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RESUMOS APROVADOS ANPAE/RJ EIXO 4: FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 1. VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA: DETERMINAÇÕES LEGAIS E O CONTEXTO DO MUNICÍPIO DE NITERÓI Carolina Barros Pimenta Mestranda em Educação pela Universidade Federal Fluminense. Bolsista da Capes. Email: [email protected] Maria de Fátima Barros Pimenta Mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense. Membro do Conselho Municipal de Educação de Niterói & Professora e coordenadora do curso de graduação em Pedagogia Unilasalle. Email: [email protected]

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RESUMOS APROVADOS ANPAE/RJ

EIXO 4: FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO DOS

PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

1. VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA:

DETERMINAÇÕES LEGAIS E O CONTEXTO DO MUNICÍPIO DE

NITERÓI

Carolina Barros Pimenta

Mestranda em Educação pela Universidade Federal Fluminense.

Bolsista da Capes. Email: [email protected]

Maria de Fátima Barros Pimenta

Mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense.

Membro do Conselho Municipal de Educação de Niterói &

Professora e coordenadora do curso de graduação em Pedagogia Unilasalle.

Email: [email protected]

RESUMO: Historicamente, a Educação Básica no Brasil se caracteriza pela

descontinuidade de ações governamentais e a consequente desvalorização dos

profissionais de Educação. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº

9.394/96 prevê que “os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais

da Educação assegurando-lhes (...) V - período reservado a estudos, planejamento e

avaliação, incluído na carga de trabalho”. Com base em dados do Plano de Ações

Articuladas (PAR), do Ministério da Educação, mais da metade dos municípios

brasileiros ainda não possuem plano de cargos, carreira e salários (PCCS). Dessa forma,

elege-se Niterói para verificar avanços ocorridos, após homologação pelo então

Ministro da Educação do Parecer nº18/2012, da Câmara de Educação Básica do

Conselho Nacional de Educação, que reexaminando o Parecer CNE/CEB nº 09/2012,

dispôs sobre a implementação da jornada de trabalho dos profissionais do magistério

público da educação básica, conforme estabelecido na Lei n 11.738, de 2008. Neste

estudo, busca-se na história da educação apontar os determinantes que contribuíram

para a desvalorização desses profissionais, a partir da primeira Lei de Diretrizes e Bases

nº 4.024/61 até a atualidade; bem como ainda, analisar a política de valorização do

profissional de Educação Básica da Rede Municipal de Educação de Niterói,

implementada a partir da reestruturação do PCCS, através de estudo de comissão

representativa da sociedade organizada, constituída para este fim. Assim sendo, busca-

se depreender que a valorização dos profissionais de Educação está afeta ao emprego

das políticas públicas que atendam às transformações requeridas pela sociedade.

Palavras-chave: História da Educação. Valorização do profissional de Educação.

Políticas públicas.

2. CARA TUTORA....”:

ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE AS RELAÇÕES CONSTRUÍDAS NO

AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Lydia Passos Bispos Wanderley

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP

[email protected]

Linha de Pesquisa: A participação das tecnologias da informação e da

comunicação na formação de sujeitos e subjetividades

Resumo: A proposta deste artigo é iniciar algumas reflexões sobre as relações

construídas na Educação a Distância e os processos formativos de seu ambiente virtual

de aprendizagem. Objetivamos, a partir da minha experiência como docente online em

um curso de graduação semipresencial da Universidade do Estado do Rio de

Janeiro/Universidade Aberta do Brasil, no Consórcio CEDERJ, problematizar a EaD e

seu contexto, levantando três questões que norteiam a discussão aqui proposta: que

Educação a Distância estou construindo? Como nossas relações no ambiente virtual de

aprendizagem são construídas? O que nos faz os docentes que somos? Visando arriscar

responder as perguntas levantadas, proponho no texto, analisar duas mensagens

enviadas por um aluno do curso em que atuo, trazendo à reflexão o processo de

virtualização que vivenciamos no nosso cotidiano e a prática pedagógica do docente

online que é desafiado a romper com o ‘rótulo’ de tutor. O texto se propõe a pensar

cuidadosamente a importância do outro na nossa formação e como essas relações nos

afetam. Contudo, as observações e reflexões desenvolvidas nos despertam para as

fragilidades das relações construídas nesta sociedade que enfrenta o capitalismo tardio.

A proposta do trabalho não é de forma alguma contradizer autores ou atores do

cotidiano na EaD, mas refletir e avaliar o caminho que estamos traçando para a

formação e compreender que cabe ao docente online pensar a formação para além do

conteúdo e ao aluno olhar para seu processo formativo percebendo as relações como

parte dele.

Palavras–chave: EaD, Processos Formativos, Docência online.

3. INVESTIGANDO CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA NO

CONTEXTO DO PNAIC

Luciana Izis Silva de Abreu

UERJ/ FEBF

E-mail:[email protected]

Sonia Regina Mendes dos Santos

UERJ/FEBF

E-mail:[email protected]

Resumo: O presente estudo analisa as bases teórico-conceituais das proposições do

Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) sobre a formação

continuada de professores. Formação necessária, não só pelos desafios frente à

complexidade do processo ensino-aprendizagem, mas, sobretudo, pelos dilemas vividos

e a busca de equilíbrio entre os múltiplos fatores que fazem parte das problemáticas do

seu cotidiano. A escola se fundamenta na interação cotidiana entre alunos e professores

e sem estas a escola faz sentido. As interações se estruturam no processo de trabalho em

que o docente é um interpretador de situações que ele não só soluciona como também

reveste de sentidos. É preciso pensar nos desafios cotidianos do trabalho docente para

definir as concepções e estratégias de formação continuada. Mais do que trazer novas

aprendizagens, ela deve possibilitar ao professor se tornar um pesquisador reflexivo,

capaz de enfrentar problemáticas em contextos singulares, desenvolvendo uma melhor

perspectiva sobre a realidade do seu trabalho, o movimento de reflexão pressupõe um

docente que possui papel ativo de liderança. Em geral, as propostas de formação em

serviço assumem o compromisso de formar professores para uma ação reflexiva. Nesse

estudo qualitativo pautado nos documentos produzidos para o PNAIC pretende-se, a

partir do entrelaçamento com as contribuições advindas de pesquisas recentes sobre a

formação e trabalho docente, analisar os aspectos presentes na concepção e gestão do

PNAIC. A formação docente em serviço nas séries iniciais é algo complexo: em geral

os professores têm uma formação inicial precarizada, seu trabalho é desvalorizado e

realizado em péssimas condições. Entendemos que, mais do que melhorar os resultados

do IDEB, esta formação deve buscar entender a complexidade do trabalho docente,

além de capacitar os professores para buscar soluções para as problemáticas que as

escolas vivem, entendendo que elas são específicas de cada comunidade escolar.

Palavras-chave: Formação em serviço. PNAIC. Trabalho docente.

4. A CONSTRUÇÃO DE SABERES DOCENTES NO CAMPO DE

ESTÁGIO: DESAFIOS PASSADO E PRESENTE

Autora: Edalma Ferreira Paes

Instituto Federal Fluminense – IFF

[email protected]

Grupo de Pesquisa- AULA (Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP)

Resumo: A presente pesquisa em andamento tem como objetivo problematizar a

realização do estágio supervisionado nos cursos de licenciatura, como espaço

potencializador na construção de saberes pertinentes ao exercício da docência,

relacionando o saber com os condicionantes identitários e sociais. As inquietações e

questionamentos trazidos pelos estagiários motivaram a elaboração desta pesquisa. O

contexto de desafios que vêm escrevendo a história da docência no Brasil atrai para si o

debate sobre a formação, com destaque para o desenvolvimento do estágio, por ser este

o eixo articulador entre instituição formadora e campo de atuação tornando-se espaço

fecundo para a construção de novos saberes. A metodologia utilizada se assenta na

abordagem qualitativa de cunho etnográfico, realizada através de entrevistas

estruturadas e semi-estruturadas, conversas informais e análises de relatórios de

docentes em formação do 1º, 5º e 8º períodos e egressos dos cursos de licenciatura em

geografia, ciências da natureza e matemática do Instituto Federal Fluminense (IFF),

Câmpus Campos-Centro. Os dados coletados desde 2013 estão sendo analisados à luz

de estudos de teóricos que vêm discutindo a temática saberes docentes. Das análises já

realizadas, pode-se depreender que a compreensão esvaziada do significado de estágio

supervisionado, a desarticulação entre as disciplinas estruturadas como específicas e

pedagógicas e a realização deste componente curricular, se fragmentam no cenário de

formação. Mesmo sendo esta uma realidade histórica, ainda impacta de maneira

contraproducente a formação, especialmente a construção de saberes.

Palavras-chave: Formação de professores; estágio; saberes.

