Retornando à Minha Casa

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RETORNANDO À MINHA CASA Inspirado na Parábola de Jesus, do “Filho Pródigo”, em Lucas 15:11-32 Nasci e permaneci na casa de meu Pai por um bom tempo. Naquela época eu não me preocupava com o amanhã, com o que havia de comer ou vestir. Assim eu era feliz. Depois, já adulto, resolvi sair de casa, e viajar. Percorri muitos caminhos: viajei por filosofias, políticas, por muitas religiões e até por algumas ideologias ineptas. Andei por muitos lugares artificiais e sombrios, mas isso foi até eu descobrir que a casa de meu Pai era eu mesmo! E senti necessidade de voltar a vivenciar isso! Quando parti da casa de meu Pai, levei o que pude, e algumas das coisas que herdei ficaram. Nos caminhos da viagem, aquilo que restou, comecei a esvaziar-me e terminei de jogar fora tudo o que meu Pai tinha me dado. Tinha muita coisa de criança dentro de mim. O mundo lá fora me dizia que eu precisava me desfazer daquelas coisas, que aquilo já não importava mais. Fui então pelo que o mundo tentava me ensinar e me desfiz de toda a minha inocência, da minha sinceridade, até um certo momento em que eu e já não sabia mais o que era “dignidade”. Com o tempo comecei a me alimentar do que o mundo tinha a me oferecer: muito materialismo, alguns inferninhos, muita doutrina de homens, muita safadeza... até que me cansei. Notei que nesta viagem a minha luz tinha se apagado. Me lembrava dela lá atrás, na minha infância, de como era lindo aquele brilho! E assim, a escuridão durou um longo tempo, mas isso foi até eu ler uns pergaminhos: os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas, João e Atos. Li todos, e foi o que me abriu os olhos e a mente, e me fez enxergar a Verdade. Cara! Eu tinha juntado muito lixo! Muito mesmo, e precisava me desfazer de tudo aquilo. Fui ver se aproveitava algo, mas não, eram só tralhas. Separei tudo e as joguei no lixo, fiquei limpo novamente, e se sobrou algo é por que era bom. Até me senti mais leve! Sim! Tudo porque eu estava carregando um fardo pesado demais, e desnecessário. A vida longe de casa já se tornara sem graça, e chegou a hora que resolvi voltar à casa de meu Pai. Chegando lá, ao entardecer, a luz era pouca, então bati, a porta se abriu e veio aquela luz brilhante de seu interior, era meu irmão, Ele me recebeu com um abraço carinhoso e cheio de saudades, tipo aquele que te tira do chão. Perguntei pelo nosso Pai, e Ele disse - Ele está aqui do lado, vem comigo, vou te levar até Ele. Quando me aproximei de meu Pai a luz era mais intensa e de um brilho indescritível. Até já tinha esquecido do quão belo era Seu brilho. Num piscar de olhos, eu já me sentia uma criança novamente. O Pai, batendo em sua perna, disse-me - Sente-se aqui, Meu Filho.

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Inspirado na Parábola de Jesus, do “Filho Pródigo”.Reedição em 13/06/2015

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  • RETORNANDO MINHA CASA Inspirado na Parbola de Jesus, do Filho Prdigo, em Lucas 15:11-32

    Nasci e permaneci na casa de meu Pai por um bom tempo. Naquela poca eu no me

    preocupava com o amanh, com o que havia de comer ou vestir. Assim eu era feliz.

    Depois, j adulto, resolvi sair de casa, e viajar. Percorri muitos caminhos: viajei por

    filosofias, polticas, por muitas religies e at por algumas ideologias ineptas. Andei por

    muitos lugares artificiais e sombrios, mas isso foi at eu descobrir que a casa de meu Pai

    era eu mesmo! E senti necessidade de voltar a vivenciar isso!

    Quando parti da casa de meu Pai, levei o que pude, e algumas das coisas que herdei

    ficaram. Nos caminhos da viagem, aquilo que restou, comecei a esvaziar-me e terminei

    de jogar fora tudo o que meu Pai tinha me dado. Tinha muita coisa de criana dentro de

    mim.

    O mundo l fora me dizia que eu precisava me desfazer daquelas coisas, que aquilo j

    no importava mais. Fui ento pelo que o mundo tentava me ensinar e me desfiz de toda

    a minha inocncia, da minha sinceridade, at um certo momento em que eu e j no sabia

    mais o que era dignidade.

    Com o tempo comecei a me alimentar do que o mundo tinha a me oferecer: muito

    materialismo, alguns inferninhos, muita doutrina de homens, muita safadeza... at que

    me cansei.

    Notei que nesta viagem a minha luz tinha se apagado. Me lembrava dela l atrs, na

    minha infncia, de como era lindo aquele brilho! E assim, a escurido durou um longo

    tempo, mas isso foi at eu ler uns pergaminhos: os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas,

    Joo e Atos. Li todos, e foi o que me abriu os olhos e a mente, e me fez enxergar a

    Verdade.

    Cara! Eu tinha juntado muito lixo! Muito mesmo, e precisava me desfazer de tudo aquilo.

    Fui ver se aproveitava algo, mas no, eram s tralhas. Separei tudo e as joguei no lixo,

    fiquei limpo novamente, e se sobrou algo por que era bom. At me senti mais leve!

    Sim! Tudo porque eu estava carregando um fardo pesado demais, e desnecessrio.

    A vida longe de casa j se tornara sem graa, e chegou a hora que resolvi voltar casa

    de meu Pai.

    Chegando l, ao entardecer, a luz era pouca, ento bati, a porta se abriu e veio aquela luz

    brilhante de seu interior, era meu irmo, Ele me recebeu com um abrao carinhoso e

    cheio de saudades, tipo aquele que te tira do cho.

