RETROCESSO No país, direitos · retrocesso no país. Direitos têm sido retirados. E as...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país FINAL DO FUTSAL 27 DE MAIO, NO GINÁSIO Edição Diária 7212 | Salvador, quarta-feira, 17.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos RETROCESSO Plano de saúde do Itaú mais caro Brasil afundado no desemprego Página 2 Página 4 No último ano, desde que o presidente Temer tomou o poder, de forma ilegítima, os brasileiros veem os direitos dos trabalhadores escoarem No país, direitos escoam pelo ralo pelo ralo,como mostra pesquisa. O governo impõe um projeto neoliberal, excludente e autoritário. Página 3 O golpe jurídico- parlamentar- midiático, dado em 2016, produziu um profundo retrocesso no país. Direitos têm sido retirados. E as perspectivas não são das melhores. A base governista trabalha para aprovar medidas que estancam conquistas importantes

Transcript of RETROCESSO No país, direitos · retrocesso no país. Direitos têm sido retirados. E as...

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

FINAL DO FUTSAL27 DE MAIO, NO GINÁSIO

Edição Diária 7212 | Salvador, quarta-feira, 17.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

RETROCESSO

Plano de saúde do Itaú mais caro

Brasil afundado no desemprego

Página 2

Página 4

No último ano, desde que o presidente Temer tomou o poder, de forma ilegítima, os brasileiros veem os direitos dos trabalhadores escoarem

No país, direitos escoam pelo ralo

pelo ralo,como mostra pesquisa. O governo impõe um projeto neoliberal, excludente e autoritário. Página 3

O golpe jurídico-parlamentar-

midiático, dado em 2016, produziu

um profundo retrocesso no país.

Direitos têm sido retirados. E as

perspectivas não são das melhores. A base governista

trabalha para aprovar medidas

que estancam conquistas

importantes

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 17.05.20172 ITAú

Reajuste foi decidido sem qualquer debate com os trabalhadoresRAFAEl bARRETO [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Plano de saúde tem alta abusiva

Informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-bA. Chefe de Reportagem: Rose lima - Reg. MTE 4645 DRT-bA. Repórteres: Ana beatriz leal - Reg. MTE 4590 DRT-bA e Rafael barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

TEMAS &DEBATES

Democracia, corrupçãoe demagogia no brasil

Rogaciano Medeiros *Ao analisarem a degeneração das três formas de go-

verno existentes, os clássicos mostram que a monarquia tende a se degenerar para a tirania, a aristocracia para a oligarquia e a democracia para a demagogia. Para muitos autores, demagogia que geralmente acaba em ditadura. Isso é praticamente unanimidade nas ciências humanas.

Na história recente da humanidade, em particular nos dois últimos séculos, por incrível que pareça, foi justa-mente a democracia que gerou as duas mais terríveis or-ganizações de poder centradas na força, na violência, no horror, nos campos de concentração.

A democracia pariu duas aberrações totalitárias – o stalinismo e o nazismo – que não podem ser esquecidas para que jamais se repitam. Devem servir de lição. O to-talitarismo é considerado um fenômeno novo, só regis-trado no conturbado Século XX, em sociedades de massa.

Há quem afirme que a Rússia nunca experimentou a democracia, mas diversos estudiosos, inclusive a filósofa Hannah Arendt, que estudou profundamente o totalita-rismo, reconhecem uma rápida experiência democrática russa, entre o fim do czarismo e o pesadelo stalinista.

Stalinismo neste caso não significa, nem de longe, mar-xismo, e totalitarismo tem de ser compreendido como o regime que, para impor o poder absoluto, busca controlar não apenas a ação, mas também o pensar. Os movimen-tos e as ideias, o corpo e a mente, o físico e o intelecto. É a dominação integral da economia, da política e da cultu-ra. Hegemonia total. Só pode descambar para a barbárie.

No Brasil, os maiores períodos de vivência democrática, que somam cerca de 50 anos em mais de meio milênio de história, abriram caminho para a excepcionalidade. Foi as-sim em 1964, com a ditadura civil militar, que encerrou uma sequência de liberdade política iniciada em 1946, e agora em 2016, com a ruptura de um processo democrático conquis-tado em 1985 e consagrado com a Constituição de 1988.