5. PERCEPÇÕES SOBRE A RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA DA

FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UERJ:

RELATOS DE PARTICIPANTES

Helena Amaral da Fontoura

1 Professora Associada da Faculdade de Formação de Professores/UERJ.

[email protected]

RESUMO: A universidade é um espaço fundamental na formação de professores.

Buscamos na Faculdade de Formação de Professores da UERJ (FFP/UERJ) formar

professores conscientes da e na sua prática. Essa concepção se baseia em diferentes

dimensões: o saber – conhecimentos específicos –; o saber ser – o ato educativo –; e o

saber tornar-se – o saber crítico desenvolvido a partir da experiência. Trazemos parte

dos resultados da pesquisa sobre o curso de extensão oferecido na Faculdade de

Formação de Professores (FFP/UERJ), inicialmente para egressos de Pedagogia, mas

que foi se ampliando para os que se interessassem pelo trabalho de formação. O recorte

selecionado se refere a uma análise dos relatos avaliando a experiência vivida,

discutindo os temas emergentes à luz de propostas de formação continuada como

política pública e não como iniciativa individual ou de um grupo específico. Buscamos

pistas para aprimorar esta atividade de formação desenvolvida em nossa unidade,

contribuindo para formar professores mais conscientes de que sua história também os

faz os professores que estão vindo a ser. Utilizamos a narrativa como método, apoiados

em Souza e Josso, por apostarmos em seu papel central no desenvolvimento pessoal e

profissional. Através de contar, escrever e ouvir experiências, tanto suas como de

outros, vamos construindo percursos e processos coletivos, descobrindo potências do

fazer docente transformador que talvez ainda não soubéssemos. Trazemos como pano

de fundo o estudo sobre políticas docentes no Brasil de Gatti, Barreto e André,

entrelaçando as falas de nossos sujeitos com dados do estudo apresentado pelas autoras,

com vistas a refletir sobre possibilidades e desafios de um trabalho desenvolvido com e

para professores atuando nas redes públicas que buscam apoio na Universidade para sua

tarefa na escola básica. Afirmamos que cabe à sociedade como um todo e aos

responsáveis pela elaboração de políticas públicas federais, estaduais e municipais

buscarem assegurar espaços de formação de profissionais para a educação que se

preocupem em todos os níveis com a importância de sua tarefa, conscientes de que suas

experiências não são apenas individuais, mas repercutem coletivamente na promoção

dos que se utilizam das escolas para ocuparem seus devidos lugares na sociedade.

Palavras-chave: Residência Pedagógica; Formação de Professores; Políticas Públicas.

6. A IMPORTÂNCIA DO PIBID NA FORMAÇÃO DOS LICENCIANDOS

DE PEDAGOGIA: UM DIÁLOGO POSSÍVEL COM AS

SEXUALIDADES

Johnny Chaves de Oliveira

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Bolsista do PIBID em Pedagogia financiado pela CAPES.

E-mail: [email protected]

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo problematizar as experiências e

reflexões dos licenciandos de pedagogia, decorrentes dos encontros realizadas ao longo

de um semestre numa escola municipal da baixada fluminense do Rio de Janeiro,

integrante do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O

programa tem como intuito articular a teoria acadêmica e a prática educacional,

pautando a valorização do magistério e a formação continuada dos docentes na

educação básica. Os encontros foram estruturados por meio da metodologia da roda de

conversas e da produção artística dos estudantes, visando compreender os pontos de

vista e as relações existentes entre (in)disciplina e sexualidades, reinventando a maneira

desses “pequeninos” se relacionarem com a escola, com o próprio corpo e com as outras

pessoas de diferentes gêneros sexuais. A partir das observações e análises foi possível

problematizar as relações entre adultos e crianças do 4º ano escolar considerando a

perspectiva da criança como protagonista desse processo de audição e examinando-as à

luz das forças assimétricas de poder e da (in)disciplina institucionalizadas no cotidiano

escolar. Evidenciou-se nas narrativas colhidas e nas representações estéticas produzidas

que as dificuldades iniciais de aprendizagem apresentadas por 7 (sete) estudantes

“bagunceiros” coexistiam com a emergência de questões sexuais, étnicas e de

participação cidadã na sociedade. Dessa forma, apontou-se o dilema da ausência de um

espaço dialógico para abordar nos espaços formais tais temas transversais previstos nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), mas que são silenciados, reprimidos ou

vigiados pela falsa função social da escola diante do fracasso escolar.

Palavras Chave: Valorização do magistério, sexualidade, fracasso escolar.

7. O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOS PROFESSORES E O

USO DA PEDAGOGIA DA COOPERAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS

NAS ESCOLAS

Claudia Almada Leite (FFP-UERJ)1

Helena Amaral da Fontoura (FFP-UERJ)2

Maria da Conceição da Silva Barros de Souza (Colégio Pedro II)3

RESUMO: A Pedagogia da Cooperação é um conjunto de princípios, processos,

procedimentos e práticas, que podem orientar o profissional de educação que pretenda

trabalhar na linha da aprendizagem cooperativa. Esta, por sua vez, é aquela em que os

objetivos são comuns, as ações compartilhadas, e os resultados benéficos para todos,

propiciando a formação do sujeito cooperativo, pois trabalha com metodologias que

motivam e desenvolvem a integração e cooperação. Entre os documentos que regem a

educação brasileira, os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam nos seus Temas

Transversais, como objetivos do ensino fundamental, que os alunos sejam capazes de

compreender a cidadania como participação social e política e tenham, no dia a dia,

atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e

exigindo para si o mesmo respeito. Neste sentido, é objetivo deste trabalho, refletir

sobre a aplicação da Pedagogia da Cooperação na prática docente do ensino de Ciências

nas escolas. A Pedagogia da Cooperação possui quatro princípios: coexistência, com-

vivência, cooperação e comum-unidade. Além dos princípios, apontamos neste trabalho

as seis práticas da Pedagogia da Cooperação, que são: Fazer com-tato; Estabelecer com-

trato; Compartilhar in-quieta-ações; Fortalecer alianças e parcerias; Reunir soluções

como-uns; Praticar a trans-forma-ação. Focamos na possibilidade do uso dos Jogos

cooperativos e da CNV, como metodologias da Pedagogia da Cooperação que podem

ser aplicadas pelos professores de Ciências na sua prática docente em sala de aula, para

desenvolver a criação, a contribuição e a participação de todos, visando às metas

coletivas e não individuais, com o intuito de desenvolver atitudes de empatia,

1

Mestranda do Programa de Pós-graduação Mestrado em Educação- processos formativos e

desigualdades sociais. Faculdade de Formação de Professores UERJ. [email protected]. 2 Docente do Programa de Pós-graduação Mestrado em Educação- processos formativos e desigualdades

sociais. Faculdade de Formação de Professores UERJ. 3 Docente do Colégio Pedro II e Mestre em Políticas Públicas e Formação Humana. Programa de Políticas

Públicas e Formação Humana da UERJ.

cooperação, estima e comunicação. Esta pesquisa se fundamenta nos conceitos

Pedagogia da Cooperação e Jogos cooperativos de Brotto, e de Vivência e Zona de

Desenvolvimento Proximal de Vigotski (ZPD). Contamos também com as contribuições

de Maturana sobre aceitação mútua e cooperação, Rosenberg sobre Comunicação não-

violenta (CNV), e García sobre Desenvolvimento Profissional Docente. Buscamos

contribuir para ampliar as concepções de ensino de Ciências referenciadas em práticas

docentes cooperativas e participativas.

Palavras-chave: Pedagogia da Cooperação; Zona de Desenvolvimento Proximal;

Desenvolvimento Profissional dos Professores; Ensino de Ciências.

8. O PROGRAMA DE LICENCIATURAS INTERNACIONAIS NO

CENÁRIO DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Tatiana Leite da Silva Pessoa/UFF – [email protected]

Iduina Mont’Alverne Chaves/UFF – [email protected]

Resumo: Esta pesquisa vem sendo desenvolvida com o objetivo de compreender a

formação inicial de professores em intercâmbio entre universidades brasileiras e

universidades portuguesas, no âmbito do Programa Licenciaturas Internacionais (PLI) –

CAPES/MEC. Nos últimos anos, o Ministério da Educação (MEC) tem investido em

uma série de ações no intuito de elevar a qualidade do ensino nos cursos de licenciatura

e aumentar a adesão ao magistério. O PLI se insere neste contexto com o propósito de

apoiar projetos de melhoria do ensino e da qualidade na formação inicial de professores,

em diversas áreas, estimulando o intercâmbio de estudantes de licenciaturas, em nível

de graduação sanduíche com universidades portuguesas. Esta pesquisa assume o

referencial teórico-metodológico da Sócio-Antropologia das Organizações e da

Educação, de Paula Carvalho que está calcada nos princípios da Epistemologia da

Complexidade, de Edgar Morin; na Antropologia do Imaginário, de Gilbert Durand e na

Sociologia do Cotidiano, de Michel Maffesoli. Considerando a cultura como modos de

pensar, sentir e agir analiso tanto os aspectos patentes (norma) quanto os aspectos

latentes (vida) das experiências de formação vividas pelos licenciandos das

Universidades Públicas do Estado do RJ envolvidos no PLI. Neste contexto, é

importante compreender como os futuros professores têm vivido/percebido a

experiência de se formar em intercâmbio, mesclando saberes e culturas. Para este

trabalho serão apresentadas as questões referentes à dinâmica organizacional do PLI.

