Revelação 251

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Jornal laboratório do Curso de Comunicação Social da Universidade de Uberaba. 24 à 30 de junho de 2003

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Jornal-laboratório do curso de Comunicação Social, produzido e editado pelos alunos de Jornalismo e Publicidade & Propaganda da Universidade de Uberaba ([email protected])

Supervisora da Central de Produção: Alzira Borges Silva ([email protected]) • • • Edição: Alunos do curso de Comunicação Social • • • Projeto gráfico: André Azevedo ([email protected]) Diretor doCurso de Comunicação Social: Edvaldo Pereira Lima ([email protected]) • • • Coordenador da habilitação em Jornalismo: Raul Osório Vargas ([email protected]) • • •Coordenadora da habilitação em Publicidade e Propaganda: Érika Galvão Hinkle ([email protected]) • • • Professoras Orientadores: Norah Shallyamar Gamboa Vela ([email protected]), Neirimar deCastilho Ferreira ([email protected]) • • • Técnica do Laboratório de Fotografia: Neuza das Graças da Silva • • • Suporte de Informática: Cláudio Maia Leopoldo ([email protected]) • • •Reitor: Marcelo Palmério • • • Ombudsman da Universidade de Uberaba: Newton Mamede • • • Jornalista e Assessor de Imprensa: Ricardo Aidar • • • Impressão: Gráfica ImprimaFale conosco: Universidade de Uberaba - Curso de Comunicação Social - Jornal Revelação - Sala L 18 - Av. Nenê Sabino, 1801 - Uberaba/MG - CEP 38055-500 • • • Tel: (34)3319-8953http:/www.revelacaoonline.uniube.br • • • Escreva para o painel do leitor: [email protected] - As opiniões emitidas em artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

Miriam Lins7º período de Jornalismo

FestaFesta Caipira Beneficente promovida

pela diretoria da comissão de festas do forumMelo Viana

Local: Praça Manoel Te rra (em frente aoMercado Municipal)

Data: 05/07/2003Horário: 16:00 às 24:00 hrsAnimação: Jogos e brinquedos; som

eletrônico, programação culturaldiversificada, quadrilha, palhaços, TrioCiariba e Grupo de Catira; duplas sertanejase sanfoneiro.

Palestra1º Encontro de Arte e Educação em

UberabaTema: “Inquietações e Mudanças no

Ensino de Arte”Data: 28/06/2003

Local: Auditório B da Faculdade deMedicina do Triângulo Mineiro - FMTM

Organização: Professores e alunos daFaculdade de Educação de Uberaba – FEU

Coordenação: Profª Elisa Muniz Barretode Carvalho.

Convidados: Lucia Gouvêa Pimentel –Doutora em Arte Educação pela USP – ECA,vice-diretora da Faculdade de Belas Artes daUFMG; Anna Rita Ferreira de Araújo – Mestreem Arte Educação pela USP – ECA, diretorado Projeto Solidaried´arte’Martha Maria PrataLinhares – Mestre em Educação pela PontifíciaUniversidade Católica de São Paulo.

ExposiçãoExposição de esculturas de cerâmica e

papelãoTema: “Experimentum”Data: 04/07/2003Local: Fundação Cultural de UberabaHorário: 20:00 hrsExpositores: Ivani B. Bessa / José Eduardo

Agenda Cultural

O Revelação traz, nessa edição, umavariedade de assuntos: receitas juninas,arraial, simpatias e jogos RPG. Assuntos taiscomo dependência química e projetoscomunitários realizados pelos alunos tambémestão presentes em nossaspáginas. Assuntos que estão,infelizmente, fazendo partedo cotidiano foramdemonstrados: um deles é aviolência contra a mulher.Essa situação está sendo explorada emnovelas, discutidas em revistas femininas,estão sempre em pauta nas delegacias einstituições voltadas para a mulher. Aviolência é um triste assunto que ainda estáem voga. Em voga, igualmente está a

dependência química, problema que afetanossos jovens e que deixam os paisliteralmente de cabelo em pé.

Mesmo com os impasses do dia-à-dia, oeditorial vem ressaltar o prazer que todos os

envolvidos no Revelaçãosentem em elaborar essejornal. Os alunos exercitam ofeeling de jornalistas, osprofessores mandam o recadoacadêmico, e você ... bem,

você, caro leitor, integrante da comunidade,possui papel fundamental em nosso processode criação. Através de sua leitura, nasdiscussões suscitadas pelas reportagens feitas,o trabalho, ainda que ás vezes árduo, égratificante... para alunos e professores.

A violência é umtriste assunto queainda está em voga

Variedade deassuntos

Adriana de Carvalho Rodrigues da Cunha1º ano de Jornalismo

Aqui estou eu novamente. Sempre nomesmo canto de minha casa. Neste que é meuespaço, meu “mundinho particular”, de ondejá fui e voltei algumas vezes. A vida passa ecá estou eu novamente; no meu quarto,escrevendo como há dez ou talvez quinze anosatrás. As lembranças começam a surgirespontaneamente. Já não posso mais sentarna janela como antes, pois, agora o mundo éoutro, a janela tem grades. Penso nas vezesque já pulei esta janela, que bom que agoranão preciso mais pular. É claro, que a intençãodo meu pai foi das melhores porque nossobairro já não é mais tão seguro e as crianças,digo, meus filhos poderiam se machucartentando algumamolecagem.

Como moro em umsobrado de esquina,um dos meus maioresprazeres era sentar najanela alta e ficarolhando as estrelasenquanto escutava aBetânia cantando as músicas do Roberto,numa daquelas noites melancólicas, para nãodizer dramáticas de “crise adolescente”. Nomeu cantinho mágico tudo era possível.

Já estava demorando, saí dos meusdevaneios quando meu irmão entrou no meuquarto com o seu fatídico: “E aí, irmã!”Respondo: “Beleza”. A campainha toca, oalarme do carro dispara, minha mãe grita:“Adriana, venha tirar seu carro”. Enquanto aÍris, nossa funcionária, subindo e descendo

as escadas compõe uma melodia com seuschinelos que que parecem feitos com umacapa de metal embaixo. São chinelos parasapateado, penso eu. Assim começa umasinfonia sofrível.

O telefone toca sem parar e o maestro queé claro só podia ser meu pai dá uma debarítono com sua voz grave: “Adriana, ondevocê estava até as três da madrugada? Vocênão toma jeito menina! E sua mãe sempreatrasada. Sueli, Sueli, vou perder a hora”. Diz,enquanto entra no meu quarto, sem a menorcerimônia e desliga o ventilador. “Para queventilador?” Pergunta básica. Então ele abrea janela e diz novamente:“O ar puro é muitomelhor”. Sai como entrou, não deu tempo deretrucar. O som então está ensurdecedor. ABetânia, a tv, o telefone, a campainha, Íris com

seu chinelo “toc toc”,as crianças chegandoda escola, chorando esorrindo ao mesmotempo e, paracompletar o quadro“Felliniano”, meuirmão com seu rockprogressivo tentando

me convencer que: “É demais, irmã!”Falando em Fellini, eu diria que somos

uma daquelas típicas famílias italianas que eletanto retrata em seus filmes. Acho que é porisso, que minha mãe adora os filmes dele. Sesente em casa. Comecei a sorrir e escuteiminha mãe novamente esbravejar com meupai, que tanto a provocou. Ele escuta quieto eno fim diz aquela frase que escuto desde queme conheço por gente: “Ah, esse sanguenapolitano da sua mãe!”

Meu canto predileto

Um dos meus maiores prazeresera sentar na janela alta e ficarolhando as estrelas enquantoescutava a Betânia cantandoas músicas do Roberto

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ão

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Karla Marília Meneses6º período de Jornalismo

A quadrilha é uma dança francesa quesurgiu no final do século XVIII e tem suasraízes nas antigas contradanças inglesas. Elafoi trazida ao Brasil no início do século XIX,passando a ser dançada nos salões da corte eda aristocracia.

