RESUMOS – APRESENTAÇÕES DE PAINEIS · kelly aparecida zanella, vanilla eloÁ franceschi, angela...

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5 RESUMOS – APRESENTAÇÕES DE PAINEIS A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM VOLTADA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE IDOSOS CONFORME TEORIA DE DOROTHEA OREM PAMELA MARAFON DO LAGO, ANDRÉIA DO AMARAL, MARÍNDIA ALVES DA COSTA, ADRIANA CRISTINA HILLISHEIM, MAIRA TELLECHEA DA SILVA A CONTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR FRANCIELI PERI, ROSANA AMORA ASCARI, CALANDRA REGINA ZOTTI A EFETIVIDADE DO QUINTO OBJETIVO DO MILÊNIO EM SANTA CATARINA: CONSEGUIREMOS ENFRENTAR A MORTALIDADE MATERNA? VANESSA APARECIDA GASPARIN, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO, DANIELA SAVI GEREMIA, RAFAELA BEDIN, CAROLINA BERNARDO, SABRINA EICKHOFF A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PROBLEMATIZADORA EM UM PROJETO DE EXTENSÃO VOLTADO A CRIANÇAS LUANA PATRÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, MARIA ELISABETE RAMALHO DOS SANTOS, ANGÉLICA ZANETTINI, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE A UTILIZAÇÃO DO CONCEITO DE VULNERABILIDADE EM UM PROJETO DE EXTENSÃO VOLTADO A ADOLESCENTES MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, LUANA PATRÍCIA VALANDRO, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE ABORTO PROVOCADO: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM EM UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA RAFAELA BEDIN, ANA CLAUDIA BANAZESKI, DAIANE SCHUCK, ÉRICA DE BRITO PITILIN, TASSIANA POTRICH, VANESSA APARECIDA GASPARIN ACIDENTE DE TRABALHO NAS ÁREAS DE APOIO NO ÂMBITO HOSPITALAR BRUNA VALMORBIDA, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA, SANDRA MARA MARIN AÇÕES EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC CHARMAINE COUTO, GEISA PERCIO DO PRADO, RENATA MENDONÇA RODRIGUES 1 ANAMNESE E EXAME FÍSICO: FORMAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA JÉSSICA COSTA MAIA, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, MARIANA MENDES, MARCIA DANIELI SCHIMITT, CARINE VENDRUCOLO, MARIA LUIZA BEVILAQUA BRUM ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM E AUDITORIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA MARLOVA APARECIDA DE CAMPOS VIEIRA, ROSANA AMORA ASCARI, TANIA MARIA ASCARI, OLVANI MARTINS SIVA, GABRIELA HAHN APLICAÇÃO DA ESCALA DE MORSE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA MAIARA ARIANE NICHEL, JULIANA WIEBLING, GÉSSICA STOCCO, FERNANDA KARLA METELSKI, OLVANI MARTINS SILVA, MONIQUE DONATO DE OLIVEIRA APOIO E AJUDA AOS FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS HOSPITALIZADOS FABIANE DEBASTIANI, CAMILA GRIEBELER, JULYANE FELIPETTE LIMA, SILVIA SILVA DE SOUZA, ANA CAROLINA TEIXEIRA, MAYARA DE OLIVEIRA WALTER AS PESQUISAS SOBRE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO NO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL MARIANA SBEGHEN MENEGATTI, FRANCIELY DAIANA ENGEL, NARAIANE FERMINO, ANDRÉ LUCAS MAFFISSONI, GABRIELA VICARI, ARNILDO KORB 46 48 51 53 56 58 60 62 65 68 71 73 75

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RESUMOS – APRESENTAÇÕES DE PAINEIS

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM VOLTADA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE IDOSOSCONFORME TEORIA DE DOROTHEA OREM

PAMELA MARAFON DO LAGO, ANDRÉIA DO AMARAL, MARÍNDIA ALVES DA COSTA, ADRIANACRISTINA HILLISHEIM, MAIRA TELLECHEA DA SILVA

A CONTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA PARA A SAÚDE DOTRABALHADOR

FRANCIELI PERI, ROSANA AMORA ASCARI, CALANDRA REGINA ZOTTI

A EFETIVIDADE DO QUINTO OBJETIVO DO MILÊNIO EM SANTA CATARINA: CONSEGUIREMOSENFRENTAR A MORTALIDADE MATERNA?

VANESSA APARECIDA GASPARIN, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO, DANIELA SAVI GEREMIA,RAFAELA BEDIN, CAROLINA BERNARDO, SABRINA EICKHOFF

A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA PROBLEMATIZADORA EM UM PROJETO DE EXTENSÃOVOLTADO A CRIANÇAS

LUANA PATRÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, MARIA ELISABETE RAMALHO DOSSANTOS, ANGÉLICA ZANETTINI, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE

A UTILIZAÇÃO DO CONCEITO DE VULNERABILIDADE EM UM PROJETO DE EXTENSÃO VOLTADO AADOLESCENTES

MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, LUANA PATRÍCIA VALANDRO, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUELSPIEGELBERG ZUGE

ABORTO PROVOCADO: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM EM UMA REVISÃO INTEGRATIVA DALITERATURA

RAFAELA BEDIN, ANA CLAUDIA BANAZESKI, DAIANE SCHUCK, ÉRICA DE BRITO PITILIN, TASSIANAPOTRICH, VANESSA APARECIDA GASPARIN

ACIDENTE DE TRABALHO NAS ÁREAS DE APOIO NO ÂMBITO HOSPITALAR

BRUNA VALMORBIDA, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA, SANDRA MARA MARIN

AÇÕES EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC

CHARMAINE COUTO, GEISA PERCIO DO PRADO, RENATA MENDONÇA RODRIGUES

1ANAMNESE E EXAME FÍSICO: FORMAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA

JÉSSICA COSTA MAIA, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, MARIANA MENDES, MARCIA DANIELI SCHIMITT,CARINE VENDRUCOLO, MARIA LUIZA BEVILAQUA BRUM

ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM E AUDITORIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

MARLOVA APARECIDA DE CAMPOS VIEIRA, ROSANA AMORA ASCARI, TANIA MARIA ASCARI,OLVANI MARTINS SIVA, GABRIELA HAHN

APLICAÇÃO DA ESCALA DE MORSE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

MAIARA ARIANE NICHEL, JULIANA WIEBLING, GÉSSICA STOCCO, FERNANDA KARLA METELSKI,OLVANI MARTINS SILVA, MONIQUE DONATO DE OLIVEIRA

APOIO E AJUDA AOS FAMILIARES DE PACIENTES ONCOLÓGICOS HOSPITALIZADOS

FABIANE DEBASTIANI, CAMILA GRIEBELER, JULYANE FELIPETTE LIMA, SILVIA SILVA DE SOUZA,ANA CAROLINA TEIXEIRA, MAYARA DE OLIVEIRA WALTER

AS PESQUISAS SOBRE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO NO ESTADO DE SANTA CATARINA,BRASIL

MARIANA SBEGHEN MENEGATTI, FRANCIELY DAIANA ENGEL, NARAIANE FERMINO, ANDRÉ LUCASMAFFISSONI, GABRIELA VICARI, ARNILDO KORB

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ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO DE ENFERMAGEM NOS SETORES QUE PRESTAM ASSISTÊNCIAAO PACIENTE CIRÚRGICO

VANESSA SCHORR, SÉRGIO MAUS JÚNIOR, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES, JÉSSICA COSTAMAIA, ARLETE NORONHA, LETÍCIA DE LIMA TRINDADE

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO FORTALECIMENTO DO CONTROLE SOCIAL: ANÁLISE DAPARTICIPAÇÃO NO NÍVEL MUNICIPAL

DIANE NEGRI, ADRIANA CRISTINA HILLESHEIM

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE SAÚDE POR PACIENTES RENAIS E A VISÃO DA ASSISTÊNCIA DEENFERMAGEM

CAMILA ZANESCO, ELISANGELA GIANCHINI, MARLENE PAZ, MANUELA POLETTO, DÉBORATAVARES REZENDE E SILVA ABATE

AVALIAÇÃO DO ERITROGRAMA DE PACIENTES COM MELANOMA CUTÂNEO PROVENIENTES DACIDADE DE CHAPECÓ – SC

ALEXSANDRA MARTINS SILVA, ALINE MÂNICA, MARGARETE DULCE BAGATINI

CAMPANHA DE DOAÇÃO DE LENÇOS: UMA FORMA DE CUIDADO INTEGRAL ÀS MULHERES

THAIS CRISTINA HERMES, MAUREM NOGUEIRA KELLING, MIRIAN ELLEN LUDKE BEDIN, JUCIMARFRIGO, SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI, DENISE ANTUNES AZAMBUJA ZOCHE

CARACTERIZAÇÃO DE CUIDADORES DE CRIANÇAS COM CÂNCER EM DOMICÍLIO

ALESSANDRA PAIZ, TASSIANA POTRICH, ÉRICA DE BRITO PITILIN, CRHIS NETTO DE BRUM,IASMIM CRISTINA ZILIO, CRISTAL GAZZONI

CARACTERIZAÇÃO DE MÃES QUE PRATICARAM O DESMAME PRECOCE

IASMIM CRISTINA ZILIO, TASSIANA POTRICH, GRACIELE BETTI, ÉRICA DE BRITO PITILIN, JOICEMOREIRA SCHMALFUSS, ALESSANDRA PAIZ

CENÁRIO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO À LUZ DA INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO: REVISÃODE LITERATURA

MARLUCI MAHLE, JUCIMAR FRIGO, SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI, DENISE ANTUNESAZAMBUJA ZOCHE

CIÊNCIAS SOCIAIS E ENFERMAGEM: DIALOGANDO SOBRE SEXUALIDADE POR MEIO DAMETODOLOGIA PROBLEMATIZADORA

RENATA DAICI RODRIGUES, LEANDRA BATISTA DE AZEVEDO, CRHIS NETTO DE BRUM, ARI JOSÉSARTORI, CLAUDETE GOMES SOARES

CONHECIMENTO DAS MULHERES SOBRE O PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) EO CÂNCER DOCOLO UTERINO

ANDRÉIA DAVEIGA, CAROLINE RITA TORTELI, DENISE ANTUNES DE AZAMBUJA ZOCCHE

CONHECIMENTO DE TRABALHADORAS DE UMA INDÚSTRIA FRIGORÍFICA ACERCA DOS EXAMESPARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE NEOPLASIAS

ELIANE HILHESHEIM, ROSANA AMORA ASCARI, NARAIANE FERMINO

CONSULTAS DE ENFERMAGEM PARA AVALIAÇÃO GLOBAL DA SAÚDE DA PESSOA IDOSA

MANOELLA SOUZA DO ROSARIO, CARLA WIECHORECK, GÉSSICA CRISTINA DOS SANTOSPARIZOTTO, CARLA ARGENTA, AMÁLIA DE FÁTIMA LUCENA

COTIDIANO FAMILIAR DA CRIANÇA COM CÂNCER: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

IASMIM CRISTINA ZILIO, TASSIANA POTRICH, CRHIS NETTO DE BRUM, ÉRICA DE BRITO PITILIN,CRISTALGAZZONI, ALESSANDRA PAIZ

DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

ADRIANE EISELE, ARIANE DA CRUZ GUEDES, JOICE MOREIRA SCHMALFUSS

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DOR NO PACIENTE CRÔNICO EM HEMODIÁLISE

LIGIANE PAULY, BRUNA BAUTITZ, FANIERLI BENEDETTI, MARLUCIMAHLE, ROSANA AMORAASCARI, OLVANI MARTINS DA SILVA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE FORTALECENDO VÍNCULOS E PROPICIANDO RESSIGNIFICAÇÕES: UMAEXPERIÊNCIA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

CAROLINA BERNARDO, SABRINA EICKHOFF, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO, MICHELALETÍCIA DA SILVA PERTILLE, SAIONARA VITÓRIA BARIMACKER

ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

MAIARA ARIANE NICHEL, MARINE TEREZINHA COSSA, MARIANA OLIVERIA BUENO, ANDREZACAZON, GICÉLIA PITTIGLIANI JORGE, OLVANI MARTINS DA SILVA

ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DE ESTUDANTES DO CURSO DE ENFERMAGEMDE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL

MARISA GOMESDOS SANTOS, JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT, TATIANEGAFFURI DA SILVA, TAIZA SBARDELOTTO, MARITANIA ORLANDI, ODILA MIGLIORINI

ENTREVISTA FENOMENOLÓGICA COM ADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS:POSSIBILIDADE PARA PRODUÇÃO DE DADOS EM ENFERMAGEM

CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, DHIANE TERRIBILE, LUANA PATRÍCIAVALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, JOSEANI BANDEIRA

EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA: INTEGRANDO PROFISSIONAIS E FORTALECENDO A ASSISTÊNCIA ÀSAÚDE

DENISE FINGER, CAMILA GRIEBELER, ELEANDRO OLIVEIRA, ANA KARLA SCHEIBNER, DAIANESCHUCK, JEANE BARROS DE SOUZA

ESPAÇOS E INICIATIVAS COMUNITÁRIAS COMO POTENCIAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NOPROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

MARIÂNGELA WEBER, LORIZETE GALLON, VANISE DAL PIVA, MARIA ELISABETH KLEBA

ESTIMULANDO A PREVENÇÃO DA SAÚDE DA MULHER: UMA PRÁTICA ACADÊMICA DE SALA DEESPERA

KELLY APARECIDA ZANELLA, VANILLA ELOÁ FRANCESCHI, ANGELA MARIAGOMES,TÁLITASANTOS , MARISA GOMES DOSSANTOS, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO

ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE) EM CURSOSDEGRADUAÇÃO: UM ESTUDO DESCRITIVO

MARITANIA ORLANDI, JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT, KÁTIA LILIAN SEDREZCELICH, MARISA GOMES DOS SANTOS, ODILA MIGLIORINI, TAIZE SBARDELOTTO

FACILIDADES DOS EDUCADORES AO DESENVOLVEREM A TEMÁTICA ORIENTAÇÃO SEXUAL NAESCOLA

JOSEANI BANDEIRA, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, TASSIANA POTRICH,JOICE SCHMALFFUSS

FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTEGRAVE: UMA NOVA FERRAMENTA EM SAÚDE DOTRABALHADOR

ÚRSSULA RITZEL, LETICIA DE LIMA TRINDADE, RODRIGO MOMOLI

FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM NA PERSPECTIVA COLETIVA: CONSTRUINDO VÍNCULOS ENTREENFERMEIROS(AS) E ACADÊMICOS(AS) EM ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

SABRINA EICKHOFF, CAROLINA BERNARDO, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO, MICHELALETÍCIA DA SILVA PERTILE, SAIONARA VITÓRIA BARIMACKER

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: UMRELATO DE EXPERIÊNCIA

VANESSA SCHORR, CAMILA MARCON, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, CARLA ARGENTA, JUSTINALORENZETTI, JACIRA BATISTA OLIVEIRA

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MULHERES EM IDADE FÉRTIL: PREVALÊNCIA DA MORTALIDADE NO ESTADO DO PARANÁ

TAIZE SBARDELOTTO, ÉRICA DE BRITO PITILIN, TASSIANA POTRICH, RAFAELA BEDIN, DAIANESCHUCK, GRAZIELI NUNES MACHADO

NATUREZA E TENDÊNCIA DAS PRODUÇÕES CIENTÍFICAS SOBRE A PATERNIDADE NAADOLESCÊNCIA

DHIANE TERRIBILE, LUANA PATRÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, TASSIANAPOTRICH, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, CRHIS NETTO DE BRUM

NÍVEL DE ESTRESSE DE UMA EQUIPE DE ENFERMAGEM DO SETOR DE NEUROLOGIA DE UMHOSPITAL PÚBLICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JÉSSICA ALVES, PAOLA MARITSSA DACOL, CAMILA PASQUALOTTO, LORRAINE CICHOWICZ,CLEIDE TONIOLLO

O CONHECIMENTO DE GESTANTES SOBRE OS CUIDADOS NO PERÍODO GRAVIDICOCONSIDERANDO OS MITOS E CRENÇAS

DULCE ANDRÉIA OLIVEIRA, JÉSSICA CARLETIMATTANA, MAYTHÊ CRISTINAJUNG,ALCIMARABENEDETT

O DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL NA ATENÇÃO HOSPITALAR APÓS A RESOLUÇÃO DO COFEN293/2004: UMA REVISÃO NARRATIVA

KEITY SAUANA TIBES, ANA GABRIELA CAVALCANTI CARNEIRO MONTEIRO, MARISTELA BOSCO,JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT, SILVIA SILVA DE SOUZA, TATIANA GAFFURIDA SILVA

O INÍCIO DAS AÇÕES DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM UM TERRITÓRIO DE SAÚDE DAFAMÍLIA

BRUNA VALMORBIDA, MAIARA ARIANE NICHEL, FERNANDA KARLA METELSKI

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE A CRIANÇAS E ADOLESCENTESHOSPITALIZADOS

THAIS PAVELSKI, LUCINEIA FERRAZ

O PROCESSO DE TRABALHO DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA DA INSERÇÃO DARESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM FLORIANÓPOLIS

GREICI CAPELLARI FABRIZZIO, ROBERTO ANTONIO FERREIRA CUNHA, MAYRA MANERICH,RENATA SCHIMDT SILVANO, YANÁ TAMARA TOMASI

O SIGNIFICADO DA PATERNIDADE PARA O SER-PAI-ADOLESCENDO: POSSIBILIDADE PARA OCUIDADO DE ENFERMAGEM

DHIANE TERRIBILE, LUANA PATRÍCIA VALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, TASSIANAPOTRICH, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, CRHIS NETTO DE BRUM

O TRABALHO DE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA RECUPERAÇÃO DE UM FUNCIONÁRIOAPÓS ACIDENTE DE TRABALHO

BRUNA RAQUEL KESSLER, ROSANA AMORA ASCARI, NARAIIANE FERMINO, CARINE PROVENSI

O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE NA SAÚDE DA CRIANÇA

ALESSANDRA PAIZ, TASSIANA POTRICH, ÉRICA DE BRITO PITILIN VANESSA APARECIDAGASPARIN, IASMIM CRISTINA ZILIO

O USO DE METÓDOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA PERCEPÇÃODE GRADUANDOS EM ENFERMAGEM

DAIANE SCHUCK, LEILA SCHMATZ, MARIZETE PIGATO TOLDO, JULIA VALÉRIA DE OLIVEIRAVARGAS BITENCOURT, KÁTIA LILIAN SEDREZ CELICH, LEONI ZENEVICZ

O VELHO TRANSFORMANDO-SE EM NOVO: UMA EXPERIENCIA DE EDUCAÇAO EM SAÚDE PARAHIPERTENSOS EDIABÉTICOS NA COMUNIDADE

THAISA CARLA SFREDO, ANA KARLA SCHEIBNER, ANGÉLICA ZANETTINI, CAMILA DERVANOSKI,MARIZETE PIGATO TOLDO, JEANE BARROS DE SOUZA

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ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE QUANTO AOUSO DE MEDICAMENTOS: REVISÃO INTEGRATIVA

JÉSSICA COSTA MAIA, GUSTAVO FELIPPE DA SILVA, OLVANI MARTINS DA SILVA

PESQUISA NARRATIVA SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO ACERCA DA ESPIRITUALIDADEEM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS

CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, DHIANE TERRIBILE, LUANA PATRÍCIAVALANDRO, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, MARIA ELISABETE CALADO RAMALHO SANTOS

POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO: INVESTIGANDO O CONHECIMENTO/DESCONHECIMENTODASPARTURIENTES

TAIANA ZANATTA PEDROSO, ANA GABRIELA CAVALCANTI CARNEIRO MONTEIRO, KEITY SAUANATIBES, MARISTELA BOSCO, JÚLIA VALÉRIA DE OLIVEIRA BITENCOURT, ALEXANDER GARCIAPARKER

PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM GESTANTES COMO PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃOINDUZIDA PELA GRAVIDEZ: REVISÃO INTEGRATIVA

CRISTIANE CARLA ALBRECHT, KÁREN REGINA GREGOLIN, DÉBORA CRISTINA FÁVERO, DÉBORATAVARES RESENDE E SILVA ABATE, ÉRICA DE BRITO PITILIN, JOICE MOREIRA SCHMALFUSS

PROBLEMATIZANDO SABERES COM AGENTES COMUNITÁRIAS(OS) DE SAÚDE: A EXPERIÊNCIADE GRADUANDAS(OS) EM ENFERMAGEM

TÁLITA SANTOS, MARISA GOMES DOS SANTOS, KELLY APARECIDA ZANELLA, CAMILADERVANOSKI, ANGELA MARIA GOMES, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO

PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE PREMATURIDADE TARDIA E A CONTRIBUIÇÃO PARA AASSISTÊNCIA EM SAÚDE

CAMILA PASQUALOTTO, CRISTIANE CASAROTTO, LUCINÉIA FERRAZ, ELISANGELA ARGENTAZANATTA, SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI

PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ABSENTEISTAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIOEM SANTA CATARINA, BRASIL

NÁDIA RUBIA HEYLMANN, ROSANA AMORA ASCARI, JERUSA FUMAGALLI SCHAFNUNES

PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DA ENFERMAGEM DA ATENÇÃO HOSPITALAREM EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE

CAMILA MARCON, VANESSA SCHORR, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, CARLA ARGENTA, ANA PAULAARALDI, KELI ASTRID HUBERT

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UMA POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NAPROMOÇÃO DE SAÚDE DOS ESCOLARES

LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA, DANIELE SCHOENINGER, PAOLA PRESSI, CLAUDETERAULINO, ANGÉLICA PAULA PARAVISI, SIMONE NOTHAFT

PROMOÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA RURAL NA ATENÇÃO DA ENFERMAGEM COMUNITÁRIA

BERNADETTE KREUTZ ERDTMANN, CARINE PROVENSI, LUIZ HENRIQUE DE CESARO

PROMOÇÃO DA SAÚDE EM COMUNIDADES RURAIS DO OESTE CATARINENSE ATRAVÉS DO USODE PLANTAS MEDICINAIS

KICIOSAN S. BERNARDI GALLI, ROBSON LOVISON, SARA PÍCCOLI

QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM: A ESPERANÇA QUE NUNCA CHOVA

SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, CRHIS NETTO DE BRUM, CÉLIA REGINA MACHADO RECKTENVALD,DHIANE TERRIBLE, JOSEANI BANDEIRA, MARIA ELISABETE CALADO RAMALHO DOS SANTOS

REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA ONCOLÓGICA EM CRIANÇAS

LUANA PATRÍCIA VALANDRO, CRHIS NETTO DE BRUM, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE, DHIANETERRIBILE, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS, MARIA ELISABETE RAMALHO DOS SANTOS

SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE NO TRABALHO EM UMA UNIDADEDE INTERNAÇÃO ONCOLÓGICA

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MAIARA BORDIGNON, JERUSA FUMAGALLI SCHAFNUNES, LETICIA DE LIMA TRINDADE

SENSIBILIZAÇÃO DO ENFERMEIRO COMO PROTAGONISTA DA ASSISTÊNCIA PRESTADA NOÂMBITO DA SAÚDE INFANTIL

VANESSA APARECIDA GASPARIN, TASSIANA POTRICH, ÉRICA DE BRITO PITILIN, RAFAELA BEDIN,ALESSANDRA PAIZ, IASMIM CRISTINA ZILIO

SÍNDROME DE BURNOUT, AVALIAÇÃO DA CARGA MENTAL NO TRABALHO: ESTUDO COMBOMBEIROS MILITARES, CIDADE DE XANXERÊ-SC

ANGÉLICA ZANETTINI, BRUNA TICYANE MÜLLER NARZETTI, VALÉRIA DE BETTIO MATTOS

UMA VIVENCIA ACADÊMICA DE PRÁTICA EMEDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM OLHAR APROXIMADO ÀSAÚDE DO HOMEM

CAMILA DERVANOSKI, VANILLA ELOÁ FRANCESCHI, TÁLITA SANTOS, MARISA GOMES DOSSANTOS, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO

VIOLÊNCIA FÍSICA E O TRABALHO DA ENFERMAGEM: OCORRÊNCIAS NO AMBIENTEHOSPITALAR

SÉRGIO MAUS JUNIOR, VANESSA SCHORR, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES, ARLETENORONHA, ÚRSSULA RITZEL, LETÍCIA DE LIMA TRINDADE

VIOLÊNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM SAÚDE – UMA ANÁLISE DALITERATURA

JEAN HENRIQUE KRÜGER, THAIS CRISTINA HERMES, ALANA CAMILA SCHNEIDE, CARINEVENDRUSCOLO, DAIANA KLOH, ELISANGELA ARGENTA ZANATTA

VIVÊNCIAS DA MONITORIA NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA: RELATO DEEXPERIÊNCIA

CARLA WIECHORECK, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES, EDLAMAR KÁTIA ADAMY, TANIA MARIAASCARI

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Artigos Originais

Resumos – Apresentações de Painéis

Vol.11,n.3,pp.46-47 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM VOLTADA APROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO DE IDOSOSCONFORME TEORIA DE DOROTHEA OREM

PAMELA MARAFON DO LAGO1, ANDRÉIA DO AMARAL1, MARÍNDIA ALVES DA COSTA1, ADRIANACRISTINA HILLISHEIM2, MAIRA TELLECHEA DA SILVA3

1. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ); 2. Enfermeira.Mestre em envelhecimento humano pela UPF. Docente do Curso de Enfermagem da (UNOCHAPECÓ). 3. Enfermeira. Mestre emEnfermagem pela UFSC. Docente do Curso de Enfermagem da (UNOCHAPECÓ).

RESUMOIntrodução: O presente estudo refere-se ao Trabalho deConclusão de Curso (TCC) realizado no período deFevereiro até Maio de 2015. Teve como tema centralpromover o autocuidado de idosos sem dificuldade delocomoção, com dificuldade de locomoção, e acamados,de forma direta, e indireta por meio dos cuidadores e dasACS (Agentes Comunitárias de Saúde)1. Orem (1991)2

identificou três classificações de sistemas deenfermagem para preencher os requisitos deautocuidado. Esses sistemas são: 1º o sistema totalmentecompensatório, 2º o sistema parcialmente compensatórioe o 3º sistema de apoio-educação. O sistema totalmentecompensatório é representado pela situação em que oindividuo é incapaz de “engajar- se nas ações deautocuidado que exigem deambulação autodirigida,controlada, e movimentos manipuladores ou daexistência da prescrição médica restringindo essaatividade”2. O enfermeiro, através de suas ações, vaiatuar na ação limitada do paciente conseguindo oautocuidado do mesmo, compensando sua incapacidadepara a atividade de autocuidado através do apoio e daproteção ao paciente1. O sistema parcialmentecompensatório é quando a situação na qual “tanto oenfermeiro quanto o” paciente desempenham as medidasde cuidado ou as outras ações envolvendo as tarefasmanipuladoras ou a deambulação2. O enfermeiro efetivaalgumas medidas de autocuidado pelo paciente,compensa suas limitações de autocuidado atendendo opaciente. O paciente age realizando algumas medidas deautocuidado que regulam suas atividades e aceita oatendimento e auxílio do enfermeiro1. O sistema deapoio-educação, o individuo “é capaz de desempenhar,ou pode e deve aprender a desempenhar as medidasexigidas pelo autocuidado terapêutico, externa ou

internamente orientada, mas não pode fazer isso semassistência”2. Ou seja, o enfermeiro promove ao pacientea capacidade de realizar o seu cuidado através daeducação. Objetivo: Promover o autocuidado dos idososcadastrados em um Centro de Saúde da Família (CSF)pertencente ao município de Chapecó-SC, a partir daassistência de enfermagem fundamentada na teoria deDorothea Orem. Metodologia: Trata- se de um projetode prática assistencial que está sendo desenvolvido no 1ºsemestre de 2015 em um CSF, pertencente ao municípiode Chapecó- SC. O público desta proposta assistencialsão os idosos,os cuidadores de idosos eas ACS queatuam nesse CSF, que concordaram em participar desseestudo de livre e espontânea vontade. Os critérios deinclusão adotados foram idosos de 60 anos ou mais, deambos os sexos, cadastrados no Sistema Único de Saúde(SUS). Para cada grupo de indivíduos foi estabelecidauma ação, conforme o Plano Assistencial desenvolvidoem 2014/2. Foram excluídos do estudo os idosossaudáveis que pertencem à área 132, pois segundo dadosdo Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) defevereiro de 2015, a quantidade de idosos dessa UnidadeBásica de Saúde (UBS) chega a 980, e devido ao poucotempo, o público total não seria alcançado. Foramaplicados questionários a todas as ACS (13), com oobjetivo de obter conhecimento sobre as maioresdúvidas das mesmas. A partir da análise dosquestionários, pudemos observar que a maior dificuldadeencontrada por elas durante uma visita domiciliar émanter um controle das medicações para que os idosostomem diariamente e nos horários certos juntamentecom a explicação da importância e benefício. Após serárealizada uma qualificação as agentes com entrega decertificado. Aos cuidadores (30) foram realizadas visitasdomiciliares com aplicação de questionário, a partirdessa visita será construída uma cartilha educativa com

Lago et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.46-47 (Ago - Out 2015)

BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

Edição Especial com os Anais da 76ª Semana Brasileira de Enfermagem 11ª Semana de Enfermagem ABEn SC – Núcleo Chapecó

entrega em domicílio. Aos idosos acamados (9) seráaplicado o processo de enfermagem segundo DorotheaOren com entrega do plano assistencial individual. Aosidosos com dificuldade de locomoção (34) foramrealizadas visitas domiciliares com orientação. Aosidosos sem dificuldade de locomoção da área 133,totalizando 428, foram elaborados convites com entregaatravés das ACS. O número total dessa área foi divididoem três, para a realização dos grupos em datasdiferentes, foram montadas oficinas educativasabordando os temas: medicação, prevenção de quedas,higiene e os 10 passos para uma alimentação saudável,além de dinâmicas e oferecimento de coffee break, sendorealizado no Centro Comunitário do Bairro Bela Vista.Na primeira oficina, realizada dia 16 de abr., a unidadenos disponibilizou o data show e uma técnica deenfermagem para aferir Pressão Arterial (PA) eHemoglicoteste (HGT), também participaram duasagentes comunitárias, das respectivas microáreasconvidadas, e a organizadora do centro. Participaram daoficina quarenta e dois idosos. Conforme foramchegando foi aferida PA e HGT, as 15hr se iniciaram aoficina, com encerramento as 16hr. No dia 22 de abr. serealizou a segunda oficina no centro comunitário, dessavez a enfermeira coordenadora não liberou uma técnicapara nos ajudar, por conta disso, tendo que aferir PA eHGT, a oficina iniciou as 15hr e 15min comencerramento as 16hr 15min. Contamos com a presençade nove idosos, além de um acompanhante, a zeladorado centro comunitário e a ACS responsável pelamicroárea convidada. Resultados: Todas as ACS (13)concordaram em participar da qualificação, nossa metapara essa ação é que 100% das agentes compareçam aoencontro. A partir das visitas aos cuidadores (30), essaação será alcançada se 100% destes forem devidamenteorientados com a cartilha educativa. Para a ação com osidosos acamados, a meta será atingida se 100%receberem o plano assistencial. Aos idosos comdificuldade de locomoção (34), a meta será alcançada se100% desses idosos forem orientados em domicílio. Epara os idosos sem dificuldade de locomoção (428), ameta será atingida se 50% (214) desses idososparticiparem das oficinas. Conclusão e contribuiçõespara a enfermagem: Conforme as ações foram sendocumpridas percebeu-se a capacidade dos idosos emrealizar o autocuidado, durante as atividades educativas,por exemplo, os idosos colaboraram para a construçãodo conhecimento em grupo, fundamentado em umaeducação libertadora mediante o diálogo participativo,todos de certa forma contribuíram para a formação dosaber, aprenderam e ensinaram. Mas às vezes, algunsfatores se manifestam, os quais prejudicam esse processode se autocuidar, nesses casos, os idosos (acamados oucom dificuldade de locomoção) acabam precisando deauxílio para realizar as atividades diárias. Os cuidadores

são as pessoas que fornecem esse auxílio, e as ACSestabelecem o elo entre os usuários e a UBS, levando aoenfermeiro as situações emergentes, de maiorcomplexidade, onde se necessita uma atenção maior.

Palavras-Chave: Cuidados de enfermagem, Promoçãoda saúde, Autocuidado.

REFERÊNCIAS[1] George-Julia B.Teorias de enfermagem: Os fundamentos

para a prática profissional. 4ª edição. Porto Alegre: ArtesMédicas. 2000.

[2] Orem-Dorothea E. Nursing: Concept sof practice.Missouri: Mosby. 1991.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

A CONTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA DE PROTEÇÃORESPIRATÓRIA PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR

FRANCIELI PERI1, ROSANA AMORA ASCARI2, CALANDRA REGINA ZOTTI3

1. Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho pelo CENSUPEG; 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pelaUFRGS. Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC. Membro do Grupo de Estudos sobre Saúde e Trabalho; 3.Acadêmica de Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: O Programa de Proteção Respiratória(PPR) teve origem decorrente das atividades realizadaspor trabalhadores expostos a agentes nocivos ao sistemarespiratório. O PPR através da Instrução Normativa n° 1de 11 de abril de 1994, emitida pelo Ministério doTrabalho, normatiza um regulamento técnico sobre o usode equipamentos de proteção respiratória (EPR), e quetodo o empregador deverá adotar um conjunto demedidas, tendo por finalidade adequar à utilização doEPR quando se fizer necessário, para que secomplemente as medidas de proteção eletivasimplementadas e/ou garantir total proteção para com otrabalhador contra os riscos que são existentes no âmbitoprofissional. Esta normativa, ainda assegura que todo otrabalhador que está exposto a um potencial de riscorespiratório tenha a proteção adequada e que sejadevidamente treinado para que faça a aplicabilidade,inspeção, manutenção e uso de cada equipamento deproteção respiratória. O referido programa deve abrangertodos os locais de trabalho onde haja a possível liberaçãode contaminantes atmosféricos, tais como fumos,neblina, névoas, poeira, gases e vapores. Dessa forma, ostrabalhadores serão monitorados e avaliados para quetenha obtenção de dados e informações suficientes paraque se identifiquem os níveis de exposição que possamser prejudiciais à saúde do trabalhador, tendo sempre ointuito de preservar a mesma. Para os própriostrabalhadores, o PPR representa a oportunidade de tercondições de trabalho adequadas para manter sua saúde,e a melhor forma disso ocorrer, é ele ter conhecimentodos seus direitos e deveres. Objetivo: O objetivo desteestudo é identificar a contribuição do Programa deProteção Respiratória (PPR) à preservação da saúde dotrabalhador. Metodologia: Trata-se de um estudoqualitativo, de revisão bibliográfica, desenvolvidamediante material já elaborado, como artigos científicos,cartilhas, manuais, Leis, Normas Regulamentadoras etrabalhos de conclusão de curso. Para a realização deste

estudo foi realizado um levantamento de pesquisasatravés de bancos de dados disponíveis eletronicamentena Biblioteca Virtual em Saúde nas bases: ScientificElectronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS)e site do Ministério do Trabalho e Saúde. Para seleçãodos artigos utilizou-se como critérios de inclusão arelevância do estudo, publicados em língua portuguesa,entre os anos 2001 a 2012 e Brasil como país depublicação, leis e normas publicadas no diário oficial daunião. Como critérios de exclusão inutilizaram-se osartigos pagos para disponibilização online e osmanuscritos duplicados. Os descritores utilizados para abusca dos manuscritos foram: “Doença Ocupacional”,“Acidente de trabalho”, “Programa de ProteçãoRespiratória”, “Saúde do trabalhador”. Os artigos emanuscritos foram acessados através de consulta emperiódicos nacionais de revistas indexadas, e leis doMinistério do Trabalho e Emprego e também doMinistério da Saúde. Na sequência foi realizada a leiturados títulos e resumos para verificar se existiam ou nãoinformações pertinentes ao tema proposto e de acordocom o objetivo do estudo, sendo que se identificou 15(quinze) obras pertinentes ao estudo as quais foramincluídas nesta revisão. Os manuscritos selecionadosforam lidos na íntegra e os dados transcritos para umformulário desenvolvido para a tabulação dos dados. Osdados coletados sofreram análise descritiva. Resultadose Discussão: Os resultados apontam que todos osautores dos manuscritos selecionados concordam emdiversos âmbitos do programa de proteção respiratória.Para que os agentes nocivos causem algum dano à saúde,é necessário que estejam acima de uma determinadaconcentração e que o tempo de exposição seja suficientepara causar danos, além, de que outros fatores tambéminterferem como a genética, idade, exposições anteriorese hábitos pessoais como fumo, álcool, o uso demedicamentos ou uso de outras drogas1. Outro estudoanalisa o resultado de uma associação entre o uso de

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fogão a lenha e a existência de sinais e sintomasrespiratórios, e esses resultados apenas confirmam o jáconhecido risco da exposição passiva à fumaça2. Alémdisso, as manifestações se mostraram associadas aobaixo nível socioeconômico, baixa escolaridade e o usode desinfetantes. No presente estudo, Costa et al,confirma que o tabagismo é apontado como o grandepromotor e fator aditivo para o desenvolvimentogradativo de manifestações e doenças do aparelhorespiratório. Em um determinado estudo sobre a sílica(mineral dióxido de silício), a inalação do seu pó causa asilicose. No que se refere ao tempo e intensidade deexposição, foi constatado que os efeitos tóxicos da sílicano organismo humano dependem do tipo de exposição edo tipo de resposta orgânica3. Em condições normais, apoeira é impedida de progredir através do sistemarespiratório e/ou expelida por esse, com ajuda do mucoproduzido na região traqueobrônquica. Na situação deexposição ocupacional, a inalação de poeira é intensa eduradoura, frequentemente ultrapassando os limites dereparação do organismo, sendo que o estímulocontinuado na região traqueobrônquica gera umahipertrofia das estruturas produtoras de muco. Nasituação de exposição ocupacional, a inalação de poeiraé intensa e duradoura, e frequentemente ultrapassa oslimites de reparação do organismo; sendo que o estímulocontinuado na região traqueobrônquica gera umahipertrofia (aumento quantitativo dos constituintes e dasfunções celulares, o que provoca aumento das células eórgãos afetados) da estrutura produtora de muco. Essesagravos não acontecem se as normas no PPR foremrespeitadas e seguidas. Os equipamentos de proteçãorespiratória devem entrar em cena quando o contato comos agentes não é possível de ser eliminado. Só assim, otrabalhador estará protegido. Todavia, em um estudosobre a exposição à poeira em construções4, foiobservado que em grande parte das atividadespesquisadas os trabalhadores não utilizavam osequipamentos de proteção respiratória ou sebeneficiavam de medidas de controle para redução daconcentração de poeiras no ambiente, ainda nas poucasvezes em que algum deles utilizava uma máscara, ou amáscara não era a adequada ou a mesma já não vinhasendo substituída há muito tempo, não proporcionando aproteção esperada. Estudos sinalizaram que muitasvezes, o problema não é pela falta dos equipamentos deproteção respiratória, mas alguns dos própriostrabalhadores não as utilizam por diversas razões: porfalta de uma melhor orientação quanto à importância dasmesmas, por não saber que existiam máscaras nocanteiro e/ou por achar que a sua utilização osincomodaria e atrapalharia suas atividades normais. Nomanual do PPR, que constitui parte integrante daInstrução Normativa n° 1 de 11 de abril de 1994, estãodescritas as responsabilidades de cada envolvido no

processo. Sendo estes envolvidos: empregador, gerênciae supervisão, usuários de respiradores, segurança dotrabalho e saúde ocupacional. O resultado esperado doPPR é que todo funcionário exposto a um riscorespiratório tenha proteção adequada. “O combate àdoença deve ser sempre prevencionista e a utilização derespiradores, quando de forma adequada, diminui aexposição do trabalhador a níveis não prejudiciais asaúde” 5. Considerações finais e Contribuições para aEnfermagem: Pode-se considerar que o Programa deProteção Respiratória contribui para a preservação dasaúde do trabalhador, pelo mesmo, apresentar em sualegislação todas as medidas que são necessárias para aproteção respiratória dos trabalhadores; Porém énecessário que as mesmas sejam cumpridas para que setenha um número elevado de colaboradores saudáveis. Aeficácia do programa normalmente é percebida quandonos exames periódicos o trabalhador não apresentanenhuma doença respiratória ocupacional. Oconhecimento do trabalhador em relação ao programatem papel fundamental neste processo, uma vez que, aosaber dos riscos presentes no local de trabalho, daspossibilidades de proteção e dos deveres que temenquanto trabalhador tende a segui-los. O método maisadequado de conscientização dos trabalhadores é otreinamento. Portanto, se faz necessário que as empresasinvistam no desenvolvimento do PPR e proporcionemcondições adequadas aos seus trabalhadores para que semantenham saudáveis e produtivos contribuindo para aminimização das demandas em saúde no Brasil.

Palavras-Chave: Cuidados de enfermagem, Promoçãoda saúde, Autocuidado.

REFERÊNCIAS

[1] Grupo Altec. Cartilha de Proteção Respiratória. 2010; 68 p.Disponível em:http://www.slideshare.net/prevencaonline/cartilha-de-proteo-respiratria

[2] Costa M, Teixeira PJZ, Freitas PF. Manifestaçõesrespiratórias e doenças de vias aéreas: prevalência efatores de risco em suinocultores de Braço do Norte,Santa Catarina. J Bras Pneumol [online]. 2007;33(4):380-8. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v33n4/v33n4a06.pdf

[3] Brasil. Ministério da Saúde. O mapa da exposição àsílica no Brasil. Coordenação Geral Fátima Sueli NetoRibeiro. - Rio de Janeiro: UERJ, Ministério da Saúde,2010. 94 p. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/mapa_exposicao_silica_brasil.pdf

[4] Souza VF, Quelhas OLG. Avaliação e controle daexposição ocupacional à poeira na indústria da

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construção. Ciênc Saúde Coletiva. 2003; 8(3):801-7.Disponível em:www.scielo.br/pdf/csc/v8n3/17460.pdf

[5] Fernandes RP. Informativo Técnico.1(21). Janeiro 2005.3 M do Brasil Ltda. Disponível em: solutions.3m.com.br› ... › Saúde Ocupacional (EPI)

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

A EFETIVIDADE DO QUINTO OBJETIVO DO MILÊNIOEM SANTA CATARINA: CONSEGUIREMOSENFRENTAR A MORTALIDADE MATERNA?

VANESSA APARECIDA GASPARIN1, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2, DANIELA SAVIGEREMIA3, RAFAELA BEDIN4, CAROLINA BERNARDO4, SABRINA EICKHOFF4

1. Acadêmica do 9º período do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campusChapecó/SC; 2. Doutorando em Enfermagem pela UFSC. Professor Assistente da UFFS, campus Chapecó/SC; 3. Doutora em SaúdeColetiva pela Universidade do estado do Rio de Janeiro – UERJ. Professora Adjunta da UFFS, campus Chapecó/SC; 4. Acadêmicado 9º período do Curso de Bacharelado em Enfermagem da UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: Ao longo das últimas décadas, avançou-sesubstancialmente na compreensão da saúde da mulher,emergindo aspectos que transcendem a dimensãobiológica. Um exemplo disso foi a criação econsolidação de políticas e programas nacionais quevisionaram a mulher em todo seu ciclo de vida. A saúdefeminina se tornou um desafio a ser alcançado e acaboupor instigar a formulação do quinto objetivo do milênio,elencado no ano 2000, o qual contempla a melhoria dasaúde das gestantes. O quinto objetivo do milênio visa amelhoria da saúde desta população, a partir de duasmetas: reduzir em três quartos a taxa de mortalidadematerna, entre 1990 e 2005 e alcançar, até 2015, oacesso universal à saúde reprodutiva1. Neste estudo,vislumbrar-se-á a primeira meta, visto que apresenta osíndices mais preocupantes em território nacional emundial. Meio milhão de mulheres morre anualmenteem decorrência de complicações durante a gravidez ou oparto, 99% em países em desenvolvimento. No Brasil ataxa de mortalidade materna corresponde a 75 por 100mil nascidos vivos e em Santa Catarina no ano 2012, ataxa de mortalidade chegou a 36 por 100 mil nascidos.Este índice vem apresentando diminuição a passoslentos, apesar de a grande maioria das mortes ainda serpor causas evitáveis. Todos os anos, mais de 1 milhão decrianças ficam órfãs de mãe. As crianças que perdem amãe têm até dez vezes mais probabilidade de morrerprematuramente do que as que têm mãe2, o que implicanão somente nos crescentes índices de mortalidadematerna, mas também nas taxas de morbimortalidadeinfantil. Objetivo: Analisar o cumprimento no Estado deSanta Catarina, Brasil, de uma das metas do quintoobjetivo do milênio, referente à mortalidade materna, nodecorrer dos 12 anos após a largada na busca pelo

cumprimento de todos os objetivos traçados no ano2000. Método: Trata-se de um estudo de pesquisaquantitativo, documental, descritivo e exploratório,realizado a partir da análise de dados secundários sobreo quinto objetivo do milênio no estado de SantaCatarina. Para analisar o cumprimento das metas doquinto Objetivo do Desenvolvimento Milênio foramobtidos dados junto a Sala de Apoio a Gestão Estratégica(SAGE) e do Portal de Acompanhamento Brasileiro dosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), e orecorte temporal não pôde ser delineado em anos maisatuais visto que as bases de dados só apresentamresultados até o ano de 2012. Elegeram-se doisindicadores foco: taxa de mortalidade materna e opercentual de gestantes com respectivas consultas pré-natal. Para discussão dos dados extraídos das basessupracitadas, utilizou-se textos de uma pesquisabibliográfica complementar, assistemática e narrativa,direcionada por conveniência para o objeto de estudo.Como o estudo procedeu-se a partir de dadossecundários obtidos em Sistemas de Informação emSaúde, houve atenção aos preceitos éticos vigentes pelorespeito ao anonimato de quem produz os dados e sobrequem individualmente eles se referem, e com acessoonline garantido pela legislação de acesso livre ainformação vigente em território brasileiro. Logo, nãofoi necessário submetê-lo à um Comitê de Ética emPesquisa com Seres Humanos, embora todas aspremissas da Resolução 466/2012 foram consideradas.Resultados: Segundo a Classificação Internacional deDoenças (CID 10 revisão) a morte materna correspondea morte da mulher durante a gestação ou até 42 dias apósseu término independentemente da localização ouduração da gravidez, sendo resultante de qualquer açãoagravada pela gravidez ou por medidas tomadas emrelação a ela, não considerando morte materna aquelas

Gasparin et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.51-52 (Ago - Out 2015)

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por causas acidentais ou incidentais.3 Sabe-se que a taxade mortalidade materna máxima recomendada pelaOrganização Panamericana de Saúde – OPAS é de 20óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. Porém,considerando que o quinto objetivo do milênio é reduzirem ¾ a taxa de mortalidade de 1990 a 2015, e que em1990 os índices eram de aproximadamente 140 mortesmaternas por 100 mil nascidos vivos, o país precisariaatingir 35 mortes maternas por 100 mil nascidos vivosaté o ano 20154. Considerando os achados de 1996,podemos perceber que em Santa Catarina, essa taxa jáalcançava índices bem menores, cerca de 44,9 por 100mil nascidos vivos, já em 2003 essa índice alcançou amaior taxa, 52,9 óbitos por 100 mil nascidos vivos, e em2009 chegaram próximo ao preconizado pela OPAS,22,8. O último dado encontrado é referente ao ano 2012com 36 óbitos por 100 mil nascidos. Sendo assim, oestado alcançou apenas 26,2% da meta referente àredução da mortalidade materna em três quartos até oano citado1. As principais causas de óbito estãorelacionadas as doenças hipertensivas especialmente naregião sul do Brasil, seguidas pelas causas hemorrágicase infecciosas. Essas patologias correspondem a 95% doscasos de morte materna, que seriam evitáveis diante deuma equipe preparada e qualificada que estabeleçaintervenções efetivas diante de complicações noperíodo gestacional, porém, vale ressaltar que essesíndices também estão relacionados com a situaçãoeconômica e social, bem como o acesso aos serviços desaúde.3No que tange ao acesso e a frequência do pré-natal pelas gestantes, o Ministério da Saúde preconizaque sejam realizadas no mínimo 6 consultas nesseperíodo, sendo que quanto maior o número de consultasmais seguro será o desenvolvimento da gestação.5ASAGE, aponta os índices de gestantes que realizaramsete ou mais consultas no pré-natal/ano, no decorrer dosanos: ano 2000 – 43,68%, 2001 – 48,6%, 2002 –53,44%, 2003 – 56,3%, 2004 – 60,3%, 2005 – 63,07%,2006 – 65,26%, 2007 – 66,47%, 2008 – 68,17%, 2009 –67,64%, 2010 – 69,68%, 2011 – 68,75% e 2012 –69,22%.A realização adequada do pré-natal é de extremaimportância para identificar os riscos potenciais (depreferência precocemente, antes da 12ª semana degestação), garantir um suporte nutricional adequado,reconhecer e tratar intercorrências e oferecer imunizaçãoa gestante, visando diminuir os riscos obstétricos. Alémdisso, esse espaço tem função de fornecer orientaçõessobre o período da gestação, parto e puerpério,demonstrando técnicas de relaxamento e fisioterapia quereduzem a ansiedade da gestante, bem como o númerode cesáreas5. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: O estudo demonstrou que mesmo apassos lentos, caminha-se em direção ao aumento dosíndices de usuárias que realizam mais de seis consultasdurante o pré-natal e também a diminuição progressiva

da taxa de mortalidade materna. Percebe-se que amaiorias das causas de óbito são podem ser evitadas, oque reforça a necessidade de um pré-natal de qualidade.Embora as políticas, pactos e estratégias de saúde, emrelação à saúde da mulher estejam avançando em suasperspectivas, ainda assim, há o indicativo de nãoconseguirmos atingirmos a meta de reduzir amortalidade materna até o ano de 2015. A participaçãoda Enfermagem no âmbito da prevenção da mortalidadematerna deve ser a de exercer as ações de promoção desaúde e prevenção de agravos com qualidade,assegurando uma assistência humanizada livre denegligencia, imperícia e imprudência, ações estas quevisam reforçar os princípios vigentes do Sistema Únicode Saúde (SUS), bem como desenvolverqualificadamente as demais ações educativas, depesquisa, assistenciais, da gerencia dos serviços paracontribuir favoravelmente para a redução da mortalidadedessa população.

Palavras-Chave: Mortalidade Materna, IndicadoresBásicos de Saúde, Saúde da Mulher.

REFERÊNCIAS

[1] Portal de Acompanhamento Brasileiro dos Objetivos deDesenvolvimento do Milênio. Relatório Dinâmico:Monitoramento de indicadores. Perfil estadual de SantaCatarina. Disponível em:http://www.relatoriosdinamicos.com.br/portalodm/5-melhorar-a-saude-das-gestantes/BRA004042/santa-catarina

[2] Organização das Nações Unidas. Relatório sobre osObjetivos de Desenvolvimento do Milénio 2013.Disponível em:www.unric.org/html/portuguese/mdg/MDG-PT-2013.pdf

[3] Sombrio SN, Simões PW, Medeiros LR, Silva FR, SilvaBR, Rosa MI, et al. Razão de mortalidade materna naregião sul do Brasil no período de 1996 a 2005. ArquivosCatarinenses de Medicina. 2011; 40(3):56-62.

[4] Souza, JP. Mortalidade materna no Brasil: a necessidadede fortalecer os sistemas de saúde. Rev Bras GinecolObstet. 2011; 33(10):273-79.

[5] Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica:atenção ao pré-natal de baixo risco. 1º ed. Brasília:Ministério da Saúde. 2012.

Vol.11,n.3,pp.53-55 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

A UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIAPROBLEMATIZADORA EM UM PROJETO DE

EXTENSÃO VOLTADO A CRIANÇASLUANA PATRÍCIA VALANDRO1, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS1, MARIA ELISABETE RAMALHO DOS SANTOS1,ANGÉLICA ZANETTINI1, CRHIS NETTO DE BRUM2, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE3

1. Acadêmico de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). 2 Acadêmico de enfermagem da UniversidadeFederal da Fronteira Sul (UFFS); 2. Docente, Doutoranda, Professora do curso de graduação em enfermagem da UniversidadeFederal da Fronteira Sul (UFFS, SC). Vice-líder do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 3.Docente, Doutorando. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC.

RESUMOIntrodução: A infância constitui-se como uma etapavital do processo de desenvolvimento do humano1. Nesteperíodo, a aproximação com profissionais da área saúde,em especial, com o profissional enfermeiro, é oportuna,uma vez que este tem a prerrogativa de modo a auxiliarna promoção da qualidade de vida, além de possibilitaruma infância saudável. Entretanto, para que ocorra apromoção da saúde nesta etapa do desenvolvimento, énecessário o estabelecimento do vínculo entre a criança eo profissional enfermeiro2,3. Um meio estabelecer esteprocesso poderá estar permeado pela utilização doreferencial da metodologia problematizadora. Estametodologia contribui para o processo de promoção dasaúde, uma vez que, a sua base teórica parte de umaproblemática, atendendo as necessidades existentes nocotidiano dos sujeitos4,5, especialmente no contextoinfantil ao permitir que a criança expresse seussentimentos e anseios sobre suas vivências eexperiências, propondo conjuntamente com oprofissional ações para um viver saudável. Objetivo:Relatar a experiência da utilização da metodologiaproblematizadora em um projeto de extensão intituladoInfância Saudável: Promovendo Saúde para Criança.Método: O projeto foi desenvolvido por acadêmicas eprofessoras do curso de graduação em enfermagem daUniversidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó(UFFS, SC), em uma das instituições da Secretária deAssistência Social de Chapecó (SEASC), por meio detrês oficinas que foram trabalhadas ao longo do ano de2014. Anteriormente as oficinas, realizaram-se estudosem materiais científicos sobre a metodologiaproblematizadora, para embasar e nortear as oficinas.Após, foram realizadas reuniões com a coordenadora daSEASC e com o coordenador da unidade onde o projetofoi aplicado, para explicar as propostas de trabalho. Um

primeiro contato foi realizado com as crianças, as quaisforam encaminhadas por meio de assistentes sociaisdevido a sua situação de vulnerabilidade social, com ointuito de conhecê-las e explicar a proposta do projeto deextensão e como ele desenvolvido ao longo do ano. Amédia da idade das crianças que integraram as oficinasfoi nove anos de idade, as quais foram divididas em doisgrupos devidos aos turnos de permanência da criança nainstituição, quais sejam, período matutino e períodovespertino. Os temas abordados nas oficinas foram pré-estabelecidos anteriormente, a fim de atender asnecessidades apontadas pela coordenação da SEASC:alimentação saudável, aspectos fisiológicos do corpohumano, higiene, violência e bulling. Entretanto, para aconstrução das oficinas foram realizadas as buscas emmateriais científicos, a fim de possibilitar que cadaoficina tivesse o intuito de atender as necessidades dascrianças. Uma vez que, ao se trabalhar com ametodologia problematizadora torna-se necessário, aolançar uma problemática, para que os pontos chavessobre o problema emerja das próprias crianças, pois elasdevem a partir de suas vivências apontarem as demandasa serem trabalhados sobre o tema. A constituição dametodologia problematizadora tem sua base no contextoda realidade, e a partir disso, torna-se possível aenfermagem identificar e planejar ações em saúde queatendam as demandas de cuidado específicas. O caminhopercorrido com a metodologia problematizadora, inicia-se com a observação da realidade e a definição doproblema de estudo, do qual é possível levantar pontoschaves para a teorização e construção da hipótese desolução, de forma a possibilitar a construção de umaintervenção que atenda ao problema proposto. Éimportante ressaltar, que para o desenvolvimento dasoficinas foi utilizado como meio de aproximação com atemática a ludicidade, por meio de dinâmicas eatividades criativas, permitindo a interação das crianças.

Valandro et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.53-55 (Ago - Out 2015)

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Ao final de cada oficina foi realizada uma avaliaçãoprocessual do encontro, com o intuito de perceber se aoficina possibilitou uma melhor interação da criançacom o tema abordado. A avaliação processual constituiu-se de dois momentos, por meio da integração com osfacilitadores (acadêmicos e professores da UFFS) e aaplicação de um instrumento que abordava questõessobre a vivência da oficina, a partir de desenhos defaces, exposto sentimento de alegria, indiferença etristeza, além de um espaço para sugestões, no qual erana maioria das vezes, as crianças relatavam verbalmentesuas sugestões aos facilitadores. Resultados: As oficinasdo projeto foram desenvolvidas utilizando os passos dametodologia problematizadora. A observação darealidade, que constitui a primeira etapa do método, foirealizada no encontro de apresentação do projeto para ascrianças, onde foi possível conhecer o público que seriaatendido. Já a segunda etapa da metodologiaproblematizadora, que se trata da definição dosproblemas de estudo, já havia sido realizada pelasacadêmicas previamente. Isto ocorreu a partir dasnecessidades trazidas pela própria SEASC e estudos emmateriais científicos. Na primeira oficina foi abordado otema alimentação saudável. Como a primeira e asegunda etapa do método já haviam sido realizadas,partiu-se para a terceira etapa, que se trata da teorizaçãodo assunto. Para isso, foi utilizada a dinâmica“montando o prato saudável”, baseado em um artigocientifico, onde as crianças deveriam montar um pratoutilizando figuras de alimentos da forma que julgavamser adequada. Foi promovido um momento de debate aofinal da atividade, a fim de fazer com que as criançasrefletissem sobre os pratos montados. Esta foi a quartaetapa do método, chamada de elaboração de hipóteses.Houve discordância entre os relatos das crianças sobre oque julgavam ser saudável e entre os alimentos que elasmesmas escolhiam para seus pratos, de modo que osalimentos escolhidos eram em grande maioriaindustrializados. Por fim, a quinta etapa, denominadacomo modificação da realidade, se deu no momento defechamento da oficina, onde foi feito um feedback doencontro e debate sobre possíveis formas de possuir umaalimentação mais saudável. Já na segunda oficina, foramunidos os temas aspectos fisiológicos do corpo humano ehigiene. Da mesma forma que a oficina anterior, como aprimeira e a segunda etapa do método já haviam sidorealizadas, iniciou-se pela terceira etapa. Assim, para ateorização dos assuntos, utilizou-se uma dinâmica queconstituía na construção do corpo humano pelascrianças. Com uma música de fundo, as criançasdeveriam jogar um balão umas para as outras e quando amúsica parava, a respectiva criança deveria pegar umafigura no centro do grupo e coloca-la no corpo humano,desenhado em um papel, explicando qual sua opiniãosobre a finalidade daquele órgão e o que poderia ser feito

para cuidá-lo. A partir disso, foi possível levantar ashipóteses de solução, por meio da discussão de práticassaudáveis que poderiam auxiliar para o cuidado do corpoe da saúde. E por fim, a modificação da realidade se deuno fechamento do encontro, onde foi debatido sobrequais praticas poderiam ser realizadas para auxiliar nobem-estar. Já a terceira oficina, igualmente iniciou-sepela terceira etapa do método. Neste encontro foramtrabalhados os temas violência e bulling. Para ateorização dos assuntos, utilizou-se a dinâmica “varal daviolência” baseada em um manual encontrado pelasacadêmicas. As crianças foram divididas em grupos ecada um deveria responder em forma de desenho ouescrita as seguintes questões: "Que violências sãopraticadas contra mim?”, “Quais violências que eupratico?”, “Como eu sinto quando pratico violência?”,“Como eu sinto quando violência é praticada contramim?”. Logo após respondidas as questões, as criançasdeveriam colocar as respostas presas em um varal nocentro do grupo para que todos observassem. Foipromovido um momento de discussão das respostas elevantamento de hipóteses de solução para os problemasencontrados. As crianças relataram diversos tipos deviolência, observados na escola, televisão e no meiofamiliar. E por fim, a modificação da realidade ocorreu apartir da discussão das atitudes e ações que poderiamevitar a violência. De forma geral, a metodologiaproblematizadora auxiliou na condução dos temas, jáque a construção do encontro ocorre a partir dasnecessidades dos participantes. Além disso, asavaliações que foram desenvolvidas ao final de cadaoficina, por meio do instrumento de avaliação, tambémexpressaram a satisfação das mesmas com as oficinas.As avaliações de modo geral possuíam opiniõespositivas. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: O estudo da metodologiaproblematizadora foi de grande importância paratrabalhar próximo a realidade das crianças. Por meiodela foi possível abordar as dúvidas e sugestõesapontadas pelos próprios participantes e desta formaatrair maior atenção para a oficina. Como as criançaspossuem uma grande energia e vontade de desenvolverbrincadeiras, a soma da metodologia problematizadora edo método lúdico facilitou a abordagem dos facilitadoresda dinâmica. Deste modo, a partir das avaliações dascrianças e da própria instituição o qual o projeto foidesenvolvido, aponta-se que as temáticas trabalhadasressaltam a necessidade de realização de intervenções deprofissionais da saúde com o intuito de promover asaúde de forma contínua. A utilização da metodologiaproblematizadora permite auxiliar no desenvolvimentodas ações da enfermagem, de forma que permiteidentificar as necessidades da comunidade, em especialas das crianças, e possibilitando a construção desoluções para o problema apresentado. Assim, ao

Valandro et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.53-55 (Ago - Out 2015)

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conhecer os problemas que mais se destacam, pode-seplanejar e desenvolver estratégias voltadas a atenderestas demandas.

Palavras-Chave: Saúde da criança, Enfermagem,Educação em saúde

REFERÊNCIAS

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[2] Souza LM, Wegner W, Gorini MIPC. Educação emSaúde: uma estratégia de cuidado ao cuidador leigo. RevLatino-Am Enfermagem. 2007; 15(2): 337-43.

[3] Coscrato G, Pina JC, Mello DF. Utilização de atividadeslúdicas na educação em saúde: uma revisão integrativada literatura. Acta Pal Enferm. 2010; 23(2): 257-63.

[4] Zuge SS, Padoin SMM, Brum CN, Tronco CS. Ametodologia problematizadora na prevenção de acidentesem central de material e esterilização. Cogitare Enferm2012; 17(1):162-5.

[5] Brum CN, Zuge SS, Brum NA, Carvalho LC. Educaçãopreventiva com deficientes auditivos: desafio paraprofissionais da saúde e educação. REAS 2013; 2(2):99-106.

Vol.11,n.3,pp.56-57 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

A UTILIZAÇÃO DO CONCEITO DE VULNERABILIDADEEM UM PROJETO DE EXTENSÃO VOLTADO A

ADOLESCENTESMARINEZ SOSTER DOS SANTOS1, LUANA PATRÍCIA VALANDRO1, CRHIS NETTO DE BRUM2,SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE3

1. Discente da 9ª fase do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó; 2. Docente,Doutoranda, Professora do Curso de Enfermagem da UFFS, campus Chapecó; 3. Docente, Doutorando. Integrante do Grupo deEstudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC.

RESUMOIntrodução: O conceito de adolescência surge no séculoXX e a partir disso tem-se um reconhecimento das suasnecessidades e características biológicas, psicológicas esociais. No Brasil a Hebiatra, campo do conhecimentoque estuda o processo de saúde e doença naadolescência, existe no Brasil desde 1974, quando sepercebeu que a fase da adolescência detinhaparticularidades e especificidades distintas da infância eda adulta. Nesse sentido, definiu-se essa etapa da vidacomo o período de transição da infância à idade adulta1.A adolescência envolve diferentes perspectivas, taiscomo a cronológica, a do desenvolvimento físico,sociológico, psicológico, ou da combinação dosmesmos. Sendo que a combinação desses aspectos podetornar o adolescente vulnerável a inúmeras situações deexposição de sua saúde2. Assim, a utilização do conceitode vulnerabilidade auxilia no estabelecimento dasdiferentes situações de suscetibilidade dos adolescentesfrente aos processos de saúde e doença por meio dosseus três planos analíticos interrelacionados: oindividual, o social e o programático. O plano individualconduz para uma possibilidade de cuidado a partir da dorelacionamento dos adolescentes quanto aos seuspróprios comportamentos a partir de sua vontade e graude consciência dos possíveis danos; já o plano social,está associada a aspectos como: acesso a informação,quantidade de recursos destinados a saúde por meio dasautoridades e legislação locais, acesso e qualidade dosserviços de saúde, nível geral de saúde da população,aspectos sócio-políticos e culturais de segmentospopulacionais específicos, grau de liberdade depensamento e expressão, grau de prioridade política eeconômica dada à saúde e condições de bem estar social.Aliado a esses dois planos, tem-se o plano programáticoque associa a vulnerabilidade à maneira como os

serviços de saúde e os demais serviços sociais,direcionam os recursos necessários para a proteçãodestes indivíduos3. Pensando nisso, foi proposto umprojeto de extensão, vinculado ao curso de graduação emenfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul,Campus Chapecó (UFFS/SC), com o intuito deoportunizar a construção compartilhada, de um processoeducativo para saúde e reflexão crítica acerca daconstrução individual, social e coletiva diante doprocesso de adolescer, utilizando o conceito devulnerabilidade como base para o desenvolvimento dasoficinas. Objetivo: O presente trabalho tem comoobjetivo relatar o uso do conceito de vulnerabilidadecomo norteador no desenvolvimento de atividades de umprojeto de extensão intitulado “Ações EducativasVoltadas ao Adolescente: Reforçando a Promoção daSaúde Integral”. Método: O respectivo projeto foidesenvolvido em uma das instituições da Secretária deAssistência Social (SEASC) de Chapecó/SC, onde foramdesenvolvidas oficinas com adolescentes na faixa etáriade 14 a 18 anos de idade, no período de abril a dezembrode 2014. Para nortear as atividades a seremdesenvolvidas, antes de iniciar os encontros, asacadêmicas realizaram estudos em materiais científicossobre o referencial de vulnerabilidade. O primeirocontato com os adolescentes permitiu estabelecervínculo, oportunizando a caracterização do grupo e adelimitação das prioridades das ações. Os temastrabalhados foram previamente definidos com aparticipação da direção da instituição: sexualidade,gravidez na adolescência, planejamento familiar,dependência química e violência. Quanto à sequênciados temas, esta foi definida ao final de cada encontro,em conjunto com os adolescentes. Ao final de cadaoficina era realizada uma avaliação da mesma, com ointuito de perceber se a atividade atendeu as

Santos et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.56-57 (Ago - Out 2015)

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necessidades dos participantes. Resultados: Os temastrabalhados nas oficinas foram definidos antes do iníciodo projeto, no entanto os adolescentes determinaram emque sentido eles seriam abordados. O conceito devulnerabilidade permitiu que os adolescentesparticipassem das discussões, sentindo-se protagonistas e(co)responsáveis por sua saúde e melhoria de suaqualidade de vida. Cabe salientar que as ações mediadaspor meio do conceito de vulnerabilidade, que examina asdiferentes situações de suscetibilidade dos sujeitos,sejam eles individuais sociais ou programáticos auxiliouna abertura e nas discussões com os adolescentes umavez que determinados temas abordados poderiamapontar tabus, preconceitos e medo de dialogar arespeito. Tal conceito proporcionou deslocar essessentimentos em dinâmicas que primassem para avalorização dos adolescentes como (co)responsáveispelo seu processo saúde e doença, sendo um facilitadorpara o estabelecimento do vínculo. Conclusão econtribuições para a Enfermagem: No decorrer dasatividades foi possível perceber a relevância do conceitode vulnerabilidade para o desenvolvimento das oficinascom os adolescentes, uma vez que neste processo detransição estes esbarram em inúmeras possibilidades,que por vezes os expõem a situações de suscetibilidade asua saúde, como a exemplo, dos temas que foramabordados em cada oficina. Esses problemasidentificados vão além dos comportamentos individuaisdos mesmos perpassando pela problemática do acesso ainformação, recursos investidos na saúde, acesso aosserviços de saúde e a forma como os serviços de saúde eos demais serviços sociais, como a educação direcionamos recursos necessários para a proteção dessesadolescentes. Por fim, almeja-se a partir desta atividade,ter contribuído para a promoção da qualidade de vidados adolescentes, tornando-os sujeitos ativos no cuidadoa sua saúde, visando minimizar as suas situações devulnerabilidade. Além disso, Diante das experiênciasvivenciadas com os adolescentes, ficou evidente anecessidade de se optar por práticas educativas quepermitam o diálogo que possibilitam aos adolescentesparticipar das discussões, os quais possam sentir-seprotagonistas e (co)responsáveis por sua saúde emelhoria de sua qualidade de vida.Quanto ascontribuições para as acadêmicas envolvidas com oprojeto de extensão, estas visualizaram mudançaspositivas em seu processo de ensino-aprendizagem, aoaliar o conhecimento advindo da leitura científica,associado as experiências e vivências das oficinas aodepararem-se com o contexto dos adolescentes. Oconhecimento do termo vulnerabilidade auxilia notrabalho em enfermagem, pois permite que se tenha umolhar mais amplo para a condição apresentada pelosadolescentes os quais a assistência será prestada,abordando sua situação como um todo, de modo que fica

mais fácil estabelecer estratégias de cuidado aplicáveisao seu contexto. Além disso, é importante destacar que asituação de vulnerabilidade social é algo altamentecomum na sociedade atual, e por isso ações que visemminimizar está problemática são de extremaimportância.

Palavras-Chave: Saúde do Adolescente, Enfermagem,Educação em Saúde.

REFERÊNCIAS

[1]. Reato LFN. Hebiatria – Medicina da Adolescencia. 1ª ed.Roca. 2007.

[2]. Paula CC, Padoin SMM, Brum CN, Silva CB,Albuquerque PVC. Bubadué RM. Cotidianomedicamentoso de adolescentes com HIV/AIDS. RevEletr Enf. 2013; 15(4):1016-25.

[3]. Padoin SMM, Paula CC, Schaurich D, Fontoura VA.Experiências interdisciplinares em AIDS: interfaces deuma epidemia. 1ª ed. Santa Maria: Editora daUniversidade de Santa Maria. 2006.

Vol.11,n.3,pp.58-59 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

ABORTO PROVOCADO: ATUAÇÃO DA ENFERMAGEMEM UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

RAFAELA BEDIN1, ANA CLAUDIA BANAZESKI1, DAIANE SCHUCK2, ÉRICA DE BRITO PITILIN3,TASSIANA POTRICH3, VANESSA APARECIDA GASPARIN1

1. Acadêmica do 9º período do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campusChapecó - SC; 2. Acadêmica do 7º período do Curso de Bacharelado em Enfermagem da UFFS, campus Chapecó - SC; 3.Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora Assistencial da UFFS, campus Chapecó - SC.

RESUMOIntrodução: No Brasil, o aborto provocado é a 3ª maiorcausa de morte materna (correspondendo a 12,5% dototal de óbitos), com estimativa de 529 mil mortes porano, além de ser responsável por cerca de 350 milinternamentos por complicações pós-aborto resultandona 3ª maior causa de procedimentos obstétricosrealizados1. Considerado na atualidade um problema desaúde pública, esse tipo de aborto traz consequênciasgraves para as mulheres, como hemorragia, septicemia,peritonite, traumatismo dos órgãos reprodutivos eabdominais, além de custear gastos que sobrecarregamos sistemas de saúde, principalmente nos países comrecursos limitados1. Neste sentido, a enfermagemdesempenha um papel importante nesse cenário devendoprestar uma assistência humanizada, de maneira ética eque atenda as reais necessidades dessas mulheres,respeitando a vida, a dignidade e os direitos da pessoahumana em todo o seu ciclo vital, sem discriminação dequalquer natureza e preservando o sigilo profissional2.Apesar de uma ampla gama de estudos encontradosatualmente relacionados à temática do aborto naliteratura, poucos apontam especificamente como se dá aassistência de enfermagem em situações de abortoinduzido/ provocado. A busca pela correspondência dasações de enfermagem no contexto do aborto provocadoconstitui um elemento de um trabalho socialmenterelevante podendo fornecer subsídios para areorganização da assistência nesse contexto no âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Identificarna literatura científica sobre a atuação da enfermagemem situações de aborto induzido/provocado. Método:Tratou-sede uma revisão integrativa, visando respondera questão “Como se dá a prática de enfermagem emsituações de aborto provocado?” Os dados foramcoletados em agosto de 2014, sem delimitação temporal.A coleta de dados foi realizada por meio da consulta em

três bases de dados: Literatura Latino-Americana doCaribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de DadosBibliográficos Especializada na Área de Enfermagem doBrasil (BDENF) e Medical Literature Analysis andRetrieval System Online (MEDLINE), além da consulta auma biblioteca virtual Scientific Electronic LibraryOnline (Scielo). Para encontrar os estudos, utilizaram-seos descritores: “aborto”, “aborto provocado” e“cuidados de enfermagem”, desta forma, realizou-seuma busca avançada combinando-se os descritores comos operadores booleanos “[AND]” e “[OR]”, daseguinte forma: “aborto or aborto induzido or abortoprovocado and enfermagem or cuidados de enfermagemor assistência de enfermagem”. Foram incluídos todosos estudos que responderam à questão de busca e queatenderam aos seguintes critérios: artigos originais depesquisa, publicados em inglês, português ou espanhol eque estivessem disponíveis na íntegra online e gratuitos.Foram excluídos todos os estudos que fossem:publicações repetidas, cartas, editoriais, comentários,resumos de anais, teses, dissertações, trabalhos deconclusão de cursos, livros, cartas ao editor, estudosreflexivos, bem como estudos que não abordassem atemática relevante ao objetivo da revisão. Ao final doprocesso da análise dos dados foram selecionadas 13publicações. Resultados e Discussão: A maioria dosartigos selecionados foram publicados no país (61,6%),com predominância de pesquisas de abordagemqualitativa (69,2%). Destaca-se a região Nordeste(30,7%) como maior evidência para a publicação dosestudos, seguida das regiões Sul (15,3%) e Sudeste(7,6%). O cenário evidente quanto às publicações dosestudos foram às maternidades públicas (38,4%), comdestaque para os anos de 2006, 2012 e 2013. Pode-seidentificar nos artigos selecionados que a assistênciaprestada às mulheres em situação de aborto provocado/induzido foi predominantemente tecnicista, baseada

Bedin et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.58-59 (Ago - Out 2015)

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apenas nas necessidades físicas que as mulheresreferiram3, seguidamente identificaram-se umaassistência de forma discriminatória e julgatória, bemcomo um atendimento burocrático4. Diante do exposto,podemos inferir que a assistência prestada não estavasendo pautada em um olhar holístico para essas mulheressendo apenas baseada no atendimento das necessidadesfísicas e, desta forma, refutando o atendimentoindividualizado, reforçando a falta de informação ou deacompanhamento. Neste estudo, pode-se percebertambém, que o atendimento prestado pelo enfermeironão contemplava as reais necessidades das mulheres quepraticaram o aborto resultando em alguns casos emagressão verbal3. Após o aborto, é de grande importânciapara a mulher, além de ser um direito, receber umaatenção psicossocial integrada a uma práticamultidisciplinar voltada ao estado emocional da mesmase assim ela desejar1. Outra questão importante abordadanos estudos da amostra foi como a assistência deveriaser realizada. Boa parte deles trazia que o atendimentodeveria ser livre de julgamentos pessoais e dialéticos,humanizada e que atendesse as reais necessidadesfísicas, emocionais e afetivas dessas mulheres3. Aatenção humanizada em situações de aborto,independentemente de ser provocado ou espontâneo,deve seguir os princípios fundamentais da bioética comoa autonomia (permitir que a mulher decida sobre asquestões relacionadas ao seu corpo), beneficência (fazero bem), não – maleficência (evitar o máximo possível dedanos) e a justiça (ser imparcial evitando que suasopiniões interfiram no atendimento)5. É dever de todo oprofissional de saúde prezar pela garantia desses direitosseja qual for à situação.Além disso, é necessário que oprofissional de enfermagem atue de forma a aconselhar eorientar essas pacientes, com o intuito de minimizar adiscriminação através da humanização entre as relaçõessociais e a assistência profissional. Cabe ao enfermeiro,como norteador da assistência prestada tanto no âmbitoda atenção básica quanto no ambiente hospitalar, chamarpra si a responsabilidade de uma atenção livre de pré-conceitos estabelecidos que possam influenciar naqualidade da assistência prestada. Considerações Finaise Contribuições para a Enfermagem: A atuação doenfermeiro em situações de aborto induzido/provocadoem sua maioria foi realizada de forma tecnicista, sem acriação de um vínculo afetivo com a paciente,contradizendo as diretrizes do código de ética daprofissão. Observou-se que houve certa dificuldade dosprofissionais aderirem uma prática não julgatória nocotidiano de suas atividades, oscilando entre o que écorreto e o que se pratica, decorrentes de valores éticos,morais, culturais e religiosos de cada um, o que temcontribuído para a precariedade da assistência. A partirdas evidências reveladas pelo o estudo acredita-se queeste possa permitir aos profissionais da área de

enfermagem refletir sobre a sua assistência aprimorandoo conhecimento sobre o tema e percebendo como essaprática assistencial é indispensável diante de mulheresque abortaram. Além disso, este estudo busca estimularuma forma de prestar a assistência com maissensibilidade e humanidade, garantindo não somente ocuidado físico, mas também o psicológico, promovendopara essas mulheres uma atenção diferenciada livre depré-conceitos. Para tanto, o enfermeiro também deverefletir sobre como está o atendimento à essas mulherespor sua equipe, priorizando uma atenção integral, nãojulgatória, buscando fundamentar esse atendimento emdefesa dos princípios e diretrizes do SUS.

Palavras-Chave: Aborto, Aborto Provocado,Cuidados de Enfermagem.

REFERÊNCIAS

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[5]. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. ÁreaTécnica de Saúde da Mulher. Atenção Humanizada aoAbortamento: Norma Técnica. 1ª Ed. Brasília: MS, 2005.

Vol.11,n.3,pp.60-61 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ACIDENTE DE TRABALHO NAS ÁREAS DE APOIO NOÂMBITO HOSPITALAR

BRUNA VALMORBIDA1, LEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA1, SANDRA MARA MARIN2

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagempela UFRGS. Docente do Curso de Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: Segundo o Artigo 19 da Lei 8.213/91acidente do trabalho é “[...] o que ocorre pelo exercíciodo trabalho a serviço da empresa, provocando lesãocorporal ou perturbação funcional ou doença que causea morte, a perda ou redução da capacidade para otrabalho permanente ou temporária”. O enfermeiro dotrabalho ou enfermeiro ocupacional é o profissional quepromove e zela pela saúde do trabalhador, fazendoprevenção das doenças ocupacionais e dos acidentes dotrabalho ou prestando cuidados aos doentes acidentados,visando o bem-estar físico e mental dos seus clientes1.Percebemos que atualmente, tem-se falado muito arespeito de acidentes de trabalho em âmbito hospitalar,no entanto, tudo está sempre relacionado aos médicos eenfermeiros e pouco dos profissionais da equipe deapoio. A necessidade de uniformizar as ações devigilância em saúde do trabalhador e as informações desaúde demonstra a importância de uma integração nadiscussão com os trabalhadores envolvidos com o temana instituição como todo2. Visando mostrar aimportância dos trabalhadores da equipe de apoio (Copa,Limpeza, Manutenção, Radiologia e Lavanderia) e suasituação atual quanto aos acidentes e capacitações, estetrabalho buscou demonstrar a necessidade de maioratenção a estas equipes. Desta maneira a necessidade dodesenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso,no qual a questão de pesquisa norteadora é: quais são osacidentes de trabalho mais frequentes e as causas destesentrem os trabalhadores que atuam nos serviços geraisde apoio em âmbito hospitalar. Objetivo: Descrever ostipos de acidentes de trabalho que mais acometem ostrabalhadores das equipes de apoio dos serviçoshospitalares. Método: Esse trabalho consiste em umapesquisa qualitativa, com abordagem descritiva3.Posteriormente, foi feita a análise das experiências deindivíduos. As experiências foram relacionadas ahistórias biográficas ou a práticas (cotidianas ouprofissionais), e podem ser tratadas analisando-seconhecimento, relatos e histórias do dia a dia4. O local

de realização do estudo foi o Hospital Regional doOeste (HRO), localizado no município de Chapecó,estado de Santa Catarina. O Hospital conta com 296leitos, sendo classificado como de grande porte. OHRO atende a 92 municípios da região oeste, 26municípios do Paraná e Rio Grande do Sul, sendo quesua localização geográfica facilita a oferta dosserviços. A pesquisa foi realizada com os trabalhadoresda equipe de apoio dos seguintes setores: Copa,Limpeza, Manutenção, Radiologia e Lavanderia. Ossujeitos da pesquisa consistiram em 49 dos 234funcionários destes serviços de apoio. Esses setorescontam com 234 funcionários, distribuídos entre 38 nacopa, 86 na limpeza, 46 na lavanderia, 19 namanutenção e 45 na radiologia. Totalizando 20% doquadro de funcionários de cada setor. Essa pesquisa foirealizada com entrevistas individuais, em respectivossetores de trabalho através de um questionário, com ostrabalhadores da equipe de apoio hospitalar, asentrevistas foram gravadas para posteriormente seremtranscritas. Para identificação individual de cadaentrevistada, foram utilizadas as codificações C1, R1,L1, M1, e assim por diante. Foi preservada a privacidadee o anonimato de cada um, resguardando-lhes o direito,inclusive, de não concluírem a entrevista, se assimdesejassem. Os sujeitos que concordaram em participardo estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre eEsclarecido (TCLE), conforme preconiza a resolução.466/2012, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde,em que assegura a confidencialidade e o anonimato dasinformações prestadas e transcritas. Todos os dadoscoletados foram mantidos em total sigilo e privacidade,sendo que foram preservados os nomes dos participantesda pesquisa. Os TCLE foram entregues aos funcionáriosantes de começar as entrevistas. A pesquisa teveaprovação do Comitê de Ética e Pesquisa via PlataformaBrasil, protocolo n. 534.330, de 17 de fevereiro de 2014.Os riscos da pesquisa foram médios, pois o questionáriofoi individual com os funcionários entrevistados, e asdúvidas esclarecidas com diálogo na entrevista. Assim,para minimizar a possibilidade de desconforto e estresse,

Valmorbida et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.60-61 (Ago - Out 2015)

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foi enfatizada aos participantes a importância do sigilodas informações coletadas e transcritas, sendo queapenas o pesquisador poderá utilizá-las, mantendo oanonimato dos participantes. Inicialmente, foi solicitadaautorização formal do Hospital Regional do Oeste, deChapecó (SC), por meio da Declaração de Ciência eConcordância das Instituições Envolvidas para aliberação da pesquisa. Utilizou-se a Análise deConteúdo com Técnica de Análise Temática.Resultados: Como categorias foram utilizadas o temadas questões da entrevista obtendo os resultados queforneceram dados acerca dos acidentes: A maioria dosentrevistados tinha de 30 a 40 anos, do sexo feminino,com educação básica, tendo em media de dois a cincoanos de empresa. Entretanto, os resultados apontamtambém que os entrevistados possuem dificuldades emidentificar os tipos de agentes causadores de acidentes detrabalho, e que não consideram acidentes de trabalhosaqueles sem gravidade, somente reconhecem aquelesque causam afastamento ou lesões graves, a maioriarelatou que recebeu assistência nestes casos, e que dentreos agentes causadores de acidentes de trabalho osprodutos químicos tiveram a maior incidente de acidentenos pesquisados. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: Observamos, por meio desta pesquisa,que muitos dos acidentes de trabalho ocorrem por faltade conhecimento e pela baixa escolaridade dosprofissionais, sendo estes os fatores que mais afetam aqualidade de serviço dos trabalhadores entrevistados. Noentanto, é de suma importância o conhecimento a essaspessoas, que por sua vez ajuda na melhora qualidade doserviço prestado por esses funcionários. Percebemostambém uns dos motivos destes acidentes com osserviços de apoio estão relacionados com a falta deatenção da equipe de enfermagem, com os mesmos.Tendo em vista que a enfermagem precisa das equipesde apoio para a realização de suas atividades diárias.Cabe aos enfermeiros orientar a sua equipe de saúdecom responsabilidade, a fim de reduzir os acidentes detrabalho, como medidas de maior atenção durante asatividades diárias, evitar o envio de materiais imprópriosa lavanderia, não deixar perfuro cortantes soltos ou sobreo nível da caixa coletora, cuidar mais da limpeza eseleção de lixos e roupas no hamper de roupas entreoutros. Os serviços de apoio representam 234funcionários no total, e que o seu bom funcionamento erendimento refletem na assistência aos pacientes. Deacordo com a equipe de apoio pesquisada, ascapacitações ou treinamentos estão sendo poucosrealizados, e muitos relataram que só aconteceu quandoentraram para trabalhar na empresa. Isto demonstra anecessidade de ajudarmos nesta formação. Este estudosalienta um trabalho multiprofissional com os serviçosde apoio e com a equipe de enfermagem, para quepossamos realizar capacitações, oficinas e atividades de

educação continuada integrados, e educação permanentecom cada serviço, de maneira eficaz e de boa qualidade,para que com essa educação possamos diminuir osacidentes de trabalhos nas equipes de apoio e fortalecero trabalho em equipe.

