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VOL. 14 OU TU BRO - DEZEMBRO, 1977 4 atualidades Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueir. Km 22 Rodovia Ilheus-Itabuna Ilheus-Bahia-Brasil

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VOL. 14 OU TU BRO - DEZEMBRO, 1977 N~ 4

atualidades

Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueir.

Km 22 Rodovia Ilheus-Itabuna Ilheus-Bahia-Brasil

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atualidades VOL. 14 OUTUBRO-DEZEMBRO, 1977 N9 4

Revista trimestral publicada pela CEPLAC para dissemi­nar técnicas relacionadas à agricultura da Região Cacau­e ira.

Impressa pelo sistema offset. na Divisão de Comunicação da CEPLAC, e distribuída gratuicamente aos interessados.

É livre a reprodução do material aqui publicado, desde que sejam citados a fonte e o autor.

Os conceitos emitidos em artigos assinados são de res­ponsabilidade exclusiva dos autores.

Aceitam-se para publicação, artigos de divulgação téc­nica sobre matérias que afetem as áreas cacaueiras .

COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAL'EIRA

Secretário-Geral José lIaroldo Castro Vi eira

Diretor Administrativo Roberto Hidl ei

Diretor Científico Paulo de Ta rsa ·!l vim

Diretor Técnico F ernando Ve llo

CACAU ATL;ALlDADES

Chefe da Divisão de Comunicação

Mílton Cortes Rosário

Editor Jorg e O. A . . Horen o

Revisão Ortográfica II yr th es P e li tinga

Tiragem 4.000 ex e mplares

SUMÃRIO

EDITORIAL

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPANSÃO DA CACAUICUL TURA NO RECÔNCAVO BAIANO-1977

PRINCIPAIS PRAGAS DO CACAUEIRO NO ESTADO DO PARÁ

INFORMES ECONÔMICOS DO CACAU

Pedidos desta revista deverão ser encaminhados para o endereço:

CEPLAC Centro de Documentaçl0 e Informaçio

Rodovia Ilhéus-ltabuna, km 22 Ilhéus, Bahia

BRASIL

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AOS LEITORES

Em janeiro de 1964 a CEP LAC lançou a revis­ta Cacau A tua/idades, para, através da difusão de novidades tecnológicas sobre o cultivo do cacau, complementar o programa de assistência técnica à região cacaueira, que então se organizava em mol­des concretos, depois de algumas tentativas isoladas e incompletas de experiências anteriores.

Como órgão de divulgação técnica do CEPEC, Cacau Atua/idades funcionou, durante muito tem­po, como único material de intercâmbio científico da CEPLAC, até à criação do Boletim Técnico (dez!70) e da Revista Theobroma (mar!71), que passaram, então, juntamente com a Revista, a enri­Quecer os serviços de intercâmbio da biblioteca da Organização.

Desde o seu lançamento, Cacau A tua/idades foi uma publ icação Que buscou sempre informar a agricultores e agrônomos sobre assuntos pertinen­tes, principalmente, a técnicas de produção e bene­ficiamento do cacau. Apesar da sua linguagem mui­to identificada com o falar dos pesqu isadores, Ca­cau A tua/idades nu nca teve a pretensão de se trans­formar numa revista altamente técnica, mas sim manter-se como fonte de informação auxiliar, des­tinada aos usuários interessados em tecnologia de produção do cacau.

Com este número, que marca o encerramento de sua atividade editorial, Cacau Atua/idades com­pleta 14 volumes, circulados em toda a região ca­caueira e entre 505 institu ições nacionais e 487 es­trangeiras, estas últimas representadas por 72 pa í­ses espalhados por todos os continentes do globo, além de 186 assinantes avu Isos no estrangeiro e 492 no Brasil.

Ao encerrar as suas atividades, com este nú­mero (Vol. 14-0ut./Dez. 1977 - N~ 4), os respon­sáveis pela edição de Cacau A tua/idades agradecem aos leitores o prestígio que lhes foi dado durante os 14 anos de existência da Revista e oficializam a sua retirada de circulação, por determinação superior, com o senso do dever cumprido.

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-CONSIDERACOES .,

SOBRE A

EXPANSÃO DA

CACAUICULTURA --NO RECONCAVO

BAIANO -1971

Antonio Fernando de Souza Pinho * Ricardo Rodolfo Tafani* Aureo Luiz de A. Brandão * Laércio Pinho Lima *

*) Técnicos da Estação Experimental Sóstenes Mi­randa e da Divisão de Sacio-Economia do CEPEC.

3

As Diretrizes para a Expansão da Cacauicultu­ra Nacional - P ROCACAU - elaboradas pela CEPLAC, prevêm a expansão da cacauícultura no Recôncavo Baiano, dimensionando, como meta, a implantação de 20 mil hectares em 10 anos (3).

A Divisão de Sócio-Economia do CEPEC ela­borou um projeto de viabilidade econômica dessa expansão. Para tal estudo, seriam necessários, além dos conhecimentos dos fatores físicos, como solos, chuvas e temperatura, também conhecimentos so­bre a estrutura fundiária e situação econômica, po­I ítica e social que no momento interferem naquela região. Com tal objetivo, fez-se uma viagem ao Re­côncavo, a fim de formar uma configuração (mes­mo que superficial) macroeconômico-social do Re­côncavo Baiano.

Assim, fez-se o reconhecimento das áreas com cacauais, promoveram-se entrevistas com proprietá­rios e empresários agroindustriais, para identificar seus problemas principais, e procurou-se as secreta­rias governamentais, para se tomar conhecimento dos planos e pol íticas para aquela região. Observou­se que um projeto de viabilidade econômica não se­ria cabível, no momento, desde que a cultura já se encontra em implantação e franca expansão. Entre­tanto, admite-se que um trabalho específico sobre a problemática conjuntural poderia ser realizado, visando:

a) identificar as barreiras e/ou problemas à ex­pansão da cacauicultura;

b) definir e dimensionar as transformações econômico-sociais para o Estado a curto e/ou a longo prazos;

c) apontar os meios para acelerar o desenvolvi­mento agrícola do Recôncavo no Estado da Bahia.

o RECONCAVO

Caracterização Geral

Composto por 35 municípios, distribuídos do ponto de vista pol ítico administrativo, o Recônca-

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vo possui uma áisa de 10.397 km2, que correspon­de a aproximadamente 1,8% da área do Estado da Bahia (Quadro 1).