Palavras-chave: Formação de Professores – Intercâmbio - Complexidade

9. A VOZ DOS PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES PARA PROJETOS DE

FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES

Esther Hermes Lück - UFF

[email protected]

Fernando Igor Pinho Pinto - UFF

[email protected]

Resumo: Sem perder de vista o contexto nacional das políticas e das práticas na

formação de professores em geral, e a dos gestores escolares em especial, o presente

trabalho se insere na discussão sobre a base comum nacional para as licenciaturas,

trazendo para a reflexão dados obtidos em pesquisa realizada junto aos gestores das

redes públicas de ensino dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo que participam

do curso de especialização MBA Gestão Empreendedora – Educação, oferecido pela

Universidade Federal Fluminense, em modalidade semipresencial, por meio de um

convênio tripartite com o SESI-RJ e SESI-SP e os governos dos Estados respectivos. O

objetivo deste trabalho é demonstrar quais conteúdos oferecidos pelo curso os alunos

consideram fundamentais para a sua prática e trazer a luz elementos interessantes que

podem ser considerados pelas instituições formadoras na constituição dos projetos

pedagógicos dos cursos de formação inicial e continuada de professores, preservando a

autonomia que lhes é conferida, assim como incorporados pelas diretrizes que sugerem

a base comum nacional. Parte-se da premissa que as competências em gestão

educacional não se limitam à professores que almejam ou que atuam na direção de

escola. São competências necessárias a todos os professores e devem ser trabalhadas na

formação inicial, considerando que a prática de todo professor envolve a gestão de

tempos e espaços educacionais diversificados. Além disso, todo docente deve ser capaz

de participar da elaboração, do planejamento, da coordenação e do controle de políticas

públicas, de conhecer os métodos de pesquisa que contribuem para a análise, avaliação

e aplicação dos resultados visando a melhoria da qualidade da educação oferecida. Esta

premissa está relacionada com o fortalecimento da profissionalidade docente, a qual se

constitui pela autonomia diante de seu trabalho e pela responsabilidade que assume em

relação a sua permanente formação, aprendendo e refletindo sobre suas práticas.

Palavras chave: Formação de professores, Base comum para Licenciaturas, Educação

Continuada , Avaliação.

10. A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA:

DIRETRIZES CURRICULARES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM

CURSOS DE LICENCIATURAS NO BRASIL

Marcia Lisbôa Costa de Oliveira

(UERJ - FFP)

[email protected]

Lúcia Helena Abreu Eletério

(UNESA - RJ)

[email protected]

(Membro integrante do GRUPPE/UFF)

RESUMO: Considerando a necessidade de maior atenção à formação de professores para a

educação básica, este trabalho objetiva propor caminhos para a reformulação das

práticas pedagógicas desenvolvidas nos cursos de licenciatura no Brasil, concebendo-os

como espaços de formação profissional. A pesquisa fundamenta-se na concepção de

prática como elemento essencial na formação de docentes, enfatizando o papel do

conceito de habitus na constituição da identidade e das rotinas de trabalho desses

profissionais. Discute-se a necessidade de modificação nos currículos de formação e no

habitus dos formadores, que configura um currículo implícito, para, num processo de

simetria invertida, garantir-se a disponibilização de modelos de ação mais centrados na

aprendizagem do aluno. Parte-se da análise de documentos legais que estabelecem

normas para a organização curricular dos cursos de licenciatura no Brasil, identificando

os princípios e os pressupostos do preparo para o exercício profissional específico neles

presentes. Na análise do corpus, constituído pelas diretrizes curriculares dos cursos de

Pedagogia, Letras, Matemática, Ciências Biológicas, Geografia e História, tenta-se

compreender o modo como cada um desses documentos incorpora as proposições

formuladas nas Diretrizes Nacionais para a Formação de Docentes para a Educação

Básica (Resolução CNE/CP n.1/2002). A preocupação central desse estudo é perceber a

natureza da prática no discurso oficial sobre os currículos das licenciaturas e refletir

sobre o papel dos formadores. Na maioria das diretrizes analisadas, percebe-se o

silêncio ou o truncamento conceitual de aspectos fundamentais na profissionalização

docente, entre os quais se destacam o estágio supervisionado e a prática como

componente curricular, além da ausência na definição de competências e saberes

específicos para a docência. Essa lacuna discursiva que se constata nos pareceres e

resoluções que regulam o funcionamento dos cursos de licenciaturas contribui para o

afastamento entre a formação inicial de docentes e o território escolar, caracterizando

uma formação em que prevalece a teoria. Dessa forma, os licenciandos não vivenciam

experiências que lhes permitam constituir sua identidade profissional. Entendemos que

os currículos dos cursos de Licenciaturas precisam favorecer o desenvolvimento de

conhecimentos teóricos e pedagógicos e de competências específicas para a docência,

além de formar profissionais abertos à pluralidade e à transformação, para que estejam

aptos a lidar com a complexidade dos sistemas educacionais contemporâneos. A

definição clara dos saberes e competências profissionais nas diretrizes curriculares de

cada curso seria fundamental para a mudança efetiva desse paradigma.

Palavras Chave: Formação docente, prática pedagógica, currículo.

11. DESAFIOS E CONQUISTAS NA FORMAÇÃO EM SERVIÇO DE

PROFISSIONAIS DE CRECHE

Ana Rosa Costa Picanço Moreira – UFJF

[email protected]

Jéssica Aparecida Ferreira – UFJF

[email protected]

Letícia de Souza Duque – UFJF

[email protected]

Grupo de pesquisa LEFoPI/UFJF

Agência financiadora: PROPESQ/UFJF/CNPQ

Resumo: A formação em serviço de professores da Educação Infantil, especialmente

daqueles que trabalham com crianças de idades até 3 anos, apresenta-se como uma

questão urgente e crucial quando pensamos na qualidade das creches brasileiras. Dentre

as questões que emergem no cotidiano dessa instituição, a organização dos espaços tem

sido a temática central do Grupo de Estudos Ambientes da Infância (GRUPAI/UFJF),

que desenvolve projetos articulados à formação em serviço dos profissionais de creche

norteado pela dimensão política e pedagógica das ações investigativas. Este trabalho

tem o objetivo de discutir uma pesquisa-intervenção realizada em uma creche municipal

de Juiz de Fora (MG) durante os meses de abril a novembro de 2013. A referência

teórico-metodológica é a perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento infantil e de

meio/espaço/ambiente, assentada no pensamento de Lev Vigotski e Henri Wallon.

Entendemos a relação ambiente-pessoa como simbólica e histórica na qual são

produzidos significados e sentidos que afetam o desenvolvimento infantil e as práticas

pedagógicas da creche. Assim, buscamos conhecer e problematizar com as educadoras

dos 7 agrupamentos o planejamento e a organização dos ambientes de referência (salas

de atividades), refletindo coletivamente sobre a participação das crianças nesse processo

e favorecendo a construção de um olhar atento e sensível às demandas e aos interesses

das crianças. Acreditamos que as crianças, desde muito cedo, ressignificam os

ambientes que lhes são ofertados e os transformam produzindo novos ambientes. Os

dados foram produzidos a partir de observações participantes, fotografias e sessões

reflexivas, que são contextos de discussão. As sessões reflexivas abrangeram análises de

fotos, discussão de textos e reflexões sobre os modos de organização espacial das salas.

A análise dos dados revelou a existência do descompasso ente os discursos e as ações

das educadoras sobre a organização espacial. Ou seja, enquanto as falas expressavam a

valorização dos aspectos físicos do ambiente no cuidado e educação das crianças, os

ambientes apresentavam-se precariamente organizados com pouca ou nenhuma

participação das crianças. Evidenciamos arranjos espaciais nas salas dos agrupamentos

de 2 e 3 anos compostos principalmente por mobiliário escolar (mesas e cadeiras)

reservando pouco espaço para “cantinhos” construídos a partir dos interesses das

crianças. Os resultados sugerem que ações de intercâmbio e colaboração entre a

universidade e as creches mediante pesquisas dessa natureza podem contribuir

significativamente para as políticas de formação e a transformação crítica de práticas

naturalizadas na creche.