Palavras-Chave: Acidentes de trabalho, Saúde dotrabalhador, Enfermagem, Prevenção de Acidentes.

REFERÊNCIAS

[1]. Carvalho GM. Enfermagem do trabalho. São Paulo:EPU. 2001; 315.

[2]. Silva AICD.Análise da qualidade dos registros deacidentesbiológicos com materiais pérfuro-cortantes naFundação Oswaldo Cruz no período de 1999 a 2004.2006. 80 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) –Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação OswaldoCruz, Rio de Janeiro. 2006.

[3]. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisaqualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

[4]. Flick U. Pesquisa qualitativa. In: Angrosino M, Flick U.(Coord.). Etnografia e observação participante. PortoAlegre: Artmed. 2009.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

AÇÕES EDUCATIVAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA DOMUNICÍPIO DE CHAPECÓ – SC

CHARMAINE COUTO1, GEISA PERCIO DO PRADO2, RENATA MENDONÇA RODRIGUES3

1. Enfermeira do Hospital Unimed Chapecó; 2. Bióloga. Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 3.Bióloga. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Professora da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

RESUMOIntrodução: Estudos trazem as parasitoses intestinaiscomo um tipo de endoparasitismo cujos agentesetiológicos são helmintos ou protozoários, os quais, empelo menos uma das fases do ciclo evolutivo, localizam-se no trato gastrointestinal do homem, podendo provocardiversas alterações patológicas1. Ainda hoje, asinfecções parasitárias estão entre as mais disseminadasdesordens que afetam crianças em idade escolar2.Juntamente com estes dados, verificou-se queultimamente, a promoção da saúde tem sido um dosassuntos mais debatidos nos diferentes espaços daprodução do conhecimento e das práticas de saúde. Osparasitos são capazes de ocasionar vários sintomas,como: cansaço, fadiga, perda do rendimento escolar,problemas respiratórios e sintomas mais gravesocasionando até a morte. O que nos angustia, poisentendemos que medidas de higiene e práticaseducativas, já poderiam amenizar a situação. Essapesquisa justificou-se pela necessidade em promovermais ações educativas nas escolas da rede básica, poisainda percebeu-se o quanto esse tipo de patologia atingepreferencialmente crianças, sua entrada e permanênciadurante os primeiros anos nas escolas. Acredita-se, noentanto que estas ações educativas no âmbito escolar sãode uma importância incalculável, devido às mudançasque causam nos hábitos de higiene, na prevenção adoenças e promoção em saúde que proporcionam.Objetivos: Promover e contextualizar as açõeseducativas realizadas em uma escola, de um bairro domunicípio de Chapecó, como meio de prevençãoindividual e coletiva para parasitoses intestinais, atravésde métodos lúdicos visando intervir na promoção dasaúde da população e prevenção dessas doenças.Promover e divulgar os princípios básicos de educaçãosanitária. Conhecer as potencialidade e fragilidades daintervenção lúdica após sua realização segundopercepção dos estudantes. Metodologia: Frente àsdúvidas e questões impostas por esta pesquisa, estetrabalho é de caráter qualitativo, de método descritivo e

norteado pelo Método Criativo-Sensível (MCS)3, quecontempla as características necessárias para abordar apesquisa qualitativa e que permite identificar e revelar asignificância do uso de como estratégias metodológicasno processo de ensino e aprendizagem nas diferentesáreas de formação profissional. Entende-se que o métodopermite o desvelar o problema da pesquisa, uma vez quevaloriza o grupo e respeita a singularidade dosparticipantes. A metodologia foi realizada com olevantamento de dados pelo uso de questionários edesenvolvimento de desenhos antes e após asintervenções educativas lúdicas direcionadas aos alunos.Foram questionados a professora de ciências, gestoraescolar e pais. A escolha dos participantes foi através daindicação dos professores de 1º ao 6º ano do ensinofundamental, 26 alunos participaram da pesquisa,realizando o primeiro desenho sobre o que entendiamsobre as parasitoses intestinais. Num segundo momento,estes alunos participaram de atividades lúdicaseducativas e foram convidados a realizarem o segundodesenho sobre o tema abordado. A pesquisa teve iníciono mês de outubro de 2012 e se estendeu por todo o anode 2013. As intervenções e coleta de dados ocorreramnos meses de setembro e outubro de 2013 e a finalizaçãoda interpretação e análise de dados ocorreu emnovembro de 2013. A primeira etapa da análise consistiuna leitura compreensiva do material, seguindo naexploração do material, e por fim a elaboração de sínteseinterpretativa. Foi realizada síntese interpretativa,elaborando uma articulação entre os objetivos do estudo,da base teórica adotada e dos dados empíricos obtidos.Resultados e discussão: Em uma análise geral dosquestionários respondidos pelos pais, percebe-se oquanto os pais consideram importantes estas açõeseducacionais em saúde nas escolas, no entanto percebe-se que 59% dos alunos, na visão dos pais não recebemnenhum tipo de ação educacional quando as parasitosesintestinais, isso nos mostra a fragilidade direcionada aeste assunto. Outro fator relevante é queaproximadamente 91% dos pais responderam que sãoinformados por seus filhos quanto às ações educacionais

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e de saúde na escola, o que nos mostra a interaçãoeducacional fortalecida entre escola/pais/alunos. O quealém de ajudar na educação escolar, leva os métodospromocionais em saúde não só para alunos, mastambém, indiretamente para os âmbitos familiares.Realizando uma breve análise dos questionáriosrespondidos pela professora e gestora escolar, percebeu-se que somente os alunos são os mais visados para estaseducações em saúde e que por algumas vezes isso seestende a outros profissionais, mas em nenhummomento, os pais ou familiares foram citados nasrespostas, ou seja, para estes educadores, o âmbitofamiliar ainda não faz parte do elo do conhecimento eações que irão proporcionar a promoção em saúdecoletiva. A escola deve ser percebida na comunidade aoseu entorno e não somente pelos alunos e educadoresque lá trabalham. Se fizermos uma conexão dasrespostas dos pais com as respostas da professora deciências e da diretora escolar, percebemos algumascontradições. A professora e gestora escolar garantemhaver atividades educativas acerca das parasitosesintestinais, mas segundo a percepção dos pais, essasações não ocorrem ou eles não consideram as atividadesdesenvolvidas pela escola de forma suficiente. Noentanto, quando se pede sobre atividades no âmbitoescolar sobre educação em higiene e hábitos de vidasaudáveis, todos responderam positivamente quanto aisso. Porém, em sua maioria as ações parecem serdirecionadas para saúde bucal, tanto que em relatos dequando essas ações ocorrem, pais responderam que umodontólogo visita a escola regularmente. Os alunosdemonstraram em seus desenhos iniciais pouca ounenhuma informação sobre parasitoses intestinais comopode mostrou análise entre os primeiros com ossegundos desenhos. Algumas crianças desenharammicróbios no braço e/ou pessoas tristes e doentes, o quenos remete à um conceito enfraquecido de saúde edoença dos alunos. Questões de higiene, cuidadoscorporais, e saúde não foram discorridas durante osegundo contato com os alunos. Já nos segundosdesenhos, percebeu-se uma crescente melhora nainterpretação e demonstração do conhecimento acercadas parasitoses intestinais e principalmente nos métodosde prevenção a estas doenças, como lavagem das mãos edos alimentos antes do consumo e ainda de se evitar oconsumo de água contaminada. Alguns alunosdemonstraram através do segundo desenho traçosmorfológicos de alguns parasitas apresentados durante aintervenção educativa, no entanto, demonstraram aimportância da higiene pessoal, higienização dealimentos, após contato com animais. Enfim, foi possívelobservar o quanto os alunos puderam compreender eabsorver as ideias principais, sobre o tema abordado,chegando então a concluirmos que atingimos o maiorobjetivo das ações educativas, que eram a promoção em

saúde como forma de prevenção a estas parasitosesintestinais. Conclusões e implicações na enfermagem:Os alunos demonstraram em seus desenhos iniciaispouca ou nenhuma informação sobre parasitosesintestinais como pode mostrou análise entre os primeiroscom os segundos desenhos. Algumas criançasdesenharam micróbios no braço e/ou pessoas tristes edoentes, o que nos remete a um conceito enfraquecido desaúde e doença dos alunos. Questões de higiene,cuidados corporais, e saúde não foram discorridosdurante o segundo contato com os alunos. Já nossegundos desenhos, percebeu-se uma crescente melhorana interpretação e demonstração do conhecimento acercadas parasitoses intestinais e principalmente nos métodosde prevenção a estas doenças, como lavagem das mãos edos alimentos antes do consumo e ainda de se evitar oconsumo de água contaminada. Alguns alunosdemonstraram através do segundo desenho traçosmorfológicos de alguns parasitas apresentados durante aintervenção educativa, no entanto, demonstraram aimportância da higiene pessoal, higienização dealimentos, após contato com animais. Enfim, foi possívelobservar o quanto os alunos puderam compreender eabsorver as ideias principais, sobre o tema abordado,chegando então a concluirmos que atingimos o maiorobjetivo das ações educativas, que eram a promoção emsaúde como forma de prevenção a estas parasitosesintestinais. Pode-se concluir nesta pesquisa a carência deações que permitam a eficiente aprendizagem de higienee saúde na prevenção e promoção de saúde pelos alunose familiares, bem como falta de planejamento de açõestransversais sobre as parasitoses intestinais. Pode-seafirmar que o método lúdico se mostrou eficaz, já que osalunos puderam demonstrar melhor a relação de higienee saúde na prevenção das parasitoses intestinaisabordadas e também a relação dos parasitas com suaforma e transmissão. Sugere-se que atividades lúdicas,através da inserção da enfermagem nas escolas deeducação básica sejam regulamentadas e de fatorealizadas, principalmente na prevenção de inúmerosproblemas de saúde. O envolvimento dos profissionaisda saúde, em especial do profissional enfermeiro naescola, apresenta-se de maneira assistencial, auxiliandona sensibilização e no desenvolvimento dosProgramas/Políticas de Saúde Escolar, naimplementação e implantação das ações básicas desteprograma, das quais se cita: a Avaliação das Condiçõesde Saúde; Promoção da Saúde e Prevenção. O uso demétodos criativos não deixa de ser científico e não sedistancia do saber – fazer profissional. Ancoraratividades que por tradição são mais estanques, emtécnicas reflexivas mostrou ser uma estratégia quedesperta o interesse e gera discussões coletivas para umcompartilhar em outros contextos e ambientes4.

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Palavras-Chave: Parasitoses, Saúde da Criança,Enfermagem, Jogos e Brinquedos, Educação.

REFERÊNCIAS

[1]. Ferreira, GR; Andrade, CFS. Alguns aspectossocioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais eavaliação de uma intervenção educativa em escolares deEstiva Gerbi. Rev Soc Bras Med Trop SP.2005; 38(5).[Acesso 08mar. 2012]. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n5/a08v38n5.pdf

[2]. Prado MS, et al. Prevalência e intensidade da infecçãopor parasitas intestinais em crianças na idade escolar naCidade de Salvador. Revista da Sociedade Brasileira deMedicina Tropical. Bahia. 2001; 34(1). Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v34n1/4326.pdf

[3]. Cabral IE. O método criativo e sensível: alternativa depesquisa na enfermagem. In: Gauthier, J.H.M. et al.Pesquisa em Enfermagem: novas metodologiasaplicadas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

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Vol.11,n.3,pp.65-67 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ANAMNESE E EXAME FÍSICO: FORMAÇÃO DOSENFERMEIROS DA ATENÇÃO BÁSICA

JÉSSICA COSTA MAIA1, EDLAMAR KÁTIA ADAMY2, MARIANA MENDES1, MARCIA DANIELISCHIMITT1, CARINE VENDRUCOLO3, MARIA LUIZA BEVILAQUA BRUM4

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), voluntária de iniciação científica; 2.Enfermeira. Mestra do Departamento de Enfermagem da UDESC. Coordenadora da pesquisa; 3. Enfermeira. Doutora doDepartamento de Enfermagem da UDESC, membro integrante da pesquisa; 4. Enfermeira. Mestre do Departamento de Enfermagemda UDESC, membro integrante da pesquisa.

RESUMOIntrodução: O Processo de Enfermagem (PE) é uminstrumento que proporciona melhorias na qualidade daassistência prestada e confere ao enfermeiro autonomiaprofissional. Sua implementação visa o cuidadoindividualizado, holístico, humanizado e baseado emevidências científicas. Segundo a Resolução 358/2009do Conselho Federal de Enfermagem, dentre as etapasdo PE está o Histórico de Enfermagem, em que serealiza a anamnese e exame físico. A realização dessaetapa subsidia as demais e fornece informaçõesessenciais para o planejamento dos cuidados. Para umaassistência de enfermagem qualificada e a aplicabilidadedo PE de forma efetiva, faz-se necessário aproximar oconhecimento adquirido na graduação de enfermagemcom a prática assistencial e a formação em saúde, pormeio da educação permanente ou continuada. Nessesentido, aponta-se como um desafio para docentes,enfermeiros e acadêmicos viabilizar a utilização do PEcomo método de trabalho, além de criar estratégias desensibilização para seu uso. Na perspectiva de umaformação em saúde contínua e permanente, o Ministérioda Saúde (MS), por meio da Portaria nº 198/GM de 13de fevereiro de 2004, instituiu a Política Nacional deEducação Permanente em Saúde (PNEPS) comoestratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) para aformação e o desenvolvimento de trabalhadores para osetor1. Institui-se inúmeras articulações governamentaispara que a Educação Permanente em Saúde (EPS)fizesse parte do cotidiano dos profissionais da saúde egraduandos. Nessa direção, o Ministério da Educação(MEC) institui a Resolução CNE/CES, nº 3, de 7 denovembro de 2001, as Diretrizes Curriculares Nacionaisdo Curso de Graduação em Enfermagem, reafirmandoque para os profissionais da saúde, em especial daEnfermagem, a EPS compreende-se como requisito parao exercício da prática profissional comprometida com as

necessidades de saúde da população. Sobre a EPS e suainserção no SUS, esta surge como estratégia para atransformação no processo de trabalho, pois tem cunhoreflexivo, crítico e tecnicamente responsável2. A portarianº 198 refere-se à EPS como ferramenta de trabalho quearticula, entre o sistema de saúde e os usuários,propostas de identificação de problemas no processo detrabalho em saúde e na construção de soluções. Contudo,a EPS tem como desafio despertar o trabalhador dasaúde para a problematização de sua prática, com ointuito de refletir seus modos de agir e assim construirnovos métodos de trabalho que aproximem os serviçosde saúde dos conceitos da atenção integral, humanizadae de qualidade. A partir das expectativas, necessidades eproblematização do dia a dia laboral é que ocorre atransformação do processo de trabalho. Alega ainda, queesta prática tem finalidade de despertar os profissionaisda saúde sobre as potencialidades e fragilidades dapráxis, reafirmando o compromisso com os usuários e osistema de saúde3. Objetivos: Conhecer o processo deformação dos enfermeiros que atuam na atenção básicasobre a primeira etapa do PE. Método: Estudo deabordagem qualitativa, exploratório e descritivo. Foramentrevistados 28 enfermeiros que atuam na atençãobásica de um município do Oeste de Santa Catarina,aplicando-se um questionário com perguntassemiestruturadas, analisadas a luz da análise deconteúdo. Foram critérios de inclusão: enfermeirosefetivos ou contratados vinculados à secretária municipalde saúde do município, atuar na área de assistência diretaao paciente. Excluíram-se enfermeiros em licença oualgum tipo de afastamento e que desempenhamatividades administrativas. A pesquisa foi aprovada peloConselho de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidadedo Estado de Santa Catarina (UDESC) sob nº 124.167 de15 de outubro de 2012 e seguiu os preceitos éticos daResolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde(CNS). Resultados: Os 28 profissionais entrevistados

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eram do sexo feminino de idade entre 25 e 65 anos,sendo que a maioria se encontrava na faixa etária entre35 a 44 anos. Todos os sujeitos da pesquisa contratadospor concurso público municipal vinculado a PrefeituraMunicipal, com tempo de contratação na instituiçãoentre oito meses e 19 anos. Os participantes possuemgraduação em enfermagem, concluída entre dois a 34anos. Dos sujeitos da pesquisa, 25 enfermeiros possuemespecialização em alguma área de enfermagem,prevalecendo à especialização em Estratégia de Saúde daFamília (ESF) (17) e Gestão Social (cinco), três nãopossuem especialização e das que possuemespecialização, duas estão cursando mestrado. Todos osentrevistados afirmaram ter contato com informaçõessobre como realizar a anamnese e exame físico emdiferentes momentos durante a graduação e somente doisdestes voltaram a estudar o PE durante a especialização.Contudo, embora tenham contato com o PE desde oinício e no decorrer da graduação, muitos dos sujeitosentrevistados não o executam em sua práxis, salvo emcasos muito específicos como no atendimento apuericultura, saúde da mulher, na coleta do preventivodo câncer do colo do útero, com pacientes hipertensos ediabéticos. Ainda, este estudo apresenta os motivospelos quais os enfermeiros não executam na práticaprofissional a anamnese, o exame físico e mesmo o PE.Justificam como (co) responsáveis por essa abstinência,a falta de tempo, de recursos materiais e humanos,demanda excessiva de atendimento e impaciência dospacientes. Doze deles evidenciaram o desejo por realizara anamnese e o exame físico, e afirmam que sãofundamentais para que o PE seja implementado. Noensino do PE, considera-se que a formação doenfermeiro requer atenção quanto a relação dosconteúdos teóricos e a prática assistencial. É a partir dasdisciplinas que o PE é introduzido e construídoconhecimentos e competências para executar suas fases,além de fomentar habilidades das disciplinas docomponente profissional, pois estas tem a finalidade deoportunizar o aprendizado teórico e prático.No que tangea formação em saúde, mais especificamente a EPS e aforma como os enfermeiros a entendem como processoindividual ou no âmbito da equipe, os resultadosratificam a importância da implantação de processos deEPS no cotidiano dos profissionais inseridos naassistência. A qualificação profissional visa oaprimoramento, em razão das constantes mudanças noscampos científico e tecnológico buscando atender asnecessidades que os profissionais apresentam em seusprocessos de trabalho. Neste contexto, a PNEPS surgecomo uma nova estratégia na criação e desenvolvimentodas práticas educativas, também apresenta-se comorecurso inovador visando interligar o aprendizado à vidacotidiana às práticas sociais e laborais. No Brasil, asiniciativas de educação de trabalhadores na área da

saúde ganharam ênfase a partir do SUS e com as DCNs,nos anos 1990. Esse processo objetiva a transformaçãodas práticas técnicas e sociais, com foco nas açõesinterdisciplinares e prática institucionalizada que buscafortalecimento do trabalho em equipe, apropriação ativados saberes técnico-científicos e mudançasinstitucionais1. Nessa direção, não se pode pensarsomente em campos de saberes, mas também eminteração nos processos educativos. Processos de EPSsão ferramentas de trabalho para formação deenfermeiros que contribuam em atividades quepossibilitem melhores condições de saúde à população epermitem a construção de conhecimentos baseado emevidências científicas. Contudo, após a graduação, o PEtende a ser mais resumido, fragmentado e algunsprofissionais perdem o interesse em realizá-lo ou deatualizarem-se. Além disso, não encontram a relaçãoentre a sua utilização e a oportunidade de garantir eotimizar as mudanças na prática de trabalho emenfermagem. Esse estudo permitiu perceber que depoisde formado os enfermeiros têm dificuldades em realizara anamnese e o exame físico e que isso influênciadiretamente no seu processo de trabalho. Para oenfermeiro e a profissão se manterem vivos é necessáriomanter a busca pela competência, pelo conhecimento e,pela atualização, além de que, a EPS tem por objetivolevar o profissional ao autoaprimoramento ao longo desua vida profissional4. Conclusão e Contribuições paraa Enfermagem: Foi possível perceber que na formaçãoacadêmica, os enfermeiros estudaram o PE, anamnese eexame físico; compreendem sua importância ereconhecem que o conhecimento científico éfundamental para avaliar o paciente; há pouco contatocom o tema após concluírem a graduação; hádiscrepância entre o que se ensina e o que se vivencia naprática assistencial. Faz-se necessário estimular o uso doPE nos diferentes campos da assistência, aulas teóricopráticas e estágios, desde o inicio da graduação,estimular as instituições de saúde a proporcionarcondições da aplicabilidade do PE, bem como implantare implementar programas de EPS objetivando sanar aslacunas existentes na formação do enfermeiro.Aoconcluir esta pesquisa percebeu-se a necessidade denovo estudo que avalie a forma como se ensina o PE naformação do enfermeiro, identificando se há umauniformidade no processo de ensino/aprendizagem equais as lacunas existentes nas propostas curriculares emvigência.A primeira etapa do processo de enfermagem,mais precisamente a anamnese e o exame físicopossibilita o enfermeiro conhecer e identificar problemasde saúde do paciente levando em consideração ocontexto social em que este indivíduo está inserido e apartir disso elaborar os diagnósticos e o plano decuidados, visando à promoção, prevenção e areabilitação da saúde. Um cuidado sistematizado permite

Maia et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.65-67 (Ago - Out 2015)

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atender aos princípios e diretrizes do SUS e garantir asegurança no atendimento ao paciente.

Palavras-Chave: Enfermagem, Ensino, Educação emenfermagem, Anamnese, Exame Físico.

REFERÊNCIAS

[1]. Ceccim RB. Educação Permanente em Saúde:descentralização e disseminação de capacidadepedagógica na saúde. Ciênc. Saúde Coletiva. 2005[acesso 8 mai.2015]; 10(4): 975-986. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232005000400020&lng=en

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bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=581976&indexSearch=ID

Vol.11,n.3,pp.68-70 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM E AUDITORIA:UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

MARLOVA APARECIDA DE CAMPOS VIEIRA¹, ROSANA AMORA ASCARI2, TANIA MARIAASCARI3, OLVANI MARTINS SIVA3, GABRIELA HAHN4

1. Enfermeira. Especializanda em Auditoria de Serviços de Saúde pelo Centro Sul-Brasileiro de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação(CENSUPEG); 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente daUDESC e do CENSUPEG. Membro do Grupo de Estudos Sobre Saúde e Trabalho – Gestra/Udesc; 3. Enfermeira. Docente daUniversidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Membro do Grupo de Pesquisa Enfermagem, Cuidado Humano e ProcessoSaúde-Adoecimento; 4. Acadêmica de Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: A auditoria é uma prática oriunda dacontabilidade, surgida entre os séculos XV e XVI naItália, a partir de práticas de escrituração comercial1. Aampliação da auditoria contábil foi impulsionada pelomodo de produção capitalística, que a utilizou comoinstrumento de domínio financeiro, por contabilizar osgastos e os ganhos de um negócio. No Brasil, a auditoriade enfermagem continuou em fase rudimentar até adécada de 1970, período em que surgiu o primeiroregistro publicado sobre o assunto, em periódicocientífico brasileiro, marcando o início formal dessaprática no país2. O presente trabalho vem fazer umaabordagem de como as anotações de enfermagemimpactam no processo de auditoria, uma ferramentagerencial, pela qual é possível identificar facilidades edificuldades assistências, custos desnecessários, desgastedos profissionais entre outros apontamentos que balizamdecisões importantes pelos administradores dos serviçosde saúde. Objetivo: Analisar como a literatura científicaaborda as anotações de enfermagem sob o prisma daauditoria de enfermagem. Metodologia: Trata-se de umarevisão integrativa de literatura, pautado nas seguintesetapas: definição da questão de pesquisa, dos critérios deinclusão e de exclusão dos estudos; seleção dos estudos;coleta de dados; revisão por pares dos artigos excluídosdo estudo; inserção os trabalhos selecionados em umatabela elaborada para a organização dos dados coletados;tabulação, análise e discussão dos resultados;organização de manuscrito para divulgação dosresultados. Considerou-se critérios de inclusão artigospublicados entre janeiro de 2010 à janeiro de 2015;disponível no idioma português, inglês e espanhol;publicações nacionais e internacionais na forma doartigo científico (relatos de experiência, revisãointegrativa de literatura e artigos originais) que abordama associação da assistência e/ou anotações de

enfermagem com auditoria de enfermagem, disponívelonline nas bases contempladas na Biblioteca Cochrane:Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme) que são: MedicalLiterature Analysis and Retrieval Sistem online(MEDLINE); Scientific Eletronic Library Online(Scielo); Literatura Latino-Americana e do Caribe emCiências da Saúde (LILACS) e Base de dados deenfermagem (BDENF). O critério de exclusãoselecionado foi estudos duplicados. Para a busca, seleçãoe organização dos estudos utilizaram-se os descritoresassociados: Assistência de enfermagem AND Anotaçõesde enfermagem AND Auditoria de Enfermagem. Abusca dos trabalhos em base de dados foi realizada viaPrograma Sophie (programa de computador para auxiliaro processo de análise e classificação dos artigos, em queo domínio da aplicação encontra-se registrado no Núcleode Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br),cujo ticket de criação é o número 13232530 e o nome dedomínio programasophie.com.br, podendo ser acessadopelo site: www.programasophie.com.br).A coleta dedados foi realizada em fevereiro de 2015, sendoencontrados 13 artigos. Os autores realizaram a leituraindividual dos títulos e resumos separando-os em pastasno programa Sophie identificadas: Associação entreAnotações de enfermagem e Auditoria de enfermagem(n=6), Fuga do tema (n=6) e Artigo duplicado (n=1).Num segundo momento os pesquisadores realizaramleitura minuciosa dos seis artigosselecionados, sendo osdados coletados transcritos para o “Formulário pararegistro das informações extraídas e análise dos artigos”.A análise dos dados deu-se pela técnica de análise deconteúdo para identificar a associação da assistência deenfermagem e/ou anotações de enfermagem comauditoria de enfermagem. Resultados e Discussão: Comrelação ao método de pesquisa, foram identificados umestudo descrito como multicêntrico e transversal(16,6%), três retrospectivo quantitativo (50%), um

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exploratório (16,6%) e um estudo de revisãobibliográfica narrativa (16,6%). Observa-se que para odesenvolvimento dos estudos, os pesquisadoresutilizaram diversos instrumentos e métodos, a saber:entrevista, questionário, formulários para avaliação daqualidade do cuidado de enfermagem, com base noprontuário dos pacientes e nas prescrições deenfermagem; observação direta do paciente e doprocesso de enfermagem (PE). Este estudo foi compostopor seis artigos, sendo que destes, cinco utilizaramavaliação de prontuários e mensuração por escalas pré-definidas de avaliação de qualidade e apenas umautilizou a aplicação de questionário com enfermeirasauditoras, em seu local de trabalho. Em um dos estudosos pesquisadores sinalizam que a prescrição deenfermagem não contempla as peculiaridades de cadapaciente, ficando restrita aos cuidados mais básicos eabrangentes. Em outro que analisa a qualidade dasprescrições de enfermagem na amostra que apesar dosPE alcançarem quesitos de qualidade em alguns itensestudados, ele evidencia que no cenário atual a principaldificuldade encontrada e que prejudica muito odesenvolvimento correto das PE e consequentementecompromete o cuidado. No estudo realizado comenfermeiro auditor, onde se avaliou a prática cotidianados mesmos, constatou que o próprio profissionalformata suas atividades de acordo com a estruturahospitalar onde ele está inserido, não sendo seguidologística para o desenvolvimento de suas atividades,caracterizada basicamente pela auditoria retrospectiva,predominantemente voltada para a área contábil e aoregistro em prontuário do paciente, não buscandoevidências entre os registros de enfermagem e aassistência prestada. O mesmo estudo cita que na grandemaioria os registros de enfermagem são insuficientes ouinexistente, despertando preocupação com relação aqualidade do atendimento prestado por estesprofissionais. Em outro estudo ele nos sinaliza que opreenchimento completo dos registros tem um índicebaixíssimo, e com isso prejudicando a continuidade e alegitimação do trabalho da enfermagem. O trabalhorealizado sobre a produção científica e a qualidade dosregistros versa que ainda existe muito pouco estudorelacionado com esta temática, ficando a auditoria deenfermagem muito focada na parte contábil do processo,e que os registros de enfermagem ainda são muitoprecários, necessitando de esforço coletivo paramelhorar os registros e com isso conseguir um estudomais satisfatório e com informações que expressemefetivamente o que ocorre com paciente e como seucuidado está sendo realizado. Outro estudo realizado emlares para cuidar de idosos na Austrália, onde houve umcomparativo dos registros de enfermagem realizados empapel e eletrônicos, observou-se que a frequência dedocumentação foi maior em eletrônicos do que em

registros em papel com relação à maioria dos cuidados,sistemas eletrônicos de documentação de enfermagempoderia melhorar a qualidade da estrutura dedocumentação e forma, processo e conteúdo nosaspectos de quantidade, abrangência, assinar e datarcomo formas de avaliação. A auditoria tem sedestacando por ser uma ferramenta de suma importânciacom a finalidade de avaliar a qualidade dos processos eos resultados dos serviços de Saúde3. O serviço deauditoria sempre esteve associado ao controleadministrativo-financeiro das organizações. A equipe deauditoria geralmente é composta por diferentesprofissionais, que realizam a apreciação qualitativa equantitativa do prontuário antecipadamente aofaturamento e posterior a ele constatando as glosas aserem efetuadas e produzindo relatórios para a tomadade decisão. Quanto mais informações o enfermeiroregistrar sobre a clínica do paciente e a assistênciarealizada, melhor será sua defesa legal, no caso deocorrer algum processo4. Na maioria dos hospitais, ogerenciamento de auditoria e controle de glosas é umprocesso crítico para a saúde financeira das instituições,uma vez que o Sistema Único de Saúde (SUS) somenteefetua pagamento das cobranças de Autorização deInternações Hospitalares (AIH), apresentadas nas ContasHospitalares dos pacientes que estejam de acordo com asregras estabelecidas e tabelas de procedimentos5.Conforme a Resolução nº 266/2001, do ConselhoFederal de Enfermagem (Cofen), o enfermeiro auditorno exercício de suas atividades deve organizar dirigir,planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria,auditoria e emissão de parecer sobre os serviços deenfermagem; deve ainda ter uma visão holística,abrangendo qualidade de gestão, qualidade deassistência e quântico-econômico-financeira, visandosempre o bem-estar do ser humano.A auditoria deenfermagem ainda é uma área carente de atuação efetiva,uma vez que abre um leque de possibilidades para odesenvolvimento de uma assistência integral, segura e dequalidade, embora seja uma área de atuação daenfermagem em crescente expansão, ainda atuaretrospectivamente, com foco na questão financeira epouco educativa, o que compromete princípios básicosda auditoria: a de assessorar a gestão na melhoria docuidado. Considerações Finais e Contribuições para aEnfermagem: A literatura aponta para a falta decomprometimento por parte dos profissionais deenfermagem, da importância dos registros, não só para asegurança do paciente, mas para o próprio profissionalcomo garantia de que realizou a assistência adequada ede qualidade. Este estudo reafirma que a auditoria daassistência à saúde, sobre tudo dos registros deenfermagem é de suma importância para a evolução daqualidade dos serviços dispensados aos usuários dossistemas de saúde e, quando realizada in loco, estimula o

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desenvolvimento profissional por meio de educaçãocontinuada.

Palavras-Chave: Enfermagem, Auditoria, Anotaçõesde Enfermagem, Assistência de Enfermagem.

REFERÊNCIAS

[1]. Santi PA. Introdução à auditoria. São Paulo: Atlas. 1988;253p.

[2]. Pinto KA, Melo CMM. Nurses' practice in healthaudit. Rev Esc Enferm. USP. 2010; 44(3):671-8.

[3]. Portal da Contabilidade, 2009. Disponível em:www.portaldecontabilidade.com.br/.../resolucaocfc1201_2009.htm

[4]. Carpenito-Moyet JL. Planos de cuidados de enfermageme documentação: diagnósticos de enfermagem eproblemas colaborativos. 5. ed. Artemed: Porto Alegre.2011.

[5]. MV Sistemas. Gestão Hospitalar. 2008. Disponível em:http://www.mvsistemas.com.br

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

APLICAÇÃO DA ESCALA DE MORSE: UM RELATO DEEXPERIÊNCIA

MAIARA ARIANE NICHEL¹, JULIANA WIEBLING², GÉSSICA STOCCO², FERNANDA KARLAMETELSKI³, OLVANI MARTINS SILVA4, MONIQUE DONATO DEOLIVEIRA5

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Bolsista de Extensão; 2. Acadêmica deEnfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 3. Enfermeira. Mestre em Políticas Sociais e DinâmicasRegionais. Professora Colaboradora UDESC – CEO. Enfermeira da Secretaria de Saúde de Chapecó; 4. Enfermeira. Mestre. Docentedo Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 5. Enfermeira do Hospital Regional do Oeste –HRO.

RESUMOIntrodução: Apesar do rápido desenvolvimentotecnológico e científico em todas as áreas doconhecimento, com destaque a área da saúde vem seobservando falha em muitas decisões tomadas noambiente hospitalar, onde ainda se trabalha acerca daocorrência e não mais na prevenção de eventos adversos,tais como as quedas, que certamente interferem nasegurança adequada ao paciente, atuação da equipe e daqualidade da assistência prestada1. A preocupação comqualidade do cuidado e com a segurança do paciente nasinstituições de saúde tem surgido em âmbito global2. OMinistério da Saúde (2013), relata a queda comoqualquer deslocamento para nível inferior a posiçãoinicial, sendo esse deslocamento não intencional e porcircunstâncias multifatoriais, resultando em dano ounão.As quedas em ambiente hospitalar apontaatualmente um índice de dois em cada cinco eventosrelacionados à segurança do paciente, sendo que aslesões decorrentes de quedas correspondem 15% a 50%dos eventos.Um meio para se avaliar o risco de queda dopaciente em ambiente Hospitalar é através da aplicaçãoda escala de Morse, onde é avaliado o risco que opaciente tem de sofrer uma queda, sendo que estaavaliação deve ser realizada no momento da admissão dopaciente com o emprego da escala de Morse estaavaliação deve ser repetida a cada três dias e na ocasiãode alta, devendo ser avaliados a presença de fatores quepodem contribuir para o agravamento do dano em casode queda, especialmente risco aumentado de fratura esangramento. Como por exemplo, a osteoporose, fraturasprévias3. A escala de Morse foi desenvolvida naUniversidade de Alberta no Canadá em 1985, por JaniceMorse com o de identificar os indivíduos com risco dequedas. Para o desenvolvimento desta escala foirealizado um estudo com 100 doentes que caíram e 100

doentes que não caíram de forma randomizada4. Naaplicação da escala os pacientes são avaliados em 6quesitos sendo que 3 deles são de respostas “sim” e não”sendo que cada um corresponde a um valor, quanto aosoutros 3 quesitos são respostas um pouco maisdetalhadas, onde cada resposta também corresponde aum valor especifico. A pontuação total da escala variaentre 0 e 125 pontos sendo que os indivíduos sãoalocados de acordo com o risco que apresenta, como semrisco varia entre 0 – 24 pontos, baixo risco entre 25 – 50pontos e alto risco > igual a 51 pontos4. Objetivo:Este relato de experiência tem por objetivo transpor osatividades realizadas de ensino, extensão e pesquisaatravés do trabalho em equipe para analisar o risco dequedas dos pacientes internados em um hospital público.Métodologia: É um relato de experiência da aplicaçãoda escala de Morse realizada em um Hospital público noOeste de Santa Catarina no período de março há abril de2015, por acadêmicos em seus respectivos horários deestágios, nos setores de Neurologia, Clínica Traumato-ortopédica, Clínica Cirúrgica Geral e Clínica Médica. Aaplicação se deu através do trabalho em equipe das áreasdo ensino por meio de um projeto assistencial, da equipede extensão por meio da transcrição e tabulação dosresultados, e pesquisa através da aplicação da escala deMorse. A aplicação da escala foi realizada em diasalternados, após os resultados pontuados na escala eramtranscritos em planilhas de Excel para posteriormentetabulação pela equipe de extensão. Fontoura et al.(2009)5 traz a tríade ensino, pesquisa e extensão, comomeio importante para se trabalhar de forma articulada, etem sido uma realidade, a pesquisa e as atividades deensino têm permitido a compreensão da realidade e aextensão tem trazendo a possibilidade de transformá-la.Através das ações desenvolvidas, tem procuradocolaborar para que a Universidade cumpra com um dos

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seus papéis sociais que é de retornar para a comunidadeo conhecimento produzido. Resultados: Foramavaliados através da aplicação da escala de Morse 365pacientes, destas avaliações, 117 foram excluídas pornão possuir os dados completos do paciente,constituindo a amostra de 268 avaliações, as quais foramsubdivididas em grupos conforme o setor de internaçãodo paciente. Para tanto o setor de Neurologia foramrealizadas 75 avaliações, destas 25 (24,50 %)apresentaram alto rico de quedas, pois tiveram resultado> igual a 51 pontos. No setor de internação de ClínicaMédica foram realizadas 38 avaliações, sendo que 15(16,84 %), pacientes apresentaram risco elevado dequedas, já no setor de internação da Clínica CirurgiaGeral foram realizadas 48 avaliações, sendo que em 4(4,88 %) pacientes apresentaram risco elevado paraquedas, na Clínica Traumato-ortopedia foram 107avaliações sendo que 30 (26,08 %) pacientesapresentaram risco elevado para quedas. No total das268 avaliações, 74 (19,23 %) obtiveram resultado >igual a 51 pontos, este resultado implica em riscoelevado para quedas. Podemos observar que o percentualdos resultados quando avaliados em geral sem um olharclínico não está alto, porém se tratando de um eventoadverso com a queda esses valores passam a ter maisrepresentatividade, passando a representar umaporcentagem de grande relevância, tornando uma eventoque deve ser melhor trabalhado, para que assim opaciente teve menos ricos de quedas. Considerações:Durante as atividades desenvolvidas os acadêmicospuderam observar que a utilização da escala de Morse éviável, e de fácil aplicabilidade e que se demonstraefetiva na identificação do risco de quedas nos pacientes.E com isso é possível assegurar a uma melhorassistência de enfermagem, reduzindo os riscos eprevenindo eventos adversos. Também conseguiu-secriar um vínculo maior entre os acadêmicos o quepermite que o trabalho seja mais amplo e de maiorefetividade, pois tem uma visão e trabalho de váriasequipes que trabalham juntas em prol de um objetivo.Implicações para a Enfermagem: Uma das metas doMinistério da Saúde é instituir ações a nível nacionalpara promover a segurança do paciente. A enfermagempor ter sua atuação voltada ao cuidado é uma forte aliadana efetivação de tais metas, e a prevenção de quedas éuma das prioridades a ser implementada.

Palavras-Chave: Segurança do Paciente, Cuidados deEnfermagem, Política de Saúde.

REFERÊNCIAS

[1]. Hayakawa, LY,et al. Risco de queda da cama. O desafioda enfermagem para a segurança do paciente.Investigación y Educación en Enfermería, Medellín.2011; 29(3):459-66. [acesso 23 mar. 2015]. Disponívelem:www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S012053072011000300015&nrm=iso&tlng=PT

[2]. Silva, AEBC. Segurança o paciente: desafios para aprática e a investigação em enfermagem. RevistaEletrônica de Enfermagem [internet]. 2010; 12(30):422.[acesso 27 mar. 2015]. Disponível em:www.fen.ufg.br/revista/v12/n3/v12n3a01.htm

[3]. Brasil. MS. Agência Nacionalde Vigilância Sanitária.RDC50,de 21 de fevereiro de 2002. [acesso 27 mar.2015] Disponível em:www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/RDC%20N%C2%BA%2050-2002.pdf

[4]. Costa-Dias MJ, Martins TAF. Estudo do ponto de corteda Escala de Quedas de Morse (MFS). Revista deEnfermagem Referência. 2014; 1:10. [cesso 27 mar.2015]. Disponível em:www.file:///C:/Users/Cliente/Downloads/7_Revista_de_Enfermagem_Refer%C3%AAncia_RIII13101_-_Portugu%C3%AAs.pdf

[5]. Fontoura ME, et al. A Tríade: Ensino, Pesquisa eExtensão na construção de Escolas. Inclusivas. X Salãode Iniciação Cientifica. 2009; 1364-73. [acesso 15 mar.2015]. Disponível em:http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Humanas/Educacao/70307-MARIAEUGENIASANTOSDAFONTOURA.pdf

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

APOIO E AJUDA AOS FAMILIARES DE PACIENTESONCOLÓGICOS HOSPITALIZADOS

FABIANE DE BASTIANI1, CAMILA GRIEBELER1, JULYANE FELIPETTE LIMA2, SILVIA SILVA DESOUZA3, ANA CAROLINA TEIXEIRA4, MAYARA DE OLIVEIRA WALTER4

1. Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. 2. Doutorando (UFPel) e Mestre (UFPel) emPráticas Sociais em Enfermagem e Saúde. Integrante do Núcleo de Condições Crônicas e suas Interfaces NUCCRIN e Núcleo deSaúde Rural e Sustentabilidade. Membro do grupo de pesquisa GEPISC. Docente Assistente Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS. 3. Mestre em Enfermagem (UFSC). Membro do grupo de pesquisa GEPEGECE. Docente da Universidade Federal daFronteira Sul - UFFS. 4. Graduanda da 1ª fase em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; Graduanda da 1ªfase em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS.

RESUMOIntrodução: De acordo com a Organização Mundial deSaúde (OMS) onze milhões de pessoas sãodiagnosticadas com câncer por ano, sendo que estadoença representa 12,5% das mortes no mundo.Atualmente esta doença encontra-se atrás apenas dascardiovasculares nas causas de morte no ocidente, sendoelevados investimentos e trabalhos publicados na áreaevidenciam a relevância deste problema de saúdepública mundial¹. Em todas as situações de saúde ocuidado ao paciente oncológico deve se dar de formaintegral, com elaboração de ações, prevenção, promoçãoe proteção à saúde e recuperação, pois o diferencial docuidado encontra-se na humanização no tratamento do àpessoa. No contexto do cuidado em oncologia, além damobilização de competências técnicas para o manejo dopaciente que recebe tratamento para o câncer oenfermeiro é desafiado a transcender o estigma queenvolve esta doença e tratamento, planejando o cuidadode forma a contemplar todas as necessidades em saúdedestes, considerando os nós de sua trajetória depadecimento². Nesse contexto o cuidado deve sermultifocal, logo, o profissional deve considerar que afamília é o primeiro sistema de cuidados acessado pelaspessoas e é o contexto onde as primeiras práticas decuidado ocorrem, a família também deve ser consideradanos planos de cuidados para os pacientes com câncer.Sob esta ótica, a família compartilha do sofrimento dopaciente oncológico demandando igual atenção dosprofissionais dos serviços de saúde. Entretanto, a famíliaainda encontra-se marginalizada nos processos de cuidaraos pacientes oncológicos, necessitando de atenção àssuas necessidades de informação e participação, pois aadesão depende do empenho tanto de cuidadoresprofissionais quanto de cuidadores/familiares, sendo que

estes somente poderão cuidar adequadamente com oauxílio daqueles. Assim a enfermagem tem como desafioconhecer a vivência e os sentimentos deste cuidador/familiar, visando à elaboração de ações de apoio eprevenção de agravos. Destarte, conforma-se em deverda comunidade acadêmica a busca por aperfeiçoamentoe atualização de conhecimentos para o cuidado dopaciente oncológico e sua família e cuidadores, a fim depropiciar a troca de informações e experiências comestes, além de possibilitar ações motivacionais e deapoio emocional aos mesmos. Nesse sentido a EducaçãoPermanente em Saúde é um conceito que colabora naassistência aos pacientes oncológicos e suas famílias, aqual constitui importante estratégia no desenvolvimentoda reflexão crítica sobre o cotidiano profissional.Devendo ser orientada para a transformação do processode trabalho e da realidade, buscando preencher lacunascom foco em diversos campos, como o conhecimentocientífico, habilidades, atitudes e comunicação, entreoutros. Devido à rotina intensa dos profissionais queassistem aos pacientes oncológicos, em algunsmomentos a utilização de ferramentas para troca deconhecimento tanto para pacientes quanto paracuidadores/familiares torna-se complexa, sendo assim aacademia se propõe, por meio da extensão a cooperarcom a realização destas atividades. Neste sentido otrabalho com as equipes pode transcender a educaçãopermanente aos profissionais e contemplar os familiaresde pessoas hospitalizadas. Propiciando assim,orientações sobre aspectos de organização e rotinas daunidade, equipamentos utilizados, esclarecimento dedúvidas e discussão de planos de cuidado, entre outros.Objetivos: Desenvolver atividades de grupo de apoiocom familiares de pacientes oncológicos hospitalizadosna unidade de oncologia I do Hospital Regional do Oeste(HRO). Estimular a troca de experiências entre os

de Bastiani et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.73-74 (Ago - Out 2015)

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familiares, oferecer informações sobre tratamento,hospitalização e complicações relacionadas, auxiliar acoordenadora de enfermagem da unidade de oncologianas ações educativas tanto com familiares quanto comprofissionais do serviço, e identificar as experiências dosfamiliares de pacientes oncológicos sobre a doença,tratamento e hospitalização. Método: Visando isso,inicialmente o projeto foi encaminhado ao HRO paraaprovação, após aprovação, foi composto um grupo deestudos com professores (proponente e colaborador) ebolsistas para estudar o tema abordado através deleituras de artigo, discussões em grupo, apresentação detrabalhos e o impacto da hospitalização para osfamiliares e sobre necessidades de familiares/cuidadoresde paciente oncológicos. Após a conclusão desta etapa,com duração de dois meses, realizar-se-ão 30 encontrossemanais, com duração media de uma hora, na sala deespera da oncologia I. No dia do encontro, nos 30minutos que antecedem o horário previsto, passando nosquartos, aproveitando o momento para o convite aosfamiliares para participarem do momento decompartilhamento explicando os objetivos da proposta,sendo esta participação livre e respeitando a autonomiado familiar/ cuidador quanto a deixar o encontro,questionar e expor sua opinião frente aos encontros outemas abordados. Ao término de cada encontro serãosolicitadas sugestões aos participantes para o encontroseguinte a fim de atender as expectativas da clientela.Em cada encontro será realizada uma lista departicipantes e aos acadêmicos o relatos dos encontrosvisando a avaliação, análise e benefícios dos encontros.Também, aos participantes será deixado na sala deespera da ONCOLOGIA I uma caixa com instrumentode avaliação impresso para os que desejarem preencher,ao término das atividades será explicado sobre aimportância da avaliação para continuidade dasatividades do grupo. Com este trabalho, além domencionado, tem-se a possibilidade da participação emeventos e encaminhamento de devolutivas aos serviçosenvolvidos. Resultados: O projeto encontra-se em faseinicial, onde está sendo feito um levantamento dasnecessidades dos familiares/cuidadores no setor para queos encontros sejam planejados em consonância com osanseios destes. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: Este tipo de trabalho atende aopreconizado pelos programas de humanização lançadospelo Ministério de Saúde. Enfim auxilia e oferececonforto para aqueles que passam por momentos difíceisdurante a hospitalização de seu ente querido. Éimportante que o enfermeiro possa, através de espaçoscomo atividades de grupo ou sala de espera,compartilhar o cuidado com a família/ cuidador,esclarecendo seus anseios e trazendo o familiar/cuidador como ponto de apoio ao paciente oncológico,visto que o sucesso do tratamento vai muito além do

cuidado medicamentoso. A autoestima e a força devontade do paciente devem ser motivadas diariamente,pois são fortes aliados ao bem estar físico, social eemocional. Os pacientes oncológicos/ familiares/cuidadores necessitam de atenção amparo e informação,pois a hospitalização de um membro da família altera aestrutura da mesma. Estudos demonstram que osfamiliares enfrentam melhor o processo de adoecimentodo ente querido quando recebem apoio durante otratamento e internação. No entanto, apontam tambémpara uma alta prevalência de depressão em cuidadores,principalmente cônjuges de pacientes com cânceravançado, demonstrando a necessidade de medidasrelacionadas a prevenção desses sintomas.

Palavras-Chave: Oncologia, Cuidadores Familiares,Hospitalização.

REFERÊNCIAS

[1]. Recco DC, Luiz CB, Pinto MH. O cuidado prestado aopaciente portador de doença oncológica: na visão de umgrupo de enfermeiras de um hospital de grande porte dointerior do estado de São Paulo. Arq Ciência Saúde.2005.

[2]. Gomes SDS, Santos AVD, Lima LBD, Oliveira S,Moura R. A ética do cuidado no exercício daenfermagem: um olhar sobre os pacientes oncológicos.Horizonte, Belo Horizonte. 2010; 8(18):145-1969.Disponível em:www.file:///C:/Users/Toldo/Downloads/ARTIGOONCOLOGI UFFS ref.1.pdf.

Vol.11,n.3,pp.75-77 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

AS PESQUISAS SOBRE INFECÇÕES DO TRATOURINÁRIO NO ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL

MARIANA SBEGHEN MENEGATTI1, FRANCIELY DAIANA ENGEL2, NARAIANE FERMINO3, ANDRÉLUCAS MAFFISSONI1, GABRIELA VICARI1, ARNILDO KORB1

1. Acadêmicos da Iniciação Científica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Doutor.Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: As infecções do trato urinário (ITUs) estãoassociadas, em muitos casos, as doenças de pacientesinternados, gestantes, idosos e principalmente mulherescom vida sexual ativa. Alguns fatores potencializam orisco destas infecções neste público, como episódiosprévios de cistite, o ato sexual, o uso de espermicidas, agravidez, o número de gestações, o diabetes mellitus, ahigiene pessoal, a obesidade e as menores condiçõessocioeconômicas¹. As ITUs representam riscos, devido agrande parcela de população afetada e a resistência debactérias uropatogênicas aos antimicrobianos deprescrição para o tratamento destas infecções. Adificuldade no tratamento e o aumento na resistência temocorrido devido ao uso abusivo destes fármacos. Estainvestigação se justificou pela importância que o Estadode Santa Catarina tem no cenário econômico nacional,tanto no setor turístico, quanto industrial eagroindustrial. Este modelo agroindustrial temintensificado o fluxo migratório de trabalhadores e demercadorias, intensificando, também o fluxo de genes deresistência bacteriana e de disseminação de genes depatogenicidade. As infecções, especialmente asmultirresistentes, são um problema de saúde pública,especialmente quando potencializam a disseminação degenes patogênicos e de resistência a antimicrobianos. Amorbidade causada pelas infecções urinárias provocaperdas de produtividade no trabalho, expõe gruposvulneráveis, como idosos e gestantes, e reflete ocontexto das vulnerabilidades físicas e sociais, presentesnas populações afetadas. Objetivos: Esta investigaçãoteve por objetivo inventariar o perfil das pesquisas acerca das Infecções do Trato Urinário realizadas emSanta Catarina nos últimos 10 anos em pacientesinternados e ambulatoriais. As categorias analisadasforam gestantes, crianças e idosos. Os fatores como aidade dos indivíduos, o perfil de resistência aosantimicrobianos mais utilizados nas práticas terapêuticas

(fluorquinolonas, macrolídeos e cefalosporinas deterceira geração) e o gênero bacteriano envolvido nasinfecções, nortearam a busca pelos trabalhos referentesao Estado de Santa Catarina. Metodologia: Tratou-se deuma de pesquisa de revisão narrativa, realizada noperíodo de julho a dezembro de 2014. Foi realizada abusca de trabalhados publicados na plataforma dePeriódicos Capes, de pesquisas realizadas sobre ITUs noEstado de Santa Catarina nos últimos dez anos. Foramtambém consultados TCCs, monografias, dissertações eteses disponíveis eletronicamente. Para as pesquisas nãodisponíveis eletronicamente recorreu-se a consulta aoacervo das bibliotecas universitárias. Resultados eDiscussão: Foram localizadas 21 pesquisas, 10 destasestavam disponíveis eletronicamente, 15 foramrealizadas na modalidade de conclusão de curso degraduação e seis em programas de Pós-Graduação. Nãoforam encontrados artigos ou ensaios de pesquisasrealizadas em Santa Catarina retidos em bases de acessorestrito. Das pesquisas, 14 ocorreram na Região Oeste eNorte e oito (8) no litoral do Estado. Ocorreram três (3)pesquisas em cursos de Enfermagem, seis (6) em cursosde Medicina, oito (8) em curso de Farmácia, três (3) emcurso de Ciências Biológicas, uma (1) em curso deBiomedicina e uma (1) vinculada a programa de Pós-Graduação. Estas pesquisas relacionaram-se a: duas (2)de infecções em crianças internadas, uma (1) em idososnão internados, três (1) em gestantes e 15 amostrasmistas. Em 13 pesquisas foi considerada a influência dogênero masculino e feminino na análise dos resultados.Em cada dez pesquisas, na proporção de 3 para 1, ou75% para 25%, prevaleceram no número de amostras, asITUs em mulheres. Em pacientes hospitalizados, e cominfecções resultantes de cateterização, os percentuaisforam semelhantes entre si, porém com ligeiro acréscimoem média de 2% ao grupo feminino, assim como no casodos resultados obtidos na pesquisa realizada por Stammet al. (2006)². Dados de 2013, indicaram que o número

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de nascidos vivos em Santa Catarina foi de 90408indivíduos³. Estimando-se que apenas 5% das gestantestivessem desenvolvido alguma forma de ITUchegaríamos a cerca de 4520 casos de infecção naqueleano. Dez pesquisas foram realizadas com isoladosbacterianos provenientes de pacientes hospitalizados,três de pacientes ambulatoriais e em oito não foi possívelidentificar o local e a origem da população alvo, pois ospesquisadores recorreram aos laboratórios quereceberam os dois tipos de amostras. A pesquisarealizada por Schulz et al. no litoral catarinense, empacientes hospitalizados, objetivou avaliar os métodosde coleta de urina para diagnosticar infecções urinárias4.Esta não abordou nos isolados bacterianos o perfil deresistência aos antimicrobianos, nem a prevalência entregênero dos pacientes e a frequência de gênerospatogênicos. Das 21 pesquisas, 10 abordaram perfil deresistência e nestas prevalesceu E. coli, Klebsiela eProteus sp., respectivamente. Em dois isolados depacientes hospitalares E. coli prevaleceu em no mínimo50%, principalmente em ITU desenvolvidas porcateterização. Na pesquisa de Stamm este resultadochegou a 52%, assim como alta incidência de Candidaalbicans². Em pacientes ambulatoriais os resultadosapontaram frequência superior a 70% para E. coli. Osresultados das pesquisas em SC se apresentam dentrodas descrições realizadas em pesquisa similaresrealizadas no mesmo período em outros Estadosbrasileiros. Proteus mirabilis, Enterococcus e o gêneroKlebsiela spapresentaram percentuais de prevalênciavariados entre pacientes ambulatoriais.Pesquisarealizada em Concórdia analisou o perfil de resistênciade cepas de Staphylococcus saprophyticcus isoladas daurina de pacientes hospitalizados com infecção urinária.Esta foi a única pesquisa encontrada que investigououtro gênero bacteriano não relacionado àsEnterobacteriaceae. Estes isolados apresentaram baixoperfil de resistência ao antimicrobiano ciprofloxacina,vancomicina e a β-lactâmicos, como penicilina. Do total,15 pesquisas analisaram o perfil de resistência aosantimicrobianos. Os percentuais de resistências paraantimicrobianos criticamente importantes comofluorquinolonas, macrolídeos e cefalosporinas de terceirageração oscilaram entre pesquisas, mas foram maisexpressivos em pacientes internados, especialmente nasinfecções desencadeadas por cateterismo como napesquisa realizada por Ferrão no Hospital Universitáriode Florianópolis. Nesta pesquisa, constatou-seresistência para E. coli em 25% para ciprofloxacina,ausência de resistência para norfloxacina elevofloxacina, 16% de resistência para imipenem, 25%para cefepime. Para macrolídeos encontraram baixaresistência em isolados de Staphylococcus sp5. Nãoforam encontradas pesquisas que utilizaram entrevistacomo método de coletar informações para analizar

aspectos socioeconômicos e culturais pré-disponentes aodesenvolvimento de ITUs, como comportamento sexual,hábitos de higiene, uso correto de antibioticoterapia econdições de saneamento básico. Considerações finaise Contribuições para a Enfermagem: O reduzidonúmero de pesquisas sobre infecções do trato urinárionos últimos 10 anos no Estado de Santa Catarina expõe alimitação de dados para embasar políticas públicas parao controle das infecções hospitalares e comunitárias. Amaioria das pesquisas encontradas teve como foco asinfecções em pacientes hospitalizados, o que remete acompreensão de que infecções comunitárias,especialmente com o grupo das gestantes, consideradasmais vulneráveis e expostas aos riscos, não estão entre asmais relevantes para as instituições de pesquisa. Estefoco, voltado unicamente para as pesquisas em infecçõeshospitalares, reduz a complexidade nas discussões sobreseleção e disseminação de genes de resistênciabacteriana e de patogenicidade, considerando aimportância econômica que o Estado possui no turismo ena produção de alimentos de origem animal. Pelo fatodasITU's atingirem grande parcela da população, emdiferentes faixas etárias, tornam-se fundamentaisestratégias de promoção e de prevenção em saúde.Partindo-se do pressuposto de que a promoção requeratenção a toda a população, há a necessidade deintensificação das pesquisas sobre a incidência e aprevalência de ITUs em Santa Catarina, considerando oatual cenário econômico e social do Estado. A promoçãorequer, ainda, ações de educação em saúde direcionadasaos grupos vulneráveis, bem como, novas abordagensna formação de profissionais em Enfermagem para queestes possam estar qualificados para o trabalho noambiente comunitário e hospitalar com estratégias dereferência e contra-referência. A prevenção requer açõesespecíficas em cada grupo social com estratégias multi-profissionais, como a Estratégia de Saúde da Família,que minimizem os impactos sobre os sujeitos afetadospor estas infecções,sendo fundamentais na manutençãodo bem-estar biopsicossocial de todo o grupo familiar.

Palavras-Chave: Prevalência, Infecções Urinárias,Infecções do sistema urinário.

REFERÊNCIAS

[1]. Lopes HV, Tavares W. Diagnóstico das infecções dotrato urinário.Rev AssocMedBras, São Paulo. 2005;51(6).

[2]. Stamm AMNF, Forte DY, Sakamoto KS, Campos ML,Cipriano ZM. Cateterização Vesical e Infecção do TratoUrinário: estudo de 1.092 casos. Arquivos Catarinensesde Medicina. 2006; 35(2):73-77.

[3]. DATASUS. Informações em Saúde. Disponível em:http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?ibge/cnv/poptsc.def.

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[4]. Schulz T, Machado MJ, Treitinger A, Fiamoncini A,Niederauer LMO. Risk associated with dipstickurinalysis for diagnosing urinary tract infection. PinnacleBiochemistry Research. 2014; 1(1).

[5]. Ferrão WP. Infecção do Trato Urinário da UTI adulto doHospital Universitário da UFSC no período de 2005 a2009: taxas de infecções relacionadas a cateter, agenteetiológicos e resistência a antimicrobianos. Trabalho deconclusão de Curso de Medicina da UniversidadeFederal de Santa Catarina. 2010. Disponível em:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/120598/294969.pdf?sequence=1.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO DE ENFERMAGEMNOS SETORES QUE PRESTAM ASSISTÊNCIA AO

PACIENTE CIRÚRGICOVANESSA SCHORR1, SÉRGIO MAUS JÚNIOR1, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES1, JÉSSICACOSTA MAIA1, ARLETE NORONHA1, LETÍCIA DE LIMA TRINDADE2

1. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). 2. Enfermeira, Doutora emEnfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC. Coordenadora do Grupo de Estudos Sobre Saúde e Trabalho(Gestra/UDESC).

RESUMOIntrodução: ao se tratar de instituições de saúde, osobjetivos do trabalho incluem a promoção, reabilitação erecuperação da saúde e bem-estar dos indivíduos.Contudo, os trabalhadores destes setores merecematenção, pois o benefício da sociedade em geral dependede sua força de trabalho. Limitações de ordem física sãoapontadas como as responsáveis pela maior perda deprodutividade e por afetar a saúde dos enfermeiros.Características inerentes à assistência a pacientesinstáveis, recursos insuficientes e dificuldades derelacionamento interpessoal também representamcondições que podem acarretar danos à saúde física emental destes profissionais1. Além disso, o assédiomoral nas organizações de trabalho vem trazendograndes preocupações, pois este tipo de violência foiidentificado como um fenômeno destrutivo do ambientede trabalho, não só por diminuir a produtividade, mastambém favorecendo o absenteísmo, devido aos danospsicológicos que envolvem2. Neste contexto deviolência, um trabalhador saudável pode desenvolverdistúrbios e fraquezas psíquicas que resultam naincapacidade de produzir o seu melhor, tornando-sedesatento, ineficaz e sensível a críticas, comprometendoassim o processo de trabalho2. Objetivo: analisar aocorrência das situações de intimidação/assédio moralentre profissionais de enfermagem nos cenários doCentro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Sala deRecuperação Pós-anestésica e Central de Material eEsterilização. Metodologia: trata-se de uma pesquisaexploratória e descritiva, com abordagem quantitativa,que pretende analisar as implicações da violência nasaúde do trabalhador da equipe de enfermagem nosdiferentes cenários de atuação. O estudo está passandopela etapa da coleta de dados que teve início no mês deabril de 2015, sendo realizada no campo de trabalho dos

profissionais, utilizando-se doSurvey QuestionnaireWorkplace Violence in Health Sector, proposto pelaOrganização Mundial da Saúde, OrganizaçãoInternacional do Trabalho e de Serviços Públicos eConselho Internacional de Enfermagem3, traduzido eadaptado para a língua portuguesa4. O segundoquestionário se constitui pelo Maslach InventoryBurnout (MBI)5que procura identificar aspectos quedesencadeiam a Síndrome de Burnout e que estãoassociados às relações e condições de trabalho. Nestemomento, apresentam-se os resultados parciais referenteao cenário hospitalar, envolvendo setores que prestamassistência direta ou indireta ao paciente cirúrgico, sendoestes o Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Sala deRecuperação Pós-anestésica e Central de Material eEsterilização, problematizando a intimidação/assédiomoral. Nestes cenários, 43 profissionais de enfermagemparticiparam da pesquisa, entre eles enfermeiros,técnicos e auxiliares de enfermagem. Constituíram-secomo critérios de inclusão ser profissional da equipe deenfermagem e que atuava há mais de seis meses nocenário hospitalar. Foram excluídos os profissionais queestavam em férias ou afastamento do trabalho porqualquer motivo. O estudo foi avaliado e aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (CAAE:32263014.50000.5327), e está sendo realizado em outrostrês hospitais do Sul do Brasil. Além disso, a propostafoi encaminhada às instituições envolvidas, no sentidode formalizar a autorização para o desenvolvimento damesma. Resultados:participaram da pesquisa seteenfermeiros, 32 técnicos de enfermagem e quatroauxiliares de enfermagem, resultando em um total de 43profissionais. Deste total, 83,72% são do gênerofeminino. A idade média dos entrevistados é de 40,5anos(mínima de 23 anos e máxima de 64 anos). A cor da pele

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mais comum é branca, em um percentual de 67,44%,seguido da parda (25,58%) e negra (6,98%). O grau deescolaridade mais comum compreende o segundo graucompleto, num percentual de 62,79%, seguido doterceiro grau completo (20,93%) e terceiro grauincompleto (16,28%). Os resultados apontam para umamédia de 1,4 filhos entre os entrevistados. O tempomédio de experiência na área da saúde foi de 12,9 anos(mínimo de 8 meses e máximo de 34 anos). Dentre osentrevistados 17 atuam no Centro Cirúrgico, nove noCentro Obstétrico, 15 na Central de Material eEsterilização e dois na Sala de Recuperação Pós-anestésica. Quanto ao turno de trabalho, 41,86%trabalham no período noturno, 37,21% trabalham noperíodo vespertino e 20,93% no período matutino. Emrelação ao aspecto da violência que se pretendeapresentar neste momento, observaram-se ocorrências deintimidação/assédio moral entre 13,95% dosentrevistados (n=6), os quais referiram terem sidointimidados, humilhados, desqualificados oudesmoralizados de forma persistente em seu local detrabalho nos últimos 12 meses. Dentre estes, a média deintimidação/assédio moral foi de 3,5 vezes nos últimos12 meses. Entre os profissionais que sofreram esse tipode violência, quatro consideram que esta não é umasituação típica em seu local de trabalho, contudo doisparticipantes consideram como típica. Entre estaamostra, ao se considerar a última vez em que oprofissional foi intimidado/agredido moralmente, cincoafirmaram que o agressor foi um profissional médico eum também membro da equipe de enfermagem. Emtodos os casos de intimidação/assédio moral ocorreramdentro da instituição de trabalho. Ao se perguntar areação dos profissionais diante do ocorrido, trêsrelataram que não tiveram nenhuma reação, doistentaram fingir que nada aconteceu, dois contaram paraalgum colega de trabalho, três pediram para a pessoaparar, um contou para amigos/ familiares, e apenas umapessoa registrou o evento. Em relação aos problemasvivenciados pelos profissionais em detrimento daintimidação/assédio moral, dois se sentiramextremamente incomodados por ter memórias,pensamentos ou imagens da agressão repetidas eperturbadoras e, um se sentiu bastante incomodadoquanto a estes pensamentos. Mecanismos como manter-se alerta, vigilante, de sobreaviso ou constantementetenso(a) depois do incidente foram utilizados por partedos sujeitos, e cinco acreditam que o episódio poderia tersido evitado. Todos os profissionais que sofreramintimidação/assédio moral indicaram que não foi tomadanenhuma providência diante do evento e o agressor nãosofreu nenhuma consequência. Ao perguntar se oempregador ou supervisor ofereceu ajuda diante os casosde intimidação ou assédio moral, quatro afirmaram queestes não ofereceram ajuda, um relatou que lhe foi

oferecido aconselhamento e um indicou outro tipo desuporte, que se baseou em um diálogo com o agressor.Do total de funcionários intimidados/ assediadosmoralmente, três não relataram ou falaram sobre oincidente com outras pessoas, por considerar quedequalquer forma não seriam tomadas providências; pornão achar importante o ocorrido ou porque ficou commedo das consequências negativas. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: evidenciou-se quena grande maioria dos casos a intimidação/agressãopartiu de médicos, sendo que isso foi relatado por cincodo total de seis casos dessa violência entre a populaçãoem estudo. Percebe-se que poucos profissionaisregistram estes casos de violência, sendo que nessarepresentação apenas um entrevistado o fez. Outrapreocupação com os dados encontrados se refere àsprovidências tomadas diante destes eventos, pois emnenhum destes casos foi tomada alguma providência e osagressores não tiveram nenhum tipo de consequência, oque pode levar a continuidade da situação no âmbito detrabalho, bem como banalização deste tipo de violênciaentre os membros da equipe de enfermagem. Este estudoé considerado relevante para o exercício da enfermagemno âmbito hospitalar, uma vez que se pode identificar aocorrência da violência contra a equipe de enfermagem,proferidas tanto de pacientes, familiares/cuidadores depaciente, ou pelos próprios colegas de trabalho, bemcomo a identificação de suas implicações para a saúdedo trabalhador e a qualidade da assistência prestada aospacientes. Assim, com estes resultados pode-se pensarem estratégias para a melhoria da segurança dosprofissionais da saúde no âmbito de trabalho, comotambém para a qualificação da forma de tratamento doscasos de violência, tendo em vista que suasconsequências podem afetar negativamente a qualidadeda assistência e segurança do paciente no contextohospitalar.

Palavras-Chave: Violência, Saúde do Trabalhador,Sistema Único de Saúde, Enfermagem

REFERÊNCIAS

[1]. Umann J, Guido LA, Grazziano ES. Presenteísmo emenfermeiros hospitalares. Rev. Latino-Am. Enfermagem.2012; 20(1):3-8.

[2]. Freitas, ME. Assédio moral e assédio sexual: faces dopoder perverso nas organizações. Revista deAdministração de Empresas. 2001; 41 (2):8-19.

[3]. Di Martino V. Workplace violence in the health sector –country case studies (Brazil, Bulgarian, Lebanon,Portugal, South África, Thailand, andan additionalAustralian study; 2002.

[4]. Palácios M. Relatório preliminar de pesquisa. Violênciano trabalho no setor saúde – Rio de Janeiro.

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Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2002.Disponível em:

http://www.assediomoral.org/IMG/pdf/pesquisa_sobre_Violencia_no_trabalho_Universidade_Federal_RJ.pdf

[5]. Maslach C, Jackson S. The measurement of experiencedburnout. Journal of Ocuppational Behavior. 1981;2(1):99-113.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO FORTALECIMENTODO CONTROLE SOCIAL: ANÁLISE DA PARTICIPAÇÃO

NO NÍVEL MUNICIPALDIANE NEGRI1, ADRIANA CRISTINA HILLESHEIM2

1. Acadêmica 7º período do curso de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó-Unochapecó; 2. Docente doCurso de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó. Unochapecó. Mestre em Envelhecimento Humano.

RESUMOIntrodução: ao se tratar de instituições de saúde, osobjetivos do trabalho incluem a promoção, reabilitação erecuperação da saúde e bem-estar dos indivíduos.Contudo, os trabalhadores destes setores merecematenção, pois o benefício da sociedade em geral dependede sua força de trabalho. Limitações de ordem física sãoapontadas como as responsáveis pela maior perda deprodutividade e por afetar a saúde dos enfermeiros.Características inerentes à assistência a pacientesinstáveis, recursos insuficientes e dificuldades derelacionamento interpessoal também representamcondições que podem acarretar danos à saúde física emental destes profissionais1. Além disso, o assédiomoral nas organizações de trabalho vem trazendograndes preocupações, pois este tipo de violência foiidentificado como um fenômeno destrutivo do ambientede trabalho, não só por diminuir a produtividade, mastambém favorecendo o absenteísmo, devido aos danospsicológicos que envolvem2. Neste contexto deviolência, um trabalhador saudável pode desenvolverdistúrbios e fraquezas psíquicas que resultam naincapacidade de produzir o seu melhor, tornando-sedesatento, ineficaz e sensível a críticas, comprometendoassim o processo de trabalho2. Objetivo: analisar aocorrência das situações de intimidação/assédio moralentre profissionais de enfermagem nos cenários doCentro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Sala deRecuperação Pós-anestésica e Central de Material eEsterilização. Metodologia: trata-se de uma pesquisaexploratória e descritiva, com abordagem quantitativa,que pretende analisar as implicações da violência nasaúde do trabalhador da equipe de enfermagem nosdiferentes cenários de atuação. O estudo está passandopela etapa da coleta de dados que teve início no mês deabril de 2015, sendo realizada no campo de trabalho dosprofissionais, utilizando-se doSurvey QuestionnaireWorkplace Violence in Health Sector, proposto pela

Organização Mundial da Saúde, OrganizaçãoInternacional do Trabalho e de Serviços Públicos eConselho Internacional de Enfermagem3, traduzido eadaptado para a língua portuguesa4. O segundoquestionário se constitui pelo Maslach InventoryBurnout (MBI)5que procura identificar aspectos quedesencadeiam a Síndrome de Burnout e que estãoassociados às relações e condições de trabalho. Nestemomento, apresentam-se os resultados parciais referenteao cenário hospitalar, envolvendo setores que prestamassistência direta ou indireta ao paciente cirúrgico, sendoestes o Centro Cirúrgico, Centro Obstétrico, Sala deRecuperação Pós-anestésica e Central de Material eEsterilização, problematizando a intimidação/assédiomoral. Nestes cenários, 43 profissionais de enfermagemparticiparam da pesquisa, entre eles enfermeiros,técnicos e auxiliares de enfermagem. Constituíram-secomo critérios de inclusão ser profissional da equipe deenfermagem e que atuava há mais de seis meses nocenário hospitalar. Foram excluídos os profissionais queestavam em férias ou afastamento do trabalho porqualquer motivo. O estudo foi avaliado e aprovado peloComitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos daUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (CAAE:32263014.50000.5327), e está sendo realizado em outrostrês hospitais do Sul do Brasil. Além disso, a propostafoi encaminhada às instituições envolvidas, no sentidode formalizar a autorização para o desenvolvimento damesma. Resultados: Partindo da compreensão de que oacesso às informações amplia a percepção do controlesocial em sua dimensão educativa e na medida em quecria a capacidade das pessoas materializarem ademocracia, faz com que os sujeitos ultrapassem oslimites do âmbito pessoal para uma prática coletiva.Através da Lei Orgânica da Saúde 8.142/90regulamenta-se a participação da comunidade atravésdos conselhos e conferências de saúde, sendo o conselhopermanente e deliberativo e as conferências de saúdereunir-se a cada quatro anos com representação de vários

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segmentos sociais, com o intuito de avaliar a situação desaúde para propor diretrizes de políticas de saúde, emníveis correspondentes, sendo poder executivo e/ouconselho de saúde1. A regulamentação e a formação dosconselhos de saúde se dá através da Resolução Nº 333 denovembro de 2003, a qual organiza os conselheiros daseguinte forma: 50% de representantes usuários do SUS,25% de representantes de trabalhadores de saúde, 25%representado pelo governo, prestadores de serviçosprivados e conveniados ou sem fins lucrativos. Omandato poderá ser definido por Regimento Interno doConselho, sugerindo-se uma duração de dois anos,podendo esses ser reconduzidos perante a avaliação desuas respectivas representações2. Desse modo osconselhos municipais de saúde devem constituir órgãosde ação política e não de transmissão das decisõestomadas em instâncias centralizadas de poder. Essesconstituem espaço de discussão e ação através daparticipação direta dos cidadãos em decisões públicas.Os conselheiros representam uma organização, esta porsua vez parte de um segmento social, desta forma asentidades e instituições devem participar dos conselhoselencando os critérios de escolha de seus representantes,entre eles, podem ser citadas as eleições realizadas pormeio de assembleias ou por indicação pela direção daentidade. Cabe aos conselheiros atuar comresponsabilidade buscando melhorias para os problemasque venham afligir a população, discutindo, negociando,buscando acordos. É elencada a importância deste deconhecer os problemas de seu município para que possaelencar as prioridades visando exercer controle social. OConselheiro representa uma significativa parcela dasociedade, para que esta representação seja efetiva estedeve procurar conhecer, as necessidades dos segmentossociais que representa no Conselho, a realidade de seuterritório, relacionando os problemas e no que elespodem influenciar na saúde da população. Precisam estaratentos, para que se possa elencar um plano deprioridades que sejam realmente necessárias apopulação3. Objetivos: Analisar a forma de escolha dosrepresentantes da enfermagem para o ConselhoMunicipal de Saúde de Chapecó (CMS) e sua influênciano fortalecimento do exercício do controle social.Verificando de que forma os conselheiros querepresentam a enfermagem foram escolhidos por seuspares e identificar como os representantes avaliam aimportância da sua participação no Conselho Municipalde Saúde. Método: Trata-se de uma pesquisa comabordagem qualitativa, caracterizando-se comoexploratória e descritiva. Os sujeitos da pesquisa serãoos conselheiros municipais de saúde representantes doConselho Regional de Enfermagem (COREN) e/ouAssociação Brasileira de Enfermagem (ABEN) nacomposição do Conselho Municipal de Saúde deChapecó (CMS) e representantes do COREN e ABEN

de Santa Catarina. Os dados serão coletados conformecronograma utilizando os seguintes instrumentos:entrevista semiestrurada com perguntas abertas efechadas, realizadas com roteiro estruturado sendogravadas e posteriormente transcritas na íntegra.Osdados serão analisados a partir das informações obtidasnas entrevistas, que serão gravadas e posteriormentetranscritas, buscando sintetizar os dados com base naanálise de conteúdo. Ao final da pesquisa, os dadosserão apresentados por meio de relatório final descritivo,em fóruns de debates e publicações (em eventos eperiódicos) envolvendo o conjunto dos atores econselhos pesquisados, bem como a comunidadeacadêmica e profissional, concretizando assim umaestratégia de devolução dos resultados aos atoresparticipantes do processo investigativo ora proposto.Resultados: Espera-se com essa pesquisa ampliar oconhecimento a cerca da participação da enfermagem naconstrução das políticas públicas de saúde e reconhecer aimportância da categoria no fortalecimento do controlesocial, pois a participação do enfermeiro nos sistemas desaúde contribui para definição das políticas de saúdedentro de um município. Reconhecendo a forma deescolha dos representantes e verificando de que forma osconselheiros que representam a enfermagem foramescolhidos por seus pares e identificando como osrepresentantes avaliam a importância da sua participaçãono Conselho Municipal de Saúde. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: A enfermagem éuma profissão que desenvolve as mais variadas funçõesdentro da área da saúde, possuindo um significativonúmero de profissionais atuantes nos mais variadossegmentos da área, no contexto brasileiro, a atuação daenfermagem é desenvolvida em sua maioria sem que aspessoas percebam o que realmente esses profissionaisrealizam e qual é o seu potencial de implementação,manutenção e desenvolvimento de políticas públicas emsaúde.A enfermagem exige competências de carátereducativo, assistencial, administrativo e político,engajadas no conhecimento que o enfermeiro tem doprocesso de gestão em saúde, do desencadeamento deprocessos e práticas sociais desenvolvendo assim ocontrole social.Acredita-se que os enfermeiros exercemum papel de suma importância na construção e nofortalecimento social, pois esses atores estão diretamenteem contato com a população, possuindo um papelarticulador entre as atividades e os profissionaisenvolvidos na produção das ações de saúde. Osenfermeiros ao realizarem suas funções como serescríticos, reflexivos, compromissados com seu papelsocial, que atuem como sujeitos ativos, contribuemefetivamente na busca do controle social, por issoconsidera-se importante à participação atuante doprofissional enfermeiro nos Conselhos de Saúde, devidosua formação voltada a prática social e de saúde pública.

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Palavras-Chave: Enfermagem, Controle social,Conselho de Saúde.

REFERÊNCIAS

[1]. Brasil. Lei Nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. DiárioOficial da Republica Federativa do Brasil, PoderExecutivo, Brasília, DF. 1990.

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[3]. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução Nº 333 denovembro de 2003. Aprova as diretrizes para criação,reformulação, estruturação e funcionamento dosConselhos de Saúde. Diário Oficial da União. Brasília,DF. Imprensa Nacional, 4 dez. 2003.

Vol.11,n.3,pp.84-85 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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BJSCR (ISSN online: 2317-4404) Openly accessible at http://www.mastereditora.com.br/bjscr

RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE SAÚDE PORPACIENTES RENAIS E A VISÃO DA ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM

CAMILA ZANESCO1, ELISANGELA GIANCHINI2, MARLENE PAZ3, MANUELA POLETTO3, DÉBORATAVARES REZENDE E SILVA ABATE4

1. Acadêmica do sétimo período do curso de bacharelado em Enfermagem na Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, CampusChapecó-SC; 2. Acadêmica do quinto período do curso de bacharelado em Enfermagem na Universidade Federal da Fronteira Sul -UFFS, Campus Chapecó-SC; 3. Acadêmica do terceiro período curso de bacharelado em Enfermagem na Universidade Federal daFronteira Sul - UFFS, Campus Chapecó-SC; 4. Doutora. Docente do curso de bacharelado em Enfermagem na Universidade Federalda Fronteira Sul - UFFS, Campus Chapecó - SC.

RESUMOIntrodução: O Ministério da saúde define qualidade devida (QV) como: “a percepção do indivíduo de suaposição na vida no contexto da cultura e sistema devalores nos quais ele vive, e em relação aos seusobjetivos, expectativas, padrões e preocupações”.Quando tratamos de um paciente com insuficiência renalcrônica (IRC), onde as dimensões de qualidade de vidasão alteradas, muitas vezes comprometidas, devido asTerapias Renais Substitutivas (TRS) de rotina, uso demedicamentos, alterações corporais, sociais, navitalidade e disposição para realizar as atividades, eprincipalmente na saúde, a QV sofre mudanças econsequentemente requer cuidados diferenciados. A IRCleva a perda progressiva e geralmente irreversível dafunção renal, sendo que desta forma as atividadesrotineiras tendem a ser alteradas. Desde o início desteséculo houve aumento significativo nos índices quecondizem aos portadores de IRC, porém com o avançona qualidade e eficiência das TRS oferecidos peloSistema Único de Saúde (SUS), os pacientes alcançaramuma maior sobrevida, e o melhor com saúde e QV.Sendo assim o portador de IRC necessita de auxílio parao enfrentamento das diversas situações não esperadas nocurso de sua vida, para tanto a enfermagem deve estarpreparada com devido conhecimento científico noâmbito da teoria e da prática, como também deve estardisponível para o auxílio tanto psicológico quanto paraos cuidados necessários. O portador de IRC possuicontato frequente e direto com os profissionais deenfermagem, e são esses que devem esclareceras dúvidasexistentes realizar as orientações cabíveis. A ligaçãoprofissional enfermeiro/paciente tende a ser maispróxima do que com o restante da equipe do serviço,

devido à frequente utilização do espaço para a realizaçãoda TRS. A TRS geralmente ocupa em média quatrohoras, de três dias na semana, sendo esse local oambiente de trabalho da equipe de enfermagem.Objetivos: Nosso objetivo foi avaliação da percepção desaúde dos pacientes em TRS e a visão em relação àassistência de enfermagem no ambiente onde édisponibilizado o serviço de TRS, neste caso o local foia Clínica Renal do Oeste, Chapecó - SC. Métodos: Esteestudo possui metodologia quantitativa, descritiva.Utilizou-se o questionário: Doença Renal e Qualidade deVida (KDQOL-SF™ 1.3), onde 37portadores de IRCque utilizam dos serviços da Clínica Renal do Oeste emChapecó-SC,foram entrevistados por acadêmicas doquinto e sétimo período do curso de bacharelado emenfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul– UFFS, no período que compreende fevereiro à abril doano de 2015. A coleta de dados procedeu-se por meio deconversa, abrangendo pacientes dos três turnos diáriosque acontecem na clínica.Os entrevistados possuíamidades variadas, e nível de escolaridade diferenciado,dessa forma optou-se por realizar a leitura doquestionário para obtenção de resultados maisfidedignos. Resultados e Discussão: Os pacientes foramquestionados em relação à saúde, onde foi perguntado:1- Em geral, você diria que sua saúde é: Excelente2,70%,muito boa 2,70%,boa 50,05%, regular 29,73%,ruim 10,81%. Pode-se observar que apesar dadependência dos pacientes entrevistados no que condiz,ao uso de medicamentos, TRS, limitações decorrentes daIRC, e muitas vezes doenças associadas, cerca de89,19% consideraram a saúde de regular a excelentecomo podemos ver nos resultados acima apresentados.Em relação à equipe de enfermagem foram utilizadas

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três perguntas sendo que quando questionados sobre: 1-O pessoal da diálise me encorajou a ser o maisindependente possível? 59,45% dos entrevistadosresponderam que sem dúvida é verdadeiro, 40,54%disseram que geralmente é verdade; 2- O pessoal dadiálise ajudou-me a lidar com minha doença renal?59,45% dos entrevistados responderam que sem dúvida éverdadeiro, para 40.54% geralmente é verdade; 3- Pensea respeito dos cuidados que você recebe na diálise. Emtermos de satisfação, como você classificaria a amizadee o interesse deles demonstrado em você como pessoa?Para 16,22% é bom, muito bom para 29,73%,excelente à13,51%, e o melhor para 40,54%. Pode-se perceber quepara o público que faz uso da TRS na Clínica Renal doOeste, em geral, a equipe de enfermagem é importante efaz a diferença no tratamento. Foi observado que, cabeao profissional, principalmente ao enfermeiro e a equipede enfermagem, a compreensão do paciente como umapessoa com seus próprios modos e escolhas de vida, eformas de convivência em comunidade. É o enfermeiroo responsável pelo apoio e pelos cuidados demandados,em relação não somente a TRS, mas também pelaabordagem ao portador de IRC, e que devem serrealizados da melhor maneira possível, sem julgamentose distinções, aproveitando o máximo das possibilidadesgarantidas nas diretrizes do SUS para melhorar aqualidade da saúde, além de tentar evitar complicaçõesdo procedimento. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: Por meio da realização desta pesquisapode-se verificar que,a grande maioria dos portadores deIRC apesar das limitações e restrições pelas quaispassam, compreendem a própria saúde como boa. Aidealização da melhora gradativa com o passar do tempoé a “fonte” de energia que geralmente os move. O tempoque é demandado para a realização da TRS, poderia serocupado, este é um relato e ao mesmo tempo um pedidodos pacientes que responderam aos questionamentosdesta pesquisa. A equipe de enfermagem é a referênciado serviço, e quando a mesma possui atitudes queestimulam e empoderam o paciente, este se sentemotivado a continuar “lutando” contra os obstáculos quea patologia impôs. O campo de atuação do enfermeiro naárea renal, assim como tantos outros é amplo, sãoinúmeras as formas que podem ser utilizadas paraincentivar o paciente a cuidar-se, tanto no que condizcom alimentação, prática de atividades físicas, cuidadospsicológicos, dentre outros. O paciente com IRC possuium diferencial que propícia o trabalho de promoção dasaúde e prevenção de agravos, realizado pelaenfermagem, fato este que corresponde à presença váriasvezes na semana no serviço pelos pacientes, facilitandotais ações dos profissionais. Cabe ao profissionalenfermeiro a programação das atividades edimensionamento da equipe, sempre atentando para asreais necessidades do público em questão, além de

verificar que, o procedimento de TRS pode gerarcomplicações potenciais e o enfermeiro deve estar apto aintervir em tais complicações. A atuação do enfermeirose inicia desde a monitorização do paciente, até mesmo adetecção de anormalidades e a rápida intervenção, paraassim garantir que seja um procedimento seguro eeficiente para o paciente. Como o enfermeiro é oprofissional que assiste mais de perto o paciente nassessões de TRS, ele deve estar apto a prontamenteintervir e assim evitar outras potenciais complicações. Oenfermeiro atuando nos âmbitos da promoção,prevenção e assistência tanto física quanto psicológica,contribui para o processo de recuperação e de adaptação,em meio às adversidades impostas pela doença e seutratamento, bem como contribui para o efetivofuncionamento do SUS.

