Revelações do Apocalipse Vol 02 - Pr. Samuel Ramos

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Volume 02- AS 7 TROMBETAS , O CONFLITO CóSMICO A NOVA ORDEM MUNDIAL E OS 144.000

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Vol. 2

AS 7 TROMBETAS , O CONFLITO CSMICO A NOVA ORDEM MUNDIAL E OS 144.000

Samuel Ramos [email protected]

Edio - 2006 Copyright 2006 Todos os direitos de publicao desta edio reservados Samuel Ramos Diagramao e capa SERGRAF - Servios Grficos e Editora Ltda. 2 EDIO DOIS MIL EXEMPLARES Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorizao expressa do autor e do editor.

Ramos, Samuel Revelaes do Apocalipse / Samuel Ramos. Curitiba : 2006. 347p. ; 21cm 2. Religio. Teologia - Paran. I. Ttulo

CDD (2 ed.) registro 356.192 livro 657 folha 352

SERGRAF -

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SumrioIntroduo....................................................................09 Captulo 8 (2 parte)As Sete Trombetas...........................................................11 As Sete Trombetas e as Sete Pragas..........................16 A Contrafao Satnica............................................22 A Primeira Trombeta...............................................32 A Segunda Trombeta................................................38 A Terceira Trombeta.................................................39 A Quarta Trombeta..................................................40

Captulo 9A Quinta e Sexta Trombetas............................................41 A Quinta Trombeta..................................................42 O Selo de Deus Proteo.......................................45 A Estrela Ardente....................................................46 A Sexta Trombeta.....................................................50

Captulo 10O Livro Aberto, os Sete Troves e o Segredo de Deus....57 O Anjo Forte............................................................58 Um Livrinho Aberto................................................59 O Tempo do Fim.....................................................59 O Fim do Tempo Proftico......................................64 O Livrinho Doce e Amargo.....................................66 Os Sete Troves........................................................68 A Voz do Primeiro Trovo........................................74

A Voz do Segundo Trovo........................................75 A Voz do Terceiro Trovo.........................................75 Por Quanto Tempo Reinar a Besta?.......................78 A Voz do Quarto Trovo..........................................79 A Voz do Quinto Trovo..........................................81 A Voz do Sexto Trovo.............................................81 A Voz do Stimo Trovo..........................................83 Revelao do Segredo de Deus.................................84

Captulo 11A Medio dos Adoradores, as Duas Testemunhas e a Stima Trombeta.............................................................93 A Stima Trombeta................................................112 A Lei de Deus Estampada no Cu.........................118 A Revelao do Segredo de Deus...........................119

Captulo 12O Conflito Csmico......................................................121 Uma Mulher Vestida do Sol...................................125 O Nascimento de Jesus...........................................126 O Drago com Sete Cabeas..................................127 A Rebelio de Satans............................................128 A Igreja Perseguida Durante os 1260 anos.............135 Guerra no Cu.......................................................136 O Pretenso Arrependimento de Satans................142 Os Adventistas do 7 Dia Cumprem Apoc. 12:17....151

Captulo 13 (1 parte)A Nova Ordem Mundial...............................................155 O Contexto de Apoc. 13........................................156

A Besta que Sobe do Mar.......................................156 As Sete Cabeas.....................................................159 As Blasfemas Pretenses Papais.............................161 A Origem do Vaticano...........................................163 Um Poder Perseguidor............................................165 Roma e Constantinopla..........................................166 Os Estados Papais..................................................167 A Transio do Drago para o Papado...................168 As Cores Prpura e Escarlata.................................171 A Cria Romana....................................................171 O Pontfice Mximo...............................................171 Pontos que Identificam o Chifre Pequeno com o Poder Papal............................................................175 Cabea Ferida de Morte.........................................176 A Cura da Ferida Mortal........................................177 Adorao da Besta..................................................180 O Ressurgimento do Imprio Romano..................184 Adorar o Papa Adorar a Satans..........................188 Lderes Evanglicos (USA) apiam o Papa............190 A Nova Ordem Mundial........................................194 Supremacia Papal de 42 Meses...............................195 Intolerncia Religiosa.............................................197 O Cordeiro Morto desde a Fundao do Mundo...201