Destes municípios, a área selecionada para a implantação da cacauicultura é conhecida como ba­cia sedimentar, incorporando os municípios do Re­côncavo Canavieiro, os do Recôncavo Norte e ape­nas um do Planaldo do Recôncavo (Cachoeira), on­de está o Vale do Iguape (Figura 1).

Estas áreas atingem a 274.500 hectares, segun­do estimativa do CONDER, e oferecem- condições em termos de solos e fatores climáticos ao desen­volvimento do cacau no Recôncavo (11 ).

SI LV A e DIAS (9) chegaram à conclusão de que os solos do Recôncavo "em sua grande parte vêm sendo cultivados, há centenas de anos, com ca­na-de-açúcar, porém são inadequados aos tipos de manejo normalmente exigidos por esta cultura, em razão de suas propriedades físicas. A vocação agrí­cola destas terras está ligada a cultivos perenes, que não necessitam de mecanização dos solos. No mo­mento, a cultura mais indicada é a do cacau. Das unidades existentes na área estudada, recomenda-se para a cacauicultura as seguintes: Santo Amaro, Pa­ramirim, Candeias, Engenho d'Água e Aluvial" (9) (Figura 2).

Retrospecto Histórico

Historicamente, o sistema agrícola do Recôn­cavo baseou-se na economia canavieira, como ocor­reu em todas as capitanias hereditárias, a fim de su­prir as exigências do mercado europeu quanto ao consumo de açúcar. Além de gerador de riquezas, o sistema canavieiro foi também instrumento de co­lonização para a área, garantida por uma ocupação capaz de estender-se e enraizar-se economicamente pela região (2). Em fins do século XVI, a Bahia conheceu o apogeu da produção açucareira no Recôncavo, ul­trapassando inclusive o Estado de Pernambuco em número de engenhos. A partir do século XVIII, a produção canavieira baiana sofreu uma desacelera­ção acentuada, chegando ao sécu lo X I X em franca depressão. Devido a esta situação, passou-se a dar maior atenção à produtividade, surgindo também o avanço tecnológico com o aparecimento das usinas, face a novos estímulos do mercado mundial, decor­rentes das guerras napoleônicas (6). No início do

4

~uadloo 1 - Recôrl7cavo : Áfoca Total ror Zo ­nas e pO Y' Nunic íp-Z:os - 1970 .

Zonas, Municípios, Estado

Recôncavo Norte Camaçari Candeias Catu Itanagra Itaparica Lauro de Freitas Mata de são João Pojuca Salvador Simões Filho

Recôncavo Sul Aratuípe Jaguaripe Muniz Ferreira Nazare

Planalto do Recôncavo Cachoeira Conceição de Feira Conceição do Almeida Cruz das Almas Don Macedo Costa Governador Mangabeira Maragogipe Muri tiba Santo Antônio de Jesus são Félix são Felipe são Gonçalo dos Campos Sapeaçu Salinas de Margarida

Recôncavo Canavieiro Amelia Rodrigues Conceição do Jucuípe Santo Amaro são Francisco do Conde são Sebas tião do Passe Teodoro Sampaio Terra Nova

Es tado

Ãrea CHm2)

3.962 926 233 482 493

35 93

698 260 324 207

1.342 136 878 104 224

3.088 403 164 262 144 134 152 460 266 334 143 153 288 130

65

2.005 143 124 604 184 585 213 152

559.951

FONTE : Fundação I BGE - Si nopse Preliminar do Censo DemogY'áf ico - 1970 .

século XX, nova perspectiva favorável ocorreu com o primeiro conflito mundial (1914/1918), tendo o Brasil reconquistado seu mercado na década de 20.

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Figura 1 - Área recomendável para o plantio de cacau no Recôncavo Baiano.

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L ~:- -.... " _. _ ., . .. .. Figura 2 - Solos da bacia sedimentar do Recôncavo Baiano.

E3 SANTO AMARO § COLÔNIA

o PARAMIRIM L:H HIDROMÓRFICOS

E3 ENGENHO D'AGUA @ ALUVIAL

~ VARGITO O AREIAS QUARTZOSAS lIIIillI MA RINHAS

D CANDEIAS t'+~.t4 MANGUES

lO:::J CURURUPE c::l LITOSSOL

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LITOSSOL+ CURURUPE ~ VA RGITO+ CANDEIAS+ 1+""'+1 • ~ SANTO AMARO+ ENGENHO D'AGUA ,..... MANGUES + HIDROMORFICOS

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J-=: :: I CURURUPE+ENGENHO D'AGUA+ G PARAMIRIM + SANTO AMARO

CANDEIAS

6

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Mais tarde, a economia canavieira/açucareira, que era apoiada em plantações extensivas, com mão-de-obra em regime de escravidão e com gran­des poderes pol íticos sociais, começou o seu decl í­nio constante, após a segunda Guerra Mundial, quando a produtividade passou a ser decrescente, em função da não evolução tecnológica no manejo da cultura e da fabricação do açúcar, o que traz, em consequencia, um sistema econômico deficitá­rio, com base na monocultura latifundiária (1).

Para avaliar a situação de decadência deste sis­tema, observa-se que havia na Bahia 20 usinas, as quais foram reduzidas para 10 em 1964 e para 5 em 1974. A produção de açúcar sofreu também re­dução (Quadro 2).

Observa-se que a década de 60 foi a que apre­sentou maior rendimento e também maior produ­ção, apesar de ter decrescido o número de unidades industriais. Destas, a mais importante (e ainda hoje se mantém na liderança da produção de açúcar) é a Usina Aliança (Quadro 3).

Atualmente, o número de usinas está reduzido a apenas 4, devido a incorporação da Usina Passa­gem pela Paranaguá.

Os problemas salientados na economia canavi­eira foram causados pelo decl ínio da produção nos últimos anos, em virtude do próprio tipo de solo (massapê), que é afetado, pelas condições climá­ticas, principalmente o fator pluviométrico, que se constitui na principal razão dos insucessos das pro-

Quadro 3 - Produção de Açúcar por Usinas no Recôncavo Baiano. 1974.

Usinas

Usina Aliança

Us ina Cinco Rios

Usina Itapetingui

Usina paranaguá

Usina Passagem

FONTE: IAA. SEPLANTEC.

Produção Sc/60 kg

212.329

182.708

192.873

55.413

92.099

duções baianas. Anos de grandes precipitações tra­zem distúrbios de vários aspectos, como crescimen­to das plantações, floração prematura, preparo do solo, transportes, moagens e outros que consequen­temente afetam os custos de produção (5).