Palavras-Chave: Doença renal crônica, Qualidade deVida, Paciente renal crônico.

REFERÊNCIAS

[1]. Silva EG, Araujo NAM, Perez F, Souza CJ. Qualidadede vida do paciente renal crônico em tratamentohemodialítico em Dourados – MS. Psicólogo inFormação 2011; 15(15):99-110.

[2]. Alvares J, Almeida MA, Szuster CAD, ET al. Fatoresassociados à qualidade de vida de pacientes em terapiarenal substitutiva no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva.2013; 18(7):1903-10.

[3]. Pietrovski V, Dall’Agnol MC. Situações significativas noespaço-contexto da hemodiálise: o que dizem os usuáriosde um serviço? Rev Bras Enferm. 2006; 59(5):630-5.

[4]. Campos GJC, Turato RE. A equipe de saúde, a pessoacom doença renal em hemodiálise e suas relaçõesinterpessoais. Rev Bras Enferm. 2003; 56(5):508-12.

Vol.11,n.3,pp.86-87 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

AVALIAÇÃO DO ERITROGRAMA DE PACIENTES COMMELANOMA CUTÂNEO PROVENIENTES DA CIDADE DE

CHAPECÓ – SCALEXSANDRA MARTINS SILVA1, ALINE MÂNICA2, MARGARETE DULCE BAGATINI3

1. Acadêmica de enfermagem, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó. 2. Mestranda em Ciências Biológicas,Bioquímica Toxicológica, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria RS; 3. Professora Adjunta e Coordenação Acadêmicada Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó. Doutora em Ciência Biológicas, Bioquímica Toxicológica,Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS.

RESUMOIntrodução: A frequência de novos casos de MelanomaCutâneo (MC) dobra a cada 10 a 15 anos e a incidência écrescente, especialmente na população jovem. O númerode vidas perdidas por MC é, portanto, excessivamentemaior do que para outras doenças malignas, tornando-seum importante problema de saúde pública no país. NoBrasil as maiores taxas de MC estão na região Sul. Entreas razões para a elevada prevalência de melanoma nessaparte do país está à composição da pele e os hábitos desua população que não costumam usar métodos deproteção como protetor solar e chapéus, sendo umamaioria de indivíduos caucasianos expostos à radiaçãosolar intermitente. Essa faixa territorial brasileira quecompreende os estados de Santa Catarina (SC) e do RioGrande do Sul (RS) está entre os paralelos 26o e 31o.Entre esses paralelos, encontra-se boa parte do territórioaustraliano, onde são registrados os maiores índices deprevalência e incidência de MC do planeta – 56 casos acada 100.000 habitantes/ano para homens e 41 casos acada 100.000 habitantes/ano em mulheres. A anemia éum dos efeitos colaterais mais comuns associados com ocâncer, afetando mais de 40% dos pacientes. A anemiapode ocorrer tanto como um resultado direto ou maiscomumente, como um dos efeitos colaterais dotratamento do câncer. Anemia induzida pelo câncer éresultado de múltiplas causas. Entre uma delas pode seruma ligeira perturbação do equilíbrio na síntese dascélulas hematopoiéticas que vai se apresentar como umadas muitas facetas de mudanças no hemograma, entreelas a de anemia para trombocitose, como comumentevisto em pacientes com câncer. O hemograma é o exameque avalia quantitativamente e qualitativamente oscomponentes celulares do sangue, no qual conseguimosidentificar a presença de anemia é o hemograma, sendomais especificamente no eritrograma. É um dos examesmais requeridos em consultas médicas, pois é

indispensável no diagnóstico e controle evolutivo devárias doenças inclusive no monitoramento deradioterapia e quimioterapia. Considerando que a regiãogeográfica de estudo escolhida – região oeste de SC – éuma região com forte prevalência de MC devido aoshábitos da população que nela residem e ascaracterísticas clínicas: uma maioria de caucasianos,expostos à radiação solar por vários meses por ano e sema foto proteção adequada, torna-se de fundamentalimportância aprofundar o conhecimento a respeito MCpara melhorar o diagnóstico e tratamento dos pacientesacometidos com essa doença, assim diminuindo as taxasde morbidade e mortalidade principalmente em relaçãoaos exames básicos como é o hemograma. Objetivos:Avaliar eritogramas provenientes de pacientes com MCe pacientes controles da cidade de Chapecó – SC -Brasil. Método: Este trabalho foi submetido à avaliaçãodo comitê de ética da Universidade Federal da FronteiraSul (UFFS) e aprovado sob protocolo: 822.782. Foi umestudo de caso-controle e a análise estatística foi atravésde teste t de Student pelo software GraphPad Prism 5.Foram selecionados pacientes que tiveram MC conformeCID 10 e que fizeram remoção cirúrgica da lesão epacientes controles da pesquisa, que tiveram a mesmafaixa etária e as características clínicas semelhantes aospacientes. A partir da seleção foi realizada uma coleta desangue, através de punção venosa em tubo comanticoagulante. As análises foram realizadas através deautomação clínica. Resultados: Houve alteração doeritrograma nos pacientes com MC em relação àhemoglobina e hematócrito. Esses dois índices tiveramsignificativa diferença no grupo MC em relação aocontrole (média ± SEM): hemoglobina grupo MC 13.50± 0.2569 n=22 e grupo controle 14.30 ± 0.1993 n=31(p>0,05); hematócrito grupo MC 41.02 ± 0.6474 n=22 egrupo controle 42.72 ± 0.5240 n=32 (p>0,05). Acontagem total de hemácias, bem como RDW (Red Cell

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Distribution Width), CHCM (concentração dehemoglobina corpuscular média), VGM (volumeglobular médio) e HGM (Hemoglobina Globular Média)não houve variação entre os dois grupos. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: Apesar deapresentar diferença estatística entre o grupo controle e ogrupo com MC, os valores dos dois grupos estão dentroda normalidade. Isso pode ser explicado devido ao fatode que a lesão provocada pelo MC já foi removida enenhum dos pacientes estudados teve metástases. Sendoassim, podemos sugerir que o organismo retorna ao seuestado basal após o processo cirúrgico em relação aoeritrograma. Porém torna-se de fundamental importânciao acompanhamento dos valores do eritrograma empacientes com qualquer tipo de câncer, pois valoresbaixos da hemoglobina e do hematócrito caracterizam aanemia. Uma contribuição para a enfermagem são aspalestras abertas à comunidade em geral, onde pudemose vamos colocar em ação as atividades de educação emsaúde que são tão preconizadas pelo SUS, trabalhandotemas como medidas preventivas, cuidados, sinais dealerta entre outros assuntos que os participantes possamconsiderar importante, e nos pacientes com MCincentivando medidas que possam vir a contribuir para obem-estar físico e psicológico dos sujeitos envolvidos noprojeto. O metabolismo do paciente com câncer se alteragradativamente, afetando todas as vias metabólicas, edando sinais clínicos que podem ser detectados porexames. É necessário enfoque na importância doentendimento do hemograma na prática clínica doEnfermeiro, pois é uma das análises clinicas de sanguemais solicitada na pratica profissional e através delepode-se fazer diagnósticos de várias alterações noorganismo humano. No nosso sangue circulam diversassubstâncias que podem ser dosadas e pesquisadas, entreelas proteínas (leucócitos, plaquetas e hemácias),eletrólitos, anticorpos, células, hormônios, colesterol,bactérias ou vírus, e drogas. É muito importante que oenfermeiro saiba avaliar todos os valores encontrados eobservações clínicas, alimentação, histórico familiar, usode medicamentos para poder auxiliar a chegar numpossível diagnóstico de anemia, por exemplo, visto que oEnfermeiro tem maior contato com o paciente, e émuitas vezes ele que vai analisar os exames. Esse projetoproporcionou a interdisciplinaridade, pois temcolaboração de várias áreas de conhecimento como, porexemplo, da bioquímica, da farmacologia, daenfermagem, da fisioterapia e da medicina. Quando otrabalho é realizado em equipe e a troca deconhecimento, as chances de um diagnóstico precoce sãomaiores tendo um melhor prognóstico para os pacientesenvolvidos.

Palavras-Chave: Melanoma cutâneo, Diagnóstico,Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Moreno M, Schmitt RL, Lang MG, Gheno V.

Epidemiological profile of patients with cutaneousmelanoma in a region of southern Brazil. J SkinCancer. 2012; 1-8.

[2]. Dicato M, Plawny L, Diederich M. Anemia incancer. Annals of Oncology. 2010; (21):167-172.

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Vol.11,n.E,pp.88-89 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo o conhecimento de extensão na Enfermagem

CAMPANHA DE DOAÇÃO DE LENÇOS: UMA FORMADE CUIDADO INTEGRAL ÀS MULHERES

THAIS CRISTINA HERMES1, MAUREM NOGUEIRA KELLING1, MIRIAN ELLEN LUDKE BEDIN1,JUCIMAR FRIGO2, SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI2, DENISE ANTUNES AZAMBUJA ZOCHE3

1. Acadêmicas da 6°fase do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Doutoranda emEnfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 3. Doutora emEnfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

RESUMOIntrodução: O câncer tem sido o causador de muitasmortes em todo o mundo, afetando a vida de muitospacientes e de seus familiares. Em destaque está o câncerde colo uterino (CCU), que é uma das mais frequentescausas de morte na população feminina latino-americana, onde as taxas de incidência são uma das maisaltas do mundo. No Brasil é o terceiro tumor maisfrequente na população feminina, atrás do câncer demama e do colorretal, e a quarta causa de morte demulheres por câncer. A estimativa de novos casos noBrasil em 2014 é de 15.590 e a mortalidade em 2011 foide 5.160². Em relação ao câncer de mama, é o maisincidente em mulheres de todas as regiões do Brasil,exceto na região norte. Para o ano de 2014 foramestimados 57.120 casos novos, que representam umataxa de incidência de 56,1 casos para cada 100.000mulheres. É a primeira causa de morte por câncer napopulação feminina brasileira, com 12,10 óbitos paracada 100.000 mulheres em 2012². Para combater essesnúmeros, com a descentralização do acesso aos serviçosdo SUS, novos atores incorporaram-se ao cenárionacional de atenção à saúde, como é o caso da RedeFeminina de Combate ao Câncer (RFCC), quepossibilitou o aparecimento de ricas e diferentesexperiências locais e regionais centradas na atençãointegral às mulheres. A Rede, fundada em 28 de agostode 1982, destina-se a realizar exames ginecológicos dediagnóstico de câncer do colo uterino e de mama etambém orientar as mulheres, de modo geral, sobre oscuidados que devem ter com sua saúde, quer seja naprevenção de doenças sexualmente transmissíveis ou nabusca de tratamento adequado quando necessário. Éconstituída por uma rede de mulheres que tem comoobjetivo coordenar e congregar atividades voluntárias decombate ao câncer de mama e colo de útero³.Além disso,a RFCC conta com o serviço de grupos de apoio, como oGrupo Provim (Programa Viver Melhor), direcionado às

mulheres mastectomizadas e orientado por profissionaisenfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, dentre outros,que atuam com palestras educativas, terapias eacompanhamentos psicológico e médico. Esse contextonos leva à integralidade, a qual exige um olhar“horizontal” dos programas do Ministério da Saúde(MS) anteriormente verticais, superando a fragmentaçãoda atenção à saúde. As práticas profissionais precisamcontemplar uma prática reflexiva, intrinsecamentearticulada com ampliação e flexibilização normativa naaplicação das tecnociências, valorizando suasnecessidades singulares de saúde para além dos sinais esintomas relacionados à dimensão biofisiológica4.Diantedisso se percebe que as necessidades de saúde dasmulheres vão além do simples consumo ou acesso adeterminados serviços e tratamentos, e nos remetem aocampo das micropolíticas e suas articulações, queconfiguram o sistema de saúde5. Objetivos: realizar umacampanha de arrecadação de lenços para serem doadosao Grupo Provim da Rede Feminina de Combate aoCâncer de Chapecó – SC. Metodologia: Os acadêmicosda sexta fase de enfermagem da Universidade do Estadode Santa Catarina sentiram-se motivados a realizar acampanha de arrecadação durante visita à RFCC deChapecó e ao se depararem com as demandas pontuais eespecíficas das mulheres do Grupo Provim, além dasdemandas gerais. Uma delas relacionava-se à escassezno banco de lenços para uso estético diante de situaçõesem que o tratamento oncológico é necessário paracombater o câncer de mama ou de colo de útero. Autilização do lenço se faz para que seja amenizado odesconforto em relação à calvície, fator que estádiretamente ligado com a autoestima dessas mulheres.Para a efetivação da campanha, contou-se com o apoiodos acadêmicos do 6º período e do Centro Acadêmico deEnfermagem TUA (Transparência, União, Ação) daUDESC, que iniciaram as atividades a partir da criaçãode uma imagem para doação de lenços contendoinformações sobre a campanha e os apoiadores, também

Hermes et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.E,pp.88-89 (Ago - Out 2015)

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foi identificado o tamanho do lenço para que elespudessem, de fato, servir para a sua função específica.Determinadas estas questões, a imagem e informaçõesforam impressas em cartaz e folders, que se tornaram osmeios de divulgação após serem distribuídos nauniversidade, além de postagens nas redes sociais. Osacadêmicos também decoraram o hall da universidadecom balões e frases motivacionais, destinando um localespecífico para a exposição dos lenços doados. Osacadêmicos de toda a universidade, professores ecomunidade podiam trazer os lenços e pendurá-los nolocal destinado. A arrecadação ocorreu do dia 7 de abrilao dia 6 de maio de 2015. Resultados: Durante todos osdias de campanha, foi perceptível a adesão dosacadêmicos, professores, e pessoas anônimas dacomunidade que passavam em frente à Universidadedurante os dias, interessando-se em ajudar doando umlenço para essas mulheres do Grupo Provim de formavoluntária. Ao término da campanha, contabilizaram-se70 lenços dos mais variados tipos e cores, queposteriormente foram repassados à RFCC de Chapecó.Considerações finais e Contribuições para aenfermagem: As necessidades das mulheresmastectomizadas e ou câncer do colo do útero, vãomuito além das técnicas que envolvem o tratamento ouconduta mediante queixa-sintoma, pois são emmomentos como esses que elas se sentem maisfragilizadas, culpabilizadas e vulneráveis. Suasnecessidades são singulares e subjetivas, podemos citarque uma delas inclui o uso do lenço ou uma peruca paraminimizar o impacto da perda do cabelo, corroborandocom a autoestima e empoderamento destas mulheres,frente às situações impostas pela vida. Esses foram osmotivos que levaram os acadêmicos a iniciarem acampanha de doação de lenços na universidade, com ointuito de auxiliar no processo de adaptação dessasmulheres, e, além disso, de permitir aos acadêmicos docurso de enfermagem firmar seus olhares para o cuidadointegral, englobando necessidades que vão além datecnociência, aquelas que abarcam os modos de andar davida dessas mulheres, de seus projetos de felicidades. Aenfermagem é a profissão que exerce o cuidado, e nesseexercer é que preciso levar em consideração aintegralidade, o acolhimento, a escuta sensível, odiálogo, a clínica ampliada, promovendo saúde atravésde ações de prevenção e intervenção na luta contra ocâncer e legitimando o Sistema Único de Saúde.

Palavras-Chave: Enfermagem, Saúde da Mulher,Integralidade em Saúde, Neoplasias do Colo, Neoplasiasda Mama.

REFERÊNCIAS

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Vol.11,n.3,pp.90-91 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

CARACTERIZAÇÃO DE CUIDADORES DE CRIANÇASCOM CÂNCER EM DOMICÍLIO

ALESSANDRA PAIZ1, TASSIANA POTRICH2, ÉRICA DE BRITO PITILIN2, CRHIS NETTO DEBRUM2, IASMIM CRISTINA ZILIO3, CRISTAL GAZZONI4

1. Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC; 2.Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Professora Assistencial da Universidade Federal daFronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 3. Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal daFronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC; 4. Enfermeira. Bacharel em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul –UFFS, campus Chapecó/SC. Residente em Enfermagem em Atenção ao Câncer no Hospital da Cidade de Passo Fundo.

RESUMOIntrodução: O câncer infantil é caracterizado por umgrupo de várias doenças que tem em comum aproliferação desordenada de células anormais e que podeocorrer em qualquer lugar do organismo1. No públicoinfantil, os tumores mais comuns são a leucemia (25% a35% em todos os tumores infantis), seguido por tumoresdo Sistema Nervoso Central (SNC) (17% a 25%) e oslinfomas (7% a 18%). No Brasil, o câncer representa aprincipal causa de morte entre crianças e adolescentes de1 a 19 anos, em todas as regiões1,2,3. No ano de 2013, noestado de Santa Catarina, ocorreram 50 óbitos porneoplasia em crianças na idade de 0 a 9 anos. Sendo quea morbidade hospitalar para esse mesmo ano no estadofoi de 1.079 internações em crianças nessa mesma faixaetária4. O diagnóstico de câncer na família interfere nadinâmica familiar, pois requer adaptações da criança, deseus familiares e da rotina familiar. A criança cria, pelalimitação de autocuidado e por sua condição,dependências, em suas necessidades biológicas, dehigiene, alimentação e repouso. O cuidador familiarencontra-se, nesse cenário, com maioresresponsabilidades, pois além de promover o cuidadoespecífico que a condição demanda, precisa manter suasatividades laborais. Frente ao cenário epidemiológico esocial apresentado anteriormente e da produção deconhecimento, notou-se a necessidade de realizar esseestudo com o cuidador familiar da criança com câncer. Afamília passa a vivenciar com diversas incertezas emudanças lhes são apresentadas, como a rotina, podendocausar conflitos entre os membros, problemas conjugais,emocionais, físicos, psicológicos e financeiros. Sendoassim, torna-se necessário um olhar além da criançadoente, incluindo o cenário do cuidador familiar, comfinalidade de auxiliar nas demandas de cuidado,possibilitando um local harmonioso tanto para o doente

que necessita de tranquilidade para o tratamento, quantopara os outros integrantes. Objetivo: Caracterizar oscuidadores familiares de criança com câncer nodomicílio, do município de Chapecó- SC. Método:Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa denatureza descritiva exploratória. Participaram desteestudo cinco cuidadores familiares, que residem nomunicípio em questão e que realizam o cuidado nodomicílio à criança com câncer. Este trabalho é umrecorte da pesquisa “O cotidiano do cuidado da criançacom câncer no domicílio: percepção do cuidadorfamiliar”. Devido às dimensões éticas da pesquisa, parater acesso à esses sujeitos foi, primeiramente,apresentado uma cópia deste estudo para a Secretária deSaúde do município, a fim de obter autorização damesma. Em seguida, foi solicitado à esta uma relaçãodas famílias que possuíam crianças em tratamentooncológico estando sob cuidados no domicílio. A partirdisto, foi entrado em contato com as unidades de saúdeonde estas famílias estão cadastradas a fim de realizaruma aproximação com estas e convidá-las à participar doestudo. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: sercuidador familiar de criança(s) com câncer na idade de 0a 9 anos que residem em Chapecó – SC. Foramexcluídos deste estudo os cuidadores familiares que, noperíodo da coleta de dados estavam acompanhando acriança em internação hospitalar. Vale ressaltar que otratamento especializado à criança com câncer érealizado na cidade de Florianópolis-SC. Para garantir osigilo dos participantes no estudo optou-se por codificá-los com nomes fantasias, para isso usou-se nomes dosplanetas mais próximos do sistema solar: Terra(cuidador 01), Mercúrio (cuidador 02), Vênus (cuidador03), (cuidador 04) e Marte (cuidador 05). Apesquisadora usou a conotação de que o sol simbolizavaa criança, e os planetas simbolizavam os cuidadores

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familiares. A criança, sendo o sol, faz com que oscuidadores familiares girem ao seu entorno, focandotoda, ou maior parte da atenção para ela. Para a obtençãodos dados, os cenários de pesquisa do estudo foram àsresidências das famílias e/ou a Unidade Básica de Saúde(UBS) a qual são cadastradas. Para a produção de dadosfoi utilizado um roteiro de caracterização do cuidadorfamiliar Antes de iniciar a coleta de dados, foi solicitadaa permissão para a gravação dos dados do encontromediante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE). A entrevista ocorreu de maneiraindividualizada com o cuidador familiar, sendo gravadaem aparelho de gravação digital e após, transcrita. Oroteiro de caracterização do cuidador familiar buscouidentificar quem era esse cuidador, através dos seguintesvariáveis: sexo, idade, escolaridade, profissão, religião,grau de parentesco com a criança e número de filhos.Vale ressaltar que a produção de dados se iniciou após aaprovação pelo Comitê De Ética em Pesquisa (CEP)respeitando os aspectos éticos da pesquisa com sereshumanos da Resolução 466/12. Resultados e Discussão:Obteve-se 05 sujeitos participantes, sendo que 100%eram do sexo feminino. A idade variou entre 21 e 41anos, sendo a média de 30,6 anos. Quanto ao grau deparentesco, 100% dos entrevistados eram membros dafamília, onde 80% se constituíram de mães e 20% avós,como cuidador principal da criança. Também buscou-secaracterizar a condição financeira onde, 60% doscuidadores familiares estavam afastados dos seusserviços, desses 20% estava recebendo umaremuneração salarial, e 40% eram do lar, semremuneração salarial. O abandono do trabalho pode serexplicado pelo cuidado direto e indireto que a criançademanda, sendo caracterizado pela administraçãomedicamentosa, aquisição destes medicamentos,coordenação dos cuidados, gerenciamento de sintomas emedidas deconforto5. Questionado ainda quanto areligião, 60% se dizem católicos e 40% evangélicos. Equanto a escolaridade dos cuidadores: 40% possuem oensino fundamental incompleto, 40% possuem o ensinofundamental completo e 20% possuem o ensino médiocompleto. 80% dos cuidadores familiares possuemoutros filhos, sendo que 50% possuíam dois filhos e estemesmo quantitativo possuíam três filhos. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: A nova realidadeda criança com câncer causa uma reestruturação nocontexto familiar, observando a necessidade de ummaior cuidado com a criança. Torna-se necessário umamudança na rotina da família, pois o cuidador deve estaratento com as medicações e seus horários de aplicações,alimentação acompanhamento médico em centroespecializado e ainda os cuidados do lar e de outrosintegrantes da família. A família passa a assumircuidados especiais, específicos do tratamento e quecontribuem para a recuperação da saúde da criança.

Realizar este cuidado em uma criança oncológicademanda dedicação de tempo e financeira, pois elanecessita de medicamentos, alimentação diferenciada, etambém gastos com viagens para realizar o tratamento.Enaltecer a importância da rede de apoio que essecuidador tem direito, não somente em relação ao cuidadoda criança, mas dando subsídios para a oferta destecuidado de forma qualificada, pois ele também precisade atenção. É papel da Enfermagem estar atenta elocalizar estes sujeitos na comunidade, buscando acriação de vínculo para ofertar uma assistência baseadanos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde(SUS). Além de identificar os fatores condicionantes edeterminantes de saúde desta população em específico eproporcionar resolutividade a eles.

Palavras-Chave: Saúde da Criança, CuidadoresFamiliares, Neoplasias, Enfermagem, CuidadosDomiciliares de Saúde.

REFERÊNCIAS

[1] Instituto Nacional de Câncer. Câncer infantil. [acesso 28abr. 2014] Disponível em:http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/infantil

[2] Malagutti W. Oncologia Pediátrica: uma abordagemmultiprofissional. 1ª ed. São Paulo: Martinari; 2011.

[3] Costa Vaz FA, Marcondes E, Okay Y, Ramos JLA.Pediatria básica – Tomo II- Pediatria Clinica Geral. 9°ed. São Paulo: Sarvier. 2003.

[4] Secretaria de estado de saúde de Santa Catarina.Informações em Saúde. [acesso 30 jun. 2014] Disponívelem:http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=frontpage&Itemid=28

[5] Sanchez KOL, Ferreira NMLA, Dupas G, Costa DBl.Apoio social à família do paciente com câncer:identificando caminhos e direções. Rev Bras Enferm.2010; 63(2):290-9.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

CARACTERIZAÇÃO DE MÃES QUE PRATICARAM ODESMAME PRECOCE

IASMIM CRISTINA ZILIO1, TASSIANA POTRICH2, GRACIELE BETTI3, ÉRICA DE BRITO PITILIN4,JOICE MOREIRA SCHMALFUSS5, ALESSANDRA PAIZ6

1. Acadêmica do 7º período do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campusChapecó/SC; 2. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Professora Assistencial daUniversidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 3. Enfermeira. Bacharel em Enfermagem pela UniversidadeFederal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC. Enfermeira no Hospital Beneficente São Carlos; 4. Mestre em Enfermagempela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Professora Assistencial da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campusChapecó/SC; 5. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professora Assistencial daUniversidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 6. Acadêmica do 3º período do curso de Bacharelado emEnfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: Os inúmeros benefícios acerca doAleitamento Materno Exclusivo (AME) até os seismeses de vida são amplamente divulgados peloMinistério da Saúde (MS) e afirmados por meio deprogramas e políticas de promoção do aleitamentomaterno nacionais e internacionais, como a IniciativaHospital Amigo da Criança (IHAC) e o CódigoInternacional de Comercialização de Substitutos do LeiteMaterno. Porém, ainda é possível perceber uma distânciaentre as recomendações e a prática destas, sendoevidenciada pela introdução de outros alimentos na dietadas crianças antes desse período1,2. O desmame é aintrodução de qualquer tipo de alimento na dieta dacriança, na qual se encontrava em AME, exceto pelaintrodução de gotas ou xaropes contendo vitaminas, saisde reidratação oral, suplementos minerais oumedicamentos3. O desmame de crianças menores de seismeses de idade ocorre frequentemente no Brasil,podendo implicar em diversas consequências para esseindivíduo, o qual se encontra em pleno momento decrescimento e desenvolvimento. Essa transição do AMEpara o Aleitamento Materno Complementado (AMC)antes dos seis meses de vida pode trazer consequênciastanto para a criança, como para a mãe e sua família. Paraa criança, o desmame precoce pode causar interferênciano desenvolvimento motor oral, e problemasgastrointestinais e renais devido à imaturidade doorganismo para digerir os diversos componentes dosalimentos, os quais podem ser fatais3,4. Para a mãe, odesmame antes dos seis meses de vida do filho, poderáacarretar em perda do método de contracepção natural egratuito, e perda da intimidade e vínculo com o filho.Para a família, haverá, possivelmente, ônus financeiro,

com aumento dos custos com métodos contraceptivos,gastos médicos, hospitalares e medicamentosos devido àmaior probabilidade da criança desenvolver algumapatologia, além do próprio gasto com a alimentação, quepode chegar até 34% sobre o salário mínimo3,4. Apesarda recomendação do AME estender-se até os seis mesesde vida e vigorar em nosso país acerca de 12 anos, atransição do AME para o AMC ainda é praticado deforma precoce, sendo influenciado por diversos fatores,tanto biológico quanto socioculturais. Vindo ao encontrodisto, e com o objetivo de reforçar as práticas para oaleitamento materno, em 2011 ouve a institucionalizaçãoda Rede Cegonha pela Portaria 1.459, de 24 de junho de2011, a qual visa o “Puerpério e Atenção Integral àSaúde da Criança”, englobando ações como a promoçãodo aleitamento materno e da alimentação complementarsaudável³. Objetivo: Diante do exposto, tem-se comoobjetivo deste estudo caracterizar as mães querealizaram o desmame de seus filhos antes dos seismeses de vida na cidade de Chapecó/SC. Método:Trata-se de um estudo descritivo-exploratório deabordagem qualitativa. O estudo foi realizado em umCentro de Saúde da Família (CSF) localizado nomunicípio de Chapecó, SC. A produção dos dados deu-se no mês de setembro de 2014, com nove mães, apósaprovação pela Secretaria de Saúde Municipal e peloComitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal daFronteira Sul, sob parecer número 772.266. Foramrespeitados os aspectos éticos da pesquisa com sereshumanos, de acordo com a Resolução número 466 de2012 do Conselho Nacional de Saúde e Ministério daSaúde. A seleção das mães foi realizada aleatoriamenteconforme a presença destas nas avaliações das medidasantropométricas realizadas na sala da criança do CSF em

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questão, e em visitas domiciliares com as ACS. A coletade dados deu-se por entrevista gravada com as mães,mediante o aceite prévio, com local e data previamentemarcados, respeitando a privacidade e individualidadede cada uma. Foi utilizado um roteiro de entrevista comquestões abertas contendo a caracterização dos sujeitos.Cabe ressaltar que este trabalho é um recorte de umtrabalho maior intitulado “Motivos envolvidos nodesmame de crianças menores de seis meses de vida”.Os dados coletados em relação às mães se referiram àescolaridade, parentesco das pessoas que residem nomesmo domicílio, condição do trabalho, renda dafamília, quantidade de filhos e idade dos mesmos.Resultados: Foram entrevistadas nove mães com idademédia de 28 anos. Destas, 55,5% eram multíparas e oquantitativo restante primíparas. Além disso, a maioria éalfabetizada, sendo 67% das mães possuidoras do ensinomédio completo. Observa-se ainda que, 63% das mãesexercem função doméstica no próprio lar, e é possívelverificar que a maioria das entrevistadas referiu que arenda familiar fica entre três e quatro salários mínimos,correspondendo a 45% das respostas das mãesentrevistadas. É necessário ressaltar ainda que, todas asmães entrevistadas relataram receber orientações einformações, seja no pré-natal ou no puerpério, sobre oAME até os seis meses de vida de seus filhos, podendoentender-se até os dois anos ou mais. Vale ressaltarainda, que as informações destinadas a essas mulheressão vitais para a gestação e manutenção do aleitamentomaterno, principalmente nos primeiros dias de vida dacriança, momento este, que possui fatores associados afalta de incentivo a prática da amamentação,ocasionando o desmame precoce e consequentemente, oprejuízo ao crescimento e desenvolvimento da criança5.Conclusão e Contribuições para a Enfermagem: Esseestudo possibilitou verificar que a maioria das mãesentrevistadas são jovens, multíparas, alfabetizadas, quetrabalham no domicílio, vivendo com uma renda familiarentre três e quatro salários mínimos. Estes dados nossinalizou que tal prática é condicionada socialmente eculturalmente, uma vez que depende de crenças,culturas, desenvolvimento e inexperiência materna,condições econômicas, valores e práticas queconformam o perfil das mães e influenciam na decisão.É necessário um raciocínio clínico da situação problemapara alcançarmos as reais necessidades da nutriz. Ainda,devemos considerar sempre, para os momentos deorientação e estimulação ao aleitamento materno, osbenefícios para o binômio mãe-bebê e para a família, afim de sensibilizar a nutriz e sua família, oportunizandoe promovendo o empoderamento e a decisão sobreprática do AME. Conhecer as características e forma operfil das mães que praticam o desmame precoce éfundamental para a enfermagem, principalmente osatuantes nos CSF, pois nos possibilita um acolher,

orientar e promover ações com mais segurança ecredibilidade uma vez que propicia, no momento que ausuária adentra algum serviço do Sistema Único deSaúde (SUS) em busca de atendimento, umainterpretação correta da sua real necessidade,respeitando os princípios e diretrizes do SUS. Ainda,apropriar-se dessas especificidades e desses perfis nospossibilita um atendimento holístico e resolutivo,transcendendo o nível da orientação e sensibilização dapuérperas a amamentar, adaptando as orientações asnecessidades e condições das nutrizes, e efetivamenteauxiliando-as nesse processo. Construir esseconhecimento junto as mães que procuram o serviço desaúde é considerar que somos seres complexos, racionaise em um processo de interação ininterrupto, nospermitindo agir, intervir e propiciar mudançascomportamentais de forma conjunta, empoderando-as etransformando-as em sujeitos da ação, da amamentação.

Palavras-Chave: Saúde da criança, Lactente,Nutrição, Desmame, Enfermagem.

REFERÊNCIAS

[1] Organização Mundial da Saúde. Código Internacional deComercialização de Substitutos do Leite Materno.[acesso 05 dez. 2014] Disponível em:http://www.ibfan.org.br/legislacao/pdf/doc-677.pdf

[2] Ministério da Saúde. Iniciativa Hospital Amigo daCriança: revista, atualizada e ampliada para o cuidadointegrado : modulo 3 : promovendo e incentivando aamamentação em um Hospital Amigo da Criança: cursode 20 horas para equipes de maternidade. Fundo dasNações Unidas para a Infância, Organização Mundial daSaúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2009.

[3] Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil:aleitamento materno e alimentação complementar. 1ª ed.Brasília: Editora do Ministério da Saúde. 2009.

[4] Araújo MFM, Fiaco AD, Pimentel LS, Schmitz BAS.Custo e economia da prática do aleitamento materno paraa família. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2004;4(2):135-41.

[5] Demitto MO, Silva TC, Paschoa ARZ, Mathias TAF,Bercini LO. Orientações sobre amamentação naassistência pré-natal: uma revisão integrativa. Rev Rene.2010; 11(esp.):223-9.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

CENÁRIO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO À LUZ DAINTEGRALIDADE DA ATENÇÃO: REVISÃO DE

LITERATURAMARLUCI MAHLE¹, JUCIMAR FRIGO², SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI2, DENISE ANTUNESAZAMBUJA ZOCHE3

1. Acadêmica da 8°fase do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Enfermeira.Doutoranda em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 3.Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: O Ministério da Saúde considera a saúde damulher como uma prioridade de governo, dessa maneira,os princípios e diretrizes da Política Nacional deAtenção Integral a Saúde da Mulher (PNAISM)incorporam a integralidade e a promoção da saúde comoações primordiais, tendo em vista que, o documentoaponta como discreta a diminuição da mortalidade porCâncer do Colo do Útero (CCU), embora seja umapatologia de simples diagnóstico, com tecnologiaexistente e tratamento acessível¹. As políticas específicasdo SUS no campo da saúde das mulheres buscam, deforma intensiva, a redução da morbimortalidade porcâncer na população feminina por meio do aumento dascoberturas do exame de CP em mulheres¹. No Brasil ocâncer ganha relevância pelo perfil epidemiológico dadoença ao longo da história, atrelado à mudança noperfil demográfico, industrialização, urbanizaçãopopulacional e avanços tecnológicos. Reforçando amagnitude do problema de câncer no Brasil, para2014/2015 estima-se a ocorrência de quinhentos esetenta e seis mil novos casos de câncer, sendo quecinquenta e sete mil destes, de mama feminina e quinzemil casos do colo do útero. Já no Estado de SantaCatarina estimam-se para o ano de 2014 uma incidênciade mil oitocentos e cinquenta casos novos de câncer demama feminina, com uma taxa bruta de 57,43/100 milmulheres e de quatrocentos e oitenta casos de câncer docolo do útero, 14,97/100 mil mulheres. O câncer do colodo útero é uma doença de fácil diagnóstico e tratamento,porém a sua incidência é maior nos países emdesenvolvimento, agravando a situação por fatores comoo diagnóstico tardio e a dificuldade de acesso aotratamento². Com base nestas reflexões, a seguintequestão é pertinente: quais sãos as contribuições dosestudos desenvolvidos em âmbito nacional sobre oCâncer do Colo do Útero no que diz respeito à

integralidade da atenção à saúde das mulheres, nosúltimos dez anos? Método: Trata-se de um estudodescritivo como modalidade de revisão de literatura, queé uma ferramenta metodológica importante para integraras informações de estudos realizados sobre determinadatemática. Abrange o processo analítico, possibilitandosintetizar e obter ampla compreensão conceitual sobre oque foi produzido nesta área específica. Abrange tanto oprocesso analítico, quanto a interpretação dos resultados,possibilitando sintetizar e obter ampla compreensãoconceitual³. As etapas da revisão integrativa de literaturaforam conduzidas a partir das proposições de Ganong(1987)4, a saber: Identificação do tem juntamente com aescolha da pergunta de pesquisa; definição dos critériosde inclusão e exclusão dos estudos; seleção da amostra apartir da aplicação dos critérios; inclusão dos estudosselecionados em formato de tabela construída a partir doMicrosoft Word; discussão e análise dos resultados,identificando diferenças e conflitos; e a apresentação doestudo em forma de artigo científico. Para a realizaçãodo estudo foram utilizados os descritores neoplasia decolo do útero e integralidade em saúde. Foi realizada aleitura individual dos títulos e resumos de todos ostrabalhos encontrados bem como dos resultados. Por fimtodos os estudos que atenderam aos critérios de inclusãoe exclusão foram coletados, salvos em pastas do SistemaOperacional (SO) Windows e revisados através daleitura dos artigos completos, excluindo os trabalhos forado tema. Após a busca e seleção dos artigos obteve- se06 artigos para a realização do presente trabalho,descritos a seguir de acordo com o ano de publicação eideia central do trabalho4. Resultados: Os estudosapontam que o câncer de colo de útero envolve umaatenção voltada à saúde da mulher de forma integral queinclui acesso ao exame de citopatológico,acompanhamento no ambulatório da ginecologia ecomunicação dos serviços de saúde. Com relação aos

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profissionais da saúde que atendem as mulheres dentrodos serviços, o modelo de atendimento continua pautadona queixa-conduta, centrada no modelo biomédico ehegemônico, onde grande parte das mulheres éidentificada em um número ou doença, desconsiderando-as como sujeito. Nestes estudos os profissionais da redenão aproveitam a “visita da mulher” à unidade paraoutras orientações ou rastreamento de outros agravos desaúde. Também foi possível identificar que há anecessidade de estabelecer vínculo entre os profissionaise as mulheres, sendo que isso pode ser obtido através daescuta e do diálogo. Entretanto, as mulheres não estãoconscientes da importância de realização do exame pré-câncer como fator de diagnóstico precoce e tratamentoem tempo oportuno e em sua maioria buscam os serviçosde saúde na presença de queixa ou algum sinal dedoença. Dentre as dificuldades citadas pelas mulheresem não acessar os serviços de saúde de forma preventivaestão as dificuldades de agendamentos, demora namarcação de exames e a distância entre o serviço e odomicílio. Com relação às reclamações por parte delas,foram citadas a insensibilidade e indiferença dosprofissionais de saúde ao sofrimento, bem como umdistanciamento entre ambas as partes, equipe ecomunidade. Identificou-se também que há um subgrupode mulheres que não são contempladas pelos serviços,por inúmeros motivos (desconhecimento, vergonha, faltade acessibilidade, ansiedade e medo), sendo que orastreamento por meio do exame de citopatológico não éaplicado de forma sistêmica na rotina do serviço desaúde, conforme as orientações do Ministério da Saúde eInstituto Nacional do Câncer. Outro fator preocupantesinalizado nos estudos foi a dificuldade deacompanhamento dos casos em seguimento positivo poralterações do epitélio do colo do útero. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: Neste sentido,aponta-se para a necessidade de valorização do camporelacional, a compreensão dessa dimensão de mudançatecnológica na qual a produção da saúde se baseia nastecnologias leves, buscando que a produção estejapautada nas necessidades das mulheres dentro daperspectiva do cuidado integral da atenção, permitindoressignificar a saúde nos serviços, nos profissionais enos encontros com as usuárias. Porém, para garantir aqualidade do rastreamento do câncer do colo do útero, énecessário o monitoramento rigoroso dos casos emseguimento (suspeitos), assegurando a qualidade dasações ofertadas pelos serviços do SUS, além do examecitopatológico de rotina em todas as mulheres na faixaetária recomendada. Os enfermeiros são os profissionaisde saúde que estão mais próximos das mulheres dentroda sua área de abrangência, sendo assim, necessitamlançar mão das tecnologias leves, enquanto ferramentaspara a efetivação da atenção integral à saúde delas,superando condutas terapêuticas em caráter individual e

curativo, com o objetivo de contribuir para uma novaorganização tecnológica do trabalho no espaço deprodução dos serviços de saúde.

Palavras-Chave: Neoplasias do Colo do Útero,Integralidade em Saúde, Enfermagem.

REFERÊNCIAS

[1] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção àSaúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação dePrevenção e Vigilância. Nomenclatura brasileira paralaudos cervicais e condutas preconizadas:recomendações para profissionais de saúde. 2ª. ed. Riode Janeiro: INCA, 2006. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Nomenclaturas_2_1705.pdf

[2] Silva JAG. Estimativa 2014: incidência de câncer noBrasil. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Rio deJaneiro: Instituto Nacional de Câncer (INCA). 2014.

[3] Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisãointegrativa: método de pesquisa para a incorporação deevidências na saúde e na enfermagem. 2008; 17(4):758-64. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf

[4] Ganong LH. Integrative reviews of nursing. Rev NursHealth; 1987; 10(1):1-11.

Vol.11,n.3,pp.96-97 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

CIÊNCIAS SOCIAIS E ENFERMAGEM: DIALOGANDOSOBRE SEXUALIDADE POR MEIO DA METODOLOGIA

PROBLEMATIZADORARENATA DAICI RODRIGUES1, LEANDRA BATISTA DE AZEVEDO2, CRHIS NETTO DE BRUM3, ARIJOSÉ SARTORI4, CLAUDETE GOMES SOARES5

1. Colaboradora do Projeto Novos Talentos. Acadêmica de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal da FronteiraSul; 2. Colaboradora do Projeto Novos Talentos. Bacharel em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda.Universidade Federal da Fronteira Sul; 3. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul. Doutorandada Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Universidade Federal da Fronteira Sul; 4. Professor do Curso de Ciências SociaisUniversidade Federal da Fronteira Sul. Doutor em Antropologia. Universidade Federal da Fronteira Sul; 5. Professora do Curso deCiências Sociais Universidade Federal da Fronteira Sul. Doutora em Sociologia. Universidade Federal da Fronteira Sul.

RESUMOIntrodução: A Enfermagem e as Ciências Sociaispossuem uma aproximação de longa data, o qual podeser constatado, no mínimo, desde a década de 1960, apóso período das grandes guerras mundiais. Momento emque os conhecimentos entre as duas áreas necessitou deaproximação a fim de possibilitar um olhar integral àsaúde do ser humano1. As Ciências Sociais tem comoobjeto de estudo o homem e sua relação com asociedade, já a Enfermagem, o cuidado com o serhumano. Assim, essa interrelação entre as duas áreas,visam a auxiliar na construção e consolidação dasrelações, especialmente, no que tange as questõespolíticas e sociais sobre a saúde da população2. Alémdisso, muitas questões entre as duas áreas secomplementam, como as experiências sociais, a própriaideia de estrutura familiar, até mesmo, a construçãosocial sobre a sexualidade. Objetivo: relatar asatividades extensionistas sobre sexualidade comestudantes por meio da metodologia problematizadora.Método: As oficinas sobre sexualidade que foramrealizadas no período de outubro a dezembro de 2014,em uma escola pública do Município de Chapecó, SantaCatarina, com a participação de 101estudantes dasprimeiras séries do Ensino Médio. O principal intuitodas oficinas foi incentivar o debate sobre o significadoda sexualidade para que os estudantes questionem asministrantes da oficina sobre suas dúvidas, e a partirdisso, entendam mais sobre o assunto, não somente como caráter de prevenção, mas sim de uma visão crítica. Asoficinas fazem parte do projeto “Qualificação científicade professores e alunos da escola básica da rede públicade municípios do oeste catarinense” projetointerdisciplinar aprovado pela CAPES (Programa de

Apoio a Projeto Extracurriculares: Investindo em NovosTalentos – Edital nº 055/2012), e desenvolvido porprofessores da Universidade Federal da Fronteira Sul.Esse programa tem quatro subprojetos e um deles é osubprojeto “Gênero, Sexualidade e Diversidade naEducação: Ações Conjuntas entre Saúde e CiênciasSociais”. O principal objetivo deste projeto édesenvolver ações e reflexões sobre os temas gênero,diversidade, sexualidade e violência no ambienteescolar, através de problematizações e debates destestemas. As principais atividades previstas para o projetodurante os anos de 2014-2015 são: Oficina comprofessores tratando do tema “Gênero e diversidade naeducação” e minicurso sobre “Diversidade e relaçõesétnico-raciais” e Oficinas sobre “Sexualidade naEducação” com estudantes do Ensino Médio.Apresentaremos nesta comunicação as Oficinas sobreSexualidade na Educação, as quais foram realizadas porduas acadêmicas do curso de Licenciatura em CiênciasSociais com a orientação do/a professor/es das áreas deEnfermagem e Ciências Sociais. A importância de uniras duas áreas se dá pela razão de que os temas tratadosna oficina fazem parte da sociedade e o sujeitoenvolvido é o adolescente. Ou seja, tanto a Enfermagemquanto a Ciências Sociais possuem a capacidade deorientar o adolescente quanto às temáticas dasexualidade. Resultados. Para a construção da oficinafoi utilizado a metodologia problematizadora3. Essametodologia é composta de cinto etapas, a primeiraetapa é a observação da realidade e construção daproblemática do estudo; a segunda etapa é os pontos-chave; a terceira etapa é a teorização; a quarta etapa éhipóteses de solução; e a quinta etapa é a aplicação àrealidade. Assim, as oficinas foram organizadas em

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cinco encontros, totalizando uma carga horária de cincohoras, com cada turma e seguiram a seguintemetodologia: 1) sondagem com os estudantes paraconhecer os temas e as dúvidas mais presentes entre osjovens; 2) jogo sobre mitos e verdades sobre asexualidade; 3) dúvidas gerais e doenças sexualmentetransmissíveis (DSTs); 4) planejamento familiar e, 5)métodos contraceptivos. A sondagem ocorreu por meioanônimo: os estudantes escreveram e colocaram em umacaixa suas dúvidas ou temas sugeridos. Os principaistemas levantados foram: anticoncepcionais, DSTs,outros métodos contraceptivos, gravidez em geral, riscona saúde causada por anticoncepcionais e posiçõessexuais, uso de acessórios na hora de relação, corpofeminino e masculino. Após a análise dos temas,seguimos com um jogo onde a turma é dividida em doisgrupos e cada aluno retira da caixa um papel com umapergunta que contém: fala sério ou com certeza. Cadaresposta certa o grupo recebia dois pontos e cadaresposta errada apenas um ponto. No terceiro encontro,novamente em grupos, foram entregues a eles papéiscom nomes de DSTs e algumas características em outrospapéis com o objetivo dos/as estudantes relacionarem adoença com a característica. Na sequência ouposteriormente foram debatidas e discutidas em sala. Naquarta etapa, foi disponibilizado aos estudantes, imagensreferentes ao corpo, à cartilha do adolescente do meninoe da menina (que foi apresentada com detalhes), umvídeo para ser feita a discussão do planejamentofamiliar, a questão de cuidar de si e cuidar do outro, dotema “amor, futuro” relacionando com a sexualidade. Ea última etapa, foi realizada a apresentação de métodoscontraceptivos através de imagens, mostrando as formasde se proteger. Destacamos que em todas as etapasforam respondidas as dúvidas sobre os temas tratados.Além disso, utilizou-se do conceito de sexualidade quetrabalha a partir das experiências do “adolescer”. Asexualidade é vivida na cultura com base nos discursosque são reproduzidos e repetidos em instituições, meiosde comunicação, na ciência, nas leis, nos movimentossociais e avanços tecnológicos. Existem diversas formasde se relacionar por meio da sexualidade, isso permite deacordo com que “as possibilidades de viver os gêneros eas sexualidades ampliaram-se”4. A metodologiaproblematizadora permitiu a intervenção prática nacultura desses jovens com base na observação darealidade com um olhar crítico do contexto escolar, esteque mostrou a necessidade de trabalhar e conceituar asexualidade. Os estudantes associaram a sexualidadeprincipalmente a DSTs e métodos contraceptivos, e foiatravés desses temas que as oficinas foramdesenvolvidas para conceituar sexualidade conforme osautores citados. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem. Concluiu-se que as oficinas obtiveramum resultado equivalente as expectativas diante da

realidade encontrada, pois em cada etapa da oficina osestudantes foram participando mais do debate e dasatividades propostas. Conforme as avaliações realizadaspelos estudantes no final da oficina perceberam-se oaproveitamento das atividades e os estudantesdemonstraram que nem sempre a sexualidade étrabalhada pela escola ou família do modo que a oficinaorientou e por isso, a oficina terá sua segunda edição noano de 2015, diante da avaliação positiva dosparticipantes, dos professores e da gestão escolar. Aaproximação entre as áreas da saúde, como a exemplo daenfermagem, aliada as Ciências Sociais, na Sociologiapossibilita uma melhor compreensão do cotidianopolítico e social referente à saúde brasileira,especialmente quando se trata de estudantesadolescentes. Nas oficinas, além dos temas abordadosacima, por meio dessa articulação entre as diferentesáreas de conhecimento, pode-se compreender que asexperiências sociais, a estrutura familiar, planejamentode vida, cuidados com o corpo e outras questões,puderam enriquecer as discussões tanto entre osestudantes como quanto com os envolvidos no projetocomo um todo. Compreende-se que parecerias comoessas fortalecem as diferentes concepções de ensino-aprendizagem e que a utilização da metodologiaproblematizadora, auxilia neste processo, como umaferramenta de aproximação com o cotidiano e com assingularidades dos estudantes.

Palavras-Chave: Educação em Enfermagem,Ciências Humanas, Sexualidade.

REFERÊNCIAS

[1] Nunes ED. As Ciências Sociais em Saúde: reflexõessobre as origens e construção de um campo deconhecimento. Saúde e Sociedade. 1992; 1(1):59-84.

[2] Araújo AC, Sanna MC. Ciências humanas e sociais naformação do enfermeiro brasileiro: um estudobibliométrico. Rev. Pesquisa: Cuidado é Fundamental-Online. 2010; 2(Ed. Supl.):636-40.

[3] Bordenave JD, Pereira AM. Estratégias de ensinoaprendizagem. 4ª ed. Petrópolis: Vozes. 1989.

[4] Louro GL. Gênero e sexualidade: pedagogiascontemporâneas. Pro-posições 2008; 19(2):7-23.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

CONHECIMENTO DAS MULHERES SOBRE OPAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) EO CÂNCER DO

COLO UTERINOANDRÉIA DA VEIGA¹, CAROLINE RITA TORTELI1, DENISE ANTUNES DE AZAMBUJA ZOCCHE³1. Graduanda do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Enfermeira. Docente daUniversidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Doutora em Enfermagem.

RESUMOIntrodução: O Câncer do Colo do Útero é um câncercom mortalidade elevada, que, mesmo com ascampanhas e programas governamentais de prevenção,ainda continua sendo um problema de Saúde Pública noBrasil, embora já apresente conhecimentos técnicos deprevenção suficientes para fornecer um dos mais altospotenciais de cura1. Esta neoplasia é a terceira maisfrequente na população feminina, atrás apenas do câncerde mama e colo retal e a quarta causa de morte emmulheres por câncer no Brasil. Neste cenário aprevenção se torna necessária para reduzir os riscos aque as mulheres estão expostas. É fundamental que osserviços de saúde orientem sobre o que é e qual aimportância do exame preventivo, pois a sua realizaçãoperiódica permite reduzir a mortalidade por este tipo decâncer. O principal método utilizado para identificarlesões precursoras (que antecedem o aparecimento dadoença) e fazer o diagnóstico da doença, é através doexame preventivo do câncer do colo do útero(Papanicolau)2. Entre as infecções sexualmentetransmissíveis está o HPV que constitui problema desaúde pública não só no Brasil, mas em vários outrospaíses. Portanto considera-se de extrema importânciaque a população tenha conhecimento acerca destapatologia viral, para melhor desenvolver as prevençõesprimárias e secundárias, promovendo educação emsaúde com enfoque no cuidado da saúde daspopulações3. Objetivos: Analisar o conhecimento dasmulheres, entre 25 a 59 anos, que realizam o examepreventivo, sobre a relação entre o HPV e câncer do colouterino; conhecer a percepção das mulheres sobre o HPVe câncer do colo uterino; conhecer as fontes deinformações das mulheres sobre o HPV e o câncer docolo uterino. Metodologia: pesquisa descritiva,exploratória, com abordagem qualitativa. Tendo comocenário a Rede Feminina de Combate ao Câncer deChapecó, Santa Catarina (RFCC); que é uma entidadefilantrópica fundada em 28 de agosto de 1982.

Participaram da pesquisa mulheres com idades entre 18 a60, que realizaram o exame preventivo do câncer do colodo útero na RFCC/Chapecó. A coleta dos dados ocorreudurante o mês de setembro de 2014, por meio deentrevista semiestruturada, composta por questões deidentificação com a intenção de identificar oconhecimento das mulheres sobre o HPV e câncer docolo uterino, bem como as fontes de informações queutilizam acerca dos mesmos. As entrevistas foramrealizadas na Rede Feminina de Combate ao Câncer,onde as mesmas foram gravadas, em uma sala reservada,a fim de preservar a privacidade das mulheres, comduração máxima de cinco minutos. A interpretação dasinformações foi realizada a partir da Análise deConteúdo de Bardin (2014) que constitui de três etapas:pré-análise, exploração do material e tratamento dosresultados obtidos, a inferência e a interpretação.Concomitantemente a exploração do material, procedeu-se ao tratamento dos resultados e sua interpretação.Todo processo de pesquisa seguiu os procedimentoséticos estabelecidos na Resolução 466/2012 do ConselhoNacional de Saúde, que se refere à pesquisa com sereshumanos, tendo como nº de parecer 775.980 e data deaprovação 02/09/2014.Cabe destacar que osparticipantes foram informados de que a sua participaçãono estudo teria riscos mínimos, e que poderiamabandoná-lo a qualquer momento. Todos osparticipantes assinaram o TCLE. Resultados: Dos dadosemersos do material produzido pelas transcrições dasentrevistas surgiram 2 categorias: Conhecimento dasmulheres sobre o HPV e o câncer de colo uterino; Asfontes de informação sobre a saúde sexual e reprodutiva.A primeira categoria aborda o conhecimento dasmulheres sobre o HPV e o câncer do colo do útero, elaestá subdividida em quatro subcategorias. São elas:Identificam em parte sobre o vírus HPV e o câncer decolo, associando-os; Não identificam o câncer de colo eo HPV; Apresentam dúvidas quanto as respostas ereconhecem a importância da prevenção. A primeira

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subcategoria aborda a percepção das mulheres quereconheceram em parte sobre o HPV e câncer de colo deútero. Ao serem questionadas sobre o conhecimento doHPV e câncer de colo uterino, (11) mulheresdemonstraram algum conhecimento, e destas (4)conseguiram identificar somente sobre o HPV; (2)conseguiram demonstrar pouco conhecimento, sobre odesenvolvimento do câncer e apenas (5) mulheresassociaram o câncer do colo do útero com o HPV. Nasegunda subcategoria destaca-se o desconhecimento porparte das mulheres sobre a associação do HPV e oaparecimento do câncer do colo, pois, (11) não souberamidentificar o HPV e o câncer do colo do útero, outras (2)mulheres não conseguiram identificar o câncer, e apenas(1) não conseguiu identificar o HPV. Na terceirasubcategoria, (4) mulheres ao expressar “não sei” ouexpressões de dúvidas, como aquelas que levaram muitotempo para responder, na verdade demonstram que aselas possuem pouco conhecimento do assunto. Na quartasubcategoria, identificou-se nos dados de (9) mulheres oreconhecimento e a importância da prevenção. Asatitudes das mulheres, quanto à realização do examepreventivo é decisiva para a incidência do mesmo, sendoque a quantidade de mulheres que procuram os serviçosde saúde para realizar o exame é baixa e os principaismotivos para isso são a falta de informação econhecimento, medo, vergonha, preconceito e pelaprópria cultura5. A segunda categoria aborda as fontes deinformação em que as mulheres buscam conhecimentose maneiras de como esclarecer dúvidas sobre o cuidadocom o corpo e os métodos de prevenção, subdividindo-se em quatro subcategorias. Sendo elas: os serviços desaúde, trabalho e faculdade; os meios de comunicação;família e profissionais da saúde e não buscaminformações. A primeira subcategoria refere-se aoslocais ou Instituições onde as mulheres buscaminformações, são eles: os serviços de saúde (12), o localde trabalho (1) e a faculdade (1), sendo as mais citadaspelas mulheres (14). A segunda subcategoria onderefere-se aos meios de comunicação: como internet (site,blog), televisão, leituras (livros, revistas), (12) mulheresrelataram buscar informações. Conclusão eContribuições para enfermagem: Ao final desteestudo, pode-se perceber que muitas mulheres,demonstraram dificuldades em responder as perguntas, eque as associações que o tema despertou representavamas falhas de informação sobre câncer de colo e HPV, emcontrapartida ficou evidenciado que as mulheresreconhecem na grande parte das vezes a importância daprevenção. No desenvolvimento deste estudo foipossível identificar alguns dos principais motivos quedesencadeiam esse déficit de conhecimento, sendo umdeles evidenciado pela procura das mulheres em váriosoutros meios de informação, como a s redes sociais e asinstituições de ensino. Por outro lado, notou-se também

um desinteresse na busca de informações, por parte dealgumas mulheres devido a pouca autonomia eautocuidado. Como já foi destacado as mulheres buscaminformações de saúde nas redes sociais e meios digitais,relações mais próximas, serviços de saúde ou locais detrabalho. Contudo, não é o suficiente para chegar aoexato entendimento do que é o HPV e o câncer de colode útero e sua associação, pois várias delas em suas falasidentificam em parte um ou outro e apenas uma minoriaconsegue identificá-los. Neste sentido cabe aosenfermeiros, orientar a sua equipe de saúde comresponsabilidade, garantindo que cada profissionalexerça sua função de maneira adequada dentro doserviço, prestando uma boa qualidade no atendimentoaos pacientes, realizando um cuidado integral,esclarecendo todas as dúvidas e orientando-asadequadamente, garantindo uma boa educação em saúde.Sendo assim, a melhor maneira de desenvolver umcuidado de saúde e de enfermagem integral ehumanizado, é ouvindo as mulheres, conhecendo quaisas suas dúvidas e dificuldades, a fim de instrumentaliza-las e empoderá-las para buscarem seus direitos de saúdede forma a encontrar um atendimento completo ehumanizado. Na terceira subcategoria identificamosoutro meio de busca de informação, por meio de pessoasmais próximas de suas relações (mãe/amiga/pai eprofissionais da saúde), conforme os dados de (12)mulheres. Na quarta subcategoria destacamos asmulheres que relataram não buscar nenhum tipo deinformação referente à sua saúde, onde apenas (1)mulher relatou não buscar nenhum tipo de informação.O presente estudo tem como contribuição voltada para asaúde da mulher, o incentivo para a busca deinformações, para o melhor cuidado com a própria saúdee com o corpo.

Palavras-Chave: Prevenção primária, Serviços deSaúde, Neoplasias do Colo.

REFERÊNCIAS[1] Cruz LMB, Loureiro RP. A comunicação na abordagem

preventiva do câncer do colo do útero: importância dasinfluências histórico-culturais e da sexualidade femininana adesão às campanhas. Saúde Soc. [online]. 2008;17(2):120-31.

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[3] Reis AAS, Monteiro CD, Paula LB, Santos RS, SaddiVA, Cruz AD. Papilomavírus humano e saúde pública:prevenção ao carcinoma de cérvice uterina. Ciênc SaúdeColetiva. [online]. 2010; 15(1):1055-60.

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disponíveis no Brasil. Rev. Saúde Pública [online]. 2014;48(1):123-33.

[5] Silva VSC, Mochel EG, Lima SF, Meneses LFS. Câncerdo colo do útero: saberes e práticas de mulheres usuáriasda atenção básica. Rev. Enferm. UFPE [online]. 2014;1628-35.

Vol.11,n.3,pp.101-102 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

CONHECIMENTO DE TRABALHADORAS DE UMAINDÚSTRIA FRIGORÍFICA ACERCA DOS EXAMESPARA DIAGNÓSTICO PRECOCE DE NEOPLASIAS

ELIANE HILHESHEIM¹, ROSANA AMORA ASCARI2, NARAIANE FERMINO3

1. Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação(CENSUPEG); 2. Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente da Universidade doEstado de Santa Catarina (UDESC) e Docente do CENSUPEG. 3. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estadode Santa Catarina – UDESC.

RESUMOIntrodução: O câncer cervical, genericamente chamadode câncer de colo do útero, apresenta evolução lenta,podendo levar anos para se desenvolver. As alteraçõesdas células que podem desencadear o câncer sãodescobertas facilmente no exame preventivo (conhecidotambém como Papanicolau), por isso é importante a suarealização periódica. O principal fator que pode levar aesse tipo de câncer é a infecção pelo papiloma vírushumano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco erelacionados a tumores maligno1. É o segundo tumormais frequente na população feminina, atrás apenas docâncer de mama, e a quarta causa de morte de mulherespor câncer no Brasil. Por ano, faz 4.800 vítimas fatais eapresenta 18.430 novos casos. Atualmente 44% doscasos são de lesão precursora do câncer, chamada in situ.Esse tipo de lesão é localizada. Mulheres diagnosticadasprecocemente, se tratadas adequadamente, têmpraticamente 100% de chance de cura2. O segundo tipode câncer mais frequente no mundo é o de mama. É omais comum entre as mulheres, respondendo por 22%dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratadooportunamente, o prognóstico é relativamente bom. NoBrasil, as taxas de mortalidade por câncer de mamacontinuam elevadas, muito provavelmente porque adoença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Napopulação mundial, a sobrevida média após cinco anos éde 61%3.Na indústria frigorifica a maior parte de seusfuncionários é constituída por mulheres, e essas muitasvezes demonstram constrangimento e ansiedade aoserem submetidas a exames citológicos e clínicos para adetecção de câncer de colo do útero e mama. Vê-seentão a necessidade de verificação do conhecimento arespeito das neoplasias, assim como uma aproximaçãodos sentimentos e experiências dessas mulheres aodetectarem precocemente a patologia bem como sua

prevenção. Assim pode-se planejar e adequar àsorientações baseadas em necessidades e relatos a partirdestas. Objetivos: Este estudo teve por objetivoconhecer a prática das mulheres trabalhadoras em umfrigorífico em Chapecó/SC acerca dos examesdiagnósticos de câncer de colo de útero e atenção asaúde da mama. Metodologia: Trata-se de um estudoquantitativo, realizado em uma indústria frigorífica comuma amostra composta por 304 mulheres entre 25 à 40anos de idade. Foi utilizado questionário com perguntasfechadas. A pesquisa foi desenvolvida de acordo com osaspectos éticos, envolvendo seres humanosrecomendados pela resolução 196/96 da ComissãoNacional de Ética em Pesquisa - CONEP, submetida àapreciação do Comitê de Ética em Pesquisa com SeresHumanos. A coleta de dados foi realizada no período deJaneiro à abril de 2012 no próprio ambiente de trabalho(ambulatório do frigorífico), onde se entrevistaram 304mulheres, que aceitaram participar do estudo. Não houveconvite recusado, todas as mulheres convidadasparticiparam. Resultados e Discussão: Nascondensações dos dados foi possível identificar que das304 mulheres de 25 a 40 anos de idade que trabalham naindústria frigorífica 278 (91.4%) relataram ser casadas.No que diz respeito à categoria profissional, verificou-seque a maioria das funcionárias, trabalha comooperadoras de produção. Quanto ao grau deescolaridade, 287 (94.4%) funcionárias cursaram o 1ºgrau completo ou incompleto; 13 (4.3%) frequentaram aescola até o 2º grau completo ou incompleto; 3 (1%)tinham o 3º grau completo ou incompleto e 1 (0.3%)relatou ser analfabeta. É de extrema importânciaconhecer os motivos que fazem com que as mulheresnão realizem o exame preventivo, para assim, a equipede saúde intervir, com vistas ao aumento de cobertura domesmo e a adesão das trabalhadoras pela realização dos

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exames diagnósticos precocemente. A respeito darealização do exame citopatológico, a maioria dasmulheres entrevistadas, ou seja, 289 (95.1%) referiu játer realizado o exame preventivo do câncer cérvico-uterino em 2011, outras 6 (2%) referiram ter realizadoem 2012, 8 (2.6%) delas realizaram em 2010 e 1 (0.3%)realizou antes de 2008. Há que se considerar, uma amplagama de fatores que podem motivar a não realização doexame. Um deles pode estar relacionado ao dia-a-dia,repleto de afazeres que socialmente se veem comonecessários, considerando as funções de: mães, donas-de-casa e "trabalhadoras". Todas responderam querecebem orientações do ambulatório da empresa sobre aimportância da realização do preventivo e 28 (9.21%)delas responderam que não recebem orientações doambulatório da empresa sobre o autoexame de mamas emamografia. Quanto a realização do autoexame dasmamas, a maioria, ou seja, 273 (89.8%) mulheresconhecem o que é autoexame das mamas; enquanto 31(10.2%) delas relatam que não conhecer esse exame. Asmulheres que demonstraram desconhecer o que é oautoexame de mamas foram orientadas quanto aomesmo. Das 304 mulheres que realizaram o questionário237 (78%) responderam que realizam o autoexame demamas e 67 (22%) delas responderam que não orealizam. Já, ao perguntar se elas já realizaram o exameclínico das mamas, 91 (30%) delas responderam quenão, 198 (65.1%) responderam que sim e 15 (4.9%)delas responderam que não abem o que é exame clínicode mamas. A partir destes dados, podemos concluir queapesar de algumas mulheres deixarem a desejar quanto àrealização desse exame, a maioria já o fez. Quanto àmamografia, 291 (95.7%) disseram que nunca arealizaram, enquanto que 13 (4.3%) mulheres relataramjá terem feito esse exame. Este reduzido número podeser explicado pelo fato de as entrevistadas estarem nafaixa etária de 25 a 40 anos, já que é a partir dessa faixaetária que normalmente começam a ser feitas asmamografias, a não ser que haja algum problemaanteriormente. A prevenção primária do câncer do colodo útero está relacionada à diminuição do risco decontágio pelo HPV, sendo que a transmissão destainfecção ocorre por via sexual, presumidamente atravésde abrasões microscópicas na mucosa ou na pele daregião anogenital4. Consequentemente, o uso depreservativos (camisinha) durante a relação sexual compenetração protege parcialmente do contágio pelo HPV,que também pode ocorrer através do contato com a peleda vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal4. Ossintomas do câncer de mama palpável são o nódulo outumor no seio, acompanhado ou não de dor namamária.12 Podem surgir alterações na pele que recobrea mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspectosemelhante à casca de uma laranja. Podem tambémsurgir nódulos palpáveis na axila5. Considerações finais

e contribuições para a Enfermagem: A partir dosresultados do estudo concluiu-se que para uma maioradesão das mulheres aos exames de detecção precoce decâncer de mama e de colo de útero, a orientaçãocontínua e consciente da importância da prevenção edetecção precoce através do diálogo, sensibilidade eempatia, é uma alternativa eficaz como estratégia. Ouviras mulheres que fizeram parte desse estudo permitiuvislumbrar caminhos que possam favorecer a aderênciaaos referidos exames. Portanto, esse estudo possibilitouum novo olhar a essas mulheres, um (re)conhecimentode suas próprias vivências em relação ao diagnósticoprecoce de câncer, sobretudo por este ser um fator degrande impacto financeiro aos cofres públicos einterferir significativamente no prognóstico de saúdedestas trabalhadoras.

Palavras-Chave: Câncer de colo de útero,Conhecimento, Mama, Prevenção, Saúde da mulher.

REFERÊNCIAS[1] Pinho AA, França-Junior I. Prevenção do câncer de colo

do útero: um modelo teórico para analisar o acesso e autilização do teste de Papanicolaou. Rev Bras SaudeMater. Infant. [online]. 2003; 3(1):95-112. Disponívelem:http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v3n1/a12v03n1.pdf

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[3] Brasil. Ministério da Saúde. INCA - Instituto Nacionalde Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância.Controle do câncer de mama: documento de consenso.Rio de Janeiro: INCA. 2007.

[4] Souza LG, Vianna ACC. Análise dos examescolpocitológicos de clientes atendidas pelo ambulatóriode ginecologia preventiva do hospital geral deBonsucesso, RJ, no período entre maio/2004 eabril/2005, Rio de Janeiro. 2005; 2-16. Disponível em:http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/05/03.pdf

[5] Brasil. Ministério da Saúde. INCA - Instituto Nacionalde Câncer José Alencar Gomesda Silva. Tipos de câncer:Mama. 2015. Disponível em:http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama+/sintomas

Vol.11,n.3,pp.103-104 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento de extensão na Enfermagem

CONSULTAS DE ENFERMAGEM PARA AVALIAÇÃOGLOBAL DA SAÚDE DA PESSOA IDOSA

MANOELLA SOUZA DO ROSARIO1, CARLA WIECHORECK1, GÉSSICA CRISTINA DOS SANTOSPARIZOTTO1, CARLA ARGENTA2, AMÁLIA DE FÁTIMA LUCENA3

1. Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Educação Superior doOeste (CEO); 2. Enfermeira, Mestre, Professora efetiva do Departamento de Enfermagem da UDESC, CEO; 3. Enfermeira, Doutora,Docente do Departamento de Enfermagem da UFRGS.

RESUMOIntrodução: Mundialmente são evidenciadas mudançasexpressivas nos dados demográficos, revelando oaumento significativo da população idosa. No Brasil,pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, sãoconsideradas idosas (Estatuto do Idoso - Lei Nº 10.741)e representam, com base no último censo demográfico,11,8% da população total do país1. Estima-se que em2050, 25% da população mundial terá 60 anos e maisevidenciando que o número de pessoas idosas cresce emritmo maior do que o número de pessoas que nascemacarretando um conjunto de situações que modificam aestrutura dos países1. Dentro dessa perspectiva, oMinistério da Saúde criou um Caderno de AtençãoBásica – Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa(CAB-ESPI)2, tendo como referência o Pacto pela Vida2006 e as Políticas Nacionais de: Atenção Básica,Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, Promoção da Saúde eHumanização no Sistema Único de Saúde (SUS) quetem por objetivo deste, dar uma maior resolutividade àsnecessidades da população idosa. OCAB-ESPI foielaborado com a finalidade de oferecer subsídiostécnicos específicos em relação à saúde da pessoa idosade forma a facilitar a prática diária dos profissionais queatuam com o idoso. Dessa forma elaborou-se um projetode extensão que visa colher informações a partir darealização de Consulta de Enfermagem com o intuito derealizar a avaliação global da pessoa idosa, proposta peloCAB-ESPI tornando possível traçar ações específicas ebem delineadas, com informações palpáveis, bem como,realizar encaminhamentos necessários para o tratamentode agravos à saúde e prevenção de complicações dasmesmas. A Avaliação Global da Pessoa Idosa direcionaa atenção para o/a idoso/a, com problemas complexos,de forma mais ampla, dando ênfase ao seu estadofuncional e à sua qualidade de vida visando estabelecerum planejamento terapêutico em longo prazo e ogerenciamento dos recursos necessários. A utilização

dessa proposta pode ser realizada por meio da consultade Enfermagem que é definida como uma atividadeindependente, realizada pelo enfermeiro, cujo objetivopropicia condições para melhoria da qualidade de vidapor meio de uma abordagem contextualizada eparticipativa. Além da competência técnica, oprofissional enfermeiro deve demonstrar interesse peloser humano e pelo seu modo de vida, a partir daconsciência reflexiva de suas relações com o indivíduo,a família e a comunidade3. De posse das informaçõescolhidas na consulta de enfermagem, pode-se pensar emações de educação em saúde, a qual está inerente a todosos níveis de atenção, mas ganha significado especial naatenção primária, pois através dela pode embasar açõespreventivas e promotoras, além de formar indivíduosconscientes de sua cidadania, poder de decisão sobre suaprópria saúde e responsabilidade sobre a saúde dacomunidade em que vivem4. As ações previstas noprojeto estão sendo executadas a partir das reaisnecessidades da população alvo e as ações de educaçãoem saúde tornam-se mais eficientes, uma vez que, sãoelaboradas de forma a atender as necessidadesindividuais e coletivas. Objetivos: Realizar Consulta deEnfermagem com idosos recém-cadastrados na Cidadedo Idoso; Realizar a avaliação global da pessoa idosa pormeio de um instrumento contendo informações deidentificação e avaliação de saúde; Efetivar ações deEducação em saúde a partir das informações colhidas naconsulta de Enfermagem; Descrever e tabular asinformações coletadas a fim de torná-las evidentes e defácil manuseio; Proporcionar aos acadêmicos apossibilidade de avaliar o idoso de forma global e demodo individual e coletivo. Método: O projeto vemsendo realizado na Cidade do Idoso que fica situada noParque Tancredo Neves (Efapi) em Chapecó/SC. Asconsultas e avaliações são realizadas com pessoasidosas, com idade igual ou superior a 60 anos,cadastradas e em atividade na Cidade do Idoso do

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Município de Chapecó. O projeto está vinculado àdisciplina de Enfermagem em Saúde Comunitária VI,componente curricular do curso de graduação emEnfermagem da UDESC-CEO. As consultas deenfermagem vêm sendo realizadas com base em uminstrumento contendo informações de identificação eavaliação de saúde dos idosos. Conforme asnecessidades de cada idoso são aplicadas escalas, paraobter maiores informações das condições psicomotorasdo idoso. Resultados: O projeto iniciou em março desteano com a realização das consultas de enfermagem eavaliação global da saúde do idoso. Com base nacompilação dos dados teremos informações importantespara a realização das ações de promoção da saúde.Busca-se também, o aperfeiçoamento nodesenvolvimento do acadêmico para a realização deconsulta de enfermagem, onde poderá despertar interessena realização de Trabalhos de Conclusão de Curso.Através das ações possibilitarão a expansão doconhecimento produzido na Universidade para acomunidade. O acadêmico desempenhará uma melhorcomunicação com o idoso e conhecerá suas restrições,podendo realizar ações de educação em saúde,possibilitando uma melhoria na qualidade de vida doidoso e no seu desenvolvimento como acadêmico.Considerações finais e Contribuições para aEnfermagem: A denominada “Avaliação Global” torna-se essencial para o estabelecimento de um diagnóstico,um prognóstico e um julgamento clínico adequados, queservirão de base para as decisões sobre os tratamentos ecuidados necessários às pessoas idosas. Torna-se umparâmetro que, associado a outros indicadores de saúde,pode ser utilizado para determinar a efetividade e aeficiência das intervenções propostas2. A avaliaçãoglobal busca verificar, de forma sistematizada, em quenível as doenças ou agravos impedem o desempenho, deforma autônoma e independente, das atividadescotidianas ou Atividades de Vida Diária das pessoasidosas permitindo o desenvolvimento de umplanejamento assistencial mais adequado2. A capacidadefuncional surge, assim, como um novo paradigma desaúde, proposto pela Política Nacional de Saúde daPessoa Idosa (PNSPI)5. A avaliação da pessoa idosa nosserviços de Atenção Básica tem por objetivo a avaliaçãoglobal com ênfase na funcionalidade. A presença dedeclínio funcional pode sugerir a presença de doenças oualterações ainda não diagnosticadas. É por meio dessaavaliação que se pode fazer um balanço entre as perdas eos recursos disponíveis para sua compensação2. Aindependência e a autonomia, pelo maior tempopossível, são metas a serem alcançadas na atenção àsaúde da pessoa idosa. No trabalho das equipes, oenfermeiro, de modo especial deve priorizar as açõescoletivas, na comunidade, as atividades de grupo, aparticipação das redes sociais dos usuários, os quais são

alguns dos recursos indispensáveis para atuação nasdimensões culturais e sociais. As ações de educação emsaúde, neste contexto se darão a partir do diagnósticosituacional, ações dirigidas aos problemas de saúde demaneira pactuada com o idoso individualmente,mantendo sempre postura proativa frente aos problemasde saúde-doença da população idosa. O envelhecimentoda população, caracterizado pelo aumento da proporçãode idosos em relação à população total, ocorre de formaacelerada no Brasil e rapidamente ganha importância naagenda de políticas públicas e sociais. O maior desafiona atenção à pessoa idosa é conseguir contribuir paraque, apesar das progressivas limitações que possamocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viversua própria vida com a máxima qualidade possível. Énesse contexto que a denominada “avaliação funcional”torna-se essencial para o estabelecimento deumdiagnóstico, um prognóstico e um julgamento clínicoadequados, que servirão de base para as decisões sobreos tratamentos e cuidados necessários às pessoas idosas.É um parâmetro que, associado a outros indicadores desaúde, pode ser utilizado para determinar a efetividade ea eficiência das intervenções propostas.

Palavras-Chave: Idoso, Enfermagem, Avaliação.

REFERÊNCIAS[1] Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Distribuição da população por sexo segundo os grupos deidade Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. 2010.

[2] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção àSaúde. Departamento de Atenção Básica.Envelhecimento e saúde da pessoa idosa / Ministério daSaúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento deAtenção Básica – Brasília: Ministério da Saúde, 2006.192 p.

[3] Machado MMT, Leitão GCM, Holanda FUX. O conceitode ação comunicativa: uma contribuição para a consultade enfermagem. Rev Latino-Am Enfermagem. 2005;13(5):723-8.

[4] Feijão AR, Galvão MTG. Ações de educação em saúdena atenção primária: revelando métodos, técnicas e basesteóricas. Rev RENE. Fortaleza 2007; 8(2):41-49.

[5] Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.528, de 19 deoutubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde daPessoa Idosa. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

COTIDIANO FAMILIAR DA CRIANÇA COM CÂNCER:UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

IASMIM CRISTINA ZILIO1, TASSIANA POTRICH2, CRHIS NETTO DE BRUM2, ÉRICA DE BRITOPITILIN2, CRISTALGAZZONI3, ALESSANDRA PAIZ6

1. Acadêmica do Curso de em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC; 2. Mestre emEnfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Professora Assistencial da Universidade Federal da Fronteira Sul –UFFS, campus Chapecó/SC; 3. Enfermeira. Residente em Enfermagem em Atenção ao Câncer no Hospital da Cidade de PassoFundo; 4. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: A delimitação temporal no que se refere afase da infância, foi formulada por meio de algumaspolíticas e leis que norteiam tal temática. Entre elas aOrganização Mundial de Saúde (OMS) consideracriança, o indivíduo entre zero e nove anos1. Esta fase épermeada por inúmeras mudanças, tanto biológicasquanto sociais e culturais que demandam cuidado, emespecial quando a criança é portadora de algumapatologia. Entre os agravos à saúde que acometem ascrianças e demandam um cuidado especial podemoscitar o câncer pediátrico. É considerado câncerpediátrico toda a neoplasia maligna que acomete pessoasmenores de quinze anos2. Apesar de ser um evento raro,merece atenção devido ao desgaste emocional e socialque desencadeia na criança enferma e na sua família2.Objetivo: Identificar as produções científicasrelacionadas ao cotidiano da família de criança comcâncer. Método: Trata-se de uma revisão narrativa daliteratura que buscou responder a seguinte questão depesquisa: “Qual a produção científica acerca docotidiano da família de criança com câncer?”. A buscaocorreu em abril de 2014 nas bases de dados LiteraturaLatino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS) e Base de dados da Enfermagem (BDENF)utilizando os descritores e seus sinônimos, fazendocombinações através dos operados boleanos and e or(“CANCER”) or “NEOPLASIA”) or “TUMOR”[Descritor de assunto] and (“criança”) [Descritor deassunto] and (“FAMILIA”) or “PAIS”) or“CUIDADORES FAMILIARES”) [Descritor deassunto]. Para selecionar os artigos, os critérios deinclusão foram: artigos de pesquisa disponíveiscompletos, online e gratuitos, que aborde a temática deestudo, em idiomas português, ou inglês, ou espanhol ecomo critérios de exclusão: materiais ministeriais, tesese capítulos de livros e artigos de revisão de literatura.Para coletar os dados das produções selecionadas criou-

se um instrumento contendo os seguintes dados:referência, objetivo, país, ano, metodologia, principaisresultados e conclusões. A análise de dados estáfundamentada no método de análise de conteúdo deBardin3. Cabe ressaltar que este trabalho é um recorte dotrabalho intitulado “O cotidiano do cuidado da criançacom câncer no domicílio: percepção do cuidadorfamiliar”. Resultados: Foram identificadas 60produções, 44 no LILACS e 16 na BEDENF, sendo 05(cinco) disponíveis na integra. Após a leitura dos artigosselecionados, e da aplicação da questão de pesquisa,constataram-se três categorias: aspectos familiares;aspectos sociais; e aspectos econômicos. Quanto aosaspectos familiares, durante a análise da produçãocientífica, foi possível evidenciar alguns fatores queinterferem no cotidiano da família da criança comcâncer. Esses fatores são: aumento da atenção ao filhodoente; alteração conjugal; e aumento do estressefamiliar. O aumento da atenção ao filho doente seocasiona devido á maior dependência do mesmo, paraquestões simples, como os hábitos diários de higiene. Avida da família se volta a um cenário que envolve só ofilho doente e suas necessidades, partilhando seussofrimentos e lutas vivenciadas. A mãe, que geralmenteassume o papel de cuidadora, desenvolve uma completadedicação ao filho, envolvendo extremo zelo e proteção.A doença gera uma sensação de impotência que a mãetenta compensar através do cuidado ao extremo. A mãenão consegue delegar as funções a outras pessoas, tendoa crença de que ninguém está a sua altura para protegerseu filho. Nessa perspectiva, acaba gerando umasobrecarga para si mesma, causando condições deletériasde qualidade de vida e também nas atividades de sono elazer, assim, a mãe tende a se afastar de tudo para termaior tempo para cuidar de seu filho. As implicações emrelação às mudanças na rotina do casal incluem conflitosmatrimoniais e consequências para o relacionamentosexual do casal, pois quem cuida espera compreensão do

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outro, em sua posição de dedicação total ao filho,iniciando um processo de desestruturação da família,pelo desequilíbrio conjugal através do rompimento doslaços afetivos entre o casal a fim de se dedicaremexclusivamente ao filho, o pai, que se torna o provedorfinanceiro, tende a se afastar emocionalmente, causandoum distanciamento e um sentimento de abandono edesamparo na mãe. As causas do aumento de estresseentre os pais estão relacionados ás rotinas médicas, omedo da morte e de sequelas, após a cura completa, e ocuidado da criança, que afetam diretamente o bem-estar.Os pais, como atores principais do cuidado da criança,são os mais afetados com o diagnóstico de uma doençacrônica, podendo exibir sintomas físicos e emocionaiscomo perda do controle, da autoestima, depressão,ansiedade, aumento do estresse, além de apresentaremmaiores riscos de desenvolverem problemas mentais.Além desses fatores mencionados acima, o diagnósticode câncer, em muitas famílias, obriga o cuidador aabandonar o seu vínculo empregatício por não conseguirconciliar o trabalho às novas rotinas que surgem com otratamento, comprometendo a renda familiar. Trata-se deuma doença diretamente relacionada com a finitude doser humano com uma interrupção frustrante do percursoda vida, que torna angustiante o processo vivencial, tantopara quem recebe o diagnóstico quanto para os queconvivem com ele, família e outras pessoassignificantes4. Considerações finais e Contribuiçõespara a Enfermagem: A realização desse estudopossibilitou compreender que o cotidiano da família écomprometido nos aspectos familiares, sociais eeconômicos. Estes resultados apontam também, que adescoberta do diagnóstico causa muita tristeza, dor e trazimplicações para toda a família da criança, em seucotidiano. Estas implicações provêm, na maioria dasvezes, do aumento do cuidado e dedicação exclusiva acriança, pois, os cuidadores se esquecem de outrasatividades que pertenciam a sua rotina e doam-secompletamente ao cuidado dessa criança. Esse estudopossibilitou a identificação da amplitude do que vemsendo produzido cientificamente sobre o assunto emquestão. Esse conhecimento permite o enfermeiroapropriar-se da temática, das transformações einovações, das potencialidades e fragilidades as quais oenfermeiro pode e deve dirigir sua atenção. No âmbitodo Sistema Único de Saúde (SUS), este contribuiu para(re)conhecer as dificuldades que a família da criançaque têm câncer enfrenta. Com base nestas informaçõestorna-se indispensável a formulação de ações eestratégias que venham ao encontro das necessidades decuidado desta criança, mas também que minimizem osofrimento e todas as alterações que esta condiçãoacarreta na estrutura familiar.

