as camadas inferiores de ar mais frias do que as camadas superiores. Isto estabelece um bloqueio do movimento ascensional normal, pois é sabido que o ar aquecido tende a subir, enquanto o ar frio desce. É por isso que, em dias quentes e calmos, vemos a fumaça das chaminés subir verticalmente na atmosfera. A atmosfera fica, portanto, no inverno, sem movimento e todos os gases formados e desprendidos pelas chaminés de fábricas e escapamentos de automóveis permanecem rentes ao solo, em lugar de subir e dissipar-se. O acúmulo de gases nocivos nos arredores das grandes cidades acaba gerando episódios críticos de poluição do ar, sendo muitas vezes

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necessárias medidas drásticas como evitar o funcionamento de indústrias poluentes ou desviar o tráfego de veículos no centro. Em Cubatão, no inverno, as industrias são obrigadas a utilizar óleos combustíveis de menor teor de enxofre.

ESTUDO SOBRE O IMPACTO ECONÔMICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

Um estudo onde foi avaliado o impacto econômico da poluição atmosférica, realizou-se no Acre, onde vários prejuízos à saúde foram observados. De forma geral, objetivou-se analisar os impactos da poluição do ar pelas queimadas sobre a sociedade acreana. Especificamente: a) determinar quanto a sociedade está disposta a pagar pela diminuição dos malefícios ocasionados pelas queimadas; e b) comparar o valor da disposição a pagar agregada com o custo das morbidades respiratórias no ano de 2004. A teoria das externalidades é utilizada para referenciar este trabalho. A partir de referendum with follow-up, estimou-se o valor dos benefícios da melhoria da qualidade do ar no Estado do Acre cujos resultados indicaram que cada dólar aplicado em despesas de internações ocasionadas por morbidades respiratórias à melhoria do ar acarreta um benefício de R$ 21,08, o que representa que a melhoria dessa característica ambiental é viável economicamente. O que este estudo traz de novo nas aplicações da valoração contingente é a análise da poluição do ar ocasionada pelas queimadas na Amazônia, especificamente no Estado do Acre. Em se tratando desta região, este estudo possui grande relevância, pois elabora uma avaliação econômica da melhoria da qualidade dor ar.

TEORIA DAS EXTERNALIDADESAs ações sobre o meio ambiente são designadas, em linguagem econômica, como externalidades (custos ambientais e de escassez). Estas externalidades apresentam uma característica interessante: elas resultam da inexistência ou definição imprecisa dos direitos de propriedade, geralmente porque agem sobre os recursos naturais - ar, oceanos, rios, lençóis de água subterrânea, vida animal e vegetal. Se fosse possível o estabelecimento de direitos de propriedade sobre todos os recursos citados acima, isto eliminaria a maioria dessas externalidades ou favoreceria o seu controle.No caso dos efeitos ecológicos nocivos, a culpa reside nas imperfeições dos mercados. Em primeiro lugar pela impossibilidade de se estabelecerem mercados relativamente à utilização de bens ambientais, por inexistência ou definição imprecisa dos direitos de propriedade. Em segundo lugar porque nos mercados em que as empresas produtoras utilizam recursos ambientais como fatores de produção, o custo desses fatores era nulo porque esses recursos ambientais não tinham proprietário e eram, por via disso, gratuitos. A inexistência de mercados a montante tornava imperfeitos os mercados a jusante.

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Enquanto a produção industrial e agrícola não foi intensiva, não se levantou a questão da escassez dos recursos ambientais. Eles eram em teoria infinitos. Atualmente tal não é possível e é necessário que o meio ambiente seja considerado como um fator econômico, sujeito a escassez e com custo alternativo não nulo.A utilização destas metodologias de quantificação do custo dos recursos ambientais gera algum ceticismo no que respeita à sua fiabilidade. Todavia, na fase dos estudos de viabilidade, é possível haver consenso quanto aos seus resultados, porquanto apenas se procura saber se o projeto é viável ou não.

(1) O custo de remoção das cargas poluentes aumenta exponencialmente à medida que se pretende baixar a concentração.