Assim, a irregularidade das chuvas e a alta pre­cipitação (em alguns anos superior ao limite má­ximo, considerado para a cana 1.800mm) superior a 2.000mm, em média (5), têm sido os fatores prin­cipais da baixa produção açucareira baiana, como pode se observar na Figura 3. Observa-se que, dos últimos 10 anos, em 8 deles se apresentam produ­ções conflitantes com os níveis de precipitação, o que vem reforçar o exposto anterior.

Ainda quando há excesso de chuvas, o solo não permite a realização de qualquer atividade, 0-

Quadro 2 - Produção de Açúcar, Número de Usinas e Rendimento Industrial na Bahia. 1940.

Safras Produção Usinas em Funcionamento Rendimento açúcar/cana Sc /60 kg N9 kg

1940/41 738,144 19 79,87

1945/46 735,356 18 68,94

1950/51 937,929 14 81,83

1955/56 955,018 11 82,99

1960/61 1. 062,862 10 90,22

1965/66 719,383 7 91,72

1970/71 810, 723 6

1973/74 735,722 5

FONTE: IAA~ SEPLANTEC.

7

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Safras

Figura 3 - Influência das precipitações pluviométricas de verão (outubro / março) nas produções canavieiras.

casionando perdas que, em alguns anos, atingiram a 50% da produção. Daí, por se tratar de um cultivo de ciclo curto, os produtores ficam a mercê das condições climáticas. Os problemas da cultura trou­xeram graves consequências sobre o sistema açuca­reiro, e nos dias atuais, segundo opinião de usinei­ros entrevistados, a maioria das usinas está traba­lhando com mais ou menos 50% a 60% de sua capa­cidade industrial. Tal fato não deixa de refletir-se no setor industrial, onde a irregularidade e a redu­ção da matéria-prima, estimada em até 50%, é ali­ada ã escassez de recursos próprios de financiamen­to para aquisição de implementos agrícolas e/ou renovação do maquinário industrial, que se tornam obsoletos" os desestímulos de preços políticos, que são determinados para longos prazos, numa si­tuação inflacionária e as dificuldades de transpor­tes refletem sobretudo a situação crítica em que se encontram as unidades industriais açucareiras. Por tudo isto, a crise da lavoura canavieira e, con­sequentemente, da indústria açucareira na Bahia

8

resume-se no agravamento de dificuldades acumu­ladas ao longo de anos anteriores e intensificada pelo fato de que as usinas possuem integração ver­tical, isto é, produção e transformação da cana-de­açúcar (5).

A produção de cana-de-açúcar no Recôncavo significou, no período 1960/70, em média,33% da produção canavieira do Estado. No Quadro 4, ob­serva-se o rápido decl ínio da produção de cana da região, embora se verifique uma expansão no Esta­do como um todo (produção de outras áreas, como o médio São Francisco e outros). A participação da produção canavieira do Recôncavo na produção es­tadual, por volta de 1962, era de 51 %, caindo para 15% em 1970 (10).

Pela retração da área plantada e consequente­mente da produção canavieira no Recôncavo, as u­sinas (que trabalham em função da produção gera­da anualmente) vêm tendo, a cada ano, um aumen­to de capacidade ociosa e, em decorrência disso uma elevação de custos, chegando até a situações

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Quadro 4 - Área CUltivada e Produção de Cana-de-Açúcar no Recôncavo e no Estado da Ba-hia - 1960/70.

Área Cultivada Quant. produzida de Cana-de-Açúcar

Variação Estado R/E* Recôncavo Variação Es tado R/E* Anos Recôncavo anual (ha) ( io)

1.000 anual 1.000 ( io)

(io) Ton (io) Ton

1960 18.946 57.787 33 1. 238 2.661 47

1961 22.292 18 69.585 32 1.236 1 2.895 43

1962 22.776 2 66.879 34 1.356 10 2.683 51

1963 24.344 7 69.473 35 1.452 7 2.905 50

1964 25.481 5 74.251 34 1. 416 2 3.280 43

1965 24.899 2 73.910 34 1.387 2 3.423 41

1966 17 . 293 31 70.698 24 926 33 3.166 29

1967 17 . 440 1 72.563 24 943 2 3.417 28

1968 14.054 19 77.298 18 599 36 3.961 15

1969 14.641 4 83.573 18 670 12 4.108 16

1970 14.367 2 75.203 19 511 14 3.799 15

Média de 19.684 71. 92"9 27 1.073 3.300 33

período

FONTE: SEPLANTE C/ DGE

* Recôncavo/Estado

7 - SEPLANTEC/CONDER - Comportamento e Sistema de Produção. Tomo I~ Salvador, Bahia, 1974,132 p.

críticas de não poder competir com outras unida­des no País.

Situação Fundiária

Os problemas do sistema canavlelro do Re­côncavo justificam completamente o reduzido nú­mero de pequenos e médios agricultores de cana­de-açúcar da área. Os grupos consolidados (finan­ceiramente fortes), na tentativa de incrementar sua produção e/o.u garantir de alguma forma a solidez de suas empresas, procuram incorporar a maior quantidade de área possivel, adquirindo as peque­nas e médias propriedades à sua volta.

9

SURGIMENTO DE CACAU NO RECONCAVO BAIANO

As atividades econômicas numa região resul­tam sempre na busca de opções capazes de gerar novas riquezas e que, com o passar do tempo, ocu­pem definitivamente um lugar de destaque no con­texto geral da região em apreço. Tal fato se regis­trou com a cultura do cacau no Recôncavo, cujo início, nos anos 50, deve-se ao pioneirismo do Eng~ Civil e fornecedor de cana-de-açúcar Vicente Albuquerque Porciúncula, na Faz. Engenho D' A­gua, de sua propriedade, no município de São Francisco do Conde, considerada como uma das melhores propriedades cacau eiras.

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Vale ressaltar que, ao lado do esp írito pio­neiro do Sr. Vicente A. Porciúncu la, deve-se, tam­bém, ao Eng.-Agr9 Sóstenes Miranda, a responsa­bilidade da implantação do cacau "Catongo" no Recôncavo, o qual, 31ém de incentivar a iniciativa do Sr. Porciúncula e prestar-lhe toda a orientação técnica necessária ao sucesso do empreendimento, foi quem chamou, pela primeira vez, a atenção do Poder Público e dos proprietários para as possibi­lidades do Recôncavo para a cacauicultura (7).