Palavras-Chave: Saúde da Criança, CuidadoresFamiliares, Neoplasias.

REFERÊNCIAS[1] Organização Mundial de Saúde. Saúde da Criança.

Disponível em:http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=277:apresentacao&catid=1255:bra-04a-saude-da-crianca&Itemid=818

[2] Maranhão TA, Melo BMS, Vieira TS, Veloso AMMV,Batista NNLAL. A humanização no cuidar da criançaportadora de câncer:fatores limitantes e facilitadores. JHealth Sci Inst. 2011; 29(2):106-9

[3] Bardin L. Análise de conteúdo. 1ª ed. Lisboa: Edições.2009; 70.

[4] Monteiro CSF, Veloso LUP, Sousa PCB, Morais SCRV.A vivência familiar diante do adoecimento e tratamentode crianças e adolescentes com leucemia linfoide aguda.Cogitare Enfermagem. 2008; 13(4):484-9.

Vol.11,n.3,pp.107-108 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

DEPRESSÃO PÓS-PARTO: UMA REVISÃOINTEGRATIVA DE LITERATURA

ADRIANE EISELE1, ARIANE DA CRUZ GUEDES2, JOICE MOREIRA SCHMALFUSS3

1. Acadêmica do 9º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) CampusChapecó; 2. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Especialista em Atenção Psicossocial no âmbito do SUS. Professora Adjunta noCurso de Graduação em Enfermagem da UFFS, Campus Chapecó - SC; 3. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Especialista emEnfermagem Obstétrica. Professora Assistente no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul -Campus Chapecó - SC.

RESUMOIntrodução: a Depressão Pós-Parto (DPP) é definidacomo um transtorno depressivo responsável por causaralterações emocionais, sendo que essa condiçãoinfluencia no desenvolvimento do vínculo mãe-bebê.Atualmente, a DPP é considerada um importanteproblema de saúde materna, pois atinge tanto o bem-estar da mãe quanto o desenvolvimento do recém-nascido. Os sintomas mais comuns são irritabilidade,choro frequente, sentimentos de desamparo, falta deenergia e motivação, desinteresse sexual, transtornosalimentares e do sono, a sensação de ser incapaz de lidarcom novas situações e ainda queixas somáticas1. Essetranstorno acomete as mulheres geralmente quatrosemanas após o parto, atingindo sua maior intensidadenos primeiros seis meses, permanecendo até um anodependendo dos casos2. Pelo fato da DPP ter início apósquatro semanas do parto, o seu diagnóstico é dificultado,pois geralmente, as consultas de puerpério são realizadasantes disso. O diagnóstico tardio retarda o tratamento efaz com que os sintomas apresentados comumenteapareçam com maior intensidade. O período pós o partoé considerado uma fase da vida da mulher em que ostranstornos mentais são frequentes. A chegada do filhoao núcleo familiar aumenta as responsabilidades, medose dúvidas, além das mudanças corporais e hormonaiscausadas pela gestação, parto e puerpério3. A DPP é umadoença silenciosa e que deve ser identificada de maneiraprecoce para evitar agravos. Para tanto, é necessárioorientar a mulher a realizar o pré-natal de forma correta,frequentando todas as consultas e realizando os exames.E os profissionais responsáveis pelo atendimento devemesclarecer todas as dúvidas, e amenizar a ansiedade quea gestante sente. Objetivo: Analisar as tendênciascientíficas nacionais sobre a DPP. Metodologia: Para odesenvolvimento da revisão, optou-se por seguir ométodo de revisão integrativa descrito por Mendes,Silveira e Galvão (2008), respeitando os passos

preconizados pelas autoras para a coleta e análise dosdados: identificação do tem e seleção da questãonorteadora; estabelecimento de critérios de inclusão eexclusão de estudos; definição das informações a seremextraídas dos estudos selecionados; interpretação dosresultados; e síntese do conhecimento. Esse método tema finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisassobre um delimitado tema ou questão, de maneirasistemática e ordenada, contribuindo para oaprofundamento do conhecimento do tema investigado4.A pergunta de pesquisa para o rastreamento dos artigos edesenvolvimento da revisão foi: o que tem sidopublicado no Brasil à respeito da depressão pós-parto?Os dados foram coletados a partir de busca nas seguintesbases de dados: Literatura Latino Americana e do Caribeem Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de dados daEnfermagem (BDenf). Como critérios de inclusão dosartigos buscados foram elencados: se adequar aosobjetos de estudo dos pesquisadores; publicados nosúltimos 5 anos (2010, 2011, 2012, 2013, 2014);publicados em bases de dados nacionais; que sejamoriginais; publicados em bases de dados internacionais,mas produzidos no Brasil; resumo apresentado nas basesde dados; disponíveis na íntegra online e gratuitos; queabordassem a temática proposta. Como critérios deexclusão: teses, capítulos de teses, dissertações,capítulos de dissertações, monografias, capítulos demonografias, manuais ministeriais, relatórios técnicos eanais de eventos. Os Descritores em Ciências da Saúde(DECs) utilizados foram: “Depressão Pós-Parto”,“Saúde Mental”, “Saúde da Mulher” e “Enfermagem”,com os operadores boleanos “and” e “or”. Desta buscaforam encontrados 137 artigos, sendo 33 na BDenf e 104na Lilacs. Após leitura dos resumos e aplicação doscritérios de inclusão e exclusão restaram 40 artigos queforam lidos na íntegra. Após esta etapa restaram 17artigos, que foram organizados em um quadro a fim demelhor guiar o estudo, podendo extrair os conteúdos que

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cada artigo abordava, bem como observar os dados emcomum entre os mesmos. Após esta etapa de seleção dosartigos e leitura na íntegra, a fim de organizar a análisedos dados, foi elaborado um quadro sinóptico, quecontemplou as seguintes informações: autor, ano, títulodo artigo, objetivo do artigo, periódico, base de dados,método e principais resultados. Por meio desse quadrofoi possível visualizar melhor os resultados e poderdescrevê-los de forma mais coerente, bem comoidentificar os dados em comum entre eles. Resultados eDiscussão: Na presente revisão integrativa, foramanalisados 17 artigos que atenderam à questão depesquisa e corresponderam aos critérios de inclusão.Destes, oito abordam a associação entre os fatoresbiossociodemográficos e as alterações mentais quedesencadeiam a DPP. Alguns dos fatores mais citadospelos artigos são stress, padrão de sono do bebê, TensãoPré-Menstrual, nível de escolaridade, situação conjugal,situação socioeconômica e presença de sintomasdepressivos antes e durante a gestação. A participaçãodo companheiro e o seu envolvimento com o bebêapareceu em três artigos como fator importante para aprevenção da DPP, pois a mulher consegue dividir aresponsabilidade de cuidar do bebê, porém a DPP afeta aconjugalidade. Três artigos trazem os principais sinais esintomas apresentados pelas mulheres que sofrem deDPP. Dois artigos enfatizaram a importância doprofissional enfermeiro no atendimento à gestantes epuérperas, para orientar e implementar ações eintervenções de enfermagem na tentativa de prevenir aDPP. Um artigo caracteriza a Escala de Edimburgocomo um bom instrumento de triagem para a DPP,permitindo a detecção precoce deste problema.Conclusão e Contribuições para a Enfermagem: Esteestudo permite concluir que a DPP é um problema desaúde para a mãe, interferindo no desenvolvimento dobebê. E o profissional enfermeiro deve conhecer a fundoa DPP para poder realizar um diagnóstico precoce epoder intervir de forma a minimizar os sintomasdepressivos. Entende-se que a depressão pós-parto é umproblema de saúde pública de elevada prevalência, poisapresenta vários aspectos que se assemelham a umquadro depressivo comum. Portanto o enfermeiro deveser um profissional sensível, considerando que este é ummomento importante para a mulher. O mesmo deveutilizar todas as suas habilidades como a perspicácia,observação e empatia para criar um vínculo e umarelação de sensibilidade, diálogo e comprometimento. Éresponsabilidade do enfermeiro se tornar um facilitadorda identificação precoce e durante a prestação decuidados de enfermagem, dar sugestões deenfrentamento e adaptação ao puerpério.

Palavras-Chave: Saúde da Mulher, Saúde Mental,Depressão Pós-Parto, Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1] Fernandes FC, Cotrin JTD. Depressão pós-parto e suas

implicações no desenvolvimento infantil. RevistaPanorâmica On-Line. 2013; 14:15–34.

[2] Moraes IGS, Pinheiro RT, Silva RZ, Horta BL, SousaPLR, Faria AD. Prevalência da depressão pós-parto efatores

[3] Associados. Ver Saúde Pública. 2006; 40(1):65-70.[4] Lobato G, Moraes CL, Reichenheim ME. Magnitude da

depressão pós-parto no Brasil: uma revisão sistemática.Rev. Bras. Saúde Matern. Infant. 2011; 11(4):369-79.

[5] Mendes KDM, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisãointegrativa: método de pesquisa para a incorporação deevidências na saúde e na enfermagem. Texto ContextoEnferm. 2008; 17(4):758-64.

Vol.11,n.E,pp.109-111 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

DOR NO PACIENTE CRÔNICO EM HEMODIÁLISELIGIANE PAULY1, BRUNA BAUTITZ1, FANIERLI BENEDETTI1, MARLUCI MAHLE2, ROSANAAMORA ASCARI2, OLVANI MARTINS DA SILVA3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC; 2. Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva.Docente do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina; 3. Enfermeira. Mestre em Terapia Intensiva.Docente do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.

RESUMOIntrodução: A Insuficiência Renal Crônica refere-se aperda progressiva e geralmente irreversível da funçãorenal de depuração, ou seja, filtração glomerular.Caracteriza-se pela deterioração das funçõesbioquímicas e fisiológicas de todos os sistemas doorganismo, secundária ao acúmulo de catabólicos,alterações do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico,acidose metabólica entre outros1. Pelo fato de ser lenta eprogressiva a perda da função renal o organismo vaisofrendo adaptações que permitem que o paciente nãoapresente sintomas até a perda de cerca de 50% dafunção renal2. Após essa margem de regressão da funçãorenal, podem aparecer sinais e sintomas que nem sempresão relevantes ao paciente, tais como anemia leve,hipertensão, edema dos olhos e pés, mudança noshábitos de urinar e do aspecto da urina. Mesmo que osrins estejam funcionando somente 10-12% da funçãorenal normal, pode-se tratar os pacientes commedicamentos e dieta. Quando a função renal se reduzabaixo destes valores, torna-se necessário o uso deoutros métodos de tratamento da Insuficiência RenalCrônica, que pode ser através da diálise peritoneal,hemodiálise ou transplante renal2. Para o mesmo autormuitos são os sinais e sintomas que aparecem quando apessoa começa a ter problemas renais. Alguns são maisfrequentes, embora não sejam necessariamenteconsequências de problemas renais, pressão sanguíneaelevada, anemia (palidez anormal), fraqueza e desanimoconstante, náuseas e vômitos pela manhã e dor lombar.A dor pode ser compreendida como uma experiênciasensorial e emocional desagradável, associada a um danoreal ou potencial dos tecidos3, não existe uma relaçãoexclusiva entre dor e lesão tecidual, e os aspectossensitivos, emocionais e culturais fazem com que apercepção seja uma experiência subjetiva e pessoal4. Ador além de ser um dos sinais e sintomas do pacientecom início de problemas renais2 é uma das complicaçõesmais comuns da hemodiálise. Dentre os exemplos dedor na sessão de hemodiálise é a cefaleia, dor torácica,

dor lombar, cãibras musculares5a dor associada apassagem de cateter, as punções da Fístula arteriovenosaque acarretam no comprometimento da qualidade devida do paciente renal crônico. Ou a dor crônica advindado desenvolvimento de doenças associadas como o casoda Gota tofácea crônica e pelas limitações físicasimpostas pelas neuropatias periféricas, e ainda a dorpsíquica e social advinda do isolamento deste pacientede suas atividades laborais e do convívio social. Emsuma o doente renal crônico é um indivíduo queapresenta as mais diferentes formas de sentir dor, porém,muitas vezes essa dor é pouco valorizada ounegligenciada pela equipe de enfermagem,principalmente no que se refere a dor psíquica e social.A avaliação da dor deve fazer parte das atividades daequipe de enfermagem que passa mais tempo com opaciente, além de assegurar um cuidado humanizado aomesmo4. Para tanto é de suma importância conhecer ador deste indivíduo, avaliar suas condições dolorosaspara estabelecer estratégias protetoras que possamauxiliar de forma a reduzir ou amenizar a dor no doenterenal crônico. A dor é uma experiência ímparmanifestada por intensidade variada para cada indivíduo,mesmo em situações análogas de injúrias ao organismo.Embora muitos julguem a dor como sensação sensorial,ela está interligada a aspectos emocionais, sociais,culturais e espirituais. A dor se constitui em umemaranhado de sensações desagradáveis, as quaiscomprometem o equilíbrio orgânico. Sendo o pacienterenal crônico um indivíduo que vivencia em seu dia a diaprocedimentos invasivos, doenças associadas a condiçãorenal, bem como passa por uma reestruturação de suavida social, é de suma importância que o profissional deenfermagem consiga identificar e mensurar sua dor.Deste modo a questão que nos norteia é: como ocorre ador em paciente renal crônico? Tendo como objetivogeral conhecer a dor em paciente renal crônico assistidoem uma clínica de tratamento hemodialítico.Metodologia: Estudo transversal que está sendodesenvolvido em uma clínica de tratamento dialítico doOeste Catarinense, a qual atende 150 (N=150) pacientes.

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Para o cálculo amostral considerou-se um erro de 5%,nível de significância de 90%, em uma população de 150indivíduos, utilizando critérios de inclusão maiores de 18anos, com acuidade auditiva, excluindo pacientesinternados, totalizando uma amostra de 70 indivíduos. Aamostragem foi por conveniência. A coleta de dadosocorreu entre outubro a dezembro de 2014. A coleta dedados foi realizada por meio de entrevistas individuaisaos participantes do estudo, após a assinatura do termode consentimento livre e esclarecido. Os instrumentos decoleta utilizados foram: Um questionário dascaracterísticas sociodemográficas e patológicas, Escalasanalógicas para a avaliação da dor aguda que para esteestudo foi avaliado como dor aguda, a dor que o pacientereferia no momento da hemodiálise, sendo considerado ador referente a punção da Fístula Arteriovenosa (FAV),cefaleia, dor lombar, e dor provocada por cãibras. Paratanto, foram empregadas três escalas unidimensionais asquais analisam apenas uma característica, em geral aintensidade da dor. As escalas inclusas para estafinalidade foram as escalas categórica verbal-avaliaçãoobjetiva, a escala numérica da dor (END), e a EscalaVisual Analógica (EVA), utilizada como primeiroinstrumento em função da sua facilidade de aplicação.Para a avaliação da dor crônica foi utilizada a EscalaGraduada de Dor Crônica para o Brasil (EGDC-Br). Epara avaliar a dor psíquica foi utilizado o Inventário deDepressão de Beck BDI. Os dados foram digitados eanalisado no Statistical Package for Social Sciencesv.22.0. As variáveis contínuas com distribuição normalforam expressas em média e desvio padrão. Para asassimétricas foi utilizada mediana e intervalointerquartil. Utilizou-se o teste do Qui-quadrado e Exatode Fisher, com o nível de significância de 5%, paraverificar existência de correlação entre as variáveis. Oprojeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisada Universidade do Estado de Santa Catariana sobparecer nº 453.508. Resultados: Os resultados parciaisdo estudo apontam que dos 70 pacientes, (52,86%) sãomulheres e (47,14%) homens, a faixa etária de maiorfrequência foi indivíduos acima de 60 anos de idade(57,14%). Entre os entrevistados, (40%) possui ensinofundamental incompleto, (24.29%) ensino médiocompleto, (17.14%) não frequentaram a escola,(14.29%) ensino fundamental completo e (2,85%) ensinomédio incompleto. Quanto ao turno de diálise (40%)frequentava o vespertino, (32,85%) o matutino e(27,14%) o noturno, a maioria (81.42%) realiza sessõesde diálise com duração de quatro horas. Quandoquestionados a respeito da dor aguda, a maioria refereapresentar cefaleia (27.14%), câimbras (25.70%), dorlombar (15.70%), câimbras e dor lombar (12.86%),cefaleia e câimbras (10%), todas as alternativas (8.60%).Destes pacientes (78.57) relata fazer uso de analgésicodurante a crise de dor, sendo o mais utilizado o

paracetamol em (27.14%) dos casos. Quanto acaracterística da dor, (51.42%) afirmam ser insidiosa e(48.58%) súbita. Quando questionados sobre dor nafístula durante punção, (62.86%) apresenta, e (37.14%)não apresenta. Porém quando solicitado responder aEscala Visual Analógica (EVA), 100% pontuaram umpercentual de dor durante a punção, (58,5%) para dormoderada, (30%) dor intensa e (11,5%) dor leve. AAvaliação da percepção de dor, utilizando a EVA emfunção do sexo, turno e tempo que realiza a hemodiálisenão evidenciou nenhuma associação estatisticamentesignificante (p < 0,05) entre as variáveis analisadas.Conclusão e Contribuições para a Enfermagem: Osresultados apresentados são análise parcial do estudo, noentanto retrata que a dor é uma das principais causas dosofrimento humano, gerando incapacidades,comprometendo a qualidade de vida e afetando adinâmica psicossocial, em pacientes renais crônicos emtratamento de hemodiálise ela se apresenta comfrequência no dia-a-dia, mesmo sedo considerada comofator fisiológico ela está associado a fatores sociais,psicológicos e espirituais. Para tanto é essencialconhecer o processo da dor para propor medidas de e oalívio, bem como alternativas terapêuticas minimizandoo sofrimento do paciente. O Ministério da Saúde atravésda Portaria 198/GM de 13 de fevereiro de 2004, voltadapara a formação e capacitação dos profissionais da saúdeque visa a melhoria da qualidade de vida e saúde dacomunidade, tendo com princípio a Política Nacional dePromoção da Saúde e as diretrizes do Sistema Único deSaúde. Esta portaria implica em potencial para aenfermagem, pois estes são o maior contingente detrabalhadores da área de saúde e atuam de formadinâmica na assistência ao paciente e no processo ealivio da dor.

Palavras-Chave: Insuficiência Renal Crônica,Doença Crônica, Dor, Cuidados de Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1] Ribeiro, CHM,et al. Caracterização e etiologia da

Insuficiência Renal Crônica em Unidade de Nefrologiado interior do Estado de São Paulo. Acta Paul Enferm2008; 21 (Numero Especial):207-11. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/ape/v21nspe/a13v21ns.pdf>.Acesso em 07 maio 2012.

[2] Sociedade Brasileira de Nefrologia. Insuficiência Renal.São Paulo. 2011. Disponível em:<http://www.sbn.org.br/leigos/index.php?insuficienciaRenal&menu=24> Acesso em: 20 out 2011.

[3] Calil AM, Pimenta CM. Intensidade da dor e adequaçãode analgesia. Revista latino americano de enfermagem.São Paulo. 2005. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n5/v13n5a13.pdf.

[4] Nascimento LAF, Kreling MCGD. Avaliação da DorComo Quinto Sinal vital: Opinião de Profissionais de

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Enfermagem. Acta Paul Enferm. [online]. 2011; 24(1):50-54. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ape/v24n1/v24n1a07.pdf

[5] Nascimento CD, Marques IR. Intervenções deenfermagem nas complicações mais frequentes durante asessão de hemodiálise: revisão da literatura. Rev BrasEnferm. [online]. 2005; 58(6):719-22. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-71672005000600017&script=sci_arttext

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

EDUCAÇÃO EM SAÚDE FORTALECENDO VÍNCULOS EPROPICIANDO RESSIGNIFICAÇÕES: UMA

EXPERIÊNCIA COM AGENTES COMUNITÁRIOS DESAÚDE

CAROLINA BERNARDO1, SABRINA EICKHOFF1, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2,MICHELA LETÍCIA DA SILVA PERTILLE3, SAIONARA VITÓRIA BARIMACKER4

1. Acadêmica de Enfermagem Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus de Chapecó – SC. 2. Enfermeiro. Doutorando(UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - CampusChapecó, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC), ColaboradorUNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e o PROVAB, Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF,VSQV/UFBA; 3. Mestrado em Política Sociais e Dinâmicas Regionais pela UNOCHAPECÓ. Docente da Universidade Federal daFronteira Sul (UFFS), Campus de Chapecó – SC; 4. Enfermeira. Especialista em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública deSanta Catarina – ESP. Enfermeira Assistencial da Secretaria de Saúde do Município de Chapecó-SC.

RESUMOIntrodução: O papel dos Agentes Comunitários deSaúde (ACS) passa a fazer parte das políticas públicasfederais com a criação do Programa Nacional deAgentes Comunitários de Saúde (PACS), criado peloMinistério da Saúde em 1991. Em 1997, a portaria nº1.886 aprova as diretrizes do Programa de AgentesComunitários e do Programa de Saúde da Família (PSF)e define que as atribuições dos ACS são a promoção desaúde e ações de prevenção estabelecidas de acordo comas necessidades de saúde do território no qual os agentesatuam. Os ACS desempenham uma função muitoimportante no que tange o direcionamento dos usuários aunidade de saúde, facilita o acolhimento, o que permite acriação de vínculos mais facilmente, propiciando ocontato direto com a equipe. Os ACS podem atuar comofacilitador ou como empecilho na mediação e no diálogoentre os saberes e práticas da comunidade e dos serviçosde saúde; correndo risco de exercer uma práticaeducativa dominadora, o fato de a educação buscar oconvencimento da população com relação ao que deveser feito; a assimilação por parte do agente das regrasinstituídas e sua reprodução de forma mecânica1. Assim,a educação em saúde para os ACS pode representar umaferramenta significativa no desenvolver de seu trabalho,uma vez que possibilita que os mesmos podemsuperação do entendimento, historicamente arraigado nointerior do serviço de saúde, de que o saber da populaçãoé insuficiente e, dessa forma, inferior; quando, narealidade, devemos vê-lo como um saber apenasdiferente. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo

geral relatar uma iniciativa de educação com as agentescomunitárias de saúde, visando o fortalecimento devínculo entre a equipe de saúde e os agentescomunitários, além de esclarecimento de dúvidas sobreos assuntos que partem da sua demanda.Metodologia: Trata-se de um relato de experiência,qualitativo, descritivo e exploratório, elaborado a partirdos encontros realizados semanalmente com as agentescomunitárias de saúde pelas acadêmicas do 9° períodode enfermagem da UFFS. Na unidade em que está sendodesenvolvido o trabalho há 16 ACS participando dosencontros. Estes são realizados todas as terças-feiras nosturnos da manhã, nas dependências da unidade de saúde,com duração de aproximadamente 30 minutos, em cadaencontro um assunto diferente é discutido. A demandados assuntos a serem trabalhados parte da curiosidadedas próprias ACS. Está atividade teve início na primeirasemana do mês de abril e está programada para encerrarna última semana do mês de junho. Resultados eDiscussão: Ao decorrer das atividades percebemos oquanto a comunicação entre a equipe de saúde e as ACSé importante, tanto para a capacitação em torno dastemáticas abordadas, quanto para que o enfermeiro tenhauma maior aproximação do que acontece no seuterritório, impactando de forma positiva na relação dacomunidade e unidade de saúde. A cada assunto que étrabalhado as mesmas fazem a ligação da realidade emque estão dispostas vinculando com o que é preconizado,aproximando a teoria da prática, além de melhorar asrelações entre as equipes, qualificando também otrabalho de todos. Observou-se também uma grandeparticipação dos ACSs nas discussões, manifestando,

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assim, o interesse de se envolverem nas capacitações.Este momento proporcionou o diálogo de saberes epotencializou o processo ensino-aprendizagem, aoarticular saberes científicos e populares, discutindo eproblematizando as diversidades de conhecimentos,desta forma educando e aprendendo ao mesmo tempo.Estas relações, tanto da unidade com a comunidade, bemcomo a melhora do fluxo interno dos processos detrabalho dentro da unidade vem de encontro com o que éatribuição da atenção básica de saúde. Em um aspectoamplo buscamos trabalhar a educação em saúde em umaperspectiva de fortalecimento do SUS e das políticas desaúde com a intencionalidade política da qualidade dahumanização da assistência de saúde, demonstrou-se aimportância do diálogo entre atores sociais diversos paraa realização da educação em saúde. Percebe-se aindaque a educação em saúde e processos formativos com osACS, não são prioridades entre os gestores e acabamficando como iniciativas espontâneas de cada unidade desaúde ou de cada enfermeiro coordenador, e que noplanejamento as ações são pontuais e descontínuas porconta das dificuldades de se trabalhar pensando napromoção de saúde e ainda ter um modelopredominantemente curativo centrado na consultamédica. Desta forma tanto os agentes de saúde comotoda a equipe enfrentam desafios para desempenhar oseu trabalho. Essa experiência revela algumaspotencialidades como o conhecer a realidade de trabalhodos agentes e seus saberes e práticas e o grande desafiode se trabalhar com a pedagogia daproblematização. Evidenciamos ainda que a peça chavepara as questões centrais da Estratégia de Saúde daFamília é a articulação com ACS e com o restante daequipe, para dialogar com os indicadores de saúde e arealidade do território de cada área. Entendemos aindaque seja atribuição do enfermeiro realizar e facilitar estaarticulação, portanto, a capacitação da equipe de ACSbem como organizar o fluxo de suas demandas precisaser estratégico planejado tanto pelos enfermeirosassistenciais quanto pelos enfermeiros coordenadores.Esta organização pode demandar atenção, preparo,escuta qualificada, e disponibilidade parahorizontalização das relações dentro da equipe, porém,em longo prazo o fortalecimento da promoção de saúdee prevenção de doenças tendem a diminuir a demandacurativa. E em uma estrutura mais ampla da atençãobásica não há relatos de participação dos ACS emprocessos formativos com outros ACS, tampouco comoutros profissionais dentro do município, de formasistematizada e contínua. Demonstrando que há umafalta de comunicação dentro das Redes de Atenção àSaúde. Considerações Finais e Contribuições para aEnfermagem: O estágio supervisionado nos permite ocontato com a prática ao mesmo passo que estamos emum período reflexivo de nossa formação. Entendemos

que a estruturação de novos modelos de saúde que saemdo eixo biomédico perpassa a construções edesconstruções na atenção básica, desde a forma que seorganizam e se planejam as ações de promoção de saúdee prevenção de agravos, desde os processos de educaçãoem saúde com os profissionais até outros processos degestão de cuidado, e gestão de cada unidade de saúde. Odesafio de pensar sobre essas práticas faz com que oestudante ou o profissional descubra que pode começar apensar em novas possibilidades ou descobertas,ampliando suas ações. Assim, nossos saberes vão semaximizando de formas variadas e com a possibilidadede muitos atores envolvidos nesta construção. Em ummomento em que nos é possível também construir novossaberes coletivamente e intervir na realidade da unidadede saúde em que estamos inseridos. Contudo,compreende-se que a educação em saúde com os ACS éuma ferramenta importante para a sua aproximação como restante da equipe, uma vez que essas passam a sentir-se mais empoderadas do conhecimento e melhorentrosadas com os assuntos inerentes ao processo detrabalho, portando-se assim, mais como profissionais doque como membro da comunidade. Comportamento esseque é freqüentemente identificado nesses profissionais,uma vez que também residem na comunidade, e porvezes, quando não há orientação adequada os papéis seconfundem.

Palavras-Chave: Enfermagem, Saúde da Família,Agentes Comunitários de Saúde, Educação em saúde,Formação profissional em saúde.

REFERÊNCIAS[1] Amaral MCS, Pontes AGV, Silva JV. O ensino de

Educação Popular em Saúde para o SUS: experiência dearticulação entre graduandos de enfermagem e AgentesComunitários de Saúde. Interface(Botucatu) Botucatu. 2014; 18(supl.2).

[2] Araujo MRN, Assunção RS. A atuação do agentecomunitário de saúde na promoção da saúde e naprevenção de doenças. Rev Bras Enferm. Brasília. 2004;57(1).

[3] Barboa VBA, Ferreira MLSM, Barbosa PMK. Educaçãopermanente em saúde: uma estratégia para a formaçãodos agentes comunitários de saúde. Rev GaúchaEnferm. Porto Alegre 2012; 33(1).

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICASNÃO-TRANSMISSÍVEIS

MAIARA ARIANE NICHEL1, MARINE TEREZINHA COSSA2, MARIANA OLIVERIA BUENO2,ANDREZA CAZON2, GICÉLIA PITTIGLIANI JORGE2, OLVANI MARTINS DA SILVA3

1. Bolsista de extensão. Acadêmica de Enfermagem. Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Acadêmicas deEnfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 3. Enfermeira. Mestre em Terapia Intensiva. Docente doDepartamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

RESUMOIntrodução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis(DCNT) são elencadas como prioridade no setor deSaúde Pública pela magnitude de sua morbidade emortalidade, preocupa também devido ao processo deenvelhecimento populacional, uma vez que a populaçãoapresenta uma expectativa maior de vida, apontandouma inversão na pirâmide etária. Esse processo deenvelhecimento está intrinsecamente ligado aoacometimento pelas DCNT, assim, essa cadeia deeventos tem gerado discussões e preconiza-se mudançasno modelo assistencial em saúde, primando para aatenção continuada dos fatores de risco para as doençascrônicas1. O perfil epidemiológico brasileiro aponta asneoplasias como a segunda causa de mortalidade,passando nos últimos vinte e cinco anos do quinto para osegundo lugar. Projeções da Organização Mundial daSaúde estimam que em 2030, o número de mortes porcâncer chegue a 23,4 milhões, contra 7,4 milhões no anode 2004, sendo o tabagismo o grande vilão, na maioriados casos. Em relação ao Brasil, estima-se que no ano de2010 apareçam 500.000 novos casos de câncer comdestaque para a mama, próstata, melanomas, pulmão,colorretal e ovário. Desse modo, é fundamental que asInstituições de Ensino repensem suas estratégias eprioridades para a formação de novos profissionais queprestarão assistência a uma população que crescerapidamente e que cada vez mais procura os serviços desaúde para o atendimento de suas necessidades. Tendoem vista que nas Doenças Crônicas as primeirasmanifestações podem surgir após muitos anos deexposição única ou contínua aos fatores de risco, sendoque estes fatores podem ser encontrados no ambientefísico, ser herdados ou representar hábitos ou costumespróprios de um determinado ambiente social e cultural2.Método: Trata-se de um relato de experiência, quebusca descrever as atividades realizadas por acadêmicose docentes no que se refere há uma das três ações do

Programa de Extensão denominado ‘Enfrentamento dasDoenças Crônicas não transmissíveis’, no Município deChapecó-SC, com atividades programadas para operíodo de março a dezembro de 2013, tendo comocenário o Albergue João Piltz. As atividades foramdirecionadas aos pacientes oncológicos, sendoprincipalmente adultos e idosos, que se encontravamhospedados neste albergue. Para abordagem ao públicoutilizou-se de grupos focais e metodologias alternativas,adaptando-se de acordo com o público e recursosdisponíveis, com o intuito de abstrair primeiramente oentendimento destes em relação aos cuidados com asaúde, dando ênfase a prevenção, tratamento e cuidadosfora do âmbito hospitalar, como os cuidados em reaçõesadvindas dos tratamentos. Para a estratégia das oficinas,utilizou-se as tecnologias leves como folders, musicas,multimídia, comunicação verbal entre outros materiais.Resultados e Discussão: A enfermagem envolve umasérie de conhecimentos técnicos e científicos,desenvolvidos por meio de práticas sociais, éticas epolíticas que ocorrem através do ensino, pesquisa eextensão, efetuando-se sob a prestação de serviços aoindivíduo, família e comunidade em consonância com ocontexto no qual se encontram inseridos3. “É preciso queeste lugar seja um ambiente pluralizado, comdemocracia, onde haja a valorização do fazer em suarelação com o saber4”. Na extensão percebe-senitidamente que a sua função é: tornar a universidade“locus” distinto de conhecimento e saber, que intercedecom a sociedade, arquitetando saberes variados einovadores, mediando dessa forma o conhecimento dapopulação com o conhecimento científico presente naUniversidade4. As atividades de extensão foramelaboradas e coordenadas por professores e acadêmicosintegrantes do Projeto, com o objetivo de difundir osconhecimentos norteados pela teoria Humanística dePaterson e Zderad, a qual sustenta um cuidado baseadono diálogo que se traduz no encontro genuíno entre e

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intracuidadores, doentes e seus familiares além de tornaro grupo colaborativo em todas as atividades. Osencontros dos extensionistas ocorriam mensalmente emhorário noturno, propiciando dessa forma a oportunidadede todos participarem. Nos primeiros encontros foramapresentados os objetivos e metodologia básica doprojeto proposto, sendo o objetivo geral baseado nateoria Humanística de Paterson e Zderad. O segundopasso foi entrar em contato com a coordenadora e com aenfermeira do local para requerer a confirmação paraque nossas atividades pudessem ser realizadas. A partirdesta foi elaborado um cronograma dos dias, períodos eatividades que seriam realizadas no Albergue, tendo emvista que estas atividades não olham a pessoa somentecomo paciente oncológico, mas sim num todo, visandoseu bem-estar biopsicossocial. A primeira atividadeocorreu no período vespertino, onde foi realizado umadinâmica de autoconhecimento com um espelho, onde osparticipantes ao abrirem a caixa diziam o que viam efalavam sobre a imagem que refletia no espelho, pois éde suma importância saber olhar para dentro de si, sentiro que à de importante e conseguir expressar e transmitirisso aos outros, essa atividade, contou com a presença deum profissional psicólogo. A segunda oficinatranscorreu no período da manhã, para contemplar todosos pacientes de acordo com sues horários de tratamento,nessa ocasião, realizou-se uma atividade lúdica,intitulada: “Dinâmica dos Dedos”, com uso de músicacantada, para descontração, criação e fortalecimento devínculos, além de ser um incentivo a coordenaçãomotora. Após, a partir de um caminho construído nochão, envolvendo a imagem de pés e palavras chaves,refletiu-se acerca do momento que eles estão passando,constituindo-se num momento de diálogo e de troca deexperiência entre os participantes, também foi entregueum folder com orientações e curiosidades sobre astoxicidades/efeitos colaterais do tratamentoquimioterápico e radioterápico. A terceira oficina foirealizado uma meditação onde os pacientes imaginaramuma história e puderam vivenciar ela em seuspensamentos, refletindo sobre a vida e a importânciadesta e das pessoas que á rodeiam, após a meditaçãohouve uma discussão a respeito e exposição de suasexperiências vivenciadas naquele momento. A quartaatividade foi por meio de uma dinâmica onde se relatavaa historia de uma viagem em um barco, o qual mostrou aimportância de escolher as coisas, pessoas e objetos quesão importantes em nossa vida, que a partir de nossasescolhas feitas, não podemos voltar atrás e cada umadelas requer uma consequência, essa atividade fomentouuma reflexão profunda. A última a atividade realizada nomês de novembro, foi com propósito de encerramentodas atividades, e para essa data foi promovido a trilhasensitiva, a qual era comparada com as etapas da vida,pois durante a trilha tinha sensações, odores bons e

outros ruins comparando assim com a vida que nemsempre é composta de bons momentos. No decorrer dosencontros o grupo de extensionistas e professores,construíram um ambiente criativo e reflexivo para comos pacientes e familiares, onde foi possível levar oconhecimento fora da universidade dele construir umveículo de inter-relações. De acordo com Oliveira(2004) a extensão proporciona aos acadêmicoscooperação para a formação dos currículos, alimentandoe subsidiando a relação entre a Sociedade eUniversidade, com o objetivo de reconstruir e resinificara história da Universidade diante da Sociedade.Considerações Finais e Contribuições para aEnfermagem: A relação mais direta entre universidadee comunidade é proporcionada pela extensãouniversitária, entendida como um processointerdisciplinar educativo, cultural, científico e político,que, sob o princípio da indissociabilidade, promove ainteração transformadora entre universidade e outrossetores da sociedade5. Os pacientes demonstrarampossuir algum conhecimento sobre o assunto abordado,no entanto ainda percebe-se que há algumas questõesque não são bem esclarecidas, como, as consequências eefeitos do tratamento, assim como os cuidados deprevenção e aqueles que devem ser seguidos emdomicilio. Dessa forma acredita-se que a prevençãoatravés da promoção da saúde deve acontecer de formacontínua, enfatizando para a população a necessidade derealizar os devidos cuidados, prevenindo as patologias,tratando as já adquiridas e melhorando a qualidade devida. Salienta-se que atentar para os sinais e sintomastambém é importante, para que haja diagnóstico precocee tratamento adequado, por isso o indivíduo deveconhecer os sinais e sintomas, a fim de poder perceber aspossíveis características das doenças. Conclui-se entãoque as atividades tiveram efeitos positivos em relaçãoaos pacientes, pois puderam agregar conhecimentos e seposicionarem de maneira diferente em relação a suasaúde e aos cuidados necessários para preservação damesma. A extensão possibilita ao acadêmico aexperiência de vivências significativas que lheproporciona reflexões acerca das grandes questões daatualidade e, com base na experiência e nosconhecimentos produzidos e acumulados, odesenvolvimento de uma formação compromissada comas necessidades nacionais, regionais e locais,considerando-se a realidade brasileira. SegundoFernandes et al. (2012)5, os três fundamentos dauniversidade, isto é, ensino, pesquisa e extensão,propiciam experiências a discentes e docentes, mas aextensão faz a associação paralela imediata entre oconhecimento científico e o popular.

Palavras-Chave: Doença Crônica, Cuidados deEnfermagem, Neoplasia Maligna.

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REFERÊNCIAS[1] Achutti AA, Reinert MI. Doenças crônicas não-

transmissíveis no Brasil: repercussões do modelo deatenção à saúde sobre a seguridade social. Ciênc SaúdeColetiva, Rio de Janeiro. 2004; 9(4).

[2] Brasil, MS. Instituto Nacional do Câncer. Câncer:Prevenção. 2013. [acesso 25 abr 2015]. Disponível em:http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home

[3] Carvalho IS, et al. Monitoria em semiologia esemiotécnica para a enfermagem: um relato deexperiência. Revista de Enfermagem da UFSM. 2012;464-71.

[4] Oliveira CH. Qual é o Papel da Extensão Universitária?Algumas Reflexões Acerca da Relação entreUniversidade, Políticas Públicas e Sociedade. In:Congresso Brasileiro de Extensão Universitária, 2, 2004,Belo Horizonte. Anais. 12 a 15 de setembro de 2004.

[5] Fernandes MC, et al. Universidade e a extensãouniversitária: a visão dos moradores das comunidadescircunvizinhas. Educação em Revista. 28(4).

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ENSINO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM: VISÃO DEESTUDANTES DO CURSO DE ENFERMAGEM DE UMA

UNIVERSIDADE FEDERAL

MARISA GOMES DOS SANTOS1, JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT2, TATIANEGAFFURI DA SILVA3, TAIZA SBARDELOTTO4, MARITANIA ORLANDI4, ODILA MIGLIORINI4

1. Acadêmicas da 7ª fase do curso de bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; 2.ProfessoraMestre da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, do Núcleo de Pesquisa Educação em Saúde e Enfermagem:EDEN; 3. Docente do curso de Enfermagem da UFFS, Mestre em Ciências da Saúde Humana; 4. Acadêmicas da 7ª fase do curso debacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS.

RESUMOIntrodução: O Processo de Enfermagem (PE) foiintroduzido na linguagem profissional ainda nos anos 50,com objetivo de solucionar problemas, por meio deobservações, mensuração e análise de dados. Sofreudiversas modificações ao longo do tempo fruto deinfluencias de diferentes épocas e cenários da práticaassistencial. E assim evoluindo com o tempo para aidentificação e classificação de diagnósticos deenfermagem, intervenções e resultados. Atualmente,continua sendo cada vez mais percebido como aaplicação dos fundamentos teóricos a pratica, comintuito de atender, resolver ou amenizar problemasobservados e/ou referidos pelo usuário, de formaplanejada e organizada. Diante disso essa metodologia éum instrumento facilitador do trabalho do enfermeiro,pois organiza de forma dinâmica a sequência deatividades do profissional, objetivando um cuidadoplanejado e ordenado, a fim de oferecer uma assistênciacapaz de suprir as necessidades de saúde do indivíduocuidado. Garcia, 2009 evidencia que: “(...) o Processode Enfermagem tem representado o principal modelometodológico para o desempenho sistemático da práticaprofissional, ou um instrumento tecnológico de que selança mão para favorecer o cuidado, para organizar ascondições necessárias à realização do cuidado e paradocumentar a prática profissional”1. Este é encontradovariando de quatro a seis fases, contudo a RESOLUÇÃOCOFEN nº 358/2009 resolve no Art. 2º que “o Processode Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes e recorrentes”2 sendohistórico, diagnóstico, planejamento, implementação eavaliação. O PE é um meio de reaproximar o enfermeirodos usuários, sendo essencial para o profissional da

enfermagem por conferir autonomia, independência eespecificidade da profissão3. Assim sendo, a implantaçãodo PE exige aptidões cognitivas, psicomotoras eafetivas, para compreender o significado dos achadosobservados. Bem como as avaliações do que e de comorealizar ações que favoreçam o alcance de determinadosresultados1. Partindo desse pressuposto, as diretrizescurriculares vêm para direcionar e regulamentar as açõespertinentes ao ensino de enfermagem, bem como doprocesso de enfermagem. A reestruturação dos cursos, apartir dessas diretrizes visam formar profissionaiscapacitados e comprometidos em promover a saúdeintegral do ser humano, instituir, definir, aplicar,orientar, e desenvolver ações que possam melhorar aqualidade de vida dos usuários, assegurando aosdiscentes a articulação entre o ensino, pesquisa eextensão, garantindo um ensino crítico, reflexivo ecriativo, favorecendo assim a interação docente/discente4. Neste contexto, o ensino do PE deve estarpresente em todas as fases da formação acadêmica, demaneira unificada, atrelando conhecimentos einterligando os componentes curriculares de maneirainterativa, assim sendo é pertinente lançar mão deestratégias que facilitem a continuidade do ensino doProcesso de Enfermagem no decorrer da graduação,fortalecendo assim “o ser e o fazer” de forma integral eresolutiva. A participação ativa e dinâmica do estudantena construção do conhecimento é fundamental, vistoque, por um longo período de tempo convivemos comprofissionais da área da saúde que se destacavam e aindase destacam, por assumirem uma postura individualista,que remete ao profissional enfermeiro o papel principaldiante do contexto da saúde. Paradigma este que hojenão atende mais as necessidades dos indivíduos. Destaforma, as metodologias para formar enfermeiros exigem

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reorientações educacionais que facilitam a reflexão, odebate e a aplicação da ética no trabalho. A adoção deuma postura reflexiva permite ao estudante um maiordesenvolvimento, tornando-o capaz de tomar decisões eposicionamento diante de dificuldades e principalmenteo respeito à opinião ao usuário, estabelecendo vínculos,permitindo a este desenvolver o protagonismo do seupróprio cuidado. Sendo que, nesta perspectiva o PE,constitui-se em ferramenta útil na práxis da enfermagem.O profissional enfermeiro deve estar preparado paratomar decisões e ter iniciativas de gerir o cuidado, aforça de trabalho, os recursos físicos e materiais e aomesmo tempo estar preparado para gerenciar umaequipe. Hoje as universidades pensam muito em formarprofissionais generalistas que estejam preparados paraagir nos âmbitos: gerencial, assistencial, pesquisa eeducação a fim de promover a integralidade,universalidade, descentralização e transversalidade noensino. Objetivo: Assim sendo, esta pesquisa tem comoobjetivo, analisar a percepção dos estudantes do curso degraduação de enfermagem da Universidade federal daFronteira Sul, quanto à metodologia de ensino doprocesso de enfermagem. Metodologia: Trata se de umapesquisa qualitativa, estase dará na Universidade Federalda fronteira Sul (UFFS), os sujeitos que protagonizarãoo processo de reflexão crítica quanto à metodologia deensino do PE, serão os estudantes do Curso deGraduação em Enfermagem da UFFS que estão naúltima fase, portanto a 10ª fase, os quais já passaram poruma longa trajetória quanto ao processo de aprendizadodo PE, estes se encontram se em aplicação do PE no seuúltimo estágio do curso, que é o supervisionado. Serãoabordados e se concordarem em participar da pesquisa,se prestará os devidos esclarecimentos, leitura econcordância do termo de consentimento livre eesclarecido (TCLE), conforme Resolução nº. 466/2012do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Logo, serãoexcluídos do estudo os estudantes da1ª a 9ª fase. Acoleta de dados ocorrerá se usando a estratégiadenominada Círculos de Cultura, considerados espaçosde aprendizagem e conhecimento, os quais têm comoelemento principal o diálogo como motivador da ação ereflexão entre os participantes, em torno de situaçõesexistenciais, abordando temas importantes de seucotidiano, neste caso, o ensino do PE. Já houveaprovação do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) daUFFS, cujo protocolo é: 36390414.0.0000.5564, eParecer Número: 826.140. Os encontros para osCírculos de Cultura ocorrerão no Campus da UFFS emlocal previamente agendado e comunicado aosparticipantes do estudo. Os dados serão captados pormeio de um diário de campo e gravador de voz, quepermitirá ao pesquisador, anotar livremente asconcepções e percepções dos estudantes, bem comotranscrever com fidedignidade os relatos. Análise de

dados: Os dados transcritos após a coleta nos Círculosde Cultura, ao final de cada etapa, serão analisados à luzdo referencial metodológico, respeitando as etapas doItinerário de Pesquisa de Freire, que prevê a análise dosdados qualitativos concomitante com a coleta de dados.Neste sentido, os dados obtidos nas respectivas etapasserão organizados em categorias de análise, de tal forma,que permita destacar determinados núcleos temáticosrelevantes que o estudo evidenciou sobre o aprendizadodo PE. Resultados: Esta pesquisa tem a possibilidade depropiciar um melhor entendimento acerca do processode ensino e aprendizagem do Processo de enfermagemdurante a graduação, além de instigar a reflexão críticasobre a situação encontrada. Sendo assim, será possívelpropor estratégias junto ao Projeto Político Pedagógicodo Curso de Enfermagem da instituição pesquisada, nosentido de aprimorar os aspectos consideradosfavoráveis. Além desta perspectiva o estudo tambémpode oferecer subsídios a outras instituições de ensinosuperior, a partir dos dados obtidos de sua própriarealidade, os quais possam intervir no cenário destas.Considerações finais e Contribuições para aEnfermagem: Estima-se que, os círculos de culturapossibilitem revelar a percepção dos alunos do curso degraduação de enfermagem da UFFS, quanto àmetodologia de ensino do processo de enfermagem. Osresultados servirão como instrumento de reflexão epoderão subsidiar a implementação de estratégiasvoltadas para o processo de ensino e aprendizagem doProcesso de enfermagem durante a formação acadêmica.E principalmente tornando os participantes co-autoresneste processo que visa à melhoria da assistência emsaúde.

Palavras-Chave: Processo de enfermagem, Diretrizescurriculares, ensino- aprendizagem.

REFERÊNCIAS[1] Garcia TR, Nobrega MML. Processo de Enfermagem: da

teoria à prática assistencial e de pesquisa. Esc Anna NeryRev Enferm. 2009;13(1):188-93.

[2] Brasil. Conselho Federal de Enfermagem. Resoluçãonº359de 15 de outubro de 2009: Dispõe sobre a SAE e o PE e dáoutras providências. Rio de Janeiro, COFE n;2009.

[3] Leadebal ODCP, Fontes WDF, Silvia CC. Ensino doprocesso de enfermagem: planejamento e inserção emmatrizes curriculares. Rev Esc Enferm USP. 2010;44(1):190-8.

[4] Niemeyer F, Silva KS, Kruse MHL. Diretrizes curricularesda enfermagem: governando corpos de enfermeiras. TextoContexto Enfermagem. Florianópolis, 2010; 768-73.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ENTREVISTA FENOMENOLÓGICA COMADOLESCENTES QUE VIVEM COM HIV/AIDS:

POSSIBILIDADE PARA PRODUÇÃO DE DADOS EMENFERMAGEM

CRHIS NETTO DE BRUM1, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE2, DHIANE TERRIBILE3, LUANAPATRÍCIA VALANDRO4, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS4, JOSEANI BANDEIRA5

1. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGs/RS. Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da UFFS, campus Chapeco.Vice-Líder do Grupo de Pesquisa interdisciplinar cuidado e saúde (Gepisc); 2. Doutorando em Enfermagem pela UFSM/RS.Professor colaborador do Curso de Graduação em Enfermagem da Udesc, campus Chapeco. Integrante do Grupo de Pesquisainterdisciplinar cuidado e saúde (Gepisc); 3. Enfermeira do Hospital Regional do Oeste - Associação Hospitalar Leonir Vargas.Integrante do Grupo de Pesquisa interdisciplinar cuidado e saúde (Gepisc); 4. Acadêmica de Enfermagem da UFFS. Integrante doGrupo de Pesquisa interdisciplinar cuidado e saúde (Gepisc); 5. Enfermeira integrante do Grupo de Pesquisa interdisciplinar cuidadoe saúde (Gepisc).

RESUMOIntrodução: É a partir da década de 1990 que aspesquisas qualitativas têm sido veementementeutilizadas pela enfermagem1, estão fundamentadas porum conjunto de vertentes teórico-metodológicas, comopor exemplo: as disciplinas das ciências da saúde e dasciências humanas, no qual enfatiza-se as ferramentas dosreferenciais filosóficos, em especial, os dafenomenologia2. A fenomenologia busca um retorno àscoisas nelas mesmas. Permite desvelar o fenômeno talcomo se mostra a partir do ser no mundo a partir dosentido que os sujeitos atribuem às coisas e a vida, osquais se tornam reais pela sua compreensão do vividoexpresso em seu discurso. De tal modo, afenomenologia, revelou-se com um caminho possívelpara compreender as vivências do adolescente vive como vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a síndromeda imunodeficiência adquirida (Aids) diante darevelação do seu diagnóstico. Objetivo: relatar o vividosobre a realização da entrevista fenomenológica comadolescente que vive com HIV/aids diante da revelaçãodo diagnóstico. Método: Este estudo é procedente deuma Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGenf) da UniversidadeFederal de Santa Maria (UFSM/RS). No qual trata deuma investigação de natureza qualitativa, comabordagem fenomenológica e referencial teórico-filosófico-metodológico de Martin Heidegger3. Ocenário para a produção dos dados foi o HospitalUniversitário de Santa Maria (HUSM) no Serviço deInfectologia, Ambulatório Pediátrico. Os sujeitos dapesquisa foram 12 adolescentes que têm HIV/Aids, na

faixa etária de 13 a 19 anos 11meses e 29 dias. Onúmero de participantes não foi pré-determinado, vistoque a etapa de campo, desenvolvida concomitante aanálise, mostrou o quantitativo de entrevistas necessáriopara responder ao objetivo da pesquisa, ao apontar asuficiência de significados expressos nas falas4. Comocritérios de inclusão elegeu-se adolescentes que vivecom HIV e Aids, que tivessem conhecimento da suasorologia positiva e que encontravam-se emacompanhamento ambulatorial no serviço de doençasinfecciosas. Para garantir que o sigilo relacionado aodiagnóstico de HIV/ Aids dos adolescentes foi solicitadoinformações juntos aos profissionais do serviço econfirmado com familiares e/ou cuidadores. Asjustificativas de exclusão abordaram: o adolescente queapresentou limitação cognitiva e mental (que dificultassea expressão verbal), os que estivessem cumprindomedida sócio-educativa e maiores de 18 que estavam emsituação prisional, uma vez que durante as consultas sãoacompanhados por policiais ferindo o princípio ético deprivacidade. Para a produção dos dados utilizou-se umroteiro o qual contemplou duas partes: a entrevistafenomenológica e coleta no prontuário que abordou osseguintes itens: sexo; idade; forma de transmissão;tratamento antirretroviral; constituição familiar; vivênciaem casa de apoio; quando soube do diagnóstico, quemcontou e contemplou um espaço para descrição dasquestões empáticas. Tais informações possibilitaramdesenvolver a historiografia do adolescente. O períodopara a produção dos dados foi de novembro de 2011 afevereiro de 2012. Foram respeitados os preceitos éticosda Resolução n° 196/1996, resolução vigente no períodode produção dos dados. O projeto foi aprovado pelo

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Comitê de Ética da Universidade Federal de SantaMaria, Rio Grande do Sul, sob o número do processo:23081.015121/2011-60. Resultados: Anteriormente aprodução dos dados, realizou-se uma aproximação comcenário da pesquisa, caracterizada como ambientação5.Tal estratégia possibilitou selecionar, localizar econhecer os possíveis sujeitos da pesquisa e seusfamiliares e/ou cuidadores. Além de, conhecer a rotinado ambulatório pediátrico e sua infraestrutura, o queoportunizou a escolha de um local adequado para arealização das entrevistas, as quais foram realizadas nassalas destinadas às consultas. A entrevistafenomenológica teve seu início com realização daseguinte questão orientadora: Como foi para você saberdo seu diagnóstico? Quanto a nominar HIV e/ou aids, foirespeitado o modo como o adolescente se referiu ousilenciou a sua condição sorológica, no qual denominoude isso, coisa, essa doença e o vírus. Ao falar da doença,por vezes, o adolescente manifestou dificuldades emdizer o que tem, denotando um discurso permeado pelosilêncio, pausas e voz trêmula. A entrevista foi realizadaindividualmente com o adolescente e contemplou autilização do gravador. Dessa forma, a entrevistafenomenológica permite uma abertura do outro a partirda compreensão das experiências vivenciadas pelossujeitos em meio as suas particularidades. Possibilitauma maneira de estar com o outro em um meio a umencontro social que caracteriza-se pelo seu modosingular de estabelecer a relação entre o pesquisador e osujeito. O encontro contou com a mediação da empatia eda intersubjetividade mediante a redução depressupostos e preconceitos em busca da “falaoriginária” em que a linguagem do sujeito ensina por simesma. É a partir da linguagem que o ser se lança para ooutro sendo a fala constitutiva própria da presença. Nodecorrer da entrevista foram desenvolvidas questõesempáticas utilizando as palavras do próprio adolescente,a fim de compreender suas experiências e vivênciascotidianas diante da revelação do diagnóstico, como porexemplo: como assim normal? acostumado(a) como?Tranquilo (a) como? Como assim ter o vírus?Complicado? Como assim aceitou? Conta-me melhoresses explicaram? Entre outras. No encontro foramobservados os gestos, as expressões, as pausas, osolhares, o modo de vestir, de falar, os quaisdemonstraram com exatidão a peculiaridade da fasevivida pelos sujeitos, bem como o silêncio, que porinúmeras vezes, se fez comunicação. Atentou-se paramanter o respeito ao tempo e o espaço do outro.Respeitar o tempo e o espaço do adolescente foi muitodesafiador, em virtude da expectativa de um retornoexato para a pergunta lançada. Tal fato decorreu-se emvirtude da dificuldade encontrada em reduzir ospressupostos e preconceitos arraigados do contextoteórico desenvolvido para o estudo. Sobretudo, a

maneira dos adolescentes de se comportar e interagirdurante a entrevista, exigiu um esforço enquantopesquisadora na formulação das questões empáticas.Pois, o discurso era curto, enfático e por vezesmonossilábico. Dessa forma, a elaboração de questõesempáticas minimizou induzir as respostas epotencializou aprofundar os depoimentos, além defavorecer momentos de intersubjetividade, que épermeada pela relação estabelecida entre os sujeitosenvolvendo o diálogo, entre a pesquisadora e oadolescente. Dessa forma, executou-se uma escutaatentiva, que consiste na abertura ao outro. Exigiu dopesquisador um posicionamento de (des)centramento desi para que se direcionar intencionalmente àcompreensão do outro, neste estudo dos adolescentes.Tal posicionamento foi sendo desenvolvido a cadaencontro que compreendeu a singularidade de cadaadolescente. Esse movimento, permitiu um(re)conhecimento enquanto sujeito e pesquisadora apartir de reflexões pessoais no momento em que osadolescentes falavam da sue cotidiano. Em relação àcondução da pesquisa na entrevista fenomenológica,entende-se que a aproximação é gradativa e necessária;que o investigador precisa perceber onde começar, o quemais o incomoda ou impede de prosseguir e o que fazerpara superar as dificuldades. Durante as entrevistas,enfrentaram-se algumas dificuldades em relação decomo compreender o silêncio do outro e maneiras depossibilitar um espaço que facilitasse a comunicação doadolescente para que ele manifestasse seu pensamentoem meio a tantos significados expressos por eles. Oencerramento contou com a retomada do encontro paraque o adolescente pudesse acrescentar algumainformação que acreditava ser necessária. Foiquestionado quanto ao seu bem-estar até aquelemomento, com o fito de impedir que ele saísse doencontro sem o atendimento necessário. Não ocorreunenhum atendimento, todavia após desligar o gravadoros adolescentes sentiam a necessidade de continuarconversando, informações que foram questionadasquanto a sua utilização, e que foi permitida utilizaremseu conteúdo na pesquisa. Questionavam e discutiamsobre ter filhos; suas limitações do dia-a-dia, de tomarbanho de chuva, sair; contaram que namoram escondidoda mãe e que enfrentam dificuldades por isso;expressaram o preconceito vivido pela discriminação e obulling na escola. Diante do vivido, compreendeu-se asingularidade de cada adolescente nesse mundo deiguais: de ser adolescente e ser adolescente que vive comHIV/Aids. Retrataram sobre o mundo próprio deadolescer, mas tudo isso, está intimamente atrelado aoter o HIV a partir do seu cotidiano medicamentoso,expresso em seus discursos. Conclusões: Ao finalizar osencontros com os adolescentes pode-se compreender quea entrevista fenomenológica não exige do pesquisador

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uma posição (pré) estabelecida e pontual, mas umrespeito à particularidade e singularidade de cada sujeitono encontro e que a maneira de conduzi-los poderáfavorecer a empatia e possibilitar a intersubjetividade afim de permitir o desvelamento do outro. O caminhopara a sua realização dependerá da disposição de cadapesquisador mediante a redução de seus (pré) conceitos ede obter estratégias para superar suas dificuldades elimites. Contribuições para enfermagem: Nessesentido, tem-se a entrevista fenomenológica como umcaminho possível de produção de dados com oadolescente, visto que, por vezes, é lançado para esseencontro, grupos entre eles. Não obstante, vislumbra-senessa produção de dados uma oportunidade de convívioe abertura do outro, ou seja, do adolescente, com toda asua singularidade específica de sua fase dodesenvolvimento.

Palavras-Chave: Saúde do adolescente, Pesquisa emEnfermagem, HIV.

REFERÊNCIAS[1] Lacerda MR, Labronici LM. Papel social e paradigmas

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[3] Heidegger M. Ser e tempo. Tradução de Márcia de SáCavalcante Shuback. 4ª ed. Petrópolis: Vozes; 2011.

[4] Paula CC, Cabral IE, Souza IEO. Cotidiano do ser-adolescendo com AIDS: movimento existencial. EscAnna Nery Rev Enferm. 2009; 13(3):632-9.

[5] Padoin SMM, Souza IEO. A compreensão do temorcomo modo de disposição da mulher com HIV/AIDSdiante da (im) possibilidade de amamentar. Texto &Contexto Enferm 2008; 17(3):510-08.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA: INTEGRANDOPROFISSIONAIS E FORTALECENDO A ASSISTÊNCIA À

SAÚDEDENISE FINGER1, CAMILA GRIEBELER1, ELEANDRO OLIVEIRA1, ANA KARLA SCHEIBNER1,DAIANE SCHUCK1, JEANE BARROS DE SOUZA2

1. Acadêmicos do sétimo período de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó; 2. Enfermeiramestre, professora do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó.

RESUMOIntrodução: O Brasil é um país imenso territorialmentee culturalmente, e assim como a imensidão de seuterritório, o país também conta com um sistema de saúdeigualmente amplo. O Sistema Único de Saúde- SUS,organizado através dos níveis e das redes de atenção àsaúde, promove o atendimento integral e gratuito a todaa população brasileira. Considerando esses níveis deatenção à saúde, vale ressaltar o importante papeldesempenhado pela Atenção Básica, hoje organizadapela Política Nacional da Atenção Básica- PNAB1. Deacordo com a Declaração de Alma-Ata, realizada no anode 1978, durante a Conferência Internacional sobreCuidados Primários de Saúde, na cidade de Alma-Ata,URSS, os cuidados primários de saúde representam oprimeiro nível de contato entre os indivíduos com osistema nacional de saúde. Desta forma, devem atenderos principais problemas de saúde da comunidade,proporcionando serviços de proteção, prevenção, cura ereabilitação, conforme as necessidades da população2.Com o objetivo de substituir o modelo biomédicovigente, reorganizar os serviços de Atenção Básica noBrasil e reorientar os profissionais que atuam nestecenário foi criado, em 1993, o Programa Saúde daFamília (PSF), mais tarde, em 1994, alterado paraEstratégia de Saúde da Família. A ESF é composta porequipes multiprofissionais que são responsáveis por umapopulação de determinado território, devendo criar comessa um vínculo de compromisso e corresponsabilidade3.Segundo o Ministério da Saúde, as equipes de saúde dafamília devem contar com, no mínimo, um médico, umenfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem,agentes comunitários de saúde e, se possível, osprofissionais de saúde bucal1. O cuidado prestado poresta equipe precisa ser integral e igualitário, bem comodeve ser articulado entre todos os profissionais, exigindoa interação entre a equipe. Nesse sentido, as reuniões deequipe são de grande importância para a continuidade e

integralidade do cuidado, para a discussão de casosespecíficos e tomada de decisão. No entanto, percebe-sea necessidade de outros momentos de integração, em queos membros da equipe possam interagir de formahomogênea, independente do cargo ou profissão quepossuem, excluindo qualquer diferença ou preconceito.Objetivos: Considerando a importância de uma equipeunida para a assistência integral aos usuários, estaatividade teve como objetivo promover um momento deinteração entre todos os membros da equipe daEstratégia Saúde da Família, buscando a criação devínculo entre estes e a construção conjunta do cuidado.Métodos: O presente trabalho consiste em um relato deexperiência sobre as atividades desenvolvidas por umgrupo de acadêmicos de Enfermagem da UniversidadeFederal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó-SC,durante o desenvolvimento das Atividades TeóricoPráticas- ATPs, do componente curricular Cuidados deEnfermagem em Atenção Básica de Saúde. Asatividades do grupo ocorreram no Centro de Saúde daFamília “Vereador Victor Batista Nunes”, do bairroJardim América, na cidade de Chapecó, no período entre02 de Junho a 04 de Julho de 2014. Na última tarde deatividades na UBS, os acadêmicos, juntamente com aprofessora, realizaram um momento de encerramentodas ATPs e de interação entre os membros da equipe.Primeiramente os profissionais, grande parte ACSs,foram recepcionados e o objetivo da atividade foiexposto. Posteriormente, foi realizada uma dinâmica detrabalho em grupo, durante a qual os participantespuderam participar para resolver determinada situação ealcançar o resultado positivo, percebendo a importânciada ajuda mútua e da equipe no trabalho. Aindaconsiderando o trabalho em grupo, todos assistiram a umvídeo que reforçou a reflexão sobre esse tema. Parafinalizar esse momento, acadêmicos, professora, ACSs edemais profissionais presentes, cantaram a música“Amor I Love you”, de Marisa Monte, com o objetivo de

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ressaltar a importância do sentimento ao próximo e a simesmo. Ao concluirmos essa atividade, foi servido umdelicioso lanche para as ACSs e para o restante dosprofissionais da equipe, os quais compareceramconforme a disponibilidade em sua agenda, visto que aUBS não fechou durante a realização dessa atividade.Resultados: percebeu-se, durante a realização dessasações, grande interesse e contentamento por parte dosprofissionais presentes, sendo que alguns destesrelataram a falta de atividades como essa, concordandocom os benefícios da mesma. As dinâmicas utilizadaspermitiram com que cada profissional presente pudesseparticipar e contribuir, assim como é necessário durantea atuação profissional e a assistência prestada ao usuário,ou seja, a participação e cooperação de cada profissionalda equipe. No entanto, pode-se citar como umafragilidade, a ausência de alguns profissionais, pois aatividade foi realizada durante o horário de atendimentoda unidade, desta forma, alguns profissionais nãopuderam estar presentes durante toda a programação,apenas as ACSs puderam permanecer desde o início atéo término. Considerações finais e Contribuições paraa Enfermagem: Acredita-se que esta atividade foipositiva, pois proporcionou um momento de integraçãoentre profissionais e acadêmicos, além de ser uma formade agradecer pelo acolhimento e cooperação dosprofissionais desta UBS. Através dos positivos eproveitosos resultados dessas dinâmicas, percebe-se aimportância de momentos de interação entre os membrosda equipe de saúde, os quais muitas vezes não têm aoportunidade de desfrutar de momentos como essesdevido à grande carga de trabalho. Esses momentos deinteração e descontração são fundamentais namanutenção da “saúde” do ambiente de trabalho e dotrabalho em equipe, pois profissionais unidostrabalhando em um ambiente saudável e prazeroso sãocapazes de desenvolver trabalhos muito mais eficientes eprodutivos, concretizando de fato a interdisciplinaridade.Essa experiência também contribui no amadurecimentoacadêmico dos estudantes, os quais perceberam a funçãoessencial de cada membro da equipe de saúde e osbenefícios de uma equipe unida. Considerando o cargode coordenador de unidade, muitas vezes assumido peloenfermeiro, bem como o perfil de gerenciamento,característico da enfermagem, percebe-se a necessidadee a importância do enfermeiro proporcionar momentosde interação entre os demais membros da equipe, sejaatravés de atividades como acima citadas ou através deoutras estratégias. Segundo o Ministério da Saúde, oenfermeiro possui atribuições específicas de sua práticaprofissional, entre elas: planejar, gerenciar e avaliar asações desenvolvidas pelos ACS em conjunto com osoutros membros da equipe e contribuir, participar erealizar atividades de educação permanente da equipe deenfermagem e outros membros da equipe1. Frente a isso,

fica evidente a relação que a enfermagem possui com osdemais profissionais da equipe de saúde, inclusive suaresponsabilidade em realizar atividades de educaçãopermanente com estes, momento que também pode serusado para estimular a integração entre os profissionais.

Palavras-Chave: Atenção primária à saúde,Estratégia saúde da família, Equipes de saúde,Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1] Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de

Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria deAtenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. –Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em:http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/pnab.pdf . Acesso em 12 Maio 2015.

[2] Brasil. Ministério da Saúde. As Cartas da Promoção daSaúde / Ministério da Saúde, Secretaria de PolíticasdeSaúde, Projeto Promoção da Saúde. – Brasília:Ministério da Saúde, 2002. Disponívelem:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf>. Acesso em 12 Maio 2015.

[3] Costa, MML. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família(NASF): contextualização de sua implementação naAtenção Básica à Saúde no Brasil. [Trabalho deConclusão de Curso ] Brasília: Universidade de Brasília;2013. Disponível em:http://bdm.unb.br/handle/10483/4945. Acesso em 12Maio 2015.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ESPAÇOS E INICIATIVAS COMUNITÁRIAS COMOPOTENCIAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NO

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLAMARIÂNGELA WEBER1, LORIZETE GALLON1, VANISE DAL PIVA1, MARIA ELISABETH KLEBA1

1. Acadêmicas. Curso de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó)

RESUMOIntrodução: No Brasil, a implantação do Sistema Únicode Saúde (SUS) tem produzido mudanças expressivasnos processos de gestão e atenção à saúde, ampliando oacesso da população aos serviços e instituindo novasrelações entre gestores, profissionais e usuários. Um dosobjetivos desse sistema é a assistência dos indivíduos,por meio de ações de promoção, proteção e recuperaçãoda saúde, além de ressaltar a saúde como um direito1.Nessa direção, o Ministério da Saúde (MS) elaborou, em2006, a Política Nacional de Promoção da Saúde(PNPS), reformulada em 2014, para incrementar açõesde promoção da saúde no território e garantir aconsonância com princípios e diretrizes do SUS2. Váriasestratégias têm sido utilizadas para implantar ações depromoção da saúde no Brasil, entre as quais destaca-se oPrograma Saúde na Escola (PSE), criado em 2007 peloMinistério da Saúde em parceria com o Ministério daEducação, com vistas à “integração” e articulaçãopermanente entre as políticas e ações de educação e desaúde, com a participação da comunidade escolar,envolvendo as equipes de saúde da família e daeducação básica”3. Para a enfermagem, o PSE constitui-se em importante oportunidade de estabelecer maioresvínculos com a comunidade, bem como de realizar açõesem parceria junto aos espaços comunitários, comopreconiza a Política Nacional de Atenção Básica(PNAB). Objetivo: Esta pesquisa buscou conhecerpotenciais existentes na comunidade, com vistas aodesenvolvimento de ações de promoção da saúde noâmbito do PSE em um município do oeste catarinense.Metodologia: Trata-se de pesquisa exploratóriadescritiva, com abordagem qualitativa, desenvolvida noterritório de abrangência de uma Unidade Básica deSaúde (UBS), incluindo-se a Escola Municipal deEnsino Fundamental (EMEF), na cidade de Pinhalzinho,região oeste de Santa Catarina. Participaram da pesquisa32 escolares regularmente matriculados no 4º e 5º ano daEMEF selecionada e cinco lideranças vinculadas à

organizações governamentais e não governamentais quedesenvolvem atividades com crianças e adolescentes noterritório, as quais foram indicadas por profissionais daUBS.Os dados foram coletados, de setembro ànovembro de 2014, por meio de entrevistas aplicadas aslideranças e de bricolagem desenvolvida com os alunos.As entrevistas foram registradas em áudio eposteriormente transcritas. Para este estudo, foramconsideradas as normas referentes à pesquisaenvolvendo seres humanos da Resolução 466/2012 doConselho Nacional de Saúde, com obtenção do Termode Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) assinadopelas lideranças e alunos, com autorização dos pais e daescola. Resultados e Discussão: As entidades indicadaspela equipe incluíam os escoteiros, a pastoral da saúde ea Câmera Junior Internacional (JCI) como organizaçõesgovernamentais o setor de esportes e da cultura, sendoque desenvolvem trabalhos com todas as faixas etária nomunicípio. Atuam em média há 10 anos no município,no entanto, três não possuem espaço físico adequadopara desenvolver atividades, e duas cobram taxas dosintegrantes para manter a organização e ofuncionamento. Espaços para desenvolvimento dapromoção da saúde: Foram fortemente caracterizadoscomo ambientes favoráveis as praças do município,apesar de uma liderança considerar as mesmas comoespaço perigoso, no qual as crianças não podem irdesacompanhadas. Também foram destacadas atividadesdesenvolvidas pelos setores da cultura e do esporte,ainda que estas pudesse ter maior diversidade atendendopreferências específicas. As crianças indicaram quepraticam atividades esportivas com frequência,aproveitando espaços físicos disponíveis no bairro, comoo ginásio e a quadra de areia. Gostam também de andarde bicicleta, ouvir música e desenhar, referindo,entretanto, que o bairro não dispõe de espaçosadequados para tais práticas. Apenas uma criançafrequenta aula de dança e desenho, sendo que as demaisreferem ser a demanda para aulas de música maior doque a oferta, o que foi confirmado pela representante do

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setor da cultura, que destaca a precariedade do espaçofísico e a falta de profissionais como motivos dademanda reprimida. Iniciativas comunitárias: Apesar deas entidades desenvolverem diferentes atividades nomunicípio, duas não beneficiam o público alvo destapesquisa. O grupo de escoteiros, por exemplo, envolvecrianças e jovens de outros territórios do município,desenvolvendo atividades como acampamento edinâmicas de equipe uma vez por semana. O JCIpromove anualmente o projeto oratória, com alunos do7º e 8º ano,nas escolas públicas do município. A pastoralda criança desenvolve ações com mulheres grávidas ecrianças até seis anos, tais como avaliação nutricional,acompanhamento da caderneta de vacina,encaminhamento de casos de desnutrição para a UBS,além de ensinar as mães o preparo da multi-mistura eauxiliar a pastoral da saúde orientando sobre o uso deplantas medicinais. As atividades do setor do esporteenvolvem crianças, adolescentes e adultos, duas vezespor semana, exceto no período de recesso escolar. Asatividades desenvolvidas neste setor incluem:taekwondo, futsal, futebol de campo, tênis de mesa evoleibol. Por sua vez, o setor da cultura oferece aulas debalé, música, violão, desenho, dança contemporânea e derua, jazz e patinação. Possui cronograma com local, datae horário estabelecido, sendo, a maioria das atividadesduas vezes por semana. É responsabilidade do setor dacultura, também, a biblioteca pública, o museu e seçõesde cinema. As atividades desenvolvidas pelasinstituições são destinadas a população em geral, masprioritariamente para crianças e adolescentes. Possuemvariadas iniciativas para diminuição dos riscos evulnerabilidades desta faixa etária, sendo quecontemplam em sua maioria ações de entretenimento etrabalho em equipe. Estratégias para melhorar aqualidade de vida das crianças e adolescentes: Paraalgumas lideranças, os setores da cultura e do esportedeveriam investir mais, buscando saber o que as criançasgostam de praticar, divulgando as ações oferecidas,especialmente junto as famílias da comunidade. Paraestas, os espaços públicos que oferecem atividades ascrianças e adolescentes devem ter profissionais paraorientá-las, inclusive nos finais de semana, junto aspraças e ginásios. Outra sugestão é de descentralizaratividades culturais e esportivas, para ampliar e facilitaro acesso da população as atividades. Entre asdificuldades de os alunos da escola participarem destasatividades, é o acesso ao local, a existência de umarodovia que separa o território estudado do centro dacidade e a inexistência de transporte público até o localdas atividades. Duas lideranças defendem maioresinvestimentos para ampliar espaços de lazer, para quecrianças, adolescentes e familiares possam usufruirdestes para brincar, conversar, realizar eventos eproporcionar mais encontros entre outros moradores.

Desta forma poderão ser fortalecidos os vínculos entre aspessoas da comunidade, favorecendo o bom usufruto dotempo livre. Considerações Finais: Esta pesquisapermitiu uma reflexão sobre a realidade do ambiente quecrianças e coordenadores das entidades convivem.Contribuiu ainda, para identificação dos recursosexistentes e que se caracterizam como potenciais paraplanejamento de ações de promoção da saúde no âmbitoescolar, considerando o PSE. Contribuições para aenfermagem: Este estudo proporcionou umconhecimento ampliado sobre promoção da saúde e suasimplicações na atuação interssetorial, envolvendo aarticulação de ações do serviço de saúde com demaisórgãos públicos e comunidade em geral. Para aenfermagem, mostrou necessidade e viabilidade depromover parcerias com outros setores e com acomunidade, com vistas à favorecer maior autonomia nocuidado de si e das coletividades, maior reciprocidadeentre pessoas, entidades e organizações governamentais.A educação em saúde, importante dimensão do trabalhoda enfermagem, encontra no PSE uma estratégiapotencial de constituir elos de ligação na rede da atençãobásica em favor da saúde integral dos escolares.

Palavras-Chave: Saúde da Família, Saúde Escolar,Promoção da Saúde, Participação da Comunidade.

REFERÊNCIAS[1] Brasil. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe

sobre as condições para a promoção, proteção erecuperação da saúde, a organização e o funcionamentodos serviços correspondentes e dá outras providências.Diário Oficial da União. 19 setembro 1990.

[2] Brasil. Portaria n 2.446, de 11 de novembro de 2014.Redefine a Política Nacional de Promoção da Saúde(PNPS). Brasília: Ministério da Saúde, 2014.

[3] Brasil. Decreto nº 6286 de 05 de dezembro de 2007.Institui o Programa Saúde na Escola–PSE, e dá outrasprovidências. Diário Oficial da União. Brasília, 06dezembro 2007.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

ESTIMULANDO A PREVENÇÃO DA SAÚDE DAMULHER: UMA PRÁTICA ACADÊMICA DE SALA DE

ESPERAKELLY APARECIDA ZANELLA1, VANILLA ELOÁ FRANCESCHI1, ANGELA MARIA GOMES1, TÁLITASANTOS 1, MARISA GOMES DOS SANTOS1, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2

1. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó; 2. Enfermeiro. Doutorando(UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - CampusChapecó, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC), ColaboradorUNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e o PROVAB, Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF,VSQV/UFBA.

RESUMOIntrodução: A promoção da saúde nas práticas deeducação é aquela que busca sensibilizar os usuáriospara o controle de suas vidas por meio da participaçãoem grupo, buscando transformar a realidade social.Assim podemos compreender que a prevenção dosagravos à saúde não é tratada de maneira isolada, mascomo uma das metas a serem atingidas para umamelhoria da qualidade de vida e para a justiça social dosusuários. O Câncer de mama e colo de útero foi oprimeiro tema proposto a ser trabalhado no CSF doJardim América, nas terças e quintas feiras visto quenesses dias havia coleta de preventivo. Conforme oINCA câncer de mama é o mais comum entre asmulheres e o segundo tipo mais frequente no mundo,respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Sediagnosticado e tratado precocemente, o prognóstico érelativamente bom, mas no Brasil as taxas demortalidade por câncer de mama se mantêm elevadas,por consequência do diagnóstico precoce não acontecer,geralmente é descoberto em estádios mais avançados. Jáo câncer de colo de útero, mais conhecido como decervical, causado por infecção persistente de alguns tiposdo Papilomavírus Humano- HPV. Essa infecção genitalpor este vírus é comum e não causa a doença na maioriadas vezes, mas em alguns casos pode evoluir para ocâncer. As alterações podem ser percebidas facilmenteno exame de preventivo, mais conhecido comoPapanicolau, também são curáveis na maioria dasvezes. Por isso é importante a realização anual desteexame. É o terceiro tumor mais frequente na populaçãofeminina, atrás somente do câncer de mama e docolorretal, e a quarta causa de morte de mulheres porcâncer no Brasil¹. A Linha de Cuidado do Câncer daMama tem o propósito de garantir à mulher o acesso

humanizado e integral às ações e serviços distintos parapromover a prevenção do câncer de mama, acesso aodiagnóstico precoce e ao tratamento adequado,qualificado e em tempo aceitável. . Para o controle docâncer do colo do útero, a melhora do acesso aosserviços de saúde e à informação são questões centrais.Isso necessita de mudanças nos serviços de saúde, comampliação da cobertura e alterações dos processos detrabalho, articulação intersetorial, com setores dopúblicos e sociedade civil organizada². Objetivo: Essetema foi escolhido devido ao aumento de mulheres naabrangência do território do CSF Jardim América, com odiagnostico de câncer de mama e para conscientizá-lasda importância de fazer o preventivo para prevenir ocâncer de colo de útero, já que havia muitas faltosas noexame. Aumentar o empoderamento da populaçãofeminina para que realizem exames para prevenção docâncer e que essas atividades virem rotina nas Unidadesde Saúde. Métodos: A educação em saúde teve iniciocom uma fala sobre o que é câncer de mama, como édiagnosticado, para falar dos sintomas uma dasacadêmicas se vestiu de Super Mama com uma capa corde rosa, com a camiseta da campanha do câncer demama, com balões nas mamas, uma peruca e óculos corde rosa, explicando as mulheres os sintomas para asmesmas ficarem atentas a qualquer sinal diferente,também utilizou-se este momento para falar as mulhereso quanto elas são importantes e o quanto é importanteelas cuidarem de si, na sequência foi falado formas deprevenção e como é realizado o tratamento, explicandoas mulheres sobre o auto exame das mamas, como eledeve ser feito e a importância delas aceitarem e pedirpara o profissional da saúde fazer e também delasrealizarem o mesmo em casa, após a fala do câncer demama foi passado a mama amiga onde as participantes

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puderam palpar a mama a procura do nódulo. O câncerde colo de útero também seguiu a proposta do câncer demama, falando do que é, como é diagnosticado, formasde prevenção ressaltando a importância do examePapanicolau e o tratamento. No final foi realizada umadinâmica onde as participantes tiravam de uma caixinhauma pergunta sobre os temas trabalhados e elas tinham aoportunidade de dizer se a pergunta era mito ou verdadee justificar a sua resposta, se surgia alguma duvida sobrea pergunta a mesma era sanada, após todas participantestirarem a pergunta e responderem, a super mamaentregou uma lembrança com o símbolo do câncer demama para as mesmas não esquecerem da educação emsaúde. A pesquisa para essa educação se deu comauxilio dos slides e das aulas de Cuidados deenfermagem em atenção básica de saúde e com artigoscientíficos. Resultados: Espera-se que aumente aprocura para realização de exames preventivos para ocâncer de mama e de colo de útero, que aconteçam maisdiagnósticos precoces e principalmente que a populaçãofeminina adquira conhecimento e sensibilização cadavez maio sobre esse problema. Conforme o MS essasações devem se tornar determinantes sociais no processosaúde-doença e promovam uma melhor qualidade navida das pessoas, que elas encontram informaçõesespecíficas para seu agravo de saúde e específicas parasua região e que o sistema de saúde esteja sempreatuante na comunidade. O processo deinstrumentalização da mulher vem crescendo nosúltimos anos para que a detecção precoce acorrasempre². Conclusões e Contribuições ou implicaçõespara a Enfermagem: A enfermagem se apresenta nalinha de frente para manter e aumentar cada vez maisessas atividades de educação em saúde paraconsequentemente diminuição dos casos de câncer demama e colo de útero no Brasil. Que as educações emsaúde de diferentes assuntos se tornam rotina no dia adia das unidades de saúde. Após término da educaçãoem saúde observa-se o quanto existe dúvidas sobre cadapatologia pelas mulheres, instigando ainda mais aenfermagem a manter a atividade como rotina. Espera-seque essas ações de saúde se tornam práticas contínuas naUnidade de Saúde para assim aumentar a adesão dasmulheres na procura por diagnósticos mais precoces etambém o controle de exames e sinais e sintomasespecíficos da doença. Pode-se encontrar dificuldade naadesão dessas práticas tanto pelo profissional como pelousuário, manter educação permanente também para oprofissional.

Palavras-Chave: Câncer de mama, Câncer de colo deútero, Educação em saúde, Formação profissional emsaúde, Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Instituto Nacional do Câncer. 2015. [acesso em

07 Maio 2015]. Disponível em:<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home>.

[2]. Brasil. Ministério da Saúde. Controle dos Cânceres doColo do Útero e da Mama. Cadernos da BibliotecaVirtual em Saúde: Brasília. 13ª Ed. 2013.

Vol.11,n.3,pp.128-129 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DO PROCESSO DEENFERMAGEM (PE) EM CURSOS DEGRADUAÇÃO:

UM ESTUDO DESCRITIVOMARITANIA ORLANDI1, JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT1, KÁTIA LILIANSEDREZ CELICH2, MARISA GOMES DOS SANTOS, ODILA MIGLIORINI3, TAIZE SBARDELOTTO4

1. Acadêmicas da 7ª fase do curso de bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; 2. ProfessoraMestre da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Doutoranda do Programa de PósGraduação da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, do Núcleo de Pesquisa Educação em Saúde e Enfermagem:EDEN; 3. Doutora em Gerontologia Biomédica – PUCRS. Docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal da FronteiraSul – UFFS; 4. Acadêmicas do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS.