Palavras chave: formação em serviço; educação infantil; ambiente.

12. FORMAÇÃO E CULTURA(S): REFLEXÕES, SOBRE AS

POSSIBILIDADES DE EDUCAÇÃO EMANCIPATÓRIA, A PARTIR DE

FALAS DE PROFESSORAS DO ENSINO BÁSICO

Nádia Cristina de Lima Rodrigues.

Faculdade de Formação de professores - UERJ

[email protected]

Resumo: O presente artigo traz uma reflexão acerca da formação de professoras do

primeiro segmento do ensino fundamental. A pesquisa está sendo desenvolvida na

Escola Estadual Municipalizada Bom Jardim (local da investigação) que se localiza na

área rural do município de Cachoeiras de Macacu na região noroeste do estado do Rio

de Janeiro com a colaboração das duas professoras que lá atuam. A escola é organizada

sob o regime de classes multisseriadas atendendo o primeiro segmento do ensino

fundamental. A motivação para o desenvolvimento do trabalho foi a comprovação do

alto índice da não alfabetização das crianças daquela escola. Os dados da Secretaria

Municipal de Educação de 2009 comprovavam que 80% dessas crianças não

conseguiam se alfabetizar constituindo uma exceção com as outras escolas na área rural.

Em seus depoimentos, as professoras relatam que não possuem nenhum conhecimento

relativo à comunidade dos ‘Hervanos’ a qual, os alunos com problemas de aprendizado

pertencem. Elas dizem apenas ‘ouvir boatos’ de que esses alunos ‘são diferentes

culturalmente’, mas não conhecem realmente seu modo de vida, nunca foram nem

próximo às suas moradias e se surpreendem ao verem fotos das mesmas. O presente

artigo tenta trazer a tona, através das falas das professoras, uma reflexão sobre as

condições de trabalho, origem e formação das professoras do ensino básico e como estes

aspectos podem influenciar a qualidade de seu trabalho, bem como, na aprendizagem

dos alunos, assim, o trabalho é desenvolvido a partir do diálogo entre as falas das

professoras e as falas dos autores trazendo para a reflexão temas como a cultura

hegemônica na formação de professores e o multiculturalismo encontrado nas escolas

das classes populares e a possibilidade dessas relações interculturais serem um dos

alavancadores de uma nova pedagogia emancipatória construindo assim, uma

aprendizagem também emancipatória.

Palavras chave: interculturalidade; identidade profissional; cultura escolar.

13. QUESTÃO DE PESQUISA: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Victer, Eline das Flores. UNIGRANRIO

[email protected]

Lopes, Jurema Rosa UNIGRANRIO

[email protected]

Resumo: No contexto da educação brasileira, ao nos referirmos sobre a formação de

professores compreendemos que tal temática é tão antiga quanto atual, isso porque ao

refletirmos sobre a atual formação “deles” professores, estamos refletindo sobre a

“nossa” própria formação enquanto professores. Nesse sentido, o presente estudo

discute situações de formação docente no ensino da Matemática a partir de relatos de

egressos do Mestrado Profissional em Ensino das Ciências, do Programa de Pós-

Graduação em Ensino das Ciências da UNIGRANRIO, em Duque de Caxias / RJ.

Trazemos para as nossas reflexões, três situações de formação de professores de escola

pública, selecionadas em um universo de quinze resumos de dissertações de mestrado

do Programa de Pós-Graduação em Ensino das Ciências da UNIGRANRIO, no período

de 2009 a 2012. Entre as três situações selecionadas, a primeira traz a fala de um

professor que explicita as alterações ocorridas em sua prática a partir de sua pesquisa

sobre o uso da História da Trigonometria como elemento facilitador da aprendizagem

das funções Seno e Cosseno; na segunda situação, o professor discute a relação entre os

conhecimentos cotidianos com os saberes matemáticos, tendo como foco o ensino da

regra de três no Ensino Médio. A terceira situação traz a fala do professor sobre o seu

processo de construção de conhecimento a partir de sua prática em sala de aula. As

experiências apresentadas e analisadas mostram que os egressos, a partir da construção

de seus aportes teóricos e de discussões sobre o ensino, reconhecem a sua aproximação

junto aos seus alunos e, ao fazê-lo, transformaram as próprias práticas, reelaborando

seus conhecimentos e as suas ações. Concluímos que embora os egressos sejam

oriundos de um ambiente de trabalho escolar, o qual habitualmente discrimina o campo

disciplinar da Matemática, suas produções teóricas apontam não só para a abertura ao

diálogo interdisciplinar, com também indicam uma prática interdisciplinar.

Palavras-Chave: Formação do professor. Pesquisa. Ensino.

14. TRABALHO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Jane Rangel Alves Barbosa, UCB, UNIFOA e ISERJ.

[email protected]

Sara Rozinda Martins Moura Sá dos Passos, CESGRANRIO.

[email protected]

RESUMO: Embora as sociedades contemporâneas reconheçam a importância dos

professores para a oferta de uma educação de qualidade, existe um grave problema a ser

enfrentado: a formação docente. Uma questão que tem sido objeto de estudo de

inúmeros pesquisadores do campo da educação, mas que permanece longe de ser

solucionada adequadamente. Nesse sentido, é necessário compreender o papel da

universidade enquanto instituição formadora desses profissionais. O propósito desse

estudo é o de contribuir para a construção de políticas públicas específicas para a

formação de professores da Educação Profissional, apontando uma reflexão sobre a

formação docente para esta modalidade de ensino, realizada no contexto da Educação a

Distância. Para tal, as autoras se apropriam de leituras, discussões e contextualizações

que apontem caminhos para a redefinição das políticas de formação docente, de modo a

assegurar, não só, uma formação científico-tecnológica adequada, como também, uma

formação pedagógica de qualidade. Este texto se desdobra em duas partes, além da

Introdução, em que as autoras chamam a atenção para a escassez de pesquisa no campo

do trabalho e da formação de professores, considerando a importância da Educação

Profissional. Na segunda seção, delineia-se o referencial teórico que fundamenta a

presente pesquisa bibliográfica sobre a Educação a Distância como campo de trabalho

docente. Na terceira e última seção, estão postas as Considerações Finais, onde as

autoras destacam que a formação de professores para a Educação Profissional zela pela

sintonia com a modalidade de educação a distância. As necessidades e demandas pela

formação de professores e a vontade política dos governantes de sanar o problema de

falta de professores qualificados, em busca da melhoria da qualidade da educação

brasileira, é uma realidade. No entanto, é de suma importância que os cursos de

formação de professores na modalidade Educação a Distância estejam embasados em

uma proposta bem definida de educação e tenham objetivos claramente definidos.

Concluindo, é a “proposta pedagógica” que embasa a formação docente pela Educação

a Distância e a visão de sociedade que a cerca, que determinará se esta formação terá,

ou não, qualidade.

Palavras-chave: Educação Profissional. Formação Docente. Educação a Distância.

15. FORMAÇÃO POLÍTICA NO CONTEXTO DAS JORNADAS DE

JUNHO: UMA CONVERSA SOBRE MANIFESTAÇÃO E POTÊNCIA

Paulo Estácio Junior

Universidade do Estado do Rio de Janeiro – FFP

[email protected]

Resumo: O estudo aqui proposto se trata de uma reflexão sobre os efeitos das jornadas

de junho/julho de 2013 na formação daqueles que dela participaram. Esse trabalho está

inserido no projeto de pesquisa no programa de Mestrado em Educação – Processos

Formativos e Desigualdades Sociais na linha de Políticas, Direitos e Desigualdades da

Faculdade de Formação de Professores na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, e

nasceu como fruto de uma inquietação e seus desdobramentos que atravessam minha

prática na sala de aula, sintetizando assim a força motriz da pesquisa aqui proposta.

Nesse ponto convém apontar as inquietações e perguntas que permeiam esse trabalho,

assim como minha pesquisa de um modo geral: o que mudou para o “gigante” ter

acordado? Quais seriam os devires possíveis? Por que isso despertou tanto interesse

nesse aluno? E quais os efeitos em sua formação política? A multidão (palavra que aqui

é entendida como um conceito importantíssimo que norteia nossa pesquisa) foi às ruas

reivindicar direitos básicos e uma maior participação no processo democrático

brasileiro. Posto isso, a intenção foi investigar os possíveis devires no que tange a

produção de subjetividades de um sujeito envolvido nesse momento histórico, mesmo

sem o confortável distanciamento. Além disso, busco refletir sobre o contexto

biopolítico no qual as manifestações ocorreram. A investigação se deu através de uma

entrevista, ou uma conversa aos moldes deleuzianos, com um aluno de uma escola

pública do município de Niterói-RJ que esteve diretamente envolvido em algumas

dessas manifestações durante o período. Com essa pesquisa busco apontar a dimensão

educativa que a multidão parece ter, e como as experiências e afetos vividos por esse

aluno contribuíram para sua formação política, formação essa que não é encarada sob

uma perspectiva formal e disciplinar – onde algo é ensinado ao outro, e sim como uma

formação profundamente relacional, na qual aquele que a experimenta é convidado a

formar sentidos com o outro.