Do surgimento da plantação de cacau branco na Faz. Engenho D' Agua até a transformação do Recôncavo em novo polo cacaueiro, houve um lapso de tempo de aproximadamente 15 anos. Já a esta altura, a preocupação em diversificar as ativi­dades agrícolas eram sentidas pelas usinas de a­çúcar.

~ assim que, a partir de 1969, se iniciam as primeiras plantações sob exclusiva orientação da CEPLAC.

Problemas da Cacauicultura no Recôncavo

Os problemas surgidos no in ício da implanta­ção da cultura do cacau no Recôncavo foram rela­cionados, principalmente, com sombreamento pro­visório. Entretanto, estes problemas já se encon­tram superados, com a adoção da tecnologia mo­derna referente ao controle de ervas daninhas por meios qu ímicos . Com isso, é possível a obtenção de sombreamento no tempo desejado (8).

Implantação do Cacau no Recôncavo

A implantação do cacau no Recôncavo é, de certo modo, encarada pelos agricultores regionais como um substituto do sistema canavieiro/açuca­reiro. Pelos problemas salientados anteriores, o sis­tema canavieiro está destinado ao desaparecimento, pelo menos em grande parte.

Os solos do Recôncavo destinados à implan­tação da cacauicultura possuem alto índice de fer­tilidade, consequentemente dispensando o uso de quantidades crescentes de fertilizantes. O relevo, por ser, em sua maioria, plano e suavemente ondu­lado, permite a mecanização com tratores grandes,

10

cultivadores e roçadeiras, que reduzem sobremodo os custos de implantação e exploração. Tratos, co­mo cap~nas, limpas, fitossanitários e outros, exigem um mínimo de trabalhadores. Ponto positivo é que, na total idade das propriedades, as infra-estruturas que eram para a exploração canavieira podem ser aproveitadas para a cacauicultura, como máquinas e equipamentos, casas para operários, estradas e, principalmente, estrutura administrativa e empre­sarial em que estão apoiadas estas propriedades. Estas razões fazem com que haja maiores condi­ções à implantação do cacau.

O requerimento de mão-de-obra intensiva na cultura canavieira torna-se bastante reduzida na atividade cacaueira, quando compatibilizada com a mecanização, em capinas, limpas, tratos fitossani­tários e outras tarefas.

Além disto, a existência de uma rede viária que, em sua maioria, é composta de estradas asfal­tadas na região em análise, proporcionará às fazen­das a presença dos proprietários e o transporte de materiais, insumos ou equipamentos, em tempo há­bil e em qualquer época do ano.

A proximidade da capital, Salvador, onde to­dos os recursos, financeiros, comercializadores e portuários não distam mais de 150 quilômetros das propriedades, também é fator positivo.

Pretensões das Empresas Usineiras com Re­lação à Implantação do Cacau.

Alguns pontos foram salientados, com relação à implantação do cacau no Recôncavo, nas entre­vistas realizadas. O primeiro deles é a obtenção de um posto de revenda de materiais, como adubos, fungicidas, inseticidas e outros. No momento, tal revenda é atendida pela região cacaueira, sendo que em algumas ocasiões não se consegue atender às ne­cessidades em tempo hábil.

Ponto importante diz respeito ao sistema de crédito, fazendo com que seja necessário que haja um orçamento dinâmico que acompanhe, anual­mente, as correções dos valores orçados, principal­mente para a mão-de-obra. Um orçamento está­tico, para implantação de grandes áreas e a médio prazo traz, em consequência, uma descapitalização da Empresa.

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Metas e/ou Pretensões da CEPLAC Através da Extensão com Relação ao Programa do Cacau

no Recôncavo

Atualmente, o Departamento de Extensão da CEPLAC - DEPEX - presta assistência técnica a 27 empresas no Recôncavo, que apresentam 733 hectares cultivados com cacau .

Destes, 608 hectares estão ern desenvolvimen­to, isto é, com idade de plantio inferior a 4 anos, e 125 hectares com cacaueiros safreiros, com produ­ção total de 5.100 arrobas, o que revela uma pro­dutividade média de 41 arrobas por hectare.

Além disto, o resumo da evolução do progra­ma do DEPEX para o Recôncavo, no período janei­ro/junho 1977, apresenta projetos no valor total de Cr$ 13,7 milhões de cruzeiros para investimentos. Já foram trabalhados 645 hectares, utilizando-se da tecnologia para exploração e, no que se refere à im­plantação de novos cacauais, já se preparou 235 hectares em 11 empresas.

Tais números revelam que a substituição da cultura canavieira para a cacaueira vem sendo a ca­da momento dinamizada. Assim, em função da es­tratificação das empresas trabalhadas (4); do cres­cimento das áreas implantadas nos últimos 3 anos, com suas respectivas tendências; da estrutura fun­diária da região; da expansão da irt;lplantação das empresas atuais e o ingresso de novas; da tradição da região com a cultura básica (cana-de-açúcar) e as perspectivas desta, em termos econômicos; e, final­mente, do PROCACAU, pretende o DEPEX, para os próximos 3 anos, desenvolver o programa quan­tificado no Quadro 5.

Observa-se que, no que se refere ao número de empresas a serem envolvidas na cacauicultura do Recôncavo, espera-se alcançar um incremento de 88,8% no período 1978 - 1980.

Quanto à àrea com cacau, passaria de 733 hectares para 3.033, o que revela um crescimento de 413,8% no período 1978-1980.

Quadro 5 - Metas a Bel'em das /WD P tXl:1nos 2i anos pelo DEPEX .

lTENS

Combate às pragas

Comtro le de doenças

Adubação

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Imp lant a,;ão;

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2.000

1.000

1. ANDRADE , 5.I\J e /1NDkAD!:.,L S. /"Jro-Indústria Canalfieíra na Bahia . SUDI::NE. Série Brasil, Indús­tria Açucareira, nq 2, Recife '1968 .. 73 p .

2 BRITO, T . Lubano , Pequena l-f is tó ria do Açúcar no Brasil. Recife 1949.

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3. Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. Programa NiJcional de Expansão da Cacauicultura. 1976 - 1985. Brasíl ia 1976. 227 p.

4. Diretrizes para a Programação 1978 - DEPEX - I LH ÉUS 1978,25 p.

5. Companhia Usina Cinco Rios. Projeto para aplicação dos recursos provenientes de isenção parcial do Im­posto de Circulação de Mercadoria. Salvador, 1970, 54 p.