RESUMOIntrodução: O ensino do Processo de Enfermagem (PE)nos cursos de Graduação perpassa os componentescurriculares ao longo do curso, quando enfocamos aespecificidade desta profissão. Esta composição temáticaassume este caráter na medida em que, por meio do PE,se propõe um método para execução das ações deenfermagem. Neste sentido, os cuidados que aenfermagem desenvolve, nos diferentes ciclos da vida, eem diferentes níveis de atenção, são cenários deassistência nos quais o enfermeiro pode e deve, semexceção, apropriar-se de uma metodologia quesistematize cientificamente a sua práxis. São inúmerosos autores que debatem e apontam para o PE como eixonorteador da assistência de enfermagem, salientando quea adoção de uma metodologia traduz o compromissoprofissional e social do enfermeiro com a comunidade1.O PE aplicado no cuidado às pessoas pode proporcionarindividualidade, integralidade e também fornecerdiretrizes para a organização profissional2. O PE auxiliana identificação do fenômeno de saúde do indivíduo,família e comunidade, bem como a fazer julgamentossobre ele, e ainda definir ações que o fenômeno demandae quais resultados esperar de sua implementação3. Alémdisso, assegura ao profissional o exercício de suasatividades privativas expressas na lei que dispõe que aSistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e aimplementação do PE em ambientes públicos ouprivados, devem ser realizados de modo deliberado esistemático4. Outros autores ainda destacam que se tratade um processo de qualificação profissional, propiciandoa cientificidade à profissão, desencadeando autonomiano cuidado, valorização e reconhecimento, conduzindo adefinição do papel do enfermeiro e espaço de atuaçãosaindo do cuidado intuitivo e assistemático1. Sendo

assim, considerando-se a relevância do desenvolvimentodo PE para a profissão da enfermagem, torna-se crucialque no período de formação acadêmica, no qual, odiscente esta conhecendo e reconhecendo elementosvitais em seu processo formativo, seja oportunizado aomesmo, uma intima aproximação com a sua prática,tomando por base, o desenho metodológico prescrito nosmodelos existentes de PE. Neste sentido, o docenteconstitui-se no facilitador e mediador da dinâmica emque ocorre o ensino-aprendizagem do PE, o qual deve tercomo orientação as competências definidas no ProjetoPolítico Pedagógico (PPP) do curso, a seremdesenvolvidas, a partir de atitudes valorativas,assimilação de conhecimentos teórico-práticos, e aaquisição de habilidades para a sua aplicação5. Logo, oensino do PE na Graduação, deverá suprir esta logísticade aprendizado, de tal forma, que o acadêmico durante ocurso, possa cumprir com esta prerrogativa nos diversoscenários, onde vivencia o cuidado, assim como, oformando em seu estágio final do curso, e por fim, oprofissional em seu cotidiano assistencial. Objetivo:Diante disso, a presente pesquisa tem como objetivodescrever as estratégias para aplicação prática do PEadotadas no ensino por docentes de universidades dacidade de Chapecó no Oeste Catarinense que possui trêsCursos de Graduação em Enfermagem oriundosrespectivamente de Universidade Federal, Estadual eComunitária. Metodologia: Trata se de um estudodescritivo com abordagem quantitativa à docentesenfermeiros dos Cursos de Graduação em Enfermagemdas Universidades da cidade de Chapecó e quedesenvolvam Componentes Curriculares (CC)específicos da enfermagem. Os docentes incluídos noestudo terão que ter ministrado e concluído pelo menosuma fase no curso de Graduação em Enfermagem. Serãoexcluídos do estudo os docentes recém admitidos e que

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declararem não trabalhar com o PE de forma alguma,mesmo em componentes curriculares da área específica.Após aprovação do Comitê de ética e pesquisa daUFFS,cujo protocolo é 36029614.5.0000.5564 e parecernúmero: 836.044, assim como a aprovação doscolegiados de enfermagem dos respectivos cursos, foirealizado contato prévio com os docentes por e-mail e outelefone, abordando-os quanto ao interesse em participardo estudo, e o momento o qual desejavam obter oquestionário para o preenchimento e a respectivadevolutiva, assim, após assinatura do Termo deConsentimento Livre e Esclarecido foi entregue aosparticipantes do estudo o questionário estruturado, o qualtem como instrumento de avaliação a escala Likert, quepossibilita registrar o nível de concordância oudiscordância das declarações dadas, é uma escalapsicométrica utilizada em pesquisa quantitativa. Apontuação oscila entre 1 e 4, quando ao assinalar a opção1, o respondente declara optar pelo item concordototalmente, quando assinalar a opção 2, opta pelo itemconcordo parcialmente, ao assinalar a opção 3, opta peloitem discordo totalmente, já a opção 4 relaciona-se àpossibilidade de não aplicabilidade da variável emquestão. Considerando, portanto o objeto deste estudo asvariáveis as quais se pretende descrever são: idade,tempo de experiência na docência e tempo deexperiência com a aplicação do PE, sexo, escolaridade elocal em que os docentes desenvolvem a atividadeprática. Estas variáveis serão mensuradas por meio deperguntas diretas lançadas em um questionário, podendoser expressas na etapa analítica em frequênciasabsolutas, em gráficos ou apenas descritas. Permitirá aopesquisador emitir inferências quanto à competência doprofissional com a temática em foco, correlacionando-acom as estratégias que os docentes da respectivainstituição utilizam para o ensino do PE, de tal forma,que este modelo de processo de trabalho possa serreplicado na prática em campo, na situação da formação,como também profissional. Quanto às demais variáveis;tempo que o docente dispensa para o ensino do PE;ensino do PE partindo da patologia ou situação de saúdedo usuário; modos de aplicação prática do PE em sala deaula e campo de prática; local onde realiza o registro doPE no prontuário do usuário; caracterização da aplicaçãodas etapas do PE e caracterização do processo decontinuidade do ensino do PE, estas estão questionadaspor meio da escala likert e suas respectivas opções emensuradas durante a análise por meio de frequênciasrelativas. Neste processo, obteve-se 100% daparticipação dos docentes da Universidade Federal daFronteira Sul – UFFS, 80% dos docentes daUniversidade do Estado de Santa Catarina – UDESC eda Universidade Comunitária de Chapecó -UNOCHAPECÓ. Analise dos dados: A análiseestatística de dados será realizada a partir dos testes de

estatística descritiva com suas respectivas frequênciasrelativas e ou absolutas. A estatística descritiva é usadapara a síntese dos dados, desta forma, se obtémparâmetros que se relacionam a uma determinadaamostra que pode ou não ser representativa de umapopulação, permitindo, por fim, estabelecer-se aestatística inferencial, mesmo que, esta tenha a limitaçãode não se caracterizar por ser generalizável. Resultados:Os dados obtidos no presente estudo acerca da temáticainvestigada fomentarão subsídios para qualificar oensino do PE nos cursos de Graduação em enfermagemde maneira que o acadêmico possa cumprir com estaprerrogativa nos diversos cenários, onde vivencia ocuidado, assim como, o formando em seu estágio finaldo curso, e por fim, o profissional em seu cotidianoassistencial. Considerações finais: Almeja-se que opresente estudo possibilite revelar as estratégias paraaplicação prática do PE adotadas no ensino por docentesdos cursos de enfermagem das universidades da cidadede Chapecó, podendo contribuir para a melhoria dasestratégias atuais, bem como para a inovação/implementação de novas metodologias voltadas para oprocesso de ensino e aprendizagem do Processo deenfermagem, unificando esse processo entre asuniversidades.

Palavras-Chave: Processo de enfermagem,Graduação, docentes, componente curricular.

REFERÊNCIAS[1]. Castilho NC, Ribeiro PM, Chirelli MQ. A Implementação da

Sistematização da Assistência de Enfermagem no Serviço deSaúde Hospitalar do Brasil. Texto e Contexto Enferm.Florianópolis. 2009; 18(2):280-9.

[2]. Santos JFE, Santos RM, Almeida LMWS, Costa LMC. Oespaço do processo de enfermagem na prática profissional:um exercício de reflexão. Disponível em:<http://www.abennacional.org.br/centrodememoria/here/vol3num2artigo6.pdf>

[3]. Garcia TR, Nobrega MML. Processo de Enfermagem: dateoria à prática assistencial e de pesquisa. Esc Anna NeryVer Enferm. 2009; 13(1):188-93

[4]. Brasil, Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº359de 15 de outubro de 2009: Dispõe sobre a SAE e o PE e dáoutras providências. Rio de Janeiro, COFEn; 2009.

[5]. Amorim FCM. O Ensino do Processo de Enfermagem sob aótica docente. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UFPI, Teresina. 2009.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

FACILIDADES DOS EDUCADORES AODESENVOLVEREM A TEMÁTICA ORIENTAÇÃO

SEXUAL NA ESCOLAJOSEANI BANDEIRA1, CRHIS NETTO DE BRUM2, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE2, TASSIANAPOTRICH2, JOICE SCHMALFFUSS2

1. Enfermeira. Graduada em Enfermagem. Relator. Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó; 2. Enfermeira. Mestreem Enfermagem. Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó; 3. Enfermeiro(a) Campus Chapecó. Chapecó, SantaCatarina, Brasil.

RESUMOIntrodução: A educação brasileira, a partir do ano de1996, apresenta nos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs), os temas transversais os quais dizem respeito aconteúdos de caráter social que devem ser incluídos nocurrículo, dentre eles, está à orientação sexual1. Paraisso, estipulou-se o Programa Saúde Prevenção nasEscolas (SPE). O SPE representa um marco naintegração saúde-educação ao privilegiar a escola comoespaço para articulação das políticas voltadas para osadolescentes e jovens. Visa contribuir para a realização edesenvolvimento do tema transversal relacionado àorientação sexual de maneira a permitir uma integraçãoentre as áreas da saúde e da educação, ao considerarem oespaço escolar a partir de uma construção de diferentesabordagens interdisciplinares, intersetoriais ecomplementares2. Diante disso, percebe-se que a escolanão é somente um lugar de aprendizagem teórica, mastambém um espaço de vivências e transformações bemcomo um espaço singular para a incorporação deconhecimentos sobre saúde3. A escola, ao definir aOrientação Sexual como um dos temas a seremdesenvolvidos na sua base curricular, necessita remeter auma definição clara dos princípios que deverão nortearesse trabalho e sua total explicitação para toda acomunidade escolar envolvida no processo educativodos educandos. Esses princípios determinarão desde apostura diante das questões relacionadas ao sexo, e suasmanifestações na escola, até a escolha de conteúdos aserem trabalhados junto aos educandos. A coerênciaentre os princípios adotados e a prática cotidiana daescola deverá pautar todo o trabalho. Para garantir essacoerência, ao tratar de tema associado à tão grandemultiplicidade de valores, a escola precisa estarconsciente da necessidade de abrir um espaço parareflexão como parte do processo de formação

permanente de todos os envolvidos no processoeducativo, tanto para os educandos quanto para oseducadores4. Diante desse cenário, em conformidadecom uma pesquisa realizada com educadores em todo oBrasil por Zagury5, os educadores, mesmo apresentandoalgumas facilidades, de modo geral, apresentamdificuldades, embora estejam razoavelmente motivadospara trabalhar com o tema transversal da orientaçãosexual em sala de aula. Além disso, mostraraminseguranças e inúmeros questionamentos sobre o temaem questão. Pela complexidade, bem como pelarelevância social e repercussões na família e nasociedade, a orientação Sexual, constituem hoje camposespecíficos. Nesse sentido, tem a prerrogativa de aliarprofissionais das diversas áreas para auxiliar oseducadores nessa construção, como por exemplo, oenfermeiro4. Cabe salientar que é nos educadores que oseducandos depositam sua confiança para abordar osassuntos relacionados à sexualidade. Este ator escolarestá incumbido da missão de trabalhar o tema orientaçãosexual de maneira transversal, não enfocando somenteno enfoque biológico, mas também, nas questões queenglobem: os valores, a moral, a ética, os sentimentos ea cultura, bem como preparar esses jovens para exercersua sexualidade de forma responsável, com vistas aminimizar a vulnerabilidade dos mesmos. Objetivo:Identificar as facilidades dos professores em abordar atemática da orientação sexual na escola. Metodologia:Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo narrativa.Teve como pergunta de pesquisa: Quais são asfacilidades e/ou dificuldades dos educadores aodesenvolverem a temática orientação sexual na escola?As palavras-chave utilizadas para compor a estratégia debusca foram selecionadas em conformidade com osDescritores em Ciências da Saúde (DECS), a partir dapergunta de pesquisa. Dessa maneira, foramselecionadas: docente; educador; professor; educação

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sexual e sexualidade. A busca bibliográfica foidesenvolvida na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) nabase de dados eletrônica, nos seus respectivosformulários avançados: Literatura Latino-Americana edo Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na MedicalLiterature Analysis and Retrieval System Online(MEDLINE), nas Bibliotecas virtuais: saúde doadolescente (ADOLEC) e na Scientific ElectronicLibrary Online (SCIELO). Encontrou-se 155 estudos.Primeiramente, ocorreu a da leitura dos títulos e resumosnas bases de dados, a qual foi aplicada à pergunta depesquisa seguido dos critérios de inclusão e exclusão,permaneceram 23 artigos. Excluíram-se os artigosrepetidos entre as bases de dados. Após realizou-se aleitura dos artigos na íntegra, sendo selecionados 8artigos para análise. A análise foi por meio doreferencial de análise de conteúdo. Os artigosselecionados foram codificados com a letra A de artigo,seguido de um número arábico. Resultados: O temafacilidade, após a análise, apresentou as seguintestemáticas de estudo: estabelecimentos de confiança entreeducando, educador e/ou família (A2, A5, A6);estratégias de ensino aprendizagem (A4 e A6) etransversalidade (A8). Em relação à temática sobreestabelecimentos de confiança e afetividade entreeducando e educador e/ou família, compreende-se queeste, ajude, já que é uma ferramenta que auxilia noprocesso ensino aprendizagem do jovem. Contribui paraseu desenvolvimento enquanto cidadão autônomo. Emrelação às temáticas estratégias de ensino aprendizagem,como por exemplo, os materiais audiviosuais edinâmicas de grupos são tidos como fonte de discussãodo tema orientação sexual. O uso do materialaudiovisual como filmes, vídeos, teatros entre outrosmateriais são bastante eficientes para se trabalharorientação sexual em sala de aula com adolescentes. Autilização desses materiais possibilita relacionar arealidade e o cotidiano dos jovens com o conteúdo a serabordado em sala de aula com uma linguagemfacilitadora, o que impulsiona a introdução e discussõesde temas reais, propiciando a compreensão,aprofundamento, enriquecimento e fixação dosconteúdos. Busca-se por meio da utilização dessesmateriais audiovisuais uma melhor interação entreeducador/educando proporcionando também a quebra darotina educando/giz/lousa e mantendo a sala de aulacomo um espaço para debater sobre orientação sexual doponto de vista não apenas biológico, mas tambémemocional psicológico e social. A dinâmica de grupo éimportante, pois por meio dela consegue-se atingir osobjetivos mais facilmente, a partir do compartilhamentode ideias e experiências, abrindo espaços para discussõese consequentemente mudanças de comportamento dosjovens em relação a sua sexualidade Já no que se refere àtransversalidade da orientação sexual, muitas vezes os

educadores ficam presos aos conteúdos estabelecidos ouentão não se veem na obrigação de aplicar esse tematransversal de extrema importância aos adolescentes.Porém é na escola, na sala de aula, no interior dasinúmeras disciplinas, o espaço ideal para discutireducação sexual. Além de possibilitar a criação ealternativas que estimulem os alunos a adquiremconcepções, posturas, responsabilidades e valores.Conclusões e Contribuições para a Enfermagem: Asexualidade faz parte de todo ser humano e seu augetalvez se dê na adolescência onde são vivenciadasgrandes transformações tanto no corpo como na mentede cada pessoa. Estas mudanças precisam seracompanhadas de perto, e é muitas vezes no educadorque o educando busca sanar suas dúvidas. Pode seperceber que os educadores ao trabalharem a temáticaorientação sexual possuem algumas facilidades aoabordá-la com os educandos. Essas facilidades devemser aprimoradas para que se consiga trabalhar de formacompleta a orientação sexual. Por isso se faz de extremaimportância que um enfermeiro esteja presente na escolapara auxiliar o educador em como abordar essa temáticaem aula e também orientar o educando que veja a terdúvidas sobre a orientação sexual.

Palavras-Chave: Docente, educador, professor,sexualidade, educação sexual.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei

nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf Acesso em: 2março 2014.

[2]. Brum CN, Zuge SS, Brum AA, Carvalho LC. educaçãopreventiva com deficientes auditivos: desafio paraprofissionais da saúde e educação. REAS. [Internet]. 2013;2(2 Esp):99-106. Disponível em:http://www.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/470/411 Acesso em: 31 maio 2014.

[3]. Lopes GT, et al. O enfermeiro no ensino fundamental:desafios na prevenção ao consumo de álcool. Esc Anna NeryRev Enferm. 2007; 11(4):712– 6. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ean/v11n4/v11n4a25.pdf Acessadoem 22 de maio 2014.

[4]. Brum CN. Compreensão das facilidades e dificuldades noprocesso de educação em saúde: uma perspectiva doprofessor na escola em tempos de aids. Monografia deConclusão de Curso. 2007. Universidade Federal de SantaMaria.

[5]. Zagury T. O professor refém: para pais e professoresentenderem por que fracassa a educação no Brasil. 4ª ed. Riode Janeiro: Record, 2006.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

FICHA DE INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTEGRAVE: UMANOVA FERRAMENTA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

ÚRSSULA RITZEL1, LETICIA DE LIMA TRINDADE2, RODRIGO MOMOLI3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Oeste de Santa Catarina-UDESC; 2. Enfermeira. Doutora em Enfermagem.Docente da UDESC; 3. Enfermeiro. Coordenador do CEREST- Chapecó, supervisor de estágio.

RESUMOIntrodução: A saúde do trabalhador vem sendodiscutida desde 1990 com a Lei 8080, emergindo comouma como uma importante política pública brasileira,voltada para uma grande parcela da população e quedeve ser capaz de intervir positivamente nas relaçõesentre trabalhador e condições de trabalho1. Nessecontexto destaca-se a criação dos Centros de Referênciaem Saúde do Trabalhador (CEREST), a partir da RedeNacional de Atenção Integral em Saúde do Trabalhador(RENAST), em 2002, os quais vem promovendo aprática de ações de prevenção, promoção e vigilância emsaúde do trabalhador no país2. O CEREST é umaunidade especializada que realiza ações de promoção,prevenção e vigilância em saúde do trabalhador, voltadapara o Sistema Único de Saúde (SUS)3. Existematualmente 210 CEREST habilitados no Brasil, sendo 26estaduais e 184 regionais. Em Santa Catarina são setecentros, um estadual e seis regionais. Os polos regionaisficam em Blumenau, Joinville, Lages, Criciúma,Chapecó e Florianópolis, nesta última cidade encontra-setambém fica o polo estadual. Sendo que os estaduaisparticipam da elaboração e execução da Política deSaúde do Trabalhador e Trabalhadora e os regionais dãoo suporte técnico para ações de vigilância em saúde. OCEREST da Macrorregião de Chapecó está emfuncionamento desde abril de 2007 e abrange 76municípios mais de 730 mil habitantes e 15 mil km². OServiço é responsável por informatizar os dados noSistema de Informação de Agravos de Notificação deagravos à saúde do trabalhador e em cima destasnotificações faz vigilância em saúde, vistoriandoempresas, entre outras atribuições. Para que osprofissionais notifiquem, os servidores do CERESTfazem capacitações nos municípios de abrangências paraque tenham dados de qualidade e completos em seubanco de dados. A falta de notificações de acidente detrabalho dificulta o desenvolvimento de açõesconsequentemente à melhoria das condições do trabalhoe a vida do trabalhador4. Nesse sentido, o objetivo do

presente trabalho é relatar o panorama de registro decapacitações agravos em Saúde do Trabalhadornotificados no CEREST nos últimos anos e o processode elaboração de uma ficha de investigação dosacidentes graves relacionados ao trabalho. Metodologia:Para mapeamento dos registros do CEREST buscou-seos dados no o Sistema de Informação de Agravos deNotificação (SINAN) e para a elaboração desta fichaforam utilizados Anamnese Ocupacional: Manual dePreenchimento da Ficha Resumo de AtendimentoAmbulatorial em Saúde do Trabalhador (FIRAAST) doMinistério da Saúde e também o guia de análiseacidentes de trabalho do Ministério do Trabalho eEmprego, da Secretaria de Inspeção do Trabalho e doDepartamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Aexperiência foi oportunizada durante a realização doEstágio Curricular Supervisionado II, parte do processode formação em um curso de graduação emEnfermagem. Discussão: No ano de 2012 obteve-se 47capacitações em Chapecó com profissionais da saúdesobre fluxo de notificações compulsórias de agravos asaúde do trabalhador e em toda a Macrorregião 25capacitações. No ano seguinte foram 30 capacitações naMacrorregião e 14 em Chapecó. Em 2014 foram 30capacitações em Chapecó e 25 na Macrorregião.Conforme o trabalho de capacitação/conscientizaçãorealizado pela equipe do CEREST, desde 2012, onúmero de notificações vem crescendosignificativamente, no ano de 2010, foram 1.301notificações e em 2014 subiu para 7.206. Dos acidentesacontecidos em 2014, os considerados leves somaram5.896 notificações, destas 496 eram registros de doençasocupacionais, 159 foram relacionados à exposição amaterial biológico, acidente com mutilação envolveram110 registros, 585 foram classificados como acidentesgraves e 13 fatais Agravos em propriedades ruraistotalizaram 1527 notificações de acidentes de trabalhoem 2014. As vistorias em empresas são realizadas apartir de acidentes de trabalho graves ou recorrentes dedenúncias oriundas de Ministério Público. No ano de2013 foram cinco vistorias na Macrorregião e 89 em

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Chapecó, 2014 foram oito no Macrorregião e 113 emChapecó. O primeiro trimestre de 2015 permitiu arealização de duas vistorias na Macrorregião e 57vistorias em Chapecó sendo que 34 empresas foramvisitadas, ou seja, uma empresa pode ser vistoriada maisque uma vez em um ano, destes 14 processos foramfinalizadas e 20 estão em acompanhamento5. Paracompletar essa vigilância foi criada uma ficha deinvestigação de acidente grave, a qual permite resgatarinformações recentes dos acidentados, sem intermédioda empresa. A ficha permite melhor apurar ascircunstâncias em que o acidente aconteceu e apontarpossíveis erros e corrigi-los, evitando novos acidentes,melhorando seu local de trabalho, logo, sua qualidade devida. A ficha foi composta de perguntas abertas efechadas, as quais são divididas em três momentos: aidentificação do trabalhador, seus hábitos de vida e seutrabalho. Para o Ministério do Trabalho e Emprego6 oacidente grave é qualquer acidente que gera amputaçõesou esmagamentos, perda de visão, lesão ou doença queleve a perda permanente de funções orgânicas, fraturasque necessitem de intervenção cirúrgica ou que tenhamelevado risco de causar incapacidade permanente,queimaduras que atinjam toda a face ou mais de 30% dasuperfície corporal ou outros agravos que resultem emincapacidade para as atividades habituais por mais de 30dias. Considerações Finais e Contribuições para aEnfermagem: Atualmente o número de notificações deagravos vem crescendo, graças ao trabalho que estásendo realizado pelo CEREST em toda Macrorregião eem Chapecó. As capacitações estão servindo para que osgestores de saúde saibam identificar o que são acidentesleves, graves ou de trajeto. Estratégias como a ficha deinvestigação dos acidentes graves podem qualificar oprocesso de registro e acompanhamento destes agravosqualificando a atuação das equipes, sinalizando aosserviços os elementos do trabalho que favorecem osacidentes, entre outros aspectos primordiais para osavanços na área. A experiência, ainda oportunizou umimportante aprendizado acadêmico, potencializando oolhar do egresso em enfermagem acerca dos dispositivosque podem contribuir com a gestão em saúde, no campoda vigilância em saúde, com ênfase não somente notrabalhador em seu local de trabalho, mas também comousuário do SUS.

Palavras-Chave: Serviços de Saúde do Trabalhador,Trabalhadores, Saúde do Trabalhador.

REFERÊNCIAS[1]. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.437, de 7 de dezembro

de 2005. [Internet] 2005. Acesso em: 23 abr. 2015.Brasília: Presidência da República. Disponível em:

http://ftp.medicina.ufmg.br/osat/legislacao/Portarian_2437_12092014.pdf

[2]. Ministério da Saúde, Portaria nº2728 de 11 de novembrode 2009. [Internet] 2009. Acesso em: 23 abr. 2015.Brasília: Presidência da República.. Disponível em:www.saude.rs.gov.br/upload/1337000615_Portaria%20MS%20n%C2%BA%202728%202009%20RENAST.pdfAcesso em: 11 mar. 2015

[3]. Furlaneto LD, Santos MML. Educação em Saúde ComEquipes de Enfermagem na Região da EFAPI- Chapecócom relação a Agravos da Saúde do TrabalhadoFundamentado na Teoria de Imogene King. Unochapecó:Chapecó, 2013.

[4]. Centro de Referência em Saúde do Trabalhador. SistemaNacional de Notificação de Agravos de Notificação.CEREST: Chapecó; 2015.

[5]. Ministério do Trabalho e Emprego. Guia de Análise deAcidentes de Trabalho. Secretaria de inspeção dotrabalho- Departamento de segurança e saúde notrabalho. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,.[Internet]. 2010. Acesso em 14 abril de 2015. Disponívelem:http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&ved=0CD8QFjAF&url=http%3A%2F%2Fportal.mte.gov.br%2Fdata%2Ffiles%2FFF8080812D8C0D42012D94E6D33776D7%2FGuia%2520AT%2520pdf%2520para%2520internet.pdf&ei=xlktVf7kFebksATP5IGoDg&usg=AFQjCNFI65-5uaJN-fUUn2ZxhV4_YGFmpA&bvm=bv.90790515,d.cWc

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM NA PERSPECTIVACOLETIVA: CONSTRUINDO VÍNCULOS ENTRE

ENFERMEIROS(AS) E ACADÊMICOS(AS) EM ESTÁGIOCURRICULAR SUPERVISIONADO

SABRINA EICKHOFF1, CAROLINA BERNARDO1, CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2,MICHELA LETÍCIA DA SILVA PERTILE3, SAIONARA VITÓRIA BARIMACKER5

1. Acadêmica do 9° fase do curso de Enfermagem Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS; 2. Enfermeiro, Doutorando(UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - CampusChapecó, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC), ColaboradorUNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e o PROVAB, Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF,VSQV/UFBA; 3. Mestra em Política Sociais e Dinâmicas Regionais na UNOCHAPECÓ, professora substituta na UniversidadeFederal da Fronteira Sul; 4. Enfermeira Assistencial da Secretaria de Saúde do Município de Chapecó-SC, com Especialização emSaúde Pública pela Escola de Saúde Pública de Santa Catarina – ESP.

RESUMOIntrodução: A graduação em enfermagem preparaos(as) acadêmicos(as) para atividades de gestão,assistenciais, enaltecendo o olhar para a integralidadedas redes de serviço bem como a compreensão decenários diversos que estão envolvidos diretamente ouindiretamente nos processos de saúde-doença. Desdequestões amplas como da macro-política, bem como agestão do cuidado de cada sujeito. Compreendendotodas estas complexidades, experimenta-se muitossentimentos diversos neste processo de ensino-aprendizagem durante a graduação. Desde a exaustãode estudos, as ansiedades pelos desafios, asresponsabilidades técnico-assistenciais e políticas deum processo de formação calcado no compromissocom o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Oespaço do estágio supervisionado é um momentoespecial e essencial à formação do aluno, pois há ainteração da teoria com a prática, proporcionando areflexão sobre o contexto profissional do enfermeiro,desenvolvendo um pensamento crítico reflexivo sobrea realidade disposta, instigando novas idéias e tendoem vista possibilitar diferentes olhares sobre umamesma situação. Traz consigo questões pertinentessobre nossa condição do inacabado que sempre sepermite aprender algo novo seja como estudante oucomo enfermeiro formado atuando nos serviços deserviços. Tem como função primordial aprofundar oconhecimento e habilidades em áreas distintas, e não

se torna importante somente para o aluno, comotambém, para todo o sistema, pois instiga novasmudanças e aprimoramento. Este espaço deve serconsiderado como um procedimento didático-pedagógico que conduz o aluno a situar, observar eaplicar criteriosa e reflexivamente a teoria, sem perderde vista a realidade de sua inserção1. Porém, estamoshabituados a olhar as subjetividades e falar dossignificados que acontecem no meio acadêmico,muitas vezes não refletimos como esta relação évivenciada pelo enfermeiro da unidade que abre asportas da sua comunidade e do seu fazer diário paraque possamos construir essa relação e permitir estesprocessos do outro se tornar enfermeiro. O trabalho sejustifica pela necessidade de produção acadêmicasobre o referido assunto, pois, observa-se nas bases dedados nacionais uma lacuna no que tange o relatodessas experiências entre o desafio do enfermeirosupervisor nesta articulação com as instituições deensino, pois na prática esta articulação contribui tantopara a formação acadêmica quanto na melhora dosserviços prestados na atenção básica, porém, não seevidencia a sistematização dessas vivências, tãopouco registros destas. O objetivo deste trabalho éregistrar um relato de experiência exitoso, e reflexõesacerca destas relações na construção do conhecimentodos enfermeiros na saúde coletiva. Metodologia:Relato de experiência descritivo exploratório a partirda vivência do estágio curricular supervisionado I,

Eickhoff et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.134-135 (Ago - Out 2015)

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realizado em uma unidade de saúde do município deChapecó - SC. O mesmo iniciou na primeira semanado mês de março e terá fim na última semana dejunho/ 2015. Este trabalho é fruto da percepção dasacadêmicas do curso de Enfermagem 9° período daUFFS, em conjunto dois professores supervisoresvinculados a UFFS - Universidade Federal daFronteira Sul, e a enfermeira supervisora, vinculada aunidade de saúde. Discussão: O processo deaprendizagem se dá para além da universidade,portanto o ensino-aprendizagem se dá em sala de aulae ao mesmo tempo o serviço de saúde contribui para aformação acadêmica, sendo processos que secomplementam e extrapolam limites institucionais.Uma vez que, a formação não acontece somentedentro dos muros da universidade, e sim emconsonância com o mundo e mediatizado por elecomo já apontava Freire2. A troca de experiência quehá entre os acadêmicos (as) e o enfermeiro(a) noestágio supervisionado se torna necessária, pois, hámomentos de discussão clínica, de gestão eorganização do serviço, sugestão de novas ideiasfavorecendo a experiência entre a instituição deensino e a instituição de saúde. Estas práticasencontram-se legalmente estabelecidas pela resoluçãodo COFEN 441/2013 que “Dispõe sobre participaçãodo Enfermeiro na supervisão de atividade prática eestágio supervisionado de estudantes dos diferentesníveis da formação profissional de Enfermagem”3.Ainda assim adentrar o serviço de saúde depende deuma série de consensos, pactuações e organizaçãotanto dos serviços quanto da universidade. Aindaassim muitas vezes o enfermeiro (a) entende o(a)estagiário(a) como um “fardo”, maior demanda detrabalho e ainda, como a possibilidade dequestionamento crítico com tendência negativa ao seutrabalho. Não percebe estes (as) ou observa como umaferramenta necessária a abertura de novos horizontes,renovação de idéias, técnicas e novas possibilidadespara as coisas que passam despercebidas aos olhos daequipe, em função do circulo vicioso em que a mesmaencontra-se inserida. Com isso, acaba afastando-se,dificultando esse vínculo, para se sentir maisconfortável e seguro, porém deixa de realizartrabalhos significativos que poderiam vir a somar paraambas as partes envolvidas e para a comunidade.Considerações Finais e Contribuições para aEnfermagem: A partir da experiência em se daroportunidade para o estagiário colocar em prática osconhecimentos adquiridos na universidade, váriasexpectativas de melhoria no processo de trabalho daequipe foram surgindo. E não somente ficaram naexpectativa, com a orientação do enfermeiro foram

sendo colocadas em prática. Ao final, percebeu-se queda parceria surgiram frutos que irão perdurar nãosomente no processo de trabalho da equipe comotambém na bagagem de conhecimento do Enfermeiro(a), do (a) estagiário(a) e de toda a equipe. Aaproximação foi permeada por observações eintervenções nas reflexões acerca das decisões e aindasobre as tomadas de decisões, procurou-se respeitar oslimites das relações e com as dificuldades na Unidadede Saúde por conta da estrutura dos serviços além doDiagnóstico Situacional, construiu-se uma relação nãosomente com a coordenação, mas também comoutros(as) profissionais que demonstravam maisresistências à estas vivências. Identificou-se tambémque a relação de confiança é primordial nessecontexto, onde entender o estagiário como um futuroprofissional, o qual já demonstra postura ética eprofissionalismos também se fez importante noestreitamento do vínculo. Percebeu-se que a parceriaentre a universidade e o serviço de saúde só vem asomar conhecimentos para todos os atores envolvidosque há possibilidades de construções positivas, maseste processo de troca de saberes exige dedicação,compreensão e respeito de ambas as partes. Issofortalece o vínculo e ajuda na formação deprofissionais melhor preparados (as) e empoderados(as) para os desafios da construção e fortalecimentodo Sistema Único de Saúde – SUS e suas Redes deAtenção à Saúde, bem como, resulta na qualidade daassistência na Atenção Básica.

Palavras-Chave: Enfermagem, Estágios,Integração docente-assistencial.

REFERÊNCIAS[1]. Ito EE. Estagio Curricular Segundo A Percepção de

Enfermeiros Assistenciais de um Hospital de Ensino.Dissertação [Mestrado em Enfermagem] Universidade deSão Paulo. 2005.

[2]. Freire, P. Pedagogia do Oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro.Editora Paz e Terra. 1981.

[3]. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN441/2013 de 15 de maio de 2013. Dispõe sobre aparticipação do Enfermeiro na supervisão de atividadeprática e estágio supervisionado. [acesso em 13 de maio de2015] Disponível em:http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-4412013_19664.html Fronteira Sul – UFFS, CampusChapecó/SC.

Vol.11,n.3,pp.136-137 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO PARA AIMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM:

UM RELATO DE EXPERIÊNCIAVANESSA SCHORR1, CAMILA MARCON1, EDLAMAR KÁTIA ADAMY2, CARLA ARGENTA2,JUSTINA LORENZETTI3, JACIRA BATISTA OLIVEIRA6

1. Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Educação Superior doOeste (CEO); 2. Enfermeira, Mestre, Professora efetiva do Departamento de Enfermagem da UDESC, CEO; 3. Enfermeira,Especialista em Enfermagem do Trabalho, Enfermeira assistencial do Hospital Regional do Oeste (HRO); 4. Enfermeira, Especialistaem oncologia e cardiologia, Enfermeira da Educação Continuada do HRO.

RESUMOIntrodução: Segundo Resolução 358/2009 do ConselhoFederal de Enfermagem (COFEN), o profissional deenfermagem tem como função exclusiva realizar aSistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e aimplementação do Processo de Enfermagem (PE) emambientes públicos ou privados, em que ocorre ocuidado de Enfermagem, considera que a SAE organizao trabalho profissional quanto ao método, pessoal einstrumentos, tornando possível a operacionalização doPE. Já, o PE, é um instrumento metodológico que orientao cuidado profissional de Enfermagem e adocumentação da prática profissional, e compreende:histórico (anamnese e exame físico), diagnóstico,planejamento, implementação (intervenções) e avaliaçãode enfermagem1. Este trabalho refere-se às vivências daintegração ensino-serviço na implementação do PE apartir da implantação do Programa de Extensãointitulado: “Programa de formação para profissionais deenfermagem da atenção hospitalar em EducaçãoPermanente em Saúde”, do departamento deEnfermagem da Universidade do Estado de SantaCatarina (UDESC). Objetivo: Descrever as vivências daintegração ensino-serviço durante o processo deimplantação e implementação do PE no setor deradioterapia de um hospital referência do Sistema Únicode Saúde (SUS). Metodologia: Trata-se de um relato deexperiência através das atividades realizadas emconjunto com a Enfermeira responsável do setor deradioterapia, bem como com a Enfermeira do setor deeducação continuada, de um Hospital de referência doOeste de Santa Catarina. As atividades iniciaram emfevereiro de 2015 com encontros semanais, toda quinta-feira, em uma construção coletiva, utilizando-se datécnica de rodas de conversa. Num primeiro momento,realizou-se um acompanhamento in loco da rotina do

setor de radioterapia durante um período de duassemanas, para identificar o processo de trabalho daEnfermeira e a viabilidade da implantação eimplementação do PE. Na sequência, iniciou-se aconstrução dos instrumentos para o PE, com a primeiraetapa, que se refere à anamnese e o exame físico,construído com base em um documento já utilizado pelaEnfermeira do setor e adequado a partir da consulta deenfermagem e do referencial bibliográfico2. Realizaram-se rodas de conversa entre docentes, discentes,Enfermeira do setor e Enfermeira do setor de EducaçãoContinuada para analisar o instrumento e adequar, casofosse necessário, para posteriormente aplicar durante aconsulta de enfermagem. Esta validação foi realizadacom cinco pacientes em atendimento no setor deradioterapia. A segunda etapa do PE se constitui peloDiagnóstico de Enfermagem (DE), e para esta etapautilizou-se a Taxonomia de Nursing Diagnoses:definitions e classification (NANDA-I - 2012-2014) paraa construção do instrumento, que procedeu-se a partir daleitura de todos os DE e sua definição, onde foramselecionados os que se adequavam aos usuáriosatendidos no setor de radioterapia. Na sequência, fez-sea seleção das características definidoras e os fatoresrelacionados, construindo-se uma tabela no MicrosoftWord Office 2010onde os DE foram organizados a partirdos 13 domínios apresentados pela Taxonomia deNANDA-I. Esta etapa de construção de instrumentocontendo os DE foi revisado pelos mesmos membrosque constituíram as demais roda de conversa, e foramselecionados os DE relevantes. No momento está sedesenvolvendo o plano das intervenções de enfermagem,para o qual será utilizada a Taxonomia NursingInterventions Classification (NIC), e a vivência doscuidados de enfermagem prestados no setor deradioterapia desde a implantação deste serviço. Para esta

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etapa, será efetuada a leitura e seleção prévia dasintervenções mais apropriadas para o setor deradioterapia e seguirá a mesma metodologia para aseleção das intervenções mais relevantes. Para abrangertodas as etapas do PE, ao finalizar esta etapa, dar-se-àinício à implementação dos cuidados e aos resultados deenfermagem, compreendendo a quarta e quinta etapa doPE, respectivamente. Desta forma, o histórico, DE,intervenções e resultados serão registradas eminstrumento próprio anexada ao prontuário do usuário.Ao finalizar a construção e a revisão dos instrumentospelos integrantes deste processo, os mesmos serãovalidados na prática clínica para efetivar aimplementação do PE neste setor como projeto piloto aser estendidos aos demais setores do hospital.Resultados: Durante o processo de construção dosinstrumentos e da revisão, evidenciou-se que foi e estásendo de fundamental importância a inserção tanto dauniversidade quanto do serviço para a realização dosmesmos. Esta metodologia proporcionou a colaboração eparticipação efetiva dos sujeitos como um todo para queo processo de construção ocorresse de forma conjunta,com a contribuição de conhecimentos teóricos e práticos.Observou-se ainda que a Enfermeira apresenta grandeconhecimento prático neste e em outros setores, porém,foi possível identificar a necessidade de umaaproximação maior com a linguagem padronizadaNANDA, NIC e NOC. A fusão do conhecimento teóricocom o conhecimento prático proporcionou a organizaçãodo PE a partir da realidade do serviço, baseado emevidências científicas e utilizando uma linguagempadronizada, visando organizar o processo de trabalhode enfermagem, melhorar a qualidade da assistência e asegurança do usuário. A formulação de parcerias entreos serviços e a academia mobilizam os cenários deensino e aprendizagem para o campo do trabalho. Ofortalecimento destas parcerias apresenta-se comoestratégia para a melhoria da qualidade da assistência eda formação profissional e contribui para a(re)significação do serviço como espaço de cuidado eeducação3,4. Esta ação contribui para a formação doenfermeiro de acordo com as Diretrizes CurricularesNacionais (DCN), as quais propõem o desenvolvimentodo profissional crítico, humanizado e cujas ações ereflexões se ancorem aos princípios e diretrizes do SUS.Conclusão e Contribuições para a Enfermagem: Asatividades previstas contribuem para o fortalecimento daintegração com o serviço de saúde, pois ocorre nos reaiscenários da prática, condição fundamental para o êxitoda atenção à saúde qualificada e voltada aos princípiosdo SUS. Tem-se como expectativa que o PE sejarealmente efetivado neste setor e estendido aos demaissetores do hospital, a partir da construção dosinstrumentos específicos e das discussões que emergemdas rodas de conversa, visando contribuir para o

processo de trabalho, para a SAE, bem como paramelhorar a qualidade de assistência e a segurança dousuário. O PE é fundamental para o raciocínio clínicodos profissionais enfermeiros, além de proporcionar umamaneira organizada e sistemática de pensar noatendimento que deve ser prestado ao paciente,possibilita uma orientação e planejamento dos cuidados5.Por se tratar de um Hospital de referência para a regiãoOeste e Meio Oeste de Santa Catarina, Norte do RioGrande do Sul e Sudoeste do Paraná, vislumbramos aimplantação e a implementação do PE em interface comos princípios e diretrizes do SUS, dentre eles aintegralidade da assistência, universalidade, equidade,resolubilidade e humanização visando um atendimentode excelência e qualidade.

Palavras-Chave: Enfermagem, EducaçãoPermanente, Processos de Enfermagem.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

MULHERES EM IDADE FÉRTIL: PREVALÊNCIA DAMORTALIDADE NO ESTADO DO PARANÁ

TAIZE SBARDELOTTO1, ÉRICA DE BRITO PITILIN2, TASSIANA POTRICH2, RAFAELA BEDIN1,DAIANE SCHUCK1, GRAZIELI NUNES MACHADO1

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 2. Enfermeira. Mestre emEnfermagem. Professora assistencial do curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS,campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: A ocorrência de óbito de mulheres emidade reprodutiva corresponde a 16% do total de óbitosfemininos em todo o Brasil, indicando as fragilidades eas falhas dos serviços de saúde no cuidado à saúde dasmulheres, resultando muitas vezes em mortes evitáveis epassiveis de resolução1. O período compreendido entre10 a 49 anos de idade é a fase em que as mulheres estãoexpostas a riscos associados à vida sexual e reprodutivaresponsáveis por 14% das mortes neste segmentopopulacional no mundo2. A avaliação dos óbitos demulheres em idade fértil demonstra um indicadorindireto sobre a qualidade da assistência à saúde damulher. As estatísticas de mortalidade, apesar deconstituírem um indicador de informação tardio, sãoconsideradas como um dos principais indicadores dediagnósticos de uma região com representatividade idealpara o perfil de saúde, até mesmo em paísesdesenvolvidos. Apesar da existência de instrumentoslegais que normatizam a investigação de óbitosfemininos em3 idade reprodutiva, a diversidade dosserviços brasileiros de vigilância contribui para umaexecução assistemática ou, até mesmo, a não realizaçãodesse procedimento4. As mudanças que ocorreram noshábitos e costumes dessas mulheres tornaram-nas cadavez mais expostas a novos riscos de adoecer e morrer, oque faz da investigação de seus óbitos uma estratégianecessária para o direcionamento das ações de políticaspúblicas1. Objetivo: Investigar a ocorrência de óbitosem mulheres em idade reprodutiva, entre 10 a 49 anos deidade, analisando os períodos de 1996 e 2010 no estadodo Paraná. Método: Trata-se de um estudo transversalconduzido com dados secundários do Sistema deInformação de Mortalidade (SIM), correspondente aosdados das Declarações de Óbitos (DO) de mulheres entre10 a 49 anos no Paraná, no ano de 1996 e 2010. Osdados foram obtidos pelo download da DO,disponibilizada no Departamento de Informática do SUS

(DataSus). Foram incluídos todos os óbitos declaradosde mulheres em idade fértil. As variáveis independentesforam à idade, escolaridade, raça/cor e causa básica doóbito. Os coeficientes específicos de mortalidade foramcalculados dividindo-se o número de óbitos pordeterminadas causas pelo total de óbitos ocorridos emmulheres de 10 a 49 anos no mesmo período,multiplicando-se por 100.000. A causa básica do óbitofoi codificada de acordo com a Classificação EstatísticaInternacional de Doenças e Problemas Relacionados àSaúde, 10ª revisão (CID-10). Posteriormente, as causasde óbito foram agrupadas por faixa etária das mulheres,permitindo o conhecimento da distribuição percentualdos grupos de causas específicos. O período de 1996 foiselecionado por se tratar do primeiro ano disponível nosistema e 2010, o último ano.Os dados foram analisadospelo programa SPSS for Windows Versão 18.0. Foiutilizado o teste do Qui-quadrado para verificar adiferença da proporção entre as variáveis estudadas e asprincipais causas encontradas. A qualidade do ajuste foiavaliada pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Para todos ostestes estatísticos inferenciais foi utilizado nível designificância pré-estabelecido em p<0.05. Resultados:No Estado do Paraná em 1996, 3767 mulheresparanaenses, entre 10 a 49 anos de idade foram a óbito, oque corresponde a 17,0% do total de óbitos, enquantoque em 2010 os dados encontrados foram de 13,2%(3703 óbitos). A média de idade para os dois períodosfoi 43,5 anos (σ10,4). Para 1996, 64,3% dos óbitosocorreram para mulheres que nunca haviam estudado,54,4% entre as casadas e 5,6% da raça/cor branca. Para oano de 2010, os óbitos ocorreram em 23,2% dasmulheres com 8 a 11 anos de estudos, 51,1% solteiras ea maioria da cor branca. As causas externas foram asmais frequentes com coeficientes de 23,4 e 23,6 para osdois anos, respectivamente. Para o período de 1996, asdoenças do aparelho circulatório com 21,0 óbitos paracada 100 mil mulheres foram a segunda causa maisfrequente, seguida das neoplasias (17,5 óbitos). Em

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2010, as neoplasias foram a segunda causa maisfrequente com 22,7 óbitos por 100 mil mulheres seguidadas doenças do aparelho circulatório (16,6).Quanto aogrupo de causas específicas mais evidentes encontradasem relação às faixas etárias, no ano de 1996, osacidentes automobilísticos foram os mais evidentes entre20 e 29 anos (71%) e em 2010, 56% das causas de óbitosforam decorrentes de agressão/disparo com armas defogo.Na faixa etária de 40 a 49 anos, no período de1996, os óbitos por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)corresponderam 30,2%, seguidos por 22,8% das causaspor Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 22,0% dascausas de Câncer de mama. Em 2010, o câncer de mamafoi elencado como a causa de óbito mais recorrenteocupando a primeira posição para esse grupo etário(29,4%), não reduzindo os índices quando associada àescolaridade. Nota-se que na comparação entre asprincipais causas de óbitos, segundo variáveissociodemográficas pode se obter uma maior prevalênciapor causas externas entre mulheres de 15 a 19 anos, commais de 12 anos de estudo e solteiras. Como segundacausa de óbitos nas mulheres em idade reprodutiva, entreos períodos de 1996 e 2010, os óbitos por DoençasCardiovasculares (DCV) prevaleceram nas mulheresentre 40 a 49 anos, apresentando redução de 40% dessascausas no último ano, seguindo as tendências das mortesde mulheres em idade reprodutivas no Brasil1. Pode-seperceber a relevância dos dados investigados entre osóbitos ocorridos por causas externas, na faixa etária de15 a 19 anos, doze ou mais anos de estudo e entre assolteiras, enquanto que para as doenças do aparelhocirculatório a significância estatística foi presente emmulheres na faixa etária de 40 a 49 anos e negras. Adistribuição etária dessas mulheres denota que acontribuição proporcional para o total de óbitosfemininos em idade reprodutiva acompanhou o aumentoda idade. A partir desta análise foi possível observar umaredução de 3,8% na proporção de óbitos nas mulheresentre 10 a 49 anos, quando comparados os períodos de1996 e 2010. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: A partir do estudo pode-se perceber queas principais causas de mortalidade em mulheres noperíodo reprodutivo no estado do Paraná foram àquelaspertinentes ao desenvolvimento urbano. Os índicesvoltados às causas externas nos remeteram ao riscoelevado para a população mais jovem, tendo à violênciae os acidentes de trânsito a necessidade do avanço eimplementação de políticas públicas mais eficientesvoltadas para o enfrentamento do problema em suasraízes. É necessário garantir à mulher condições paraque não ocorram complicações em seu ciclo reprodutivo,sendo assim, nota-se a importância de se assistirmulheres com doenças crônicas não transmissíveis,possibilitando a melhor qualidade de vida para estapopulação. A partir da comparação entre os anos de

1996 a 2010, notou-se que as causas com maioresíndices de óbitos são ainda as mesmas, apontando paraas necessidades de reorganizações no âmbito da saúde damulher, uma vez que o objetivo central da PolíticaNacional de Atenção Integral à Saúde da Mulherconsiste em contribuir para a redução da morbidade emortalidade feminina no Brasil. Além disso, asmelhorias advindas destas questões podem ocorrer pormeio do processamento das informações obtidasutilizadas de maneira estratégica pelos gestores dosprogramas de saúde, o que pode permitir umplanejamento para a reformulação de medidas nascondições de saúde destes grupos específicos. Osindicadores de mortalidade de mulheres em idadereprodutiva refletem a qualidade de atendimentoprestado na esfera do Sistema Único de Saúde(SUS)para as mulheres. Desse modo, pode contribuirpara o profissional da enfermagem reavaliar a suaassistência prestada e planejada a curto, médio e longoprazo para as mulheres. Pode contribui também para queo enfermeiro utilize estes indicadores como facilitadorespara o gerenciamento do cuidado. Vale ressaltar tambémque o conhecimento destes dados é de direito doscidadãos, usuários do SUS, os quais indicam para apopulação a devolutiva referente à eficácia dos serviçosque são oferecidos pelo sistema.

Palavras-Chave: Saúde da mulher, Saúdereprodutiva, Mortalidade.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

NATUREZA E TENDÊNCIA DAS PRODUÇÕESCIENTÍFICAS SOBRE A PATERNIDADE NA

ADOLESCÊNCIADHIANE TERRIBILE1, LUANA PATRÍCIA VALANDRO2, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS2,TASSIANA POTRICH3, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE4, CRHIS NETTO DE BRUM5

1. Enfermeira. Graduada em Enfermagem. Hospital Regional do Oeste; 2. Graduanda em Enfermagem. Universidade Federal daFronteira Sul, Campus Chapecó; 3. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Universidade da Federal da Fronteira Sul. CampusChapecó; 4. Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Universidade Federal de Santa Maria; 5. Enfermeira. Mestre em Enfermagem.Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó.

RESUMOIntrodução: A paternidade na adolescência promovemudanças e estabelece novos papéis, como o de seradolescente e ser pai frente à família e a sociedade,podendo significar um marco da sua inserção no mundoadulto1. Tornar-se pai nesta fase da vida ocasionainúmeras implicações, a qual se destaca o aumento dasresponsabilidades, redução da liberdade e a inserção nomercado de trabalho2, dentre outras. Neste contexto, ospais adolescentes, enfrentam uma difícil tarefa enquantoseres humanos: assumirem-se como adultos superandoas dificuldades da adolescência e, ainda, educar-se eeducar seus filhos, além de prover-lhes sustento. Outracaracterística marcante é de o pai adolescente muitasvezes se distanciar da gestação e da paternidade, quepode ser tanto pela família, que passa a assumir sozinhaos cuidados com a gestante, como pela sociedade emgeral que acaba considerando o adolescente comoirresponsável e reprovando a paternidade nessa fase.Mesmo quando um adolescente deseja assumir um papelativo como pai, as instituições sociais parecem-lherecusar esse direito, pois existem inúmeros serviços paracuidar da gestante adolescente, mas são poucos os que sepreocupam com o pai adolescente3. Objetivo: Identificara natureza e a tendência das produções científicas sobrea paternidade na adolescência. Método: Trata-se de umapesquisa bibliográfica, do tipo narrativa, que tem comopergunta de pesquisa: Qual a natureza e a tendência dasproduções científicas sobre a paternidade naadolescência? Os critérios de inclusão foram: artigos depesquisa original, com resumo disponível na base dedados, apresentando-se na íntegra online e gratuito, nosidiomas português, inglês ou espanhol. Os critérios deexclusão foram: teses, capítulos de teses, dissertações,capítulos de dissertações, monografias, livros, capítulosde livros e manuais ministeriais e anais de eventos. O

recorte temporal foi de 1990, ano de publicação doEstatuto da Criança e do Adolescente (ECA), até 2013.A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dadoseletrônica: LILACS e MEDLINE. Para a busca dosartigos foi utilizado os seguintes descritores: "saúde doadolescente" OR "adolescente" AND "paternidade" OR"paternidade responsável". A busca em março de 2014.Foram encontrados 320 estudos, sendo 203 na LILACSe 117 na MEDLINE. Primeiramente, realizou-se aleitura dos títulos e resumos, os quais foram submetidosaos critérios de inclusão e exclusão, permaneceram 23artigos, destes um estava repetido entre as bases dedados. Restaram 22 artigos para serem capturados naíntegra. Entretanto, 7 artigos não estavam disponíveisonline e 2 foram excluídos por se tratarem de revisões,totalizaram 13 artigos para serem analisados. Foirealizada a extração das informações, as quais foramanalisadas segundo a natureza e tendência dos estudos.A natureza é preestabelecida por meio das unidades denatureza (que se referem ao foco da área temática doestudo): perfil epidemiológico; sociocultural; epolítico4.Para este estudo foi acrescentada a naturezaexistencial. E a tendência (contribuições erecomendações que os estudos expõe): prevenção;promoção; proteção; e assistência4. Os artigos foramidentificados pela letra P de produção, seguida de umanumeração (P1, P2, P3... sucessivamente). Resultados:Na análise da natureza das produções científicasevidenciou-se que cinco correspondem a estudos doperfil epidemiológico, seguidos pelas produções denatureza sócio-cultural (quarto), existencial (três) epolítica (um). Os estudos de perfil-epidemiológicocontemplaram questões relacionadas à escolaridade (P1-P5), renda (P3, P4, P5), trabalho (P1-P3, P5), consumode álcool e drogas (P2, P5), estado civil (P1-P2) e inícioda atividade sexual (P2). Os pais adolescentes

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apresentaram baixa escolaridade e altos índices deabandono escolar (P1-P5). Os estudos tambémapontaram que os adolescentes possuem trabalhoinformal (P1) ou ainda são dependentes financeiramentede seus progenitores (P2, P5). Além disso, apresentamuma baixa renda mensal (P3). A interrupção precoce dosestudos leva à diminuição da capacidade dessesadolescentes competirem no mercado de trabalho, poislimita as oportunidades de emprego a postos que nãoexigem qualificação e que dão baixa remuneração5.Quanto ao estado civil, as produções anunciam que amaioria dos pais adolescentes são solteiros (P1-P2) etiveram o início da vida sexual antes dos 16 anos deidade (P2). Além disso, consomem drogas consideradaslícitas, como por exemplo, o álcool e o tabaco (P2, P5).Os estudos de natureza sociocultural apresentaram asquestões sociais e culturais em relação à vivência dapaternidade (P6-P9). Socialmente o homem é visto comoprovedor da família e a mulher cabe o cuidado com osfilhos e a casa (P6-P8). Demonstram ainda a questãocultural do exercício da sexualidade (P7) e daresponsabilidade reprodutiva como obrigação feminina(P9). O pai tem seu papel no contexto da paternidadecomo mantenedor, como aquele que traz o sustento paraa manutenção dos filhos1. Porém o pai adolescente,muitas vezes é mantido pelo seu próprio provedor 2. Noque diz respeito ao exercício da sexualidade, para osmeninos, a atividade sexual é estimulada pela sociedade(P7). Entretanto, culturalmente a responsabilidadereprodutiva é atribuída à mulher (P9). Os jovens sofrempressão social para iniciarem sua vida sexual, e durante onamoro passam essa pressão para suas parceiras. Osestudos de natureza política abordaram questões doacesso aos serviços de saúde e da implementação eimplantação de políticas voltadas para o pai adolescente(P10). O adolescente que experimenta a paternidade, emalgumas situações, não recebe apoio dos serviços saúdee, na maioria das vezes, eles não reconhecem qual opapel do setor como apoio ao período de gravidez e àpaternidade na adolescência5. A natureza existencial dosestudos focaliza questões sentimentais, atitudes, açõesem relação à paternidade na adolescência (P11-P13). Avivência da paternidade ocasiona diferentes sentimentosnos adolescentes, para alguns é algo desejado, porémoutros encaram o fato como um acontecimento negativo(P11- P12). É natural ocorrerem sentimentosambivalentes em relação aos filhos. Tanto homensquanto mulheres podem ter sentimentos que vão desde aempolgação com a notícia até os sentimentos deansiedade e medo em relação à responsabilidade decuidar do filho2. A análise da tendência das produçõescientíficas revelou um número significativo de artigos deassistência (seis), seguida da promoção (três), proteção(dois) e prevenção (dois). Na tendência de prevenção osestudos reforçam a necessidade de oportunizar a esses

jovens acesso a informação, reflexão sobre seus projetosde vida, debates sobre o exercício da sexualidade, alémde trabalhar com o enfoque preventivo de formainterdisciplinar e multissetorial (P1, P9). A sexualidade éum processo que desabrocha na adolescência gerandodesejos e sentimentos diferenciados, por isso esseassunto não pode ser menosprezado. Criar espaços dediálogo entre adolescentes, professores, profissionais desaúde, pais e a comunidade é importante no sentido deconstruir uma resposta social com o intuito de superar asvulnerabilidades da adolescência. As produções com atendência de promoção se fundamentaram na educaçãocomo base sólida para a construção familiar e paravivenciar o processo da parentalidade (P4), tambémressaltam a importância da educação permanente paraque os profissionais de saúde possam promover a saúdee garantir suporte ao pai adolescente (P3, P12). Osprofissionais da saúde e da educação em conjunto devemrealizar um esforço sincronizado no sentido de promovera ocorrência da uma paternidade responsável. Issoimplica em uma gravidez com condições de seguimento,de forma amparada e sustentável. Os estudos detendência assistencial apontaram questões relativas àinclusão dos jovens pais nos serviços de saúde (P2, P5-P7, P10), a participação dos homens na saúdereprodutiva (P6- P7) e ao apoio familiar recebido (P10-P11). É necessário inserir o homem no processogravídico-puerperal da adolescente, atuando não comoexpectador, mas como participante do desenvolvimentoda gravidez. O pai adolescente, precisa ainda estarinserido no contexto da saúde reprodutiva, participandodas decisões, dividindo as responsabilidades e o cuidadocom os filhos1. Os estudos da tendência proteçãoevidenciaram os papeis de gênero e a inclusão dohomem na vida do filho (P8, P13). É fundamental oenvolvimento afetivo e cuidado no mundo familiar porparte do homem, pois uma relação de carinho permiteque pais e filhos experimentem a plenitude de suasrelações sociais. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: A análise de natureza e tendência dasproduções científicas sobre a paternidade naadolescência demonstrou a necessidade de ampliar osestudos de natureza política que possibilitemimplementar estratégias que venham a contribuir para aspolíticas públicas de criação de espaços voltados ao paiadolescente. Identificou-se também a necessidade depublicações nas tendências de proteção e prevenção.Essas abordagens podem contribuir para melhorar aspráticas de saúde dirigidas a prevenção da paternidadedurante a adolescência e ao apoio fornecido aos jovenspais. Após a análise das produções, percebe-se umalacuna nos serviços de saúde no que tange ao universomasculino principalmente, com o pai adolescente, poiseste parece invisível diante do olhar dos profissionais.Destaca-se ainda, a necessidade de se desenvolver

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espaços de interlocução coletiva a fim de socializar ofenômeno da paternidade nos serviços de saúde bemcomo na sociedade. É preciso que os profissionais desaúde, principalmente o enfermeiro que atua diretamentecom a comunidade, percebam que a gravidez naadolescência não é somente responsabilidade feminina,mas que os pais adolescentes também precisam serevolvidos como atores nesse processo.

Palavras-Chave: Saúde do Adolescente, Paternidade,Adolescente.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

NÍVEL DE ESTRESSE DE UMA EQUIPE DEENFERMAGEM DO SETOR DE NEUROLOGIA DE UMHOSPITAL PÚBLICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JÉSSICA ALVES¹, PAOLA MARITSSA DACOL¹, CAMILA PASQUALOTTO¹, LORRAINECICHOWICZ¹, CLEIDE TONIOLLO²1. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Enfermeira. Mestre emEnvelhecimento Humano. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC).

RESUMOIntrodução: O estresse na sociedade moderna explica-sepelas modificações sociais que vêm definindo a vida enovos padrões de saúde-doença, e possui uma forteinfluência sobre a estrutura de trabalho. Entretanto,baseando-se no estudo da física, o estresse é entendidocomo o grau de deformidade que uma estrutura sofre,quando submetida a algum esforço, dividindo-se em trêsfases (alerta, resistência e exaustão). Da mesma forma, éconsiderado uma resposta adaptativa do organismofrente a novas situações, especificamente asameaçadoras, sendo assim um processo natural,individual, com variações sobre a percepção de tensão emanifestações psicológicas diversas. No ambiente detrabalho se refere a uma situação na qual a pessoa vê olocal como ameaçador à sua necessidade de crescimentopessoal e profissional ou à sua saúde física e psíquica,prejudicando a sua relação com o trabalho, tornando-omuito excessivo. Estudar o estresse em trabalhadores desaúde tem sido importante porque, dependendo do graudo mesmo, aparecem doenças que levam aoabsenteísmo, causando prejuízo para o trabalhador e ainstituição empregadora. Deste modo, interfere na vidapessoal e social, bem como na qualidade da assistênciaprestada ao usuário dos serviços de saúde, tendo emvista que o profissional irá transparecer o sentimento quepermeia dentro de si. Diante da crescente demanda deusuários do Sistema Único de Saúde - SUS e a constantepreocupação com a saúde dos profissionais é necessárioque medidas sejam tomadas em relação ao estresse noambiente de trabalho, pois este pode interferirnegativamente no cuidado prestado a população. Oaperfeiçoamento desse sistema se dá através daidentificação das fragilidades, análise dos problemas esua resolutividade. Para tanto, é necessário que asmudanças sejam implementadas no início de todo esse

processo, ou seja, na saúde dos profissionais da área desaúde. Ações de promoção à saúde do trabalhador eestratégias de enfrentamento das dificuldadesencontradas no dia a dia podem fazer com que o local detrabalho se torne harmonioso, objetivando resultados dequalidade na assistência. Objetivo: Observar o estresseda equipe durante a sua rotina de trabalho no setor deNeurologia de um Hospital Público. Metodologia:Estudo elaborado através de observação dosprofissionais de Enfermagem da Neurologia de umHospital Público do Oeste de Santa Catarina, no períodode 01 de agosto de 2014 à 30 de agosto de 2014. Foirealizada a análise do estresse dos profissionais,utilizando-se de observação e diálogo informal, sendoesta pontuada por meio da Escala Analógica Visualdescrita por Mizobuchi e Cury (2007), atribuindo-se umanota individual do estresse. Posteriormente foi realizadoum cálculo relativo à média da equipe de Enfermagem.De acordo com o resultado obtido, foram realizadastécnicas de terapia alternativa (meditação, trilhasensitiva, aromaterapia) com o intuito de minimizar onível de estresse profissional, sendo que os profissionaisfizeram uma avaliação após a realização de cadaintervenção proposta pelas acadêmicas. Resultados eDiscussão: Evidenciou-se que o estresse dosprofissionais em suas tarefas diárias, está relacionadocom as frequentes divergências entre a equipe detrabalho, privação de participação dos mesmos emdecisões, planejamento das atividades e insegurança comrelação a estabilidade no trabalho. Destaca-se ainda oconflito de relacionamento e emocional que é decorrenteda incompatibilidade interpessoal, ocasionando tensão,irritação entre a equipe, deixando o ambientedesfavorável ao cuidado humanístico ao paciente. Aoobservar os profissionais, nota-se que o nível de estresseaumenta quando realizam atividades/tarefas que não são

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de sua competência. Outro fator observado que aumentao nível de estresse da equipe são as chamadas constantesdos pacientes, sem motivo aparente, acarretando noatraso das demais tarefas. As advertências e puniçõesimpostas pela instituição também o qual geramdesconforto, devido ao afastamento e puniçõesfinanceiras. A vigilância constante tanto por parteadministrativa quanto dos colegas de equipe e familiares,gera pressão psicológica aumentando o nível de estresseda equipe, onde muitas vezes essa observação não ocorrede forma saudável. Foram realizados métodos deintervenção individuais para amenizar o estresseprofissional, através de terapias alternativas, entre elas ameditação, o qual foi utilizado música com sons danatureza, incensos para harmonização do ambiente emeditação induzida, onde remetia os profissionais aanalisar-se em sua integralidade, como um corpo e umaalma, lembrando-os que são seres humanos, comespiritualidade e não só matéria. Cada sessão demeditação durou em torno de vinte minutos, aprofissional deitou-se em divã, foi coberta com umcobertor, deixando-a o mais confortável possível em umambiente com semi luz permitindo o relaxamento. Atrilha sensitiva conduziu o participante a perceberintensamente seus sentidos, como a visão, audição, oolfato e tato de forma lúdica, utilizou-se materiaisbásicos como tapetes de várias texturas, secador decabelo para expor os pés ao ar quente e frio, água sobreum saco plástico, luva de procedimento com água, umaestagiária para a sensibilidade do toque ao outro, músicaambiente para a audição, uso de aromaterapia efinalizando com o espelho para reflexo da participantecom intuito do autocuidado. A participante foi vendadapara privar-se da visão e o ambiente ficou extremamentesem diálogo privando-a da fala, desde o início daatividade, chegando ao final, frente ao espelho retirava-se a venda e dizia-se as seguintes palavras: “Agora vocêirá ver a coisa mais importante do mundo”, ou seja, suaprópria imagem, neste momento induzia-se para umareflexão sobre a importância da mesma como um serhumano que necessita de cuidados. Levou em torno dequinze a vinte minutos por participante. A última terapiarealizada foi alongamentos físicos, com intuito depraticar atividades elaborais para relaxamento muscular,alívio de tensão, diminuição do estresse e quebra derotina. A atividade realizou-se por uma acadêmica, amesma conduzia os alongamentos físicos, de membros,tronco e cabeça/pescoço, com duração em torno dequinze minutos. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: O ambiente hospitalar possui diversosfatores que acarretam sofrimento aos profissionais quenele atuam, sendo a enfermagem a profissão queapresenta alto nível de estresse ocupacional. Em âmbitoprofissional, o estresse acarreta diversos sintomasfísicos, psíquicos e cognitivos, exigindo respostas

adaptativas prolongadas, para suportar e tolerar agentesestressores, pois estes comprometem as funçõesexercidas pelo profissional. A excessiva carga detrabalho está diretamente ligada com alto nível de tensãoe riscos para si e para com os outros. Destacam-se aindaos problemas de relacionamento interpessoal entre ostrabalhadores assistenciais, gerando-se assim umdesconforto, divergências e atritos perante a equipe, oque acaba prejudicando tanto profissional quantopaciente. É importante ressaltar que os profissionais deEnfermagem precisam ter capacidade de agir sob tensão,alta habilidade psicomotora e aptidão devido a demandaelevada de pacientes com as mais diversas condiçõesclínicas. A vigilância constante tanto por parteadministrativa quanto dos colegas de equipe e familiares,gera pressão psicológica aumentando o nível de estresse.Salienta-se que os profissionais da saúde possuemformação para o cuidar, mas muitos têm dificuldade empraticar o cuidado de si mesmos. Portanto todoprofissional da área da saúde deve preocupar-se consigo,permitindo que execute uma assistência efetiva e dequalidade. Prestar cuidado a si é criar uma conduta deprincípios, valores pela vida, preocupações ao bem viveratravés da promoção da saúde para a melhoria doconvívio interpessoal. Enfatiza-se a necessidade deestabelecer formas de autocuidado para manter umaharmonia entre corpo, mente e espírito, proporcionandobem-estar físico e mental dos profissionais da área dasaúde para que também haja melhoria na assistênciaprestada no âmbito do SUS.

Palavras-Chave: Estresse, Equipe de Enfermagem,Saúde do Trabalhador.

REFERÊNCIAS[1] Costa DT, Martins MCF. Estresse em profissionais de

enfermagem: impacto do conflito no grupo e do poder domédico. Revista da Escola de Enfermagem da USP, SãoPaulo. 2011; 45(5). Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342011000500023&lng=en&nrm=iso

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[4] Silva IJ et al. Cuidado, autocuidado e cuidado de si: umacompreensão paradigmática para o cuidado deenfermagem. Revista da Escola de Enfermagem daUSP, São Paulo., 2009; 43(3). Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342009000300028&lng=en&nrm=iso

Vol.11,n.3,pp.146-148 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O CONHECIMENTO DE GESTANTES SOBRE OSCUIDADOS NO PERÍODO GRAVIDICO CONSIDERANDO

OS MITOS E CRENÇAS

DULCE ANDRÉIA OLIVEIRA1, JÉSSICA CARLE TIMATTANA1, MAYTHÊ CRISTINA JUNG1,ALCIMARA BENEDETT2

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ); 2. Enfermeira. Doutora.Docente do curso de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó).

RESUMOIntrodução: O presente estudo refere-se a uma pesquisaquantitativa sobre o conhecimento de gestantesconsiderando os mitos e crenças no período gravídico. Agestação é considerada um processo normal na vida damulher, sendo um momento especial onde cada umavivencia a gravidez de forma singular diferente,ocorrendo mudanças nos níveis físico, emocional, sociale familiar1. O conhecimento da família a respeito dagestação como também as crenças e práticas são bastantevalorizados pelas gestantes e direciona os seus cuidadosdurante esse período2. Objetivo: O estudo tem porobjetivo identificar o conhecimento de gestantes sobreos cuidados no período gravídico, considerando os mitose crenças, residentes na área de abrangência de umaunidade de saúde da região oeste do município deChapecó - SC. Método: Trata-se de um estudoquantitativo, desenvolvido através de uma práticaassistencial que será apresentado como trabalho deconclusão de curso (TCC) pelas acadêmicas da 9ª fasedo curso de graduação em Enfermagem da UniversidadeComunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ).Participaram do estudo 45 gestantes residentes na áreade abrangência de uma unidade de saúde da região oestedo município de Chapecó. Os critérios de inclusão forammulheres que estivessem no período gravídico, maioresde 18 anos de idade eque aceitem participar da pesquisaassinando o termo de consentimento livre eesclarecido. Foram excluídas do estudo, gestantes queestivessem em processo de internação hospitalar durantea pesquisa ou alguma outra situação que impedisse estecontato. A coleta de dados foi realizada entre março eabril de 2015, por meio da aplicação de um questionáriosemiestruturado realizado através de uma visitadomiciliar. A análise dos dados se deu através databulação no Microsoft Excel. Resultados: O estudo

aponta quedas 45 gestantes participantes, a maioriarespondeu que para prurido cutâneo utilizam creme 13(28,88%), coçam com a palma da mão 13 (28,88%),utilizam óleo4(8,88%), utilizam creme e coçam com amão 4 (8,88%), utilizam creme e óleo 2 (4,44%), fazemmassagem 2 (4,44%), não teve 2 (4,44%), utiliza cremee passa toalha 1(2,22%), utiliza creme e massagem1(2,22%), não faz nada 1 (2,22%), coça com as unhas eescova de cabelo 1 (2,22%) e utiliza óleo e passa toalha1 (2,22%). Para êmese a maioria respondeu que não teve13 (28,88%), não faz nada 13(28,88%), teve e utilizammedicamento 13 (28,88%),ingerem chá 3 (6,66%),ingere frutas 1 (2,22%), ingere chás e medicamentos 1(2,22%) e espera passar e depois come 1 (2,22%).Emrelação a náuseas a maioria respondeu que não teve15(33,33%), teve e não faz nada 14 (31,11%), utilizammedicamento 8 (17,77%), ingerem chá 2 (4,44%),ingerem chá e medicamento 2 (4,44%), soro caseiro 1(2,22%), come frutas e utiliza medicamento 1 (2,22%),deita do lado esquerdo 1 (2,22%) e massagem noabdômen1 (2,22%). Náuseas e vômitos são distúrbiosmuito comuns no inicio da gravidez. Os sintomas podemvariar de discreta sensação de náusea quando a mulhereleva a cabeça ao acordar, a vômitos frequentes epersistentes, que assumem uma condição grave.Geralmente desaparecem ao fim do primeiro trimestre3.Quando perguntado sobre azia, a maioria respondeu quenão teve 14 (31,11%), utilizam medicamentos 6(13,33%), não faz nada 6 (13,33%), ingerem leite demagnésio 3 (6,66%), ingerem hidróxido de alumínio 2(4,44%), ingerem frutas 2 (4,44%), ingere chás 2(4,44%), chupa gelo e toma leite gelado 1 (2,22%),utiliza medicamento e leite de magnésio 1 (2,22%),ingere alimentos 1 (2,22%), ingere agua 1 (2,22%),chupa gelo 1 (2,22%), ingere sulfato de magnésio 1(2,22%), suco de limão 1 (2,22%), chupa gelo e toma

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leite de magnésio 1 (2,22%) e ingere hidróxido dealumínio, toma agua gelada e suco de limão 1 (2,22%).Em relação ao edema provocado na gestação, a maioriarelatou que eleva os membros inferiores 14 (31,11%),não teve 11 (24,44%), não faz nada 4 (8,88%), elevamos membros inferiores e fazem salmoura 4 (8,88%),elevam membros inferiores e fazem massagem 4(8,88%), imergem os pés em água gelada 2 (4,44%),repousa deitada 1 (2,22%), imerge os pés em águamorna 1 (2,22%), realiza caminhadas 1 (2,22%),repouso sentada e eleva os membros inferiores 1(2,22%), eleva os membros inferiores e usamedicamentos spray 1 (2,22%) e eleva os membrosinferiores, faz salmoura e massagem 1 (2,22%).O edemadas pernas é considerado normal na gravidez, podendoficar limitados aos pés e tornozelos ou se estender até ascoxas e incluir também a vulva. Para minimizar o edemados membros inferiores a gestante deve sentar-se com ospés apoiados em uma cadeira, ou elevar os pés porperíodos curtos, várias vezes ao dia, além de caminharfrequentemente podem aliviar o desconforto3. Emrelação às manchas (cloasmas) no rosto, a maioriarespondeu que para sua prevenção utilizam protetor solar17 (37,77%), utilizam creme hidratante 13 (28,88%),não teve 10 (22,22%), não faz nada 2 (4,44%), utilizamcreme hidratante e protetor solar 2 (4,44%) e usaprotetor solar e creme clareador 1 (2,22%).A maioria dasmulheres fazem a prevenção correta dos cloasmas já queos mesmos são mais evidentes quando expostos ao sol.Quanto às dores nas mamas, a maioria das mulheresresponderam que realizam massagem para amenizar asdores 15(33,33%),fazem massagem 15 (33,33%), nãoteve 12 (26,66%), teve e não faz nada 12 (26,66%),utilizam esponja vegetal durante o banho 2 (4,44%),compressa quente 1 (2,22%), utiliza pomada 1 (2,22%),massagem e creme 1 (2,22%) e não usa sutiã 1 (2,22%).Durante a gestação as mamas aumentam de tamanho,tem alterações em sua consistência e sofre aumento navascularização, que pode vir acompanhada desensibilidade aumentada, sensação dolorosa, deplenitude ou e de peso, que regridem emaproximadamente dez semanas de gestação4. Para aprevenção de estrias na barriga, a maioria das gestantesresponderam que utilizam creme e óleo 18 (40%),utilizam óleo 7 (15,55%), não faz nada 6 (13,33%),utilizam creme 6 (13,33%),utilizam creme, óleo emassagem 3 (6,66%), não teve 2 (4,44%), utilizam óleoe massagem 2 (4,44%) e não faz nada, porque passapara o bebe 1 (2,22%). Durante a última parte dagravidez desenvolvem-se frequentemente estriasirregulares, onduladas, ligeiramente deprimidas na peledo abdômen, mamas e parte superior das coxas. Essasestrias são denominadas estrias gravídicas, sendo que asestrias recentes são de coloração rósea-clara ou azulada.Depois do parto elas assumem um aspecto brilhante de

tecido cicatricial. Algumas mulheres são maissusceptíveis do que outras ao aparecimento de estrias3.Para os cuidados em relação à lombalgia, a maioria dasgestantes responderam que realizam repouso deitada 14(31,11%), não teve 7 (15,55%), não faz nada 6(13,33%), fazem massagem 3 (6,66%), utilizammedicamento 2 (4,44%), repouso deitada e massagem 2(4,44%), repouso sentada ou deitada 2 (4,44%),compressas quentes, alongamento e hidroginástica 1(2,22%), repouso e massagem 1 (2,22%), repousosentada 1 (2,22%), repouso deitada, medicamento emassagem 1 (2,22%), repouso sentada e utilizamedicamento 1 (2,22%), , repouso deitada e fazcaminhada 1 (2,22%), compressas quentes 1 (2,22%),compressa quentes e massagem 1 (2,22%) e repousodeitada e utiliza medicamentos 1 (2,22%). Em relação àconstipação, a maioria respondeu que não tiveram/nãoteve até o momento da gestação 18(40%), ingerem frutas12 (26,66%), comem frutas e ingere mais água 4(8,88%), não faz nada 2 (4,44%), ingere frutas e iogurte2(4,44%), utiliza medicamento 1 (2,22%), faz massagem1 (2,22%), ingere frutas e linhaça 1 (2,22%), ingerefrutas leite de magnésio e beterraba 1(2,22%), ingerefrutas e legumes 1 (2,22%), modificação na alimentação1 (2,22%) e ingere fibras, óleo de linhaça e água 1(2,22%). O relaxamento intestinal é a principal causa daconstipação na gravidez, mas o tônus diminuído dosmúsculos abdominais distendidos também pode ser umfator contribuinte3. Quanto a infecção urinária, a maioriadas mulheres responderam que não tiveram 37 (82,22%)e 8 (17,77%), tiveram e realizaram tratamento comantibióticos respondendo positivamente a terapêutica.Quanto a relação sexual durante a gestação, a maioriadas mulheres responderam que mantém relação sexualneste período 42 (93,33%) sendo que destas, duasmulheres relataram diminuição do libido, e uma mulhero aumento dele. Além de3 (6,66%) mulheres relataremnão manter relação sexual durante a gestação. O desejosexual durante a gestação pode variar de uma mulherpara a outra. Intensificando-se em algumas mulheres àmedida que ela passa a ter nova consciência do seucorpo. Em outras mulheres essa consciência pode causarrepugnância ao relacionamento sexual e até mesmotemer prejudicar o bebê3. Conclusão e Contribuiçõespara a Enfermagem: A partir do exposto neste estudo,observou-se que os cuidados na gestação estãopermeados pelas crenças e práticas familiares e culturaiscomo também por algumas condutas terapêuticasmédicas. Dessa forma espera-se que o estudo possibiliteque os profissionais de enfermagem prestem uma melhorassistência no cuidado com a gestante respeitando assimsua cultura, valores e crenças.

Palavras-Chave: Gravidez, Conhecimento, Cultura..

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Vol.11,n.3,pp.149-150 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL NA ATENÇÃOHOSPITALAR APÓS A RESOLUÇÃO DO COFEN

293/2004: UMA REVISÃO NARRATIVAKEITY SAUANA TIBES1, ANA GABRIELA CAVALCANTI CARNEIRO MONTEIRO1, MARISTELABOSCO1, JULIA VALERIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT2, SILVIA SILVA DE SOUZA3,TATIANA GAFFURI DA SILVA4

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil; 2. Professora.Mestre da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil. Doutoranda do Programa de PósGraduação da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, do Núcleo de Pesquisa Educação em Saúde e Enfermagem: EDEN;3. Professora. Mestre da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil; 4. Professora. Mestre daUniversidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Chapecó, Santa Catarina, Brasil.

RESUMOIntrodução: a garantia da segurança e qualidade daassistência ao paciente nas instituições hospitalaresremete a uma caracterização do quantitativo dosprofissionais de enfermagem. O dimensionamento depessoal é definido, como um processo sistemático comobjetivo de previsão da quantidade e qualidade porcategoria presente na equipe (enfermeiro, técnico eauxiliar de enfermagem) necessária para atender, diretaou indiretamente, às necessidades de assistência deenfermagem requeridas pelos pacientes1. Em umainstituição de saúde, essa atividade é uma atribuiçãoprivativa do Profissional Enfermeiro, conferida peloartigo 8° do Decreto-Lei n.° 94.406/87. Neste cenário, osautores corroboram que, o prognóstico do quantitativo edo qualitativo de pessoal de enfermagem é umaorganização adstrita do conhecimento do Enfermeiro,assim como o conhecimento da carga de trabalhoexistente nas unidades, carga essa que depende dasnecessidades de assistência dos pacientes queconsequentemente irá determinar o padrão de cuidadoque deverá ser realizado2. Objetivo: Ao ponderar asconsequências de um mau gerenciamento deenfermagem quanto ao dimensionamento de pessoas e osprejuízos que a falta de um número adequado detrabalhadores de enfermagem para a qualidade docuidado podem acarretar aos pacientes, questiona-se:Como se configura a produção cientifica da enfermagemapós regulamentação do COFEN que fixa o quadro depessoal da enfermagem? Dessa forma, o objetivo éanalisar a produção cientifica da enfermagem, após aresolução 293/2004 do COFEN, sobre o

dimensionamento de pessoas a nívelhospitalar. Método: trata-se de uma revisão narrativa deliteratura, desenvolvido a partir de um protocolocomposto pelas seguintes etapas: identificação de tema etemática, seleção da questão norteadora de pesquisa,desenvolvimento dos objetivos, definição dos critériosde inclusão e exclusão, seleção dos estudos em bases dedados, organização das informações a serem retiradasdos artigos, avaliação do conteúdo e análise,interpretação e apresentação de síntese do conhecimentoevidenciado3. A busca bibliográfica foi desenvolvida naBiblioteca Virtual de Saúde (BVS), em bases de dadoseletrônicas. As bases utilizadas foram: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências daSaúde (LILACS), na Medical Literature Analysis andRetrieval System Online (MEDLINE), Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)e na Scientific Electronic Library Online (Scielo). Oformulário avançado de pesquisa foi preenchido em taisbases de dados com os seguintes descritores deassunto dimensionamento [Palavras] and enfermagem[Palavras] and hospitalar [Palavras]. Resultados:cálculos para quantificar o pessoal são necessários paraestabelecer um método adaptado às reais necessidadesdos diferentes serviços. Identifica-se, que o processo dequantificar os profissionais de enfermagem para aprática de uma assistência segura é uma situaçãocomplexa e abrangente, contudo além de organizarfórmulas e cálculos há a necessidade de se elencar osindicativos qualitativos no dimensionamento de pessoal,como base para o processo de dimensionamento. Éessencial uma reflexão minuciosa acerca da busca porestratégias para a determinação dos aspectos qualitativos

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como fatores indispensáveis na deliberação deprofissionais da enfermagem para o trabalho eminstituições hospitalares. Além de formular estratégiaspara dimensionar os profissionais eficazes, a busca pelasatisfação dos pacientes, da instituição e dos própriosprofissionais deve ser parte inerente do processo dedimensionamento para que se dê então a realização deum cuidado de enfermagem seguro. A aplicação dosistema de classificação de pacientes permite aoenfermeiro ampliação do conhecimento das necessidadesda sua unidade de atuação, além do desenvolvimento dehabilidades garantindo um gerenciamento comautonomia. O Sistema de Classificação de Paciente édefinido como uma forma de determinar o grau dedependência de um paciente em relação à equipe deenfermagem, objetivando estabelecer o tempodespendido no cuidado direto e indireto, bem como oquantitativo de pessoal, para atender as necessidadesbio-psico-sócio-espirituais do paciente. Pode-se perceberque a discussão envolvendo dimensionamento não estárestrita somente ao cálculo adequado do pessoalnecessário para o atendimento, pois abrange questõesinstitucionais, éticas e financeiras que influenciam naorganização de quantitativo adequado às necessidadesdos serviços expondo uma realidade ainda defasada emrelação ao número de profissionais. No contexto dotrabalho em saúde, e especificamente no âmbito dagestão, as transformações ocorridas na sociedadeimpulsionam o uso de novas abordagens gerenciais econduzindo os gerentes a buscar alternativas paraorganizar o trabalho. Essas novas abordagens trazemconceitos de flexibilidade, redução da hierarquia,trabalho em equipe e descentralização das decisões,visando à satisfação dos pacientes e trabalhadores, bemcomo a questões de produtividade e responsabilidadecompartilhada. Portanto, é imprescindível a adequaçãodas instituições hospitalares ao quantitativo deprofissionais, especialmente na categoria daenfermagem, além da aplicação efetiva dos modelos dedimensionamento pessoal para garantir a qualidade esegurança na assistência. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: Reflete-se quequando o número de profissionais na equipe deenfermagem é reduzido, a assistência pode sercomprometida pela exposição dos pacientes aos riscosde danos e aumento do tempo de internação em razão daproporcionalidade que existe entre os recursos humanose os cuidados prestados, para o profissional deenfermagem a redução desse número provoca umprejuízo à saúde pela sobrecarga de trabalho gerada.Para a prevenção dos riscos e prejuízos relacionados aodimensionamento de pessoal inadequado, o enfermeirodeve organizar o quadro quanti-qualitativo deprofissionais necessários à prestação da assistência deenfermagem segura e sem riscos. Desta feita, não basta

unicamente o quantitativo de pessoal, é necessáriotambém a implantação de uma política permanente detreinamento e desenvolvimento de pessoal para quequalidade esteja constantemente aliada à quantidade. Aoponderar as consequências de um mau gerenciamento deenfermagem quanto ao dimensionamento de pessoas e osprejuízos que a falta de um número adequado detrabalhadores de enfermagem para a qualidade docuidado podem acarretar aos pacientes, se impõe umaatitude profissional do enfermeiro que acene para asquestões sociais, políticas e econômicas, permitindo aomesmo, articular com os gestores políticos e dospróprios serviços uma mudança de visão da perspectivacapitalista e neoliberal que ainda predomina no mundopara uma mudança paradigmática, na qual o ser humanoseja o centro dos interesses dos serviços de saúde, e nãoa produtividade, valorando a qualidade da assistência deenfermagem em supremacia aos custos, efetivando ummodelo de saúde, no qual o ser humano seja de fato ocentro das atenções.

