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RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA DE ALUNOS QUE INGRESSOU EM 2009 AUTOR – ALEXANDRE FREITAS SOUZA SILVA ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO TÍTULO - INDISCIPLINA ESCOLAR: UMA LEITURA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL RESUMO - A indisciplina escolar tem sido apontada como um dos principais desafios para o trabalho docente em sala de aula. Não há consenso, porém, quanto ao que seja essa indisciplina escolar, em termos operacionais. Até o momento, há uma carência de análises teóricas sobre o tema dentro da abordagem comportamental, que apenas conta com algumas interessantes contribuições no campo aplicado. Neste trabalho pretendeu- se analisar possíveis definições de indisciplina escolar, tornando-as mais operacionais para que seja possível assim ser realizada uma análise comportamental. Esta análise também se propõe a identificar de forma geral suas possíveis causas e indicar algumas alternativas para a superação deste problema no contexto escolar. Percebe-se que, embora o uso do termo tenha uma conotação negativa, indicando comportamentos inadequados do aluno, alguns comportamentos descritos como indisciplina poderiam ser considerados adequados a depender do contexto em que sejam emitidos. A seguir, analisa-se a função dos comportamentos indisciplinados, ou seja, suas relações com antecedentes e consequentes. São então indicadas algumas alternativas de superação do problema, discutindo-se os fundamentos teóricos de intervenções comportamentais, além de discutir alternativas apontadas pela literatura não comportamental, em um esforço para torná-las mais operacionalizáveis e consistentes com a análise proposta neste trabalho. Palavras-chave: indisciplina escolar; análise do comportamento; comportamento indisciplinado; problemas de comportamento, psicologia educacional.

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RESUMOS DAS MONOGRAFIAS DA TURMA

DE ALUNOS QUE INGRESSOU EM 2009

AUTOR – ALEXANDRE FREITAS SOUZA SILVA

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO - INDISCIPLINA ESCOLAR: UMA LEITURA ANALÍTIC O

COMPORTAMENTAL

RESUMO - A indisciplina escolar tem sido apontada como um dos principais desafios

para o trabalho docente em sala de aula. Não há consenso, porém, quanto ao que seja

essa indisciplina escolar, em termos operacionais. Até o momento, há uma carência de

análises teóricas sobre o tema dentro da abordagem comportamental, que apenas conta

com algumas interessantes contribuições no campo aplicado. Neste trabalho pretendeu-

se analisar possíveis definições de indisciplina escolar, tornando-as mais operacionais

para que seja possível assim ser realizada uma análise comportamental. Esta análise

também se propõe a identificar de forma geral suas possíveis causas e indicar algumas

alternativas para a superação deste problema no contexto escolar. Percebe-se que,

embora o uso do termo tenha uma conotação negativa, indicando comportamentos

inadequados do aluno, alguns comportamentos descritos como indisciplina poderiam ser

considerados adequados a depender do contexto em que sejam emitidos. A seguir,

analisa-se a função dos comportamentos indisciplinados, ou seja, suas relações com

antecedentes e consequentes. São então indicadas algumas alternativas de superação do

problema, discutindo-se os fundamentos teóricos de intervenções comportamentais,

além de discutir alternativas apontadas pela literatura não comportamental, em um

esforço para torná-las mais operacionalizáveis e consistentes com a análise proposta

neste trabalho.

Palavras-chave: indisciplina escolar; análise do comportamento; comportamento

indisciplinado; problemas de comportamento, psicologia educacional.

AUTORA - ALINE MORALES SIMIONATO

ORIENTADOR - PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO – REVERSÃO E PREVENÇÃO DE ANSIEDADE À MATEMÁ TICA:

INTERVENÇÕES POSSÍVEIS NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDI O

RESUMO – A ansiedade em relação à matemática é um fenômeno composto por

reações emocionais negativas diante de situações que requisitam o uso de

conhecimentos matemáticos. É particularmente identificada no contexto escolar e está

diretamente relacionada a experiências inadequadas de ensino dessa disciplina. O

objetivo da presente monografia é apresentar um programa de reversão e prevenção de

ansiedade à matemática, o qual foi embasado na análise de literatura sobre o tema.

Inicialmente serão expostos a definição e os conceitos principais relacionados ao

fenômeno em foco e, em seguida, alguns estudos acerca da reversão da ansiedade em

relação à matemática. Por fim, será apresentado o programa elaborado para auxiliar

indivíduos do Ensino Fundamental e Médio que apresentam ansiedade em relação à

matemática.

Palavras-chave: Ansiedade em relação à matemática; programa de prevenção e

reversão; alunos Ensino Fundamental e Médio.

AUTORA – BRUNA CAPRIOLLI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. GEORGINA CAROLINA FANECO

MANIAKAS

TÍTULO - O DESENVOLVIMENTO DAS TÉCNICAS FREUDIANAS NA PRÉ-

HISTÓRIA DA PSICANÁLISE

RESUMO - A psicanálise é importante para diversas disciplinas, já que ela se insere em

variados assuntos da atualidade, como religião, poder, violência, saúde mental. Este

conhecimento encontra-se em um processo continuo de desenvolvimento, desde a época

em que foi criado, ampliando cada vez mais os seus limites, permitindo que antigas

concepções gerem novas ideias. O criador da psicanálise, Sigmund Freud, elaborou, em

sua época, técnicas terapêuticas inovadoras para o tratamento dos transtornos psíquicos.

Para compreendermos como ele desenvolveu essa nova metodologia, levamos em conta

o contexto histórico em que se inseria a ciência médica daquele período e as influências

que Freud sofreu, tanto de outros teóricos como de suas próprias pacientes histéricas. A

partir dessas considerações, a pesquisa objetivou descrever o desenvolvimento das

primeiras formulações técnicas de Freud por meio da reconstituição de suas origens.

Para tal, foi realizada revisão bibliográfica de obras de Sigmund Freud que enfatizam

questões técnicas entre os anos de 1886 a 1893, complementada por três artigos

acadêmicos e duas dissertações de mestrado de autores contemporâneos. Por meio da

pesquisa teórica procuramos descrever o desenvolvimento técnico experimentado por

Freud no citado período com base em seu contato com outros pesquisadores de sua

época, mas principalmente em sua prática clínica com as histéricas. Os resultados

obtidos nos levaram a perceber como as ideias de Freud experimentaram uma

transformação contextual: de um contexto médico neurológico para um contexto

psicológico, suscitando, consequentemente, uma transformação em sua técnica. Ao

iniciar seu trabalho clínico, Freud utiliza os métodos tradicionais da medicina da época

para o tratamento da histeria (hidroterapia, eletroterapia, massagem e repouso). O

contato com os diferentes teóricos como Charcot, Bernheim e Breuer foi de grande

importância para que Freud iniciasse seus estudos sobre o psíquico e aprofundasse suas

pesquisas nesta área do conhecimento. Eles serviram como norteadores para que Freud

seguisse seu próprio caminho e formulasse suas teorias, abandonando os métodos

tradicionais para desenvolver a sua própria técnica, a associação livre. Além disso,

constatamos que as pacientes histéricas de Freud contribuíram para as suas formulações

técnicas e teóricas, a partir da prática de atendimento e da escuta das mesmas. Os casos

de Anna O. e de Emmy von N. demonstram a importância do contato com os pacientes

para a compreensão do mundo psíquico e para a elaboração de métodos terapêuticos,

sendo que as pacientes foram de fundamental importância para que Freud pudesse

entender melhor a histeria e, assim, formulasse a associação livre. Concluímos,

portanto, que o desenvolvimento da técnica psicanalítica tem origem não somente nas

técnicas tradicionais aprendidas por Freud para tratar as histéricas (hipnose, sugestão,

etc), mas, principalmente, na escuta que Freud desenvolveu em sua prática clínica com

as pacientes histéricas, cujo discurso desvalorizado pelo meio médico tornou-se fonte de

inovação terapêutica para quem soube ouvi-lo.