Palavras-chave: produção de subjetividades; multidão; relações de poder; formação

política

16. INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO: AINDA UM DESAFIO NA FORMAÇÃO

INICIAL DOS PROFESSORES

Angélica F. B. Monteiro – IBC

[email protected]

Glauca T. Aragon – LCA/CBBUENF

[email protected]

Resumo: O objetivo do presente estudo é investigar a formação de professores do

ensino básico para as práticas inclusivas a partir da observação das dificuldades

apresentadas pelos docentes da rede regular em trabalhar com alunos deficientes visuais.

Incluir singifica sobretudo oferecer oportunidades de participação e aprendizagem a

todos os sujeitos, todavia, para que estas práticas ocorram no contexto da sala de aula, o

professor precisa ter clareza da importância do seu papel neste processo. Não obstante,

estudos apontam que um número expressivo de docentes não se consideram preparados

para atuar em turmas inclusivas. Assim, este estudo analisou as matrizes curriculares de

algumas licenciaturas de universidades públicas do Rio de Janeiro, disponíveis nos sites

das instituições pesquisadas. Foi verificado que conforme determina a legislação, a

maioria dos currículos contempla disciplinas sobre este tema, todavia estas são muito

generalistas, o que nos levou a concluir que as licenciaturas estão longe de resolver as

demandas da escola com relação à inclusão de estudantes com necessidades especiais. A

nosso ver, ainda que a inclusão fosse significativamente considerada no currículo de

formação inicial do docente, seriam necessários investimentos na sua formação

continuada, valorizando as trocas de experiências nos cotidianos das escolas.

Comungando com esta opinião, apoiamo-nos no Relatório de Monitoramento Global de

Educação para Todos, da UNESCO, onde há a defesa de que, para garantir que todas as

crianças aprendam, os professores também devem ser apoiados por um currículo

adequado e ajudas contínuas.

Palavras-chave: Formação de Professores, Inclusão e Formação Continuada.

17. EDUCAÇÃO ESCOLAR INDIGENA, POR QUEM?

Maria Conceição da Silva

Universidade Federal Fluminense

Grupo de Pesquisa: Espaços educativos e diversidades culturais

Mestranda em Educação da UFRRJ

[email protected]

Resumo: A pretensão deste trabalho é tecer considerações e suscitar questionamentos

sobre os elementos necessários para a formação do professor indígena. A educação

escolar indígena, se apresenta como um dos grandes desafios para a formação de

profissionais da educação. É preciso que se paute na busca desta formação, as

especificidades inerentes ao papel do professor indígena, mais especificamente os da

etnia Guarani Mbya, comunidade foco deste trabalho. A natureza diferenciada dos

povos indígenas foi por muito tempo negada para possibilitar a visão corrente do Índio

genérico, escondendo um sem número de etnias, tradições, crenças e práticas sociais.

Essa natureza diferenciada demanda a necessidade de uma formação que abranja as

especificidades que compõem estas etnias. Apesar de poderem enxergar a utilidade que

a educação “juruá” ou não indígena, possa ter para suas comunidades, ainda é muito

grande a desconfiança que recaí sobre a escola, exemplo disso é uma das versões do

mito andino, que representa a escola como devoradora de identidades. A formação de

professores de dentro da comunidade, conhecedor e, principalmente, seguidor das

tradições e costumes que pautam e direcionam a trajetória dos Guarani Mbya, é

considerada como uma das ações essenciais para o sucesso da escola indígena e do

ambiente educacional Guarani Mbya. Para que se tenha a garantia de que a educação

escolar cumpra o seu papel de difusora da cultura indígena, para além do seu papel de

formadora, é necessário, como prevê a LDB (9394/96), o caráter epistemológico e

metodológico dos currículos nas escolas alocadas em terras indígenas, ou ainda, que o

atendimento às populações indígenas sejam norteados pelo uso da língua materna para

garantia de suas identidades étnicas.

Palavras-chave: Educação escolar indígena, professor indígena, Escola indígena

18. O BRAIN DRAIN:

O DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA BRASILEIRO

E A EMIGRAÇÃO DE CÉREBROS

Néliton Gomes Azevedo/ PPGE/UFF

Doutorando em Educação

Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gestão e Políticas Públicas em Educação

NUGEPPE, UFF

[email protected]

Resumo: O presente trabalho analisa aspectos da formação e retenção de mão-de-obra

altamente qualificada nas condições do capitalismo brasileiro atual, onde a

profissionalização de elementos de ponta, de formação elevada, sofre uma tripla

diáspora: de um lado, temos as dificuldades de qualificação destes elementos,

dificuldades atreladas à falta de independência dos eixos e rumos da pesquisa científica

nacional. Vencida essa fase inicial de formação, que se estende ao menos por vinte anos

de árdua formação de quadros de investigadores de todos os ramos, temos, de outro

lado, as dificuldades inerentes à absorção desses cérebros pelo mercado de trabalho e

pelo Estado, dificuldades que vão da falta de investimento adequado às necessidades

nacionais, ao caráter fortemente concentrado e centralizado desses cérebros na geografia

econômica do país, em associação ao apelo e à sedução internacional que propicia, ou

facilita, melhores condições de trabalho e remuneração, numa verdadeira drenagem de

capacidades tão em falta e necessárias ao desenvolvimento nacional. As características

sociais, políticas e econômicas, dentro e fora do Brasil, que colocam em xeque as

condições necessárias à plena capacitação e absorção desses especialistas, com sua

integração no planejamento e execução do desenvolvimento do país, são a raiz a ser

levantada e criticada, pondo-se a nu as políticas que, em contradição com as

necessidades de nossa sociedade, atuam como facilitadoras, a drenar nosso patrimônio

intelectual e científico, que migra em busca de ambientes que permitam sua plenitude,

Após o investimento penoso, por parte principalmente do Estado e dos institutos oficiais

de custeio de pesquisa de elevado nível, mestrado e doutorado, o país vê malogrados

seus intentos de usufruir e aproveitar-se dessa formação que, a custo elevado, deveria

dispor.

Palavras-Chave: Emigração de cérebros, planejamento de Estado na produção de

ciências e pesquisas, formação de especialistas.

19. A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇO DE FORMAÇÃO NO CAMPO DA

EDUCAÇÃO

Aline de Carvalho Moura – UERJ – Episteme

[email protected]

Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a formação profissional no campo

da educação, tendo como foco principal a universidade como um espaço legítimo para

esse processo de formação na sociedade contemporânea. Nesse sentido, o objetivo do

trabalho é desenvolvido com base em um estudo bibliográfico que aborda a forma como

a sociedade contemporânea cria e recria cenários, para que novas demandas, exigências

e desafios sejam postos à educação, em especial ao ensino superior, colocando em

evidência questões como função/ papel/ identidade e objetivos da universidade na

conjuntura econômico-sócio-política atual. Para justificar a estrutura deste trabalho,

devemos pensar a formação profissional, na educação, tentando problematizar e

politizar uma discussão sobre a universidade e sua finalidade enquanto espaço

formador, trazendo um olhar crítico sobre a forma como organiza e reorganiza seu papel

enquanto instituição, e entendendo a quem e a quê, esta universidade está servindo. Na

tentativa de analisar a universidade como um espaço de formação, é necessário pensar

em como ela se estrutura atualmente e as mudanças que fizeram parte de seu cenário

nos últimos tempos, tendo em mente que, todo esse processo de formação profissional

no âmbito universitário, faz parte de uma conjuntura e de processos internacionais mais

amplos de reestruturação do Estado. Entendendo a formação e valorização dos

profissionais da educação como um dos pontos a serem problematizados na discussão

sobre a universidade na atual sociedade contemporânea, é de suma importância,

fomentar estudos e debates sobre qual a formação que a universidade oferece hoje, em

função de uma sociedade voltada para o mercado, e qual a formação que queremos,

pensando um profissional mais crítico, verdadeiramente, mais comprometido com os

processos educativos.

Palavras-chave: Universidade. Formação Profissional. Sociedade contemporânea.