Palavras-Chave: Dimensionamento, Enfermagem,Hospitalar.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Conselho Federal de Enfermagem- COFEN. A

Lei do Cofen resolução 293/2004 de dimensionamento2004. [Internet]. [Acesso em 10 de out. 2014].Disponível em:http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2932004_4329.html. Acesso em 01/05/2015.

[2]. Nicola AL, Anselmi ML. Metodologia dedimensionamento de pessoal de enfermagem: uminstrumento gerencial. 2º Seminário Nacional Estado ePoliticas Sociais do Brasil-UNIOESTE/CampusCascavel. [internet] 2005 [Acesso em 05 de mai.2015]Disponível em:http://cac-php.unioeste.br/projetos/gpps/midia/seminario2/trabalhos/saude/msau27.pdf

[3]. Chemin BF. Manual da Univates para TrabalhosAcadêmicos. Lajeado (RS) Fundação Vale do Taquari deEducação e Desenvolvimento Social – FUVATES. 2ªEdição.[Internet] 2012 [Acesso em 05 de mai. 2015]Disponível em:http://www.univates.br/media/manual/Manual_2012_57782.pdf

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

O INÍCIO DAS AÇÕES DO PROGRAMA SAÚDE NAESCOLA EM UM TERRITÓRIO DE SAÚDE DA FAMÍLIA

BRUNA VALMORBIDA1, MAIARA ARIANE NICHEL1, FERNANDA KARLA METELSKI21. Acadêmica da 9ª fase do curso de Enfermagem com Ênfase em Saúde Pública da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC) – Centro de Educação Superior do Oeste (CEO); 2. Enfermeira. Mestra em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais.Professora Colaboradora UDESC – CEO. Enfermeira da Secretaria de Saúde de Chapecó.

RESUMOIntrodução: No Brasil, a atenção básica (AB) édesenvolvida com alto grau de descentralização e podeser considerada como o local onde ocorre o contatopreferencial dos usuários, a principal porta de entrada e ocentro de comunicação com toda a rede de atenção àsaúde. Nesse sentido, a AB deve ser orientada pelosprincípios da universalidade, da acessibilidade, dovínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade daatenção, da responsabilização, da humanização, daequidade e da participação social1. AAB tem naEstratégia da Saúde da Família (ESF)o seu principalmodelo de reorganização. As Unidades Básicas deSaúdes instaladas perto de onde as pessoas moram,trabalham, estudam e vivem, desempenham um papelcentral na garantia de acesso à saúde para a população auma atenção à saúde de qualidade. O Brasil é o únicopaís do mundo com mais de 100 milhões de habitantescom um sistema de saúde público, universal, integral egratuito2. AAB está normatizada pela Política Nacionalde Atenção Básica (PNAB) e prevê a inserção dasequipes de saúde da família no território sob suaresponsabilidade e o desenvolvimento de ações comarticulação interssetorial, como é o caso do ProgramaSaúde na Escola (PSE). O PSE é uma estratégia deintegração entre saúde e educação para odesenvolvimento da cidadania e está voltada às crianças,adolescentes e adultos da educação pública brasileira2. OPSE está constituído por cinco componentes: (1)avaliação das condições de saúde das crianças eadolescentes que estão na escola pública; (2) promoçãoda saúde e ações de prevenção de doenças e de agravos àsaúde, o projeto saúde e prevenção nas escolas integra-se neste componente; (3) educação continuada ecapacitação dos profissionais da educação e da saúdepara trabalhar com os jovens; (4) monitoramento eavaliação da saúde dos estudantes; (5) o monitoramentoe avaliação do programa como um todo2. Este programa

vem mostrando-se como uma nova política, tratando dasaúde e educação de forma integral e ampla,contribuindo na formação da cidadania, permitindo amelhoria das ações executadas pelos sistemas de saúde eeducação de crianças e adolescentes, favorecendo aparticipação dos estudantes, pais, comunidade escolar esociedade em geral3. Objetivo: O objetivo deste relatode experiência é descrever as ações relacionadas ao PSEq4ue foram desenvolvidas na primeira etapa do EstágioCurricular Supervisionado II referente à Saúde Pública,em uma escola pertencente à área de abrangência de umCentro de Saúde da Família (CSF) de Chapecó/SC.Método: O CSF ainda não havia iniciado as açõesprevistas nos componentes do PSE, por isso, emprimeiro lugar foi necessário estabelecer o contato com aescola para iniciar a organização das atividades. Asatividades foram distribuídas de modo que os estudantesda segunda etapa e os estudantes do Estágio CurricularSupervisionado I pudessem dar continuidade nas açõesiniciadas em conjunto com a equipe de saúde da famíliae a escola, pois esta possui 520 estudantes, o queinviabilizaria a participação de todos os acadêmicos emtodos os componentes do PSE, devido ao curto intervalode tempo do estágio. Para as autoras coube iniciar aavaliação das condições de saúde dos jovens do 9º ano,que somam o total de 41 jovens. No primeiro momentofoi desenvolvido o Planejamento Estratégico Situacional(PES) durante uma reunião de equipe no CSF, ondeforam levantados os problemas de saúde que envolve osjovens daquele território, em busca de identificaraspossíveis causas desses problemas (momentoexplicativo), e discutir as necessidades de ações emsaúde voltadas à esse público. No momento normativoforam priorizadas as atividades a serem iniciadas emrelação às ações que as acadêmicas poderiam estarapoiando. No momento tático operacional foi realizadocontato com a Escola pela equipe do CSF, sendodiscutido o início do PSE e acordadas as datas das ações.Foram realizadas avaliações das condições de saúde dos

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jovens em duas turmas do 9º ano, entre os meses demarço e abril de 2015. Participaram diretamente daintervenção feita na escola as Agentes Comunitárias deSaúde (ACS) e as acadêmicas, neste primeiro momento.Foi realizada a aferição das medidas antropométricas(peso, altura); calculado o IMC para avaliação do estadonutricional dos jovens; feito o registro na caderneta desaúde do adolescente; e prestadas orientações geraissobre as mesmas no momento da entrega. Os dadosforam digitados em um banco de dados no programaExcel e tabulados pelo programa Epi Info7. Resultado:Pode-se perceber que a idade predominante é de 14 anos,o que se relaciona a idade correspondente ao ano escolar.Em relação ao Índice de Massa Corporal (IMC), foramutilizados os parâmetros descritos na caderneta de saúdedo adolescente para a realização da classificação.Apresentou maior prevalência entre os adolescentes a“eutrofia”, com 27 jovens (65,9%) sendo 17 femininos e10 masculinos; seguida da classificação de “sobrepeso”com 8jovens (19,5%) sendo 2 femininos e 6 masculinos;posteriormente, a classificação de “magreza” com 4jovens (9,8%)sendo 3 femininos e 1 masculino; e porúltimo “obesidade” com 2 jovens (4,9%) sendo 1feminino e 1 masculino. A avaliação da composiçãocorporal em adolescentes é de grande relevância, poisexpressa as condições de vida e de saúde da populaçãono momento e futuramente permite relacionar aoshábitos de vida que esses jovens tiveram no passado4.Conclusão e Contribuições para enfermagem: Pode-se perceber que a idade predominante dos adolescentesdo 9º Ano foi 14 anos, ou seja, adequada para o anoescolar, e o sexo feminino foi o predominante em ambasas turmas. Quando calculado o IMC, observou-se que 27(65,9%) adolescentes, 17 femininos e 10 masculinosapresentam resultado normal, o que sugere que essesadolescentes apresentam hábitos de alimentaçãosaudáveis. Foram observados 8 (19,5%) casos deobesidade 6 masculinos e 2 femininos, e todos comidade superior a 15 anos, o que sugere uma relação entreo aumento de peso e idade tardia para o ano escolar. Amagreza apresentou 4 (9,8%) casos na idade de 14anos.O foco para prevenção da obesidade e a educaçãonutricional na fase da adolescência é muito importante,pois ganha como aliada o âmbito escolar, onde podeutilizar métodos mais abrangentes em um períodomaior5.Este estágio permitiu finalizar a avaliaçãoantropométrica dos estudantes do 9º ano, contudo o paraa conclusão do componente I ainda deverão serdesenvolvidas ao menos a avaliação de saúde bucal,atualização do calendário vacinal e avaliaçãooftalmológica. Salienta-se a importância dodesenvolvimento das ações do PSE para a Enfermagemuma vez que permite a aproximação e a avaliação docrescimento e desenvolvimento dos adolescentes, alémde possibilitar a realização de orientações, tendo a

caderneta de saúde do adolescente como instrumentofacilitador, e favorecer o trabalho integrado à equipe desaúde da família e a escola durante o processo deformação acadêmica.

Palavras-Chave: Programa Saúde na Escola,Estratégia de Saúde da Família, Avaliação em Saúde.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Departamento de Atenção Básica. Política

Nacional de Atenção Básica. 2014. Disponível em:http://www.dab.saude.gov.br/portaldab/pnab.php Acessoem: 18 mar. 2015

[2]. Brasil. Ministério da Saúde, Ministério da Educação.Cartilha Programa Saúde na Escola: Passo a Passo paraAdesão. Brasília. 2014. 22p. Disponível em:http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/passo_passo_adesaoPSE2014.pdf Acesso em: 18 mar2015b.

[3]. Brasil, Ministério da Educação, 2013. Programa Saúdena Escola. Disponível em:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16795:programa-saude-na-escola-saiba-mais&catid=195&Itemid=164 Acesso em: 18 mar2015.

[4]. Carvalho WR, et al. Influência da composição corporalsobre a massa óssea em crianças e adolescentes. Revistada Associação Médica Brasileira. 2011; 56(6).Disponível em:http://www.scielo.br/ Acesso em: 15 Mar. 2015.

[5]. Vargas; Izabel Cristina da Silva, et al. Avaliação deprograma de prevenção de obesidade em adolescentes deescolas públicas. Revista Saúde Pública. 2011; 45:11.Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rsp/v45n1/1874.pdf Acesso em:14 mai 2015.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO EMSAÚDE A CRIANÇAS E ADOLESCENTES

HOSPITALIZADOSTHAIS PAVELSKI1, LUCINEIA FERRAZ2

1. Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem-ênfase sem saúde pública da Universidade do Estado de Santa Catarina -UDESC; 2. Professora Mestre do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC.

RESUMOIntrodução: A admissão hospitalar é algo que modificao cotidiano da criança, interferindo na sua unidadefamiliar, envolvendo aqueles que fazem parte de seu dia-a-dia. Ao hospitalizar-se, independente de sua faixaetária, o paciente é obrigado a romper todas suasatividades sociais e a ficar longe da família, econhecidos. Assim o paciente entra em um cotidiano nãofamiliar, situação esta que o deixa vulnerável,amedrontado, angustiado e triste, pois é forçado a seadaptar a uma nova realidade. O que pode desenvolversentimentos confusos na criança e em sua família,associando o ambiente hospitalar a experiênciasdolorosas. Portanto, o manejo de tal situação apresenta-se como uma tarefa complexa para a família e a criançahospitalizada, exigindo da equipe de saúde, em especialda enfermagem, uma assistência diferenciada e peculiara este processo1. A necessidade de brincar não deve sereliminada quando as crianças adoecem ou sãohospitalizadas, uma vez que a brincadeira desempenhapapéis importantes como a capacidade de sentir-se maissegura em um ambiente estranho e com pessoasdesconhecidas. No ambiente hospitalar, o brincar tende atransformar o ambiente das enfermarias em um localprazeroso e que permita uma adaptação melhor às novascondições que as crianças encontram e têm de enfrentar2.Ao trabalhar com atividades expressivas no seucotidiano, como, por exemplo, desenhos, pintura,modelagem e jogos, a criança experimenta um processode criação, sendo, ao mesmo tempo, algo estruturante, oque implica na transformação de significados. Como obrincar é um processo natural e complexo que serve avárias funções, entre elas a comunicação, as atividadeslúdicas podem ser empregadas como um instrumentopara restabelecer a relação de ajuda, na medida em quesubsidia a expressão não verbal da criança. Enquantouma visão holística do tratamento hospitalar, a proposta

de atividades lúdicas no ambiente de internaçãopediátrica propicia á criança e ao seufamiliar/acompanhante um meio de criar um elo entreeste novo ambiente, com todas suas peculiaridades, alémde seu mundo interno e externo. Vários autoresressaltam que, usando o brinquedo como estratégia paradiminuição do estresse provocado pela hospitalização emelhora no comportamento das crianças neste período,obtêm-se um resultado positivo. A assistência deenfermagem à criança não corresponde apenas à técnicae aos conhecimentos relacionados às patologias, mastambém aos cuidados como um todo, contemplando ofísico-emocional e a família. Por isso faz-se necessário àabordagem do recurso lúdico na formação acadêmica eprofissional, como pré-requisito para a qualidade daassistência3. O lúdico, além de proporcionar oestabelecimento de vínculo com a equipe que cuida e ascrianças/adolescentes e seus familiares, pode ainda serutilizado como um instrumento de educação em saúde.Sendo que a educação em saúde pode ser entendidacomo um recurso que permite ao indivíduo ampliar seusconhecimentos sobre sua própria saúde e, com issotomar decisões quanto ao seu modo de viver, seushábitos, costumes e consequentemente ter oportunidadede melhorar sua qualidade de vida por meio do seuenvolvimento nas decisões relacionadas à sua saúde4.Objetivos: Promover a saúde das crianças eadolescentes hospitalizados utilizando o lúdico comoinstrumento de educação em saúde; proporcionar acriança e aos adolescentes hospitalizados o brincar,como forma de lazer e integração; familiarizar ascrianças com os materiais e procedimentos utilizados emseu tratamento através do brinquedo terapêutico, comoforma de minimizar o estresse da internação. Método:As atividades foram desenvolvidas no Hospital daCriança Augusta Muller Bohner de Chapecó-SC, comcrianças e adolescentes de 0 a 12 anos de idade,

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hospitalizados e seus familiares/acompanhantes. Astemáticas desenvolvidas nestes encontros foram:Aspectos do crescimento e desenvolvimento infantil;Alimentação saudável; Principais patologias queacometem crianças e adolescentes, sua prevenção etratamento; Higiene pessoal, bucal e do ambiente;Cuidados com a Saúde; Primeiros socorros e prevençãode acidentes na infância e adolescência. Como estratégiametodológica para efetivar as ações de educação emsaúde durante a hospitalização infantil, podemosdestacar as atividades lúdico-educativas como jogoseducativos, trabalhos em grupos, teatros de fantoches,desenhos, pinturas, contação de estórias, brinquedoterapêutico, folders educativos entre outros. Cadaencontro teve duração de 4h e ao final dos mesmos eramrealizadas avaliações da atividade educativa através deconversas, depoimentos, observação e dinâmicas deavaliação de conteúdo para verificar a aprendizagem dosenvolvidos. Resultados: Percebemos que as açõesdesenvolvidas proporcionaram à criança hospitalizada,bem como seu familiar/acompanhante, a vivência dobrincar tão importante para o desenvolvimento saudávelda criança, mas também uma forma de lazer evínculo/integração entre os acadêmicos de enfermagem,professor e esta população, assim nestes encontrostentava-se reduzir as consequências negativasprovocadas pela hospitalização infantil, tanto para ascrianças quanto seus acompanhantes. Também nodesenvolvimento das atividades procurávamos debatere/ou orienta-los, por meio das atividades lúdico-educativas, ações de cuidado à saúde, bem como sanarsuas dúvidas sobre as patologias da internação, seutratamento e sua prevenção. Ainda, familiarizávamos ascrianças com materiais de procedimentos utilizados emseu tratamento através do uso do brinquedo terapêutico,como forma de minimizar o estresse da internação.Também possibilitou-se aos acadêmicos não só oexercício das atividades lúdico-educativas no tratamentode crianças e dos adolescentes hospitalizados, masprincipalmente o vínculo. Colaborando também, para atroca de conhecimentos sobre assuntos relativos à saúdeda criança e adolescente, bem como proporcionou atroca de conhecimentos para uma atuação deenfermagem mais humanística na hospitalização infantil.Contribuindo para a facilitação na comunicação entre ascrianças, o visível prazer destas na realização dasatividades o que repercute diretamente na recuperaçãoda saúde e no processo de adaptação às rotinas dohospital. Considerações finais e Contribuições ouimplicações para a enfermagem: Podemos concluirque as atividades lúdico-educativas são uma forte aliadados profissionais que buscam estratégias criativas,envolventes e eficazes para desenvolver a educação emsaúde. Proporcionar conhecimentos através das mesmastorna-se um processo prazeroso tanto para o profissional

quanto para o indivíduo no momento da troca deinformações, especialmente quando o foco de atençãosão crianças e adolescentes. O projeto abordou aexperiência do brincar numa dimensão importante dodesenvolvimento infantil afetado pela hospitalização,contribuindo para a diminuição da angustia da criança eseus familiares/acompanhantes, aproximando-as deatividades lúdicas-educativas, propiciando a promoção ea educação em saúde. O brincar oportunizou à criança odesenvolvimento de potenciais importantes para o seudesenvolvimento como a atenção, além de facilitar aaprendizagem dos temas trabalhados que ocorreu pormeio da imitação, da memorização, da imaginação, dareflexão, da descoberta e da socialização. Importantedestacar que o brincar se insere como uma tentativa detransformar o ambiente hospitalar, proporcionandocondições psicológicas melhores para as crianças e seusfamiliares. Podemos afirmar assim que o lúdico pode seruma forma criativa e descontraída de promover aeducação em saúde. Vale ressaltar que a Educação emSaúde não deve ser entendida como uma maneira deensinar as pessoas a mudarem comportamento, mas simcomo uma forma de ajudá-las a compreender osproblemas e buscar sua solução, pois o educar em saúdedeve estar pautado no diálogo, na troca de saberes, deveser um intercâmbio entre o saber científico e o saberpopular em que cada um deles tem muito a ensinar e aaprender. Podemos ressaltar que atividades como estasproporcionam, através do brincar, o conhecimento emsaúde aos envolvidos, assim como uma forma alternativae eficaz para auxiliar as crianças e adolescentes e seusfamiliares/acompanhantes, no enfrentamento de suainternação. Bem como, a educação em saúde possibilitaque os profissionais estabeleçam e/ou desenvolvamatitudes de inovação/renovação, construindo espaços dereflexão, de troca de saberes, gerando assim, umamodificação mútua, em que todos os indivíduosaprendem. Finalizando, pode-se dizer que este contribuipara a construção de troca de conhecimentos entre osenvolvidos, facilitando o estabelecimento devínculo/integração entre a equipe de enfermagem e apopulação alvo e ainda, através da utilização do brincar,ajuda a minimizar o estresse da hospitalização infantil.

Palavras-Chave: Educação em saúde, Crianças,Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Azevedo DM, Santos JJS, Justino MAR, Miranda FAN,

& Simpson CA. O brincar enquanto instrumentoterapêutico: opinião de acompanhantes. Revistaeletrônica de enfermagem, 2008; 10(1).

[2]. Leite TMC, Shimo AKK. O brinquedo no hospital: umaanálise da produção acadêmica dos enfermeirosbrasileiros. Esc. Anna Nery 2007; 11(2): 343-350.

Pavelski et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.153-155 (Ago - Out 2015)

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[3]. Lemos LMD, Pereira WJ, Andrade JS, Andrade ASA.Vamos cuidar com brinquedos? Revista brasileira deenfermagem 2010; 63(6):950-5.

[4]. Junqueira MFPS. A mãe, seu filho e o brincar: um relatode experiência. Revista Estudos de Psicologia 2003; 8(1).

Vol.11,n.3,pp.156-158 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

O PROCESSO DE TRABALHO DO PROFISSIONALENFERMEIRO: EXPERIÊNCIA DA INSERÇÃO DA

RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EMFLORIANÓPOLIS

GREICI CAPELLARI FABRIZZIO1, ROBERTO ANTONIO FERREIRA CUNHA1, MAYRA MANERICH2,RENATA SCHIMDT SILVANO2, YANÁ TAMARA TOMASI1

1. Enfermeira, Residente (R1) do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (REMULTISF) da PrefeituraMunicipal de Florianópolis/SC; 2. Enfermeiro da Estratégia de Saúde da Família da Prefeitura Municipal de Florianópolis/SC,especialista em Políticas Públicas e Gestão Estratégica em Saúde e Saúde da Família.

RESUMOIntrodução: A Lei do Exercício Profissional daEnfermagem (LEPE) n° 7.498/86 de 1986¹,regulamentada pelo Decreto n° 94.406/87, regulamentao exercício da Enfermagem. Sendo que Enfermeiro,Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem e,Parteira podem exercer a profissão no país. De acordocom o Código de Ética dos Profissionais deEnfermagem, Resolução COFEN 311/2007² aEnfermagem compreende um componente próprio deconhecimentos técnicos e científicos, atuando napromoção, prevenção, recuperação e reabilitação desaúde, assumindo assim o comprometimento com asaúde e qualidade de vida da pessoa, família ecoletividade. Nesse âmbito os profissionais atuamexercendo sua autonomia, em concomitância com ospreceitos éticos e legais. Nesse sentindo, o processo detrabalho dos profissionais enfermeiros, embasando suasações, está atrelado a protocolos municipais, os quaispossibilitam a ampliação da autonomia profissional,além de ampliar o leque de atuação do enfermeiro noâmbito da atenção básica. A ResidênciaMultiprofissional em Saúde da Família (REMULTIF),nesse contexto, surge como uma possibilidade deinserção destes profissionais na Atenção Primária aSaúde (APS), contribuindo para o aprimoramento equalificação do profissional enfermeiro, nos quatroâmbitos de atuação: assistência, gerência, pesquisa eensino. Neste sentido, o programa REMULTISF domunicípio de Florianópolis tem possibilitado aosresidentes de enfermagem o conhecimento e atuaçãofrente a diferentes protocolos municipais, que fazemparte do processo de trabalho da enfermagem, além derecente processo de estruturação da Sistematização da

Assistência de Enfermagem (SAE) nas unidades deAtenção Básica. Objetivo: Tendo em vista aimportância do processo de trabalho da enfermagem, emespecial do enfermeiro, objetivou-se descrever comoocorre esse processo e quais as implicações deste nacomplementação da formação de residentes. Método:Para tanto foram descritas as experiências desseprocesso, associado a inserção de residentes, no qualparticiparam duas residentes de enfermagem daREMULTISF, juntamente com seus preceptores.Residentes lotadas nos Centros de Saúde (CS) Itacorubie Barra da Lagoa, os quais estão situados no DistritoSanitário Leste e compõe a rede de APS deFlorianópolis. O CS Itacorubi abrange uma população de13.846 habitantes segundo Sistema de Cadastro Familiar(CADFAM), está organizado dentro da Estratégia deSaúde da Família (ESF); conta com 04 equipes de saúdeda família e 02 equipes de saúde bucal, além dosprofissionais que compõe o Núcleo de Apoio à Saúde daFamília (NASF). O CS da Barra da Lagoa abrange umapopulação de 10.517 pessoas segundo o CADFAM;conta com 2 equipes de saúde da família e 2 de saúdebucal, além do atendimento prestado também peloNASF. Ambas as unidades participam do processo deimplantação da SAE na Atenção Básica e também daconstrução e avaliação continua dos protocolosmunicipais. Resultados e Discussão: O serviço deAtenção Primária a Saúde do município de Florianópolisestá organizado por meio da Carteira de serviços da APSdo município de Florianópolis³, a qual tem o objetivo demelhorar a qualidade, ampliar a abrangência e diminuiras iniqüidades na oferta de ações e serviços,estabelecendo normas e diretrizes para que as equipes eserviços de saúde, de forma que sejam adotados os

Fabrizzio et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.156-158 (Ago - Out 2015)

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mesmos fluxos de atendimentos e o processo de trabalhoocorra de forma igualitária na rede. Desta forma,organizando a gestão do trabalho das equipes e serviçosde atenção primária, definindo as atividades assistenciaisoferecidas no âmbito da atenção primária, definindo ospadrões de desempenho para profissionais, equipes eserviços de atenção primária, definindo as necessidadesde educação permanente e desenvolvimento profissionalcontinuado para profissionais e equipes de atençãoprimária, organização das atividades docente-assistenciais de graduação e pós-graduaçãodesenvolvidas na rede de saúde municipal. ConformeCarteira de serviços da APS do município deFlorianópolis³, o profissional enfermeiro está inseridonesse contexto com competências mínimas para a suafunção. As quais envolvem: Territorialização commapeamento da área, identificando grupos, famílias eindivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades. Nessesentido, após a identificação destes, é trabalhado comlistas, por equipe, por meio das quais se observou apossibilidade de organizar esses grupos, famílias eindivíduos, atualizando-as diariamente para facilitar ocontrole da vigilância em saúde; realizar atendimentoclínico individual e coletivo (Consulta de Enfermagem)em todas as faixas etárias e em domicílio, quando houvernecessidade, considerando as necessidades ecaracterísticas locais; realizar atendimento de demandaprogramada, espontânea e classificação derisco/vulnerabilidade, sendo que esses atendimentostambém podem ocorrer na forma de interconsulta, nesta,geralmente, dois ou mais profissionais, avaliam o caso ediscutem a conduta que julgam adequada; elaborar,executar e avaliar projetos terapêuticos em conjunto coma Equipe de Saúde da Família e Núcleo de Apoio aSaúde da Família; realizar Vigilância em Saúde (buscaativa, notificação e acompanhamento de agravos denotificação compulsória e outros de importância local,entre outros); realizar diagnóstico de enfermagem,avaliação de resultados e prescrição da assistência deenfermagem, incluindo solicitação de examescomplementares e prescrição de medicações dacompetência do enfermeiro de acordo com protocolose/ou normativas municipais ou validados pelomunicípio. Atualmente, relacionados a assistência deenfermagem, dispomos de 02 protocolos: Protocolo deAtenção Integral a Saúde da Mulher e de Atenção aHAS, DM, tabagismo, alcoolismo e dislipidemias.Realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos;supervisionar/coordenar Equipe de Enfermagem,incluindo planejamento, organização, supervisão,execução e avaliação dos serviços de assistência deenfermagem e das ações desenvolvidas pelos AgentesComunitários de Saúde (ACS). SupervisionarImunização (Rede de frio, sala de vacina, campanhas devacina, faltosos, cobertura, entre outros); realizar

controle de infecção incluindo monitoramento daesterilização e armazenamento de material. Ser co-responsável junto com o coordenador da unidade nomonitoramento, envio dentro do prazo e qualidade dosregistros dos relatórios pertinentes ao Enfermeiro;realizar os encaminhamentos relacionados aos materiaisde enfermagem quanto à padronização, qualidade equeixas técnicas; planejar, executar e acompanhar odesenvolvimento de atividades docente-assistenciais naunidade, incluindo preceptoria direta de estudantes degraduação e/ou pós-graduação. As informações e osregistros são encontrados no Cadastro do Sistema deProntuário Eletrônico do Centro de Saúde (INFO Saúde)e no CADFAM. O primeiro é atualizado por todos osprofissionais e o segundo é sustentado pelos ACS. Osregistros são realizados na forma de SOAP (Subjetivo,Objetivo, Análise e Plano), atualização da Lista deProblemas e a utilização das classificações CIAP(Classificação Internacional da Atenção Primária) eCIPE (Classificação Internacional para a Prática deEnfermagem), o registro dessas informações associadosaos procedimentos, consulta, entre outros, é essencialvisto que os dados gerados por eles podem ser usadoscomo indicadores de avaliação, planejamento equalidade dos serviços prestados. Como nó crítico nesseprocesso podemos destacar a falta de profissionais narede para a garantia do processo de trabalho, em quepode-se observar falta de profissionais atuantes na ESF,com a incompleta formação de equipes. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: Através destaexperiência, foi possível observar que a regulamentaçãopor meio de protocolos e cartilha das ações doprofissional enfermeiro embasam as práticas diárias daenfermagem, e desta forma, garantem a esse profissionalautonomia e respaldo técnico para estar desenvolvendo oque é da sua competência. A possibilidade de vivenciarestas práticas durante o período da residência temcontribuído significativamente na construção de nossoperfil profissional e olhar integral ao indivíduo, família ecomunidade. Assim, reafirma-se a importância que oaprimoramento constante da prática do profissionalenfermeiro pode ocorrer em diferentes cenários, dentreeles na APS, e faz-se necessário sua busca e atualizaçãocontinua, tendo como objetivo melhoria do serviço e doatendimento prestado.

Palavras-Chave: Enfermagem, Processos deEnfermagem, Atenção Primária a Saúde, Saúde daFamília.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Constituição (1986). Lei nº 7.498, de 25 de junho

de 1986. Regulamenta O Exercício da Enfermagem e daOutras Providências. Brasília, 1986. Disponível em:

Fabrizzio et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.156-158 (Ago - Out 2015)

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[2]. Conselho Federal de Enfermagem. Código de Ética dosProfissionais da Enfermagem. Resolução COFEN n° 311de 08 de fevereiro de 2007. Rio de Janeiro, 2007.Disponível em:http://se.corens.portalcofen.gov.br/codigo-de-etica-resolucao-cofen-3112007

[3]. Florianópolis, Prefeitura Municipal. Carteira de serviçosda Atenção Primária a Saúde do município deFlorianópolis. Florianópolis, 2014.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O SIGNIFICADO DA PATERNIDADE PARA O SER-PAI-ADOLESCENDO: POSSIBILIDADE PARA O CUIDADO

DE ENFERMAGEMDHIANE TERRIBILE1, LUANA PATRÍCIA VALANDRO1, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS2,TASSIANA POTRICH3, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE4, CRHIS NETTO DE BRUM3

1. Enfermeira. Graduada em Enfermagem. Hospital Regional do Oeste; 2. Graduanda em Enfermagem. Universidade Federal daFronteira Sul, Campus Chapecó. 3. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Universidade da Federal da Fronteira Sul. CampusChapecó; 4. Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Universidade Federal de Santa Maria.

RESUMOIntrodução: A paternidade na adolescência promovemudanças e estabelece novos papéis, como o de seradolescente e ser pai frente à família e a sociedade1. Aodefrontar-se com essa possibilidade o adolescente podevir a apresentar dificuldades em lidar com tal situação,pois passa a vivenciar algo que assumiria somente navida adulta2. Porém, essas dificuldades podem serenfrentadas mais facilmente se existir uma estrutura deapoio que os auxilie nos momentos de dúvidas, aexemplo dos serviços de saúde. Esse apoio podeestimular a participação ativa do pai na gestação, nacriação e educação do filho2. Pois muitas vezes, o paiadolescente distancia-se da gestação e da paternidadesimplesmente porque é afastado, tanto pela família, quepassa a assumir sozinha os cuidados com a gestante,como pela sociedade que acaba considerando oadolescente como irresponsável e reprovando apaternidade nessa fase. Mesmo quando um adolescentedeseja assumir um papel ativo como pai as instituições,tanto de saúde como de educação, parecem-lhe recusaresse direito, pois existem inúmeros serviços para cuidarda gestante adolescente, mas são poucos que sepreocupam com o pai adolescente3. Objetivo:Compreender o significado da vivência do adolescenteacerca da paternidade. Método: Pesquisa qualitativa deabordagem fenomenológica sustentada no referencialteórico-filosófico-metodológico de Martin Heidegger. Ocenário para produção dos dados foram dois Centros deSaúde da Família (CSF) do município de Chapecó/SC.Os sujeitos envolvidos foram cinco pais, na faixa etáriados 18 aos 24 anos de idade. Os critérios de inclusãoforam: adolescentes que vivenciaram a paternidade emque a companheira estava em acompanhamento de pré-natal ou de puericultura e/ou que sua família fossecadastrada no CSF. Foram excluídos os pais que

vivenciaram a paternidade de filhos não biológicos. Aprodução dos dados ocorreu a partir da entrevistafenomenológica com a seguinte questão de pesquisa:Como foi/ é para você ser pai? Após a primeiraentrevista, e posterior análise, sentiu-se a necessidade deacrescentar uma segunda questão orientadora: comofoi/é o seu dia-a-dia com a descoberta da paternidade?Aanálise dos dados pautou-se no primeiro momentometódico proposto por Martin Heidegger, acompreensão vaga e mediana4,5. Sendoassim,composição dos resultados e discussãotranscorrem pela historiografia; discursofenomenológico; pelos depoimentos dos adolescentesculminando com o fio condutor4.A pesquisa foi aprovadapelo Comitê de Ética em Pesquisa da UniversidadeFederal da Fronteira Sul/Campus Chapecó, sob onúmero do protocolo 753.433 de 20 de agosto de 2014.Resultados: A partir das entrevistas e do que foirelatado pelo ser-pai-adolescendo, possibilitou construirsua historiografia. A historiografia está sustentada nadimensão ôntica dos sujeitos, neste caso, do ser-pai.Implica no ente histórico uma vez que encontra no seupassado, possibilidades para (re)significar seu presente4.Dentre os adolescentes, um tinha 18 anos, um 19 anos;um 21 anos, um, 22 anos e um 24 anos, quatro viviamcom a companheira; dois não completaram o ensinofundamental e dois não concluíram o ensino médio,apenas um dos entrevistados concluiu o ensino médio;dois se encontravam no mercado de trabalho formal,dois no informal e um estava desempregado; quatrovivenciavam a paternidade pela primeira vez e apenasum deles havia planejado a gravidez.Em conformidadecom os depoimentos, foram desveladas duas unidades designificação: US1 - Sempre sonhou em ser pai, nãopensava nisso para agora, quando soube desejou o filho,e, US2 - Não tinha planos para o futuro, com a notícia

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começa a planejá-lo. Pensa em viver bem com o filho e afamília para ser pai de verdade. Na US1, foi possíveldesvelar facetas do seu cotidiano ao vivenciar apaternidade, demonstra que ao longo de sua vidadesejaram-na e que desde antes sonhava com estemomento. Anunciam que queriam ter seus própriosfilhos. [...] meu sonho era se pai [...] eu sempre quis terum filho [...]. (A1)[...] então eu queria ter um filho meu[...]. (A2)O depoimento do ser-pai-adolescendo,expressa que não pensava nisso para este momento desua vida, achava que seria pai no futuro. Aponta para apossibilidade de ser pai após a conclusão dos estudos dacompanheira. [...] eu achava que ia se pai depois dos 30anos [...]. (A1)[...] bem mais lá pra frente [...] depois queela [companheira] terminasse a faculdade [...]. (A3) NaUS2, o discurso do ser-pai-adolescente, demonstra queao saber que seria pai os planos para o futuro foramrestabelecidos. A vida de brincadeiras, onde não tinhamplanos foi deixada de lado. A paternidade trouxe umrumo novo para suas vidas trazendo-lhes maisresponsabilidades e compromisso. O filho parece fazerpensar em obrigações e responsabilidades ao revelar odesejo de voltar a estudar. [...] não tinha muito plano devida [...] pensava só em locuragem [...]. (A1)É... tem queter bem mais compromisso, néh [...] eu quero voltarestudar ainda [...]. (A3)Com a chegada do filho passa aplanejar seu futuro, a apresentar maiores preocupações,pois precisa trabalhar para sustentar o filho. A vivênciada paternidade é significada pelo ser-pai-adolescendocomo o cuidado com que precisa ter, bem como quantodesejo de estar presente na vida do filho. Tem quetrabalha [...] construir tudo para o nenê [...]. (A1) [...] tasempre junto, não me afasta dele [...]. (A2)Tem quecuida [...] trabalha por que o bebê que precisa da gente.(A5) O ser-pai-adolescendo revela a vontade de ter umafamília estruturada, para que seus filhos possam viverem boas condições afetivas, além disso, querem educá-los, ensinar-lhes o que é certo. Demonstram ainda, queconsideram importante os filhos irem a escola, assimpensam que serão bons pais.[...] na verdade eu queriaconstruir uma família [...]. Quero dar educação pra ela[filha] quero sabe se um pai de verdade, passar o queaprendi. (A1)[...] quero que ela [filha] estude [...] pra ela[filha] cresce bem [...] e faze a coisa certa [...]. (A4) Oser-pai-adolescendo ao significar a vivência dapaternidade expressa que a desejou, mesmo não tendoplanejado o filho. Demonstra aumento dasresponsabilidades e a possibilidade de retornar aosestudos. Revela a vontade de cuidar do filho e estarpresente na vida dele. Deseja ter uma família estruturadae preocupa-se com a educação dos filhos, achaimportante que frequentem a escola, pois quer ser um paide verdade. As unidades de significação delinearam oconceito de ser, que é fio condutor para oestabelecimento da compreensão do ser4 o qual apontou:

ser-pai-adolescendo. A consolidação desse conceitodesvela como o ser-pai-adolescendo se compreende.Ressalta-se que o “adolescendo” foi constituído pormeio do que Heidegger aponta sobre a utilização dogerúndio na constituição das palavras. Remete a tudo oque o ser realiza, é o movimento necessário para que afenomenologia existencialista se mantenha em seuconstante vir-a-ser. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: A vivência da paternidade apontou acompreensão do ser-pai-adolescendo o qual manifestouo desejo quanto a paternidade, apesar de não tê-laplanejado para esta fase de sua vida. O fenômeno trouxepara sua vida o aumento das responsabilidades e doscompromissos. Compreende a paternidade como umaoportunidade para oferecer educação e ensinar-lhe tudoque aprendeu com seus pais. Assim, se mostram em seucotidiano ao significarem a paternidade como umapossibilidade de mudança em sua vida. Diante disso, oestudo poderá contribuir no direcionamento daassistência prestada ao ser-pai-adolescendo, a partir daeducação em saúde. Essa educação em saúde poderá serrealizada por meio de uma sensibilização, fazendo comque o ser-pai-adolescendo se sinta inserido, a partir daidentificação de suas potencialidades e habilidades decuidado, no que se refere ao crescimento edesenvolvimento de seu filho. Ainda, o enfermeiropoderá estimular a participação do ser-pai-adolescendona consulta de pré-natal e puericultura, permitindomomentos em que ele possa esclarecer suas dúvidas.Este estudo limita-se pelo fato de ter sido desenvolvido oprimeiro momento metódico proposto por Heidegger, acompreensão vaga e mediana, apontando para apossibilidade de continuidade da pesquisa ao realizar-seo segundo momento metódico a análise interpretativa,hermenêutica. Destaca-se ainda a dificuldade emencontrar o ser-pai-adolescendo nos CSF, além dadificuldade de fazê-lo relatar sobre sua vivência. Porémenfatiza-se a importante contribuição que foi dar voz aoser-pai-adolescendo para que pudesse significar aexperiência da paternidade.

Palavras-Chave: Saúde do Adolescente, Paternidade

REFERÊNCIAS[1]. Barreto ACM, Almeida IS, Ribeiro IB, Tavares

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[3]. Gomes SMTA. Maternidade e paternidade responsáveisna adolescência. AdolescSaude. 2006; 3(3):11-17.

[4]. Haidegger M. Ser e tempo. Tradução de Márcia de SáCavalcante Shuback. 4a edição. Petrópolis: Vozes. 2009.

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Vol.11,n.3,pp.162-164 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O TRABALHO DE UMA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NARECUPERAÇÃO DE UM FUNCIONÁRIO APÓS

ACIDENTE DE TRABALHO

BRUNA RAQUEL KESSLER1, ROSANA AMORA ASCARI2, NARAIIANE FERMINO3, CARINEPROVENSI3

1. Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho pelo Centro Sul Brasileiro de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação(CENSUPEG); 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente do Departamento de Enfermagem daUniversidade do Estado de Santa Catarina e Docente do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação (CENSUPEG);3. Acadêmica do Curso de Graduação em Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: O trabalhador que era livre para vender suaforça de trabalho, com a Revolução Industrial, tornou-seobrigado a ceder sua liberdade para a máquina na buscapela sobrevivência e acumulação de capital. As jornadasextenuantes, em ambientes extremamente desfavoráveisà saúde, eram frequentemente incompatíveis com a vidatrazendo sérias consequências, tais como, as doençasoriginadas no trabalho. Porém, estas são percebidassomente em estágios avançados, até porque muitas delas,em suas fases iniciais, apresentam sintomas comuns aoutras patologias. Torna-se difícil, sob essa ótica,identificar os processos que as geraram, bem maisamplos que a mera exposição a um agente exclusivo.Neste contexto de exposição a ambientes insalubres, otrabalhador muitas vezes se encontra sob pressão,aumentando o risco de acidente de trabalho. Oabsenteísmo torna-se cada vez mais frequente, o quediminui a qualidade e a produtividade do trabalhador.Em decorrência do avanço das legislações na área desaúde do trabalhador, as empresas investiram naformação de equipe multidisciplinar para atuação namedicina ocupacional, ou seja, na busca da minimizaçãodos riscos laborais e promoção da saúde do indivíduo noambiente de trabalho. O enfermeiro exerce papelfundamental na recuperação de um funcionário após umacidente de trabalho, algumas vezes é nele que ofuncionário mais confia. As visitas domiciliares e oacompanhamento do funcionário após o acidente detrabalho afetam diretamente o retorno do mesmo à suaantiga função. E quando o retorno ao trabalho exigemudança de função/atividade, o enfermeiro, junto com aequipe multidisciplinar deve fornecer todo o apoio para aadaptação deste funcionário em sua nova função. É

dever do empregador fornecer uma equipemultidisciplinar para proporcionar a seus empregadossegurança e higiene no local de trabalho, conformeDecreto da lei nº 7.036 de novembro de 1944. Oenfermeiro do trabalho deve fornecer todo apoio que ofuncionário necessita após um acidente de trabalho,incluindo a visita domiciliar e o apoio à sua reinserçãona empresa após o acidente de trabalho, o que possibilitaconhecer melhor a situação do trabalhador e suasnecessidades para recuperação. O custo para empresapor funcionário afastado é elevado por gerar gastos ediminuir a produção. Para contrapor esta situação,foram implantadas equipes multidisciplinares, que entreoutras coisas, auxiliam o trabalhador na recuperação desua saúde, diminuindo assim os gastos da empresa emtempo e treinamento para capacitação de outrosfuncionários. Tendo como ponto de partida a referidalegislação, emerge o seguinte questionamento: A demorado retorno do funcionário ao trabalho está vinculada afalta de atenção e acompanhamento do funcionário pelaempresa? Objetivo: Conhecer o papel da equipemultidisciplinar na reabilitação do trabalhador e suareinserção na empresa após um acidente de trabalho.Métodos: Trata-se de um estudo de revisão narrativa daliteratura, através dos bancos de dados disponíveiseletronicamente na biblioteca virtual em saúde -BVS.Além disso, foram utilizados livros e outrosmanuscritos para a discussão dos resultados. O períodode estudo compreendeu os meses de abril à junho de2012. Para seleção dos artigos utilizou-se como critériosde inclusão: artigos publicados no período de 2006 a2011, produção nacional, disponíveis em texto completoonline, tendo Brasil como país de publicação no idiomaportuguês. Os descritores utilizados para a busca dosartigos foram “Enfermagem do Trabalho”; “Saúde

Kessler et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.162-164 (Ago - Out 2015)

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Ocupacional”; “Reabilitação Profissional” e“Absenteísmo”, resultando em 3218 manuscritos. Apósaplicação dos critérios de inclusão e exclusão e leiturados títulos e resumos na busca de evidência pararesponder o objetivo deste estudo, sete artigos foramincluídos na revisão narrativa da literatura, os quaisforam lidos na íntegra e seus dados transcritos para umformulário específico possibilitando a análise dosresultados. Por questões éticas, todas as autorias dosmanuscritos utilizados nesta revisão foram citadas nocapítulo das referências. Resultados e Discussão: Nestarevisão de literatura foram encontrados sete artigos. Omanuscrito “Aspectos relacionados ao processo deretorno ao trabalho de indivíduos com desordensmusculoesqueléticas do membro superior: umabibliografia comentada” aborda sobre o apoio que aempresa e os colegas deveriam oferecer ao indivíduo noretorno ao trabalho, além da reabilitação física epsicológica, do suporte familiar e social. Porém não háprogramas de reabilitação nas empresas, apesar danecessidade do retorno ao trabalho após doença ou lesãoem membro superior, para evitar o desgaste emocional eperdas pessoais para o trabalhador, e custos envolvidosneste processo. Assim, as empresas devem criar umprograma de reabilitação, levando em conta que aspessoas devem ser consideradas parceiras dasorganizações, cujos objetivos tanto pessoais quantoorganizacionais caminham em uma mesma direção. Oestudo intitulado “Reabilitação profissional no Brasil:elementos para a construção de uma política pública”permitiu compreender a necessidade de uma políticapública de reabilitação profissional, pois o trabalhadorcom incapacidade parcial está perdendo seu benefíciosem passar por uma reabilitação adequada para suareinserção no mercado de trabalho, e ao mesmo temponão é aprovado nos exames de retorno ao trabalho quesua empresa faz. A reabilitação profissional, é um meiode reinclusão social de trabalhadores com restrições, fazparte das conquistas futuras na trajetória da construçãode um estado de bem-estar social, o que exige diretrizesclaras por parte do Estado, como condutor desteprocesso, com definições conceituais, legais eintersetoriais, e com o desenvolvimento de projetoslocais e regionais1. Outro estudo relata sobre aimportância de um profissional auxiliar no processo devolta ao trabalho, tanto para analisar uma mudançatemporária de setor, quanto orientar para deixar oshorários flexíveis para continuar o tratamento e adaptar afunção às dificuldades no desempenho2. As lesões demãos demandam de um maior tempo de tratamento e deabsenteísmo, resultando em níveis de incapacidademaiores do que em outras condições, porém com ummaior tempo de reabilitação a pessoa retorna ao trabalhoe de lá o profissional de reabilitação pode acompanhar odesenvolvimento do trabalhador ao longo do processo,

intervindo de acordo com as necessidades apresentadasem cada fase2; Estudo sinaliza como melhorar aergonomia no trabalho, planejando as condições em queo trabalhador vai desempenhar sua função, ficando aequipe multidisciplinar responsável para encontrarformas de minimizar as inadequações do ambiente detrabalho. A reabilitação pós-trauma só é evidente emcasos que se preocupam com a recuperação funcional eemocional e a inserção destas pessoas na comunidade.Porém predomina a visão de que as deficiências deorigem traumática acompanham a restrição dasatividades e da participação social, com perda daqualidade de vida3. Um artigo relata o retorno dotrabalhador a seu posto após acidente de trabalho. Oscasos de retorno ao trabalho é muito baixo e o índice deaposentadoria foi alto, devido à média de idade na épocada amputação e etiologia vascular prevalente,geralmente associada com outros fatores4. O atraso noencaminhamento e na inclusão do amputado emprograma de reabilitação, por falta de condiçõestécnicas, é uma característica fortemente determinantedo resultado final de todo trabalho da equipemultidisciplinar de reabilitação. O papel do enfermeirona reabilitação de pacientes foi abordado num estudo emque os autores sinalizam a importância de um bomrelacionamento entre membros da equipemultidisciplinar e as qualificações do enfermeiro paraque haja um bom processo de reabilitação5. Aefetividade da equipe está diretamente vinculada com onível de esforço coletivo empreendido pelos membrospara produzir os resultados da tarefa, da quantidade deconhecimentos e habilidades que esses trazem paradesenvolvê-la e do grau de adequação das estratégias dedesempenho por eles escolhidas. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: Podemos concluirque a equipe multidisciplinar esta diretamente envolvidano retorno ao trabalho do funcionario, pois a partir destao paciente recebe informações, cuidados e reabilitaçãopara voltar o mais rápido possível ao seu posto detrabalho. Contudo, ainda não há políticas públicasespecíficas para a temática em questão. Observou-se, anecessidade de um profissional para orientar a volta dofuncionário ao trabalho na empresa com todas suasnecessidades asseguradas. A área de saúde ocupacionalpermite o planejamento das ações da equipemultidisciplinar, a sistematização da assistência, adiscussão das decisões a serem tomadas e odesenvolvimento de atividades que promovam o bem-estar físico e psíquico do trabalhador.

Palavras-Chave: Enfermagem do Trabalho, SaúdeOcupacional, Reabilitação Profissional, Absenteísmo.

Kessler et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.162-164 (Ago - Out 2015)

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Vol.11,n.3,pp.165-166 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDENA SAÚDE DA CRIANÇA

ALESSANDRA PAIZ1, TASSIANA POTRICH2, ÉRICA DE BRITO PITILIN2, VANESSA APARECIDAGASPARIN3, IASMIM CRISTINA ZILIO3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS, campus Chapecó/SC; 2. Mestre em Enfermagempela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Professora Assistencial da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS,campus Chapecó/SC; 3. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: O Único de Saúde (SUS) tem comoprincípios norteadores a universalidade, a equidade e aintegralidade de atenção à saúde da população brasileira,os quais são capazes de garantir o acesso universal destaaos bens e serviços que garantam sua saúde e bem estar,de forma equitativa e integral. Como diretrizes políticas,organizativas e operacionais, que apontam como deveser estruturado esse novo modelo de atenção à saúdeestão a descentralização, a regionalização, ahierarquização e a participação social1. Visando garantira efetivação desses princípios e diretrizes, comoimportante estratégia de consolidação do SUS, oMinistério da Saúde regulamentou em 1991 o Programade Agentes Comunitário de Saúde (PACS). Esteprograma foi inspirado em experiências de prevenção dedoenças por meio de informações e de orientações sobrecuidados de saúde, principalmente na região Nordeste dopaís2. O Agente Comunitário de saúde (ACS) constitui-se como ligação entre a comunidade e os serviços desaúde, sendo responsáveis por reconhecer asadversidades e necessidades de saúde da população. Noque se refere à saúde da criança, podem, em companhiacom a equipe de saúde da família, identificar e planejarestratégias que possibilitam contribuir para ocrescimento e desenvolvimento saudável do públicoinfantil. Os ACS compreendem hoje, no Brasil, mais de200 mil profissionais atuantes espalhados por todo oterritório nacional, fazendo parte de equipesmultiprofissionais nas Estratégias da Saúde da Família(ESF), ou ainda atuando como PACSnos municípios queainda não aderiram à ESF nas unidades de saúde3. Noestado de Santa Catarinahá um total de 9.270 ACS,cobrindo todos os municípios do estado, sendo que emChapecó esses profissionais somam um total de 267ACS, atuando em seu território, visitando todas asfamílias, dando maior ênfase aos grupos que requeremmaior atenção, em especial as crianças de 0 a 5 anos4. A

necessidade de realizar este estudo se justificou, poisapesar do PACS estar vigente no país já há alguns anos ea profissão ser regulamentada desde 2002 pela leinúmero 10507 ainda encontram-se dificuldades para aatuação desses profissionais. Isso é percebidoprincipalmente em relação à saúde da criança, por estaser uma temática tão singular e especifica, exigindo umconhecimento mais amplo por parte desses profissionais.Objetivo: Descrever as dificuldades e facilidades daatuação do ACS na saúde da criança. Método: Trata-sede uma revisão narrativa da literatura. A questão depesquisa compreendeu: O que se têm publicado naliteratura científica sobre a atuação do agentecomunitário de saúde frente à saúde da criança? A buscabibliográfica ocorreu em abril de 2014 e foidesenvolvida na Biblioteca Virtual em Saúde, na base dedados eletrônica Literatura Latino-Americana e doCaribe em Ciências da Saúde (LILACS), na MedicalLiterature Analysis and Retrieval System Online(MEDLINE), e na Base de Dados da Enfermagem(BDENF). Utilizaram- se os descritores "Agentecomunitário de saúde and lactente or criança or saúde dacriança and enfermagem”. Para a seleção dos estudos,adotou-se os seguintes critérios de inclusão: responder àtemática, estar online, gratuitos e disponíveis na íntegra;nos idiomas português ou,inglês ou espanhol. Comocritérios de exclusão: artigos incompletos, teses,dissertações ou manuais ministeriais e capítulos delivros. Forma identificadas 501 produções, sendo que,após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusãototalizaram-se 12 produções selecionadas para o estudo.Para a coleta de dados dos artigos selecionadosconstruiu-se um quadro pelas próprias autoras, contendoos seguintes itens: referência, procedência do estudo,objetivo, delineamento e principais resultados.Resultados: Dos doze estudos, seis foram realizados noBrasil, um estudo realizado nos Estados Unidos, umestudo na Holanda, três estudos realizados na África(Uganda, Kênya e Zâmbia) e um estudo realizado em

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Bangladesh. Quanto ao delineamento da pesquisa, 10estudos com abordagem qualitativa (83,33%) e doisestudos com abordagem quantitativa (16,66%). Quanto àárea do conhecimento foram encontrados 6 artigos damedicina (50%), 1 artigo de ACS (8,33%), 1 artigo daenfermagem (8,33%), 1 artigo da nutrição (8,33%), 1artigo da odontologia, medicina e enfermagem (8,33%) e2 artigos publicados pelo Departamento de Saúde daCriança da Unicef e Organização Mundial de Saúde(16.6%). Quanto ao ano de publicação, 5 artigos forampublicados no ano de 2012 (41,66%), 2 artigos no ano de2011 (16,66%), 1 artigo no ano de 2010 (8,33%), 2artigos no ano de 2009 (16,66%), 1 artigo em 2008(8,33%) e 1 em 2002 (8,33%). No que diz respeito asfacilidades encontradas na atuação dos ACS frente àsaúde da criança, tem-se os seguintes pontos: o fato dosACS serem pessoas da própria comunidade, residirem noterritório da ESF, facilita o desenvolvimento do trabalhodesse profissional pela proximidade que têm com arealidade do local. Esses profissionais realizam visitasdomiciliares pelo menos uma vez a cada mês para asfamílias de seu território. Pelo fato de estarem sempreem contato com a comunidade, os ACS estabelecemvínculo e relação de confiança, escutando de forma ativaas necessidades de saúde dessa população repassandopara os demais profissionais da equipe de saúde para queos encaminhamentos necessários sejam feitos. Outrofator facilitador para o trabalho dos ACS é o bomrecebimento destes por parte da comunidade. As famíliassão receptivas, estabelecem conversa com essesprofissionais, relatam sua situação de saúde e tiramdúvidas acerca de cuidados com as crianças. Essesprofissionais respondem e orientam aquilo que temsegurança, nos assuntos em que possuem dúvidas,recorrem ao enfermeiro da unidade de saúde e retornamao domicílio para levar a orientação e sanar a dúvida dasfamílias. No que tange as dificuldades encontradas naatuação dos ACS frente à saúde da criança tem-se a faltade planejamento para a realização das visitasdomiciliares às famílias com crianças. Estas visitas sãorealizadas, muitas vezes, somente com a finalidade deobtenção dos dados para alimentar os sistemas deinformação e de forma muito rápida, não ouvindo deforma ativa as necessidades de saúde das crianças edessa forma não obtendo dados valiosos e não realizandoatividades de educação em saúde. Outra dificuldadeencontrada são as grandes extensões territoriais, as quaisfazem com que os profissionais dispensem muito tempocom o deslocamento, restando pouco tempo para arealização das visitas, ou também diminuindo o númerode famílias visitadas a cada dia. Além disso, o fato denão encontrar as mães em casa é um impecílio, poisdessa forma não realizam a visita e ainda necessitamretornar àquele domicílio em outro dia. Consideraçõesfinais e Contribuições para a Enfermagem: Diante do

exposto, do ACS no âmbito da criança pode-se perceberque esses profissionais possuem um leque muito grandede opções e possibilidade de desenvolvimento deatividades no domicilio. Essas atividades contribuempara efetivar as ações que são de competência dessesprofissionais, bem como garantir as ações propostas peloPAISC como garantia da saúde das crianças de 0 a 5anos.Uma cobertura territorial assegurado pelo ESF etendo presente constantemente a visita dos ACS,contribui para um menor desenvolvimento de agravos napopulação infantil, pois estando em constanteacompanhamento pela equipe de saúde irá crescer edesenvolver-se de forma saudável. Vale ressaltar aimportância do profissional enfermeiro em identificar asdificuldades no trabalho das ACS e, a partir disto,oportunizar espaços de discussão e reflexão que possamauxiliar esses profissionais no desempenho de suasfunções. Desta forma consigam realizar uma escutaqualificada, diagnosticar necessidades de saúde e,juntamente com a equipe, oportunizar um atendimentoqualificado à essa população. Assim, a criança/família sesentirá assistida e o ACS se sentirá preparado paradesenvolver seu papel na comunidade.

Palavras-Chave: Agente Comunitário de Saúde;Saúde da criança; Atenção primária a saúde.

REFERÊNCIAS[1]. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz e Escola

Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. O sistemaÚnico de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde. 2009.

[2]. Silva JM, Caldeira AP. Modelo assistencial e indicadoresde qualidade de qualidade da assistência: percepção dosprofissionais da atenção primária à saúde. Caderno deSaúde Pública. 2010; 26(6):123-33.

[3]. Nascimento GM,David HMSL. Avaliação de risco notrabalho dos agentes comunitários de saúde: um processoparticipativo. Revista de Enfermagem da UFRJ. 2008;4(16):66-79.

[4]. Ministério da Saúde. Sistemas de Informação em Saúde.Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde –CNES.Brasília: Ministério da Saúde: 2014. [acesso28jun. 2014]. Disponível em:http://cnes.datasus.gov.br/Mod_Ind_Equipes.asp

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

O USO DE METÓDOS PEDAGÓGICOS NO PROCESSOENSINO APRENDIZAGEM NA PERCEPÇÃO DE

GRADUANDOS EM ENFERMAGEM

DAIANE SCHUCK1, LEILA SCHMATZ’, MARIZETE PIGATO TOLDO1, JULIA VALÉRIA DE OLIVEIRAVARGAS BITENCOURT2, KÁTIA LILIAN SEDREZ CELICH3, LEONI ZENEVICZ3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, campus Chapecó/SC; 2. Enfermeira. Mestre emEnfermagem. Professora Assistencial do Curso de Bacharel em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS,campus Chapecó/SC; 3. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Professora Assistencial do Curso de Bacharel em Enfermagem daUniversidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: Vivemos em uma sociedade que cresce e sedesenvolve rapidamente, na qual o conhecimento tem setornado uma ferramenta indispensável para essatransformação e evolução. As novas tecnologias decomunicação acabam por gerarem transformações nomodelo de educação, já que impulsionam muitas dasmudanças nas estratégias educativas. Dessa formadevemos ser capazes de acompanhar esse crescimento,capazes de analisar situações complexas, de optar demaneira rápida e refletida por estratégias adaptadas aosobjetivos e exigências éticas, de escolher entre umaampla gama de conhecimentos, técnicas e instrumentos,e modificar, de maneira crítica, nossas ações eresultados1. A enfermagem ao longo de sua história temfeito esforços para desenvolver-se profissionalmente,buscando um raciocínio cada vez mais crítico reflexivo.De acordo com a história, a formação dos profissionaisde saúde tem sido pautada no uso de metodologiastradicionais ou paternalistas, na qual o educador é quemdetém todo o conhecimento e o transmite, e aoeducando, que é visto como um recipiente vazio a serpreenchido com informações, cabe a retenção e repetiçãodo mesmo. Esses modelos de educação além de seremopressivos, não permitem que o estudante questione euse sua criatividade, nem tão pouco exponha suaopinião, levando a acomodação do mesmo2. Na tentativade reformulação e renovação do modelo de educaçãoentram as metodologias ativas. As metodologias ativascompreendem um conjunto de estratégias de ensino emque o estudante é o protagonista central, corresponsávelpela sua trajetória educacional, e o professor seapresenta como coadjuvante, um facilitador dasexperiências relacionadas ao processo de aprendizagem;assume um papel de mediador/facilitador, apoiando,

ajudando, desafiando, provocando e incentivando aconstrução do conhecimento3. Objetivos: Dessa forma,este estudo teve como objetivo analisar a visão que osestudantes do Curso de Enfermagem de umaUniversidade Federal do Oeste no Sul do Brasil possuemsobre o processo de ensino/aprendizagem ao longo dagraduação. Métodos: Trata-se de um estudo comabordagem qualitativa, exploratória e descritiva,realizado com estudantes das 6ª, 8ª e 10ª fases,justificando-se tal seleção, considerando que no semestrede coleta de dados, ocorrido de setembro a outubro de2014, estavam cursando somente as fases pares, vistoque, na referida instituição a entrada é anual.Ressaltando-se que adotou-se como critérios de inclusãoa exigência de que o estudante já tivesse desenvolvidoatividade prática em serviços de saúde, que se inicia na4ª fase, em um período de tempo não inferior a umsemestre; portanto foram excluídos os estudantes das 2ªe 4ª fases, referente ao período de coleta de dados. Comométodo de coleta dados, foi utilizado a formação dogrupo focal, agendando-se um grupo focal para cada faseparticipante do estudo, conforme disponibilidade eviabilidade do grupo, logo, foram realizados um total de3 grupos focais. Para nortear o debate sobre a temáticautilizou-se um formulário semiestruturado de pesquisa,havendo permissão para a gravação do diálogo do grupo.As falas transcritas foram identificadas por fase e nãopor participante individualmente e as fases foramcodificadas por cores: amarelo, verde e vermelho. Oprojeto de pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética empesquisa (CEP) cujo protocolo é:25949313.5.0000.5564. O número de participantes decada grupo focal foi composto por todos os estudantesde cada fase que aceitaram participar do estudo eassinaram o Termo de Consentimento Livre e

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Esclarecido (TCLE), os mesmos foram abordados, emsala de aula, havendo autorização prévia do professorque encontrava-se em atividade com a turma, quandoconversou-se com os estudantes explicando a propostada pesquisa. Para a 6ª fase o grupo formou-se com 10participantes, na 8ª foram 7 participantes e na 10ª foram9 participantes. Resultados: A partir da análise de dadoscoletados emergiram 3 categorias: Estrutura Curricular eMetodologias de Ensino/Aprendizagem; FerramentasPedagógicas e Formação Critica e Reflexiva doEstudante em Enfermagem. A proposta pedagógica dauniversidade em estudo elenca em seus princípioscompromissos como o contexto histórico,socioeconômico e político da educação superior, ondeatravés da democratização realiza atividades de ensino,pesquisa e extensão. Desta forma busca que a formaçãodos graduandos seja de forma que possibilite autonomiapara pensar e agir, assim, sejam capazes de autoconstruirseu conhecimento, desenvolver suas habilidades e deatuar no mercado de trabalho sendo um profissionalresponsável, crítico/reflexivo, comprometido e apto atomadas de decisão. Portanto, quanto a abordagem doprocesso pedagógico, os estudantes relatam dificuldadese rupturas, destacando que os métodos deensino/aprendizagem adotados por vezes não incluem oestudante, de modo, que possam, se perceber co-participantes desse processo, sinalizando a adoção demétodos diversificados, isto é, tradicionais e nãotradicionais. Assim sendo, destacaram, que quando osmétodos de ensino são inovadores, os conteúdos tornam-se relevantes, favorecendo a curiosidade para oaprendizado e envolvimento. Quando questionados sobreas estratégias de ensino que mais lhe chamaram atenção,relatam o uso do estudo dirigido, passe e repassa, quiz,gincanas, portfólio, seminários entre outros. Sendo essasferramentas de uma forma geral, avaliadas de maneirapositiva. Grande parte destas são consideradas métodosativos de aprendizado que caracterizam uma proposta demetodologia inovadora, com novos desafios a seremsuperados, inserindo, assim, o estudante no contexto doaprendizado como sujeito ativo na construção de seuconhecimento. A respeito da ferramenta pedagógicaseminário os estudantes referem que o conteúdo damatéria é dividido em grupos e são eles quem elaborame apresentam, assumindo o papel do professor. Muitasvezes os seminários acabam deixando lacunas ondeapenas o professor capacitado teria condições adequadasde suprir. Reforçam que estes seminários são lançados aeles, sem uma construção conjunta e orientada peloprofessor. Evidenciou-se assim, que a ferramentapedagógica seminário é um ponto a ser analisado erepensado pelos professores. É importante que osprofessores estabeleçam um roteiro, o qual norteie osestudantes. O professor deve orientar os estudantespreviamente e deixar claro os pontos chaves que

precisam ser apresentados durante o seminário, bemcomo quais serão os critérios de avaliação. Em relação àterceira categoria, referente ao processo de formaçãoconstruído na coletividade, os estudantes sentem-sepreocupados com os trabalhos realizados em grupo nasala de aula, sem direcionamento, ou aleatórios, comrepercussão possivelmente insignificante para a futuraprática profissional do enfermeiro. Mas demonstram quea socialização é importante, pois o aprendizadoconstruído de forma coletiva contribui para odesenvolvimento profissional, porém este deve seradaptado e direcionado a situações vivenciadas no futurocotidiano profissional, para que dessa forma enriqueça oconhecimento científico, reportando aos estudantes apossibilidade de refletir criticamente e expressar suaopinião. O professor necessita ser facilitador, criarvínculo com o estudante, buscando a interação eparticipação deste, ativa na graduação e na sociedade,estimulando a ser um indivíduo crítico/reflexivo, cominiciativa e responsabilidade. Conclusão eContribuições para Enfermagem: Verificamos o usode metodologias inovadoras em alguns componentescurriculares e os estudantes percebem a importância doprofessor atuar como facilitador no seu processo deensino/aprendizado, sendo que na relação entre professore aluno essa forma de atuação do professor contribuipara o desenvolvimento do aluno critico/reflexivo. Paraos estudantes as ferramentas pedagógicas adotadas peloprofessor facilitador fornecem suporte e incrementam adinâmica em sala de aula, cativando o interesse peloassunto apresentado. Proporcionando cada vez mais ainiciativa em ser um aluno crítico, reflexivo eparticipativo. Todavia não basta trazer ferramentas deensino, depende da forma de apropriação destas para seradequadas ou não no processo de formaçãocritico/reflexivo. Propomos a substituição do ensinotradicional com ferramentas pedagógicas inovadoras,bem elaboradas e apropriadas para o desenvolvimento daautonomia, do agir e do pensar durante a graduação parapossível aplicabilidade na sociedade em que osestudantes estão inseridos e no seu futuro profissional. Otipo de formação pedagógica que estudante recebedurante a graduação é de grande relevância e implicadiretamente para o Sistema Único de Saúde (SUS), poiseste será futuramente um profissional a trabalhar nosistema. Dessa maneira, necessita ser um indivíduocrítico/ reflexivo, capaz de agir, interagir e tomardecisões de forma concisa e dinâmica no seu ambientede trabalho. Diante ao exposto, faz-se necessário umaredefinição dos processos de formação e adequação doscurrículos através de projetos pedagógicos, cujasexigências requeiram a preparação de profissionais maisqualificados e comprometidos em efetuar as mudançasnecessárias no fortalecimento e na consolidação donosso SUS4.

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Palavras-Chave: Aprendizagem; Estudantes deEnfermagem; Educação.

REFERÊNCIAS[1]. Wall ML, Prado ML, Carraro TE. A experiência de

realizar um Estágio Docência aplicando metodologiasativas. Acta Paul Enferm. 2008; 21(3): 515-19.

[2]. Mitre SM et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem na formação profissional em saúde:debates atuais. Ciência & Saúde Coletiva. 2008; 13(2):2133-44.

[3]. Prado ML et al. Arco de Charles Maguerez: refletindoestratégias de metodologia ativa na formação deprofissionais de saúde. Esc Anna Nery. 2012; 16(1): 172-77.

[4]. Costa RKS, Miranda FAN. Opinião do graduando deenfermagem sobre a formação do enfermeiro para oSUS: uma análise da FAEN/UERN. Esc Anna Nery RevEnferm. 2010; 14(1):39-47.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

O VELHO TRANSFORMANDO-SE EM NOVO: UMAEXPERIENCIA DE EDUCAÇAO EM SAÚDE PARAHIPERTENSOS EDIABÉTICOS NA COMUNIDADE

THAISA CARLA SFREDO1, ANA KARLA SCHEIBNER1, ANGÉLICA ZANETTINI1, CAMILADERVANOSKI1, MARIZETE PIGATO TOLDO1, JEANE BARROS DE SOUZA2

1. Acadêmica de Enfermagem - Bacharelado da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó; 2. Mestre em SaúdePública, docente orientadora do projeto de extensão do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da FronteiraSul Campus Chapecó.

RESUMOIntrodução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis(DCNTs) representam um dos principais desafios desaúde para o desenvolvimento global nas próximasdécadas. Ameaçam a qualidade de vida de milhões depessoas, representam o maior custo para os sistemas desaúde de todo o mundo com grande impacto econômicopara os portadores, suas famílias e a sociedade em geraldos países. Estimativa da Organização Mundial de Saúde(OMS) aponta que as DCNTs já são responsáveis por58,5% de todas as mortes ocorridas no mundo e por45,9% da carga global de doenças. No Brasil, em 2008as DCNT responderam por 62,8% do total das mortespor causa conhecida e séries históricas de estatísticas demortalidade indicam que a proporção de mortes porDCNT aumentou em mais de três vezes entre as décadasde 30 e de 90. Fatores de risco comuns e potencialmentemodificáveis como ausência de uma dieta saudável,sedentarismo e uso de cigarro explicam a maior partedestas mortes, que são expressas através de fatores derisco intermediários como hipertensão arterial,hiperglicemia, deterioração do perfil lipídico eobesidade. As transições demográfica, nutricional eepidemiológica ocorridas no século passadodeterminaram um perfil de risco em que doençascrônicas como a Hipertensão Arterial e o DiabetesMellitus assumiram ônus crescente e preocupante.Ambas são doenças muito frequentes, constituindosérios problemas de saúde pública. A HipertensãoArterial e um problema crônico bastante comum. Suaprevalência é alta e aumenta em faixas etárias maiores. Éresponsável por complicações cardiovasculares,encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas.O Diabetes Mellitus configura-se hoje como umaepidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio paraos sistemas de saúde de todo o mundo. Oenvelhecimento da população, a urbanização crescente, osedentarismo, dietas pouco saudáveis e a obesidade são

os grandes responsáveis pelo aumento da prevalência doDiabetes. As consequências humanas, sociais eeconômicas do diabetes são devastadoras para o mundo:4 milhões de mortes por ano são determinadas por essadoença e suas complicações, representando 9% do totalde mortes. O grande impacto econômico da doençaocorre notadamente nos serviços de saúde, comoconsequência dos crescentes custos do tratamento e,sobretudo das complicações, como a doençacardiovascular, diálise por insuficiência renal crônica eas cirurgias para amputações de membros inferiores. NoBrasil, o Diabetes e a Hipertensão constituem a primeiracausa de hospitalizações no sistema público de saúde.Através da estruturação da Estratégia Saúde da Família(ESF) no Brasil, a realização de atividades educativas foise consolidando, sendo possível encontrar experiênciascom grupos operativos em todo o país, principalmentetrabalhos com hipertensos e diabéticos, devido aos altosíndices registrados dessas doenças crônicas. O presenteresumo apresenta a vivência das acadêmicas do Curso deGraduação em Enfermagem, da Universidade Federal daFronteira Sul – Campus Chapecó/SC, referente àexperiência desenvolvida no Centro de Saúde da FamíliaJardim América em Chapecó/SC, onde foi realizadauma atividade de educação em saúde para um grupo dehipertensos e diabéticos da comunidade, durante operíodo de atividades teórico práticas na unidade desaúde, no segundo semestre de 2014. Objetivos: Oobjetivo deste trabalho é compartilhar experiências sobrea realização de um grupo para hipertensos e diabéticospara pacientes cadastrados em um Centro de saúde daFamília da cidade de Chapecó/SC. Metodologia: Aorealizar atividade teórico-pratica, na quinta fase doCurso de Graduação em Enfermagem, da UniversidadeFederal da Fronteira Sul – Campus Chapecó/SC, numaunidade saúde da família, na comunidade do bairroJardim América, Chapecó/SC, foi possível atuar comdiversas ações educativas na comunidade, sendo uma

Sfredo et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.170-171 (Ago - Out 2015)

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delas a realização de um encontro, com o objetivo desensibilizar usuários portadores de hipertensão arterial ediabetes quanto á importância do autocuidado e o papelda família no contexto dessas doenças crônicas. Oencontro deu-se início com a leitura de um poema,referindo sobre a importância de todos que lá estavampresentes e sobre a necessidade do autocuidado,contando com aproximadamente oitenta participantes.Em seguida, realizou-se uma dinâmica com balões, a fimde buscar a integração de todos e posteriormente aenfermeira, coordenadora da unidade, refletiu junto dosparticipantes sobre a chegada do final do ano eagradeceu a todos que participaram dos encontros queocorreram ao longo do ano. Em seguida, foi realizadoum bingo onde foram sorteados brindes e a partir deentão, foram distribuídas senhas para organizar oatendimento, onde foi verificado a pressão arterial, bemcomo realizado hemoglicoteste (HGT) e orientaçõesindividuais para cada participante, que posteriormenterecebia a receita médica para continuidade de seutratamento, contando com o apoio das acadêmicas deenfermagem e de toda a equipe da ESF.Resultados eDiscussão: Ficou evidente o papel de protagonista que aequipe de saúde pode ter em uma comunidade, emespecial o enfermeiro que possui grande autonomia parafazer com que os usuários sintam-se empoderados epossam realizar seu auto-cuidado de forma cada vezmais satisfatória para si e para sua família. Outro fatorimportante foi a participação em grande escala dacomunidade, fazendo destes encontros uma potencialferramenta de educação em saúde, empoderamento eautonomia dos usuários. Considerações finais eContribuições para a Enfermagm: Através destaexperiência, foi possível perceber claramente aimportância e o impacto que as antigas atividadeseducativas exercem na comunidade, transformando-seem novas ações a cada dia. Também evidenciou-se aimportância do trabalho em equipe, trazendo-nos grandeaprendizado como acadêmicos, na ânsia de tornarmosseres mais engajados para o bem-estar comum ebuscarmos a responsabilização um com o outro e comnós mesmos. É imprescindível que a equipe de saúdepossa sair da área física da unidade de saúde e adentrarrealmente nos locais onde a comunidade se reúne,fazendo parte do ambiente em que vivem estas pessoas,a fim de saber quais são suas reais potencialidades efragilidades e a partir disso, embasar suas ações e obtermelhores resultados na qualidade de vida da comunidadeassistida.

Palavras-Chave: Hipertensão, Diabetes, Educaçãoem Saúde, Estratégia Saúde da Família.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Ministério da Saúde [Internet]. Coordenação

Nacional de Hipertensão e Diabetes CNHD; 2011[acesso em 11 maio 2015]. Disponível em:http://www.sbn.org.br/pdf/vigitel.pdf

Vol.11,n.3,pp.172-174 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EMTRATAMENTO DE HEMODIÁLISE QUANTO AO USO DE

MEDICAMENTOS: REVISÃO INTEGRATIVAJÉSSICA COSTA MAIA1, GUSTAVO FELIPPE DA SILVA2, OLVANI MARTINS DA SILVA3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Farmacêutico. Doutor. Docente do Cursode Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 3. Enfermeira. Mestre em Terapia Intensiva. Docente doCurso de Enfermagem - UDESC.

RESUMOIntrodução: A Doença Renal Crônica (DRC) é a perdagradual e irreversível de nefros funcionantes,ocasionando prejuízo do equilíbrio homeostático doorganismo, que pela redução da função do rimcompromete outros órgãos1. A hemodiálise é umamodalidade de tratamento substitutivo da função renalque garante a sobrevida dos pacientes compensando aincapacidade da funcionalidade dos rins eproporcionando uma melhora na qualidade de vida.Apesar do avanço no tratamento hemodialítico ter sidoaprimorado, algumas complicações ainda ocorremdurante o procedimento e, devido essas complicações, otratamento depende também de uma excessiva terapiamedicamentosa para converter os sintomas decorrentesdas alterações fisiológicas, tratar as doenças associadas epotencializara terapia hemodialítica. Com isso, oconhecimento do paciente sobre suas medicações setorna importante para uma melhor adesão e eficácia dotratamento. O déficit de conhecimento dosmedicamentos prescritos pode-se tornar uma dasbarreiras presentes, pois muitos dos medicamentosutilizados pelos pacientes são desconhecidos por eles,que ocorre pela falta de adesão ao tratamento, defazerem o uso sem saber sua posologia e seus efeitosadversos e pela falta de informações e orientações dosprofissionais. As equipes de saúde que trabalham emunidades de tratamento renal precisam possuirconhecimentos específicos para caracterizar, identificar eobter alternativas de análises de riscos e/ou falhas,assegurando a qualidade da assistência prestada². AEnfermagem atua diretamente nas ações assistenciais,possuindo grande responsabilidade, e encontra-se emposição privilegiada na detecção de complicações, naredução de incidentes que podem atingir o paciente e emcondutas educativas, orientações para melhorar e/ouminimizar problemas². O papel do profissional deenfermagem é garantir uma assistência de qualidade eintegral, para que possa esclarecer todo o processo do

tratamento e sanar dúvidas repassando todas asinformações necessárias para o conhecimento dopaciente. Assim, a informação e a educação do pacientesobre os cuidados com os medicamentos e oconhecimento dos mesmos, são bases para umtratamento efetivo, visando a qualidade de vida. Poisquanto maior o conhecimento sobre seu tratamento,maior será a adesão e a qualidade deste, o que traráresultados positivos para a sua integralidade1.Objetivos: Investigar através da literatura científica asorientações de enfermagem dispensadas ao paciente emtratamento de hemodiálise quanto ao uso demedicamentos. Método: Estudo de revisão integrativade literatura, com abordagem qualitativa, seguindo ametodologia de Ganong (1987), a qual contempla asseguintes fases: definição da questão de pesquisa; doscritérios de inclusão e exclusão; definição dasinformações a serem extraídas dos estudos selecionados;seleção dos estudos; inclusão dos estudos selecionados;análise e discussão dos resultados. Para a efetivaçãodeste estudo, primeiramente foi elaborado um protocoloo qual foi avaliado por dois revisores ad hoc para a suavalidação. Após iniciou-se a busca na base de dados daBiblioteca Virtual em Saúde a qual congrega asseguintes bases: “Ciências da Saúde em Geral”:Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências daSaúde (LILACS), Índice Bibliográfico Espanhol emCiências da Saúde (IBECS), Literatura Internacional emCiências da Saúde (MEDLINE), Biblioteca Cochrane,Biblioteca Científica Eletrônica em Linha (SciELO).“Áreas Especializadas”: CidSaúde, DESASTRES,HISA, HOMEOINDEX, LEYES, MEDCARIB,REPIDISCA. “Organismos Internacionais”: PAHO,WHOLIS (BVS/BIREME, 2015). Como critérios deinclusão foram estudos publicados no formato de artigocientífico, relatos de experiência, ensaios teóricos ereflexões, revisões integrativas. Trabalhos abordando atemática sobre a conduta da enfermagem na orientaçãoao paciente renal crônico em tratamento de hemodiálise

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quanto ao uso de medicamentos. No idioma português eespanhol, publicados no período de 2010 a 2015disponíveis online em forma de textos completos. Comoexclusão foram os estudos duplicados. Para as buscas nabase de dados utilizaram-se os descritores Cuidados deEnfermagem, Hemodiálise, Doença Renal Crônica,Papel do Profissional de Enfermagem, Conhecimento doPaciente sobre a Medicação, formando os seguintestermos: 1. Cuidados de Enfermagem and Hemodiálise;2. Cuidados de Enfermagem and Doença Renal Crônica;3. Cuidados de Enfermagem and Papel do Profissionalde Enfermagem; 4. Cuidados de Enfermagem andConhecimento do Paciente sobre a Medicação; 5.Hemodiálise and Doença Renal Crônica; 6. Hemodiáliseand Papel do Profissional de Enfermagem; 7.Hemodiálise and Conhecimento do Paciente sobre aMedicação; 8. Doença Renal Crônica and Papel doProfissional de Enfermagem; 9. Doença Renal Crônicaand Conhecimento do Paciente sobre a Medicação; 10.Papel do Profissional de Enfermagem andConhecimento do Paciente sobre a Medicação. Oindicador booleano “AND” foi utilizado nahierarquização vertical em todos os termos. A busca foiatravés de uma pesquisa exploratória dos estudos,aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão. Dosartigos inclusos no primeiro momento realizava-se aleitura dos títulos, eliminando-os por temática, emseguida realizava-se a leitura de seus resumos, ondeeram considerados apenas os pertinentes a responder osobjetivos. Desta forma temos: Cuidados de Enfermagemand Hemodiálise395 estudos = resultou em zero estudo;Cuidados de Enfermagem and Doença Renal Crônica391= resultou em 2 artigos; Cuidados de Enfermagem andPapel do Profissional de Enfermagem 5.873 = resultouem zero estudo; Cuidados de Enfermagem andConhecimento do Paciente sobre a Medicação 8 =resultou em zero estudo;Hemodiálise and Doença RenalCrônica 11.866 = resultou em zero estudo;Hemodiáliseand Papel do Profissional de Enfermagem 188 =resultou em zero estudo;Hemodiálise and Conhecimentodo Paciente sobre a Medicação 1= resultou 1 artigo;Doença Renal Crônica and Papel do Profissional deEnfermagem 194 = resultou em zero estudo;DoençaRenal Crônica and Conhecimento do Paciente sobre aMedicação 4 = resultou em zero estudo;Papel doProfissional de Enfermagem and Conhecimento doPaciente sobre a Medicação 2 = resultou em zero estudo.A pesquisa dos artigos na base de dados foi realizada noperíodo de 05 à 08 de Maio de 2015. Resultados: Dosartigos selecionados observa-se que os autoresutilizaram-se das seguintes abordagens de pesquisa: doisestudos com abordagem metodológica transversal e umdo tipo estudo de caso, sendo que a publicação foi nosanos de 2011, 2012 e 2014, nas bases de dados SciELOe LILACS,por meio das revistas Cuidado é Fundamental

Online, Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn) eJornal Brasileiro de Nefrologia. De acordo com osresultados, a não adesão farmacológica compromete aqualidade de vida do doente renal crônico implicando nosucesso do tratamento. E para promover as estratégias deadesão precisa-se de melhorias no processo deorientação por parte dos profissionais envolvidos naassistência aos pacientes sobre a doença e o seutratamento farmacológico3. Também a Sistematizaçãoda Assistência de Enfermagem (SAE) é importante parao planejamento e implementação das condutas naprescrição de enfermagem, destacando que a realizaçãodo histórico de enfermagem prioriza atenção integral dopaciente, identificando os problemas e dificuldades,possibilitando a formulação dos diagnósticos deenfermagem, da elaboração do planejamento adequado eassim, a avaliação das intervenções a serem realizadas4.O ato de cuidar integra a prática diária da enfermagem, eé importante para promover laços entre o doente para oreconhecimento dos valores físicos, espirituais eculturais da dor. Os enfermeiros devem buscarestratégias para amenizar ou sanar a dor através daavaliação terapêutica, orientação e implementação deterapias analgésicas e posteriormente analisar a eficáciada terapêutica implementada. Como resultado das açõesimplementadas para a diminuição da dor, como autilização do repouso e compressas frias como escolhado cuidado primário, relegando as condutasmedicamentosas como opções secundárias oucoadjuvantes5. A partir da SAE o enfermeiro identificaos problemas por meio do Histórico de Enfermagem,sugerindo os Diagnósticos de Enfermagem, e propondoprescrições com respectivas justificativas. Por vezes énotório que a equipe de enfermagem não consideradevidamente o que é planejado para o paciente4. Otrabalho educativo aos pacientes tem como propostacompartilhar as dúvidas, angústias e receios, para buscaralternativas que auxiliem na superação dos seusproblemas, no enfrentamento e na adaptação ao novoestilo de vida5. Considerações finais e Contribuiçõespara a Enfermagem: Observa-se que há falhas naassistência de enfermagem quanto às orientações aospacientes, e que essas falhas comprometem o sucesso dotratamento, sabendo que o conhecimento do pacientesobre sua doença e medicações são fundamentais parasua melhoria e adesão. A SAE norteia a assistência deenfermagem para uma visão holística do paciente,reconhecendo todas as suas dificuldades e identificandoos diagnósticos para a implementação de intervenções,para assim promover uma assistência de qualidade. OMinistério da Saúde, através da Portaria nº 198/GM de13 de fevereiro de 2004, instituiu como estratégia doSistema Único de Saúde (SUS) a Política Nacional deEducação Permanente em Saúde (PNEPS), ondecapacitaria todos os profissionais quanto a assuntos

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pertinentes, como a importância das orientações aospacientes.