Com o passar do tempo, a quadrilha integrao repertório de cantores e compositoresbrasileiros e tornando-seuma dança de caráterpopular.

De acordo com osanais da História, afesta junina foi trazidapara o Brasil pelosportugueses eespanhóis. Ascomemorações se iniciam no dia 12, vésperado Dia de Santo Antônio e terminam no dia29, dia de São Pedro. O auge da festa aconteceentre os dias 23 e 24, Dia de São Joãopropriamente dito.

As festas celebravam as colheitas e adevoção dos santos do mês, com destaquepara o dia 24 de junho, dia do nascimento deSão José. Para comemoração da colheita,aconteciam cantos, danças e, é claro,comidas. Apesar da atmosfera pagã, a

devoção e a religiosidade estavam presentes.No Brasil, os festejos juninos acontecem commuito forró, fogueiras e as irresistíveiscomidas típicas. No Nordeste, a Festa Juninaé um evento tão grande quanto o Carnavalcarioca. A festa de Campina Grande, naParaíba, atrai milhares de pessoas e disputacom Caruaru, em Pernambuco, o título demaior São João do Mundo.

Os santos comemorados no mês são oSanto Antônio no dia 13; São João, no dia 24

e São Pedro, dia 29.Santo Antônio éconsiderado o santocasamenteiro. Dia 13, aspessoas realizam assimpatias e promessaspara conseguir umcasamento. SantoAntônio, ao nascer,

recebeu o nome de Fernando: Fernando deBulhões y Taveira de Azevedo. Virou SantoAntonio de Pádua apesar de ter nascido emLisboa. Pádua foi a cidade onde faleceu. SãoJoão é considerado o santo das adivinhaçõese protetor dos doentes. Dia 23 de junho é acesaa fogueira em homenagem ao santo.

A fogueira é resultado de uma lenda:Isabel, grávida de João, encontrava-se nasmontanhas de Judá na companhia de suaprima Maria, noiva de José. Maria combinou

Qual a origem daFesta Junina ?No Brasil, a tradição veio com os portugueses

com José que quando o filho de Isabelnascesse, acenderia uma fogueira para avisá-lo, já que se encontravam numa regiãoisolada. Por esse motivo a fogueira é acesade véspera, dia 23.Já o “porteiro do céu” foipescador. São Pedro é o considerado oprotetor dos pescadores e em sua homenagem,procissões fluviais são organizadas,geralmente no dia 29. Pedro foi um dosapóstolos de Jesus. Por suas pregações, foicondenado a morrer na cruz - a história contaque foi crucificado de cabeça para baixo, porse considerar indigno de morrer do mesmomodo que Jesus Cristo.

Um componente indispensável para afesta é a dança. Como citamos no início damatéria, a quadrilha, surgiu na Europa. Sendouma dança coletiva de salão, entrou em nossopaís no tempo da Regência e passa a cultivadapelas camadas populares ao ar livre. A animaçãopossui um tom cômico. Na voz de comando dosmarcadores de quadrilha populares, no Brasil, enavant tous do francês, se transformaria emalavantu, balancé em balanceio, chemin du boisem caminho da roça e Retournez! Il pleut! em“Volta que está chovendo!” ou “Olha a chuva!”.Coisas da mistura brasileira…

As festas celebravam ascolheitas e a devoção dossantos do mês, com destaquepara o dia 24 de junho, diado nascimento de São José

reprodução

Folclore

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Rodolfo Rodrigues6˚ período de Jornalismo

A princípio uma organização muito dasmal - feitas, pensava-se, até o dia. Fizemosnoventa convites, mas o intuito era venderapenas cinquenta. Perdemos o controle evendemos todos os convites, na porta aindavendemos uma média de vinte. Um sufoco.Desesperados, pensávamos que não teríamoscomida e muito menos bebida para todos osque foram à tal festa juninada Comunicação Social.Mais parecia festa deconfraternização da Uniube,percebendo o número depessoas de outros cursospresentes.

Os problemas foram sanados, a comidaexcedia, compraram um número maior debebidas e a festa rolou solta, regada com muitacanjica, cachorro quente, pipoca, caldo demandioca, cerveja gelada e muito vinho, semesquecer do refrigerante e da famosapaçoquinha. Agora convenhamos, festa juninasem casório não existe, esse não faltou. Todosa caráter, verdadeiros caipiras. Os homens dejeca e as damas umas formusuras, com seusesvoaçantes vestidos de chita.

O padre era na verdade pastor, exorcizou

meia dúzia de demônios arrecadou seu dízimoe fez um belo casório, não fosse asinterrupções de bêbadas amantes do noivo; agravidez anunciada da noiva e oarrependimento do pai da noiva vendo-a casar,o noivo pobre e sua mãe insuportável.

O casamento aconteceu apesar dos trancose barrancos. E depois de todos os obstáculossanados, a quadrilha do Vai quem Quercomeçou, os pares se acharam e a zorra foiarmada. O padre, ah!, desculpem, o pastor,

puxou a roda, que maisparecia um aglomerado depessoas, de tanta desor-ganização. A combinação dospares foi muito bem feita,pareciam todos loucos

disformes, desordenados, ninguém sabia ondeera o começo ou o fim da roda. Os comandoseram na maioria inventados na hora, “a pontequebrou” foi substituída por, “ó, o provão doMEC aí gente”.

A cachaçada rolou até altas horas, passavadas quatro da madruga quando as pessoastomaram “desconfiômetro” e resolveram irembora, mas o fim da festa aconteceu só asseis da matina. Na verdade o fim da festa éfigurado, pois o fim mesmo nunca acontece.Na verdade, festa alguma que acontece emnosso meio universitário acaba.

Karla Marília Meneses6 Período de Jornalismo

Que o mês de junho é marcado porfogueiras, danças e bandeirinhas em todo opaís, todo mundo já sabe. E todo mundo sabetambém que junto com a festa muitas delíciasvêm alegrar o paladar dos festeiros. Muitasreceitas vieram de Portugal, porém, cá entrenós, ficaram mais gostosas quando receberaminfluência indígena e africana. Aí caiu,literalmente, na boca do povo. Vão aí algumasreceitinhas para incrementar ainda mais a festa.

QuentãoIngredientes:1 litro de pinga(cachaça, aguardente)5 limões 1 pedaço de gengibre cortado em

pedacinhos4 cravos3 paus de canela1/2 litro de água1 copo de açúcar

MODO DE PREPARONuma panela, misture todos os

ingredientes e deixe ferver. Coloque depoisem uma chaleira e mantenha sempre quente.Sirva em tigelas de louça ou de barro.

Pé-de-molequeIngredientes:3 copos de leite2 pratos fundos de açúcar1 colher (sopa) de manteiga1 colher (chá) de bicarbonato de sódio1 prato fundo de amendoim

Modo de Preparo:Em uma panela grande, coloque o leite, o

açúcar, a manteiga e o bicarbonato de sódio,e leve ao fogo. Reduza o fogo e deixe ferverpor 1 hora e meia, mexendo sempre, atéformar uma calda grossa.

Enquanto isso, coloque o amendoim emuma assadeira e leve ao forno médio por 30minutos, mexendo sempre, até que estejatorrado e a pele saindo com facilidade.

Para retirar a pele do amendoim, coloque-o em um pano de prato e esfregue. Separe apele e reserve o amendoim torrado.

Retire a calda grossa de leite do fogo ebata bem. Assim que começar a açucarar,coloque o amendoim, misture e despeje emum mármore untado. Corte em forma delosangos e deixe esfriar antes de separar ospés-de-moleques.

