Resumo2

12
MA12 - Unidade 2 umeros Cardinais Paulo Cezar Pinto Carvalho PROFMAT - SBM February 25, 2013

Transcript of Resumo2

Page 1: Resumo2

MA12 - Unidade 2Numeros Cardinais

Paulo Cezar Pinto Carvalho

PROFMAT - SBM

February 25, 2013

Page 2: Resumo2

Introducao

A importancia dos numeros naturais provem do fato de queeles constituem o modelo matematico que torna possıvel oprocesso de contagem.

Para contar os elementos de um conjunto e necessario usar anocao de correspondencia biunıvoca, ou bijecao, que e umcaso particular do conceito de funcao.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 2/12

Page 3: Resumo2

Funcoes

Dados os conjuntos X , Y , uma funcao f : X → Y (le-se“uma funcao de X em Y ”) e uma regra (ou conjunto deinstrucoes) que diz como associar a cada elemento x ∈ X umelemento y = f (x) ∈ Y .

O conjunto X chama-se o domınio e Y e o contra-domınio dafuncao f .

Para cada x ∈ X , o elemento f (x) ∈ Y chama-se a imagemde x pela funcao f , ou o valor assumido pela funcao f noponto x ∈ X . Escreve-se x 7→ f (x) para indicar que ftransforma (ou leva) x em f (x)

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 3/12

Page 4: Resumo2

Exemplos

Sejam X o conjunto dos triangulos do plano Π e R o conjuntodos numeros reais (que abordaremos logo mais). Se, a cadat ∈ X , fizermos corresponder o numero real f (t) = area dotriangulo t, obteremos uma funcao f : X → R.

Sejam S o conjunto dos segmentos de reta do plano Π e ∆ oconjunto das retas desse mesmo plano. A regra que associa acada segmento AB ∈ S sua mediatriz g(AB) define umafuncao g : S → ∆.

A correspondencia que associa a cada numero natural n seusucessor n + 1 define uma funcao s : N→ N, coms(n) = n + 1.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 4/12

Page 5: Resumo2

Funcoes Injetivas

Uma funcao f : X → Y chama-se injetiva quando elementosdiferentes em X sao transformados por f em elementosdiferentes em Y . Ou seja, f e injetiva quando x 6= x ′ emX ⇒ f (x) 6= f (x ′).

Esta condicao pode tambem ser expressa em sua formacontrapositiva:

f (x) = f (x ′) ⇒ x = x ′.

Nos tres exemplos dados anteriormente, apenas o terceiro e deuma funcao injetiva. (Dois triangulos diferentes podem ter amesma area e dois segmentos distintos podem ter a mesmamediatriz mas numeros naturais diferentes tem sucessoresdiferentes.)

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 5/12

Page 6: Resumo2

Funcoes Sobrejetivas

Diz-se que uma funcao f : X → Y e sobrejetiva quando, paraqualquer elemento y ∈ Y , pode-se encontrar (pelo menos) umelemento x ∈ X tal que f (x) = y .

Nos tres exemplos dados anteriormente, apenas o segundoapresenta uma funcao sobrejetiva. (Toda reta do plano emediatriz de algum segmento mas apenas os numeros reaispositivos podem ser areas de triangulos e o numero 1 nao esucessor de numero natural algum.)

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 6/12

Page 7: Resumo2

Bijecoes

Uma funcao f : X → Y chama-se uma bijecao, ou umacorrespondencia biunıvoca entre X e Y quando e ao mesmotempo injetiva e sobrejetiva.

Exemplo. Sejam X = {1, 2, 3, 4, 5} e Y = {2, 4, 6, 8, 10}.Definindo f : X → Y pela regra f (n) = 2n, temos umacorrespondencia biunıvoca, onde f (1) = 2, f (2) = 4,f (3) = 6, f (4) = 8 e f (5) = 10.