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PARÂMETROS DA QUALIDADE DO AR

Com a seqüência de episódios críticos de poluição do ar, em várias partes do mundo, começou a ficar claro aos governos e ao meio científico que a contaminação atmosférica é um problema concreto e que pode trazer conseqüências muito graves. Para resolver a questão, foram realizados diversos estudos toxicológicos com pessoas e animais. Por intermédio deles foram determinados os vários níveis de exposição aos diversos poluentes e seus respectivos efeitos sobre a saúde. Desta forma, estabeleceram-se os Padrões de Qualidade do Ar (PQAR). Esses padrões são representados pelas concentrações máximas de cada poluente que podem existir na atmosfera sem causar problemas à saúde das pessoas mais sensíveis ou danos à flora, à fauna ou a determinados materiais. Se o padrão de qualidade do ar for ultrapassadoA variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande. No entanto, com relação a sua origem, os poluentes podem ser classificados em:

Poluentes primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão;

Poluentes secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre poluentes primários e/ou constituintes naturais da atmosfera.

Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera, mede-se o grau de exposição dos receptores (seres humanos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de lançamento deste poluente na atmosfera a partir de suas fontes de emissão e suas interações na atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas). O sistema pode ser visualizado da seguinte maneira:

O efeito que um poluente provoca depende basicamente da sua concentração, ou seja, da proporção em que ele se apresenta no ar que respiramos. A concentração é geralmente expressa em g/m3 que é o número de partes de poluente para cada milhão de partes de ar. Tão importante como a concentração é o tempo de exposição, ou seja, o período que a pessoa fica respirando um ar que apresenta níveis de toxicidade. Os padrões de qualidade do ar são sempre concentrações máximas de poluentes suportáveis por um dado intervalo de tempo.A determinação sistemática da qualidade do ar deve ser, por questões de ordem prática, limitada a um número de poluentes, definidos em função de sua importância e dos recursos materiais e humanos disponíveis. De uma forma geral, a escolha recai sempre sobre um grupo de poluentes que servem como

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indicadores de qualidade do ar, consagrados universalmente: dióxido de enxofre (SO2), material particulado (MP), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3) e dióxido de nitrogênio (NO2). A razão da escolha desses parâmetros como indicadores de qualidade como indicadores da qualidade do ar está ligada a sua maior freqüência de ocorrência e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente.

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Tabela: Os principais poluentes, suas características, fontes e efeitos.

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PADRÕES DE QUALIDADE DO ARO monitoramento da qualidade do ar, embora não atue diretamente no combate à poluição, tem papel indispensável como fornecedor de dados para a avaliação da qualidade baseado nos níveis de concentração de poluentes medidos em campo. Também esses dados, quando devidamente processados e documentados, são extremamente úteis para a validação de modelos experimentais ou teóricos, ou mesmo para a construção de modelos matemáticos e estatísticos.Um padrão de qualidade do ar (PQAR), define legalmente o limite máximo para a concentração de um componente atmosférico que garanta a proteção da saúde e do bem estar das pessoas. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.Através da Portaria Normativa n.º 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os padrões nacionais de qualidade do ar e os respectivos métodos de referência, ampliando o número de parâmetros anteriormente regulamentados através da Portaria GM 0231 de 27/04/76.Os padrões estabelecidos através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em 28/06/90 e transformados na Resolução CONAMA n.º 03/90.São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar : os primários e os secundários.São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo.São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos à curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários. Como prevê a própria Resolução CONAMA n.º 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões aplicáveis serão os primários.Os parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar fixados na Resolução CONAMA n.º 03 de 28/06/90 são apresentados na tabela a seguir.