Arraiá dacomunicação

O casamento aconteceuapesar dos trancose barrancos

O assunto é o coração: aos solteiros esolteiras de plantão, as simpatias paraarrumar um marido, ou mesmo umnamorado, são tiro e queda. Muitas vovós emamães garantem que casaram com a ajudado nosso santinho casamenteiro, SantoAntônio. Orações e promessas também estãovalendo contra aquele terrível “encalhe” !

• Para agarrar de vez aquelepretendente: consiga uma foto 3X4 dele.Desenhe um coração do tamanho da foto como seu nome no meio. Cole o coração atrás dafoto, pingue três gotas de cera de vela(vermelha, de preferência) em cima da fotoe guarde dentro da sua gaveta de roupasíntimas.

• Pegue uma imagem de Santo Antônio,tire o menino Jesus e diga pra o santo trêsvezes: Santo Antônio, só vou devolver seuMenino Jesus quando arrumar um marido.Embrulhe o Menino Jesus num tecidovermelho e deixe num lugar bem escondido.

• Reconquistar o namoradoAmarre sete fitas de cores variadas em

um estátua de Santo Antônio. Coloque-adentro do guarda-roupa de cabeça para baixo.Em seguida, prometa ao santo libertá-loquando seu amado tiver voltado para os seusbraços.

Oração de Santo Antônio

“Meu grande amigo Santo Antônio, tuque és o protetor dos namorados, olha paramim, para a minha vida, para os meusanseios. Defende-me dos perigos, afasta demim os as desilusões e os desencantos. Fazeque eu seja realista, confiante, digna(o) ealegre. Que eu encontre um namorado(a) queme agrade, seja trabalhador(a), virtuoso(a) eresponsável. Que eu saiba caminhar para ofuturo e para a vida a dois com as disposiçõesde quem recebeu de Deus uma vocaçãosagrada e um dever social. Que meu namoroseja feliz e meu amor sem medidas. Quetodos os namorados busquem a mútuacompreensão, a comunhão de vida e ocrescimento na fé. Assim seja.”

Vai uma simpatiae um quentão aí?!Receitas culinárias e para arranjar um marido fazem a festa

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Simpatias

Festa

Cassia, Alessandra e Rodolfo divertem-se na festa

arquivo pessoal

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Graziela Christina de Oliveira1º ano de Jornalismo

Em 2001, o curso de Arquitetura eUrbanismo da Universidade de Uberabaadotou como obrigatoriedade a realização deatividades comunitárias por meio dos alunos.Naquele ano, cinco projetos elaborados pelosalunos foram entregues para seremanalisados. No ano seguinte, dentre estesprojetos levantados, foi escolhido aquele quepropunha a construção de um espaço públicono conjunto Alfredo Freire para ser executado.

Esse tipo de trabalho é feito através deuma integração entre o curso, o instituto e oslaboratórios. Todas essas atividades sãoidealizadas pelo curso e, posteriormente,executadas pelo laboratório que fica dentrodo Instituto de Ciências e Tecnologia.“Estamos constantemente desenvolvendopesquisas que depois são aplicadas no cursopara serem mais elaboradas,” disse oprofessor do curso José Carlos.

Um núcleo de pesquisa fica responsávelpelo levantamento de dados que, em seguida,são encaminhados para os alunos. Todos osalunos do curso são envolvidos neste trabalhoe ficam encarregados de elaborar uma outraetapa do projeto.

A idéia de construção da praça passou portodos estes processos. Primeiro, foi feito umdiagnóstico entre a população e constatou-sea necessidade de um espaço de lazer comoesse. Depois, o projeto foi para o laboratórioonde se desenvolveu e retornou aos alunosque, então, começaram a concretizar otrabalho.

Para selecionar os alunos que iriamparticipar da construção da praça, o curso

realizou uma espécie de concurso onde quemquisesse, poderia apresentar uma propostapara a execução do trabalho. Depois de umaanálise, escolheu-se a proposta que mais seadequava à idéia e que, ainda assim, poderiasofrer intervenções.

Cerca de 40 alunos do 1º e 2º anostrabalharam de acordo com as novas diretrizesque colocavam essas atividades comoobrigatórias. Além destes, todos osprofessores segundo a área de atuação de cadaum e demais alunos de outros períodos quenão tinham a obrigação do novo currículo,atuaram como voluntários. Os participantesforam alternados emgrupos de 60 pes-soas que se reve-zaram pela manhã epela tarde duranteuma semana.

O trabalho, quese iniciou no final deOutubro do ano passado, teve que serinterrompido por causa da chuva, queatrapalharia a concretagem da praça. Asatividades que foram retomadas no mêspassado, concluíram a concretagem erealizaram, ainda, a capinagem e a limpezado local. Estão faltando, agora, a colocaçãodo piso na área de convivência e a instalaçãode postes e luminárias.

A realização deste projeto contou com asolidariedade de muitos órgãos. Firmas deconcreto e de material elétrico doaram osmateriais que foram utilizados na construçãoda praça. O Horto Municipal ajudou com asplantas e a prefeitura com a terra e o pessoalde terraplanagem. A Universidade de Uberabatambém entrou como colaboradora.

DecisãoCada Universidade tem direito a inscrever

um projeto para concorrer ao Prêmio TopEducacional. A iniciativa de enviar a propostada construção da praça partiu de um consensoentre o professor Marcelo Palmério, Reitorda Universidade de Uberaba e da Pró- Reitorade graduação, professora Maria Helena. Elesdecidiram que, naquele ano, o melhor projetojunto à comunidade tinha sido aqueledesenvolvido pelo curso de Arquitetura dainstituição. Cinco professores que haviaminiciado esse trabalho, escreveram eencaminharam um resumo. O resumo foi

aceito e, então, elesmandaram o projetopor inteiro.

A coordenadorado curso de Arqui-tetura e Urbanismoda Universidade deUberaba, Carmem

Maluf, disse que se sentiu muito orgulhosaquando recebeu a notícia de que a propostaque eles enviaram havia sido premiada. “Foiemocionante. Para os alunos, então, foi muitoimportante porque eles perceberam que otrabalho que eles tinham iniciado no cursotinha dado fruto,” concluiu.

SolenidadeA premiação aconteceu no dia 7 de abril

deste ano, em Brasília, e contou com aparticipação de autoridades do Ministério daEducação, do Congresso Nacional e dogoverno do Distrito Federal. O 1º lugar ficoucom a Universidade Anhembi que apresentouo projeto “Centro de Design e Moda AnhembiMorumbi” que procurou desenvolver

Empenho reconhecidoCurso de Arquitetura da Universidade de Uberaba recebe prêmio por projeto comunitário

atividades conjuntas e interdisciplinares nocurso, gerando diversas conquistas quealavancaram a pedagogia vigente.

Além da Universidade de Uberaba, querecebeu menção honrosa pela atividadecomunitária que os alunos do curso deArquitetura realizaram, o CentroUniversitário Newton Prata também foiprestigiado. O Centro desenvolveu um projetorelacionado à Toxicomania que foi divididoem três etapas: prevenção, tratamento ereinserção dos alunos dependentes. Oatendimento feito por alunos e professores doscursos de Psicologia, Medicina, Farmácia,Nutrição e Pedagogia trabalham com usuáriosa partir dos 12 anos.

O PrêmioO Conselho da Presidência da Associação

Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior(ABMES) instituiu, em 1992, o Prêmio TopEducacional que tem por objetivo premiar asinstituições de ensino superior que apresentemprojetos propondo soluções inovadoras dentrodos cursos oferecidos por elas.

O Prêmio, que em 1997 passou a sechamar “Prêmio Top Educacional ProfessorMário Palmério”, é concedido a apenas umainstituição. As demais, que mostraremtrabalhos também interessantes, sãocontempladas com menções honrosas.