AUTOR - CAIO FERNANDO MORETTO

ORIENTADORA - PROFA. DRA. DEISY DAS GRAÇAS DE SOUZA

TÍTULO - CRIATIVIDADE DE ALUNOS DE ÁREAS RURAIS E U RBANAS

RESUMO - A definição de criatividade não é algo simples e é discutida há muito

tempo. Existem diferentes teorias e formas para esse conceito e ainda não há uma

concepção universalmente aceita por todos. Dessa maneira, os pesquisadores buscam

defini-la de acordo com o campo que atuam. Para as finalidades do presente estudo,

utilizaremos a definição de Alencar (2003), que entende que a criatividade envolve a

produção de algo novo, que é aceito como útil e/ou satisfatório por um número

significativo de pessoas em algum ponto no tempo, resultado da interação entre

processos cognitivos, características da personalidade, variáveis ambientais e elementos

inconscientes. Cada um desses fatores afeta o comportamento criativo, o que deixa clara

a importância do estudo dos mesmos. O presente estudo teve como propósito analisar a

influência do ambiente de procedência de crianças de 12 a 16 anos, alunos de uma

escola pública, em relação a seus escores de criatividade. Os ambientes de procedência

foram a zona rural e a zona urbana. O procedimento foi dividido em duas fases. A

primeira fase consistiu na avaliação sócio-econômica de cada participante e

identificação de suas condições de moradia. Na segunda fase foi aplicado o teste de

criatividade (Torrance, 1974), composto por dois tipos de atividades, um com figuras e

outro com texto. Não foram encontradas diferenças significativas nem em relação à

procedência (rural ou urbana) nem em relação ao gênero: as médias para os escores

totais variaram entre 81,7 e 91,0 em procedência e 85,8 e 93,4 em gênero, indicando de

acordo com as normas do instrumento níveis normais de criatividade. Os resultados

replicam os encontrados com outros grupos de crianças brasileiras e podem sugerir que

o ambiente rural oferece tantas oportunidades para o desenvolvimento do

comportamento criativo quanto o ambiente urbano. Contudo, é preciso cautela,

considerando-se o reduzido número de participantes e a similaridade dos ambientes,

considerando-se que a cidade estudada é pequena e localizada no interior.

Palavras-chave: criatividade, criatividade verbal, ambiente urbano, ambiente rural,

crianças, adolescentes.

AUTOR - CASSIANO GAIANI DE SANTIS

ORIENTADORES – PROFA. DRA. CAMILA MUCHON DE MELO; P ROF. DR.

JULIO CÉSAR COELHO DE ROSE

TÍTULO - FILOGÊNESE E CULTURA: INTERAÇÕES NO BEHAVI ORISMO

RADICAL

RESUMO - O behaviorismo radical, filosofia da Ciência do Comportamento proposta

por B. F. Skinner, propõe a explicação do comportamento humano a partir de três níveis

de seleção pelas consequências: (i) o nível filogenético (história evolutiva da espécie

humana), (ii) o nível ontogenético (desenvolvimento de um indivíduo em particular) e

(iii) o nível cultural (seleção e manutenção de comportamentos por grupos de

indivíduos). O primeiro nível de seleção foi proposto inicialmente por Charles Darwin

na teoria da seleção natural, sendo a primeira aplicação do modo causal de seleção pelas

consequências na história da ciência, tornando-se o modelo principal de explicação da

evolução das espécies. Nos outros níveis, em especial no terceiro, as explicações

selecionistas ainda encontram bastante resistência; entretanto, possíveis interações entre

eles justificam tentativas de aplicar o mesmo modelo explicativo aos três. Neste

trabalho, examinou-se a obra de Skinner em busca de interações entre os níveis (i) e

(iii), buscando-se compreender, especialmente, influências das características

filogenéticas da espécie humana na constituição do terceiro nível de seleção. O controle

operante da musculatura vocal é apontado pelo autor como a condição básica para a

organização de grupos culturais, uma vez que essa característica possibilitou um salto

qualitativo no comportamento social dos seres humanos, a partir do comportamento

verbal. Além dessa característica, o amplo repertório indefinido da espécie humana

apresenta-se como condição importante para a constituição das culturas, fornecendo

muitas possibilidades de aprendizagem de comportamentos a serem modelados e

selecionados pelos grupos culturais; esses comportamentos podem ser tanto motores

quanto simbólicos. Por fim, a sensibilidade da espécie às consequências de seus

comportamentos é a terceira característica selecionada filogeneticamente relevante para

o terceiro nível: os estímulos que funcionam como reforçadores primários e a

disponibilidade destes parece ter influenciado o surgimento de muitas práticas culturais,

como o cultivo de alimento e as tradições matrimoniais, e a possibilidade do controle do

comportamento por reforçadores condicionados é essencial para muitas práticas sociais,

especialmente educativas e econômicas. Além disso, o surgimento de práticas culturais

por reforçamento fortuito, posteriormente mantidas por consequências distintas,

também deve ser considerada. Deve-se observar que as características apontadas como

influências do nível de seleção filogenético no nível cultural não são determinantes

biológicos para o surgimento das práticas culturais, garantindo, antes, a variabilidade

destas; se os comportamentos culturais pudessem ser explicados apenas por atributos

biológicos da espécie, o terceiro nível de seleção seria desnecessário. Dessa forma,

Skinner reconhece a importância da filogênese nas culturas, sem se apoiar num

determinismo biológico destas, e, nesse aspecto, se aproxima das correntes dominantes

nas ciências sociais.

Palavras-chave: behaviorismo radical; seleção pelas consequências; filogênese; cultura

AUTORA – ENDY-ARA GOUVEA GONÇALVES

ORIENTADOR – PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO - HABILIDADES ARITMÉTICAS E CAPACIDADE FINAN CEIRA

EM IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER: CONTRIBUIÇÕES AO

DIAGNÓSTICO

RESUMO - No Brasil a Doença de Alzheimer (DA) é responsável por 50% a 60% dos

casos de demência nas pessoas idosas. O presente estudo se propõe a levantar e analisar

informações acerca da capacidade financeira em idosos com DA. A partir de pesquisa

realizada com os descritores: Capacidade Financeira, Demência Senil, Doença de

Alzheimer, Habilidades Aritméticas e seus equivalentes em inglês nos bancos de dados

eletrônicos Scielo, Periódicos CAPES, Web of Science, Pepsic e PsychInfo, buscou-se

identificar as lacunas no conhecimento sobre a relação entre a DA e a capacidade

financeira, bem como indicar possíveis caminhos na tentativa de se compreender a DA

na nossa população. O levantamento possibilitou a constatação de ausência de

homogeneização conceitual das pesquisas e padronização dos procedimentos e

instrumentos utilizados por profissionais da saúde.