Palavras-Chave: Cuidados de Enfermagem,Hemodiálise, Doença Renal Crônica, Papel doProfissional de Enfermagem, Conhecimento do Pacientesobre a Medicação.

REFERÊNCIAS[1]. Bastos MG,Bregman R,Kirsztajn GM. Doença renal

crônica: frequente e grave, mas também prevenível etratável. Rev. Assoc. Med. Bras. 2010 [acesso 11 nov.2014]; 56(2). Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302010000200028

[2]. Sousa MRG, Silva AEBC, Bezerra ALQ, Freitas JS,Miasso AI. Eventos adversos em hemodiálise: relatos deprofissionais de enfermagem. Rev. esc. enferm.USP2013Fev [acesso 22mai. 2015 ]; 47(1): 76-83.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342013000100010

[3]. Sgnaolin V, Figueiredo AEPL. Adesão ao tratamentofarmacológico de pacientes em hemodiálise. J. Bras.Nefrol. 2012 Jun. [acesso 9 mai. 2015]; 34(2): 109-116.Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-28002012000200002&lng=en

[4]. Mascarenhas NB, Pereira A, Silva RS, Silva MG.Sistematização da Assistência de Enfermagem aoportador de Diabetes Mellitus e Insuficiência RenalCrônica. Rev. bras. enferm. 2011 Fev [acesso 9 mai.2015]; 64(1): 203-208. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672011000100031&lng=en

[5]. Silva FS, Silva SYB, Pinheiro MGC, Pinheiro MSF,França RC, Simpson CA. Cuidados paliativos para dororiginada da doença mineral óssea da insuficiência renalcrônica. J. rev. pesq. cuid. fundam. 2014 Abr [acesso 9mai. 2015]; 6(2): 767-775. Disponível em:http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/3163/pdf_1280

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

PESQUISA NARRATIVA SOBRE A PRODUÇÃO DOCONHECIMENTO ACERCA DA ESPIRITUALIDADE EM

PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDSCRHIS NETTO DE BRUM1, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE2, DHIANE TERRIBILE3, LUANAPATRÍCIA VALANDRO4, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS4, MARIA ELISABETE CALADORAMALHO SANTOS4

1. Docente, Doutoranda, Professora do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul, campusChapecó (UFFS, SC). Vice-líder do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 2. Docente,Doutorando. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 3. Enfermeira. Integrante doGrupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 4. Discente do curso de graduação em enfermagem daUniversidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó (UFFS/SC).

RESUMOIntrodução: Destaca-se, que no cotidiano permeadopelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e asíndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), tem apossibilidade de buscar, por meio da espiritualidade,estratégias de resiliência, de modo a melhor enfrentare/ou minimizar os problemas advindos da condiçãoclínica para as pessoas que vivendo com HIV/Aids.Assim, tem-se na espiritualidade, a possibilidade dosujeito perceber suas experiências de vida no contexto desuas crenças. Além de fornecer propósito e significadopara o seu cotidiano, promove a transcendência sobre ascircunstâncias, reforçando sentimentos internos erestabelecendo seu convívio social1. Frente a isso, faz-senecessário refletir e contextualizar tal fenômeno, em facede permitir possibilidades de cuidado a essas pessoas apartir do cuido com enfoque na espiritualidade.Objetivo: Identificar na literatura científica como aprodução do conhecimento tem se manifestado acerca daespiritualidade em pessoas vivendo com HIV/Aids.Método: pesquisa narrativa da literatura2, com aseguinte questão de pesquisa: como a produção doconhecimento tem se manifestado acerca daespiritualidade em pessoas vivendo com HIV/Aids? Oscritérios de inclusão estabelecidos para o estudo foram:resumos disponíveis nas bases de dados; artigos depesquisa na temática do estudo que estivessem na íntegraonline gratuito; idioma português, inglês ou espanhol;em que o objetivo do estudo refletisse o tema daespiritualidade e HIV/Aids sem reportar a outracondição clínica de saúde. Os critérios de exclusãoforam: teses, dissertações, monografias e seusrespectivos capítulos; livros; manuais ministeriais eguidelines; artigos que retratassem apenas areligiosidade/religião. Não foi estipulado recorte

temporal, pois a intenção foi de capturar todos osmateriais que estivessem disponíveis e respeitassem oscritérios previamente estabelecidos. A buscabibliográfica foi desenvolvida na Biblioteca Virtual deSaúde (BVS), na base de dados eletrônica LiteraturaLatino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde(LILACS); na Medical Literature Analysis and RetrievalSystem Online (MEDLINE); na Sci Verse Scopus; e naWeb of Science. O acesso a Scopus e a Web of Sciencefoi pelo portal de periódicos da Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(CAPES). Para tanto, o formulário avançado, das quatrobases de dados foi preenchido por meio da seguinteestratégia de busca: ("HIV") or "sindrome daimunodeficiencia adquirida" [Descritor deassunto] and "ESPIRITUALIDADE" [Descritor deassunto], para as bases de dados LILACS e MEDLINE.Para a base de dados Sci Verse Scopus utilizou-se osMESH terms: (“HIV” or “acquired immunodeficiencysyndrome”) and “spirituality”. Já na base de dados Webof Science a partir dos MESH terms: ((HIV* or Sind*)near/4 spirituality*). O levantamento dos estudosocorreu em setembro de 2014. Encontraram-se 577artigos. A seleção dos estudos ocorreu em duas etapas:a) leitura dos títulos e resumos, e submetidos aoscritérios de inclusão e exclusão, permaneceram 66estudos. b) Os 66 estudos foram procurados na íntegra,sendo que, destes, 30 artigos foram excluídos em virtudede: estarem em duas ou mais bases de dados; não seremda temática, estar apenas discorrendo sobre areligiosidade/religião; por não ser pesquisa e por nãoestarem disponíveis online. Assim, restaram então 36artigos (Corpus da Pesquisa) para serem analisados naíntegra. Os textos completos foram capturados a partirde suas bases de dados e quando não encontrados,

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realizou-se uma busca na CAPES. As informações foramextraídas mediante a utilização de uma ficha de análisedocumental desenvolvida para este estudo, abrangendoos seguintes itens: referência; ano, procedência, área doconhecimento a qual foi estabelecida por meio dadefinição contemplada pela CAPES; objetivo;metodologia; sujeitos; produção dos dados; principaisresultados; conclusões e o conceito de espiritualidadeabordado pelos estudos. A etapa de exploração domaterial foi desenvolvida a partir da leitura e fichamentodos resultados. Desenvolveu-se uma descrição dosachados no estudo e precedeu-se por meio da discussãoentre as convergências e divergências existentes sob aótica dos autores dos estudos fichados. A apresentaçãodos resultados ocorreu a partir da frequência relativa eabsoluta e contou com quadros e figuras ilustrativas. Emrelação aos aspectos éticos, da presente revisão,respeitaram-se as ideias, opiniões, considerações, osconceitos e as definições dos autores, exibidasfidedignamente, descritas e referenciadas segundo asnormas do trabalho em questão. Resultados: Em relaçãoao ano dos estudos, os anos de 2006 e 2012 apresentam25% da publicação, cada um. A procedência dos estudosaponta os Estados Unidos com 83,33%. Quanto à áreado conhecimento, 41,66% dos artigos pertence àEnfermagem. Já, no que se refere à metodologia, 75%dos estudos tem o delineamento quantitativo e 33,33%são estudos transversais. Sobre os sujeitos participantesdas pesquisas, 69,44% são pacientes adultos vivendocom HIV/Aids. E, 77,77% utilizaram escalas einstrumentos validados para produzir seus dados,22,23% acessam os sujeitos por meio de entrevistassemiestruturadas; grupos e questionários. Os estudosmanifestaram que 77,77% definem um conceito paraespiritualidade. Os estudos apontam que a vivênciaespiritual se dá principalmente por meio da vontade deviver, o que faz com que a adesão à terapiamedicamentosa seja realizada. Destaca-se, desse modo, aimportância da expressão de uma espiritualidadesaudável sem interferência negativa no processo deadesão à terapia medicamentosa. O cuidado associado àdimensão espiritualidade foi associada com a diminuiçãodos sintomas relacionados ao HIV. O componenteexistencial da espiritualidade é um contribuinte essencialpara a saúde de adultos vivendo com HIV. Além disso,uma significativa relação positiva foi mostrada entrecontagem de células CD4 e bem-estar espiritual. Aespiritualidade é um componente importante na vida ecuidado das pessoas que vivem com HIV3. Os estudosanalisados também demonstraram que a espiritualidadetem um efeito positivo sobre a saúde mental e física daspessoas vivendo com HIV/Aids. Ressalta-se que adimensão espiritual está relacionado não apenas aosobrevivência das pessoas, mas também, encontram-seassociadas com medidas psicossociais e referem

benefícios como: diminuição da angústia, aumento desentimentos como de esperança, de otimismo, menosansiedade, bem como se relaciona com comportamentosbenéficos, a exemplo: sexo seguro, menor uso de álcool,menos uso de tabaco, sentem-se com maior vontade derevelar seu diagnóstico ao parceiro, e fisiológica com ummenor nível de cortisol no sangue4. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: A necessidade éreal, contudo, constata-se que são incipientes caminhospara a realização do cuidado espiritual, como umapossibilidade de cuidado de enfermagem para as pessoasvivendo com HIV/Aids. As tecnologias de cuidadofocada nesta dimensão apresentam lacunas que precisamser preenchidas, primeiramente por meio de reflexões ede investigações, em que os sujeitos do cuidado sejamco-participes. Os profissionais de saúde que cuidamdessas pessoas necessitam considerar a dimensãoepiritual seu cotidiano de cuidado, uma vez que aespiritualidade, é um fator importante na maneira comoos sujeitos enfrentam a problemática do HIV/Aids e suasconsequências, as quais puderam ser evidenciadas pormeio da realização desta pesquisa.

Palavras-Chave: Espiritualidade, HIV, Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Vance DE. Religion, spirituality, and older adults with

HIV: critical personal and social resources for an agingepidemic. ClinIntervAging. 2011; (6):101-9.

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[3]. Simoni JM, Martone MG, Kerwin, JF. Spirituality andPsychological Adaptation Among Women WithHIV/AIDS: Implications for Counseling. Journal ofCounseling Psychology 2002; 49(2):139-47.

[4]. Ironson G. The Ironson: Woods Spirituality/Religiousness Index Is Associated With Long Survival,Health Behaviors, Less Distress, and Low Cortisol inPeople With HIV/AIDS. Ann Behav Med. 2002;24(1):34-48.

Vol.11,n.E,pp.177-179 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

POLÍTICA DE HUMANIZAÇÃO: INVESTIGANDO OCONHECIMENTO/DESCONHECIMENTO DAS

PARTURIENTESTAIANA ZANATTA PEDROSO1, ANA GABRIELA CAVALCANTI CARNEIRO MONTEIRO2, KEITYSAUANA TIBES3, MARISTELA BOSCO4, JÚLIA VALÉRIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT2,ALEXANDER GARCIA PARKER3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); 2. Professora Mestre da Universidade Federal daFronteira Sul (UFFS). Doutoranda do Programa de Pós Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Núcleo dePesquisa Educação em Saúde e Enfermagem: EDEN; 3. Professor Mestre da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

RESUMOIntrodução: O parto normal é o mais aconselhado peloministério da saúde, desde que se disponha de todos osrecursos para que ele ocorra com segurança. Para aOrganização Mundial de Sade (OMS), o objetivo daassistência ao parto é manter mulheres e recém-nascidossadios, com o mínimo de intervenções médicas,buscando garantir a segurança de ambos. Neste contexto,o Ministério da Saúde (MS) implantou no ano de 2000 oPrograma de Humanização no Pré-natal e Nascimento(PHPN), com o intuito de assegurar a melhoria doacesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamentopré-natal, da assistência ao parto e puerpério às gestantese ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos decidadania, garantindo à mulher a qualidade daassistência1. Objetivo: Analisar a política dahumanização no parto a partir da vivência das puérperas.Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de abordagemqualitativa, de caráter descritivo exploratório que abordaa vivência das puérperas sobre a assistência humanizadano pré-parto, parto e pós-parto. O referido estudo foidesenvolvido em um hospital localizado no OesteCatarinense, na cidade de Chapecó, que se constitui emreferência no atendimento a gestante de alto risco.Realizada na Unidade de Maternidade, onde aspuérperas foram convidadas, no momento do pós-parto,a participar do estudo. Os convites foram realizadosatravés de visitas nas enfermarias às quais estaspacientes estavam internadas, explicando-se a naturezado estudo e os seus respectivos objetivos. A coleta dedados ocorreu após aprovação do Comitê de Ética daUFFS, cujo protocolo é: nº 22553113.600005564 deaprovação da Plataforma Brasil, sendo utilizado umformulário semi estruturado para a execução deentrevistas gravadas após o aceite, foi apresentado o

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e asolicitação das assinaturas das puérperas. Participaramneste estudo 29 puérperas durante o período de umasemana, em julho de 2014, quando se deu a saturaçãodos dados. Como critérios de inclusão/exclusão, aspuérperas excetuando, menores de 18 anos, eas expostasa condicionamentos específicos, tais como presidiárias,indígenas, internas de centros de reabilitação, mulherescom transtornos mentais, e outras populações especiais,de acordo com a resolução 466/20122. No tratamentodos dados utilizou-se da análise temática proposta porBardin (2011) resultando então na categorização dastemáticas obtidas. Resultados: As participantes doestudo foram puérperas com idade entre 18 e 42 anos,estando 16 na faixa etária dos 18 a 25 anos; 16 nãopossuem vínculo empregatício; e quanto à escolaridade onível médio predominou, sendo as demais distribuídasentre o ensino fundamental e superior. Relacionado aoparto propriamente dito, foram realizados 11 partosnormais e 18 partos cesáreo; 15 eram primigestas e todasas participantes realizaram pré-natal. No que tange aoobjetivo do estudo, quanto aos significados expressospelas puérperas participantes a cerca da Política deHumanização do parto, primeiramente ouviu-se qual oentendimento destas mulheres, no período puerperal,sobre o modo humanizado de parir e suas implicaçõesdurante o trabalho de parto, parto e puerpério, através desuas vivências. Dessa forma, enfatiza-se que a frasehumanização no parto é utilizada pelo MS, desde o fimdos anos 90 para se referir às várias políticas públicasfomentadas pela OMS com o apoio de diversas entidadesprofissionais. E especificadamente no Brasil, o PHPN,como destacado previamente, foi instituído ainda nosanos 2000 e, mesmo com todo o movimento pelahumanização no parto, essa concepção não se encontraconsolidada na prática assistencial bem como não é de

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conhecimento de muitas mulheres quando afirmam quedesconhecem a expressão. O desconhecimento pleno dapolítica e ou expressão “humanização do parto” remete auma reflexão sobre quais os elementos contributivospara tal realidade. Percebe-se que podem ser enumeradosvários motivos explicativos, para o desconhecimento dealgumas puérperas, sobre a humanização vigente nesteestudo, entretanto, sem dúvida, nenhum deles ésuficiente para justificar a ineficácia daoperacionalização da política, o que definitivamente,deve ser criticado e refletido, quanto ao desenvolvimentode estratégias efetivamente eficazes. E sem dúvida comatuação fortalecida da enfermagem. Outro aspectopercebido é que mesmo para as mulheres que conhecema expressão humanização, ou seja, de alguma forma, játiveram contato com a política, estas distorcem seusignificado. A distorção do significado pode serjustificada, pela inoperância da compreensão do que defato a política preconiza. Sendo assim, é fundamentalque o profissional da saúde, tenha pleno entendimentoda política, para que possa assumir o papel, que lhe édevido, de disseminador e veiculador da mesma,identificando e se envolvendo com as distorções deentendimento, que por ventura ocorrerem. Segundo aOMS, o objetivo da assistência ao parto é mantermulheres e recém-nascidos sadios, com o mínimo deintervenções médicas, buscando garantir a segurança deambos. Dessa maneira, a OMS recomenda que oprofissional de saúde intervenha no nascimento de umacriança somente quando necessário. Apesar dessarecomendação, a incidência do parto cesáreo estáaumentando em diversos países, pois se trata de umaintervenção cirúrgica originalmente concebida parareduzir o risco de complicações maternas e/ou fetaisdurante a gravidez e o trabalho de parto3. Outras técnicasconsideradas pelo MS como prejudiciais ao partocontinuam sendo utilizadas rotineiramente nos hospitais,caracterizando uma assistência desvinculada dasevidências científicas, dentre elas a utilização rotineirade ocitócitos, episiotomia e posição de litotomia. Aindao MS reforça a importância das atividades educativas aserem realizadas junto a gestantes em grupo ouindividualmente, pode ser entendida como importantedispositivo para a humanização do atendimento, pois,enquanto realizadas, os profissionais têm a oportunidadede (re)conhecerem a individualidade de cadamulher/gestante. O conceito de humanização do parto seconfunde, muitas vezes, com o conceito de humanizaçãoda própria assistência hospitalar. O cuidado humanizadocomeça quando a equipe multiprofissional é capaz dedetectar, sentir e interagir com as pacientes e familiares;é capaz de estabelecer uma relação de respeito ao serhumano e aos seus direitos essenciais4. Por hora o partodomiciliar planejado vem se apresentando como opçãopara mulheres que buscam realizar um parto mais natural

e independente das rotinas e normas das instituiçõeshospitalares. Desta maneira, percebe-se que o local doparto não é apenas um cenário, pois influencia econdiciona as relações que se procedem. Por se tratar oambiente domiciliar mais acolhedor é associado poralgumas das entrevistadas como um parto humanizado, oque poderia elucidar a confusão, entre parto humanizadoe domiciliar. O conhecimento das puérperas no tocanteaos direitos que lhes são dispensados, também foi focode interesse para este estudo. O conceito de partohumanizado traz consigo uma série de direitosrelacionados à parturiente e à criança, dos quaispodemos destacar o direito à saúde na gravidez atravésda realização de um pré-natal, parto e pós-parto dequalidade; os trabalhistas, que envolvem o vínculo detrabalho entre gestante/empregador/empresa; e ossociais, expressos através do atendimento preferencialno comércio e outros serviços. Pode-se evidenciar queenquanto gestantes, as parturientes pouco conhecem osprocedimentos necessários e que lhes são garantidoscomo direito, desde o início da gestação até o pós-partoimediato. Pode-se relacionar essa falta de conhecimentoa uma implantação ainda superficial do PHPN, pois esteé base para garantir os parâmetros mínimos assistenciaispara a gestante. Além de empoderar essa mulhertornando-a mais partícipe do seu processo de gravidez eparto, reduzindo assim os índices de complicações emorbimortalidade materna5. Considerações finais eContribuições para enfermagem: A pesquisa permitiuobtermos resultados inquietantes, pois se percebeu queas gestantes, que mais necessitam de informação eeducação em saúde, expressam um conhecimento aindainconsistente em relação ao seu pré-natal, parto e pósparto enquanto no período gestacional. A partir dasrespostas pode-se conhecer uma realidadecomprometedora, pois somente uma pequena proporçãodas gestantes entrevistadas conhecia os procedimentos aserem realizados durante este processo e, mesmo assimos conheciam de maneira superficial. Um dos pilares doPHPN é o esclarecimento que a mulher deve receberacerca dos seus direitos reprodutivos e que deve garantirseu empoderamento e, consequentemente, umaparticipação ativa durante todo o seu processo degestação e parto. Este estudo demonstra a necessidade deo PHPN interagir mais efetivamente com a mulher,produzindo um processo real de educação. Evidenciou-se com a realização deste estudo a necessidade deintensificar o processo educativo entre as gestantes,durante o pré-natal, permitindo que o seu conhecimentoseja mais amplo. A ampliação e difusão desseconhecimento permitirá uma relação gestante/serviço desaúde com mais equidade além de melhorar a qualidadeda atenção, com importante impacto sobre a morbimortalidade materno infantil, e efetivação da política doparto humanizado.

Pedroso et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.E,pp.177-179 (Ago - Out 2015)

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Palavras-Chave: Parto humanizado, Enfermagem,Parturiente.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Ministério da Saúde. Programa de Humanização

do Parto – Humanização no Pré-Natal e Nascimento.[Internet] 2002 [Acesso em 18 de nov. 2013] Brasília,DF . Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf

[2]. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.[Internet]2012 [Acesso em 10 de jul. 2013] Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html

[3]. Patah LEM, Malik AM. Modelos de assistência ao partoe taxa de cesárea em diferentes países. Rev. SaúdePública [online]. 2011 [Acesso em 20 de mar. 2015];45(1):185-194. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-

89102011000100021&script=sci_arttex[4]. Priszulnik G, Maia AC. Parto Humanizado: influências

no segmento saúde. O Mundo da Saúde. [Internet] 2009[Acesso em 10 de jan. 2015] São Paulo, 33(1):80-88.Disponível em:http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/66/80a88.pdf.

[5]. Mendoza S, Raúl A. et al. Avaliando o conhecimentosobre pré-natal e situações de risco à gravidez entregestantes residentes na periferia da cidade de RioGrande, Rio Grande do Sul, Brasil. Cad. Saúde Pública[Intenet]. 2007 [Acesso em 29 de mar. 2015];23(9):2157-2166. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0102-311x2007000900023&script=sci_arttext

Vol.11,n.3,pp.180-181 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM GESTANTESCOMO PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO INDUZIDA

PELA GRAVIDEZ: REVISÃO INTEGRATIVACRISTIANE CARLA ALBRECHT1, KÁREN REGINA GREGOLIN1, DÉBORA CRISTINA FÁVERO1,DÉBORA TAVARES RESENDE E SILVA ABATE2, ÉRICA DE BRITO PITILIN3, JOICE MOREIRASCHMALFUSS3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó - SC; 2. Doutora. Docente doCurso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó - SC; 3. Enfermeira. Mestre emEnfermagem. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó - SC.

RESUMOIntrodução: A hipertensão arterial é uma doença queafeta grande parte da população, trazendo consigomúltiplos danos à saúde, os quais são irreversíveis,necessitando de um tratamento contínuo eprincipalmente reeducação do seu estilo de vida, tantonas atividades físicas quanto mentais, como alimentaçãoe exercícios físicos. Adaptando esses afazeres ao novoestilo de viver, prolonga-se a qualidade e o tempo devida. Para o diagnóstico de Hipertensão Induzida pelaGravidez (HIPG) são observados os níveis pressóricosque se caracterizam pelo aumento significativo. Deacordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, apressão arterial (PA) aumentada é definida pelosseguintes números: PA sistólica >140 mmHg e PAdiastólica > 90 mmHg. Durante a doença há um granderisco de complicações cardiovasculares onde muitosórgãos são afetados, e múltiplas modificaçõesmetabólicas se sucedem1. As complicações fetais variamconforme a idade gestacional e entre os problemas quepodem ocorrer podemos citar a diminuição docrescimento, descolamento prematuro da placenta, partoprematuro e morte perinatal. Existem várias formasclínicas, sendo que fazem parte dessa classificação:hipertensão gestacional, hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia e eclâmpsia2. Para poder ser diminuído osíndices de mortalidade e morbidade decorrentes daHipertensão Arterial, precisamos manter um controledos níveis tensionais, os quais são proporcionados pormeio do tratamento medicamentoso e do não-medicamentoso. O mais indicado seria iniciar pelotratamento não-medicamentoso, porém quando os níveispressóricos se encontram muito elevados é necessáriaintervenção com tratamento medicamentoso. Objetivos:Analisar as bases científicas em busca de pesquisasrealizadas na área de hipertensão gestacional, para

obtermos informações mais precisas sobre as influênciasda realização da atividade física para a HipertensãoInduzida pela gravidez e o que há de novo nessecontexto, e assim podermos identificar as lacunaspresentes nas produções científicas. Método: O presenteestudo selecionou como método de pesquisa a revisãointegrativa. Dessa maneira, a estruturação do estudo,delimitou-se nas etapas propostas por Mendes, Silveira eGalvão (2008), como a definição da pergunta,estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dosestudos, definição das informações a serem extraídas dosestudos selecionados, avaliação dos estudos,interpretação dos resultados e, por fim, a síntese doconhecimento3. A coleta de dados foi realizada por meioda consulta em três bases de dados: LILACS (LiteraturaLatino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde),MEDLINE (National Library of Medicine, USA) ePUBMED (National Library of Medicine, USA). Olevantamento dos estudos ocorreu no período dedezembro de 2014 à janeiro de 2015. Para selecioná-los,foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde(DeCS) “terapia por exercício”, “hipertensão induzidapela gravidez”, “cuidado pré-natal” e “pré-eclâmpsia”,permitindo que se realizasse uma busca avançada comdois descritores ao mesmo tempo, pelos operadoresbooleanos “[AND]” e “[OR]”. Resultados eDiscussões: Foram encontrados por meio de busca dosdescritores e palavras citados acima 5.711 publicações,destas, 5.657 foram excluídas da pesquisa por nãoresponderem à questão norteadora, e que contemplassemo objetivo da pesquisa, para posterior análise foram 54publicações. Dessas, foram excluídos 18 estudos por nãoestarem disponíveis online gratuitos na íntegra e 22 porestarem repetidos. Portanto, restaram 14 publicações querespondem à questão norteadora. A avaliação dessesartigos deu-se pela leitura e releitura na íntegra dosmateriais selecionados com avaliação crítica e

Albrecht et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.180-181 (Ago - Out 2015)

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sistematização dos dados. Foi realizada a análise dos 14artigos que posterior a comparação onde percebemosque entre os estudos há controvérsias em relação aosexercícios físicos, de que estes tragam benefícios ouprejuízos para as gestantes, pois alguns estudos apontamque eles diminuem o risco para pré-eclâmpsia, já outrosdizem que eles induzem para o agravamento do quadro.Porém, prevalecem em maior número as publicações quetrazem os exercícios físicos como forma de evitar aHipertensão Induzida pela Gravidez, onde uma dasexplicações mais usadas para esse quadro é que oexercício físico contribui para o controle dos níveis depressão arterial. E para uma melhora dos resultadosexiste a necessidade da realização de exercícios antes,durante e após a gravidez, e todos os exercícios comacompanhamento com profissional especializado naforma e medida certa, oferecendo a gestante e o fetomenos riscos para complicações. Portanto, é de extremaimportância a orientação e o incentivo para as gestantesde alto risco participar da consulta pré-natal a qualpossui métodos que minimizam os riscos que podemacometer tanto gestante como o feto. Conclusão eContribuições para a Enfermagem: Durante agravidez a mulher passa tanto por mudanças físicas,psicológicas ou sociais, justificando a demanda dessapopulação. Com base nisso, deve-se acolher essasusuárias de forma a solucionar suas complicações emanter seu bem-estar. Sabendo que o enfermeiro é umdos profissionais que acolhe essas usuárias, é de extremaimportância que este, tenha a responsabilidade deinformar, e acompanhar essas gestantes tanto de alto oubaixo risco, uma das formas de se realizar esse cuidado édesenvolvida durante o pré-natal através derecomendações e cuidados os quais evitem os prejuízostanto para a mãe quanto ao feto4. Por isso nas UnidadesBásicas de Saúde são realizadas reuniões com gestantespara que os profissionais consigam ter um realentendimento e acompanhamento de cada caso de umaforma especial, para atender suas necessidades e suprirdúvidas. Através do Sistema Único de Saúde asgestantes possuem o direito de realizar o pré-natal com oenfermeiro em sua Unidade Básica de Saúde na referidaEstratégia Saúde da Família (ESF) a qual pertencem sehouver alguma complicação, esta será encaminhada aosserviços de especialidades. Os dados obtidos pelapesquisa podem servir de ferramenta para informar osgestores e profissionais da saúde em relação à influênciados exercícios físicos durante a gestação, e assimimplementarem estratégias as quais beneficiem asmulheres gestantes acometidas pela HipertensãoInduzida pela Gravidez5. A enfermagem tem um papelfundamental neste contexto, pois ela está lidandodiretamente com esse público, estando sujeita a qualquermomento se deparar com diversos tipos de complicaçõesda gravidez, portanto, é de grande importância o

conhecimento da enfermagem nesse contexto, para estaorientar de forma certa e segura e amparadacientificamente, e assim contribuindo para a melhora dofuncionamento e qualidade do nosso SUS.

Palavras-Chave: Terapia por Exercício; CuidadoPré-Natal; Pré-Eclâmpsia.

REFERÊNCIAS[1]. Freire CMV, Tedoldi CL. Hipertensão arterial na

gestação. Arq. Bras. Cardiol, 2009; 93(6):159-65.[2]. Gomes AS, Chaves AFL, Silva RB, Damasceno AKC,

Franco GFM, Oriá MOB. Análise dos níveis pressóricosem gestantes no diagnóstico precoce da síndromehipertensiva gestacional. Revista Eletrônica deEnfermagem, 2013; 15(4).

[3]. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisãointegrativa: método de pesquisa para a incorporação deevidências na saúde e na enfermagem.

[4]. Gouveia HG, Lopes MHB. M. Diagnósticos deenfermagem e problemas colaborativos mais comuns nagestação de risco. Rev Lat Enf, 2004; 12 (2):175-82.

[5]. Costa AM, Guilhem D, Walter MIMT. Atendimento agestantes no Sistema Único de Saúde. Rev Saúde Públ,2005; 39(5):768-74.

Vol.11,n.E,pp.182-183 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3 – Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

PROBLEMATIZANDO SABERES COM AGENTESCOMUNITÁRIAS(OS) DE SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DE

GRADUANDAS(OS) EM ENFERMAGEMTÁLITA SANTOS1, MARISA GOMES DOS SANTOS1, KELLY APARECIDA ZANELLA1, CAMILADERVANOSKI1, ANGELA MARIA GOMES1, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2

1. Graduanda em Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó; 2. Enfermeiro, Doutorando(UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - CampusChapecó, Docente integrante da coordenação do VER-SUS Oeste Catarinense, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação emEnfermagem e Saúde (EDEN/PEN/UFSC), Colaborador UNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e oPROVAB, Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF, VSQV/UFBA.

RESUMOIntrodução: Com a consolidação da Estratégia de Saúdeda Família (ESF), vem ficando cada vez mais clara arelevância de um profissional para a realização docuidado integral em saúde, profissional este que emalguns momentos tem sua importância invizibilizadafrente aos demais profissionais da equipe e à própriacomunidade: a(o) Agente Comunitário de Saúde (ACS).A(o) ACS desenvolve diferentes ações dentro da ESF, esegundo a Política Nacional de Atenção básica (2006)¹entre tantas, podemos citar: estimular continuamente aorganização comunitária; participar da vida dacomunidade principalmente através das organizações,estimulando a discussão das questões relativas àmelhoria de vida da população; fortalecer elos entre acomunidade e os serviços de saúde; coletar dados sobreaspectos sociais, econômicos, sanitários e culturais;executar dentro do seu nível de competência, ações eatividades básicas de saúde. O trabalho das(os) ACSpossui um papel fundamental para a efetividade doserviço publico de saúde, pois é ele que possui afacilidade de estabelecer e fortalecer vínculos com acomunidade tendo em vista que está diariamente nacomunidade fazendo visitas, recomendações, convites,orientações, dentre outros. Estes profissionais conhecemas fragilidades e potencialidades de comunidade demaneira bem próxima, resultando na necessidade daunidade básica possuir uma linha de comunicaçãoparalela com a(o) ACS, já que o mesmo traz demandasreais da população adscrita e necessidades de cadafamília. Frente a isso, é preciso provocar reflexões sobreem que circunstância vem se consolidando a práticadeste profissional no âmbito dos serviços de saúde daatenção básica; pois em estudo realizado por Oliveira ecolaboradores (2010)² com ACS do município de

Teixeira-PB, evidenciou que os mesmos se reconhecemcomo importantes para o fortalecimento dos serviços desaúde prestados pela equipe ESF, porém, os mesmosencontram muitos aspectos limitantes para o seu trabalhocomo a falta de reconhecimento do poder público,problemas socioeconômicos das famílias, falta decapacitações e de reconhecimento profissional.Objetivo: Descrever e refletir acerca de vivências deacadêmicas de enfermagem frente à realização de umaatividade de educação em saúde com ACS pertencentesà uma unidade básica de saúde no estado de SantaCatarina. Metodologia: Esta atividade de educaçãoocorreu no ano de 2014, durante o período de atividadesteórico-práticas de um componente curricular vinculadoao curso de bacharelado em enfermagem de umauniversidade pública federal. A ação em saúde tevecomo objetivo trabalhar junto às(aos) ACS da unidade,sua importância para um trabalho efetivo e resolutivo naESF. Esta demanda inicial partiu das profissionais deenfermagem da unidade, que percebiam seus ACSdesmotivados e cansados, ressaltando a importância decausar neles um “estímulo motivacional”. Paraoperacionalização da proposta, foi elaborada umaapresentação expositiva e um vídeo motivacional, parafacilitarem o diálogo junto aos profissionais, comduração de aproximadamente 20 minutos entre os dois.Para o melhor entrosamento entre os envolvidos, foramrealizadas algumas dinâmicas integrativas, objetivandoestimular o trabalho em equipe. Como processoavaliativo da atividade e de encerramento da mesma, asacadêmicas ofereceram um “café cultural” à toda aequipe. Resultados e Discussão: Após a realizaçãodessa atividade de educação em saúde e nos diassubseqüentes, percebeu-se que ocorreu um estímulojunto aos profissionais, pois todos se mostraram

Santos et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.E,pp.182-183 (Ago - Out 2015)

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receptivos e bem-dispostos. Resultado disso foipercebido no engajamento das(os) ACS no processo dereconhecimento do território, elaboração do mapainteligente, atividades educativas nas escolas adscritasao território, dentre outras atividades prestadas pelasacadêmicas na unidade básica de saúde. Percebemostambém, nesses profissionais um incremento no (jáexistente) ânimo ao realizarem seu trabalho da melhorforma possível, afinal foi demonstrado o quanto ele éimportante para o sucesso de um bom processo detrabalho de toda a equipe de saúde e para as pessoas dacomunidade onde trabalha e/ou reside. O que foi tentadoenfatizar durante a atividade e nos dias de trabalho apóse a realização da mesma, foi que este profissional “não émenos e nem mais” que o restante da equipe, afinal cadaum possui inúmeros e valiosos saberes referentes à suasatribuições profissionais. Entendemos que, a(o)enfermeira(o) e sua equipe precisam de ACSmotivadas(os), para que atendam satisfatoriamente ademanda diária de serviços e para que esses serviçossejam bem prestados, sendo uma constante relação detrocas, visando uma assistência integral a todos osusuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que passampela Atenção Básica. Observamos que, após a atividaderealizada, os mesmos voltaram a se sentir indispensáveisna consolidação do SUS, na promoção da saúde dacomunidade e na prestação de saúde integral.Considerações finais e Contribuições para aenfermagem: Com essa atividade, foi possível observarde outro ângulo o papel da(o) ACS, compreendendo queessa(e) não se bloqueia diante das dificuldades, eindependente de condições adversas, se propõem a sairda zona de conforto e enfrentar as dificuldades diuturnasde acesso, famílias carentes, pessoas visitadas poucocomunicativas e com atitudes por vezes agressivas, e sedeparam com situações que põem seu bem estar emrisco. Conhecem de perto toda a comunidade, e tentamconhecer as dificuldades de cada família e indivíduo,particularizando o cuidado. Além do mais, através davisita domiciliar, que é uma das principais atividadespreconizadas pelo Ministério da Saúde para a(o) ACS, omesmo desenvolve um processo educativo trabalhandocomo multiplicador de informações e conhecimentosreferentes à promoção da saúde.: Enfatizamos que a(o)enfermeira(o) da unidade, deve manter uma relaçãorespeitosa com as(os) ACS, para que a assistência sejaintegral a seus usuários. É de competência da(o)profissional de enfermagem manter as(os) ACSatualizadas(os) sobre normas e orientações importantesao seu trabalho e preconizadas pelo Ministério de Saúde,através de processos formativos permanentes eacompanhamento contínuo do seu trabalho. A(o) ACSpode ser percebida(o) como conhecedor da população,organizador do acesso ao serviço de saúde, vigilante dosriscos e supervisor da aderência aos cuidados propostos

por outros profissionais da equipe. Para as(os)acadêmicas(os), esta oportunidade de contato com as(os)ACS, e em seguida convidando-as(os) para participar eauxiliar no processo de reconhecimento de território econstrução do mapa inteligente de micro áreas, foiimportante para conhecer o papel deste profissional. Porconseguinte, estes momentos fortalecem a formaçãoacadêmica de enfermagem para instigar futuramenteuma atuação profissional mais crítica e reflexiva comrelação aos atores envolvidos no processo de trabalho noâmbito da atenção básica, respaldando-se pelosprincípios e diretrizes do SUS.

Palavras-Chave: Enfermagem, Saúde da Família,Agentes Comunitários de Saúde, Educação em saúde,Formação profissional em saúde.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica. Políticanacional de atenção básica / Ministério da Saúde,Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento deAtenção à Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006.

[2]. Oliveira AR, Chaves AEP, Nogueira JA, Sá LD, ColletN. Satisfação e limitação no cotidiano de trabalho doagente comunitário de saúde. Rev. Eletr. Enf. [Internet].2010; 12(1):28-36. Disponível em:http://dx.doi.org/10.5216/ree.v12i1.9511

Vol.11,n.3,pp.184-185 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

PRODUÇÃO CIENTÍFICA SOBRE PREMATURIDADETARDIA E A CONTRIBUIÇÃO PARA

A ASSISTÊNCIA EM SAÚDECAMILA PASQUALOTTO1, CRISTIANE CASAROTTO1, LUCINÉIA FERRAZ2, ELISANGELAARGENTA ZANATTA2, SILVANA DOS SANTOS ZANOTELLI2

1. Graduandas do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Enfermeira. Mestre emEnfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

RESUMOIntrodução: O nascimento prematuro é uma dascomplicações da gravidez que contribuisignificativamente para o aparecimento de morbidades emortalidade neonatal, apresentando uma tendência deaumento, o que gera grande preocupação entre asorganizações de saúde regionais e globais1. Um estudorealizado pela Organização Mundial da Saúdedemonstrou que a cada ano no mundo nascem 15milhões de prematuros, sendo que mais de um milhãodestes morrem dias após o parto. A prematuridade vemsendo a segunda causa de morte de crianças com menosde cinco anos. A prematuridade está cada vez maispresente no cotidiano das famílias e dos profissionais daárea da saúde, e neste contexto estão envolvidos osprematuros tardios, recém-nascidos com idadegestacional entre 34 e 36 semanas e seis dias, sendoconsiderados por muitos profissionais como recém-nascidos a termo, devido às suas características econdições de nascimento, mesmo que não tenhamcompletado a gestação. Estima-se que 70% dosnascimentos prematuros sejam de prematuros tardios.Atualmente, a prematuridade tardia é considerada umproblema de saúde pública com crescimento gradativo acada ano. Estes recém-nascidos são considerados pormuitos profissionais da saúde como nascidos a termo,por terem peso e tamanho semelhante aos bebês nascidoscom idade gestacional adequada, porém apresentamimaturidade em seus sistemas, resultando, muitas vezesem complicações que podem determinarhospitalizações1. A prematuridade tem sido estudada emdiferentes países como causa de mortalidade infantil.Constatam-se diversas causas que levam um bebê anascer prematuro, como alterações placentárias, placentaprévia, descolamento prematuro da placenta, excesso delíquido amniótico, idade materna (com maior incidênciaem mães mais jovens), infecções maternas,primiparidade, gemelaridade, baixa escolaridade,

condições socioeconômicas e intervenções cirúrgicas2. Onascimento prematuro resulta em contribui para as taxasde mortalidade e incidência de morbidadesneurocognitivas, pulmonares e oftalmológicas3. Osprematuros tardios necessitam de acompanhamento deprofissionais especializados para sua adaptação econvívio ao meio extrauterino, durante as primeirashoras e dias após o nascimento, bem comoacompanhamento adequado durante a infância. Oacompanhamento profissional adequado possibilitarácrescimento e desenvolvimento saudáveis, com omínimo de limitações. Entretanto, ressalta-se aimportância da realização de uma avaliação gestacionaladequada nas consultas de pré-natal auxilia naidentificação precoce dos riscos, reduzindo asconsequências, evitando complicações e diminuindo amorbimortalidade neonatal2. Objetivos: O estudo foidesenvolvido como Trabalho de Conclusão do Curso deEnfermagem da Universidade do Estado de SantaCatarina e teve como objetivo geral, Conhecer edescrever a produção científica sobre prematuridadetardia. Método: A revisão integrativa de literatura foi ametodologia escolhida para a realização deste estudo. Abusca dos artigos foi realizada na base de dados daBiblioteca Virtual em Saúde (BVS) e da CumulativeIndex to Nursing and Allied Health Literature(CINAHL), com os termos prematuridade tardia;prematuro tardio, late preterm; e late prematurity. Asetapas da pesquisa foram conduzidas a partir de umprotocolo, seguindo fases pré-estabelecidas: escolha dapergunta de pesquisa; definição dos critérios de inclusãoe exclusão dos estudos; seleção da amostra a partir daaplicação dos critérios; inclusão dos estudosselecionados organizados na matriz, construída a partirdo Microsoft Word®; análise dos resultados,identificando diferenças e conflitos; discussão e análisedos resultados e apresentação do estudo4. A primeiraetapa contemplou a elaboração da questão norteadora doestudo: o que tem sido produzido cientificamente sobre

Pasqualotto et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.184-185 (Ago - Out 2015)

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prematuridade tardia? Na segunda etapa foramelaborados os critérios de inclusão dos artigos: trabalhospublicados no formato de artigos científicos (artigosoriginais, revisões sistematizadas); trabalhos queabordassem o tema prematuridade tardia em sereshumanos; publicados nos idiomas português, inglês eespanhol; no período de 2009 a 2013; disponíveis onlinena forma completa. Na terceira etapa ocorreu a seleçãodos estudos. Inicialmente houve a busca do quantitativode trabalhos disponíveis nas bases, leitura individual dostítulos e resumos de todos os trabalhos encontrados,sendo incluídos e salvos todos os estudos que atenderamaos critérios de inclusão. Em seguida houve a leituracompleta dos artigos, sendo excluídos os trabalhos quenão contemplavam totalmente o tema de interesse. Aquarta etapa compreendeu a organização dos trabalhosselecionados em uma matriz contendo: ano depublicação; título; categoria profissional dos autores;país de origem; descritores e palavras-chave; natureza dapesquisa; objetivos; conceito de prematuridade tardia;resultados e conclusões. A análise dos estudoscontemplou a quinta etapa, quando realizou-se a leituraminuciosa dos trabalhos na íntegra, os quais foramorganizados em uma tabela e analisadas a partir dos itensrelacionados na matriz. Resultados e Discussão: Foramlocalizados 19 artigos completos, resultados depesquisas publicadas entre os anos de 2009 e 2013. OsEstados Unidos possui o maior número de publicações(12), seguido do Brasil (2) e Chile (2). Após análiseintegral, observou-se que as publicações encontradas sereferem a fatores de risco, intercorrências clínicas econhecimento médico associados à prematuridade tardia;condições de alimentação dos prematuros tardios;resposta materna à prematuridade tardia; e sobre arepercussão da prematuridade no desenvolvimentoinfantil. Por meio desta revisão integrativa pode-seconcluir que a ocorrência da prematuridade tardia estáaumentando, sendo um grande problema de saúdepública pelo custo econômico e social gerado pelo partoprematuro. As publicações são consideradas escassas epredominam estudos norte-americanos e realizados porprofissionais da área médica, com ênfase maior aosfatores desencadeadores e complicações daprematuridade. O Brasil possui altas taxas deprematuridade, encontra-se entre os dez países commaior número de partos prematuros, ocupando o décimolugar, apresentando uma taxa de 9.2%, sendo 279 milnascimentos prematuros por ano5. Considerações finaise Contribuições para a Enfermagem: Atualmente, onascimento prematuro vem sendo uma das causas maisimportantes de morbimortalidade neonatal, gerando umagrande preocupação mundial de saúde pelas elevadastaxas de nascimentos prematuros, o que leva a maioresíndices de complicações. No entanto, as bases de dadospesquisadas mostram que o Brasil apresenta um número

pequeno de publicações, o que sugere que as pesquisasnesta área ainda são incipientes. É relevante a escassezde estudos realizados por profissionais da área daenfermagem, envolvidos diretamente com os cuidadosde prematuros. Outra limitação apresentada relaciona-seao número final dos artigos, onde a maioria destacavaintercorrências e fatores de risco apresentados naprematuridade tardia, deixando lacunas à respeito dasalterações futuras desses prematuros, e as condiçõesapresentadas pelas mães e família, necessitando acomplementação de outros estudos. Considera-se aimportância do incremento nas investigações epublicações brasileiras, uma vez que a prematuridadetardia é uma ocorrência significativa no país; bem comoproduções científicas desenvolvidas pelos profissionaisenfermeiros, os quais vêm desempenhando papelfundamental no cuidado com os prematuros e suasfamílias. O estudo sugere a necessidade de outraspesquisas, a fim de suprir necessidades de conhecimentoe fortalecer as práticas de cuidado já existentes,contribuindo com a redução da morbimortalidade entreos prematuros tardios.

Palavras-Chave: Prematuro, Enfermagem,Neonatologia.

REFERÊNCIAS[1]. Rugolo, LMSS, Manejo do Recém-Nascido Pré-termo

Tardio: peculiaridades e cuidados especiais. Departamentode Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP,São Paulo, maio. 2011. [acesso em 19 ago. 2013].Disponível em:http://www.sbp.com.br/pdfs/Pre-termo-tardio-052011.pdf

[2]. Ramos, HAC; Cuman, RKN. Fatores de risco paraprematuridade: pesquisa documental. Escola Anna Nery,Rio de Janeiro, 2009; 13(2). [acesso em 16 set. 2014].Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452009000200009&lng=en&nrm=iso

[3]. Araújo, BF. et al. Análise da morbiletalidade neonatal emRecém-Nascidos Pré-Termo tardios. Jornal de PediatriaOnline, Porto Alegre. 2012; 88(3). [acesso em 20 maio2014]. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572012000300013&lng=en&nrm=iso

[4]. Ganong, L.H. Integrative reviews of nursing. RevistaNursing Health, 1987; 10(1):1-11.

[5]. Ministério da Saúde (BR). Cadernos de atenção básica:atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília(DF): Ministérioda Saúde; n. 32, 2012. [acesso em 09 out. 2014]. Disponívelem:http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/caderno_atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf

Vol.11,n.3,pp.186-187 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEMABSENTEISTAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM

SANTA CATARINA, BRASILNÁDIA RUBIA HEYLMANN1, ROSANA AMORA ASCARI2, JERUSA FUMAGALLI SCHAFNUNES3

1. Enfermeira. Especialista em Enfermagem do Trabalho do Centro Sul Brasileiro de Pesquisa Extensão e Pós-Graduação(CENSUPEG); 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC) e CENSUPEG; 3. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

RESUMOIntrodução: O absenteísmo refere-se à frequência ouduração do tempo de trabalho perdido quando osprofissionais não comparecem ao trabalho, issocorresponde às ausências quando se esperava que osfuncionários estivessem presentes. Constituem-se nasfaltas, licenças, afastamentos para participação emprogramas de treinamento e desenvolvimento, entreoutros1. É importante considerar que as causas doabsenteísmo nem sempre estão ligadas ao profissional,mas sim à instituição com processos de trabalhodeficientes através da repetitividade de atividades, dadesmotivação, das condições desfavoráveis do ambientede trabalho, da precária integração entre os empregadose a organização e dos impactos psicológicos de umadireção deficiente que não visa uma políticaprevencionista e humanística2. A ausência defuncionários no trabalho é influenciado por inúmerosfatores, intrínseco ou extrínseco ao trabalho, que atuamsobre a pessoa tornando o absenteísmo um problema dealta complexidade3. As ausências na enfermagemdesorganizam o trabalho de toda uma equipe, ausênciana qual traz graves perturbações à realização dasatividades e sobrecarga aos demais membros do grupo.Reduz a produção, aumenta o custo operacional edificulta a substituição dos trabalhadores diretamente.Os fatores relacionados com o absenteísmo feminino vãodesde a necessidade de cuidado dos filhos e das tarefasdomésticas até a maior suscetibilidade ao estresse e aproblemas de saúde. Mesmo que tenha apenas umemprego, é comum a mulher enfrentar a dupla-jornada,representada pela associação do trabalho "fora de casa"com o trabalho doméstico3. Com base no exposto,sentiu-se a necessidade de conhecer a incidência doabsenteísmo por doença junto aos trabalhadores deenfermagem e fatores geradores deste absenteísmo, natentativa de refletir sobre a magnitude destaproblemática para subsidiar ações de controle doabsenteísmo na equipe de enfermagem de um Hospital

Universitário no estado de Santa Catarina, Brasil.Espera-se que os resultados auxiliem na reorganizaçãodo trabalho de forma a minimizar ou até eliminar seusefeitos nocivos à saúde dos trabalhadores deenfermagem, a saber: enfermeiro, técnico deenfermagem e auxiliar de enfermagem. Objetivo:Identificar a incidência do absenteísmo por doença juntoaos trabalhadores de enfermagem de um hospitaluniversitário no estado de Santa Catarina e caracterizar apopulação estudada em relação ao gênero, avaliando osmotivos de afastamento, categoria, idade e sexo.Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de caráterdescritivo, com abordagem quantitativa. Para ter acessoaos registros, do Serviço de Atenção da Saúde doTrabalhador (SAST), foi encaminhado ao hospitaluniversitário um oficio ao representante do setor de RH,solicitando permissão de manuseio as informaçõescoerentes. Que corresponderam ao período de janeiro de2011 a dezembro de 2011. A coleta de dados obedeceu aum protocolo que preservou o anonimato dasinformações individuais, ao não se coletar nome eendereço dos funcionários atendidos, mas apenas asinformações relativas ao absenteísmo da equipe deenfermagem do referido hospital. Os dados coletadosforam organizados em forma de tabelas, analisados deacordo com estatística descritiva simples e discutidoscom base na literatura. Resultados e Discussão: Esteestudo compreende um total de 172 pessoas entreenfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, queprocuraram o atendimento no Serviço de Atenção àSaúde dos Trabalhadores (SAST) em 2011, destes foramtotalizadas 136 consultas entre atestados e afastamentos.De acordo com as características profissionais da equipede enfermagem do hospital universitário estudado,verificou-se o perfil dos funcionários que recorreram aatestados e/ou licenças médicas no período janeiro de2011 a dezembro de 2011, onde se encontramdistribuídos da seguinte forma: predomínio da categoriatécnicos de enfermagem (72,09%), sendo em sua

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maioria mulheres (94,19%), na faixa etária de 26 a 35anos (36,63%), casadas (44,19%), em sua maioria comnenhum filho (63,37%), trabalhadoras no períodonoturno (38,95 %). Alguns autores relacionam comocausa do absenteísmo feminino, o fato de a maioria dasmulheres inseridas no mercado de trabalho é responsávelpelos afazeres de casa e cuidado com os filhos. Estadupla jornada repercute em seu cotidiano e durante o seuturno de trabalho, não conseguindo afastar-se dosproblemas do lar4. Os enfermeiros foram responsáveispor 13,5% (76) dos afastamentos. Estudo aponta que amenor frequência de afastamentos de enfermeiros notrabalho pode ser atribuída ao fato de que, sendo oprofissional que responde pela equipe de enfermagem, aresponsabilidade do cargo pode determinar umapresença mais constante, e menos cansativa. Aocorrência de uma maior quantidade de atestados entreos técnicos de enfermagem demonstram que quanto maisbaixo o nível hierárquico ocupado pelos trabalhadores daequipe de enfermagem, maior a probabilidade deafastamentos por motivo de adoecimento. O número dedias afastados do trabalho, onde podemos observar quedas 136 consultas realizadas foram 106, queprevaleceram de 1 a 4 dias de afastamento, istocorresponde (77,94%), seguido de 5 a 10 dias com 28afastamentos (20,58%) e apenas 2 afastamentos foramde mais de 10 dias com (1,47%). Um estudo constatouque mais de 80% de todas as ausências tem duraçãoigual ou inferior a três dias, contribuindo com menos de15% dos dias perdidos; e que menos de 10% dos casossão responsáveis por mais de 80% dos dias perdidos.Verifica-se entre todas as categorias estudadas que, aunidade hospitalar de internações clínicas teve maiorincidência entre licenças e afastamentos (24,26%),seguido da emergência com (19,85%), a UTI com(14,70%), a unidade de internação cirúrgica teve(11,02%), maternidade e berçário com (7,35%), pediatria(5,88%), centro cirúrgico (5,14%) e oncologia com(4,41%). Verifica-se do grupo estudado apresentando136 afastamentos, que a maioria foi pro agravos dedoenças, sendo que as doenças do olho e anexoprevalecem com 29 casos (21,32%), seguidas de doençasdo sistema osteomuscular com 26 casos (19,11%);doenças do aparelho respiratório com 20 casos(14,70%); os atestados médicos por acompanhante 15casos (11,02%), doenças do geniturinário e algumasdoenças infecciosas e parasitárias somam cada uma 10casos representando (7,35%); doenças do aparelhodigestivo foram 9 casos (6,61%), gravidez, parto epuerpério com 8 casos (5,88%); doenças infecciosasintestinais 5 casos (3,67%) e as lesões e envenenamentoe fatores que influenciam o estado de saúde e contatocom serviço com 2 casos cada, (1,47%). Conclusões eContribuições para a Enfermagem: O absenteísmo foientendido como as faltas do trabalhador de enfermagem

às atividades laborais principalmente por doença dosolhos e anexos, osteomusculares e doenças do aparelhorespiratório. Os dados apontam que a maior incidência éentre os técnicos de enfermagem, trabalhadores daunidade de internação conhecida como clínica médica,local de trabalho com maior índice de frequênciaequivalente a 33 afastamentos. O maior número de diasperdidos foi entre 1 a 4 dias representando 106 dias detrabalho perdidos. Os índices de absenteísmo por doençaentre os trabalhadores de enfermagem da instituiçãopesquisada apresentam-se elevados, indicando anecessidade de estudos em cada local de trabalho,buscando detectar problemas causais específicos de cadaunidade hospitalar e avaliação da organização e posto detrabalho com vistas à melhoria das condições de trabalhoe promoção da saúde dos trabalhadores de enfermagem.Há também a necessidade de criação de um banco dedados para aperfeiçoar o registro das faltas, a fim defacilitar seu controle e possibilitar futuras pesquisas,visando à saúde, segurança e boas condições de trabalhodos profissionais de saúde, considerado um recursovalioso pela Organização Mundial de Saúde.

Palavras-Chave: Absentismo, Equipe deEnfermagem, Doença Ocupacional, Saúde doTrabalhador.

REFERÊNCIAS[1]. Chiavenato I. Recursos humanos. São Paulo: Atlas.

2000.[2]. Silva MPP, Marziale MHP. Absenteísmo de

trabalhadores de enfermagem em um hospitaluniversitário. Rev Latino AmEnferm. 2000; 8(5):44-51.Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rlae/v8n5/12366.pdf

[3]. Gehring Junior G, Corrêa Filho, HR, Vieira Neto, JD´A,Ferreira, NA, Vieira SVR. Absenteísmo-doença entreprofissionais de enfermagem da rede básica do SUSCampinas. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2007,10(3):401-409. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v10n3/10.pdf

[4]. Reis RJ, La Rocca PF. Fatores relacionados aoabsenteísmo por doença em profissionais deenfermagem. Rev Saúde Pública 2003; 37(5):616-723.Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rsp/v37n5/17477.pdf

[5]. Meira JBB. Absenteísmo por enfermidade: sugestõespara o seu controle. Rev. Bras. Saúde Ocup.1982;10(40):68-76.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DAENFERMAGEM DA ATENÇÃO HOSPITALAR EM

EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDECAMILA MARCON1, VANESSA SCHORR1, EDLAMAR KÁTIA ADAMY2, CARLA ARGENTA2, ANAPAULA ARALDI1, KELI ASTRID HUBERT1

1. Acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Centro de Educação Superior doOeste (CEO); 2. Enfermeira, Mestre, Professora efetiva do Departamento de Enfermagem da UDESC, CEO.

RESUMOIntrodução: Numa perspectiva transformadora daspráticas de saúde e visando1 aproximar as mesmas dosprincípios do Sistema Único de Saúde (SUS), oMinistério da Saúde (MS) articulando educação com omundo do trabalho em saúde instituiu por meio daPortaria nº 198/GM de fevereiro de 2004, a PolíticaNacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS)1.A PNEPS foi proposta pelo MS como um dispositivoestratégico visando a formação e o desenvolvimento dostrabalhadores, fomentando assim a autoanálise e aautogestão dos trabalhadores da saúde. Em 2007 estapolítica foi atualizada onde foi delineada umareestruturação da proposta inicial colocando a educaçãopermanente como parte da gestão e com a adoção denovas estratégias para a sua implementação. Levando emconsideração a importância da PNEPS e de se proporações para sua real implementação, elaborou-se umPrograma de Formação organizado em três açõesdistintas: Ação 1 – Implantar e implementar o ProgramaNacional de Segurança do Paciente, com ênfase naproposta e validação dos protocolos, guias e manuaisvoltados à segurança do paciente. Ação 2 – Implantar eimplementar Sistematização da Assistência deEnfermagem (SAE) e o Processo de Enfermagem (PE)como projeto piloto no setor de radioterapia e em outrossetores a serem definidos. Aprofundar o conhecimentosobre o SAE/PE e a construção de um material didáticopedagógico para o estudo da SAE/PE. Ação 3 –Capacitar os trabalhadores para o desenvolvimento deboas práticas de enfermagem. Objetivo: Descrever asprincipais atividades que vem sendo realizadas peloscomponentes do Programa de Extensão com osprofissionais do Hospital Regional do Oeste (HRO).Metodologia: O presente Programa de Extensão temorigem nos pressupostos da aprendizagem significativa.

Este método foi considerado mais apropriado tendo emvista que se aplica à formação e educação permanentedos trabalhadores da saúde. A opção desta abordagemocorreu também pelo seu caráter social uma vez querepresenta papel fundamental na construção doconhecimento sobre o cuidado em saúde que vai paraalém do biológico, pois é também social2. Fazem partedo projeto estudantes, docentes, profissionais de saúde,gestores e profissionais voluntários que atuam no âmbitoda Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)e HRO. Esta proposta vem sendo desenvolvida desdemarço de 2015 e seguirá até dezembro, compossibilidade de ser ampliada permanentemente,conforme demanda das instituições envolvidas. EstePrograma se realizará a partir de três ações, sendo elas:Ação 1: vem sendo realizada por meio de rodas deconversa mensais entre o quadrilátero3, que atua nocuidado à saúde – gestão, assistência, ensino e controlesocial – as quais acontecem em uma quinta-feira a tardepor semana, nas dependências do HRO. “Rodas deconversa” é um espaço educativo que configura nametodologia participativa, é a forma de fazer educaçãodo trabalho, como trabalhador e não para ele, poistrabalha-se com arranjos gerenciais, além de processospedagógicos de organização da rede de atenção à saúde,de qualificação das práticas por meio da integralidade daatenção e da produção de aprendizagens significativas3.Os encontros vem sendo conduzidos por meio demetodologias ativas, o que pressupõe o uso de temasgeradores a partir do cotidiano e dos nós críticospresentes no processo de trabalho, com vistas aqualificar o atendimento e a segurança do paciente. Asrodas de conversa são mediadas pelos docentes eacadêmicos da UDESC e pela coordenação de EducaçãoPermanente do HRO. Os encontros acontecerão durantetodo o ano letivo com duração de aproximadamente umahora cada. Em um dos encontros está previsto um‘seminário de alinhamento conceitual’, tendo como temaos marcos conceituais e históricos da Educação

Marcon et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.E,pp.188-189 (Ago - Out 2015)

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Permanente em Saúde e a SAE. Ação 2: Esta ação estásendo desenvolvida a partir de encontros semanais nasdependências do HRO de forma rotativa com o grupo deacordo com a área de atuação de forma que cada setorestá se reunindo uma vez ao mês. Os encontrosacontecem a partir de Rodas de Educação Permanenteem Saúde e nesses estão presentes enfermeiros, técnicose auxiliares de enfermagem, gestores, escriturários ecomissão de humanização do HRO, docentes e discentesda UDESC, e representantes da Associação Brasileira deEnfermagem (ABEn) e Conselho Regional deEnfermagem de Santa Catarina (COREN - SC). A Ação2 iniciou com um projeto piloto no setor de radioterapiado HRO, onde estão sendo construídos instrumentospara todas as etapas do Processo de Enfermagem (PE),sendo constituídos pela anamnese e exame físico,diagnósticos de enfermagem, planejamento, intervençõese resultados de enfermagem. Estes instrumentos estãopassando por um processo de revisão pelos docentes ediscentes da UDESC, bem como pela enfermeiraresponsável pelo setor, com a posterior validação dosmesmos pela enfermeira. Ação 3: Esta ação sedesenvolverá a partir de cursos com momentos deconcentração e dispersão. Os momentos de concentraçãocompreendem espaços de diálogo e debate acerca daspolíticas de saúde municipal, estadual e nacional. Nestesespaços ocorrerão aulas expositivas e dialogadas com arealização de dinâmicas, discussões de situaçõesproblemas e de artigos, onde o docente media e conduzas reflexões com os trabalhadores, sendo elesenfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, eaberto para a participação de outros profissionais quetiverem o interesse. Já os momentos de dispersãocompreendem práticas de imersão no mundo do trabalhoa fim de vivenciar os temas e as ações de humanização,acolhimento e de qualificação no atendimento àsnecessidades de saúde da população. Neste sentido,busca-se a integração da Educação Permanente comoinstrumento estratégico na qualificação dos servições desaúde, bem como melhoria da qualidade da atençãoofertada à população. Resultados: Para a efetivação daação 1, está sendo criado o Protoloco de risco de quedase a implantação da Escala de Morsin, visandocontemplar o Programa Nacional de Segurança doPaciente. A ação 2 constitui de um processo inicial deacompanhamento da rotina de trabalho do setor deradioterapia,em que a enfermeira demonstrou interesseem realizar o projeto piloto de implantação do PE, com aposterior construção, revisão e validação deinstrumentos de anamnese e exame físico, diagnósticos eintervenções de enfermagem, que contemplam trêsetapas do PE. Além disso, para esta ação, realizou-se aconstrução de um manual didático pedagógico contendoinformações para o estudo da SAE e do PE, que serárevisado por docentes da UDESC, e, com a posterior

impressão e disponibilização para a equipe deenfermagem do HRO, objetivando o aprofundamento doconhecimento sobre os temas propostos. A ação 3 estásendo planejada para dar início no mês de maio, poisprimeiramente teve-se que fazer um planejamento e darinicio as ações 1 e 2. Conclusão e Contribuições paraa Enfermagem: A partir do desenvolvimento dasprimeiras ações do Programa de Extensão no serviço desaúde, pode-se evidenciar a importância do mesmo parao desenvolvimento e aperfeiçoamento dos RecursosHumanos, além de contribuir para a implantação do PE,melhorando assim a qualidade na assistência e segurançado paciente. Além disso, vale ressaltar que areceptividade dos profissionais de saúde foi fundamentalpara o desempenho das atividades, contribuindo assimpara uma troca de conhecimentos entre ensino-serviço.:O desenvolvimento das ações do Programa deFormação para Profissionais da Enfermagem da AtençãoHospitalar em Educação Permanente em Saúde,contribui para o aperfeiçoamento profissional no que serefere a prática privativa do enfermeiro, bem como parafornecer um subsídio para a SAE/PE. O Programaauxilia no enfrentamento dos problemas que emergemno cotidiano do trabalho em saúde e enfermagem,fomentando assim o desenvolvimento dos profissionaisde saúde num contexto que venham ao encontro dosprincípios e diretrizes do SUS, que integra a missão doHRO, por meio do comprometimento, busca eatualização do conhecimento em saúde e enfermagem.

Palavras-Chave: Enfermagem, EducaçãoPermanente, Formação de recursos humanos, Processosde Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Brasil. Portaria n. 198/GM de fevereiro de 2004. Institui

a Política Nacional de Educação Permanente. Secretariade Gestão do Trabalho e da Saúde. Ministério da Saúde.Brasília, 2004.

[2]. Minayo, MC de S,Deslandes SF, Gomes R. Pesquisasocial: teoria, método e criatividade. 27ª ed. Petrópolis:Vozes; 2008: 108 p.

[3]. Ceccim RB. Educação permanente em saúde: desafioambicioso e necessário. IN: Feuerwerker, LCM. Oquadrilátero da formação para área da saúde: ensino,gestão, atenção e controle social. IN: Physis: Rev. SaúdeColetiva, Rio de Janeiro; 2004; 14 [acesso em 19 abr2015] Disponível em:http://www.scielo.br./pdf/physis/v14n1a04.pdf

Vol.11,n.3,pp.190-191 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UMAPOSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA

PROMOÇÃO DE SAÚDE DOS ESCOLARESLEIDINARA BARBOSA DE OLIVEIRA1, DANIELE SCHOENINGER1, PAOLA PRESSI1, CLAUDETERAULINO1, ANGÉLICA PAULA PARAVISI1, SIMONE NOTHAFT2

1. Acadêmicas da 8ª fase do Curso de Enfermagem – UDESC. Bolsista do Projeto de Extensão Ações pedagógicas nos espaços desaúde: contribuições para 15ª Conferência Nacional de Saúde; 2. Docentes no Curso de Enfermagem – UDESC. Membros do Projetode Extensão Ações pedagógicas nos espaços de saúde: contribuições para 15ª Conferência Nacional de Saúde.

RESUMOIntrodução: O Programa Saúde na Escola (PSE)instituído pelo Decreto n° 6.286, de 5 de dezembro de20071, com finalidade de contribuir para a formaçãointegral dos estudantes da rede pública de educaçãobásica por meio de ações de prevenção, promoção eatenção à saúde, contribui para a construção de umsistema de atenção social, promove a comunicação entreescola e unidade de saúde e fortalece a participaçãosocial e comunitária2. O PSE instituído pelo Ministérioda Saúde e Educação constitui uma estratégia para aintegração e articulação permanente entre as políticas eações de educação e saúde, na perspectiva da atençãointegral (prevenção, promoção e atenção) à saúde dascrianças, adolescentes e jovens do ensino público básico,nos âmbitos das escolas e Estratégia de Saúde da Família(ESF) realizadas pelas equipes de saúde de formaintegrada3. Junto aos componentes e ações do PSE,destaca-se a promoção da saúde e prevenção de agravos.O PSE utiliza-se de parceria com o Programa de Saúdeda Família1 para desenvolver ações de saúde na escolatendo como premissa dessa relação a intersetorialidade.As ações do PSE são feitas através de visitasdomiciliares e permanentes das ESF às escolasparticipantes do PSE, avaliando as condições de saúdefísica e mental dos educandos durante o ano letivo, eprogramando ações e intervenções conjuntas entre asequipes de saúde e educação. Promovem-se ações deeducação permanente em saúde, atividade física, ecapacitação profissional para monitoramento da saúdedos estudantes. O PSE vem contribuir para ofortalecimento de ações na perspectiva dodesenvolvimento integral e proporcionar à comunidadeescolar a participação em programas e projetos quearticulem saúde e educação, para o enfrentamento dasvulnerabilidades que comprometem o plenodesenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens

brasileiros, de acordo com o seu meio social. Essainiciativa reconhece e acolhe as ações de integraçãoentre saúde e educação já existentes e que têmimpactado positivamente na qualidade de vida doseducandos. A escola é um espaço privilegiado para aspráticas de promoção de saúde e de prevenção deagravos à saúde e de doenças. A articulação entre escolae unidade de saúde é, portanto, uma importante demandado Programa Saúde na Escola. Objetivo: Relatar aexperiência da implantação da primeira e segunda etapado PSE, por meio da avaliação antropométrica eoftalmológica de alunos do 1° ao 9° ano do períodovespertino em uma instituição de ensino municipal dacidade de Chapecó, dando os devidos encaminhamentosapós essa avaliação em conjunto com a equipe daUnidade Básica de Saúde (UBS), especialistas de cadaárea para cada situação encontrada. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência que ocorreu durante adisciplina de Estágio Supervisionado I, do curso deEnfermagem da Universidade do Estado de SantaCatarina (UDESC), que teve como campo de práticauma unidade básica de saúde, tendo em sua área deabrangência a uma escola municipal, com cerca de 478alunos só no turno vespertino. A atividade ocorreu noperíodo de abril a maio de 2015. Como atividade inicialfoi discutida sobre a intervenção juntamente com aequipe do UBS Alta Floresta, que consentiu e orientou odesenvolvimento da atividade fornecendo materialnecessário. Organizou-se um cronograma que foiapresentado ao diretor da escola solicitando autorizaçãopara o início das atividades. A avaliação ocorreu durantecinco dias, nos quais se realizou avaliaçãoantropométrica (peso, medida e Índice de massacorpórea - IMC), oftalmológica, e entrega da cadernetade saúde do adolescente para os estudantes de 10 à 19anos de idade. Todos os resultados foram devidamenteanotados na ficha do programa para controle eacompanhamento dos estudantes. Resultados e

Oliveira et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.190-191 (Ago - Out 2015)

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Discussão: como resultados da experiência pode serobservado crianças com sobrepeso, baixo peso eacuidade visual prejudicada, chegando a 20/60, na escalaSnellen. Os resultados obtidos reforçaram a importânciade campanhas para a detecção e prevenção de problemasvisuais, justificando a realização de iniciativas como oPSE dessa forma criando condições favoráveis paramelhor aproveitamento visual3. Percebeu-se também adiferença de atitude com relação a atividade de acordocom a faixa etária de idade. Os adolescentes foram maiscuriosos e apreensivos, sendo que alguns não aceitaramrealizar a atividade proposta. Já com as crianças de 06 a08 anos a avaliação foi mais demorada e cansativa peladifícil compreensão das instruções fornecidas e poucoconhecimento desenvolvido nesta fase escolar. Ao serentregue a caderneta do adolescente aos estudantes apartir de 10 anos, era explicado do que se tratava equando voltavam às salas, a curiosidade e oscomentários atrapalhavam a aula, e era necessário que osprofessores interrompessem a atividade que estavamdesenvolvendo para abrir espaço e discutir sobre oconteúdo da caderneta. Nesse sentido, o ambienteescolar é entendido como contexto propício para odesenvolvimento de práticas promotoras de saúde, já queexerce influência na construção de valores e estimula oexercício da cidadania4. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: O PSE é umprograma que favorece o trabalho de promoção da saúdepelas ESF, e permite que os profissionais atuemestimulando a criança e o adolescente ao seu cuidadorelacionado com a saúde e doença, discutindo sobre osseus determinantes e condicionantes. Além de envolveros educandos, o programa atinge também os educadorese toda a área adscrita da escola, tendo uma abrangênciaque inclui o território e família dessas crianças eadolescentes. Momentos de discussões sobre questõesrelacionadas à saúde no espaço escolar favorecem odesenvolvimento da consciência de corresponsabilidadeque os estudantes têm sobre sua saúde e sobre o sistemade saúde do qual são usuários. A escola é um espaçorico para o desenvolvimento das atividades doenfermeiro, podendo atuar e aplicar não só o cuidado àsaúde e doença, mas sim a prevenção e promoção àsaúde, trabalhando com temas relacionados àsexualidade, doenças sexualmente transmissíveis,gravidez na adolescência, drogas, conhecimento docorpo humano principalmente com as crianças,importância e incentivo a atividades físicas, alimentaçãosaudável, limpeza e higiene corporal, entre outras. Osestudantes de escolas que estão cadastradas edesenvolvem atividades do PSE, se tornammultiplicadores de conhecimento em todo o território noqual estão inseridos, tornando o processo de promoçãode saúde mais eficaz e o fortalecimento do vínculo como enfermeiro.

Palavras-Chave: Saúde escolar, Promoção da Saúde;saúde da criança, Saúde do Adolescente.

REFERÊNCIAS[1]. Vieira AC, Vieira VS. A necessidade de capacitação dos

profissionais do programa saúde na escola para inclusãode orientações posturais preventivas no âmbito escolar.Rev. Ciência em tela, Rio de Janeiros. 2011; 4(2):1-15.

[2]. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção àSaúde. Departamento de Atenção Básica. Passo a passoPrograma Saúde na Escola / Ministério da Saúde.Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento deAtenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde. 2011.

[3]. Granzoto JA, et al. Avaliação da acuidade visual emescolares da 1a série do ensino fundamental. Rev. ArqBras Oftalmol, São Paulo. 2003; 66:167-71.

[4]. Santos ZMSA, Caetano JA, Moreira FGA. Atuação dospais na prevenção da hipertensão arterial: uma tecnologiaeducativa em saúde. Rev. Ciência e Saúde Coletiva, Riode Janeiro. 2011; 16(11):4385-4394.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

PROMOÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA RURAL NAATENÇÃO DA ENFERMAGEM COMUNITÁRIA

BERNADETTE KREUTZ ERDTMANN1, CARINE PROVENSI2, LUIZ HENRIQUE DE CESARO2

1. Professora efetiva pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. Mestre em Enfermagem. Especialista emAdministração dos Serviços de Saúde e de Enfermagem e Especialista em Biossegurança; 2. Acadêmica (o) do Curso de Graduaçãoem Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: Trata-se de um projeto de extensãouniversitária com atividades de promoção da saúde comfamílias residentes na área rural. Utiliza-se o Processo deEnfermagem tendo como base teórica o Modelo Calgaryde Avaliação da Família (MCAF) e Modelo Calgary deIntervenção da Família (MCIF). O Modelo Calgary deAvaliação da Família (MCAF) é composto por umaestrutura multidimensional e integral. Consiste de trêscategorias principais: a estrutural, de desenvolvimento ea funcional. A Avaliação Estrutural da Família estádividida em subcategorias: interna, cujos componentes aserem observados são a composição da família, gênero, aorientação sexual, a ordem de nascimento, ossubsistemas internos à família e os limites quecorrespondem às funções de cada membro. Asubcategoria externa inclui a família extensacaracterizada pela família de origem e a família atual ossistemas mais amplos que são as pessoas das quais afamília mantém contatos significativos. A subcategoriacontexto divide-se em: etnia que se deriva do conceitoque a família atribui a combinação histórica, raça, eclasse social e da religião. A raça como contribuinte efortalecimento da identidade dos participantesfamiliares. A subcategoria classe social e a vinculaçãocom o próprio conjunto de valores, estilos de vida ecomportamentos que influenciam a interação familiar eas práticas de cuidado. A subcategoria espiritualidade eou religião se refere as crenças religiosas e/ou os rituaise práticas dos membros de uma família e que podeminfluenciar no processo de viver com mais saúde. Asubcategoria ambiente abrange a comunidade, o entornoda família, os vizinhos, bem como os acessos aosserviços das quais a família necessita1. Para a avaliaçãoestrutural da família é desenhado o genograma e oecomapa sendo que o genograma nos dá o desenho daestrutura interna da família e o ecomapa que incorpora ogenograma representa uma visão ampliada do mundo dafamília, das relações internas e externos da família1.

Avaliação de Desenvolvimento da Família: A categoriade desenvolvimento está composta por trêssubcategorias, a saber: estágios, tarefas e vínculos. Asubcategoria estágios aborda o ciclo vital doscomponentes da família, verifica e avalia o processo detransição destes ciclos e a repercussão intrafamiliar e asmudanças e os rearranjos necessários para um viver maisharmonioso desta família. Podendo compreender famíliacom filhos pequenos, com adolescentes, saída dos filhos,com idosos e os papéis de cada membro nestascircunstâncias no cuidado à saúde1. A subcategoriavínculos é importante para a enfermeira reconhecer osvínculos mútuos buscando fortalecer os laços familiares,com amigos, na comunidade enfim, o que é relevantepara cada membro. A subcategoria tarefas se refere aosajustes dos sistemas intrafamiliares e quais osprovedores de cuidados1. Avaliação Funcional daFamília se refere a como os indivíduos se comportamuns com os outros, é o aqui e agora da família e estádividida em duas subcategorias: a instrumental eexpressiva. A subcategoria instrumental se refere àsatividades diárias e rotineiras dos membros da família,tais como, alimentar-se, vestir-se, dormir, medicar-se.As atividades instrumentais da vida cotidiana familiarpodem sofrer estresse na presença de uma doença ou defamiliar com necessidade de atenção específica. O papelda enfermeira neste processo é vital, pois ela irá planejaros cuidados de modo buscando o (des)estresse familiar1.

A subcategoria expressiva incorpora a formas decomunicação intrafamiliar, a solução de problemas, adefinição das funções relativas ao cuidado do entenecessitado. A influência e o poder de algum membroque influencia nas adequações familiares. As crenças deindivíduos e da família com um todo que direcionam ocuidado. E as alianças e uniões que se formam para oenfrentamento, neste caso, inclui a enfermeira1. ModeloCalgary de Intervenção na Família (MCIF) estáassociado ao MCAF descrito acima, pois após ousimultaneamente a aplicação do MCAF ocorre aintervenção da enfermeira, ou seja, se estabelece oplano

Erdtmann et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.E,pp.192-193 (Ago - Out 2015)

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de cuidados de enfermagem àquela família objetivandoas mudanças, que visa promover a saúde através do autocuidado, prevenir doenças e ou agravos, recuperação dasaúde e melhorar e sustentar o funcionamento de um oumais membros da família em relação as respostaspositivas frente à vivência como cuidado diário desaúde. Outro importante instrumento de avaliação dasaúde da família é a classificação de grau de risco dafamília, segundo Coelho2 são atribuídos pontuações paraalguns determinantes que possam afetar a dinâmica deviver com saúde da família. Entre os fatoresapresentados temos: fatores socioeconômicos - discute arenda familiar; fatores educacionais - discute aalfabetização do chefe da família; fatores ambientais eestruturais - discutem o abastecimento de água,condições da residência e riscos físicos de segurança dolocal da residência; fatores clínicos - discutem aspatologias prevalentes e os agravos e medicação; fatoresestruturais da família - discutem as presenças decrianças, adolescentes, gestantes, idosos com patologiasespecíficas.A todos os fatores é atribuída uma pontuaçãoque gerará o grau de risco da família. Tal classificaçãomelhora a resolutividade dos serviços de saúde à família.Objetivos: Desenvolver ações de promoção em saúde,prevenção primária e secundária de agravos à saúdeintegral de famílias residentes do campo, ou seja, na árearural, que cuidam de um membro com necessidades deatenção diária. Método: As famílias foram sugeridaspela enfermeira da equipe da Estratégia da Saúde daFamília do município de Palmitos/SC responsável daárea da qual pertence as famílias, esse projeto concentra-se no atendimento domiciliário de enfermagem a famíliarural que apresenta necessidade de cuidados daenfermagem, preferencialmente, àquelas famílias quecuidam de indivíduo dependente ou semi-dependente decuidados para o desenvolvimento das atividades de vidadiária (AVD). Na primeira abordagem, é aplicado oHistórico de Enfermagem, através da consulta deenfermagem com utilização de instrumentos de registrostais como MCAF e o instrumento de Classificação derisco da família. Sempre que necessário ocorre contatodireto com a equipe de ESF da área de abrangência dafamília num sistema de referência e contra referência.Para o presente ano será agendada uma oficina com asenfermeiras de todas as ESF do município para discutir oMCAF e MCIF, bem como o roteiro de classificação derisco da família. Resultados: No ano de 2014foramacompanhadas duas famílias e em 2015 acrescentaram-se mais duas famílias, residentes no interior domunicípio de Palmitos/SC, sendo aproximadamente 10pessoas atingidas diretamente pelo projeto. Foramrealizadas oito visitas domiciliares a cada família eprestados cuidados tais verificação dos sinais vitais eprincipalmente orientações sobre autocuidado à famíliacom idoso com DPOC, tabagista e com sequelas de

AVE, bem como cuidado com ferimentos em outrosmembros da família. Ocorreu também a necessidade deapoio emocional pelo falecimento de um dos membrosda família. Em outra família a avaliação focou mais nascondições de higiene do ambiente e corporal de umaidosa. Também ficou evidenciado o apoio aos demaismembros dessa família, que por vezes a intervenção daenfermeira voltava-se a uma jovem senhora com queixasde mal estar difusas. Concomitante está sendodesenvolvida uma pesquisa e a elaboração de umsoftware para otimizar a elaboração de genogramas eecomapas pelas Unidades Básicas de Saúde, sendo estesbaseados no modelo de Calgary para sua formulação, namodalidade de TCC. Conclusão: A utilização demodelos consolidados para avaliação e intervenção nafamília propiciou um olhar mais acadêmico da extensão.Os resultados dessa prática permite afirmar de que asfamílias que receberam o acompanhamento dosextensionistas expressaram uma imensa satisfação esolicitaram a continuidade da assistência. A classificaçãode risco da família enquanto instrumento de avaliaçãonos mostrou riscos moderados para as duas famíliasatendidas em 2014, sendo que a principal preocupaçãorecaia nos idosos. Em ambas as famílias conviviam trêsgerações. As ligações fortes estavam ligadas entre osmembros da família e com a igreja e vizinhos. Por outrolado, ligação conflituosa de uma família com um vizinhopor problemas de fornecimento de água.

Palavras-Chave: Enfermagem, Autocuidado, ModeloCalgary, Visita domiciliar.

REFERÊNCIAS[1]. Wright L, Leahey M. Enfermeiras e famílias: um guia

para a avaliação e intervenção na família. 4ª ed. Rio deJaneiro: ROCA, 2008.

[2]. Coelho FLG, Savassi LCM. Aplicação de escala de riscofamiliar como instrumento de priorização das visitasdomiciliares. Revista Brasileira de Medicina de Família eComunidade. 2004, v.1, n.2, p. 19-26. Disponível em:https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/2145.pdf. Acesso em: 24 fev 2013.

Vol.11,n.3,pp.194-196 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

PROMOÇÃO DA SAÚDE EM COMUNIDADES RURAISDO OESTE CATARINENSE ATRAVÉS DO USO DE

PLANTAS MEDICINAISKICIOSAN BERNARDI GALLI1, ROBSON LOVISON2, SARA PÍCCOLI2

1. Enfermeira. Mestre em Saúde e Gestão no Trabalho, Professora pela Universidade do Estado de Santa Catarina –UDESC; 2. Acadêmica (o) do Curso de Graduação em Enfermagem da UDESC.