Exemplo. Seja P o conjunto dos numeros naturais pares(P = {2, 4, 6, . . . , 2n, . . .}). Obtem-se uma correspondenciabiunıvoca f : N→ P pondo-se f (n) = 2n para todo n ∈ N. Ointeressante deste exemplo e que P e um subconjunto propriode N.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 7/12

Page 8: Resumo2

Numeros Cardinais

Diz-se que dois conjuntos X e Y tem o mesmo numerocardinal quando se pode definir uma correspondenciabiunıvoca f : X → Y .

Nos dois exemplos do slide anterior, os conjuntos tem omesmo numero cardinal.

Exemplo Sejam X = {1} e Y = {1, 2}. Evidentementenao pode existir uma correspondencia biunıvoca f : X → Y ,portanto X e Y nao tem o mesmo numero cardinal.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 8/12

Page 9: Resumo2

Conjuntos Finitos

Seja X um conjunto. Diz-se que X e finito, e que X tem nelementos quando se pode estabelecer uma correspondenciabiunıvoca f : In → X , onde In o conjunto dos numerosnaturais de 1 ate n.

O numero natural n chama-se entao o numero cardinal doconjunto X ou, simplesmente, o numero de elementos de X .A correspondencia f : In → X chama-se uma contagem doselementos de X .

A fim de evitar excecoes, admite-se ainda incluir o conjuntovazio ∅ entre os conjuntos finitos e diz-se que ∅ tem zeroelementos.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 9/12

Page 10: Resumo2

Conjuntos Infinitos

Diz-se que um conjunto X e infinito quando ele nao e finito.Isto quer dizer que X nao e vazio e que, nao importa qual sejan ∈ N , nao existe correspondencia biunıvoca f : In → X .

O conjunto N dos numeros naturais e infinito. Com efeito,dada qualquer funcao f : In → N , nao importa qual n sefixou, pomos k = f (1) + f (2) + · · ·+ f (n) e vemos que, paratodo x ∈ In, tem-se f (x) < k , logo nao existe x ∈ In tal quef (x) = k . Assim, e impossıvel cumprir a condicao desobrejetividade na definicao de correspondencia biunıvoca.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 10/12

Page 11: Resumo2

Propriedades dos numeros cardinais

1 O numero de elementos de um conjunto finito e o mesmo,seja qual for a contagem que se adote. Isto significa que sef : Im → X e g : In → X sao correspondencias biunıvocasentao m = n.

2 Todo subconjunto Y de um conjunto finito X e finito en(Y ) ≤ n(X ). Tem-se n(Y ) = n(X ) somente quando Y = X .

3 Se X e Y sao finitos entao X ∪ Y e finito e tem-sen(X ∪ Y ) = n(X ) + n(Y )− n(X ∩ Y ) .

4 Sejam X , Y conjuntos finitos. Se n(X ) > n(Y ), nenhumafuncao f : X → Y e injetiva e nenhuma funcao g : Y → X esobrejetiva.

A primeira parte da propriedade 4 e conhecida como oprincıpio das casas de pombos: se ha mais pombos do quecasas num pombal, qualquer modo de alojar os pombosdevera colocar pelo menos dois deles na mesma casa.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 11/12

Page 12: Resumo2

Uma Aplicacao do Princıpio da Casa dos Pombos

Provar que, numa reuniao com n pessoas (n ≥ 2), ha sempreduas pessoas (pelo menos) que tem o mesmo numero deamigos naquele grupo.

Imaginemos n caixas, numeradas com 0, 1, . . . , n − 1. A cadauma das n pessoas entregamos um cartao que pedimos paradepositar na caixa correspondente ao numero de amigos queela tem naquele grupo. As caixas de numeros 0 e n − 1 naopodem ambas receber cartoes pois se houver alguem que naotem amigos ali, nenhum dos presentes pode ser amigo detodos, e vice-versa. Portanto temos, na realidade, n cartoespara serem depositados em n − 1 caixas. Pelo princıpio dasgavetas, pelo menos uma das caixas vai receber dois ou maiscartoes. Isto significa que duas ou mais pessoas ali tem omesmo numero de amigos entre os presentes.

PROFMAT - SBM MA12 - Unidade 2 ,Numeros Cardinais slide 12/12