    Perguntei pelo nosso Pai, e Ele disse - Ele est aqui do lado, vem comigo, vou te levar at Ele.

    Quando me aproximei de meu Pai a luz era mais intensa e de um brilho indescritvel.

    At j tinha esquecido do quo belo era Seu brilho. Num piscar de olhos, eu j me sentia

    uma criana novamente. O Pai, batendo em sua perna, disse-me - Sente-se aqui, Meu Filho.

  • Sentei-me em seu colo, e Ele me abraou, e chorou em meu ombro, e tambm chorei.

    Ento Ele falou - um choro de alegria, o Meu Filho est de volta, ele acordou para a vida.

    - Pai, o Senhor no quer saber de minha viagem? Perguntei a Ele.

    - Pra qu, Meu Filho? Se os mesmos caminhos que tu trilhaste, eu tambm os fiz?

    Ele continuou falando - Quando eu fiz essas mesmas estradas, eu j disse a quem estava comigo,

    que escrevesse nas placas e mostrasse a direo a outros que percorressem aquele mesmo caminho.

    - Eu sabia que o tempo no as apagaria. Completou Ele.

    E disse-Lhe Foi exatamente isso que me ajudou a encontrar o caminho de volta, Pai. E

    tambm o que escreveu um tal de Jesus, foi o que me fez tocar o Esprito Santo. Foi a Luz

    que iluminou os meus caminhos para que eu encontrasse o meu rumo.

    E o Pai me respondeu: - Meu Filho, quando nasceste j teve gravado em tua mente e em teu

    corao, as coisas mais importantes que te ligam a mim, e com valores que jamais podero ser

    arrancados de ti. Fiz dos meus filhos, o meu templo. Quando partistes, me pediste a parte que te

    tocava de tudo o que ERA MEU, e que tambm ERA TEU! Pois bem, a recebeste. Voc s no se

    deu conta, de que gastou apenas aquilo que pertencia a este mundo, e ao se esvaziar delas voc

    ento se reencontrou dentro de si mesmo, retornando Casa do Pai. E s agora voc renasceu

    para a vida que eu te dei.

    E continuou Ele falando...

    - Ento agora voc nasceu de novo, e ests aqui, na Tua Casa, perto de Mim e de Teu irmo, e

    isto me alegra muito. Disse-me Ele, feliz.

    - V, e siga Seu irmo! Seja feliz dentro da tua prpria casa, Eu estou contigo.

    Pedi licena a meu Pai, e samos meu irmo e eu conversando, e comecei a contar-Lhe

    sobre mim:

    - Quando eu resolvi partir, disse-Lhe - fiz sem olhar para trs. Eu era jovem ainda, e nem

    pude conhec-Lo direito, pois no convivi muito tempo Contigo... e Ele me interrompeu,

    como se j soubesse sobre mim:

    - Sabe mano, disse-me Ele antes, quando tu ainda estavas aqui, nosso Pai contratava alguns

    administradores para conduzir o que era dEle, pessoas de Sua confiana. Mas Ele s se

    incomodava, e tinha que levar tudo em rdeas curtas, at que Ele resolveu mudar, e deu um fim

    quele sistema. Assim, Ele me confiou a tarefa, para que eu assumisse tudo, e formasse uma Nova

    Aliana.

    - Passei por uns perrengues, em troca dos pecados do mundo. Completou Ele.

    E continuou falando - Antes nosso Pai meio que implorava o amor de todos, mas Ele j havia

    decidido, que a partir de mim o amor e a liberdade deviam ser espalhados pela Graa, e que estes

    renderiam bons frutos, pois no seriam mais os da carne, mas os frutos do Esprito.

    - Vamos dar umas voltas, disse-me Ele, - vou te mostrar algumas coisas.

  • - Me mostrar o qu, meu irmo? Perguntei-Lhe.

    - Algumas coisas lindas e verdadeiras que tu havias abandonado, deixado para trs. Disse-me

    Ele.

    Disse-me mais Lembra-te das coisas que o nosso Pai te deu e eram tuas?

    - De algumas lembro sim, disse-Lhe.

    - Pois , disse-me Ele - Ele me deu mais ainda... coisas muito legais.

    Ele continuou - Elas esto aqui, eu as guardei pra ti enquanto esteve fora, e as dividi com outros

    tambm.

    - Bah! Mano, voc tinha tudo! Disse-me Ele, - e sempre as teve e as carregava contigo.

    - E agora elas voltam pra ti novamente, pois sempre tiveram vivas dentro de ti. Foi voc que se

    fechou para elas. Falou Ele.

    Continuou Ele - Pode haver algumas coisas espalhadas por a, mas eu te ajudo a resgat-las.

    - Juntamos tudo, e vamos ser felizes com aquilo que o nosso Pai nos deu. Completou Ele.

    O meu Pai estava muito feliz com o meu retorno. Tanto que Ele fez uma festa para que

    a Sua alegria fosse tambm a de todos. E Ele falou:

    - Esta alegria toda pelo Meu Filho, que havia se perdido, mas que reencontrou o caminho de

    volta Sua Casa, e porque ele me confessou que Eu sempre estive com ele. Ele est conosco

    agora, e como se ele estivesse renascido. Ele comea aqui uma Nova Vida pela graa e pelo amor.

    Ele me abraou diante de todos, tocou o meu peito, e disse:

    - Ns somos um s, a Verdade e a graa esto aqui contigo, as carrega em tua mente e em teu

    corao, e para onde voc se mover, l eu estarei.

    E eu disse-Lhe - Amm, Pai.

    Por Janer Dorneles, em 24/03/2014