Esta foi a segunda menção honrosarecebida pela Universidade de Uberaba.A primeira, em 1999, foi conquistada pelocurso de Jornal ismo através doRevelação, o Jornal- laboratório daFaculdade e, ainda, pela proposta dehumanização da narrativa jornalística nabusca pela modernização do curso.

Curso de Arquitetura adotoucomo obrigatoriedade arealização de atividadescomunitárias por meio dos alunos

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Drogas, álcool e vida,será que combinam?

Simone Silva5o período de Jornalismo

Desestrutura familiar tais como paisseparados ou muito controladores e influênciade amigos, são alguns dos principais motivosque levam os adolescentes a se iniciarem nomundo das drogas. Muitas vezes, a forma comoalguns pais educam seus filhos, controlando-os de maneira excessiva para evitarem ocontato com as drogas, possivelmente despertacuriosidade, levando-os a experimentar, e atémesmo a gostar.

Geralmente, adolescentes iniciam no mun-do das drogas através do álcool e o cigarro. Osembalos os amigos são normalmente o passoincial para que o jovem experimente algum tipode droga. A maconha é na maioria das vezesprimeira droga ilegal a ser experimentada. Ouso eventual de drogas na adolescência, não éindício para a definição de um perfil distintivodo viciado ou dependente químico.

Adolescentes viciados em drogas têm maistendências a abandonar os estudos, a engros-sarem os índices de desemprego e amarginalidade, principalmente os adolescentescom pouco poder aquisitivo pois acabam rou-bando para sustentar o vício. O dependentecomeça a mudar seu comportamento mudan-do geralmente todo o seu comportamento: tro-ca as amizades, as obrigações ficam em segun-do plano, tornam-se agressivos, irritam-se comqualquer coisa, enfim, a pessoa muda todo seuperfil psicológico, físico e moral.

A grande maioria dos jovens não consegueabandonar o uso de drogas sem tratamento:jovens com transtornos psiquiátricos (depres-são), amigos de usuários de drogas, uso preco-ce de álcool, baixa auto-estima, filhos de usu-ários, jovens que gostam de se arriscar e devivenciar sensações muito intensas, que nãopensam no futuro, que têm o hábito de mentire jovens impulsivos.

A droga é toda substância que produzefeitos no organismo. Seu uso torna-se umproblema quando o obje-tivo é provocar alteraçõesmentais nas sensações, nograu de consciência e noestado emocional, levan-do à dependência física epsicológica.

“Já nasci alcoólatra”, disse Gonçalo GarciaDiniz Filho 57 anos, que por volta dos sete anosse viciou numa bala de chocolate recheada comlicor. Como a bala era fraca, ele a ingeria em

quantidade, não conseguia ficar sem ela. Foiassim até os 14 anos, quando começou a tomartodo tipo de bebida alcoólica. Não teve influ-ência de ninguém, foi por vontade própria.

Gonçalo conta que,quando tomava cerveja, afamília achava bonito, di-zia que ele era forte, queagüentava. Mas muitas ve-zes ele ficou embriagado,fazendo coisas fora da re-

alidade, e obtendo perda de memória. Quandoas pessoas contavam a ele, o que havia feito,ficava ansioso e depressivo.

O álcool fez com que ele perdesse muitas

oportunidades, como a de estudar, de jogarfutebol, perdeu também vários empregos. De-pois dos 14 anos, era difícil o dia que ele nãobebia, já não era mais ocasional, nem social,era habitual. Chegou aexperimentar as drogasilícitas, mas sua depen-dência, continuou mesmono álcool.

Com 30 anos, Gonça-lo tomou consciência eviu que não dava mais. “Já não agüento maisesse alcoolismo, estou com vontade de suici-dar”, disse ao irmão que lhe falou: “você agüen-ta sim, quem não agüenta são os outros”. Seu

alcoolismo, já estava atingindo sua família,fazendo com que a esposa e os filhos, não orespeitassem mais, pois ele trazia do bar, bri-gas, misérias, ódio e ciúmes.

Foi então que ele resolveu procurar ajuda,indo a uma reunião do A.A. (Alcoólicos Anô-nimos). “Na primeira vez que fui, já parei debeber, pois cheguei e vi escrito ‘evite o pri-meiro gole mente aberta`”. Lá descobriu quealcoolismo é uma doença, e não safadeza e di-versão como acreditava. “Gostei das reuniõese frequento o AA até hoje. Fazem 26 anos queeu não bebo álcool”, diz Gonçalo.

As reuniões do A.A. não promovem ape-nas a abstinência alcoólica, existe tambémapoio para a mudança de caráter, de comporta-mento e transformação de vida.

Hoje, depois de 26 anos longe do álcool,Gonçalo ainda participa das reuniões, do A.A.,desenvolvendo projetos sociais, encaminhadopessoas para as clínicas de recuperação e parao próprio A.A.

A Alcoólicos Anônimos é uma irmandademundial de homens e mulheres que se ajudammutuamente a manter sobriedade e que se ofe-recem para compartilhar livremente sua expe-riência na recuperação com outros que possamter problemas com seu modo de beber. A preo-cupação do A.A. é com a recuperação pessoale a contínua recuperação individual dos alcoó-licos que procuram socorro na irmandade.

A A.A. é auto-sustentável. Seus própriosintegrantes e grupos geram e administram osrecursos, e recusam contribuições de fontesexternas. Seus membros preservam oanonimato pessoal na imprensa, filmes e outrosmeios de comunicação. A irmandade funcionaatravés de mais noventa mil grupos locais emmais de cento e quarenta países.

Segundas intençõesPor trás do consumo de drogas há um gran-

de interesse econômico, pois a adolescênciarepresenta um grande mercado para uma sériede produtos como roupas, músicas, tipos de

alimento, álcool e para oconsumo de drogas.

A maconha é a drogamais usada no mundo,sendo consumida na formade cigarro. É obtida dasfolhas e flores secas da

planta Cannabis Sativa que apresenta cerca desessenta substâncias psicotrópicas (substânciaque age sobre o psiquismo, como calmante oucomo estimulante, provocando perturbações

Gonçalo conta que, quandotomava cerveja, a famíliaachava bonito, dizia que eleera forte, que agüentava

Depois dos 14 anos, eradifícil o dia que ele não bebia,já não era mais ocasional,nem social, era habitual

Dependência química

fotos: reprodução

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psíquicas) sendo a mais importante delas oTHC (tetrahidrocanabitol). A droga é adqui-rida na forma de trouxinha, onde a mesmase encontra prensada em forma de tablete.Sua coloração é esverdeada e, para se tornarpossível o consumo, é preciso desmanchar otablete para que fique como o fumo encon-trado nos cigarros, na forma de folhas pica-das, quando então é colocado no papel e en-rolado para que o “baseado” (cigarro de ma-conha) seja fumado.

O Centro de Reeducação do Adolescente,localizado em Uberaba, desenvolve projetoscom menores infratores. Segundo a psicólogado centro Renata Andréa Ferreira, a maioriados adolescentes atendidos por ela, cometempequenos furtos para conseguirem dinheiropara comprar drogas.

Renata atua na área da psicologia socialtentando resgatar os valores e levantar a auto-estima dos internos. Para desenvolver este tra-balho ela usa técnicas como: testes psicológi-cos, entrevistas individuais, dinâmicas de gru-po e mandalas. “Este trabalho é muito impor-tante, pois os internos chegam desmotivados,muitos ficam sem tomar banho, não se valori-zam e essas dinâmicas os ajudam muito”, ex-plica Renata.