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Tabela: Critérios pata episódios agudos de poluição do ar (Resolução CONAMA no. 03 de 28/06/90)

ÍNDICE DE QUALIDADE DO AR

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Os dados de qualidade do ar obtidos pela CETESB em suas estações automáticas de monitoramento, juntamente com uma previsão meteorológica das condições de dispersão dos poluentes para as 24 horas seguintes, são divulgados diariamente através de um boletim de qualidade do ar. Para simplificar o processode divulgação dos dados é utilizado um índice de qualidade do ar.A estrutura do índice de qualidade do ar contempla, conforme Resolução CONAMA n.º 03 de 28/06/90, os seguintes parâmetros: dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, fumaça, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. O índice é obtido através de uma função linear segmentada, onde os pontos de inflexão são os padrões de qualidade do ar. Desta função, que relaciona a concentração do poluente com o valor índice, resulta um número adimensional referido a uma escala com base em padrões de qualidade do ar. Para cada poluente medido é calculado um índice. Através do índice obtido ar recebe uma qualificação, que é uma espécie de nota, feita conforme apresentado na tabela abaixo:

Qualidade Índice MP10(µg/m3)

O3(µg/m3)

CO(ppm)

NO2(µg/m3)

SO2(µg/m3)

Boa 0 - 50 0 - 50 0 - 80 0 - 4,5 0 - 100 0 - 80 Regular 51 - 100 50 - 150 80 - 160 4,5 - 9 100 - 320 80 - 365

Inadequada 101 - 199 150 - 250 160 - 200 9 - 15 320 - 1130 365 - 800 Má 200 - 299 250 - 420 200 - 800 15 - 30 1130 - 2260 800 - 1600

Péssima >299 >420 >800 >30 >2260 >1600

Para efeito de divulgação é utilizado o índice mais elevado, isto é, a qualidade do ar de uma estação é determinada pelo pior caso. Esta qualificação do ar está associada com efeitos sobre à saúde, independentemente do poluente em questão, conforme tabela abaixo:

Qualidade Índice SignificadoBoa 0 - 50 Praticamente não há riscos à saúde.

Regular 51 - 100 Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar sintomas como tosse seca e cansaço. A população, em geral, não é afetada.

Inadequada 101 - 199

Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta.

Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios na saúde.

Má 200 - 299 Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos,

nariz e garganta e ainda apresentar falta de ar e

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respiração ofegante. Efeitos ainda mais graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com

doenças respiratórias e cardíacas).

Péssima >299Toda a população pode apresentar sérios riscos de

manifestações de doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes prematuras em

pessoas de grupos sensíveis.

Assim, a ultrapassagem do padrão de qualidade do ar é identificada pela qualidade inadequada (índice maior que 100). A qualidade má (índice maior ou igual a 200), indica a ultrapassagem do nível de atenção, a péssima (índice maior ou igual a 300), indica a ultrapassagem do nível de alerta e a crítica (índice maior que 400), a ultrapassagem do nível de emergência.Cabe esclarecer que a ultrapassagem do nível de atenção não implica necessariamente na declaração do estado de Atenção, medida esta adotada pela CETESB e que considera também a previsão das condições de dispersão dos poluentes na atmosfera para as 24 horas seguintes.