Palavras-Chave: Capacidade Financeira; Doença de Alzheimer; Habilidades

Aritméticas; Neuropsicologia

AUTORA - HELIDA ALVES GUEDES

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ELIZABETH JOAN BARHAM

TÍTULO - AUMENTANDO O ENVOLVIMENTO DE CUIDADORES DE

IDOSOS COM DEMÊNCIA EM ATIVIDADES AGRADÁVEIS: IMPAC TOS NA

DEPRESSÃO.

RESUMO - Cuidar de parentes idosos com fragilidades é uma atividade que uma

porcentagem cada vez maior da população adulta vai assumir, especialmente

considerando que até 40% dos idosos mais longevos desenvolvem demência. Apesar de

ser normativo, estudos mostram que é um envolvimento marcado por níveis moderados

a severos de sobrecarga, um número elevado de sintomas depressivas e uma diminuição

na qualidade de vida de quem cuida. Pesquisas sobre depressão indicam que a

frequência de envolvimento em atividades prazerosas está associada com o número de

sintomas depressivos, segundo a teoria comportamental da depressão. Neste projeto,

objetivou-se avaliar os efeitos de uma intervenção para aumentar o envolvimento de

cuidadores de idosos com demência em atividades prazerosas sobre medidas de seu bem

estar. Para tanto, avaliou-se cinco cuidadores de idosos com demência. Antes de iniciar

e após a conclusão da intervenção, todos os cuidadores responderão aos seguintes

instrumentos: Escala de Sobrecarga de Zarit, o Geriatric Depression Scale (15 itens) e

a Escala da Qualidade da Relação Diádica Idoso-Cuidador de Sebern e Whitlatch. A

intervenção consistiu de encontros com o cuidador para ensinar informações e

habilidades novas, sobre demência, estimulação cognitiva e algumas habilidades sociais

relevantes para cuidadores de idosos com demência. Os dados foram analisados por

meio da comparação dos resultados obtidos dos participantes na primeira e na segunda

avaliação. Notou-se que a intervenção não afetou significativamente percepções de

sobrecarga, o número de sintomas depressivos ou a qualidade da relação entre o

cuidador e o idoso. No entanto, por meio de observações qualitativas, percebeu-se que a

maioria dos cuidadores apresentou uma melhoria envolvendo pelo menos um

relacionamento importante no contexto do cuidar. O aumento do envolvimento em

atividades estimuladoras junto ao idoso também foi pequeno e todos sentiram

dificuldades para interagir com o idoso nessas atividades. Estes resultados são

compatíveis com resultados de estudos anteriores. Conclui-se, portanto, que ainda

precisamos descobrir como ajudar os cuidadores a desenvolver atividades mutuamente

prazerosas para si mesmos e para seu parente idoso, para verificar se é possível reduzir

seu estresse neste papel.

AUTORA – ISA MARIA DE SOUZA FERNANDES FERRARI

ORIENTADORA – PROFA. DRA. RACHEL DE FARIA BRINO

TÍTULO - CRENÇAS SOBRE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR: UM ESTUDO

COM PROFISSIONAIS E ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE.

RESUMO - Tendo em vista as sequelas físicas, sociais e psíquicas provocadas pela

violência intrafamiliar, o presente trabalho visa analisar as crenças de profissionais e

estudantes da área de enfermagem e medicina, que provavelmente lidaram ou lidarão

com a violência em seu cotidiano profissional. Deste modo, foram aplicados 41

questionários em estudantes da graduação de medicina e enfermagem da Universidade

Federal de São Carlos e 39 questionários em profissionais autônomos dessas mesmas

áreas. O instrumento utilizado foi uma adaptação do Questionário sobre Crenças a

Respeito de Violência Intrafamiliar e por meio deste foram feitas análises quantitativas.

A análise quantitativa foi obtida a partir da análise dos itens dicotômicos. Por fim, este

trabalho visa entender as crenças que interferem na vida e na prática desses

profissionais e estudantes e fazem com que estes estejam qualificados ou não para lidar

com os sobreviventes da violência intrafamiliar. Os resultados obtidos indicam uma

diferença entre os grupos analisados, sendo que o grupo de estudantes apresentou um

melhor desempenho em relação ao grupo de profissionais tanto quando analisado

individualmente quanto em grupo. Os grupos diferiram nas afirmações mais

respondidas de maneira adequada e inadequada, no grupo dos estudantes, a afirmação

(6) “O consumo de álcool é a principal causa de o homem bater na mulher e nos filhos”

obteve maior frequência de respostas inadequadas, seguido pela afirmação (7) “Em

geral, crianças que chegam aos hospitais e prontos-socorros com fraturas e machucados

graves, foram vítimas de acidentes domésticos”. No grupo dos profissionais a afirmação

(7) aparece como a afirmação com maior frequência de respostas inadequadas, seguida

pela afirmação (44) “A mulher que apanha do marido pode largar dele, basta querer”. O

fato de a afirmação (7) aparecer entre as afirmações com maior frequência de respostas

inadequadas em ambos os grupos, a segunda no grupo dos estudantes e a primeira no

grupo dos profissionais, é preocupante, pois indica que os participantes não consideram

que muitos dos casos de ferimentos graves em crianças podem ser provenientes da

violência intrafamiliar, sendo assim, tais sujeitos podem não se preocupar em observar e

investigar sinais que indiquem que a criança sofre violência, permitindo com que esta se

perpetue. Apesar disso, ambos os grupos apresentaram um desempenho acima de 60%

de acerto no instrumento aplicado. Considerando que os participantes respondiam ao

instrumento pela primeira vez e sem ter participado de capacitação ou formação sobre o

tema, tal desempenho pode ser entendido como satisfatório, pois indica que os grupos,

no geral, alcançaram mais respostas adequadas do que inadequadas. Cabe ressaltar, no

entanto, como consideração final, que há necessidade de formação voltada ao tema, bem

como cursos de atualização, conscientização e capacitação para profissionais, visando à

eliminação de crenças inadequadas. Dado que essas crenças inadequadas podem levar a

intervenções ineficazes, que além de não auxiliar devidamente a vítima de violência,

possam também contribuir com a manutenção e disseminação de crenças e valores

inadequados, que por sua vez perpetuem a violência, ou a normalizem perante a

sociedade.

Palavras chave: Crenças; Violência Intrafamiliar; Saúde.

AUTORA - ISABELLA LOPES MIOTO

ORIENTADORA - PROFA. DRA. AZAIR LIANE MATOS DO CANT O DE

SOUZA

TÍTULO – MODELO ANIMAL DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO ( TEPT)

MODIFICADO PRODUZ AUMENTO DA ANSIEDADE EM CAMUNDONG OS:

AUSÊNCIA DE EFEITO DA IMIPRAMINA

RESUMO – O TEPT é um dos transtornos de ansiedade observado em humanos que é

caracterizado por revivência de situações aversivas e pode ser tratado com

antidepressivos. Em roedores, um modelo utilizado para avaliação do TEPT consiste na

exposição de animais a um evento aversivo seguido de situações de lembrança (SL), que

causa aumento da ansiedade. O objetivo deste estudo foi avaliar se o modelo modificado

de TEPT, com redução do intervalo entre as reexposições, produz alteração da

ansiedade em camundongos e se o antidepressivo tricíclico, imipramina pode reverter

este efeito. Camundongos suíço-albinos machos, pesando entre 25-30g, foram

distribuídos nos Experimentos: a) Experimento 1, avaliação da alteração do intervalo

entre as reexposições sobre o comportamento de camundongos expostos ao TEPT

modificado e ao labirinto em cruz elevado (LCE). Para isso os animais foram

confinados por 2 minutos no lado escuro (LE) da caixa CCE, em seguida a porta

guilhotina foi aberta para o animal explorar o lado claro (LC) da caixa. Quando o

animal entrou no LC uma lâmpada de 25W foi acessa, causando o retorno imediato do

animal ao LE da caixa. A porta foi fechada e os grupos foram expostos (CCHO) ao

choque (0,5 mA) nas patas ou não (SCHO), por 10 seg. No 2º, 3º e 4º dia, foram

reexpostos ao LC da caixa por 2 min. No 5º dia os animais, foram submetidos ao teste

no LCE, para registro da porcentagem de entradas e tempo gasto nos braços abertos