Uma vez por semana, ela trabalha comas famílias dos internos.É neste momento queRenata constata que namaioria dos adesestrutura familiar émuito grande. E juntocom um profissional doserviço social confir-ma-se que o adolescen-te mergulhou no mundo das drogas e veio acometer o atosinfracionais por falta de es-trutura familiar.

Ela explica que no centro de reeducaçãodo adolescente eles têm o privilégio de conhe-cer o outro lado dos internos. Aqueles meni-nos que lá fora fazem maldades e cometematrocidades, no centro adquirem outra condu-ta, como o desenvolvimento de alguns traba-lhos interessantes e circulando livremente portodo o local.

Os internos permanecem no centro por qua-renta e cinco dias. Segundo Renata, não é umtempo desejável para fazer um tratamento.Devido à ansiedade e a esse tempo de absti-nência, quando saem eles reencontram a famí-lia ainda desestruturada, e começam a fazernovamente o uso de drogas.

Com apenas doze anos de idade, RobertoLazarine, conheceu o tabaco e o álcool. Ele quehoje está com 38 anos vem de uma família dealcoólicos. Sua avó era alcoólatra, e dos seusonze filhos, oito são dependentes de álcool,inclusive seu pai, que morreu por problemascausados pelo álcool. Não demorou muito,quando um primo lhe apresentou a maconha.

Roberto fala, que quando experimentoua maconha, viveu momentos de prazer e alí-vio para seus problemas, principalmente porcausa do alcoolismo de seu pai. Para ele adroga foi como um refúgio, pois as brigas e

a desarmonia reinavamem sua casa.

Segundo ele, muitosdependentes de drogas,buscam a aprovação deum determinado grupo outribo. O rito de entradapara a pessoa permanecerno grupo com o qual ele

se identificou era fazer o uso de drogas. Jnumdeterminado momento se envolveu tanto comas drogas que deixou a escola.

Aos 18 anos Roberto usava maconha einalantes. E aos 19 anos quando foi para oexército, conheceu um amigo que lhe apre-sentou a cocaína. Ele esqueceu todas as ou-tras drogas e mergulhou na cocaína, onde fi-cou até os 26 anos.

Como trabalhava para ajudar na renda fa-miliar e para sustentar seu vício, Roberto con-seguia esconder sua situação da família, pro-curando melhorar sempre antes de chegar emcasa. Seu caso talvez seja uma exceção, mes-mo sendo dependente, ele não entrou no mun-do da marginalidade, e trabalhou com carteiraassinada durante o tempo em que foi usuário.

“Trabalhei em uma loja, onde cheguei a me

abrir com o patrão, como eu era um bomfuncionário, às vezes ele deixava eu dormirde manhã no banheiro. Forrava papelão edormia. Mas chegou um tempo que pedi de-missão, pois estava sendo dominado peladroga e não conseguia fazer outra coisa, anão ser usar drogas.”

Quando percebeu que já estava dependen-te da droga injetável, ele tentou uma fuga geo-gráfica, mudou de Uberaba para São Paulo.Tentou largar as drogas de várias maneiras. In-vestiu em novos relacionamentos, novos em-pregos, mas o problema sem-pre ressurgia. Pensou que ocasamento e um filho seriama solução. Chegou a se casar,teve um filho, o casamentodurou apensas nove meses,pois o problema com as dro-gas persistia.

O que levou Roberto a re-fletir e tomar consciência de que a droga esta-va acabando com a sua vida, foi seu filho. “Nosfinais semana, não fazia o uso, pois eu ficavacom meu filho. Mas um domingo “fui buscá-lo na rebordosa, lembro que quando estendi asmãos para pegá-lo, ele não quis vir comigo,aquele dia fui para casa pensativo e uma se-mana depois eu me internei”.

Depois de sua recuperação, nunca maisusou drogas, ele fala que até pode mas nãodeve. Aprendeu que não precisa disso paraviver, ele sai, vai a festas, mas sempre sabendoo limite entre ele e as drogas.

“Assim como você precisa de pessoas parate iniciar no uso de drogas, você precisa tam-bém de outras tantas para te ajudar a parar emanter distância, porque muitos conseguemparar, mas não conseguem se manter distanci-ados”. Afirma Roberto, que durante 14 anos o

que mais fez foi parar, mas não conseguia semanter distante.

Hoje, livre das drogas há dez anos,Roberto tem uma boa relação com seu fi-lho. Além disso faz trabalhos sociais, é in-tegrante de um grupo religioso, e orientaos jovens que passam pelo que um dia elepassou. Também é presidente do Centro deReeducação do Adolescente. Voltou a estu-dar, se formou em Magistério e atualmentecursa o 4o ano de pedagogia.

“Hoje eu encontrei minha felicidade, nãopreciso de “baseado” nemde cerveja, tomo uma gar-rafa de água mineral e mesinto uma pessoa normal,danço, curto, e aproveito avida”, disse RobertoLazarine.

A cocaína age no sis-tema nervoso, acelerando

a atividade mental e produzindo estados deexcitação psíquica. O usuário tem a sensa-ção de que é forte, poderoso, invulnerável,importante e que pode tudo. Depois de al-gum tempo de uso, o usuário acha que estásendo perseguido e espionado. Provoca eu-foria quando inalada ou injetada, liberandoneurotrasmissores cerebrais que são subs-tâncias responsáveis pela comunicação en-tre os neurônios. Quando o efeito está aca-bando, o usuário passa por uma depressãoforte, fazendo que volte a usar.

Estudos e pesquisas mostram que o uso dedrogas na adolescência traz problemas de saú-de na idade adulta, que são: problemas respi-ratórios, como resfriados e sinusites, dificul-dades de concentração, memorização e apren-dizagem, dores de cabeça, tonturas e proble-mas de visão.

“Assim como você precisade pessoas para te iniciar nouso de drogas, você precisatambém de outras tantaspara te ajudar a parar”

Estudos e pesquisasmostram que o uso dedrogas na adolescênciatraz problemas desaúde na idade adulta

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Guilherme de Oliveira MarinhoCamila Montandon DrummondAdriana C. Rodriguez da CunhaEder Marcílio GuimarãesSelma Maria Neri1˚ ano de Jonalismo

–“Vocês estão na porta do Castelo doLord Shovemmort. É um grande castelo cinza,com algumas poucas árvores secas nosarredores - diz o mestre. – O que vocês vãofazer?

– Vou abrir a porta - diz o LadinoQuarion, o Elfo.

– Está trancada – retruca o mestre.– Então vou usar minhas perícias de

ladrão para arrombá-la– Muito bem, você conseguiu. Quando

você e seus amigos de aventuras entram nocastelo dão de frente com o grande hallprincipal, no centro há uma escada velha ede madeira, o chãoé coberto por umtapete vermelho,empueirado e comestranhos dese-nhos. Há duas por-tas a direita, duas aesquerda e outras duas atrás da escada. Nosegundo andar vocês vêem várias portas etrês estátuas de Gargulas, uma a direita, umaa esquerda e uma logo após o fim da escada.Todo salão cheira a mofo – diz o mestre. Oque vocês vão fazer?

Então Paladino Prestor fala:– Vou abrir uma das portas à esquerda.E mestre fala:– Quando você faz isso, as Gargulas

despertam e começam a preparar um ataquecontra vocês. O que vão fazer?

– Eu desembanho minha espada larga epreparo um ataque de investida- diz oPaladino Prestor.

– Vou conjurar uma magia de bola defogo- fala a grande maga elfica Endy.

E o clérigo anão grita: - Desapareçam,seres malignos! – E começa brandir seumachado.