Em ambos os casos, brasileiros, como em toda a mili-tarização do cone Sul, ocorrida na segunda metade do sé-culo passado, a justificativa das medidas de exceção para combater a corrupção jogou papel decisivo. Ao longo do tempo tem sido aprimorado, sofisticado. Hoje, nas socie-dades ocidentais, capitalistas, bem dependentes da opi-nião pública, manipuladas pela mídia, o argumento do combate à corrupção leva uma multidão ao êxtase.

Em nome da “purificação” gerida em um falso mora-lismo, vale e pode tudo, inclusive destruir a honra de ad-versários políticos e quebrar não apenas o parque indus-trial brasileiro, mas também a inteligência da economia nacional. Um grande favor às multinacionais, em parti-cular as de bandeira norte-americana.

Na contemporaneidade, mais do que nunca, não há demagogia mais eficiente para justificar abusos de domi-nação do que o combate à corrupção. Evidentemente, não resta nenhuma dúvida, trata-se de um crime que precisa ser combatido com firmeza, e isso é indiscutível, mas sem exceções, de nenhuma natureza.

Com certeza, a corrupção é uma doença mortal para o Estado de direito, mas combate-la com medidas de exce-ções, com abuso de poder, com o desrespeito às normas, é tão fatal quanto. É condenar a democracia à morte.

*Rogaciano Medeiros é jornalistaTexto com, no máximo, 1.900 caracteres

UMA facada no bolso dos funcioná-rios do Itaú. A direção do banco que mais lucra no país - foram R$ 6,176 bilhões só no primeiro trimestre de 2017 -, resolveu reajustar o plano de saúde em 16,44% para titular e 21,99% para dependente. Do nada. Sem informar aos bancários.

A medida indigna os funcionários, que pedem o retorno urgente das ne-gociações e a revisão do reajuste. Adi-

cionado ao aumento imoral, o Itaú ti-rou a gestão dos recursos do plano da mão dos bancários e agora está a car-go da empresa Porto Seguro, que não abre diálogo com os trabalhadores e tampouco fornece explicações con-vincentes sobre a elevação.

O que revolta mais é que o descaso tem precedente. Na última negociação sobre o convênio, o banco apresentou um modelo unilateral para os novos bancários, que inclusive proíbe a en-trada de agregados como dependentes.

São muitas as denúncias, em âm-bito nacional, de problemas para a liberação de procedimentos de alta complexidade e aumentos inexplicá-veis sobre os valores das mensalida-des dos aposentados. Demais.

Diversidade sexual em pautaOS BANCÁRIOS querem criar um Grupo de Trabalho específico para discutir questões que envolvem di-versidade sexual e identidade de gê-nero. A proposta já foi feita à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). A categoria agora aguarda resposta.

A intenção é avançar nas discus-sões sobre causas LGBT para poder erradicar a discriminação nos ban-cos. Em virtude de não ter acesso ao emprego, 90% das travestis bra-sileiras estão fora do mercado de

trabalho formal, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

Os bancários ainda apresentaram à Fenaban, durante a mesa temática de igualdade de oportunidades, na se-gunda-feira, os cursos sobre paterni-dade responsável. A conquista foi in-cluída na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e amplia de oito para 20 dias a licença paternidade para os que participarem de um projeto de forma-ção sobre paternidade responsável.

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quarta-feira, 17.05.2017 3RETROCESSO

O governo penaliza políticas sociais e reduz investimentosgEORgE DINIz [email protected]

paulo pinto

um direito é atacado a cada dia no país

O CONTExTO não é nada pro-missor aos brasileiros. Não há um dia em que direitos não sejam atacados pelo governo de Michel Temer, que trabalha para desmontar a CLT (Conso-lidação das Leis do Trabalho). É o que mostra cartilha lançada pela Plataforma Alerta Social.

Vive-se um período de ins-tabilidade e incertezas, em que garantias são revistas, se instau-ra um processo de retrocesso político, econômico e social, em

que um governo não eleito im-põe perdas à sociedade.