6. FANT AS, Bento. /I Agro-indústrias Canavieiras de Pernambuco. As Ra (zes H istóricas dos seus proble­mas, sua Situação atual e suas perspectivas". SUDENE, Recife 1968, ed. mimeografaqa.

7. MIRANDA, S. Lavoura Cacaueira em terras do Recôncavo Baiano. VI Reunião do Comitê Técnico Inte­ramericano de Cacau. 1957,423 p.

8. PINHO, A.F. de S. Possibilidades para a Expansão da Cultura do Cacau no Recôncavo Baiano. Cacau Atualidades (~rasil) 9(3): 10 - 19. 1972

9. PINTO SILVA, A.C.C .. e DIAS, L.F. Solos da Bacia Sedimentar do Recôncavo Baiano. I ta b una, Bahia, Brasil. CEPEC, Boletim Técnico nÇ} 16. 1972. 28 p.

10. SEPLANTEC/CONDER. Comportamento e Sistema de Produção. Tomo IV. Salvador, 1974,132 p.

11. SEPLANTEC/CONDER. Estudos Qásicos para o Projeto Agropecuário do Recôncavo. Tomo 11. Recur­sos Naturais, Salvador, 1974.

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PRINCIPAIS PRAGAS DO CACAUEIRO NO ESTADO DO , PARA

Antonio da Silva Costa *

*) Eng.-Agr9 Responsável pelo Serviço Experimen­tai em Belém - CEPLAC/SEBE - até 1975. A tualmente, Assessor de Programação do CEPEC.

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Em 1971, a área com cacau do Estado do Pará foi estimada em 6 mil hectares. Neste mesmo ano foi iniciado um programa para implantação da cul­tura em bases técnicas em vários municípios e hoje • já se pode afirmar que o Pará possui uma área plan-tada com cacau em torno de 7.300 hectares, o que lhe dá no momento uma produção de aproximada­mente 1.600 toneladas, significando que o Pará detém em média 1 % da produção brasileira de ca­cau, colocando-se como o 39 estado produtor do Brasil, com a Bahia em 19 lugar (95%) e o Espí­rito Santo em 29 (3,5%).

Espera-se, para breve, um relativo acréscimo na área plantada e na produção de cacau do Esta­do, face ao interesse de grande número de agricul­tores em plantar sementes h íbridas, em bases técnicas.

Em 1972, após sentir a necessidade da região, iniciou-se a catalogação e identificação das princi­pais pragas de significado econômico e hoje pode­se mencionar as seguintes como as mais impor­tantes.

1. LEPIDOPTERA

1.1. Noctuidae

1.2. Phycitidae

Espécies: Peosina mexicana Sylepta prorrogata

As larvas das mariposas Peosina mexicana e Sylepta prorroga ta são as espécies mais comuns e que ocasionam sérios estragos ao cacaueiro.

A Peosina mexicana, conhecida por "Iagar­ta de compasso" ou "Iagarta mede palmos", ataca folhas novas, renovos, flores e bilros do cacaueiro, reduzindo a área foliar e, com isto, a capacidade fo­tossintética da planta, o que vai influir diretamente na produção (Figura 1).

Quando o ataque é dirigido ao fruto o dano é mais acentuado e visível, pois os mesmos ficam pre­judicados em seu desenvolvimento. Os "bilros" a­tacados são de tal maneira danificados que ficam reduzidos à metade e, não muito raro, chegam a apodrecer.

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Figura 1 - Lagarta mede palmos , e stragando fo lha.

A Sy/epta prorrogata, conhecida por Hlaga rta enrola folha", estraga folhas novas, reduzindo-as às nervuras principais. tstas lagartas também ata ­cam mudas de cacau enviveiradas, retardando so­bremaneira o seu crescimento, aliado a futuras más formações.

Combate: Pulverizações com M a I a to ! 50- E na dosagem de 500- 600 cm3 paía 100 lit ros de água/ha, nos períodos de infestação das lagartas, que coincidem, normal mente, com os períodos de brotação das folhas .

Poder-se-á usar também o BH C a 1,5%, em polvilhamento no tronco, ramos, frutos e no chão

numa área circular de 1 a 2 metros em torno do cacaueiro, na dosagem de 16 quilos por hectare , sempre que verificar-se estragos maiores ao cacau­eiro. Após 3 semanas, voltar ao local para verif icar a necessidade de outra aplicação .

2. THYSANOPTERA

2.1. Thripidae

Espécie: Se/enothrips rubrocinctus (Gia rd, 1901 ;

São insetos pequenos, de corpo delicado . As ninfas são branco-amareladas, transparentes, com uma cinta vermelha em volta da base do abdome

A larva carrega, na extremidade do abdome, peque­na got(cula de I íquido-excremento. O adulto tem

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cor preta , é bem ativo e alado (Figu ra 2). Esta es­pécie neotropical, na atualidade, se encontra em to­da área com cacau do Estado , sendo a sua maior ocorrência nas regiões de Tomé-Açú e Zona Sra­gantína, onde grandes áreas carecem de sombrea­mento definitivo .

O inseto se alimenta em grupos ou colônias compostos de formas adultas e jovens, na face ven­tral das folhas . Decorrente do ato de succão (ata­que inicial), as folhas apresentam manchas amarelo­pálidas que, posteriormente, se tornam esbranqui­çadas. A medida que o tecido morre toma a colo­ração marron . Se o ataque é intenso dá lugar ao fenômeno denom inado "queima": as folhas caem e o cacaueiro apresenta-se parcial ou totalmente desfolhado. Após nova brotação pode ocorrer a reinfestação, acompanhada de nova queda de fo­íhas, e, se repetido o ciclo ataq ue-brotação-ataque por várias vezes, o resultado final é a morte do ca­caueiro, acelerada , muitas vezes, pela ação de ou­t ros agentes, devido ao enfraquecimento da planta.

O t ri pes também ataca o fruto, provocando a " fe rrugem", que encobre o estado de maturação do mesmo, tornando a colheita difíicil e ocasionando a coleta de frutos verdes ou verdosos, . com o con­seqüente aparecimento de grãos "violetas" no ca­cau comercia l.

Combate: Polvilhamento com SHC a 1,5% na dosagem de 16 quilos por hectare (6). Se o ataque fo r intenso dever-se-á utilizar pulverização com Ma­latol 50-E , na dosagem de 500-600 cm3 dilu idos em 100 I it ros de água/ha, com intervalos de 15- 20 d ias.