– Eu vou me esconder e atacarfurtivamente essas Gárgulas. – fala Quarion”

Este é um exemplo típico de uma sessãode RPG, um novo jogo que surgiu em meadosde 1974, nos Estados Unidos, que mais tardese tornaria um dos hobbies mais praticados

por pessoas do mundo inteiro. Chamado pelosingleses de RPG, ou seja, “Role PlayingGame”, que no bom português se torna Jogode Representação, ele trouxe polêmicas porser chamado por alguns pais de “joguinhoviciante”, causou discussões e desentendidospor ser ainda tratado com preconceito, foitaxado como “coisa de maluco” e no extremo,“jogo do demônio”. Entretanto, o jogo nãoperdeu sua popularidade e está presente atéhoje.

No Brasil, o RPG chegou em meados dadécada de 80, através de estudantes quefaziam intercâmbio nos EUA. Veio a chamada“geração xerox”, que providenciava cópiasdos caros livros originais norte-americanos.Obviamente, naquela época, só podia jogarquem dominava a língua inglesa. Em 1991surgiu o RPG brasileiro pioneiro – Tagma,que tinha como cenário a fantasia medieval.No mesmo ano veio GURPS, um “RPG

universal”, que aceitaqualquer gênero econtinua popular atéhoje. Com o tempo,muitos dos grandestítulos estrangeirosganharam versões

traduzidas, assim como surgia novos jogosfeitos por brasileiros.

A princípio, o jogo era apenas diversão,mas educadores, psicólogos e jogadoresexperientes, viram nele um grande potencial

na área do ensino, dos tratamentospsicológicos, e até mesmo uma forma deexpandir suas capacidades sociais.

Trata-se de uma forma diferente de contarhistórias e sua essên-cia maior está nacriatividade. Quandolemos um livro ouvemos um filme umahistória é contadapara nós - nos imaginamos no lugar dos pro-tagonistas dos filmes, vivendo suas aventurase o RPG vem de encontro a este anseio. Emvez de uma história contada pra você, ela serácontada com você. É como uma peça teatral,onde os jogadores criam seus personagens e

os interpretam. O diretor seria chamado demestre. É ele quem controla o mundo ondese passam as aventuras e narra osacontecimentos. Desta forma, o jogador nãoé um mero espectador, mas um participante

ativo, que como umator, representa umpapel e, como umroterista, escolhecaminhos e tomadecisões nem sempre

prevista pelo mestre, contribuindo narecriação da aventura.

Um bom desempenho dependem damaneira como você utiliza a imaginação e ainteligência para, em cooperação com osdemais participantes, buscar alternativas quepermitam encontrar as melhores respostaspara as situações propostas pela aventura. Éum exercício de diálogo, decisão em grupo,de consenso. Mas não existe competitividade,já que a diversão não está em vencer ouderrotar os outros jogadores mas sim emcontar ou criar histórias.

RPG ajuda a aprenderEstes jogos podem ajudar o aluno a fixar

a matéria ou até mesmo a se interar sobre elapara poder jogar bem. Neste caso os temasabordados podem ser:

História: o professor pega uma parte dahistória como a Idade Média e divide a turmaentre camponeses e nobres. Tratando-se daRevolução Francesa, o professor pode criarum site para os alunos navegarem. O mestrevirtual cria uma história que no final de cadaaula apresenta um desafio ou uma missão.Para obter sucesso, o aluno precisa navegarno site a procura das informações necessárias.

Jogo estimula criatividade e aguça a interpretação

RPG também éeducação

Em 1991 surgiu o RPG brasileiropioneiro – Tagma, que tinha comocenário a fantasia medieval

Um bom desempenho dependemda maneira como você utiliza aimaginação e a inteligência

Especialfotos e ilustrações: reprodução

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Jogadores de “Caverna do Dragão” participam do XI IERPG (encontro internacional de RPG)

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Essa seria uma mistura de livro-jogo comPbEM (play by-e-mail)

Química: O aluno deverá pesquisar, porexemplo, as várias técnicas de fracionamentode misturas para abrir portas com “fechadurasquímicas”, e assim, poder sair de um labirintocriado por um misterioso alquimista.

Matemática: enigmas e charadasmatemáticas irão trazer mais animação eentusiasmo se fizerem parte de uma aventuranum mundo dominado por poderososcomputadores (alguém pensou em Matrix?).

Física: ao invés de estudar sóteoricamente, as fórmulas de queda livre e domovimento curvilíniosem saber exatamente suautilidade, o aluno deverácompreendê-las parapoder calcular e dirigirprojéteis numa batalhasimulada entre países, sobcomando de váriosgrupos de colégas de classe.

Inglês: durante uma aula pode ocorrer umacidente no contínuo espaço-tempo,transferindo toda classe para uma cidade dosEstados Unidos. O sentido de perigo, deemergência, vai estimular os alunos a buscartodos os seus conhecimentos para se sair bemda situação.

Literatura: uma tarefa muito interessantepara uma aula seria a criação e redação deaventuras para serem vividas pelos própriosalunos e colegas de outras classes.

Redação: é um ótimo estímulo paraescrita, já que ao criar aventuras, o aluno teráque escrevê-las.

Algumas escolas já perceberam asvantagens de ensinar jogando o RPG, o alunose envolve muito mais no aprendizado, poisse sente estimulado já que cria-se umaidentificação com a matéria. O conteúdo daaula deixa de ser coisa teórica e distante parase tornar mais vivo e atraente.

No Centro Educacional Lagoa (CEL) oRPG está sendo aplicado nas aulas de Históriaem alguns países como a Dinamarca e Suécia,isso já ocorre com frequência. Nos EstadosUnidos, o criador do AD&D (um dos títulosde RPG mais jogados do mundo), DaviAnerson, já trabalha em RPG educacional àdez anos. Já no Brasil, com as estruturasrígidas das escolas, este trabalho fica restritoàquelas que têm algum tipo de atividadecomplementar.

O RPG é mais um recurso à disposiçãode professores e alunos, não devendo sertomado como o mais importante e, muitomenos, como o único recurso a ser utilizadoem aula.

Por que o preconceito?É possível perceber o quanto o RPG tem

sido tratado com preconceito. Talvez porqueas pessoas não saibam exatamente do que setrata e, por isso, temem ao desconhecido outalvez por tamanha deturpação que este jogosofreu aos olhos do Poder Público e da mídia.

Foi o que aconteceu quando Aline SilveiraSoares, de 18 anos, foi encontrada morta afacadas num cemitério em Ouro Preto (MG),em outubro de 2001. Pelas marcas de sanguee pela posição em que seu corpo seencontrava, era provável que estariaacontecendo um ritual fictício dentro de umjogo de RPG e por isso, diversos jogadoresdo seu grupo foram indiciados pelo crime.Infelizmente, o assassino de Aline não soubediferenciar a enorme fronteira entre ficção erealidade.

A partir disso, a maioria das pessoas,mesmo sem ter a mínima noção do que é o

jogo, abominaram-no,influenciados direta-mente pelos meios decomunicação. Transfor-maram-no, em um jogodiabólico, demoníaco.Preestabeleceram estere-ótipos como “coisa de

maluco”, “joguinho alienante”, entre outros.E assim, formaram opiniões superficiais semao menos se preocuparam em conhecer suaverdadeira grandiosidade, sua real intenção.

Outro motivo é que, muitas vezes, o RPGé associado a só alguns títulos como“Vampiro”, “Iluminati”, “Divina Comédia”ou “AD&D”. Sabemos que RPG não se limitaa só esses títulos , mas sim a diversascategorias. Desligar o RPG de um ou outrotítulo é o primeiro passo para mostrar que ojogo pode ter várias utilidades.

Se alguém reclama que é um jogo dodemônio, bole uma aventura bíblica. Sealguém reclama que é um vício, procure jogarum pouco menos. Mas se alguém reclamarque é um jogo prejudicial, que traz má

influência, mostre para essa pessoa como oRPG está sendo utilizado no Brasil de formapositiva e dinâmica.