Nos últimos 12 meses, já são mais de 365 novos fatos e me-didas que impactam a vida do trabalhador. As ações são para desmontar o Estado, com políti-cas excludentes, que contrariam o interesse nacional, com um viés cada vez mais autoritário.

Abre-se espaço para uma po-lítica de revisão das prioridades nacionais, em prol de interesses do grande capital. A aposenta-doria e os direitos estão em risco com as reformas da Previdência e trabalhistas. A saúde e a educa-ção, fundamentais para o cresci-mento, tiveram os recursos con-gelados por 20 anos. As empresas públicas são preparadas para a privatização e a economia patina.

Defesa do emprego é prioridade em 2017

brasileiros são contra reformas de TemerEM CONSULTA pública reali-zada pelo Senado, sobre o PLS 38/2017, projeto que altera mais de 100 artigos da CLT, a maio-ria dos brasileiros se posiciona contra a reforma trabalhista. Dos 132 mil participantes, 94%

declararam oposição à medida que Temer tenta fazer o traba-lhador engolir a seco.

A consulta revela a repulsa da sociedade contra a agenda neoliberal, que promove todo tipo de atraso social e quer, a todo custo, retirar direitos do trabalhador, através das refor-mas trabalhista, previdenciária e com a lei de terceirização.

O projeto, já aprovado pela Câmara Federal, enfrenta resis-tência de vários parlamentares da base aliada do governo. Para conter as traições, Temer perse-guiu indicações dos congressis-tas infiéis e liberou verbas para emendas parlamentares.

Encontro das Bancárias é no fim de semanaSÁBADO e domingo, ocorre o 2º Encontro das Bancárias, que reserva importantes deba-tes sobre conjuntura política e questão de gênero, inclusive no mercado de trabalho. O evento será no Hotel Fazenda Amoras, em Conceição do Almeida. O Encontro é organizado pela Di-retoria de Gênero da Federação da Bahia e Sergipe.

O momento é de extrema im-portância para a participação das mulheres em temas funda-mentais para a valorização do gênero, principalmente com as mudanças no mercado de tra-balho a partir do cenário de re-trocesso instalado pelo governo de Michel Temer. Entre os pales-

trantes, o presidente do Sindica-to dos Bancários, Augusto Vas-concelos, e a blogueira Tia Má.

A entidade disponibiliza trans-porte para as bancárias e os filhos.

A DEFESA do emprego, frente à terceirização e as mudanças tec-nológicas, é a prioridade dos bancários neste ano, tema, inclusi-ve, da Campanha Nacional que acontece no segundo semestre. A definição aconteceu, ontem, durante reunião do Comando Na-cional dos Bancários, em Brasília.

Para o Comando, o apoio da categoria à Frente Parlamen-tar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, que será instalada no Congresso Nacional em 6 de junho, é fundamental.

Na avaliação do presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, a reunião foi muito boa. "O Comando identi-ficou bem o eixo de mobilização da categoria para este ano e unificou os encaminhamentos para a preparação da Conferência Nacional prevista para o fim de julho".

No dia 17 de junho, acontece o Encontro Estadual dos Bancos Pú-blicos, no Sindicato dos Bancários da Bahia. Nos dias 15 e 16 de julho, ocorre a Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, em Aracaju.

Reforma trabalhista é rechaçada

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quarta-feira, 17.05.20174

SAQUE

DESEMPREGO

Números mostram que o brasil não melhorou com TemerROSE lIMA [email protected]

Menos 970 mil vagas em 1 ano

ACONTECE, na terça-feira, no auditório do Sindicato dos Ban-cários da Bahia, Mercês, uma audiência pública para tratar do

VÍRGULA Considerado hoje uma das grandes expressões na-cionais de resistência ao golpismo, o ex-ministro Ciro Gomes, presidenciável pelo PDT, diz não haver tempo nem meios legais para impedir Lula de disputar a eleição presidencial do próximo ano. Isso, vírgula, à luz do Estado democrático de direito, do respeito às leis. No Brasil pós golpe, onde o Judiciário se arvo-ra em exercer funções constitucionalmente do Legislativo e do Executivo, a direita acha que pode tudo, inclusive descumprir o calendário eleitoral e rasgar a Carta Magna.