20. CIDADANIA, TEMPO INTEGRAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

EM SERVIÇO

Cintia de Assis Ricardo da Silva – SME-RJ/SEEDUC-RJ/UERJ-FFP

[email protected]

Lílian dos Santos Ferreira – SME-RJ/UERJ-FFP

[email protected]

Raphael Silvano Ferreira Silva– SME- RJ /SME-Niterói/UERJ-FFP

[email protected]

Resumo: O presente texto é a materialização de discussões feitas a respeito da

formação de professores no interior da escola, por professores que participam de um

programa de mestrado em educação. Os temas tempo integral e formação de professores

têm atravessado nossas pesquisas em andamento e compõem o nosso cotidiano nos

espaços educacionais onde estamos trabalhando. Um dos nossos objetivos é pensar

sobre a relevância da formação continuada do professor em serviço, bem como analisar

a operacionalização do tempo destinado a essa formação nos locais onde trabalhamos e

a relação das ações ocorridas neste tempo, denominado Horário Complementar (HC),

com a abordagem de tempo integral na qual as escolas se alicerçam e também com as

propostas de formação continuada que temos dialogado nas leituras promovidas no

curso de mestrado. Inicialmente, daremos tratamento metodológico a partir de narrativas

das experiências vivenciadas por meio de entrevistas com os professores das respectivas

escolas. Entendemos que o tempo integral, parte do contexto das instituições

pesquisadas, é fundamental na organização e dinâmica dos processos formativos para

todos os sujeitos da escola, e que especificamente para os professores pode ser uma

ferramenta interessante que contribui para a promoção da democracia na escola,

favorecendo as transformações desejadas para uma educação pautada na cidadania.

Destacamos, assim, as ações que têm sido realizadas nestes momentos de formação,

suas limitações, no que se refere à operacionalização do tempo, às concepções de

educação, de sujeitos da escola, de sociedade, de formação, democracia e suas

possibilidades de ampliação a partir dos dados das pesquisas que estamos

desenvolvendo. Buscamos compreender alguns conceitos relativos a questões que estão

relacionadas ao tempo escolar e suas implicações no contexto de escolas de tempo

integral e a formação de professores que estão em atuação na sala de aula, que são

temas que dizem respeito à política de valorização do magistério.

Palavras-chave: Escola de Tempo integral. Formação Docente. Democracia.

21. REFLEXÕES SOBRE O TRABALHO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO

FÍSICA À LUZ DA PEDAGOGIA

Roberta Jardim Coube – [email protected]

Professora da educação básica

Professora do Centro Universitário UNIABEU, Departamento de Educação Física

Mestre em educação pela UFRRJ

Renata Jardim Coube – [email protected]

Pedagoga pela UFF e mestre em Educação pela UFRRJ

Professora da Rede Pública Municipal de Maricá

Integrante do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Currículo NUPEC-UFF, com

ênfase nos estudos sobre Formação/Emancipação Humana, Dimensão Estética e

Currículo.

Mariane Del Carmen da Costa Diaz – [email protected]

Pedagoga e mestre em Educação pela UFRRJ

Membro dos grupos de pesquisa: Espaços Educativos e Diversidades Culturais –

UFF (pesquisador) e Núcleo de Estudos de Tradições Indígenas e Negritudes

(NETIN) - UFRRJ

Resumo: A partir da configuração do modelo textual ensaio, procuramos tecer algumas

considerações a respeito do trabalho docente do profissional de Educação Física, à luz

da Pedagogia, tomando como ponto de partida as experiências das autoras na educação

básica. Busca-se identificar a complexidade do trabalho do professor de Educação

Física, que lida com os conteúdos da cultura corporal de forma teórico-prática, devendo

problematizar as questões referentes ao corpo e aos conceitos que surgem a partir dele,

tais como corporalidade, corpolatria, corpo-sujeito entre outros. O texto defende que as

experiências na educação formal, sobretudo na escola pública, constroem saberes

corpóreos com os quais pode-se questionar e maximizar a atuação político-pedagógica

do profissional da cultura corporal, possibilitando maior entendimento do cotidiano e

refutação da teoria que respalda a intervenção docente. As experiências demonstram que

na contemporaneidade o professor lida com “corpos precarizados”, os quais são sujeitos

que estão integralmente na escola, no caso da educação básica, com suas necessidades

reais de existência. Por essa razão, não basta ao educador que leciona Educação Física o

domínio das disciplinas Anatomia, Fisiologia, Psicomotricidade, etc. Tais

conhecimentos são importantes e devem fazer parte do repertório desse professor, mas

valem muito pouco quando o mesmo não consegue relacioná-los aos demais saberes da

área, sobretudo aos que dizem respeito aos estudos culturais, referenciados a partir de

uma pedagogia crítica, que valorize a formação docente, neste caso específico a

formação do professor de Educação Física.

Palavras-chave: Trabalho docente, Educação Física, experiência, cultura corporal.

22. RELAÇÕES ENTRE FORMAÇÃO E TRABALHO DOCENTES:

DISCUSSÕES A PARTIR DO CAMPO DO CURRÍCULO

Márcia Patrícia Barboza de Souza

[email protected]

Universidade Católica de Petrópolis (UCP)

Grupo de Pesquisa Internacionalização do campo do currículo

RESUMO: O objetivo deste trabalho é dar continuidade aos dados levantados pelo

grupo de pesquisa Internacionalização do campo do currículo, desenvolvido no âmbito

do curso de Pós-graduação em Educação da Universidade Católica de Petrópolis (UCP),

sob orientação do Professor Antônio Flávio Barbosa Moreira e da Professora Dayse

Martins Hora. A internacionalização se constitui em um movimento no qual se

estabelecem encontros entre pesquisadores da área, dispostos a contribuir com suas

concepções e discutir diferentes temáticas que estão envolvidas no campo do currículo.

Nos Colóquios Luso-brasileiros sobre Questões Curriculares, realizados entre 2002 e

2008, pode-se verificar como esses discursos se entrecruzam, ora se complementando,

ora divergindo, mas todos focando a preocupação com o currículo voltado ao aspecto

cultural e social do indivíduo. A formação docente foi um dos temas tratados nesses

Colóquios em diferentes aspectos: por meio de uma análise de como essa profissão se

encontra no contexto da globalização, diante do grande desafio que é o caminho da

profissionalidade; por meio de uma crítica aos desafios impostos ao se tentar combinar

o ‘paradigma da aprendizagem’ com o ‘paradigma do ensino explícito”, enfatizando que

os estudantes dos cursos de Pedagogia e das licenciaturas, bem como seus formadores,

acabam assumindo uma grande responsabilidade ao se encaminharem para a difícil

profissão docente sem o apoio de evidências que indiquem com clareza qual a melhor

estratégia a ser adotada para um efetivo trabalho como professor. Foram apresentadas

discussões acerca do trabalho do professor e a dificuldade de aliar a formação à

realidade da sala de aula, tratando da estreita relação entre currículo e trabalho docente,

bem como discussões que marcam as relações entre tecnologia, formação, diversidade e

poder sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na escola, repensando

a contribuição do professor na legitimação curricular.

Palavras-chave: currículo; formação; trabalho docente.

23. POLÍTICA CURRICULAR DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E OS

DISCURSOS DOS ALUNOS DA PEDAGOGIA DA UNESA ACERCA DA

DOCÊNCIA.

Ilma Pontes -- [email protected] (UNESA)

Lana Fontes – [email protected] (UNESA)

Olga Casagrande – [email protected] (UNESA)

Resumo: O objetivo dessa pesquisa é apresentar a análise de alguns discursos

produzidos a respeito da(s) identidade(s) docentes dos professores do Ensino

Fundamental e os discursos no documento curricular de formação de professores -

Referenciais para Formação de Professores (RFP), produzido pelo MEC em 2002; das

Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores (MEC, 2002) e das

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (MEC, 2006). Esse estudo,

desenvolvido pelas alunas da Iniciação Científica do curso de Pedagogia, integrantes do

grupo de pesquisa “Políticas Curriculares para Formação de Professores e a(s)

Identidade(s) Docentes”, busca investigar algumas formações discursivas hegemônicas

na formação de professores. O desenvolvimento da pesquisa foi realizado através da

elaboração, tabulação e comparação de resultados de dois questionários semiabertos. O

primeiro deles totalizou 110 questionários aplicados aos alunos do segundo semestre do

curso de Pedagogia de 2011. O segundo resultou em 97 questionários aplicados entre os

alunos do curso de Pedagogia do segundo semestre de 2012, incluindo os formandos.