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MEDICINA DA USP ASSOCIA ABORTOS E DOENÇAS CARDIOVASCULARES À POLUIÇÃO        O Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina (FM) da USP vem desenvolvendo, desde a década de 80, estudos associando algumas doenças cardiovasculares e aborto de fetos tardios à poluição atmosférica, utilizando modelos experimentais e epidemiológicos.         Segundo o pesquisador Luiz Alberto Amador Pereira, que desenvolve pesquisas conjuntas no Laboratório, a poluição atmosférica atinge diretamente o aparelho respiratório, causando inúmeras doenças já conhecidas. Mas, há indícios de que a poluição compromete seriamente os aparelhos cardiovascular e reprodutor humano.        A pesquisa, de autoria de Amador Pereira, que fala da relação poluição e morte de fetos é inédita no Brasil e no exterior, e mostra que o feto também é exposto à poluição, apesar da proteção da placenta e de toda a estrutura do corpo materno. A constatação foi feita através da análise, em dias de maior poluição, de resultados do exame de sangue do cordão umbilical de recém-nascidos onde foi encontrada concentração de carboxihemoglobina em bebês que nasceram nos dias mais poluídos (a carboxihemoglobina é a ligação da hemoglobina, que normalmente leva oxigênio, e monóxido de carbono, poluente urbano). Este estudo, concluído ano passado, verificou também que, nos dias mais poluídos, o número de mortes fetais tardias (acima de 28 semanas de gestação) era maior. A cada oito óbitos diários, um e meio poderia estar associado à poluição. As substâncias relacionadas às perdas fetais tardias são o monóxido de carbono, dióxido de enxofre e principalmente o dióxido de nitrogênio.         Um outro estudo do Laboratório, divulgado em congresso científico, mostra uma relação de doenças cardiovasculares com o monóxido de carbono, uma das substâncias emitida por veículos automotores movidos à gasolina. O estudo foi realizado com pacientes admitidos no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP. Nos dias mais poluídos, aumentava em 10% o número de pessoas que davam entrada no hospital com doenças cardiovasculares, principal-mente as coronarianas — enfartos e anginas. Amador Pereira diz que pesquisas internacionais anteriores a esta do Laboratório já haviam dado evidências que as doenças cardíacas estavam ligadas à poluição.

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OS AGRESSIVOS ARES DA METRÓPOLE

É fato consumado. A poluição tem efeitos terríveis e os habitantes das grandes cidades já os conhecem bem. Vermelhidão nos olhos, irritação na garganta, falta de ar. Pesquisadores da USP, porém, comprovam que há um fator adicional associado aos efeitos da poluição: a pobreza. De acordo com estudo do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, regiões mais carentes têm mais mortes de idosos associadas a problemas cardiorrespiratórios. Outro estudo do laboratório demonstra que o País deixa de produzir, no mínimo, US$ 3,2 milhões devido a fatores relacionados à poluição, como afastamento do trabalho e mortes.

Que a poluição tem efeitos sobre a população das metrópoles não é nenhuma novidade. Mas, em um meio com condições precárias de saneamento, acesso à saúde e alimentos, os resultados são certamente mais dramáticos que em regiões privilegiadas. “A poluição tem efeitos e sabemos disso. Mas sofre muito mais quem não tem condições de se alimentar direito e ir ao médico. Pessoas de diferentes condições socioeconômicas respondem diferentemente à mesma agressão”, afirma o pesquisador Alfésio Luís Ferreira Braga, do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP. É exatamente essa premissa que é comprovada na tese “Avaliação entre poluição atmosférica e variáveis socioeconômicas como agravante das condições de saúde no município de São Paulo – Um estudo de ecologia urbana”, orientada por Braga e defendida este ano por Maria Cristina Haddad Martins, coordenadora do Departamento de Informação Socioambiental da Secretaria Municipal de Saúde. 

De acordo com o estudo, 12% das mortes de idosos em São Miguel Paulista, na zona leste, são causadas por doenças respiratórias, ao passo que em Cerqueira César, região nobre da capital, essa taxa é de 2%. De acordo com Maria Cristina, não há relação direta entre os níveis de poluentes de cada região pesquisada e o número de mortes de idosos, ou seja, segundo o estudo, não se pode afirmar que quanto maior o nível de poluentes no ar, maior a mortalidade. Porém, “foi comprovado que as condições socioeconômicas têm correlação direta com o efeito analisado (mortalidade entre idosos com mais de 60 anos de idade)”, explica.  

Angina e infarto

Estudos de laboratório mostram até mesmo mutações genéticas em plantas como efeito direto da poluição atmosférica. É o caso da pesquisa da qual participa Eliane Tigre Guimarães Sant’Anna, também do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP, que deverá ser

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publicada em 2003.  

Outra pesquisa ainda inédita, desenvolvida na mesma unidade, será publicada em breve na renomada revista científica norte-americana Environmental Research. O pneumologista e clínico-geral do Hospital das Clínicas (HC) Chin An Lin comprova em seu estudo que, do total de pessoas com problemas isquêmicos do coração (angina e infarto) atendidas diariamente no HC, em média 6% têm como causa direta a poluição. A pesquisa refere-se a dados colhidos no Instituto do Coração do HC entre janeiro de 1994 e dezembro de 1995.