Vale lembrar que um dos maioresdesenhos já criados nos anos 80 que, aindahoje, é de grande sucesso, A Caverna doDragão, cujos amigos Hank, Sheila, Diana,Eric, Presto, Bobby e Uni se unem paracombater o vilão Vingador e o dragão Tiamat,foi criado por Gary Gygax o mesmo autor doprimeiro RPG, o Dugeons & Dragons.

Mais ainda, este RPG foi baseado noslivros do escritor JRR Tolkien que é uma sagaépica de fantasia medieval que recentementese transformou num dos maiores sucessos do

cinema mundial, O Senhor dos Anéis.Outro filme de grande sucesso, Entrevista

com Vampiro, baseado na obra da famosaescritora Anne Rice, foi uma das fontes deinspiração para a criação do segundo maiortítulo de RPG do mundo, juntamente com seus“livros-irmãos”, respectivamente - Vampiro:a máscara, Lobisomem: o apocalipse e Mago:a ascensão.

Enfim, se não há preconceito comdesenhos, cinema, literatura,… por quedeveria haver com o RPG, que não passade uma maneira diferente de se contarhistórias?

Em alguns países como aDinamarca e Suécia, o RPGestá sendo aplicado nasaulas de História

segue

Essas regra que seguem são própriaspara um live action, um modo diferentede jogar RPG, onde os jogadores secaracterizam como seus personagens eonde o lado teatral do jogo é mais evidente.Mas, mesmo assim, algumas delas, são deinteressante aplicação no jogo de mesa, amodalidade mais praticada pelosjogadores, pois propicia mais organizaçãodentro do jogo e acaba com eventuaisdesentendimentos que possam ocorrerdurante o jogo.

1- Avise todos. Mesmo que voceescolha um locaal discreto para o jogo,tenha certeza de que todos nasredondezas sabem que está acontecendo.Lembre-se, os vizinhos e transeuntespodem ficar assustados se não souberemque é apenas um jogo.

2- Não toque. Em nenhuma situaçãoum jogador deve tocar um outro nem emlutas simuladas, nem simples abraços. No

máximo, um toque ou aperto de mão –apenas quando realmente necessário. Alémde evitar todo tipo de acidentes, issotambém poupa voce de ter problemas como namorado da garota que seu personagemestá tentando seduzir…

3- Nada de armas. Mesmo que seupersonagem esteja armado, nunca – nemverdadeiras nem réplicas. Na melhor dashipóteses, use apenas armas que pareçamobviamente falsas e inofensivas, mesmoquando vistas à distancia – de preferênciafeitas de papel ou plástico de cores vivas ebrilhantes.

4- Área restrita. Depois de delimitadaa área do jogo, os participantes não devemabandoná-la até o fim do jogo. Voce nuncadeve, de forma alguma, atuar comopersonagem fora da área – ou mesmo servisto fantasiado longe de onde acontece ojogo.

5- Sem álcool. Nunca sirva bebidasalcoolicas em um Live.

6- Sem vidro. Não use copos ougarrafas de vidro. Acidentes acontecem.

7- Sem sangue. Faça o favor de nãoaparecer com a “brilhante” idéia de usartintas, corantes ou groselha como sanguefalso.

8- Vista-se no local. Deixe paracolocar sua fantasia e/ou maquiagem devampiro Apenas no local do live – nãoimporta a distância ou meio de transporteque voce pretende usar para chegar lá.

9- Sem ressentimentos. Lembre-seque um Live é, acima de tudo, apenas umjogo. Quando ele termina, termina tambémas rivalidades, tramas e traições entre ospersonagens. Levar rixas do jogo para avida real vai apenas aborrecer você e osoutros.

10- Um adulto. Este é a regra maisimportante. Acima de tudo, nunca realizeum Live sem a autorização, supervisáo e apresença de pelo menos um adultoresponsável.

As 10 regras máximas

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O clássico dragão da fantasia medieval é uma criatura presente nos mundos do RPG

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Roslilane dos Santos, 18 anos,estudante do curso de serviço socialda UNIUBE, jogadora de RPG

“Acho que o jogo propicia a capacidadede desenvolver a criatividade porque osjogadores atuam como personagens. Além domais, os ajuda a trabalhar em grupo,desenvolver dinâmica e isso pode até ajudarno mercado de trabalho porque hoje em diaeste, procura pessoas que saibam trabalhar emgrupo e que sejam criativas. O jogo utilizadocomo método não convencional nas escolaspara ajudar o aluno a aprender, é muitointeressante, quebra a monotonia. Os alunosse sentem mais incentivados quando oprofessor desenvolve algo diferente naaplicação da matéria. Os títulos que tratamsobre história como, Império romano, asentradas e as bandeiras são um ótimoexemplo. Ajudam o aluno a ter maiscompreensão de como era naquela época, jáque o aluno vivencia a história. Eles aprendemsobre a cultura e a arte destes povos atémesmo para poder compôr seu personagem.

Dependendo do título, o RPG pode até teruma aplicação social. Já no caso da utilizaçãodo jogo em clínicas para a recuperação dedependentes químicos e doentes mentais, serfor comprovado uma evolução e melhora dospacientes é válido.”

“Eu nunca sofri preconceito por parte dosmeus pais, mesmo porque eles não entendembem o que é o jogo e não reclamam de mudançasno meu comportamento. Mas notei que metornei mais desinibida e também mais sociavel,eu estou até dando uma entrevista ( risos).”

Maria Fernanda de Oliveira, dona decasa, mãe de jogador de RPG

“Eu conheço pouca coisa sobre o jogomas preferiria que o meu filho não jogasseporque absorve muito o tempo do jogador.

Confira as opiniõesEle tem que ficar elaborando o jogo dasemana, o perfil do personagem que ele vaiinterpretar e a dedicação de horas e horas porsemana atrapalha os estudos.

De certa forma o RPG é um jogo macabro,pois os personagens das histórias que elescriam são monstruosos, maus, existe duelosentre o bem e o mal, existe morte e violêncianos contos.

Mas eu, mesmo assim, vejo um lado bomno jogo. Ele tem o lado didático, desenvolvea leitura, redação, criatividade. O meuproblema é realmente com o tempo que meufilho dispensa ao jogo, assim comocomputadores e jogos eletrônicos. Sobre oRPG educacional eu sou a favor desde queeu sinta um efeito positivo no seu filho. Nocaso do RPG que está sendo utilizado paraquebrar a monotonia da sala de aula,colocando os alunos para vivenciar situaçõesreais em que a matéria tem aplicação prática,como o teatro por exemplo, eu acho muitointeressante.”

Janete Tranquila Gracioli, psicólogae educadora da Uniube

“Eu percebo que o RPG traz grandesbenefícios para quem o utiliza: ele estimula oraciocínio rápido, a imaginação e a interaçãocom outras pessoas. No caso do RPGeducacional eu vejo como positivo esta formaalternativa de aprendizagem, fazendo comque os alunos se envolvam e participem aindamais das aulas. Os jogadores de RPG que euconheço, são pessoas mais centradas ecriativas, eles ganharam uma linguagem maistécnica graças a utilização do RPG.

Pessoalmente, eu não vejo o jogo RPGcomo causa de comportamentos negativos –a não ser que seja utilizado em excesso, assimcomo qualquer outro jogo.

A respeito do fato ocorrido na cidade deOuro Preto, com a estudante Aline SilveiraSoares de 18 ano, acho que ouve umamanipulação da mídia, para que as pessoaspensassem que a morte estava associada aoRPG. Eu não acredito que o RPG estimule oinstinto de morte ou de destruição de alguém.Eu acredito que quando este tipo de instinto éestimulado não é o jogo a resposta destecomportamento, pois pelos meusconhecimentos o RPG não leva ninguém apraticar isto.”