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3,1 . Chrysomell idae

iCS Maecolasp is omata (Gerrna r, 1824 ) Taimbezinha theobromae (B ryant , 192 cli Colaspis aeruginosa (Germar , 1824) Costalimai te ferrunea

São pequenos insetos de coloração var iada, ~ ;Ü i \) bril ho metál ico, também conhecidos por "va­quinha" ou "besourinho" (Figura 3), que atacam folhas e renovos do cacaueiro (F igura 4). Somente

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Figura 2 - Tripes ; larva e adulto.

as folhas novas, ainda não "endurecidas", e brotos tenros são atacados. Um ataque severo desses inse­tos resulta na destruição da parte internerval das folhas, restando apenas as nervuras.

As plantas jovens, quando atacadas, têm o seu crescimento impedido, como resultado da redução da área fotossintetizante

Os ataques se verificam com maior intensida­de nas épocas de "renovação", que ocorre geral­mente em maio/julho e novembro/dezembro.

Combate: Povilhamento com BHC a 1,5% na dosagem de 16 quilos por hectare, no período de renovação.

3.2. Curculionidae

Espéc ie: Plectrophorus incertus n. sp.

I nsetos de coloração acinzentada, ativos e vo-

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razes. Ao contrário das "vaquinhas", estragam as folhas maduras (Figura 5) e quando o ataque é in­tenso deixam as mesmas reduzidas às nervuras. Nas horas de sol muito intenso, localizam-se na parte

inferior da folha e, muitas vezes, ao notar a presen­ça de alguém, deixam-se cair ao solo.

Combate: Polvilhamento com BHC a 1,5% na dosagem de 16 quilos por hectare, nas épocas de maior ocorrência da praga.

3.3. Buprestidae

Espécie : Euchroma gigantea (Linneus, 1758)

Coleoptero medindo de 6 a 7 centímetros de comprimento, também conhedido por "mãe de sol", de coloração bronze-esverdeada-metálica com

,

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Figura 3 - Chrysomellidae - besourinho

Figura 4 - Besourinho estragando folhas.

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Figura 5 - Plectrophorus incertus estragando folhas.

reflexos arroxeados (F igura 6). Ocorre com mais freqüência nas áreas com cacau implantado sem sub-bosque e em várzea, mastigando os tecidos novos do cacaueiro, fazendo verdadeira poda. Pode também roer e alimentar-se de frutos, folhas e mu­das do cacaueiro.

Combate: Polvilhamento com BHC a 1,5-2,0% na dosagem de 16 quilos por hectare. Aldrin, Dieldrin, Heptacloro, pós secos, de 1-2%, 16 quilos por hectare.

EUCHREMA GIGANTEA L. 1758

Figura 6 - Euchrema gigantea L. (1958) - Mae de Sol.

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4. HYMENOPTERA

4.1. Formicidae

Espécie: Azteca chartifex (Forel, 1912)

Vulgarmente conhecida como "formiga caça­rema", é bastante difundida na Região Amazônica, chegando a ser encontrada com relativa facilidade não somente nas plantas de cacau, como também em árvores nativas, espécies vegetais que servem de sombra para o cacaueiro.

A praga é de caráter permanente, isto é, seus estragos no cacaueiro se manifestam durante o ano todo. I: difícil estimar, em termos de cacau comer­ciai, os preju ízos causados por esta formiga. Para a construção do seu ninho usa partes já mortas e se­cas de galhos, folhas e frutos de cacau. I: a formiga adulta a responsável pelos estragos do cacaueiro.

Localiza seu ninho de forma cônica ou alonga­da, geralmente 60 a 70 cm de comprimento, nos galhos mais grossos do cacaueiro (Figura 7).

Pode-se aquilatar a nocividade da "formiga caçarema" pelas razões abaixo:

a) como todas as formigas do gênero Azteca, cria e protege inse­tos sugadores que produzem excre­ções açucaradas (Membracideos, Coccideos, Aphideos e Aleyrodi­deos, dos quais se alimenta - Figu ra 8). Estes insetos, por sua vez, vivem sugando a seiva do cacaueiro, e quando criados nos pedúnculos dos frutos podem provocar o peco desse órgão;

b) o peso de suas "casas", que pode atingir, na Bahia, . até 20 kg, faz inclinar ou quebrar ramo ou tronco do cacaueiro;

c) perto dos ninhos dessas for­migas instalam-se os "marimbon­dos" (cabas), que impedc'm as ope­rações de colheita e limpeza de de­zenas de cacaueiros;

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d) pe las construções de suas "casas", "SUcU r­sais" ou "colonias", principalmente ao longo do tronco e ramos primários, impedem ou mesmo difi­cultam a emissão de uma boa porcentagem de flo­res, reduzindo, conseqüentemente, a produção.

Combate: Aplicar BHC a 1,5%, usando polvi­Ihadeira de empuxo. Dar injeções, procurando al­cançar o centro do ninho, até matar a rainha. Maneira de aplicação

• Limpeza do solo e aplicação de inseticida em pó onde, provavelmente, o ninho deverá cair.

• Destruição do ninho após caído ao solo.

• Nova aplicação de inseticida no ninho destruído no solo e no local onde o mesmo se encontrava aderido na árvore.

Espécie : Azteca paraensis bondari Borgmeier, 1937

Também conhecida por "formiga de enxerto" ou "formiga de mangue", é de caráter permanente

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Figura 7 - Ninho de formiga caçarema.

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Figura 8 - Insetos sugadores criados pela formiga caçarema.

e causa estragos diretos e indiretos ao cacaueiro. Estragos diretos: Contínua "podação" dos

ramos terminais, a fim de obter uma substância 90-mosa, destinada a cimentar a matéria orgânica usa­da na construção dos ninhos. Em conseqüência dessa "podação", a árvore emite lançamentos que da mesma maneira são "podados", enfraquecendo e perdendo lentamente seu sistema foliar, para su­cumbir tempos depois.

Estragos indiretos: Na realidade, a "formiga de enxerto" não se alimenta diretamente do cacau­eiro, mas o faz indiretamente através da proteção dos insetos sugadores homopteros. Esses insetos, sugadores da seiva do cacaueiro, são representados pelos Coccideos e Membracideos principalmente, cujas excreções açucaradas são, na realidade, a alimentação energética da formiga.