(%EBA) e entradas nos braços fechados (EBF) (atividade locomotora). No 6º dia os

animais foram submetidos a CCE para registro da latência de fuga (LF) e do tempo

gasto no LC da caixa. b) Experimento 2, semelhante ao Experimento 1 exceto que 30

min. antes dos testes no LCE (5º dia) e CE (6º dia), somente os animais expostos ao

choque foram tratados com imipramina (10 e 20 mg/Kg, i.p.) e salina. Os seguintes

comportamentos foram registrados: LCE [porcentagem de entradas (%EBA) e tempo

gasto nos braços abertos (%TBA) e entradas nos braços fechados (EBF) (atividade

locomotora)] e CCE [latência de fuga (LF) e do tempo gasto no LC da caixa (%TLC).

Nos Experimentos 1 e 2 os valores de p menores ou iguais a 0,05 foram considerados

significativos. No Experimento 1, foi utilizado o teste t de Student para medidas

independentes e os resultados foram que a exposição prévia ao choque com SL em

intervalos de três dias consecutivos produziu diminuição da %EBA [t(21)= 5,76,

p<0,05] e %TBA [t(21)= 4,56, p<0,05] sem alterar EBF [t(21)= 0,69, p>0,05] do LCE.

Além disso, aumentou a %TLC [t(21)= -5,95, p<0,05] da caixa sem alterar a LF [t(21)=

-0,10, p>0,05]. No Experimento 2, a análise de variância (ANOVA) de um fator

(tratamento), seguida pelo teste de Duncan mostrou que as duas doses de imipramina

não produziram alteração no LCE [%EBA, F(2,24)= 0,12, p>0,05; %TBA, F(2,24)=

0,74, p>0,05; EBF, F(2,24)= 1,20, p>0,05] nem na CCE [TC, F(2,24)= 0,14, p>0,05;

LF, F(2,24)= 0,05, p>0,05; TLC, F(2,24)= 0,02, p>0,05]. Nossos resultados mostram

que a alteração no intervalo das SL continua produzindo aumento da ansiedade avaliada

nos dias cinco e seis após o estímulo aversivo (choque). Entretanto, as duas doses de

imipramina não reverteram o efeito ansiogênico induzido pelo modelo.

AUTOR - JOÃO HANNA MENDES CARDOSO

ORIENTADOR - PROF. DR. JOÃO DOS SANTOS CARMO

TÍTULO - EFEITOS DE ARRANJOS ALEATÓRIOS E CANÔNICOS DE

QUANTIDADES NA AQUISIÇÃO DE COMPORTAMENTO CONCEITUA L

NUMÉRICO

RESUMO - A partir de 1990 pesquisas experimentais partindo do paradigma da

equivalência de estímulos começaram a ser desenvolvidas para estudar o processo de

aquisição de conceitos e habilidades matemáticas básicas. A presente pesquisa verificou

o efeito da exposição de arranjos aleatórios e arranjos canônicos de quantidades sobre a

aquisição de comportamento conceitual numérico em oito crianças pré-escolares com

idades entre quatro e cinco anos. Os participantes foram divididos igualmente em dois

grupos que diferiram quanto aos arranjos de quantidades. Inicialmente foram aplicados

pré-testes que avaliaram os repertórios por meio de oito atividades, apontando

desempenho superior por parte dos quatro participantes do sexo masculino.

Posteriormente, sessões de treino nas atividades de contagem ou equivalência numeral-

quantidade foram feitas com os participantes. Cinco participantes completaram as

sessões de treino. Destes, quatro realizaram o Pós-Teste e três realizaram o follow up

(como forma de se verificar a manutenção do repertório adquirido após três meses de

férias) obtendo desempenhos de aproximadamente 100% de acertos em ambas as fases.

Os participantes que realizaram todas as etapas permitem concluir que embora todos

tenham se utilizado da contagem para identificar o numeral equivalente às quantidades,

aqueles expostos aos arranjos canônicos chegaram à resposta em menor tempo.

Palavras-chave: Equivalência de Estímulos; Comportamento Conceitual Numérico;

Arranjos de Quantidades; Crianças Pré-Escolares.

AUTORA - LARISSA VENTURIM MARAVELLI

ORIENTADORA - PROFA. DRA. ELIZABETH JOAN BARHAM

TÍTULO – HABILIDADES SOCIAIS CONSIDERADAS IMPORTANT ES

NO CONTEXTO DE CUIDAR DE UM IDOSO

RESUMO – No processo de cuidar de um parente idoso com demência, é importante

manter relações positivas com o idoso e com outras pessoas envolvidas neste contexto.

No entanto, pesquisadores investigando estresse entre cuidadores de idoso indicam que

muitos dos respondentes relatam ter pouco contato e receber pouca ajuda de seus

familiares. Assim, investigações sobre o uso de habilidades sociais (HS) por parte de

cuidadores de idosos podem contribuir para identificar como superar algumas das

dificuldades interpessoais que surgem neste contexto. Por enquanto, temos poucos

conhecimentos sistemáticos sobre o uso de HS por parte de cuidadores de idosos, uma

vez que a grande maioria das pesquisas sobre o uso de HS foi conduzida nos contextos

escolar, parental, conjugal ou profissional, com crianças e jovens adultos. Assim, o

presente estudo teve como objetivo geral, verificar as percepções de cuidadores de

idosos em relação às habilidades sociais que utilizam no contexto de cuidado para com

um parente idoso. Para tanto, entrevistou-se 15 cuidadoras de familiares com demência.

As cuidadoras (esposas, filhas, noras e sobrinhas) variaram em idade entre 38 e 68 anos

(M = 51 anos). Inicialmente, a pesquisadora descreveu diferentes estilos interpessoais

(agressivo, passivo e assertivo) e as diferentes classes de habilidades sociais, e solicitou

que as cuidadoras dessem exemplos do uso destas habilidades, no contexto de cuidado

ao idoso. Em seguida, as respondentes pontuaram cada item do Inventário de

Habilidades Sociais (IHS) em relação a três dimensões: a) sua importância, b) a

frequência com a qual usam a habilidade e c) a facilidade com a qual conseguem agir de

forma habilidosa, em interações envolvendo seu papel de cuidador de idoso. Com base

nos resultados, notou-se que muitas das habilidades que fazem parte do IHS eram

claramente relevantes e que as cuidadoras deram exemplos do uso destas, com

facilidade. Outros itens, no entanto, eram considerados como irrelevantes a este

contexto. A frequência e facilidade do uso destas habilidades, no entanto, foram

significantemente menores do que sua importância, para um terço dos itens. Embora

seja necessário obter dados com uma amostra maior de cuidadores para confirmar os

resultados deste trabalho, parece que seria útil construir um instrumento de HS

específica para cuidadores de idosos. Um instrumento desta natureza poderá ser usado

para guiar o preparo de intervenções que visam melhorar a capacidade de cuidadores de

idosos para construir e manter redes de apoio social, para garantir uma maior qualidade

de vida para ele mesmo e para o idoso que depende de sua ajuda.