RESUMOIntrodução: Desde a antiguidade, a preocupação com ocontrole das doenças, melhoria do ambiente físico,provisão e abastecimento de água e alimentos, bemcomo a assistência à saúde fazem parte da vida emcomunidade. Para cuidar da saúde, os povos recorriam atratamentos naturais, como o uso de plantas medicinas,os banhos de imersão, os benzimentos e a oração. Aolongo do tempo novas exigências relativas ao cuidadohumano foram sendo incorporados nas mais diversassociedades1. Na sociedade ocidental, o modelobiomédico ou medicina convencional, é o métodoprincipal para tratar e curar doenças, distanciando-se doenfoque na saúde.Este modelo de saúde que prioriza asuperespecialização e tem seu foco na doença, temgerado certo grau de insatisfação popular, levandomuitas pessoas a cuidar da saúde com outros métodos,resgatando tratamentos de saúde milenares como o usode plantas medicinais, e trazendo para o ocidente formasorientais de tratar a saúde, a exemplo da acupuntura.Decorrente desta insatisfação observou-se a partir do anode 1960, a intensificação do movimento pelas PráticasIntegrativas e Complementares – PICs, motivado porfatores associados à diminuição da morbimortalidade,doenças infectocontagiosas, ao aumento da expectativade vida e o aumento das doenças crônicas nãotransmissíveis. Aliado a estes fatores, iniciou-se tambémuma crítica ao poder da medicina convencional sobre ospacientes, a consciência de que ela não resolvia todos osproblemas de saúde, a preocupação com os efeitoscolaterais dos medicamentos e com o excesso deintervenções cirúrgicas e exames complementares2. Emresposta ao movimento pelo uso de terapias alternativas,a Organização Mundial da Saúde - OMS, no ano de2002, divulga um documento incentivando o uso daMedicina Tradicional, uma terminologia ampla queinclui terapias como meditação, terapias a base de ervas,partes de animais e vegetais, acupuntura, terapias

manuais e terapias espirituais. Segundo a OMS, aMedicina Tradicional compreende um conjunto decrenças e práticas terapêuticas de atenção à saúde nãoalopática, que procuram atender ao indivíduo de formaholística, tendo como base a confiança e o vínculoterapeuta/usuário3.No Brasil, após a criação do SistemaÚnico de Saúde, diversas ações foram criadas paragarantir o acesso universal, integral e igualitário aosserviços de saúde. Dentre estas ações, destacamos, noano de 2006, a aprovação de duas ações na saúde públicaque foram ao encontro do preconizado pela OMS: aPolitica Nacional de Práticas Integrativas eComplementares e o Programa Nacional de PlantasMedicinais e Fitoterápicos, este último definindo oconceito de planta medicinal como toda “Espécie vegetalcultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos.Chama-se planta fresca aquela coletada no momento deuso e planta seca a que foi precedida de secagem,equivalendo à droga vegetal”4. A referida Políticatambém é composta por dois eixos temáticos: eixoagroindustrial e eixo das tradições. No eixo dastradições, o Ministério da Saúde descreve que “asregulamentações devem ser direcionadas a salvaguardar,preservar e apoiar os conhecimentos, práticas, saberes efazeres tradicionais e populares de plantas medicinais,remédios caseiros e demais produtos para a saúde que seestruturam em princípios ancestrais e imateriais”4. APolítica Nacional de Plantas medicinais tambémpreconiza a capacitação técnico-científica de todos osindivíduos envolvidos em todas as áreas acerca destetema, bem como incentiva a produção sustentável deplantas medicinais em comunidades rurais, entendendoque a agricultura familiar apresenta, além dadisponibilidade de terra e trabalho, o conhecimentotradicional e longa experiência com práticasagroecológicas4. Com a legislação amparando asPICs,vários municípios brasileiros têm implantado emseus serviços públicos de saúde o programa de plantasmedicinais/fitoterapia, com acompanhamento dos

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resultados na saúde da população e na diminuição decustos para o município5,bem como levando em conta oapontamento dos usuários em relação as vantagens douso de plantas medicinais pela sua eficácia, baixo custoe redução de efeitos colaterais. No entanto, é possívelencontrar as plantas medicinais e os fitoterápicosutilizados e comercializados sem os devidos cuidadosdesde a etapa de colheita até a dosagem correta para ouso, apresentando efeitos colaterais e interaçõesmedicamentosas indesejáveis. Diante do exposto, eentendendo que os enfermeiros inseridos nas equipes deSaúde da Família desenvolvem um papel importantejunto às comunidades no que tange as atividades deeducação popular em saúde, a Graduação emEnfermagem da Udesc desenvolve um projeto deextensão focado no uso de plantas medicinais pelacomunidade e pelo serviço público de saúde,incentivando seu uso de forma consciente e segura pelapopulação. Objetivos: Desenvolver oficinas decapacitação sobre plantas medicinais junto às mulheresagricultoras no município de Cunha Porã - SC. Método:Rodas de conversa sobre temas geradores apontadospelas mulheres agricultoras referentes a utilização dasplantas medicinais associando o saber popular ao sabercientífico. Desde o inicio do projeto, foram realizadoscinco encontros reunindo as mulheres agricultoras devárias comunidades rurais do município, secretário desaúde e equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família -NASF, representantes da Epagri e Cooperativa RegionalAuriverde. Resultados: no primeiro encontro adiscussão abordou os objetivos do projeto de extensão ea experiência das mulheres em relação ao uso de plantasmedicinais em suas comunidades. O segundo encontroteve como tema gerador a elaboração de um hortomedicinal, que resultou na solicitação de uma viagempara conhecer in loco como se dá a organização emanutenção de um horto medicinal. No terceiro encontroas mulheres agricultoras e equipe do NASF conheceramdois hortos medicinais em Florianópolis – SC e um hortomedicinal de Camboriú – SC. O quarto encontro foi aorganização de um seminário sobre plantas medicinais eo quinto encontro foi a realização do evento I Encontrode Plantas Medicinais em Cunha Porã, promovido pelaUDESC e Prefeitura Municipal de Cunha Porã, com oapoio da EPAGRI, Cooperativa Regional Auriverde eAssociação Catarinense de Plantas Medicinais, queabordou o cenário atual da utilização das plantasmedicinais pela população e capacitou as equipes doNASF e ESF, bem como as mulheres agricultoras, para aimplantação do programa de Plantas Medicinais naAtenção Básica Municipal. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: Quando se iniciouo projeto de extensão no município esperava-se a adesãoe participação das mulheres agricultoras e o apoio daSecretaria Municipal de Saúde. A partir do primeiro

encontro, percebeu-se que o município estava não sóapoiando, mas confiando no projeto de extensão comouma ferramenta de auxílio para a implantaçãodoPrograma de Plantas Medicinais no município. Com alegitimidade das PICs, em especial da fitoterapia noSUS, urge estudar, pesquisar e desenvolver protocolosde atendimento pautados no conhecimento tradicionalaliado ao saber científico de forma que a utilização dasplantas medicinais tenha eficácia, segurança eresolubilidade para atender as demandas de saúde. Ospróximos passos do projeto de extensão são uma novacapacitação técnica para as mulheres agricultoras eequipe do NASF, visando a efetivação do hortomedicinal em uma área cedida pela Prefeitura Municipal,que terá sua organização e manutenção pelas mulheresagricultoras participantes do projeto e a elaboração deprotocolos de utilização das plantas medicinais maisutilizadas pela população cunhaporense para tratamentode agravos à saúde. A parceria estabelecida com aEPAGRI, Cooperativa Regional Auriverde e AssociaçãoCatarinense de Plantas Medicinais fortaleceu o projeto evislumbra-se a realização da VIII Jornada Catarinense dePlantas Medicinais na região Oeste Catarinense.Ressaltamos que o projeto de extensão vai ao encontrodo Programa Nacional de Plantas Medicinaisno SUS noque tange as seguintes diretrizes: recursos humanos,conhecimento tradicional e popular, e produção/cultivode plantas medicinais. As PICs estão paulatinamenteinserindo-se no Sistema Único de Saúde e aenfermagem, como profissão da saúde que estabelecevínculos mais profundos com a comunidade onde atua etem, na sua formação, as bases da promoção em saúde,integralidade na atenção e atuação pautadas no princípiohumanístico, as plantas medicinais representam aoportunidade de mais uma área de atuação para oenfermeiro no Sistema Único de Saúde e também noensino, na pesquisa e na extensão comunitária.

Palavras-Chave: Enfermagem, Extensão, PlantasMedicinais, Terapias Integrativas e Complementares,Mulheres Agricultoras.

REFERÊNCIAS[1]. Piriz, Manuelle Arias et al. Uso de plantas medicinais:

impactos e perspectivas no cuidado de enfermagem emuma comunidade rural. Revista Eletrônica deEnfermagem, 2013; 15(4):992-999. (acesso 15 mai.2015) Disponível em:http://revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/19773

[2]. Otani Márcia Aparecida Padovan, Barros Nelson Filicede. A Medicina Integrativa e a construção de um novomodelo na saúde. Ciênc. saúde coletiva [Internet].2011 Mar [cited 2015 May 15]; 16(3):1801-11.(acesso 15 mai. 2015) disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232011000300016

Galli et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.194-196 (Ago - Out 2015)

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[3]. Organización Mundial de laSalud. Estrategia de la OMSsobre medicina tradicional 2014-2023. OrganizaciónMundial de laSalud: 2013. (acesso em 15 mai. 2015)Disponível em:http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/95008/1/9789243506098_spa.pdf?ua=1

[4]. Brasil. Programa Nacional de Plantas Medicinais eFitoterápicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.(acesso 15 mai. 2015) disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/programa_nacional_plantas_medicinais_fitoterapicos.pdf

[5]. Rosa Caroline da, Câmara Sheila Gonçalves, Béria JorgeUmberto. Representações e intenção de uso da fitoterapiana atenção básica à saúde. Ciênc. saúdecoletiva [Internet]. 2011 Jan[cited 2015 May 15]; 16(1):311-18. (acesso em 04mai. 2015) Disponível em:http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000100033

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

QUALIDADE DE VIDA DE ESTUDANTES DEENFERMAGEM: A ESPERANÇA QUE NUNCA CHOVA

SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE1, CRHIS NETTO DE BRUM2, CÉLIA REGINA MACHADORECKTENVALD3, DHIANE TERRIBLE3, JOSEANI BANDEIRA3, MARIA ELISABETE CALADORAMALHO DOS SANTOS3

1. Enfermeiro, Doutorando em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria, Bolsista CAPES, Universidade Federal deSanta Maria; 2. Enfermeira, Doutoranda em Enfermagem. Docente do curso de Graduação em Enfermagem da UFFS/SC; 3.Enfermeira, Graduação em Enfermagem, Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 4.Acadêmica de Enfermagem da UFFS/SC, Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC.

RESUMOIntrodução: A qualidade de vida é compreendida apartir de uma concepção individual e multidimensional,a qual é diretamente influenciada por fatoresrelacionados à educação, à economia e aos aspectossocioculturais e espirituais1. E diante do exposto, temganhado destaque na literatura, questionamentos emrelação as alterações que acabam acometendo a vida dosestudantes, que mediante a sua inserção no cotidianoacadêmico, tem passado por distintas modificações emseu estilo de vida, dos quais destaca-se: o sedentarismo,poucas horas de sono, má alimentação, criseshipertensivas, sendo necessário acompanhamentomédico e uso de medicamentos, estar distante da família,fragilidade emocional, a moradia em repúblicas e anecessidade de mudar-se com frequência pordesentendimento ou questão financeira, alimentaçãoinadequada à base de lanches e preocupações comtrabalhos e provas. Tais considerações permitiram umaprofunda reflexão acerca da qualidade de vida dosestudantes, em especial os do curso de graduação emenfermagem, em virtude de ser esta uma área doconhecimento que prima pelo cuidado com os demaisseres humanos e pauta suas ações na promoção eprevenção da saúde. Entretanto, muitas vezes, esquece-se do cuidado com a sua própria qualidade de vida, osquais os estudantes vivenciam sobrecargas de trabalhosemelhantes a de profissionais já inseridos no mercadode trabalho. Isso sinaliza para uma preocupação quanto apossíveis comprometimentos a saúde, iniciados durantea vida acadêmica, e que podem posteriormente termaiores repercussões em seu contexto profissional e atémesmo pessoal2. Assim justifica-se este estudo, uma vezque durante a formação do enfermeiro, inúmerascondições podem potencializar ou interferir a qualidadede vida, e que esta, pode comprometer a saúde física e

mental, profissional, espiritual, social, política eeconômica, das quais destaca-se para este estudo acondição psicológica. Diante do exposto, apresenta-secomo pergunta de pesquisa: Como os estudantes docurso de graduação em enfermagem percebem aqualidade de vida em seu cotidiano de ensino-aprendizagem? Como objeto de estudo: a qualidade devida de estudantes que vivenciam o curso de graduaçãoem enfermagem. Objetivo: Descrever a percepção sobrea qualidade de vida de estudantes que vivenciam o cursode graduação em enfermagem, na concepção dacondição psicológica. Método: O presente estudocaracteriza-se como uma investigação qualitativaexploratório-descritiva, desenvolvido na UniversidadeFederal da Fronteira Sul no Campus de Chapecó(UFFS/SC). Foram incluídos na pesquisa estudantes degraduação do curso de enfermagem a partir da sexta fasedo curso. E excluídos: os estudantes que estivessemdesenvolvendo outra graduação, concomitante a deenfermagem. A descrição da etapa de campo envolveu,inicialmente, a aproximação e ambientação com ocenário da pesquisa. Posteriormente, foi desenvolvida aprodução dos dados, o qual foi utilizada a Dinâmica deCriatividade e Sensibilidade (DCS), fundamentada noMétodo Criativo e Sensível (MCS). A dinâmicadesenvolvida para a produção dos dados foi a MapaFalante, caracterizada como uma produção artística,visto que consiste na construção de um mapa desenhadopelos participantes a fim de explicitar o objetivo doestudo3. As questões geradoras de debate foram: Comome vejo hoje como estudante(a) de graduação do cursode enfermagem? O que significa qualidade de vida paramim? Como é a minha qualidade de vida? O períodopara a produção dos dados foi no mês de setembro de2014, sendo realizada duas dinâmicas, às quais foramaudiogravadas em um aparelho do tipo MP3. Para atranscrição dos dados, com o intuito de manter o sigilo

Zuge et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.197-198 (Ago - Out 2015)

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dos participantes, os estudantes foram codificados pelaletra “E” de estudante, e um número arábico (E1, E2, E3,sucessivamente). Após a transcrição das dinâmicas, osdados foram analisados conforme a Análise de DiscursoFrancesa4. Este processo consistiu em analisar asunidades do texto para além do conteúdo explícito dafrase, possibilitou a leitura dos interdiscursos,valorizando a relação de sentidos na interação com ooutro, levando em consideração sua historicidade. Apartir da análise de Discurso Francesa foi definida acategoria analítica: Estudantes de enfermagem e suaspercepções sobre sua qualidade de vida. Ressalta-se queo projeto passou pela aprovação da Universidade Federalda Fronteira Sul/Campus Chapecó (UFFS/SC) e foidevidamente registrado na Plataforma Brasil eencaminhado para o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)da UFFS/SC, recebendo o parecer número 753.435 de 20de agosto de 2014. O projeto respeitou os preceitoséticos da Resolução de número 466 de 2012, doConselho Nacional de Saúde (CNS)/Ministério da Saúdeque dispõe sobre diretrizes e normas regulamentares dapesquisa envolvendo a participação de seres humanos.Resultados: A pesquisa foi composta por 16 estudantesdo curso de graduação em enfermagem da UniversidadeFederal da Fronteira Sul, Campus Chapecó (UFFS/SC),dos quais sete participaram da primeira DCS, e nove dasegunda. A partir da categoria analítica, Estudantes deenfermagem e suas percepções sobre sua qualidade devida, foi possível identificar o subtema: Condiçãopsicológica: esperança de que no dia nunca chova, o qualaponta que a percepção dos estudantes sobre qualidadede vida estão ligadas a determinadas perspectivas:sentimentos positivos; pensar, aprender, memória econcentração; auto-estima; imagem corporal e aparência,e sentimentos negativos. Durante a graduação, são váriosos sentimentos relatados pelos universitários, momentosde esperança por estar próximo ao final do curso, umaperspectiva de iniciar a carreira com um bom trabalho, e,por vezes, sentimentos de impotência diante de váriosobstáculos que a vida acadêmica trás. As característicasapontadas pelos estudantes neste subtema refletem asmotivações e as dificuldades que estão atreladas aqualidade de vida. Assim Paro e Bittencourt5 aoidentificar as percepções sobre Qualidade de Vida,aponta que estas são determinadas pela prevalência defatores positivos sobre a Qualidade de vida e também dasaúde, ou por fatores negativos, que sãodesencadeadores de estresse. Desta forma, salienta-seque a perspectiva do estudante é de que nunca chova, eque prevalessam as motivações, permitindo aconstituição de uma melhor qualidade de vida. Assim,destaca-se que para os estudantes apresentem melhoriasem seu desempenho acadêmico e profissional, dependeda compreensão de suas alterações psicoemocionais e davalorização de aspectos que parecem interferir em sua

qualidade de vida. Considerações Finais: A partir dosachados neste estudo foi possível perceber que o cursode graduação, exige do estudante uma série deadaptações em seu cotidiano, que são muitas vezesnecessárias para a sua formação profissional, entretanto,podem acabar prejudicando sua qualidade de vida e suacondição psicológica. Foi possível perceber, que exiteuma variação de sentimentos, que fazem de todo ocontexto do estudante, seja o academico, o profissional,ou até o familiar. Estes sentimentos estão atrelados amomentos de esperança pela finalização do curso, umaperspectiva de iniciar a carreira com um bom trabalho, e,por vezes, sentimentos de impotência diante de váriosobstáculos que a vida acadêmica acaba proporcionando.Assim, torna-se essencial a discussão sobre a temáticaqualidade de vida dos estudantes dentro da universidade,buscando desta forma, articular as políticas públicasestudantis. No mesmo contexto, salienta-se anecessidade de elaboração de intervenções que tratemsobre a temática, por meio da instituição de ensino e/ouem conjunto com os professores, considerandomomentos que podem estar atrelados aos componentescurriculares, ou por grupos de conversas, escuta ativa, ouaté mesmo por meio de projetos de extensão, a fim debuscar, articular e proporcionar caminhos que possamlevar a uma melhor qualidade de vida a estes estudantes,com o propósito de melhorar o desempenho dosestudantes e tornar o período da graduação menosestressante.

Palavras-Chave: Estudantes de Enfermagem;Qualidade de vida; enfermagem.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

REVELAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAONCOLÓGICA EM CRIANÇAS

LUANA PATRÍCIA VALANDRO1, CRHIS NETTO DE BRUM2, SAMUEL SPIEGELBERG ZUGE3,DHIANE TERRIBILE4, MARINEZ SOSTER DOS SANTOS5, MARIA ELISABETE RAMALHO DOSSANTOS5

1. Acadêmico de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); 2. Docente, Doutoranda, Professora do curso deenfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS); 3. Docente, Doutorando. Integrante do Grupo de Estudo e PesquisaInterdisciplinar Saúde e Cuidado da UFFS/SC; 4. Enfermeira. Integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa Interdisciplinar Saúde eCuidado da UFFS/SC; 5. Acadêmico de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

RESUMOIntrodução: Em adultos, o surgimento de câncernormalmente está relacionado à exposição aos fatores derisco, tais como tabagismo, má alimentação e contatoconstante com produtos químicos. Porém os tumorespediátricos possuem poucas explicações cabíveis, sendode forma geral relacionados a hereditariedade e/oufatores genéticos. O câncer infantil representa 0,5% a3% de todos os tumores na maioria das populações.Trata-se de um grupo de doenças, caracterizadas peloaparecimento de células modificadas, com tendência demultiplicação rápida, desordenada e agressiva1. Nesteprocesso, destaca-se que a revelação de doençaoncológica acaba se tornando uma difícil tarefa quandoatinge a uma criança, uma vez que repercute em todo oseu contexto familiar2. Embora a revelação dodiagnóstico seja uma responsabilidade médica, acabatendo repercussões em uma esfera psicossocial eexistencial, tendo como consequência o medo,ansiedade, pensamentos sobre a vida, morte, futuro,entre outros. Desta forma, destaca-se que a comunicaçãode más notícias, principalmente, relacionadas a doençasoncológicas, pode afetar a visão do futuro tanto paraacriança, quanto a de sua família, piorando caso arevelação do diagnóstico seja realizada de formainadequada. Tal ação deve ser realizada de formaplanejada e organizada por parte do profissionalresponsável, de modo que o receptor compreenda todosos aspectos explicados, além de oferecer suporte aomesmo, caso necessário3-4-5. Objetivo: O objetivo dorespectivo trabalho é identificar nas produçõescientíficas o que vem sendo produzido sobre revelaçãodo diagnóstico de crianças com câncer. Método: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Teve como perguntade pesquisa: o que tem sido produzido sobre a revelaçãodo diagnóstico de crianças com câncer? Os descritores

selecionados para compor a estratégia de busca, seguemem conformidade com os Descritores em Ciências daSaúde (DECS), a partir da pergunta de pesquisa, e foramdefinidos como: (saúde da criança or criança or crianças)and (neoplasias câncer) and (revelação da verdade orcomunicação). A busca bibliográfica foi desenvolvida naBiblioteca Virtual de Saúde (BVS) na base de dadoseletrônica, nos seus respectivos formulários avançados:Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências daSaúde (LILACS) e Medical Literature Analysis andRetrieval System Online (MEDLINE). Para a seleção dosestudos, os critérios de inclusão utilizados foram osseguintes: trabalhos que possuíssem resumos online; quefossem nos idiomas português, inglês ou espanhol; quefossem publicados até o ano de 2014; que respondessema pergunta de pesquisa; e que estivessem na integra egratuitos online. Já os critérios de exclusão foram: teses,dissertações, capítulos de teses, capítulos dedissertações, monografias, livros, capítulos de livros,manuais ministeriais, anais de eventos, artigos derevisão, reflexão, relatos de experiência e trabalhos quenão abordassem o tema. Não houve recorte temporalpara a realização da coleta dos estudos. Foramencontrados 10 publicações na LILACS e 411publicações na MEDLINE, sendo que após a aplicaçãodos critérios de inclusão e exclusão, restou 1 artigo naLILACS e 25 artigos na MEDLINE. Resultados: Dentreos trabalhos analisados foi possível identificar que asproduções tem apontado diferentes formas de realizar arevelação da doença oncológica, e uma delas ocorre porparte dos pais, para seus filhos, porém os estudosapontam opiniões divergentes sobre a questão de revelarou não a doença para a criança. A revelação dodiagnóstico da doença, também pode ser realizada peloprofissional médico, para os pais da criança. Entretanto,percebe-seque para este momento de revelação dodiagnóstico de doença oncológica na criança para a

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família necessita de uma construção de apoio por partedos profissionais da saúde. Também foi possívelidentificar que a revelação do diagnóstico pode serrealizada por meio de uma comunicação imediata, tantopara acriança, quanto para sua família. Entretantodestaca-se, que mesmo sendo de forma imediata devehaver uma atenção especial ao local e ao sujeito a quemserá revelado o diagnóstico. Salienta-se que asproduções apontam que em determinados países houveuma evolução no método de revelação de diagnósticopor parte da equipe médica, assim como, as diferentesabordagens de comunicação. Outras produções apontamquestões psicológicas dos pais após a revelação dodiagnóstico de seus filhos, necessitando de umaadaptação dos pais após a revelação e a necessidade deapoio por parte dos profissionais, assim como, nãodeixar os pais perderem a esperança. A revelação dodiagnóstico de doença também apresenta-se relacionadanas produções científicas com o cuidado paliativo, tantopor parte dos profissionais, quando por parte dos pais,destacando-se como um momento difícil e complexo. Epor fim, as produções destacam as preferências dospacientes sobreviventes do câncer em relação arevelação do seu diagnóstico, de modo que a grandemaioria preferia ser informado sobre a sua situação dedoença. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: Os resultados apontam o quem vemsendo produzido sobre a revelação do diagnóstico decâncer de crianças. De forma geral, os trabalhos giramem torno da comunicação de profissional para pais, paispara filhos e profissionais para as crianças. Além disso,foram encontrados trabalhos que estudam as questõespsicológicas dos pais após a revelação e trabalhosvoltados a revelação dentro dos cuidados paliativos.Pode-se perceber que o momento de revelação é difícil,mas mesmo assim, as crianças apontam que gostariamde ser informados sobre sua doença, e não somente ospais. Isso pode contribuir para a evolução e adesão aotratamento, por parte da criança, assim como, possibilitarela ser coadjuvante no seu processo saúde-doença.estudo do respectivo tema é de extrema importância parao aprimoramento do conhecimento de enfermagem.Nestes casos as crianças e suas famílias necessitam deum cuidado holístico e afetivo, de modo que sejampercebidas suas reais necessidades. Os enfermeiros estãodiariamente em contato com as crianças e famílias e,neste momento de dificuldade, o apoio e o cuidadopodem minimizar o impacto da doença. Além disso, apartir do desenvolvimento desta pesquisa, tem-se apossibilidade de aproximar o familiar e o paciente aoserviço de saúde, uma vez que ao dar voz aos seussignificados referentes a revelação do diagnóstico bemcomo as suas especificidades, é possível contribuir paraa realização de um cuidado integral.

Palavras-Chave: Crianças, Neoplasias, Revelação daverdade, Comunicação.

REFERÊNCIAS[1]. Instituto Nacional de Câncer. Ações de enfermagem para

o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3ª ed. Rio de Janeiro: INCA. 2008.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

SATISFAÇÃO E INSATISFAÇÃO DOS PROFISSIONAISDE SAÚDE NO TRABALHO EM UMA UNIDADE DE

INTERNAÇÃO ONCOLÓGICAMAIARA BORDIGNON¹, JERUSA FUMAGALLI SCHAFNUNES2, LETICIA DE LIMA TRINDADE³1. Enfermeira. Mestranda em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Enfermagem da UniversidadeEstadual de Campinas (UNICAMP); 2. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC); 3. Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e UniversidadeComunitária da Região de Chapecó Unochapecó.

RESUMOIntrodução: Entende-se a satisfação profissional comorelacionada ao prazer no trabalho e a insatisfação –considerada oposta a satisfação – pode estar na origemdo desprazer e sofrimento laboral que tendem adesfavorecer a qualidade do trabalho1. O reconhecimentodos aspectos geradores de satisfação ou insatisfação notrabalho e a compreensão das implicações associadas aestes fenômenos podem nortear reflexões quanto ànecessidade de mudanças no contexto de trabalho, nabusca por promover a saúde dos trabalhadores e,indiretamente, a qualidade dos cuidados aos usuários esuas famílias. Por isso, avaliar a (in)satisfaçãoprofissional dos trabalhadores é importante, sobretudo,nos setores em que há atividades que suscitam dotrabalhador controle e equilíbrio mental e emocionalcomo o setor da oncologia. Considerando o abordado e amagnitude com que os cânceres têm atingido apopulação nos últimos tempos e consequentemente oaumento da procura por serviços de saúde desta área,realizou-se este estudo com o objetivo: De identificar osfatores de satisfação e insatisfação no trabalho dosprofissionais de saúde que atuam em uma Unidade deInternação Oncológica. Metodologia: Trata-se de umapesquisa exploratória e descritiva, com abordagemqualitativa, realizada junto à equipe de profissionais desaúde de uma Unidade de Internação Oncológica de umHospital do Estado de Santa Catarina, região Sul doBrasil. Este estudo buscou responder às seguintesquestões de pesquisa: quais são os aspectos que trazemsatisfação aos trabalhadores que prestam assistência aosusuários em tratamento oncológico? Quais são os fatoresque geram insatisfação nestes profissionais?Considerando a obtenção satisfatória de dados,participaram do estudo 31 profissionais de saúde dediferentes categorias, dentre eles assistente social,enfermeiros, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médicos,

nutricionista, psicólogo e técnico em enfermagem.Constituíram-se como critérios de inclusão serprofissional de saúde que assistia diretamente o pacientena Unidade de Internação Oncológica e que atuava hámais de dois meses no setor. Foram excluídos osprofissionais que estavam em férias ou afastamento dotrabalho e que desenvolviam outras atividades no setorde oncologia que não se referiam à assistência direta aospacientes. Os dados foram coletados no campo detrabalho dos profissionais no mês de junho de 2013utilizando-se de entrevista individual e gravada,realizada com auxílio de um roteiro semiestruturado.Dentre as questões norteadoras que compunham esteroteiro estavam: Quais aspectos do seu trabalho emoncologia lhe trazem satisfação? Quaisaspectos/características do seu trabalho em oncologia lhetrazem insatisfação? Hierarquize os 3(três) principaismotivos de sua satisfação no trabalho em oncologia:Hierarquize os 3 (três) principais motivos de suainsatisfação no trabalho em oncologia. Após transcriçãona íntegra, as entrevistas foram analisadas conforme aAnálise Temática proposta por Bardin, seguindo-se asetapas de pré-análise, exploração do material, tratamentodos resultados, inferência e interpretação2. Inicialmente,a transcrição das entrevistas foi submetida à leituraflutuante para ter contato com o material, destacando-senos relatos as palavras e/ou trechos relevantes. Houve acategorização dos achados, interpretação e discussão,esta última com auxílio da literatura científica.Considerando as questões norteadoras e os dadosencontrados emergiram duas categorias: fontes desatisfação no trabalho em oncologia e fontes deinsatisfação no trabalho em oncologia, as quais serãoapresentadas na sequência. O estudo foi avaliado eaprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com SeresHumanos da Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC) (CAAE: 15666813.7.0000.0118). No que se

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refere às potencialidades desta pesquisa reconhece-se apopulação de estudo que abarcou 31 profissionais desaúde de diferentes categorias que prestam assistência naunidade de internação oncológica em um serviço desaúde hospitalar que abrange mais de cem municípiosdos três estados do Sul do Brasil. No entanto, apesar deabarcar uma população de estudo representativa há adificuldade em generalizar os achados dada as diferençasentre os processos de trabalho, aspectos demográficos eculturais nas diferentes regiões do país e, com isso,distintas percepções acerca da satisfação e insatisfaçãoprofissional. Resultados e Discussão: A idade médiados entrevistados foi de 38,6 anos (mínima de 23 emáxima de 57); o tempo médio transcorrido apósformação foi de 7,8 anos e de atuação na Unidade deInternação Oncológica, 4,5 anos. Esses achados sãoimportantes à medida que se convive com adinamicidade do conhecimento o que aponta para anecessidade de investimentos constantes no processo deformação e aprimoramento dos profissionais de saúde.Dos profissionais investigados, 58,1% referiram não terescolhido trabalhar na área oncológica, principalmente opessoal da enfermagem que referiu ser alocado no setorpela gerência de enfermagem. O dado indicia que apesardos profissionais não terem optado pela oncologia comoprimeira escolha de atividade, se identificaram com essesetor, aspecto percebido no tempo de permanência. Oestudo revelou fontes de satisfação e insatisfação dosprofissionais de saúde que atuam na oncologia. Estes semostraram satisfeitos, predominantemente, na relaçãocom o paciente oncológico e com a prestação decuidados de qualidade. Nas fontes de insatisfaçãoprevaleceram aspectos do ambiente e condições laborais,com destaque à sobrecarga de trabalho. A finitude dopaciente revelou-se como fator importante deinsatisfação demonstrando a necessidade de suportepsicológico aos trabalhadores, a abordagem na formaçãoacadêmica e educação permanente quanto ao processode morte e morrer. Além disso, adaptações pontuaisquanto aos recursos humanos e (re)organização da redede saúde, fortalecendo o processo de referência econtrarreferência se fazem importantes para suprir asnovas demandas impostas pelo aumento dos casos decâncer e reduzir as cargas de trabalho dos profissionais,seu desgaste e insatisfação. Conclusões e Contribuiçõespara a Enfermagem: O estudo permitiu conhecercaracterísticas do trabalho no âmbito da oncologia quegeram satisfação ou insatisfação nos trabalhadores desaúde que prestam cuidados diretos aos usuáriosoncológicos. Espera-se que esta pesquisa contribua parasensibilização dos gestores quanto à importância de umolhar para a saúde e subjetividade do trabalhador daoncologia, as quais podem influenciar, dentre outrosaspectos, na qualidade da assistência prestada aospacientes. Logo, entende-se que ouvir os profissionais

identificando suas satisfações e insatisfações nocotidiano de trabalho pode ser um recurso para a buscada qualidade na assistência. Por fim, destaca-se anecessidade de estudos que complementem os achadosdesta investigação e que envolvam os trabalhadores dasaúde nesta relação com ambiente e processo de trabalhono âmbito da oncologia e também de outros setoreshospitalares.

Palavras-Chave: Trabalho, Satisfação no trabalho,Pessoal de Saúde, Oncologia.

REFERÊNCIAS[1]. Bardin L, Análise de conteúdo. Tradução: Luís Antero

Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições. 2009; 70.[2]. Martinez M C, Paraguay, A I B B. Satisfação e saúde no

trabalho: aspectos conceituais e metodológicos. CadPsicol Soc Trab, São Paulo, 2003; 6)1):59-78.

Vol.11,n.3,pp.203-204 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 2: Construindo conhecimento da extensão na Enfermagem

SENSIBILIZAÇÃO DO ENFERMEIRO COMOPROTAGONISTA DA ASSISTÊNCIA PRESTADA NO

ÂMBITO DA SAÚDE INFANTILVANESSA APARECIDA GASPARIN1, TASSIANA POTRICH2, ÉRICA DE BRITO PITILIN2, RAFAELABEDIN3, ALESSANDRA PAIZ3, IASMIM CRISTINA ZILIO3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 2. Mestre em Enfermagempela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Professora Assistencial da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS,campus Chapecó/SC; 2. Mestre em Enfermagem pela Universidade Estadual de Maringá – UEM. Professora Assistencial daUniversidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC; 3. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal daFronteira Sul – UFFS, campus Chapecó/SC.

RESUMOIntrodução: Para que a criança cresça, desenvolva-se demaneira saudável e esteja apta a transpassar pelas fasesde mudança que ocorrerão em seu organismo, énecessário que ela receba cuidados específicos que serãoresponsáveis por promover seu bem estar físico, além deprevenir problemas que possam interferir em seudesenvolvimento neuropsicomotor1. Uma ferramentacapaz de garantir estes cuidados é a consulta depuericultura, a qual teve origem no fim do século XVIIIna França2. O profissional responsável pela realização daconsulta de puericultura, regulamentado pela Lei nº7.498/86, é o enfermeiro, e também amparado pelaResolução COFEN/159 do Conselho Federal deEnfermagem, que instaura a atribuição da realização daconsulta de enfermagem em todos os níveis deassistência à saúde em instituição pública e privada eregulamenta as ações do enfermeiro na consulta,prescrição de medicamentos e requisição de exames3. Aoprofissional enfermeiro, na realização da consulta depuericultura, confere a realização do exame físico nacriança; agendamento da primeira consulta com opediatra; repasse da relação dos nascidos vivos para osAgentes Comunitários de Saúde (ACS) e solicitação dabusca ativa para identificação dos faltosos do programa;preenchimento do gráfico de peso e estatura nos cartõesda criança; verificação e administração das vacinasconforme o calendário básico de vacinação; incentivo aoAleitamento Materno Exclusivo (AME) até o seis meses;orientação quanto a alimentação complementar após osseis meses; orientação sobre prevenção de acidentes deacordo com a faixa etária; avaliação do desenvolvimentoneuropsicomotor e identificação das dúvidas doacompanhante que participa das consultas visando saná-las1. Considerando o acompanhamento da criança, o

Ministério da Saúde (MS) propôs um Calendáriomínimo de consultas para assistência a criança quedescreve o seguinte: no primeiro ano de vida, a criançadeve realizar 7 consultas, sendo a primeira com até 15dias, seguidas sucessivamente pelo 1º mês, 2º, 4º, 6º, 9º e12º. No segundo ano da criança, ao menos duasconsultas são preconizadas, no 18º e 24º meses. A partirdo terceiro ano as consultas passam a ser anuais caso acriança não necessite de maior atenção. Essas faixasetárias são selecionadas por representarem momentos deoferta de imunizações e de orientações de promoção desaúde e prevenção de agravos4. A realização econsolidação deste projeto no município, é necessáriapara que ocorra redução dos números de mortalidadeinfantil, pois de acordo com dados do MS, no municípiode Chapecó no ano de 2014, vinte crianças menores deum ano vieram a óbito.5 No entanto, para que a práticada puericultura seja realizada com êxito faz-senecessário não somente estruturas físicas ouequipamentos, mas profissionais qualificados, compreparo específico para a realização da consulta.Emboraa puericultura seja uma prática prestada de modosistemático às crianças assistidas pela Estratégia daSaúde da Família, percebe-se em nosso cotidianoprofissionais que não se sentem aptos a realizar aconsulta, tampouco interagir tranquilamente com essaatividade.3Dessa forma, visto a importância de umatendimento com qualidade, em uma fase extremamentevulnerável, onde são moldadas as principaiscaracterísticas que o ser humano, denota-se a relevânciadeste projeto. Objetivo: Sensibilizar/capacitar oenfermeiro resgatando o seu protagonismo na assistênciaprestada no crescimento e desenvolvimento da criançaem parceria com a Secretaria Municipal de Saúde deChapecó - SC. Método: Tratar-se-á de uma capacitação

Gasparin et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.203-204 (Ago - Out 2015)

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em cinco módulos de encontros presenciais com osenfermeiros efetivos da Secretaria Municipal de Saúdedo município de Chapecó - SC. Ao todo são 80enfermeiros distribuídos em 26 centros de saúde. Osencontros serão realizados no Centro de Eventos domunicípio de Chapecó - SC e visam responder osquestionamentos e dúvidas trazidos pelos enfermeirossobre os temas: realização de puericultura, aleitamentomaterno, testes de triagem neonatal, doenças prevalentesna infância, alimentação saudável e prevenção dosobrepeso infantil, imunização, saúde bucal, saúdemental e violência infantil, entre outros conforme anecessidade elencada pelos participantes. A metodologiautilizada será delineada por aulas expositivas dialogadas,palestras, treinamentos teórico-práticospor meio deexercícios de simulações, grupos e dinâmicas. Para cadamódulo temático, será realizado um levantamento dodiagnóstico situacional em cada Unidade Básica deSaúde (UBS) em relação ao tema abordado, seguido dotreinamento/ capacitação dos enfermeiros para avaliaçãodos índices alcançados antes e após o treinamento. Aofinal dos módulos, será entregue para cada participanteum CD com todo o material educativo utilizado, naforma de apostila. Resultados: Espera-se com aefetividade deste projeto contribuir para a redução damorbimortalidade infantil municipal, como opreconizado pela Agenda de compromissos para a saúdeintegral da criança e Rede Cegonha, além de oferecer umcuidado integral e humanizado a estas crianças, levandoem consideração o contexto social, cultural, econômico efamiliar no qual estão inseridas. Espera-se também que oprofissional adquira conhecimento necessário paraavaliação da criança, tomada de decisão e orientação aoresponsável tornando a consulta eficiente e resolutiva,além de proporcionar segurança ao profissional narealização deste atendimento. Esta atividade tambémcontribuirá no que se refere ao incentivo ao aleitamentomaterno e ações que assegurem um crescimento edesenvolvimento saudável, assegurado pela consulta depuericultura. Conclusão e Contribuições para aEnfermagem: O projeto encontra-se em fase inicial, seaprofundamento do tema conforme cronograma e nomomento não apresenta conclusões, apenas resultadosesperados. Qualificação na atuação dos profissionaisenfermeiros e formação acadêmica em Enfermagemengajada com o crescimento e desenvolvimento infantil,além de minimizar as dúvidas dos profissionais eacadêmicos em relação a temática, sejam elas de cunhoteórico ou técnico. Aprimorar a visão destesprofissionais no que tange a criança enquanto integrantede um grupo familiar e social, identificando os possíveisfatores de risco e as medidas de promoção e prevençãocabíveis a cada especificidade. Além de uma apropriaçãoem sentido crescente numa conduta na qual oprofissional esta respaldado legalmente para realizar.

Vale ressaltar ainda, que estes profissionais estarão maispróximos do preconizado pelo Sistema Único de Saúde(SUS), possuindo capacidade para ofertar umatendimento integral e equânime, objetivando aprevenção de agravos a esta população, já que oenfermeiro estará próximo a população infantil naatenção básica, considerada a porta de entrada do SUS.A proposta do curso está alicerçada nos princípios ediretrizes que regem o SUS, a qual insere o acadêmicono contexto atual de discussões e reflexões sobre aspolíticas públicas e as repercussões na Enfermagem.

Palavras-Chave: Cuidados de enfermagem, Saúdeda criança,Capacitação profissional.

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[4]. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica- Saúdeda criança: crescimento e desenvolvimento. 1ª ed.Brasília: Ministério da Saúde. 2012.

[5]. Ministério da Saúde. Departamento de Informática doSUS. Brasília: Ministério da Saúde: 2014. [acesso 04fev.2015]. Disponível em:http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

SÍNDROME DE BURNOUT, AVALIAÇÃO DA CARGAMENTAL NO TRABALHO: ESTUDO COM BOMBEIROS

MILITARES, CIDADE DE XANXERÊ-SCANGÉLICA ZANETTINI1, BRUNA TICYANE MÜLLER NARZETTI1, VALÉRIA DE BETTIO MATTOS2

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó; 2. Professora orientadora do componentecurricular Psicologia Aplicada à Enfermagem, do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira SulCampus Chapecó.

RESUMOIntrodução: Com o aumento das imposições no mundodo trabalho, o ser humano está cada vez mais propenso adesenvolver doenças causadas pelos esforços físicos ementais usados para realizar suas tarefas. Quando umindivíduo submetido a altos níveis de estresse noambiente de trabalho não consegue canalizá-lo por meiode uso de mecanismos de defesa adequados o esforçodispendido transforma-se em esgotamento, o que muitosestudiosos chamam de Burnout1. O termo de origeminglesa é composto por duas palavras: burn que significa“queimar” e out que quer dizer “fora”, “exterior”. Atradução mais próxima seria “queimar para fora” ou“consumir-se de dentro para fora”, podendo ser melhorentendido como “combustão completa” iniciando-secom sintomas relacionados a sofrimento psíquico eterminando em problemas físicos, comprometendo todoo desempenho do indivíduo. Os principais sintomas dasíndrome são sensação de finitude física e emocionalgerando negatividade no comportamento e nas ideias,faltas ao trabalho, agressividade, isolação, alteraçõesbruscas de humor, irritabilidade, dificuldade deconcentração, falhas de memória, quadros de ansiedadee depressão, pessimismo e autoestima prejudicada,podendo ter várias manifestações físicas associadas,como, por exemplo, cansaço, dores de cabeça, crisesasmáticas, distúrbios gastrointestinais, insônia, podendovariar de pessoa para pessoa. A utilização de fármacosantidepressivos associados à psicoterapia, juntamente aexercícios de relaxamento podem auxiliar no tratamentoda doença aliviando os sintomas2. Esta doença éentendida como conceito multidimensional, que envolvea) exaustão emocional decorrente do contato diário comproblemas, que o faz sentir-se incapaz de dar mais de simesmo em nível de afeto; b) despersonalização, ato dedesenvolver sentimentos negativos, tornando-se umapessoa endurecida afetivamente sem envolvimentopessoal no trabalho; c) insatisfação com o trabalho, visão

do trabalho como algo negativo, o que torna deficientesuas habilidades para execução de suas tarefas, bemcomo atendimento de usuários e clientes de seu trabalho,afetando também sua organização3. Objetivo: Avaliar,através deste estudo, a incidência da síndrome deBurnout em profissionais Bombeiros da cidade deXanxerê/SC, identificar as três dimensões da síndrome,bem como os possíveis sinais e sintomas, sabendo queestes profissionais têm sido referenciados comovulneráveis ao desenvolvimento da síndrome, sobretudopor estarem submetidos à grande carga de tensãoemocional e desgaste físico e mental. Metodologia:Trata-se de um estudo descritivo, de campo de naturezaquantitativa. A pesquisa baseou-se em uma coletasistemática de informações, por meio da aplicação de umquestionário Para fazer parte da pesquisa foramselecionados somente bombeiros militares, quetrabalham direta ou indiretamente na prestação deauxílio a emergências, em trabalhos administrativos ouoperacionais. A amostra foi composta de 22 bombeirosmilitares, todos aqueles que aceitaram participar dapesquisa. Primeiramente foi feito um contato com ocomandante da Companhia do Corpo de BombeirosMilitares com o intuito de agendar uma reunião cujoobjetivo seria explicar o estudo, buscando a autorizaçãopara ser executado com os servidores da companhia.Para a aplicação do questionário foi acordado o melhorhorário disponível para realização, sendo proposto umhorário do expediente que não abrangesse entrada ousaída do trabalho. Os dados foram colhidos após oconsentimento do comandante da instituição e dosparticipantes da pesquisa Para a coleta de dados foramutilizados dois instrumentos: uma ficha de identificaçãocontendo perguntas sobre perfil sociográfico equestionário preliminar de identificação das trêsdimensões da síndrome. Consideram-se as pessoas comopredispostas a desenvolver Burnout quando pelo menosduas das três dimensões estão alteradas negativamente

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(duas dimensões com alta tendência), e como “tendênciaao Burnout” quando uma das dimensões está alterada(uma dimensão com alta tendência) e as outras estão namédia (duas dimensões com média tendência). Os dadosforam coletados na instituição de acordo com adisponibilidade dos entrevistados. A coleta foi realizadaem grupo, porém as respostas ao questionário foramindividuais. Os dados foram avaliados e analisados pormeio da média aritmética para expressar os resultadosobtidos no estudo4. Resultados e Discussão: O perfildeste estudo é caracterizado por 22 indivíduos do sexomasculino. Mediante análise dos resultados, a médiaquanto à exaustão emocional, os participantesapresentaram baixa frequência de exaustão com relaçãoao trabalho, à disposição para realizar o trabalho, àvitalidade e ao desânimo. Com relação à dimensãoDespersonalização, as médias obtidas não oscilaramtanto. Os índices apresentaram médias parecidas, quaseestáveis, quando comparadas às obtidas na dimensãoExaustão Emocional, embora os níveis alto e médiotenham apresentado um índice significativo (30% e 37%respectivamente). Quanto à média da dimensãoRealização Pessoal 54% dos participantes apresentarambaixos níveis de realização, 32% níveis médios e 14%apresentaram altos níveis. Como a avaliação destadimensão é inversamente proporcional às outras jácitadas, no qual baixos níveis de Realizações Pessoaiscaracterizam um resultado positivo para a manifestaçãode Burnout, pode-se confirmar que a maioria dosparticipantes apresentaram níveis significativos para odesenvolvimento da síndrome em relação à realizaçãoquanto ao reconhecimento profissional, à confiança noque faz e a eficiência com que realiza o trabalho.Conclusão e Contribuição para a Enfermagem: Apartir da análise dos dados, é possível inferir que não háincidência significativa de Burnout na categoria emquestão investigada. Porém há tendência de desenvolvera síndrome uma vez que pelos resultados obtidos osparticipantes apresentaram nível baixo de RealizaçãoPessoal (54%), seguido de médios escores emDespersonalização (37%) e baixa frequência emExaustão Emocional (78%). Analisando cada dimensãoseparadamente, os resultados da Exaustão Emocionalconfirmam que a maioria dos participantes do presenteestudo não apresenta sintomatologia significativa deesgotamento físico ou mental. Este dado se explica pelofator resiliência. Muitos destes profissionaisdesenvolvem uma resistência emocional e físicamaleável para superar as dificuldades e os altos níveis deestresse, amenizando a carga emocional, superando osfracassos e perdas decorrentes do conteúdo do trabalhorealizado5. De certa forma a resiliência, termo advindoda Física e definido como capacidade de modular ocomportamento, contribui para promoção e manutençãoda saúde dos mesmos. Quanto a Despersonalização, os

entrevistados apresentam moderados níveis destadimensão, revelando que os profissionais Bombeirospodem estar apresentando uma alteração em seus traçosde personalidade, podendo começar a agir com certaindiferença e frieza com seus colegas de trabalho,pessoas que atendem no cotidiano laboral e até mesmocom aquelas que fazem parte do seu convívio socialmais próximo. Quanto à realização pessoal estesprofissionais apresentam reduzido nível desta dimensão,o que pode sugerir que as atividades por eles realizadaspodem estar causando insatisfação. Talvez, uma dasrazões para esta incidência seja o fato de que a profissãobombeiro não é uma profissão na qual, na maioria dasvezes, o profissional vê um resultado positivo no final doseu trabalho. No seu cotidiano, o bombeiro militar vivesituações nas quais, ao chegar ao local de socorro, jáencontram cenários trágicos perante os quais muitasvezes já não há o que fazer para reverter à situação.Através do presente estudo podemos considerar que ainvestigação foi de grande valia para as acadêmicas deenfermagem, pois aprimoraram/aguçaram o gosto pelapesquisa além da interação e das intervenções propostaspara o público alvo decorrentes dos resultados dainvestigação.

Palavras-Chave: Saúde; incidência, Burnout,Avaliação

REFERÊNCIAS[1]. Silva LCF, Lima FB, Caixeta RP. Síndrome de Burnout em

profissionais do Corpo de Bombeiros. Mudanças –Psicologia da Saúde, 2010; 18(1-2):91-100. [acesso 05 mai2015] Disponível em:https://www.metodista.br/revistas/revistasims/index.php/MUD/article/view/2270/2704

[2]. Peloso D. O uso do controle emocional pelos bombeirosmilitares no atendimento pré-hospitalar. Curso de Formaçãode Soldados. Biblioteca CEBM/SC, Florianópolis; 2012.

[3]. Soratto L; Pinto RM. Burnout e carga mental no trabalho.In: Codo, W. Educação: carinho e trabalho. São Paulo; 1999.

[4]. Reinhold HH. O sentido da vida: prevenção de stress eBurnout do professor. [Tese] Campinas: Curso de Pós-graduação em Psicologia, Pontíficia Universidade Católicade Campinas; 2004. [acesso 10 mai 2015] Disponível em:http://www.aa.med.br/upload/biblioteca/ (...) prevencao destresse burnout (...).pdf

[5]. Lopes VR. O papel do suporte social no trabalho e daresiliência no aparecimento de burnout: um estudo combombeiros militares. 2010.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

UMA VIVENCIA ACADÊMICA DE PRÁTICAEMEDUCAÇÃO EM SAÚDE: UM OLHAR APROXIMADO

À SAÚDE DO HOMEMCAMILA DERVANOSKI1, VANILLA ELOÁ FRANCESCHI1, TÁLITA SANTOS1, MARISA GOMES DOSSANTOS1, CLAUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO2

1. Acadêmica de Enfermagem pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó. Bolsista de extensão noprojeto “VER-SUS/Oeste: instigando o compromisso ético-político-humanístico de profissionais de saúde em formação com o SUS” -Edital Nº 804/UFFS/2014; 2. Enfermeiro, Doutorando (UFSC) e Mestre (UFBA) em Enfermagem, Professor Assistente daUniversidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó, integrante do Grupo de Pesquisa em Educação em Enfermagem eSaúde (EDEN/PEN/UFSC), Colaborador UNASUS/UFSC em Atenção Básica para o Programa Mais Médicos e o PROVAB,Pesquisador NESCO e EAI/UNIVASF, VSQV/UFBA.

RESUMOIntrodução: A união da teoria e prática ainda seconstitui em um entrave para os cursos na área da saúde,por diversas vezes o conteúdo exposto ao acadêmico emsala de aula é difícil experiência do nas atividadespráticas; tendo em vista que o acadêmico, após aformação vai estar inserido no campo de práticas, émuito importante que a teoria seja “palpável”a ele, atépara que ele seja individualmente motivado a embasarsuas práticas em teorias, o que qualifica e traz excelênciaao cuidado. Em se tratando de educação em saúde oacadêmico de enfermagem geralmente sente-seempoderado a desenvolver tal atividade, ao perceberque, ele próprio se transforma em “dispositivo”disseminador de conhecimento, e possui autonomia econhecimento para tal, o que instigando este a estarsempre se atualizando em prol do público por eleatendido1. Um dos temas instigantes para as ações deeducação em saúde é a saúde do homem, pois apesar dasmudanças no perfil e na constituição da famíliamoderna, trazendo também para a mulher algumas dasresponsabilidades antes totalmente masculinas, aindarecai sobre o homem, em diversas famílias brasileiras, opapel de provedor do lar, seja culturalmente,economicamente ou socialmente falando2. Este papel deprovedor do lar geralmente possui um “peso” de quehomem não pode demonstrar fraqueza, procuraratendimento médico, muito menos ficar doente, todasestas imposições e pensamentos arraigados fazem comque o homem fique cada vez mais sobrecarregado elonge dos serviços de saúde, buscando os serviçossomente em casos extremos, para recuperação deproblemas que poderiam ser sanados com promoção eprevenção2. Tendo em vista toda esta problemática

durante as atividades teórico-práticas das acadêmicas deenfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul,componente Cuidados de Enfermagem em AtençãoBásica, na Unidade de Saúde do Bairro Jardim Américada Cidade de Chapecó/ SC, ocorreu ao docente e ásacadêmicas pertencentes ao grupo, o desafio de lançarum olhar diferente á saúde do homem, primeirobuscando trazê-lo para junto da Unidade de Saúde eposteriormente trabalhando com o mesmo, buscandouma quebra de paradigmas, orientando-o, empoderando-o, sensibilizando-o, tudo isto justamente usando suafamília como motivação, raciocinando com a idéia deque ele só poderia “cuidar de sua família”e ser o “chefedo lar”se estivesse saudável. Objetivos: O presentetrabalho tem por si, o objetivo de relatar as vivências deacadêmicas do 5º período do curso de enfermagem daUniversidade Federal Fronteira Sul – Campus Chapecó,nas atividades de teórico-práticas no componente deCuidado de Enfermagem na Atenção Básica. AAtividade teórico-prática do componente em questãoteve como objetivo principal desenvolver um processoeducativo-reflexivo acerca das práticas do cuidado deenfermagem no contexto da atenção básica em saúdepautados nos princípios e diretrizes do SUS. Método:As atividades teórico-práticas ocorreram no período dodia 08 à 25 de julho de 2014 na Unidade Básica deSaúde do bairro Jardim América na cidade deChapecó/SC. Durante o período de práticas foramrealizadas diversas atividades que competem aoprofissional de enfermagem inserido na atenção básicaem saúde. Entre estas atividades, algumas ações deeducação em saúde, entre elas uma foi a Saúde doHomem. Saúde do homem foi definido como temanorteador para a realização de uma sala de espera na

Dervanoski et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.207-208 (Ago - Out 2015)

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unidade de saúde, justificando-se pela baixa adesão doshomens na procura aos serviços de saúde; onde utilizou-se de artigos científicos que enfatizam as barreiras quedificultam a consolidação da política de atenção integralao homem para dar subsídios congruentes às falas dasacadêmicas. A partir desse material cientifico foramconstruídos argumentos para uma conversa com oshomens presentes na unidade, sendo que a expectativaera que esse público interagisse com o grupo deacadêmicas de maneira satisfatória a fim de transmitir amensagem proposta de sensibilizar o gênero masculino aaderir a política de saúde do homem, visto que é umgrupo de difícil abordagem. Na sequência realizou-seuma dinâmica para ressaltar o papel do homem emcuidar da sua própria saúde e de sua família, já que não éuma tarefa exclusiva da mulher. A dinâmica acimacitada consiste em fazer um circulo de pessoas presentes,orientá-las a memorizar quem esta a sua direita eesquerda, após solicitar que andem umas entre as outrassem direção, a fim de mesclar o grupo de pessoas, aofinal de um minuto todos param e precisam dar as mãospara as pessoas que estavam ao seu ladorespectivamente. Por fim estes precisarão retornar a seuslugares sem soltar as mãos, numa missão de cooperaçãomutua. Ao termino da dinâmica revela a moral daatividade que é “A união da família no cuidado com asaúde para o bem de todos”. Para a execução dessaatividade educativa em saúde os recursos utilizadosforam, além da conversa, um cartaz pontuando asbarreiras que impedem /dificultam o homem a buscaratendimento de saúde. Resultados: A partir dasatividades teórico-práticas, especialmente nos momentosde educação em saúde foi possível relacionar a teoriacom a prática, perceber o quanto a habilidade, interesse ea motivação do profissional de enfermagem pode fazerdiferença na comunidade em que o mesmo está inserido,estando nas mãos do profissional enfermeiro muitas dasmudanças que almejamos para a profissão e para a saúdeda população, com dedicação e empenho pode-sealcançar a qualidade no trabalho desenvolvido. Comoacadêmicos,pudemos perceber que, a partir da ampliaçãodo olhar para grupos vulneráveis, por diversas vezescom pouca ou nenhuma visibilidade por parte da equipede saúde, abre-se uma infinidade de atividades/ações quepodem ser desenvolvidas, com tecnologias simples, debaixo custo, disponíveis na própria Unidade deSaúde.Utilizamos como instrumento principal oconhecimento adquirido durante os anos de graduação eporque não, durante a prática, disseminado de formasimples, de fácil entendimento, de “igual para igual”,propiciando uma troca experiências, onde o enfermeironão se coloca como detentor do saber e sim tentaadentrar á realidade do usuário, buscando conhecê-lo esaber o que ele sabe e no que acredita para, assim, juntosconstruírem o cuidado em saúde, baseado em

consideração e respeito mútuos. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: Dessa forma, asatividades nos proporcionaram uma melhor relação dateoria com a prática, possibilitando uma visãoabrangente e diferenciada, oportunizando nossaformação como seres dinâmicos, sensibilizados e comações voltadas á humanização, todos estes aspectos sãoessenciais para nos adequarmos ás reais necessidades dapopulação e construirmos a integralidade em saúde queaspiramos e que o usuário do Sistema Único de Saúdetanto necessita.O presente trabalho pode auxiliar nocuidado em enfermagem, instigando os profissionais aampliarem seu campo de visão, abrindo-se a novasexperiências, e obtendo novos e interessantes resultados,tudo isto utilizando ferramentas de baixo custo,disponíveis na Unidade Básica de Saúde.

Palavras-Chave: Unidade básica de saúde, Educaçãoem Saúde, Saúde do homem.

REFERÊNCIAS[1]. Silva Filho CC, PINHO, Souza AA, Sarmento SS, Silva

SPC. Vivenciando o SUS no Vale do São Francisco:Importância do protagonismo estudantil e da militânciana construção das Políticas de Saúde. II Mostra Nacionalde Experiências em Gestão Estratégica e Participativa noSUS (II EXPOGEP). Ministério da Saúde, Secretaria deGestão Estratégica e Participativa (SGEP), Brasília,2014.

[2]. Martins AM, Malamut BS. Análise do discurso daPolítica Nacional de Atenção Integral à Saúde doHomem. Revista Saúde Sociedade: São Paulo. 2013;22(2):429-440.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

VIOLÊNCIA FÍSICA E O TRABALHO DA ENFERMAGEM:OCORRÊNCIAS NO AMBIENTE HOSPITALAR

SÉRGIO MAUS JUNIOR1, VANESSA SCHORR1, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES1, ARLETENORONHA2, ÚRSSULA RITZEL1, LETÍCIA DE LIMA TRINDADE3

1. Acadêmico de Enfermagem pela Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Chapecó; 2. Enfermeira graduada pelaUniversidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Chapecó; 3. Doutora em Enfermagem, Docente na Universidade do Estado deSanta Catarina - UDESC e na Universidade Comunitária Regional de Chapecó – Unochapecó.

RESUMOIntrodução: O trabalho no setor hospitalar é de grandecomplexidade, requerendo extrema atenção. Como todotrabalho realizado por seres humanos, este também épassível de erro, o que no caso dos profissionais daequipe de enfermagem, tal erro está relacionadodiretamente com o cuidado ao paciente1, tais eventosadversos podem gerar situações de conflito e estresse, econsequentemente episódios de violência. AOrganização Mundial da Saúde (OMS)2, em seuRelatório sobre violência e saúde afirma que a saúdepública tem suas demandas atendidas através das maisdiferentes áreas, considerando tanto o individual como ocoletivo. Entendendo isso, a OMS conceitua violência deuma forma ampla, abrangendo questões de intenção epoder, atos físicos e/ou não físicos, que possam vir aresultar consequentemente em perda, dispêndio, prejuízoa uma pessoa, grupo ou coletivo, representando ou nãorisco a vida. Nesse sentido, está sendo realizada umamacropesquisa, com objetivo geral de analisar asimplicações da violência no trabalho da enfermagempara a saúde psíquica dos trabalhadores e para a culturade segurança do paciente. Tendo em vista que o estudoencontra-se em andamento, nesse momento apresentam-se dados parciais da pesquisa. Objetivo: Analisar aocorrência da violência física no trabalho daenfermagem no contexto dos setores hospitalares queprestam assistência clínica direta aos usuários.Metodologia: Trata-se de um estudo multicêntrico comabordagem quantitativa, desenvolvido em quatrohospitais do sul do Brasil, sendo três localizados no RioGrande do Sul e um em Santa Catarina. Para olevantando dos dados sobre a violência está sendoutilizado o Survey Questionnaire Workplace Violence inthe Health Sector proposto pela OMS, traduzido,adaptado e validado no Brasil3. Foram selecionados parao estudo 198 indivíduos, dos 532 profissionais daenfermagem trabalhando atualmente no hospital do

Oeste de SC, de todos os turnos. Como critério deinclusão utilizou-se o tempo de trabalho na área da saúdemaior que 12 meses, sendo excluídos os profissionais emlicença ou afastamento no período de coleta da pesquisa.Nesse momento são apresentados os dados coletadosjunto a uma Clínica Cirúrgica Geral; Clínica Cirúrgicaem Traumatologia e Ortopedia, Clínica Médica,Neurologia, Oncologia e Emergência, discutindo eproblematizando a ocorrência da violência física notrabalho assistencial realizado pela enfermagem nesseslocais. A análise de dados será realizada com auxílio dosoftware Statistical Package for the Social Science(SPSS) em versão 18.0, através do qual os dados serãocodificados, tabulados e analisados. Antes do inicio dacoleta, o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética emPesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre,aprovado com parecer nº 933.725 e seguiu todos oscuidados éticos para pesquisas envolvendo sereshumanos. Resultados: Foram entrevistados 38indivíduos, trabalhadores dos setores citadosanteriormente, deste 81,57% são profissionais do sexofeminino. A média de idade dos sujeitos foi de 34,18anos, com idade máxima encontrada de 50 anos emínima de 22 anos, com uma média de filho de 1, 07 porpessoa. Quanto à cor da pele, a maioria considera-se decor branca (89,47%), com poucos indivíduos (10,53%)declarando-se pardos, não havendo negros ou outros. Amaioria dos participantes (55%) possui nível médio deescolaridade, seguido por 36% de nível superior. Orestante declarou estar em andamento um curso degraduação. A média de tempo de experiência na área dasaúde foi de 8,48 anos, com uma carga horária semanalde trabalho média de 43,42 horas. Ao todo foramentrevistados 13 enfermeiros e 25 técnicos nos setorespreviamente mencionados, sendo 42,10% trabalhando noperíodo noturno, com um menor representativo noperíodo vespertino (18,42%), e quatro indivíduostrabalham em período diurno (durante manhã e tarde, emhorário comercial). Ao serem questionados sobre a

Maus Junior et al. / Braz. J. Surg. Clin. Res. V.11,n.3,pp.209-210 (Ago - Out 2015)

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assistência realizada e o trabalho diário, 100% relatou tercontato físico frequente com seus pacientes, sendo quedestes 57,90% são adultos e idosos e o restante, além dosadultos e idosos, também são assistem cotidianamentecrianças e adolescente. Ao questionar sobre os númerosde funcionários que trabalham junto com os indivíduosdurante seu horário de trabalho, foi encontrado umamédia de oito funcionários presentes durante o períodolaboral, com variações de no máximo 20 e no mínimoquatro. Finalizando a identificação sociodemográfica dapopulação, perguntou-se aos profissionais o quanto elesestavam preocupados com a violência nos seusrespectivos locais de trabalho, considerando uma escalade 1 a 5, sendo 1 nem um pouco preocupado e 5 muitopreocupado. Analisando os cenários em conjunto,34,21% estão muito preocupados e outros 13,15% nemum pouco preocupados. O setor com mais indivíduospreocupados foi a Neurologia, seguido da Emergência.Cabe destacar que 21,05% dos entrevistados declararamter sofrido algum tipo de agressão física nos últimosdoze meses, variando de uma a três agressões noperíodo. Em todos os casos a agressão ocorreu vinda deum paciente ou familiar, sem o uso de arma. Em mais de50% dos casos, a vítima considerou aquela situaçãotípica do local de trabalho. As reações foram das maisdiversas, de pedir para o agressor parar, fingir que nadaaconteceu, realizar algum registro do evento, relatar paracolegas ou chefe a até casos em que não se esboçoureação alguma. Contudo, 75% dos entrevistados afirmouque o incidente não poderia ter sido evitado e em 50%dos casos alguma providencia foi tomada, porém apenasdois indivíduos sinalizaram o responsável pelaprovidencia, sendo em dos casos o enfermeiro. Apesardos dados acima, quando questionados quanto ao graude satisfação sobre como o incidente foi resolvido, maisde 85% dos sujeitos estavam muito a totalmentesatisfeitos. Na conclusão da entrevista foram indagadosse no último ano haviam presenciado situações deviolência no local de trabalho e quantas vezes issoocorreu, ao todo 31,57% responderam positivamente,totalizando 55 situações de violência. Os dados parciaisobtidos podem ser relacionados com pesquisa realizadano estado do Rio de Janeiro3 a qual apresentou dadossimilares, abrangendo toda a equipe de saúde. Nesseestudo a autora menciona que as violências mais comunssão agressão verbal, assédio moral e violência física,normalmente perpetuado por pacientes e familiares.Ainda, verificou-se que, quando analisado o grupoprofissional, a equipe de enfermagem é o grupo maisvulnerável à violência no trabalho, ultrapassando 60%.Conclusões e Contribuições para a Enfermagem: osresultados parciais mostram os perigos mascarados narealidade dos serviços de saúde e no trabalho daenfermagem no cenário hospitalar. O que foi obtido até omomento, é apenas o vislumbre de uma rotina permeada

pela violência física no trabalho da enfermagem noscenários investigados, os quais requerem o contato diretocom usuários, familiares e outros profissionais. espera-seque com a finalização dos resultados seja possívelestabelecer um panorama real dos perigos a que estaclasse profissional está exposta, assim como planejar eorganizar meios de transformar os dados obtidos emações que visem diminuir a violência, conscientizar osprofissionais sobre como identificar e como agir frente aestes fenômenos no ambiente de trabalho, e ainda tornaro ambiente de trabalho mais seguro e agradável para osenfermeiros.

Palavras-Chave: Saúde do Trabalhador, Violência,Enfermagem.

REFERÊNCIAS[1]. Oliveira RM, et al. Estrategias para promover

laseguridaddel paciente: desde laidentificación de riesgoshasta lasprácticasbasadasen evidencias. Esc. Anna Nery.2014; 18(1):122-9.

[2]. Organização Mundial Da Saúde. Ambientes de trabalhosaudáveis: um modelo para ação para empregadores,trabalhadores, formuladores de política e profissionais./OMS. Brasília: SESI/DN; 2010.

[3]. Palácios M. Relatório preliminar de pesquisa. Violênciano trabalho no setor saúde. Rio de Janeiro: UniversidadeFederal do Rio de Janeiro. 2002.

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 1: Construindo conhecimento da pesquisa na Enfermagem

VIOLÊNCIA NO PROCESSO DE FORMAÇÃOPROFISSIONAL EM SAÚDE – UMA ANÁLISE DA

LITERATURAJEAN HENRIQUE KRÜGER1, THAIS CRISTINA HERMES1, ALANA CAMILA SCHNEIDE1, CARINEVENDRUSCOLO2, DAIANA KLOH3, ELISANGELA ARGENTA ZANATTA4

1. Acadêmicos de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 2. Doutora em Enfermagem, Docente doCurso de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 3. Mestre em Enfermagem, Docente do Curso deEnfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC; 4. Doutora em Enfermagem, Docente do Curso deEnfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

RESUMOIntrodução: A Organização Mundial da Saúde (OMS)descreve a violência como aquela em que se utiliza daforça física ou de domínio para atingir a si mesmo ououtrem, considerando-se também a ameaça, que podemtrazer consequências físicas, psicológicas, deficiência eaté morte1. Há muito tempo a violência tem feito parteda vida dos seres humanos, alterando suas característicascom o passar dos anos diante de transformaçõespolíticas, sociais, educacionais, econômicas e culturais2.Nos dias atuais, não só continua atingido a população,como também tem alcançado maiores proporções emtodo o mundo3. Ainda, segundo Minayo, a violência éconsiderada um grave problema de saúde pública, e paraminimizá-la e combatê-la é necessário que sejamrealizadas algumas estratégias, envolvendo diversossetores, inclusive as equipes multiprofissionais3. Paraque essas equipes estejam qualificadas para enfrentar deforma efetiva essa situação, é preciso preocupar-se coma abordagem do tema violência na formação dosprofissionais de saúde. Objetivos: Identificar o que aliteratura científica apresenta sobre a temática violênciana formação acadêmica em saúde, a fim identificar comoa temática violência vem sendo abordada na formaçãoacadêmica em saúde. Metodologia: Trata-se de umapesquisa qualitativa do tipo revisão integrativa deliteratura. Criou-se um protocolo de pesquisa paraorganização do processo, e este posteriormente foivalidado por dois especialistas na área. A busca pelosartigos publicados entre os anos de 2010 e 2014 quecontemplassem o tema pré-definido no protocolo, e queestivessem em português, inglês ou espanhol, foirealizada em dezembro de 2014 na Biblioteca Virtual emSaúde (BVS). Como descritores, foram utilizados:violência and docentes and saúde, violência and ensinoand saúde, e violência and aluno and saúde. Na primeira

busca foram encontrados 872 artigos, destes foramdescartados 583 que não contemplavam os anos depublicação definidos, e posteriormente foram excluídos252 que não abordavam o tema proposto no título ouresumo, totalizando 40 artigos para serem lidos naíntegra. Ao final, apenas 9 artigos foram selecionados,revisados e catalogados em uma planilha de Excel®,composta dos itens: título, autores, categoriaprofissional, revista, ano, tipo de trabalho, objetivo,metodologia, principais resultados e consideraçõesfinais. Resultados: Dos artigos selecionados, observou-se que há uma deficiência na abordagem do temaviolência no decorrer do processo de formaçãoprofissional. Dos nove artigos selecionados, dois artigosapresentam estudos com estudantes de odontologia,quatro com estudantes de medicina, um artigo comestudantes de enfermagem e medicina, dois comestudantes de enfermagem, medicina e odontologia.Grande parte dos artigos selecionados relataram, emalgum momento, que a abordagem do tema violência naformação acadêmica, era insuficiente ou inexistente.Muitos acadêmicos entrevistados nas diferentespesquisas, destacaram que sentem-se inseguros ao sedepararem com situações de violência durante as aulasteórico-práticas ou estágio, e que muitas vezes, é apenasem situações como essas que eles se deparam com otema durante a graduação. Dizem ainda que não sãocapazes de identificar os casos, a não ser aqueles queapresentavam sinais físicos e visíveis de violência.Outros estudos, ainda, trouxeram a visão do docentesobre a abordagem do tema, relatando reconhecerem anecessidade de este ser trabalhado, porém, nem todosacreditavam que trabalhar a violência era de suaresponsabilidade. Alguns, também, relataram não seconsiderarem aptos para conduzir o assunto em sala deaula, pois estes também não foram preparados para

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trabalhar o assunto. Quanto às instituições de ensino,algumas reconheceram a relevância de a violência serabordada na formação acadêmica, mas destacaram nãopossuir horas disponíveis em suas grades curricularespara acrescentar novos temas. Alguns estudos trouxeramtambém relatos de instituições de ensino que disseramnão ter interesse à respeito do tema, enquanto outroscursos afirmaram trabalhar o tema e admitiram a suaimportância. Mais um resultado encontrado,caracterizando-se como consequência da deficiência naformação acadêmica, foi o de que os serviços de saúdenão estão preparados para atender vítimas de violência,no que se refere ao diagnóstico e prevenção pela falta deprofissionais capacitados. Considerações finais eContribuições para a enfermagem: A busca portrabalhos relacionados à abordagem da violência naformação acadêmica em saúde mostrou que existe umacarência em grande parte dos cursos dessa área.Entretanto, quando se parte do objetivo da assistênciaintegral à saúde do usuário, sabe-se que a violência fazparte deste contexto e que tem ocorrido com muito maisfrequência nos últimos tempos, o que justificaria aefetiva inclusão desta temática no currículo dos cursosda área da saúde. A violência se apresenta de variadasformas, muitas vezes silenciosa, e diante dos resultados,percebe-se que quando o acadêmico ou o profissionalnão recebeu o mínimo de aprendizado para oreconhecimento e manejo desses casos, ele não se senteseguro para prestar a assistência necessária ou realizar osencaminhamentos devidos. Ainda, com a realização darevisão integrativa de literatura, observou-se que há umagrande necessidade de desenvolver mais pesquisasrelacionadas à abordagem da violência em cursos degraduação, com o intuito de avaliar as percepções evivências dos acadêmicos voltadas a essa temática, e asdificuldades enfrentadas na prática acadêmica devido àdeficiência em sua abordagem. Percebeu-se tambémuma grande necessidade de haver maiores discussõesquanto à inclusão desse tema nas grades curriculares decursos da área da saúde, para que o acadêmico possadesenvolver maior habilidade para lidar com situaçõesrelacionadas à violência e para que sua formação sejamais ampla e completa. Os resultados apresentados poressapesquisa levaram a necessidade de construir umprojeto de pesquisa relacionado à temática, que serárealizado com docentes e acadêmicos de dois cursos deenfermagem do oeste catarinense a fim de identificarapresença da violência nas matrizes curriculares dessasduas instituições, além disso, de buscar de quais formasela é abordada pelo docente e a qual a visão de docentese acadêmicos sobre o tema. Quer-se trazer o tema paradiscussão, visto sua importância no atendimento e na diaa dia da sociedade. Optou-se pelo curso de enfermagempor ser a profissão que está em contato direto com ousuário vítima de violência e que precisa estar

capacitado para receber, identificar, prestar a assistênciae dar os devidos encaminhamentos.

Palavras-Chave: Violência, Docentes, Saúde,Ensino, Aluno.

REFERÊNCIAS[1]. Krug EG et al. (Ed.). Relatório mundial sobre violência e

saúde. Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2002.[2]. Souza MKB, Santana JSS. Atenção ao adolescente

vítima de violência: participação de gestores municipaisde saúde. Revista Ciência e Saúde Coletiva; Rio deJaneiro; 2009; 14(2):547-555.

[3]. Minayo MCS. Conceitos, teorias e tipologias deviolência: a violência faz mal à saúde. In: NjaineK; AssisSG; Constantino P. (Org.). Impactos da violência nasaúde. 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundação Osvaldo Cruz2009; 21-42.

Vol.11,n3,pp.213-215 (Ago - Out 2015) Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR

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RESUMO - APRESENTAÇÃO PAINELEixo 3: Construindo conhecimento do ensino na Enfermagem

VIVÊNCIAS DA MONITORIA NA DISCIPLINA DESEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA: RELATO DE

EXPERIÊNCIACARLA WIECHORECK1, JERUSA FUMAGALLI SCHAF NUNES1, EDLAMAR KÁTIA ADAMY2, TANIAMARIA ASCARI3

1. Acadêmica de Enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 2. Enfermeira. Doutoranda em Enfermagempela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora Assistente da UDESC; 3. Enfermeira. Psicóloga. Mestre emEnfermagem pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora Assistente da UDESC.

RESUMOIntrodução: A disciplina de Semiologia e Semiotécnicaintegra a matriz curricular obrigatória do curso deEnfermagem é desenvolvida nos 3º e 4º semestres, comcarga-horária de 144 horas-aula em cada semestre¹. Sãodisciplinas importantes nos cursos de graduação emEnfermagem, pois permitem aos discentes optantes poreste curso, o estabelecimento do contato inicial com aprática da Enfermagem, possibilitando odesenvolvimento das habilidades e a construção deconhecimentos quanto às competências desta profissão.Nestas disciplinas, os discentes aprendem os princípiosbásicos teóricos e práticos da Enfermagem. É de extremaimportância que os monitores, auxiliem o processo deensino-aprendizagem dos discentes e na formaçãoprofissional. Neste caso, a monitoria permite que, emgrupos, os discentes possam esclarecer suas dúvidas eaprimorar conhecimentos, que não foram contempladosem sala de aula. Então, há a necessidade de melhoratender e acompanhar os discentes, nas atividadespráticas, bem como auxiliar o docente no processo deensinar e aprender. A presença do monitor éimprescindível para o bom desenvolvimento dasatividades propostas nas disciplinas². O plano de fundodessas duas disciplinas consiste na construção das basesque irão subsidiar e consolidar conhecimentos teóricospráticos necessários para a formação profissional doenfermeiro, atendendo os princípios e diretrizes doSistema Único de Saúde (SUS). É válido dizer, quemuitos esforços são direcionados nessa etapa deconstrução de conhecimentos, na busca de oportunizaraos discentes, vivenciar o processo de ensinoaprendizagem de modo que tenham adesão com arealidade e com o trabalho cotidiano do enfermeiro. Oprograma de monitoria acadêmica desenvolvido pelapró-reitoria de graduação da Universidade Estadual de

Santa Catarina – UDESC desempenha uma função assazimportante no ambiente acadêmico¹. Esse programa dáoportunidades ao discente ser selecionado para monitor,porém é necessário que o mesmo já tenha sido aprovadonas disciplinas. Ao ser selecionado passará a auxiliar odocente/ discente nas aulas teórico-práticas, gerando oaperfeiçoamento e aprofundamento de seu conhecimentoe dos discentes, no qual são desenvolvidas habilidades eincentivo ao exercício futuro da profissão deenfermagem. As disciplinas de Semiologia eSemiotécnica I e II possuem duas monitoras, com cargahorária de 20 horas semanais, que buscam nas aulasteórico-práticas orientar os discentes através dautilização de materiais disponíveis no laboratório deSemiologia e Semiotécnica¹. A Semiologia eSemiotécnica I ministrada no terceiro semestre docursoaborda conteúdos básicos da enfermagem, é nelaque o discente tem as primeiras noções das técnicas deenfermagem. A semiologia é base da prática clínica enão requer apenas habilidades, mas também açõesrápidas e precisas,necessitando de raciocínio econhecimento. A tomada de decisões tem papelfundamental em todo o processo de assistência aopaciente². A Semiologia e Semiotécnica II ministrada noquarto semestre abrange conteúdos mais complexos, quesão as técnicas de enfermagem como sondagens,curativos, administração de medicação, dentre outras.Objetivo: Apresentar a experiência vivida pelasdiscentes de enfermagem no desempenho de atividadesde monitoria na disciplina Semiologia e Semiotécnica I eII, no curso de enfermagem em uma Instituição Estadualde Ensino Superior de Chapecó, Santa Catarina;comoestratégia de auxiliar a reflexão sobre a importância dodiscente monitor dentro da universidade. Metodologia:Trata-se de um relato de experiência que descreve asvivências de duas discentes de enfermagem, orientadaspor duas docentes do curso de enfermagem na realização

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da modalidade de monitoria no processo de ensino dasdisciplinas de semiologia e semiotécnica I e II, no 1ºsemestre de 2015. As monitorias na sua maioria sãopráticas, onde após as aulas teórico-práticas do docente,o monitor orienta e assiste o discente na realização datécnica em laboratório, instigando o discente a fazer umarelação do conteúdo teórico. As monitorias foramrealizadas no laboratório de enfermagem (práticas) e emsala de aula (teóricas). Foram disponibilizadasmonitorias individualizadas e coletivas, sendo compostaspor grupos de estágio, com cerca de cinco discentes oucom toda a turma (25 discentes) conforme a necessidadedos discentes. Muitas monitorias foram realizadas noperíodo noturno em razão da disponibilidade dosdiscentes e monitoras, bem como de períodos de ‘alta’procura. Houve necessidade de pesquisar e buscarmateriais didáticos que foram reproduzidos, auxiliandoos discentes na compreensão da matéria. Foramrealizados simulados práticos, utilizando protótipos dolaboratório, nesta estratégia cada discente sorteia umatécnica, e a realiza como se fosse o dia da prova, comobservação do monitor, que em seguida aponta as falhas.Foram realizados estudo dirigidos, corrigidos em sala deaula, sanando as dúvidas dos discentes. Privilegiou-setambém diálogo com os docentes orientadores sobrequestões pertinentes à experiência da monitoria. Aindacomo metodologia utilizou-se livros, artigos e revistaspara facilitar o processo ensino-aprendizagem. A bolsade monitoria teve início, para uma monitora no ano de2014/1 com término em 2015/1 e para a outra em 2014/2com término em 2015/2, a carga horária é 20 horassemanais, abrangendo cerca de 60 discentes porsemestre¹. Resultados: O desenvolvimento dasmonitorias permite uma experiência singular ao monitor,no qual ao compartilhar seu conhecimento e experiênciamantém em constante aprendizado; neste contextobuscamos aprofundar conhecimentos acerca do conteúdotrabalhado pelo docente para podermos orientar odiscente de maneira mais clara e objetiva, para que hajauma melhor compreensão dos conteúdos. Com o passardas monitorias, fortalecemos nosso elo com os discentes,que passam a confiar em nós, e cada vez mais procuraras monitorias. E também por ser uma disciplinacomplexa da prática de enfermagem, com conteúdosextensos, é de suma importância que o discente goste dadisciplina, para seu melhor entendimento e desempenho.É nestas disciplinas que eles começam a vivenciar aenfermagem, é nela que ocorrem os maiores medos,angústias e dúvidas, é onde o discente começa a seidentificar com a enfermagem. O laboratório desemiologia está muito bem equipado, fazendo com queas aulas teórico-práticas sejam realizadas semelhantes àspráticas de enfermagem realizadas em hospitais eunidades de saúde. Temos diversos protótipos, quechegam muito próximo da realidade, e que fazem com

que o discente desenvolva as técnicas perfeitamente,simulando situações que serão vivenciadas na realidadeposteriormente. As monitorias priorizam aprimoramentona aprendizagem do discente, prevendo utilizá-los nodecorrer da vida profissional. A monitoria contribui noenriquecimento da formação da vida acadêmica dodiscente, proporciona uma recompensa impágavel,vendo eles crescerem, certamente evoluimos juntos, eisso futuramente nos faráprofissionais mais competentese talvez educadoras. Considerações finais eContribuições para a Enfermagem: Por meio dasatividades os monitores desenvolveram ações teórico-práticas que possibilitaram a solidificação deconhecimentos por parte dos discentes. É comum nessesprimeiros contatos com a prática, identificar expressõese sentimentos de medo e insegurança no discente, osquais deixam transparecer seus anseios, dúvidas,expectativas e implicitamente alguns questionamentoscomo: o que faço agora? Como faço? Quando faço? Seráque é assim mesmo?Neste contexto o papel do monitor éapoiar, auxiliar e proporcionar meios de aprendizagem eaquisição da segurança na realização de técnicas. Com opassar do tempo a relação entre monitor e discentes vaise transformando, os vínculos e a confiança vão aospouco se fortalecendo. Isso contribui para odesenvolvimento pessoal e o preparo técnico e científicopara a prática do exercício profissional do monitor e dodiscente. Um bom monitor, está sempre se atualizando,procura esclarecer as dúvidas e com suas vivências,procura proporcionar um melhor aprendizado aosdiscentes. As monitorias contribuem também para aformação de profissionais qualificados para exercer aprofissão, pois a partir da Universidade são formadosprofissionais que atuarão nas diversas áreas daenfermagem, certamente com uma boa bagagem, setornarão profissionais mais capacitados para lidar com asdificuldades do dia-a-dia. Apreendemos a ver oindivíduo de forma integral, não apenas voltado à causa,e sim o que gera a ela, e que observar o paciente é amelhor forma de cuidado, que nem sempre o que estáestampado é o real motivo que o trouxe ali. Semiologia eSemiotécnica I e II nos ensinam que devemos saber atécnica, para sermos futuros gerenciadores de umaequipe, mas que é importante antes disso sermoshumanos, a técnica com o tempo se aperfeiçoa, porém,um caráter, dificilmente se muda. Então é necessário quea base seja construída com pilares de conhecimento eética, para que essa estrutura, que cresce no decorrer dagraduação seja cada vez mais forte, para se tornar umaestrutura completa no futuro.

Palavras-Chave: Enfermagem; Ensino; Educação emEnfermagem.

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REFERÊNCIAS[1]. UDESC. Resolução N° 091/2014 – CONSUNI-Programa

de Monitoria de Ensino de Graduação da UDESC.Disponível em:http://www.ceo.udesc.br/arquivos/id_submenu/197/091_

2014_cni_monitoria.pdf . Acesso em 09 maio 2015.[2]. Schmitt MD, Ribeiro MC, Adamy EK, Brum MLB,

Zanotelli SS. Contribuições da Monitoria em Semiologiae Semiotécnica para a Formação do Enfermeiro: Relatode Experiência. Udesc em Ação. 7(1). [Acesso 08 mai2015]. Disponível em:http://www.revistas.udesc.br/index.php/udescemacao/arti

cle/view/3264/pdf_37