A identificação de um cacaueiro atacado pela "formiga de enxerto" é fácil, em virtude da con­formação esférica do ninho (Figura 9), recoberto

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por espécies botônicas que vivem em "simbiose" com a formiga, tais como Epidendrum immato­phy/lum (Orchidaceae), Codonanthe Formicarum (Gesneraceae), competindo com o cacaueiro em espaço e luz. As raízes dessas plantas envolvem o ninho dando-lhe resistência contra as chuvas e pro­teção contra o sol.

Combate: Idêntico ao recomendado para a "formiga caçarema".

Espécie: Solenopsis sp.

Sob o nome geral de "pixixica", "formiga de fogo" ou "Iavapés", são conhecidas pequenas for­migas que vivem em numerosas colônias pequenas, localizadas em cupinzeiros e suas galeirias abando­nadas, em madeira morta de cepas de árvores, sob a casca de certas árvores e no solo, sempre nas vizi-

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Figura 9 - Formiga adulta e ninho da formiga de enxerto.

nhanças e sobre o próprio cacaueiro. O ataque desses insetos ao ser humano é efe­

tuado por meio de um ferrão situado no abdome, o qual é introduzido na pele, causando sensação de queimadura.

Essas formigas protegem, criam e transportam os "piolhos félrinhentos".

Espécies: Atta sexdens (Linneus, 1758) sensu lato Atta cephalotes (Linneus, 1758)

São as formigas cortadeiras ou saúvas (Figu­ra 10).

De um modo geral, o desenvolvimento e cos­tumes dessas duas espécies de formigas são seme­lhantes: após a revoada, a rainha já fecundada des­talo; e outro que fica no solo, sob a árvore atacada, com a função de recortar a lâmina verde das folhas derrubadas e carregá-Ia para o formigueiro.

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faz-se das asas, escava o solo e corta as folhas das plantas para cultivar o fungo simbionte com o qual se ai imenta, dando in ício ao futuro formigueiro (Figura 11).

Assim, a saúva da mata constrói formigueiros à sombra de árvores, em locais úmidos, raramente ou nunca abertos, formando enormes montes de terra na superfície do solo. No interior desses mon­tes ficam as câmaras ou "panelas" onde são estabe­lecidas as "hortas" do fungo alimento. As operárias da saúva da mata sobem às árvores e cortam a lâmi­na das folhas, descendo com o pedaço cortado, car­regando-o até o formigueiro.

A formiga de mandioca constroi formigueiros em locais abertos, geralmente em solos limpos, no agreste e nos trechos onde a mata fica destru ída. Os olheiros, ao contrário da "saúva da mata", pos­suem aberturas bem visíveis.

As operárias da formiga de mandioca se divi­dem em dois grupos: um que tem por função subir as árvores e derrubar as folhas, cortando-as pelo

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Figura 10 - Formiga de mandioca

Combate: Como praga de caráter permanente pode ser combatida em qualquer época do ano em que os formigueiros forem encontrados.

Formicidas usados: Aldrin, Dieldrin, Heptaclo­ro, pós secos de 5%. Aplicar 30 gramas de formici­da por m2/ninho. Dar 10 bombadas em cada olf-tei · ro, usando polvilhadeira de empuxo. Pode-se usar também iscas granuladas de Dodecacloro (Mirex) e Aldrin (Nitrosin extra) 5%, 5 gramas/m2.

Primeiramente, medir a área do formigueiro para saber quantos olheiros deverão ser tratados. Is­to se consegue medindo-se o maior comprimento e a maior largura, multiplicando-se os valores encon­trados.

Espécie: Acromyrmex sp.

Com o nome vulgar de "formiga quem-quem" são conhecidas certas formigas cortadeiras pareci-

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Figura 11 - Folha estragada pe la s aúva.

das com a saúva. São por excelência cortadeiras de renovos, folhas, flores e casca de frutos, material que serve para o crescimento do fungo com o qual se alimentam.

A construção e localização dos ninhos variam. Podem ficar, superficialmente, ao nível do solo, de­baixo de troncos velhos, sobre árvores ou entre gra­vatás cobertos de detritos vegetais e ninho subterrâ­neo com terra sobre as "panelas".

Combate: Aplicação de inseticida a base de Aldrin ou Heptacloro, como o caso das saúvas.

4.2. Apidae

Espécie : Trigona sp.

Também conhecida como "abelha irapuá", es-

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traga folhas, flores e frutos do cacaueiro. O ataque mais notado é o que ocorre nas folhas, pois as mes­mas ficam com os bordos totalmente estragados, le­vando os menos avisados a confundir estes com es­tragos provocados pela saúva.

Combate: BHC 1,5%, Folidol 1,5%, pós secos, nas dosagens de 16 quilos por hectare, durante os surtos do inseto, ou localização e destruição direta do ninho da abelha.

5. HEMIPTERA

5.1. M iridae

Espécie: Monalonion sp.

Esta praga, também conhecida por "bexiga" ou "chupança" do cacaueiro, ataca indistintamen­te os frutos e os renovos da planta.

Os frutos atingidos caem se ainda estão novos; se já possuem algum desenvolvimento, sofrem de­formações: a casca fica petrificada ou bexigada, apresentando rachaduras e não permitindo o nor­mal desenvolvimento das sementes (Figura 12).

O inseto se abriga também em outras árvores da lavoura, seus hospedeiros nativos, de onde migra para os cacaueiros nas suas fases jovem e adulta. O ataque é mais intenso nas épocas de lançamento, pois sugam com maior facilidade a parte tenra da planta.

Até o momento a praga foi encontrada e iden­tificada na região do Baixo Amazonas, mais espe­cificamente no município de Alenquer. ~ de se es­perar que dentro de pouco tempo, com a expansão da área com cacau, a mesma também venha a ser encontrada na região da Transamazônica (Altami­ra, Itaituba e Marabá).

Combate: BHC 1,5% e Carvin (Carbaryll 7,5%, pós secos, nas dosagens de 16 quilos por hectare, em polvilhamento nas épocas de maior brotação.

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Figura 12 - Partes do cacaueiro com estrago.

6. HOMOPTERA

6.1. Membracidae

6.2. Flotidae 6.3. Aphididae

Os "soldadinhos" ou "saltões" 'prejudicam o cacaueiro de dois modos.

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As ninfas e os adultos sugam a seiva dos bro­tos novos, pedúnculos das flores, "bilros" e frutos. Quando os frutos novos são fortemente atacados o tecido externo fica contraído e, com o seu desen­volvimento, ficam deformados e freqüentemente rachados. Em muitos casos os frutos ficam comple­tamente inutilizados, pois permanecem pequenos e não desenvolvem as sementes. Os frutos que esca­pam ficam irregulares, pouco crescidos, pretos na superfície, com a casca áspera e seca.