HIPOCRISIA O presidente Temer paga uma fortuna, do di-nheiro público, a uma babá para cuidar do filho Michelzinho. A mídia, tão honesta e séria na época do impeachment, tenta mi-nimizar o escândalo. A classe média, que bateu panelas, se cala. Se fosse com algum político das esquerdas ..., hein. Era o fim do mundo. É um falso moralismo repugnante.

TESTE A ação ingressada pelo PT na PGR contra o presidente Temer, por pagar a babá do filho com emprego no Palácio do Planalto, é um bom teste para o procurador-geral da República. Rodrigo Janot, dias atrás, em um arroubo moralista, ganhou es-paço na mídia ao atacar o ministro do STF, Gilmar Mendes, por ter votado a favor da soltura do ex-ministro José Dirceu. Decisão tomada rigorosamente com base na lei. Vamos ver ele agora.

DEPENDÊNCIA Na lógica, a tendência das elites ultracon-servadoras é manter Temer presidente. Afinal, ele não hesita em entrar para a história como um déspota e, com alta ou baixa popularidade, está impondo a agenda neoliberal. Não haveria porque mexer. Mas, em política tudo muda rapidamente. A re-sistência de Lula, líder disparado na corrida presidencial, ame-aça jogar o golpe do impeachment na lata do lixo. Portanto, se for conveniente, a direita deleta Temer, tranquilamente. E ainda alega que atendeu a vontade do povo.

PEÃO Todas as pesquisas realizadas este ano mostram que o Fora Temer é a única bandeira que unifica o Brasil. Une das esquerdas à direita. Portanto, o futuro do pai de Michelzinho depende exclusivamente das conveniências políticas do grande capital. Das próximas jogadas para manutenção do golpe. É um peão do golpismo.

CALADINHO Com a pretensão de se candidatar ao governo do Estado, praticamente, sepultada, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sumiu da mídia. A citação em delação da Ode-brecht, na Lava Jato, também o abateu politicamente. Saiu do debate estadual e nacional. Preferiu dar um tempo. Está errado não. Agora é deixar a poeira assentar.

O GOVERNO Temer celebra o fim da recessão econômica. Só não diz exatamente em qual país, porque no Brasil os nú-meros mostram justamente o

contrário. Em um ano, foram fechados 969.896 postos de tra-balho, o que significa mais gen-te desempregada.

A retração é de 2,47%, de acordo com o Caged (Cadas-tro Geral de Empregados e De-sempregados), do Ministério do Trabalho. Neste ano, apenas fe-vereiro e abril apresentaram da-dos positivos. No mês passado, foram abertas no Brasil 59.856 vagas com carteira assinada.

No acumulado de 12 meses, apenas um setor da economia tem saldo positivo. A agricul-tura criou 8.992 postos de tra-balho, elevação de 0,58%. Os demais fecharam vagas. A cons-

trução civil foi o que mais de-mitiu, menos 328.879 empre-gos, reflexo da Lava Jato. O setor de serviços também cortou va-gas (-295.894), assim como a in-dústria (-205.132).

Audiência pública, terça, debate corrida de rua

futuro da corrida de rua no Es-tado. O debate começa às 14h. A participação é gratuita.

O Sindicato é destaque na atividade. A tradicional Cor-rida dos Bancários reúne to-dos os anos centenas de corre-dores profissionais e amadores. A prova é sempre um sucesso. Durante a audiência, será dada a largada para a corrida deste ano, marcada para 27 de agosto.

O percurso é de oito quilô-metros, com saída e chegada no Parque Costa Azul. Detalhes do evento serão conhecidos na ter-ça-feira. Vale a pena participar.

A audiência discute ainda as políticas públicas relacionadas à modalidade esportiva e investi-mentos do poder público.

Crise levou o país ao alto índice de desemprego. Busca por trabalho é grande

Corrida acontece no dia 27 de agosto

joão ubaldo