Palavras-chave: habilidades sociais, cuidadores de idosos, demência.

AUTORA - LAURA SODRÉ GALVÃO GARCIA

ORIENTADORA - PROFA. DRA. CAMILA DOMENICONI

TÍTULO - O VÍNCULO HOMEM-ANIMAL E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE

E O BEM-ESTAR

RESUMO - A convivência entre o homem e animais que o cercam vem ocorrendo

pelos últimos 10 mil anos, ao redor de todo mundo. Tem sido discutido que os

benefícios de se ter animais de estimação são, desde melhorar a saúde cardiovascular,

até mesmo agirem como fatores de proteção contra depressão e ansiedade. A

dificuldade em se analisar dados nessa direção está relacionada com a pouca

possibilidade de replicação dos procedimentos utilizados e com a deficitária

operacionalização das respostas e métodos empregados. A presente pesquisa objetivou

verificar a influência da presença de um animal de estimação na tolerância a um

estímulo aversivo, a partir de um delineamento experimental de sujeito único. 18

participantes foram submetidos às três condições experimentais, controle, livro, cão,

uma por dia, durante três dias consecutivos, nas quais eram expostos a um som

monotônico aversivo através de fone de ouvido, enquanto realizavam determinadas

tarefas. Na situação controle, os participantes ouviram ao som, enquanto permaneceram

sentados individualmente na sala experimental. Na situação livro, os participantes

ficaram na mesma sala e na mesma posição, porém folhearam um livro de coleções de

arte. Na situação cachorro, os sujeitos mantiveram-se, também, sentados e interagiram

livremente com um cão da raça Border Collie, enquanto ouviam ao som. Os resultados

apontam que na situação controle a média da latência de retirada do fone foi de 16

minutos, na situação livro foi de 20 minutos e na condição cachorro foi de 26 minutos,

indicando que a presença do cão agiu direta ou indiretamente no aumento da tolerância

ao estímulo aversivo. Com relação ás avaliações que cada participante fez da situação

em que se encontravam, verificou-se, com uso de um diferencial semântico, que aqueles

que estiveram na condição cão avaliaram de forma significativamente mais positiva a

situação, quando comparados aos dados na condição livro ou controle. Os resultados

apontam que o benefício da presença do cão extrapola o âmbito do distrator, como é

considerado o papel do livro, na mesma situação e que este pode ser um método

promissor para estudos empíricos sobre o papel do cão na promoção do bem estar

humano.

Palavras-chave: convivência homem-animal; tolerância a evento aversivo; diferencial

semântico; cães; universitários; vínculo.

AUTORA - LETICIA BARBIERI

ORIENTADORA - PROF. DRA. ANA LÚCIA ROSSITO AIELLO

TÍTULO – AVALIAÇÃO DO REPERTÓRIO COMPORTAMENTAL DE

IRMÃOS DE CRIANÇAS COM AUTISMO – UM ESTUDO EXPLORAT ÓRIO

RESUMO - Irmãos de crianças com autismo têm sido considerados população de alto

risco para atrasos de desenvolvimento e autismo, em decorrência de estudos que

apontam ser o autismo um transtorno genético e estes irmãos terem risco acima de 20%

de desenvolver autismo. Assim, pesquisas estão sendo realizadas a fim de identificar

presença de sintomas autísticos e autismo em irmãos de crianças autistas. Entretanto,

muitos irmãos não alcançam os critérios de diagnóstico nesses estudos, mas apresentam

pontuação próxima da nota de corte para o diagnóstico do transtorno. O que significa

isso? O presente estudo tem por objetivo avaliar o repertório comportamental autístico

de crianças irmãs de autistas a fim de caracterizar esse repertório em termos de pontos

fortes e atrasos. Participaram da pesquisa 4 irmãos (irmãs) mais novos de crianças com

autismo (entre 3 a 13 anos), e suas respectivas mães. Para caracterizar o repertório do

irmão foram utilizados: o CARS e o ASQ, ambos para verificar presença de

comportamentos relacionados ao diagnóstico de autismo e o Peabody para avaliar

vocabulário expressivo e receptivo. Após a aprovação do Comitê de Ética, as crianças

foram encontradas na APAE de uma cidade do interior de São Paulo. A aplicação dos

instrumentos se deu em dia e horário agendados com a família, na seguinte ordem:

entrevista com mãe, aplicação do ASQ, CARS e Peabody. Os instrumentos foram

corrigidos de acordo com as normas propostas pelos autores e os dados obtidos foram

analisados quanto aos critérios de diagnóstico de autismo e áreas com atrasos de

vocabulário, caracterizando assim o repertório comportamental dos irmãos. Os

resultados indicaram que todas as crianças, com exceção de um participante que era

meio-irmão de uma criança autista, apresentaram pontuação acima da mínima para

diagnóstico de não-autista nos instrumentos CARS e ASQ. Também no Peabody, todas

as crianças menos o meio-irmão, apresentaram idade no PPVT menor do que a esperada

para sua idade cronológica. Esses dados parecem indicar que as crianças irmãs de

autistas, mesmo não apresentando diagnóstico de autismo, apresentam atrasos no

desenvolvimento de áreas afetadas no autismo: comunicação, interação social e

comportamentos e interesses restritos e estereotipados, merecendo, portanto, maior

atenção e intervenção por parte de familiares e profissionais.

Palavras-chave: autismo, irmãos, repertório comportamental.

AUTORA - LÍVIA ANDRADE BENATTI

ORIENTADORA - PROF. DRA. DÉBORA DE HOLLANDA SOUZA

TÍTULO – EU SOU O QUE ME DIZEM QUE SOU? PERCEPÇÃO DE

AVALIAÇÃO DOS PARES, AUTOCONCEITO E COMPETÊNCIA SOC IAL.

RESUMO - O campo de pesquisa sobre cognição social tem avançado muito nos

últimos anos, no entanto, poucos estudos têm explorado a relação entre a cognição

social e o desenvolvimento da personalidade. Um aspecto importante da personalidade

que parece estar diretamente relacionado à cognição social é o autoconceito, em

especial, porque a primeira é convencionalmente associada à percepção que um

indivíduo tem sobre a cognição de outras pessoas ao seu redor, incluindo os

pensamentos de outros sobre ele mesmo. Ao mesmo tempo, diversos estudos têm

demonstrado que indivíduos com uma cognição social mais elaborada se tornam

indivíduos mais competentes socialmente. A competência social pode, por sua vez,

exercer um impacto positivo sobre o autoconceito. O presente estudo teve como

objetivo, portanto, explorar a relação entre a percepção da avaliação dos pares, a

competência social e o autoconceito. Em especial, este estudo pretendeu investigar se a

competência social pode funcionar como uma variável moderadora na relação entre a

provocação dos colegas e o autoconceito. Participaram do presente estudo 48 meninas

de 9 e 10 anos. As participantes foram avaliadas por uma escala de autoconceito (EAC-

IJ) e por um inventário de habilidades sociais (SMHSC-Del-Prette). Além disso, as

participantes responderam a um questionário que investiga a frequência de experiências

que envolvem zombaria ou gozação (autorrelato). A percepção dos professores sobre a

socialização das participantes também foi medida por meio de uma escala criada para o

presente estudo. Para a análise de dados, a amostra foi dividida em dois grupos de

acordo com a avaliação dos professores: um primeiro grupo de meninas avaliadas como

sociáveis pelos professores e o segundo grupo de meninas avaliadas como pouco

sociáveis. Os resultados indicaram uma diferença significativa entre os grupos no que se

refere ao escore de Habilidades Sociais, autoconceito total e autoconceito escolar.