Estes insetos depositam os ovos no pedúnculo floral, no bilro, no fruto desenvolvido ou no ramo novo, introduzindo-os no tecido da planta em gru­pos de algumas dezenas. As feridas assim feitas no pedúnculo interceptam a seiva e abortam as flores e bilros.

Já os "pulgões" são pequenos insetos que vi­vem em numerosas colonias nos renovos da planta, na página inferior das folhas novas e nos pedún­culos florais, chupando a seiva, impedindo o desen­volvimento das folhas e abortando as flores.

Combate: Malatol 50-E, Fenitrothion 50, nas dosagens de 400-600 cm3/100 litros de água/ha.

7. ARACNIDA

O problema de ácaros infestando e prejudican­do o desenvolvimento de cacaueiros enviveirados foi observado até o presente momento no municí­pio de Marabá.

As ninfas, e principalmente as fêmeas, mos­tram coloração variável do verde-amarelo ao parda­cento e avermelhado. As I a r v a s e os machos quase sempre se apresentam esverdeados.

Localizam-se de preferência na página inferior das folhas; inicialmente ao longo das nervuras, po­dendo posteriormente tomar todo o limbo.

As plantas de certo desenvolvimento, no cam­po, geralmente não mostram sintomas acentuados. Nota-se o apat'ecimento de manchas descoloridas nas folhas, que depois passam a bronzeadas. Nos viveiros, no entanto, prejudicam o desenvolvimento das mudas, podendo causar a desfolha quase total das plantas; também recobrem-na com abundante teia.

A principal espécie é Tetranychus mexicanus Mc Gregor

22

Combate: Malatol 50-E ou Fenitrothion 50-E. Diluir 400-600 cm3 do produto em 100 litros de água e pulverizar as mudas até molhar a folhagem. Repetir a aplicação com intervalos de 15-20 dias.

PRAGA DO PRODUTO ARMAZENADO

8. LEPIDOPTERA 8.1. Phycitidae

Espécie : Ephestia cautela Walker, 1864

A "traça do cacau", ou lagarta, encontrada em vários armazéns de cacau dos exportadores de Belém, alimenta-se no interior da amêndoa de ca­cau, destruindo r os cotilédones e expelindo, atra­vés de orifício de entrada, os excrementos, que são ligados entre si por meio de fios de seda produzi­dos por ela (Figura 13).

Figura 13 - Amêndoas mostrando estragos causados pela traça. Detalhes da larva , pupa e

adulto.

A lagarta é incapaz de penetrar em amêndoas sa­dias, sem ferimentos, daí ser aconselhado o má­ximo cuidado para evitar as amêndoas germinadas, provenientes da colheita de frutos amadurecidos demais, cujo hipocótilo, caindo depois da secação, deixa sempre uma porta aberta para a entrada da praga.

Combate: Fumigação com Fosdrin, Brometo de Metila sob lonas plásticas, variando sua dosagem e tempo de acordo com o volume do material.

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INFORMES ECONÔMICOS DO CACAU

Laérc io Pinho Lima

I. Preços ao produtor, médias mensais de outubro /1974 a dezembro/ 1977

Para: Brasil, :'I'igéria, C. ~rfim e Ghana.

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GHANA

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Noto: Preços IJO produtor sõo calculados dos preços méd ios do produto, em moedas e pesos nac i onais, transformados em US centevas por

l i bro peso , u sando cotações mensais do dólar.

Fonte: Conjuntura Econômico, vaI. 26 . Nr; 12 - Dez. 1974, vai. 29,'N~ 8 - Ago. 1976, DEPEX-CEPLAC. P reços médio5 00 Produtor· Set. 1975 , Gill &. Duffus " Co· coo Ma rket Repor' " . N? 277 , 278; C E P LA C . C E P EC. Divi sào de Soe i oeconomio.

o NOJ FMAMJJ A SONOJ FMAMJJ AS QNDJF MAM JJAS O NO

1974 1975 1976 1977

23

Page 25: rev. c. atual. vol.14-nº 4-1977

11. COTAÇÕES NA BOLSA DE NEW 1'ORI(, (BAHIA, GHANA); PREÇO AO PRODUTOR

Brasil, Nigéria, C. Marfim , Glana e Vendas Acumuladas

Mês / ano

Out . /76 Nov. Dez. J an. /77 Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Ju1. Ago. Set. Dut. Nov. Dez.(5)

COT A,ÇOES DE NEI,.J YORI<. l

BAHI A GHANA

132 , 88 138, 20 150 , 46 154 , 07 15 3, 26 155,40 175,8 7 175 ,54 193, 05 19 3 , 08 205 , 75 205 , 78 188 , 88 190,39 196, 40 196 , 40

221, 00 240 , 71 231,55 25 0 ,3 3 222 ,22

BRASIL 2

333 , 08 384 , 52 400 , 83 480 , 03 622 , 08 580 , 44 530 , 63 59 5,40 667,70 708,3 7 706, 93 673,33 657,5 0 647,85 585,85

F ante: Gi 11 8: Ouffus • Cocoa Ma rket Report",

PREÇO AO PRO DU TOR

NIGt:RIA 3 C. MARFIM 4 G1ANA 5

660 180 20 660 180 20 660 180 20 660 180 20 660 180 20 660 180 20 660 180 20 660 180 20 66 0 180 30 66 0 180 30 66 0 180 30 66 0 180 30

1. 0 30 250 40 1.030 250 40 1. 030 250 40

Departamento de Exten.ao (OEPEX) do CEPLAC. 'Plano de Financio_nto " Preço 00 Produtor

Notas: (1) Cotações Spot . Médios Mensais em centavos por Libra Peso (2) Cr$ por Arrobo de 15 quilos (3) Nairo por Tonelada (.t) C.F.A. Francos por quilo (5) Cedis por 60 Lbs. (6) Estimativo

***

24

VENDAS ACUMULADAS (SACOS DE 60 QUILOS)

1976/1977/1978

3.19 7.4 73 3.349.366 3.460.406 3.534.312 3.526.241 3.498.223 3.477 . 082 1.628.854 1.894.054 2.276,160 2.454.974 2.717.262 2. 932.600 3.153.664 3.229.340

Page 26: rev. c. atual. vol.14-nº 4-1977

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