“Entre todos os poluentes e variáveis estudados, o monóxido de carbono foi o único que resistiu bravamente a todos os filtros da pesquisa. Mas não posso afirmar que o monóxido de carbono, sozinho, é o grande vilão, pois isso é uma meia-verdade. Temos de considerar os poluentes como um todo”, diz. 

De acordo com Chin, cada poluente tem seu lag, ou seja, uma defasagem de tempo entre o evento atmosférico (poluição) e seu efeito sobre determinada doença. Para material particulado, o lag é de três dias e para monóxido de carbono, dois dias. Portanto, para conhecer os efeitos da poluição sobre determinada doença é preciso calcular o que Chin chama de “média móvel”, que é a soma da média de concentração de poluentes em determinado período estudado.  

Diferentemente de dona Oscarlinda, do açougueiro Matos e do aposentado Santos, há idosos cheios de vitalidade mesmo após superar a expectativa de vida média do brasileiro. É o caso da dona de casa Maria do Carmo Antunes de Castro, 72, moradora de Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. Portuguesa da cidade de Guarda, Maria do Carmo chegou ao Brasil aos 23 anos e dá sua receita de saúde: “Não precisa luxo nem muito dinheiro para a família estar bem. Sempre muitos legumes numa boa sopa, leite diariamente, pão caseiro, casa limpa, hábitos de higiene e pronto, todos estarão saudáveis. Em Guarda, plantávamos o que comíamos. Era uma cidade pequena, sem poluição, de clima excelente. Uma família que planta e come aquilo que está plantando já vive sadia. Aqui no Brasil, as pessoas deveriam ter mais oportunidade para cultivar o alimento”, diz.

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PLANTAS AJUDAM A MONITORAR POLUIÇÃO

As plantas são muito sensíveis à poeira, que obstruem os poros e estômatos de suas folhas, por onde normalmente são feitas as trocas de umidade, oxigênio e gás carbônico com a atmosfera. Muitos vegetais são empregados como indicadores de poluição atmosférica. Várias espécies de liquens que crescem sobre os troncos das árvores são particularmente sensíveis á poluição em geral Eles não se desenvolvem em locais onde há início de poluição. Aboboreiras e plantas de cevada são também bons indicadores, sendo colocadas pelos pesquisadores em diferentes locais da cidade para constatação de efeitos inibidores sobre seu desenvolvimento.

Tradescantia pallida cv. purpurea

Em dias mais poluídos, uma pessoa tem 33% a mais de chance de sofrer um infarto. Levantamento feito na cidade de São Paulo revela que pelo menos 12% das mortes envolvendo idosos acontecem em decorrência dos altos níveis de poluentes emitidos principalmente pelos veículos existentes na cidade. Além de causar doenças cardiovasculares (infarto e arritmia) e respiratórias (asma e pneumonia), a poluição ainda é vista como um verdadeiro veneno para gestantes e bebês. Já está comprovado que altos níveis de poluentes podem contribuir para a prematuridade da criança e seu baixo peso ao nascer.

O Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Universidade de São Paulo (LPAE/USP) realizou um estudo que comprova que a planta Tradescantia pallida, a popular coração-roxo, ajuda no controle da qualidade do ar - é o biomonitoramento. Na cidade de Santo André (SP), a planta está ajudando o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) a monitorar a qualidade do ar da cidade, servindo como um sensor na análise de dados. O objetivo é fazer um mapeamento completo dos bairros mais poluídos. Em 2002, floreiras foram plantadas em seis pontos da cidade. Em um estudo preliminar, analisando-se mutações da planta entre setembro de 2003 e janeiro de 2004, constatou-se as áreas mais poluídas de Santo André.