Foram encontradas também correlações positivas significativas entre a avaliação dos

professores, por um lado, e o autoconceito escolar e o autoconceito total, por outro.

Uma correlação negativa significativa também foi encontrada entre a provocação dos

colegas e o autoconceito social. Finalmente, embora não haja um efeito moderador de

Habilidades Sociais na relação entre a 5 provocação dos colegas e o autoconceito, os

resultados apontam uma tendência para um efeito moderador do nível de socialização

(avaliado pelos professores) na relação entre as mesmas variáveis. No geral, os

resultados são consistentes com a literatura, na medida em que a provocação dos

colegas parece exercer impacto sobre o autoconceito, mais especificamente, meninas

avaliadas como mais sociáveis apresentam também melhores avaliações de si mesmas.

Embora o número de estudos que avaliem a relações entre essas variáveis seja ainda

limitado, esta área de pesquisa parece promissora, em especial, porque pode contribuir

na forma de conhecimento e futuros programas de intervenção com crianças com baixa

autoestima e problemas de socialização.

Palavras chave: cognição social, habilidades sociais, autoconceito, zombaria.

AUTORA – MARIA HELENA DO CARMO GOMES LIMA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. RACHEL DE FARIA BRINO

TÍTULO - COMPREENDENDO OS ESTUDANTES BRASILEIROS VÍ TIMAS

DE BULLYING: PARA QUEM ELES REVELAM?

RESUMO - O bullying é um fenômeno mundial e, como outros tipos de violência,

pode acarretar diversos custos emocionais e físicos aos envolvidos. Devido às suas

consequências, programas antibulying são desenvolvidos com o objetivo de minimizá-

las e criar estratégias para enfrentar o fenômeno. Uma das estratégias consideradas

fundamentais para o desenvolvimento bem sucedido de muitos programas antibullying é

a revelação por parte da vítima. Porém, estudos apontam que a maioria das vítimas não

revela e algumas hipóteses para isso são levantadas, como as seguintes: pais,

responsáveis e professores podem ter sido inefetivos diante da revelação; o medo de

retaliação, em caso do autor do bullying descobrir que foi reportada a violência; há

menor probabilidade do aluno revelar aos pais se estes forem coercivos; em algumas

escolas o bullying é visto como característico do ambiente escolar, de modo que se

entende que não há o que possa ser feito para impedi-lo ; alunos mais velhos procuram

menos ajuda de adultos do que os alunos mais novos; e vítimas crônica de bullying têm

maior chance de revelação. Apesar do grande número de hipóteses encontradas em

estudos internacionais, não foram encontrados dados nacionais quando ao número de

vítimas de bullying que não revelam as intimidações sofridas e quais motivos

contribuem para que não o façam. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a

revelação em vítimas de bullying de uma escola particular do Ensino Fundamental

localizada no interior do estado de São Paulo e identificar se as vítimas de bullying

revelaram serem vítimas deste; para quem elas revelaram; quais os motivos dos alunos

vítimas não revelarem; qual tipo de violência sofrem os alunos que revelam; por fim,

identificar quais modificações no ambiente escolar facilitariam a revelação.

Participaram da pesquisa cerca de 190 alunos de 10 a 12 anos, que responderam a um

questionário para avaliar seu envolvimento em bullying. Aqueles que assinalaram

determinadas respostas que os caracterizavam como vítimas de bullying foram

instruídos a responder um segundo questionário que visou identificar se estes alunos

revelaram as intimidações a alguém, qual intervenção ambiental facilitaria a revelação e

o que esperam do professor. Trinta e cinco alunos responderam o segundo instrumento,

em sua maioria meninas. 82,85% dos alunos já haviam feito a revelação a alguém: 20%

(somente meninas) revelaram a uma amiga; 17,15% dos alunos de ambos os sexos

revelaram a mãe; 8,3% dos alunos de ambos os sexos revelaram ao pai e mãe; 2,7%

revelaram para a coordenadora do Ensino Fundamental e nenhum aluno revelou ao

professor. Ter um meio para que possa revelar o bullying anonimamente e ter uma

pessoa disponível para este tipo de revelação foram as intervenções ambientais mais

votadas. Os alunos também esperam algumas atitudes dos professores, como conversar

com o agressor, estar disponível para ouvir a vítima e auxiliá-la na resolução do

problema. Verificou-se que se as intimidações ainda persistiam, as estratégias de

resolução do fenômeno aplicadas por pais e coordenador podem ter sido inefetivas.

Apesar dos alunos, pais e funcionários da escola terem acesso a informações pontuais

sobre o bullying por meio de palestras, é importante que estratégias sejam elaboradas a

fim de combatê-lo e não apenas identificá-lo.

Palavras-chave: bullying; vítimas; revelação.

AUTORA - MARINA BELIZÁRIO DE PAIVA VIDUAL

ORIENTADORA - PROF. DRA. CAMILA DOMENICONI

TÍTULO – GENERALIZAÇÃO TEMPORAL POR ATLETAS APÓS

COMPETIÇÃO: GANHAR OU PERDER PODE PRODUZIR DIFERENÇ AS NA

PERCEPÇÃO DO TEMPO?

RESUMO – A percepção do tempo é uma temática de interesse na Análise do

Comportamento, cujas investigações vêm mostrando robustez dos resultados em

diferentes espécies, desde peixes a humanos, que focaliza a habilidade dos organismos

em se adaptar a relações temporais muito diferentes. O presente estudo teve por objetivo

analisar a percepção do tempo em atletas enquanto praticantes de atividade/modalidade

esportiva. A partir dos conceitos de estudos que investigam a percepção do tempo,

buscou-se compreender, dentre as variáveis envolvidas nesse processo, se haveria

diferenças quanto à percepção do tempo pelos praticantes quando se está perdendo e

quando se está ganhando uma competição. Participaram do estudo 17 atletas praticantes

de judô, de idades variadas (média de idade 14 anos e desvio padrão 4,20). O

procedimento consistiu em tarefas de discriminação temporal programadas no

computador. Primeiramente foi apresentada aos participantes uma linha de base com

três tentativas, em que o participante deveria obter 100% de acerto para passar ao bloco

teste, composto por 81 tentativas. Os resultados sugerem que há diferenças na percepção

do tempo por parte dos atletas que ganharam e que perderam a disputa. Esta diferença

está mais evidente em estímulos de menor duração, sendo que os atletas que perderam

superestimaram (julgaram que o estímulo era de duração maior do que realmente era)

com maior frequência os estímulos curtos se comparados aos atletas que ganharam.

Com relação aos estímulos longos este padrão se inverte, a partir do estímulo de 500ms,

sendo que os atletas que perderam subestimaram (julgaram que o estímulo era de

duração menor do que realmente era) com maior frequência do que os atletas que

venceram a disputa. As diferenças não foram estatisticamente significativas, porém é

importante ressaltar que amostra do presente estudo era pequena.

Palavras chave: timing humano, discriminação temporal, estímulos temporais, atletas,

esporte.