Através dos dados obtidos, buscou-se compreender alguns discursos hegemônicos que

perpassam no cotidiano de uma amostragem de alunos que já são professores do Ensino

Fundamental e obtiveram alguma prática pedagógica no magistério. A partir da

tabulação e análise dos resultados dos questionários, foi iniciado um estudo

comparativo com os textos documentais, tendo como referência teórica as pesquisas de

Stephen Ball e de Alice Casimiro Lopes a respeito da complexidade das políticas e das

relações de poder desenvolvidas no ciclo de políticas. Os dados demonstraram que os

discursos dos alunos expressam mobilidade nos interesses, que ora se aproximam do

perfil profissional prescrito nos documentos oficiais, ora se distanciam. A conclusão é

que esta oscilação está associada ao grau de clareza dos alunos quanto aos objetivos do

curso de Pedagogia, que se amplia no decorrer da experiência acadêmica, afastando-os

ou aproximando-os do que prescrevem os documentos quanto à formação da identidade

docente.

Palavras-chave: Políticas curriculares, formação docente, discurso.

24. A INTERDISCIPLINARIDADE NA GESTÃO DE PROJETOS:

“CONTEXTUALIZANDO AS GRANDES ÁREAS DO CONHECIMENTO”

NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Ilda Maria Baldanza Nazareth Duarte

UNIG; SEEDUC/RJ

Ana Valéria de Figueiredo da Costa

UNESA; UNIG; SEEDUC/RJ; PUC-Rio

Agenor Pereira da Costa

UNIG; PUC-Rio

Resumo: O presente trabalho debate a interdisciplinaridade e como esta “concepção”

ou “metodologia” foi utilizada na gestão de projetos na Formação de Professores,

oferecendo reflexões sobre ações interdisciplinares construídas nesse processo. A ideia

central foi oportunizar um trabalho conjunto para atender às diretrizes curriculares,

oferecendo aos professores ferramentas pedagógicas com vistas a minimizar a

fragmentação que permeia o processo ensino-aprendizagem nas escolas. Os conceitos

foram fundamentados em autores que discutem a temática com foco na

interdisciplinaridade como um dos caminhos na gestão e produção do conhecimento na

formação de professores. Inicialmente os professores formadores traçaram as atividades,

elencando os textos de apoio que foram desenvolvidos por docentes atuando nas séries

finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Logo após, foram discutidos os

textos-base para a elaboração dos projetos coletivos de trabalho docente-discente. Os

participantes docentes foram subsidiados por meio de textos, imagens, dinâmicas e

trabalhos de grupo, com ênfase na construção coletiva e na negociação de forma a

serem capazes de tecer redes de práticas conjuntas, propiciando condições na tentativa

de transformar hábitos enraizados e criar espaços institucionais de debate e troca de

experiências. Todo esse processo culminou com a elaboração de projetos

interdisciplinares e contextualizados no sentido de articular com a comunidade escolar

as mudanças necessárias nas onde atuavam. A atitude interdisciplinar significou não só

eliminar barreiras entre as disciplinas, mas também as barreiras entre as pessoas, de

modo que os profissionais buscassem alternativas para se conhecerem, trocar

conhecimentos e expectativas entre si, buscando desenvolver o reconhecimento diante

das limitações dos próprios saberes e utilização de metodologias para executar as tarefas

propostas, modificando seus hábitos em relação à busca e construção de conhecimento

com projetos comuns.

Palavras-chave: Formação de Professores - Interdisciplinaridade – Gestão de Projetos

25. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: REFLEXÕES SOBRE A PRECARIZAÇÃO

DO TRABALHO DO TUTOR A DISTÂNCIA

Elisabete da Silva Dutra

[email protected]

Universidade Católica de Petrópolis

Resumo: A Educação a Distância (EAD) se consolida como uma modalidade de ensino

e aprendizagem que visa à democratização do ensino em nosso país. Nesse contexto,

surge o tutor a distância, ator recente na história da educação brasileira. Apresentamos

nesse trabalho, a partir de uma revisão bibliográfica, o tutor a distância que exerce a

docência no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), tendo atribuições de professor.

Além disso, observou-se que o tutor é um ator ativo na construção da prática

pedagógica na Educação a Distância. A metodologia utilizada possibilitou uma análise

sobre o que já foi produzido relacionado a esse tema e, assim, possibilitou uma nova

sugestão de encaminhamento da questão. O tutor a distância está vinculado a uma maior

precarização do trabalho, isso constatado a partir de estudos que relatam como ele vem

sendo submetido às condições de trabalho incompatíveis com a docência como

profissão, que são, por muitas vezes precárias e que podem ser expressas também em

relação à sua remuneração, ausência de vínculo com a instituição a qual trabalha e falta

de direitos trabalhistas. Sem pretensão de esgotar o tema, o presente trabalho tem por

objetivo destacar a precarização das relações de trabalho na EAD, enfatizando o tutor a

distância, frente às interferências e implicações do neoliberalismo na política

educacional do país. Nessa perspectiva neoliberal, os sistemas educativos passaram a

necessitar de eficácia, mas com um menor custo para o setor público, além de uma

lógica de qualidade vinculada a uma visão empresarial de eficiência e produtividade. As

reflexões aqui apresentadas sugerem à necessidade do debate e da criação de uma

regulamentação específica das condições de trabalho docente do tutor a distância que

atua na Educação a Distância da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Além disso,

constatou-se que profissionalização do tutor é um dos aspectos que devem ser

discutidos e equacionados na modalidade de ensino a distância.

Palavras-chave: educação a distância; precarização do trabalho; tutor a distância.

26. EDUCAÇÃO SEM DISTÂNCIA: O TUTOR PRESENCIAL NO

CONSÓRCIO CEDERJ

Jader Campos dos Santos - UCP

[email protected]

Resumo: Na atualidade, a Educação a Distância (EaD) ganha destaque no contexto

educacional brasileiro, apresentando-se como uma alternativa viável para democratizar

e ampliar o ensino superior, principalmente com a interiorização da oferta de educação

em nosso país. Beneficiada por novos dispositivos legais, a EaD adquiriu legitimidade e

grande visibilidade. Como resultado, temos experiências isoladas em diversas

instituições de nível superior, incluindo algumas universidades organizadas em

consórcios. Diante da abrangência e disseminação dessa modalidade de ensino no

Estado do Rio de Janeiro, este trabalho se apresenta com o objetivo de delinear o perfil

do tutor presencial do Consórcio CEDERJ – consórcio de instituições públicas de

Ensino Superior – a partir dos olhares da instituição, e como esses tutores descrevem a

sua atuação e os desafios enfrentados. Trata-se de um estudo exploratório de natureza

qualitativa, com procedimentos metodológicos que envolvem uma pesquisa documental

e a análise de entrevistas semiestruturadas obtidas com os atores selecionados no curso

de Licenciatura em Pedagogia em um dos polos de apoio presencial do Consórcio. A

pesquisa de campo procurou entender a dinâmica de atuação, tanto do ponto de vista da

instituição, como dos próprios tutores presenciais que atuam nesse consórcio. Para

melhor compreender a temática apresentada, foi utilizado o aporte de teóricos que

abordam o tema tutoria, com ênfase na tutoria presencial. Essa base teórica foi reforçada

por uma revisão de literatura que analisou outras pesquisas realizadas sobre o tema,

visando compreender como a essa função vem sendo percebida em outras Instituições

de Ensino Superior. Os resultados levantados constatam a semelhança entre as

atribuições das funções de professor e tutor presencial e destacam a relevância deste

ator no processo ensino aprendizagem. Verificou-se também que a ausência de vínculos

institucionais contribui para a precarização do trabalho desenvolvido por esse

profissional.

Palavras-Chave: Educação a Distância, CEDERJ, Tutor Presencial.

27. PEDAGOGIA SOCIAL, FORMAÇÃO DOCENTE E DIGNIDADE

HUMANA

Margareth Martins Araújo - UFF

[email protected]

Resumo: O presente trabalho é fruto de sete anos de formação de pedagogos sociais

pela Universidade Federal Fluminense através do Curso de Extensão em Pedagogia

Social para o século XXI. O mesmo originou-se a partir de demandas criadas pelos

diversos municípios do Estado do Rio de Janeiro, com a criação das funções e dos

respectivos cargos. Trata-se da formação de educadores sociais, ou seja, da formação

dos mais diversos profissionais que atuam direta ou indiretamente, na educação formal

ou informal de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade, suas famílias,

educadores e escolas. Nosso principal objetivo é o de trabalhar na construção de novos

pactos pela educação através de uma formação docente sólida, capaz de contribuir na

construção da dignidade humana. Muito se fala nos últimos anos, e na prática é possível

confirmar, sobre quebra do pacto historicamente existente entre professores e alunos,

transformando o espaço educacional em um ambiente de permanente confronto,

deixando o aprendizado dos conteúdos em segundo plano. Para lidar com os que

emergem de uma sociedade em conflitos constantes, é necessário a formação de

educador capaz de aprender com a prática e colocar o aprendido em diálogo com a

teoria estudada. Novas relações sociais exigem o aparecimento de novos educadores, os

sociais capazes de torna possível o até então enxergado como impossível. Educadores

que consideram a existência de um fazer social na educação. São aqueles que entram em

ação quando os demais já desistiram compreendendo não haver nada a fazer.