D&D - Atualmente o RPG mais jogadono mundo. Basicamente espada e magia:guerreiros, magos, clérigos, bárbaros, bardose paladinos exterminam monstros e vilões,destróem masmorras, salvam princesas econquistam tesouros.

Vampiro: A Máscara - neste jogopolêmico, o jogador é colocado no papel deum vampiro. Um ser atormentado com aperda de sua humanidade e pelas intrigas econspirações que permeiam a sociedadevampírica. Os vampiros se organizam emclãs e sociedade, cada um com seusobjetivos. Recomendado para adultos.

Lobisomem: o Apocalipse - um jogo-irmão de Vampiro, desta vez com lobisomens.Mas, ao contrário da criatura folclórica, aquios personagens pertencem a raça Garou –homens-fera que secreta-mente protegem Gaia, aMãe-Terra, contra umaforça maligna chamadaWyrm responsável pelapoluição e corrupção domundo.

GURPS - Este é um RPG genérico. Suasregras são flexíveis e permitem ao grupo jogarvários gêneros, em vários cenários. Uma sériede livros avulsos oferecem material deconsulta para essas variantes: em GURPSFantasy, por exemplo, temos um mundo de

Acima de tudo, RPG é diversão. Mas eletambém permite aliar diversão à informação– e não apenas os professores, mas tambémmuitos autores viram esse potencial do jogopara educação. Uma vez que utiliza cenáriosimaginários, o RPG é excelente para ensinarHistória, fazendo com que osjogadores vivenciem osperíodos históricos a seremestudados.

O Desafio dos Ban-deirantes: o segundo RPGescrito por brasileiros, emboranão seja exatamente histórico(seu cenário, a Terra de Santa Cruz, é apenasficcional), reproduz com fidelidade a sociedadee o folclore do Brasil no século XVII.

Era do Caos: este RPG tem como cenárioum Brasil alternativo, no início do século XXI– mas lidando com problemas de nossarealidade. Os jogadores podem investigar asconspirações de uma Elite que manipula asinformações, investigar o sobrenatural oucombater o crime. Livros de apoio oferecem

Os melhorestítulos do mundo

fantasia medieval; GURPS Conan, usa umcenário da história em quadrinhos; e títuloscomo GURPS Império Romano, Entradas e

Bandeiras e Quilombo dosPalmares trazem cenárioshistóricos.

Tagmar - Este titulo nãoé um dos maiores RPGs domundo. Mas vale ressaltar quefoi o primeiro RPG criado e

publicado por brasileiros. Baseado em fantasiamedieval, trazia todos os arquétipos eelementos comuns ao gênero: dragões, magos, guerreiros… conquistou vários jogadores,mas hoje não está mais disponível para vendasem lojas especializadas.

RPGs históricosmaterial sobre feiticeiros ou criaturassobrenaturais. Destaque para Lendas, sobremitos sul-americanos, como curupiras e iarase botos.

GURPS Império Romano: o título já diztudo. Esse suplemento de GURPS, escolhido

justamente para o uso emeducação, coloca osjogadores em contato com aRoma Imperial, sua história,costumes, mitologia, …

Império: originalmenteum suplemento para Tagmar,este cenário foi inspirado no

Império Assírio e outras civilizações doOriente Médio.

Mini GURPS: uma série especial do jogoGURPS, de aprendizado mais fácil, voltadopara inciantes. Tem uma coleção de trêsexcelentes títulos históricos: Descobrimentodo Brasil, Quilombo dos Palmares e Entradase Bandeiras, mostrando aos jogadores comoforam os primeiros contatos na época dodescobrimento.

Uma vez que utilizacenários imaginários,o RPG é excelente paraensinar História

Em um jogo polêmico, ojogador é colocado nopapel de um vampiro

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D&D é o mais jogado no mundo

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Rafael FerreiraGilberto Lacerda5˚ período de Jornalismo

Estudantes do curso de Ciências Sociaisconseguem concretizar um antigo sonho.Inicialmente, os alunoscomeçaram trabalhandocomo voluntários na casaabrigo para mulheres emrisco físico, psicológico esocial SR-Mulher. Sensi-bilizados com a situaçãoprecária das vítimas resol-veram transformar o volun-táriado em pesquisa de campo e criaram oNupes (Núcleo de Pesquisa Sociais DraSimone Reis) em parceria com SR-Mulher eFumesu.

De acordo com uma das idealizadoras ecoordenadora do Nupes, Lucimira Reis, oprojeto tem como objetivo participarefetivamente da vida das mulheres vítimas,

prestando apoio, conquistando a suaconfiança e auxiliando-as no dia a dia.

Os estudantes do curso de CiênciasSociais, Manoel de Araújo, Maria BnairSouza Rezende, Maria Marilene dos SantosCarvalho e Wellington Cruvinel, deixaram

claro que o Nupes não selimita apenas a levantardados e informações.Segundo eles ManoelAraújo, palestras serãorealizadas com o objetivandolevar informações sobreDST/Adis, importância docontrole de natalidade para

qualidade de vida. “Queremos ser o ponto deapoio entre a mulher vítima e a nova vidaconquistada por elas”, revelou Lucimira.

O que é violência contra a mulher?De acordo com Lucimira toda violência

que provoque dano físico, moral, sexual epsicológico é um crime contra mulher.

Estudantes criam núcleo de estudos sobreviolência contra mulher

Afirmou ainda que a violência pode ocorrerna família, e na comunidade tendo comoalgumas características espancamento,estupro, assassinato, violação, maus tratos,pressão psicológica e repressão. “Além daagressão física existem outras agressõescontra a mulher. Acusações,xingamentos, humilhações,relações sexuais forçadas,são formas de agressão epassíveis de punições”,concluiu Lucimira.

A Delegacia Espe-cializada em Crimes Contraa Mulher, de Belo Horizonte/MG, registrou21.642 ocorrências, nos anos de 1996 ajulho de 1998, sendo que 36% são lesõescorporais (7.933 casos); Dados daSecretaria Municipal de Saúde de BeloHorizonte, MG, informam que o uso demedicamentos “para dormir” é 40% maiornas mulheres que vivem em situação deviolência conjugal do que nas mulheres emuniões não violentas. O consumo deansiolíticos é 74 vezes superior emmulheres abusadas sexualmente.

“Queremos ser o pontode apoio entre a mulhervítima e a nova vidaconquistada por elas”

http://www.datasus.gov.br/cns/temas/tribuna/violencia_contra_mulher.htm

Com o lema “Prevenir é Viver comQualidade”, o CEJAM já atendeu mais de 3milhões de pessoas, concentrando suas açõesem ensino, pesquisa, informação, controle de

qualidade, apoio psicos-social ao paciente eprogramas de atenção ásaúde. Graças à suaexperiência de mais de 8anos em apoio ao Centro deReferência de Saúde daMulher, da Nutrição,

Alimentação e Desenvolvimento Infantil(CRSMNADI), o CEJAM coloca-se àdisposição de instituições médicoassistenciais, públicas ou privadas sem finslucrativos a fim de celebrar convênios deparceria e apoio, visando repetir o modeloassistencial do Pérola Byington, incluindo asprogramações preventivas, curativas e dedetecção precoce concomitantemente, atravésde uma atenção integral, multi profissional emulti disciplinar ao paciente.

http://www.saudeprev.com.br/index.php

Com o lema “Prevenir éViver com Qualidade”, oCEJAM já atendeu maisde 3 milhões de pessoas

Projeto começou com trabalho voluntário na casa abrigo para mulheres

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Objetivo do grupo é prestar apoio às mulheres vítimas de violência

Lucimira Reis é uma das idealizadoras e do Nupes

Gilberto Lacerda

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