AUTORA – MARINA DE ALMEIDA BIANCO

ORIENTADORA – PROFA. DRA. ANA LUCIA CORTEGOSO

TÍTULO - A EXIBIÇÃO DE FILMES SEGUIDOS POR DEBATES COMO

FERRAMENTA DE PROMOÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE CONSUMO

ÉTICO, SOLIDÁRIO E RESPONSÁVEL: O CASO DO CINE CONS UMO SOL

RESUMO - Dada a grande necessidade dos indivíduos refletirem sobre sua forma de

consumo e passar a adotar formas que favoreçam o respeito aos trabalhadores

(dimensão ética do consumo), sejam responsáveis (dimensão ambiental do consumo) e

solidárias (dimensão social do consumo) esse estudo avaliou se após uma intervenção

com a exibição de um filme e um debate sobre consumo é possível alterar as práticas de

consumo dos participantes para práticas mais adequadas. A sessão de cineclube tem

sido utilizada pelo coletivo ConsumoSol como estratégia de atuação e promoção de

práticas adequadas de consumo. Para essa intervenção foi feita uma entrevista inicial

com cada participante, a qual visava fazer uma caracterização das práticas de consumo

dos participantes. Um período após realizadas as entrevistas iniciais houve a exibição de

um filme seguido por debate pelo Cine ConsumoSol e mais ou menos um mês depois

foi realizada outra entrevista para avaliar se houve alteração ou não nas práticas. Os

resultados mostraram que a intervenção foi eficaz em motivar e sensibilizar os

participantes para práticas mais éticas, responsáveis e solidárias de consumo, havendo

um aumento significativo no número de práticas adequadas realizadas pelos

participantes. Futuros estudos podem realizar delineamentos e avaliações de critérios

mais acurados, além de aprimorar o questionário utilizado.

Palavras chave: consumo solidário; consumo consciente; sessão cineclubista

AUTORA - MARIANE NOVAES BERNARDI

ORIENTADORA - PROFA. DRA. MARIA STELLA COUTINHO DE

ALCANTARA GIL

TÍTULO – OS VÍNCULOS AFETIVOS NO CONTEXTO DA ADOÇÃO : UMA

CARTILHA INFORMATIVA

RESUMO – Oferecer um ambiente familiar adequado ao desenvolvimento da criança

no âmbito de uma adoção previne possíveis falhas no desenvolvimento global da

mesma. Para que isso seja possível, é indispensável que os pais adotantes tenham o

desejo de exercitar a paternidade/maternidade e que nesse sentimento esteja impregnado

o carinho, compromisso, doação, afeto e responsabilidade. Assim, para que uma criança

seja inserida com sucesso em uma nova família, é necessário que se formem vínculos

afetivos entre a criança e os demais membros. Diante disso, cabe ressaltar a importância

das primeiras interações no ambiente familiar, uma vez que quanto mais eficazes forem

os primeiros cuidados, maior será a atuação da família no âmbito de proteção a

situações adversas. Os vínculos afetivos são, ainda, necessários ao desenvolvimento da

criança, haja vista a falta de repertório suficiente para a própria sobrevivência sem a

participação de um indivíduo que substitua a sua falta de autonomia. Nesse sentido, a

presente pesquisa teve por objetivo orientar pais adotantes, através de uma cartilha,

oferecendo informações relacionadas à criança e aos vínculos formados no processo da

adoção, bem como discorrer sobre os recursos e estratégias que os pais adotantes podem

utilizar para auxiliar no processo de estabelecimento dos vínculos afetivos. A partir da

participação voluntária, fizeram parte desta pesquisa três profissionais especializados

em adoção e três pais adotantes que atuaram analisando a pertinência do conteúdo

exposto no material e verificando a linguagem e forma de apresentação,

respectivamente. O estudo foi dividido em duas partes, sendo que a primeira consistiu

na elaboração da 1ª versão da cartilha com subsídios encontrados na literatura da área e

a segunda fase se deu a partir da modificação do instrumento, por meio das análises

feitas pelos colaboradores, resultando assim na 2ª versão da cartilha, a versão final.

Considera-se o instrumento como um importante meio de fornecer acesso às

informações sobre adoção, já que através do linguajar de fácil entendimento, muitas

questões podem ser pesquisadas e dessa forma, orientar, de maneira rápida e eficiente,

os pais adotantes. Outros estudos poderiam ser realizados ainda para verificar os

resultados das análises de colaboradores com diferentes níveis socioeconômicos e de

escolaridade, variáveis que não foram controladas nesse estudo, fatores que poderiam

estar relacionados à acessibilidade do conteúdo do material e à aplicabilidade das

orientações apresentadas. Ainda outros estudos seriam social e cientificamente

relevantes, haja vista a falta de estudos relacionados ao assunto.

Palavras-chave: adoção, orientação de pais, vínculos afetivos, estratégias.

AUTORA - MAYARA PATRÍCIA DE ABREU VIEIRA

ORIENTADORA - PROFA. DRA. GEORGINA CAROLINA FANECO

MANIAKAS

TÍTULO - AS RAÍZES DA AGRESSIVIDADE E DA DELINQUENC IA NA

PERSPECTIVA WINNICOTTIANA

RESUMO - Frente a tantas expressões agressivas no decorrer da história, muitos são os

questionamentos a respeito do que leva as pessoas a agirem de forma ilógica com vista a

destruição do outro. Frente a isso, o presente trabalho busca compreender as possíveis

raízes da agressão, para entender as ocorrências das atuações violentas e destrutivas do

ser humano em sociedade. Para tanto utilizou-se os estudos psicanalíticos de D. D.

Winnicott, que dedicou parte de sua obra à compreensão da agressividade, sempre

frisando a importância do meio e da mãe suficientemente boa para o amadurecimento e

o bom desenvolvimento psíquico das crianças . Pode-se compreender que agressão é um

movimento inato ao indivíduo, o qual deve apreender a lidar com seus desejos de

destruir. A contenção saudável dos desejos destrutivos de uma criança deve ocorrer

mediante o suporte do meio em que está inserido; ressaltando-se que o mesmo meio que

pode prover saúde psíquica à criança pode privá-la de sustentações básicas, e assim

concorrer para a ocorrência de comportamentos antissociais nos primeiros anos de vida.

A tendência antissocial é um forma de esperança expressa pela criança na intenção de

remontar ao evento de privação sofrido e assim reorganizar-se psiquicamente. Por

vezes, os comportamentos antissociais não são compreendidos e a criança mantêm-se no

estado de angústia, a manutenção deste estado poderá culminar no desenvolvimento de

um indivíduo delinquente. Nesse sentido, pode-se compreender que ambientes que não

suportam a destrutividade inata da criança não permitem que ela crie e imagine

situações em possa destruir e posteriormente reparar, e é por isso que buscam, através

de movimentos agressivos, integrar-se no corpo, buscando assim as limitações do

mundo externo a elas.

AUTORA – RENATA GRANUSSO BONIN

ORIENTADORA – PROFA. DRA. MARÍLIA GONÇALVES

TÍTULO - A FAMÍLIA COMO IMAGINÁRIO: ESTUDO SOBRE CA MPOS

PSICOLÓGICOS

RESUMO - Para Winnicott, o bebê nasce com uma tendência para o desenvolvimento,

e os cuidados ambientais que recebe fazem parte do seu processo de constituição como

pessoa. A tarefa da mãe/ pessoa que realiza função materna é oferecer um suporte

adequado para que as condições inatas alcancem um desenvolvimento ótimo.