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A idéia do biomonitoramento foi do professor Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP, parceira no estudo. Em 2002, Saldiva participou em Santo André de um seminário sobre meio ambiente e propôs para a Prefeitura o biomonitoramento, por ser uma tecnologia mais barata e tão precisa quanto os métodos convencionais. "Santo André é uma cidade com vocação industrial e com número elevado de carros. Daí a preocupação com o monitoramento do nível de poluição", diz Saldiva, supervisor do programa. Em 1998, o professor descobriu as propriedades do coração roxo na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, por meio de um pesquisador chinês. "Essa planta é fácil de cultivar em qualquer lugar e tem alta resistência. O seu DNA (ácido desoxirribonucleico) registra os poluentes e suas mudanças", conta Saldiva.

Entre 2002 e 2003, foram preparadas as condições para a coleta das plantas. "Esse tempo foi necessário para que criássemos condições iguais de cultivo nos seis pontos da cidade, para que não houvesse divergência de dados", explica a bióloga Eriane. Entre setembro de 2003 e setembro deste ano, foram recolhidas amostras quinzenalmente nas floreiras e encaminhadas para a USP e para o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), que é responsável em detectar todos os elementos poluentes encontrados.

O projeto também tem o objetivo de realizar educação ambiental. Estudantes de escolas municipais e estaduais são convidados a conhecer o programa e entender as propostas do biomonitoramento. "Tentamos conscientizar os jovens sobre a necessidade de preservação ambiental", conta Eriane.

E em Salvador, na Bahia, a plantinha também está mostrando serviço...

Ainda que Salvador não possua grandes complexos industriais dentro da área urbana, sua população está vulnerável a ação de diversos poluentes que são liberados principalmente a partir da queima de combustíveis durante o funcionamento de veículos automotores. A depender da concentração, esses poluentes podem causar até câncer. Esta afirmação é da bióloga Josanidia Santana Lima, que coordena uma pesquisa sobre a utilização da Tradescantia pallida cv. purpurea (normalmente encontrada em canteiros públicos da cidade) na avaliação da poluição atmosférica de Salvador.A pesquisa com a Tradescantia pallida, segundo a bióloga, é apenas uma das várias na área de biomonitoramento atmosférico por meio de vegetais realizado pelo Laboratório de Avaliação de Impactos em Ecossistemas Terrestres (Laviet) do Instituto de Biologia (Ibio) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), do qual é coordenadora. "Esse biomonitoramento pode ser ativo ou passivo. No primeiro caso, monitora-se a vegetação já presente no ambiente que se está avaliando. No segundo, introduz-se nas áreas a serem avaliadas vegetais cultivados em condições padrões", explica.

O biomonitoramento usando a Tradescantia pallida é ativo, uma vez que a planta já existia nos ambientes avaliados. Em termos práticos, ele se traduz na utilização do que Josanidia Lima chama de "teste Trad-MCN", que se baseia na contagem de micronúcleos em células mães de grãos de pólen na Tradescantia. "O uso deste teste permite determinar a capacidade de substâncias causarem danos ao material genético, levando à formação de micronúcleos ao fim da divisão celular. Uma freqüência elevada

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de micronúcleos nas análises é o indicador de que as substâncias afetam a planta", explica a bióloga.A estrutura do DNA e seus mecanismos de replicação e reparo são universais para todos os seres vivos, ou seja, o que causa danos ao material genético dos vegetais pode vir a causar danos aos cromossomos de seres humanos.O teste Trad-MCN revelou que, nos locais testados com um maior tráfego de automóveis, onde a emissão de poluentes é maior, há uma concentração de "compostos clastogênicos", pois as células da planta recolhida nesses lugares apresentaram mutação genética (alta freqüência de micronúcleos). "Já nas células da planta recolhida em áreas de menor fluxo de veículos, as freqüências médias de micronúcleos encontradas foram menores", compara.De acordo com Jasanidia Lima, a freqüência de micronúcleos esperada para locais isentos ou com nível baixo de poluição é de 8%, enquanto que em locais extremamente poluídos, como garagens de grandes edifícios, são esperadas freqüências que atinjam até 28%. Estudos remontam a 1789O uso de vegetais como bioindicadores data de 1789, segundo a bióloga Josanidia Lima. "Quatro químicos holandeses observaram que plantas de hortelã e feijão, em uma redoma, ficaram manchadas depois de expostas, por um dia, a vapores de mercúrio e morreram dias depois", conta. O teste Trad-MCN, por sua vez, foi desenvolvido em 1978. Desde então, ele tem sido utilizado para monitorar a ação de poluentes do ar em vários locais dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, República Popular da China e México. O teste foi introduzido no Brasil recentemente e já foi utilizado com sucesso por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Botânica de São Paulo.A espécie Tradescantia pallida cv. purpurea é uma planta ornamental facilmente encontrada em ruas e jardins, mesmo em locais com concentrações elevadas de poluentes atmosféricos. Por essas características, ela é adequada para o biomonitoramento.