Educadores sociais são os profissionais que aceitam o desafio de trabalhar com os

excluídos, os rotulados, os deixado à margem da nossa sociedade, a partir de uma, duas,

ou mais gerações abandonadas pelos governantes. É possível afirmar que, uma criança

em situação de vulnerabilidade, é fruto de uma família cuja ancestralidade também se

viu abandonado. O que temos a nossa frente então são seres humanos degradados,

desacreditados, desrespeitados profundamente atingidos em sua dignidade e, com uma

enorme vontade de novos rumos darem a suas vidas. Para atingir nossos objetivos

lançamos mão de uma metodologia dialógica, construtivista e itinerante, capaz de nos

comunicar das condições de atendermos, ao mesmo tempo, a todos e a cada um. Ao

longo desse período tivemos o privilegio de formar cerca de trezentos pedagogos

sociais, atuando, nos mais variados municípios. A Pedagogia Social é assumida a partir

do princípio de Educação como direito, na sua totalidade, cujas necessidades e

demandas se expressam no ambiente escolar e não escolar o que representa avanços na

compreensão da área, situada inicialmente como restrita à educação não formal.

Palavras-chave: educação; pedagogia social; formação de professores.

28. REPOSITÓRIOS DIGITAIS PÚBLICOS NA EDUCAÇÃO BÁSICA E

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

Marinalva Batista. dos Santos. Neves4

SEC-BA/IAT/NTE

Nívea Maria Fraga Rocha5

Fundação Visconde de Cairu - FVC

RESUMO: O artigo tem como objetivo geral avaliar a oficina Aprendendo a Aprender

através das TIC – Oficina sobre acervo digital, desenvolvida com docentes de uma

unidade da rede pública de ensino básico, de Salvador, Bahia. Como objetivos

específicos, pretende-se: avaliar a Oficina a partir da hipertextualidade visando uma

educação transdisciplinar. Realizou-se pesquisa-ação, bibliográfica e documental,

através de questionário, entrevista semiestruturada e observação participante. Os

sujeitos da pesquisa foram representados por uma amostra de 11 professores/alunos da

unidade da rede pública selecionada da Bahia em Salvador. Constata-se que a Oficina

facilitou a construção de novos conhecimentos, promovendo, principalmente, a

interatividade nos portais educativos. Conclui-se que, é indispensável a busca por

opções metodológicas que valorizem o potencial criativo e afetivo entre alunos e

docentes. A oficina possibilitou formação continuada, desenvolvimento humano e

profissional de professores por meio das TIC, constituindo-se num elemento

imprescindível para a qualidade da educação básica.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação e Comunicação. Educação Básica. Acervo

digital.

4 Mestre em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social, pela Fundação Visconde de

Cairu. Especialista em Novas Tecnologias PUC/Rio e em Psicopedagogia Clínica e

Institucional. Professora Multiplicadora do NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional no Estado

da Bahia) [email protected]

5 Doutora em Educação – Universidade Autônoma de Barcelona/ Espanha; Mestre em Educação –

UFBA; Avaliadora ad hoc MEC/-INEP; Profª do Mestrado em Desenvolvimento Humano e

Responsabilidade Social da Fundação Visconde de Cairu. [email protected]

29. FORMAÇÃO INICIAL DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PARA

TEMÁTICA DE GÊNERO E SEXUALIDADE

HERMINIO, Ana Beatriz.

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP.

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RESUMO: A formação de professores para tratar a temática da sexualidade e relações

de gênero é importantíssima para que questões relacionadas à discriminação e tensões

possam ser evitadas, colocando o tema como prioridade e legitimando o discurso e

ações de respeito à diversidade. Como existem muitos preconceitos e medos por parte

dos profissionais da escola ao tratar o tema, a formação diminui a vulnerabilidade dos

professores e demais sujeitos da escola. Porém, essa formação nem sempre é

proporcionada pelos currículos de diversos cursos de graduação, o que faz com que

professores não saibam lidar com a temática. Por essa razão, esse trabalho visa tratar da

importância da formação específica inicial e continuada e envolvimento por parte dos

profissionais das unidades escolares na temática da sexualidades, de modo a respeitar o

que coloca os parâmetros curriculares, regimentos e documentos oficiais, bem como nas

políticas públicas e legislação nacional. Colocando a formação de professores como

abrangente para permitir que os docentes tratem questões relacionadas aos direitos

sexuais e reprodutivos, desigualdade de gêneros, violência sexual e homofobia e outros.

Apresentando a escola como um espaço de questionamento e locus de diversas

possibilidades de vivenciar gênero e sexualidade, instituindo relações mais igualitárias.

Também é um importante espaço para discussão e valorização das variadas

possibilidades de ser feminino e masculino, constituindo-se um espaço privilegiado para

o respeito à diversidade. Transpassando a visão da temática da sexualidade como

delicada e de difícil trato, repleta de dúvidas, preconceitos e tabus, apontando a

formação docente para sexualidade e questões de gênero como necessária e urgente.

Palavras chave: Formação; sexualidade; gênero.

30. A PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA E A FORMAÇÃO CONTINUADA

DE DOCENTES

Nívea Maria Fraga Rocha

Fundação Visconde de Cairu

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Marinalva B. dos Santos Neves

SEC-BA/IAT/NTE

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RESUMO: Incluir a autobiografia na perspectiva de formação de professores como

proponente de modificações nos processos de ensino-aprendizagem na educação básica

é um grande desafio. Este artigo tem como objetivo geral discutir a inserção das TIC no

Ensino Básico e às necessidades de formação continuada de docentes. Como objetivos

específicos, pretende-se: refletir sobre a educação básica na contemporaneidade frente à

globalização; e contextualizar a formação dos professores na perspectiva autobiográfica.

A opção metodológica foi a da pesquisa bibliográfica e documental. Constata-se que a

globalização e a inserção das TIC na contemporaneidade exigem principalmente maior

formação continuada dos docentes para que possam acompanhar os avanços e

desenvolverem novas formas e processos educativos. Para responder aos desafios atuais

é preciso que os sujeitos da educação, professor e alunos, sejam protagonistas de uma

nova história, a partir de suas próprias experiências no contexto político-social. Concluí-

se que é imprescindível atualização docente para inclusão das novas Tecnologias da

Informação e Comunicação em sala de aula, a fim de fortalecer os processos de

construção de conhecimentos por meio de ensino-aprendizagem significativa, numa

perspectiva emancipadora através das narrativas autobiográficas.

Palavras-chave: Pesquisa autobiográfica. Formação de Professores. TIC.

31. REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE

PROFESSORES- PESQUISADORES NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

Autora: Natália Regina de Almeida - UERJ

E-mail: [email protected]

Resumo: Investigar a prática da pesquisa em educação, especificamente, os aspectos

teórico-metodológicos tem sido um dos principais desafios, ao longo de minha trajetória

acadêmica. Dentro da discussão teórico-metodológica é possível destacar outros

aspectos, como o processo de formação de professores-pesquisadores na área da

educação. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo central apresentar, ainda

que, sucintamente, a trajetória da atividade de pesquisa em educação no Brasil, iniciada

na década de 30 e institucionalizada, a partir da criação dos cursos de pós-graduação no

país, na década de 70, com a ampliação das temáticas e metodologias na área da

pesquisa em educação, bem como, as perspectivas e desafios quanto à formação de

professores-pesquisadores. Atualmente, apontar os desafios dos programas de pós-

graduação em educação, para além de outras questões de demandas institucionais,

políticas, é enfrentar desafios que dizem respeito à produção de conhecimento. Deste

modo, para o desenvolvimento do presente trabalho, a metodologia a ser utilizada é a

pesquisa bibliográfica, por intermédio de reflexões sobre o processo de formação de

professores-pesquisadores, ao longo da trajetória de pesquisa em educação no país.

Estas reflexões podem ser sintetizadas, a partir de algumas perguntas, como: Como tem

sido a formação de professores-pesquisadores? Quais são os desafios, avanços e

dificuldades no processo de pesquisa em educação? Há a devida valorização de

professores-pesquisadores no país? Por fim, as condições que condicionaram a

formação de professores-pesquisadores, ocorreram em conjunturas econômicas,

sociopolíticas e culturais particulares. Sendo assim, quando se trata da formação de

professores-pesquisadores na área da educação, é importante considerar outras

dimensões, como a econômica, cultural, epistemológica, institucional, política, social.

Ao longo das décadas, novos desafios, perspectivas e conhecimentos configuraram e

impulsionaram essas conjunturas.

Palavras-chave: Educação. Formação de professores-pesquisadores. Pesquisa em

educação.