Realizadas as tarefas iniciais do desenvolvimento, no circulo familiar, a criança será

paulatinamente inserida em círculos cada vez mais amplos da sociedade. Neste

contexto, a escola emerge como uma instituição fundamental para desencadear os

processos evolutivos das crianças, atuando como propulsora ou inibidora da

continuidade do desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social. Quando o

amadurecimento psicoemocional não acontece, no momento em que as funções mentais

se estabelecerem, estas serão utilizadas pela criança como uma reação defensiva contra

situações que possam ser sentidas como invasivas, isto é, que apresentem desafios

maiores que aqueles que a criança se encontra em condições de elaborar e integrar a si.

Isto inviabiliza a criatividade, o pensamento criativo e a realização criativa do indivíduo

no mundo, assim propôs-se uma pesquisa interventiva na forma de uma consulta

terapêutica, para a pessoalidade coletiva. O objetivo foi identificar as concepções

imaginativas de família em crianças que freqüentavam uma escola municipal do ensino

básico. As concepções imaginativas se manifestam nas condutas conscientes e não-

conscientes, que determinam as condutas, que podem ser transformadas pelo próprio

indivíduo a partir do espaço transicional criado na intervenção.

Palavras-chave: Campos psicológicos. Escola. Família.

AUTOR - RENATO CARNEIRO MEIRELLES

ORIENTADORA - PROFA. DRA. MARIA DE JESUS DUTRA

DOS REIS

TÍTULO – “PARTILHANDO MEUS MEDOS E TRISTEZAS?”:

DEPENDÊNCIA DA INTERNET E DEPRESSÃO E EM JOVENS ADULTOS.

RESUMO – Os estudos interessados pela depressão em adolescentes têm aumentado

nas últimas décadas, com pesquisas sendo datadas mais relevantemente a partir da

década de 70. Considerando o profundo impacto das redes sociais e do uso da internet

como condição de inserção social no adolescente e jovem adulto, pesquisadores têm

procurado investigar a relação da Dependência de Internet, descrita pela primeira vez

em 1996, e a presença de indicadores de depressão. O presente trabalho teve como

objetivo examinar, através da aplicação de questionário on-line a relação do uso

excessivo da internet com indicadores de transtorno depressivo e de ansiedade em

jovens adultos. Após aprovação por comitê de ética, jovens adultos com idade variando

entre 15 e 30 anos, de ambos os sexos, foram convidados, através das redes sociais, a

responderam a um questionário elaborado através do GOOGLE FORMS. 107

questionários foram respondidos, sendo eliminados questionários: 1) com características

de duplo envio; 2) com participantes informando idade igual ou superior a 30 anos; 3)

com itens dos inventários em branco. Ao final foram analisados 94 participantes, sendo

62 do gênero feminino, 31 do masculino e 01 se recusou a fornecer esta informação. A

idade variou de 15 a 29 anos. O questionário geral para coleta de dados apresentou

questões para caracterização dos participantes (gênero de díade) e instrumentos

psicodiagnósticos para avaliação de fatores de dependência da internet (Teste de

Dependência de Internet - IAT), depressão (PROMIS de depressão Nível 2) e ansiedade

(PROMIS de Ansiedade Nível 2). Na amostra analisada, os resultados parecem apontar

que 59,6% da amostra mostraram indicadores de dependência da internet (44,7% com

nível leve e 14,9 em nível moderado); não foram observados indicadores graves de

dependência. 74,5% da população apresentou indicadores de depressão, sendo 41,%

com níveis de cuidado em saúde (37,2% com depressão moderada e 4,3% severa). Os

indicadores de ansiedade foram observados em 88,3% da amostra, sendo que 64,9%

apresentavam índices de cuidado em saúde: 47,9% com ansiedade moderada e 17%

com severa. Análises correlacionais bivariante de Spearman mostrou uma relação

positiva, forte e significativa entre os indicadores de ansiedade de depressão (r=0,67,

p<0,000); observou-se também uma relação positiva e significativa, embora mais fraca,

entre os escores de dependência da internet e os indicadores de depressão (r=0,36,

p<0,000) e de ansiedade (r=0,48, p<0,000). Os participantes com níveis “normais”

deuso da internet apresentavam como maiores escores, no instrumento de dependência,

os seguintes itens: 1) passar mais tempo do que pretendia; 2) checar email antes de

outras tarefas; 3) se pegar dizendo “só mais alguns minutos; 4) negligenciar tarefas

domésticas para ficar on line; e, 5) construir novas amizades on line. Nos participantes

com dependência moderada três destes cinco itens aparecem com maior frequência: 1)

se pegar dizendo “só mais alguns minutos”; 2) negligenciar tarefas domésticas; e 3)

passar mais tempo do que pretendia; relatam ainda, 4) dormir pouco para ficar logado;

e, 5) tenta diminuir a quantidade de tempo on line, sem conseguir. Construir novos

relacionamentos obtive o último escore nesta população e checar o email ficou entre os

cinco últimos itens. A discussão aponta como estes resultados replicam a literatura

internacional e possíveis implicações para futuras investigações.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno de humor, dependência de internet, adolescente.

AUTORA - SUELEN MARQUES DE ALMEIDA CUNHA

ORIENTADORA – PROFA. DRA. DÉBORA CRISTINA MORATO PINTO

TÍTULO – PSICANÁLISE E GÊNERO: UMA RELAÇÃO ENTRE

DISCURSOS ALÉM DO ÉDIPO

RESUMO – Novos discursos acerca da sexualidade foram construídos a partir do

surgimento de novas configurações de gênero e de novas formas de subjetivação no

mundo contemporâneo. Diante dessas mudanças, apontou-se como objetivo dessa

pesquisa investigar a influência dos novos discursos de gênero sobre a concepção de

sexualidade postulada pela psicanálise, principalmente no que se refere ao complexo de

édipo procurando investigar a relação entre o pressuposto edipiano e a temática gênero e

a possível permeabilidade entre esses discursos. A metodologia a ser utilizada consistiu

em um levantamento da literatura disponível sobre o tema proposto, o que permitiu

chegar a algumas reflexões e considerações sobre o problema de pesquisa. O referencial

teórico no presente estudo se pautou no trabalho de Michel Foucault sobre os

dispositivos de poder que controlam a produção dos discursos e a criação de uma

verdade sexual. Sendo assim, buscou-se discutir o acolhimento das novas formas de

gênero pela psicanálise quanto teoria crítica e prática teórica. Diante disso, pode-se

constatar que uma relação efetiva entre a psicanálise com as novas formas de gênero se

faz necessária. Concluiu-se que a criação da psicanálise estabeleceu uma nova forma de

entender a sexualidade ao negar a idéia da biologia de instinto sexual. Entretanto, ao

desconstruir tal ideia, o discurso psicanalítico realizou uma redefinição do que é normal

e patológico na questão sexual, normatizando-a de acordo com os padrões da época.

Nesse ponto, a psicanálise estabeleceu um esquema normativo de desenvolvimento do

sujeito baseado na resolução edípica que resulta na constituição do ser homem/mulher.

Entretanto, o atual discurso de gênero é contrário a essa normatização ao considerar

como múltiplos e difusos os pontos de origem das práticas e discursos que envolvem a

questão da sexualidade. Foi possível reconhecer a promoção de deslocamentos

subjetivos realizada pelas contingências históricas e políticas e a necessidade de

articulação do discurso psicanalítico com as novas formas de subjetivação, das quais o

discurso de gênero é produto.

Palavras-chave: sexualidade; discurso; gênero; psicanálise.