Uma das principais vantagens do teste Trad-MCN, segundo Jasanidia Lima, é que ele é rápido, altamente sensível, eficiente e econômico, fornecendo uma advertência precoce sobre a qualidade do ar. "É bastante adequado para ser implementado em países em desenvolvimento para fins de proteção ambiental e da saúde da população", conclui.

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CÂMARA, Nicholas Gonçalves. Economia e Meio Ambiente: Uma Avaliação dos Pressupostos Neoclássicos. 2001.

O meio ambiente, por muito tempo, foi considerado dispensável, com variável, nos modelos e teorias econômicas. Porém recentemente esse pensamento tem mudado, alterando assim, alguns pressupostos das teorias. Essas alterações visam captar a relação da economia e meio ambiente. O conceito mais explorado nesse sentido é o de sustentabilidade, onde são focadas as condições, em termos de meio ambiente (recursos naturais), que gerações futuras herdarão. Dentre as várias correntes da economia ambiental, a economia neoclássica parece melhor, até então, incorporar o meio ambiente em suas análises, porém isso não significa que sua teoria seja perfeita. Pelo contrário, o que se explora nesse trabalho são os pontos onde a economia ambiental neoclássica não explica, ou não demonstram compatibilidade com seus pressupostos básicos. A teoria da poluição, ramificação da economia ambiental neoclássica, afirma existir um nível ótimo de poluição, no qual a economia deveria permanecer para maximizar a utilidade. Defende a poluição como variável, se em níveis ótimo, benéfica ao processo econômico. Essa e outras conclusões da teoria da poluição são colocadas em questionamento, não objetivando encontrar uma teoria perfeita, mas sim salientar a necessidade de reformulação das atuais teorias para as questões ambientais.

Por exemplo, a modelagem da poluição do ar pode ser usadapara:- Projetar uma fábrica de modo a minimizar os impactos da descarga, selecionandoadequadamente altura e posição das chaminés;- Planejar programas de redução das emissões, por exemplo determinando quais fontes equímicos contribuem em maior parte para os riscos previstos para a saúde pública;- Planejar medidas de prevenção e diminuição de danos para minimizar as conseqüênciasde descargas acidentais de grandes quantidades de materiais tóxicos.Desta forma, a previsão dos níveis de concentração de poluentes é um requisitoindispensável para determinar possíveis danos a serem provocados por novas fontes ou mesmopor fontes existentes a serem modificadas. Neste âmbito, a modelagem matemática é umaferramenta importante para a obtenção (cálculo) dessas previsões.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Os primeiros estudos da dispersão de substâncias na atmosfera datam das primeiras décadas deste século, como os trabalhos de Richardson (1925, 1926), Taylor (1921, 1960), Rossby (1932), Bosanquet e Pearson (1936), Hewson (1945) e Baron et al (1949). Sutton (1932) publicou um trabalho apresentando uma teoria para a difusão turbulenta na atmosfera. Também Sutton (1947a, 1947b, 1950) estudou o problema da difusão na baixa atmosfera a partir de fontes contínuas pontuais (chaminés) e de linha, considerando também gases quentes, em que era assumida uma distribuição gaussiana da concentração a partir da linha de centro da pluma.Segundo Pasquill (1962), Frenkiel (1952) parece ter sido o primeiro a apresentar a equação para as concentrações c=c(x,y,z,t) para uma fonte pontual instantânea ("puff"), também assumindo distribuição gaussiana nas direções transversais à do vento.Há dois modos de abordar o problema da dispersão de poluentes: o teórico (utilizando-semodelos matemáticos) e o experimental (através de modelos físicos ou estudos de campo).Os estudos experimentais em laboratório utilizam um modelo físico da região de interesse, construído em escala reduzida, que é colocado em um túnel de vento ou em um canalhidráulico para a simulação. Um fluido traçador representa o poluente e amostras são coletadas em diversos pontos do modelo para posterior análise da concentração. Escoamentos neutros ou estratificados podem ser simulados. Em túnel de vento a estratificação (variação vertical da densidade do escoamento principal) é obtida mediante aquecimento ou resfriamento da parede inferior (solo). Em canais hidráulicos a estratificação é conseguida pela adição de um sal em concentração variável na direção vertical, de acordo com o perfil de densidade desejado.Dentre os trabalhos que utilizam modelos físicos tem-se os de .Melbourne (1968), Teunissen (1983), Schatzman et al (1987), Petersen e Ratcliff (1989) e Kitabayashi (1991).Todos utilizaram túnel de vento na simulação experimental. Temos também o trabalho deGiovannoni (1987) que estudou em laboratório o efeito da ilha de calor, que se aplica paraavaliar a influência dos grandes centros urbanos sobre a meteorologia da região.Ohba (1990) conduziu experimentos em túnel de vento para investigar o escoamento dear e a dispersão de gás em ambiente neutro e estavelmente estratificado sobre terreno complexo, usando como modelo de terreno, o de Steptoe Butte (uma colina isolada de aproximadamente 300m de altura no estado de Washington, EUA, na qual foram realizados experimentos de dispersão por Lamb et al, 1984). Os resultados do experimento para a concentração do gás traçador foram superpostos utilizando distribuições de probabilidade para a direção e velocidade

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do vento, bem como para a estabilidade atmosférica observados em Steptoe Butte, a fim de comparar os resultados de túnel de vento com os de campo. A aplicação do método de superposição produziu melhor concordância com os resultados de campo do que o método usual, sem superposição.A abordagem teórica utiliza modelos matemáticos para descrever o campo de concentração a partir de dados da fonte emissora e das condições meteorológicas. Muitos desses modelos baseiam-se em distribuições estatísticas e necessitam de dados experimentais para que as suas constantes sejam determinadas. A seguir descreveremos os principais modelos encontrados na literatura, sem nos preocuparmos em descrever seus detalhes, uma vez que a literatura é rica nesse aspecto, especialmente no caso dos modelos analíticos.

29/03/2007 - 12h22Qualidade do ar causa alerta em oito pontos de SP

São Paulo - A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) apontou no seu último relatório estado de atenção em oito pontos da cidade. De acordo com o boletim divulgado pela Cetesb, as regiões do Ibirapuera, Santo Amaro, Mooca, Nossa Senhora do Ó, Parque D. Pedro II, Pinheiros, Santana e em Diadema, na Grande São Paulo, atingiram o estado de alerta na qualidade do ar.

"Isso se deu por causa das altas concentrações do poluente ozônio nas oito regiões acima. Neste ano, foi a primeira vez que verificamos este número elevado de estações com altos índices de ozônio", explica o gerente da Divisão de Tecnologia de Avaliação de Qualidade do Ar da Cetesb, Jesuíno Romano.

Segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura (CGE), a umidade do ar atingiu índices baixíssimos por causa do tempo seco ontem. Em alguns locais, a média de umidade do ar ficou em 17%, índice considerado ruim pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje o CGE registrou índices mais baixos em comparação aos observados ontem. "Vamos ficar em alerta o dia todo. Hoje à tarde os níveis devem ficar abaixo de 20% por causa das altas temperaturas e, principalmente, pela massa de ar quente que está sobre a região metropolitana de São Paulo", afirma a meteorologista do CGE, Lucyara Rodrigues.