Captulo 13 (2 parte)Um Cordeiro com Voz de Drago.................................203 A Besta que Sobe da Terra.....................................203 Pontos que Identificam a Besta da Terra................203 Cordeiro com Voz de Drago.................................206 Lista de Presidentes Americanos Maons..............210

Grandes dolos Manicos.....................................213 Mudanas na Amrica............................................220 A Campanha Catlica pela Amrica e o Ecumenismo..........................................................222 Dramticas Mudanas de Atitudes.......................228 O Ocultismo..........................................................232 Igrejas Unidas Influenciaro o Estado....................237 Decreto Dominical e Decreto de Morte.................239 O Sinal de Deus.....................................................244 O Significado do Selo de Deus..............................247 O Sinal da Besta.....................................................250 Identificando o Sinal da Besta................................252 A Abominao Desoladora....................................253 A Lei Dominical de Constantino...........................256 O Aniversrio do Sol..............................................257 Oraes Direcionadas para o Leste........................258 As Pretenses de Constantino................................258 A Lei Dominical nos Estados Unidos....................260 O Nmero da Besta: 666........................................266 Amuletos do Sol.....................................................268 666 e as Admisses Papais......................................271

Captulo 14 (1 parte)Quem so os 144.000?...................................................277 Sinais Versus Verdade.............................................278 O Que Deus Revelou sobre os 144.000?................281 Quem poder Subsistir...........................................282 Trs Teorias sobre os 144.000.................................283 Comprovao da Veracidade de uma Teoria...........284 Exame da primeira Teoria......................................285

Exame da segunda Teoria.......................................287 Exame da terceira Teoria........................................288 O que a Bblia Ensina sobre as Primcias?..............289 Paralelo entre as duas Primcias e as duas Searas....290 Primcias dos Vivos e Seara dos Vivos....................293 O Cntico de Moiss e do Cordeiro.......................295 Selados nas suas Testas...........................................297 No se Contaminaram com Mulheres....................300

Captulo 14 (2 parte)O Evangelho Eterno, os Trs Anjos e a Volta de Jesus..303 A Mensagem do primeiro Anjo.............................306 O Juzo dos Vivos...................................................311 Aqueles que Santificam o Sbado...........................312 Chegou a Hora do Seu Juzo..................................314 Jesus recebe o Livro da Mo do Pai........................318 Trs Fases do Ministrio de Jesus...........................321 Maior Movimento Criacionista do Mundo............323 A Mensagem do segundo Anjo..............................324 O Vinho de Babilnia............................................325 A Mensagem do terceiro Anjo...............................329 O Sinal da Besta.....................................................330 Fogo e enxofre........................................................334 Para todo o sempre.................................................334 A Pacincia dos Santos...........................................336 Bem-aventurados os mortos...................................337 Ressurreio Especial.............................................341 A Volta de Jesus - A Festa da Colheita...................342 A colheita dos mpios.............................................346

Introduo

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IntroduoConhecer o futuro o desejo de todo ser humano, mas, por mais que nos esforcemos, no conseguimos prever os acontecimentos nem mesmo dos prximos dez minutos. A profecia bblica fascinante porque se prope a desvendar o futuro e responder as mais inquietantes perguntas humanas. No mundo religioso, os livros sobre profecia so muitas vezes sensacionalistas ou hipotticos deixando o leitor sincero sem um assim diz o Senhor. Revelaes do Apocalipse vol. 2 um livro diferente porque est fortemente alicerado na Bblia e segue o princpio de que a Bblia a melhor intrprete de si mesma. A compreenso da profecia das Sete Trombetas vital para os filhos de Deus que vivem no tempo do fim porque revela a estratgia de Satans para conseguir a aprovao do Decreto de Morte contra os guardadores dos mandamentos de Deus. As Sete Trombetas revelam os acontecimentos que ocorrero aps o fechamento da porta da graa quando Satans ter um completo domnio sobre os mpios. Deixando Ele (Jesus) o santurio, as trevas cobrem os habitantes da terra. Naquele tempo terrvel os justos devem viver vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrio que estivera sobre os mpios, e Satans tem domnio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes ... Os mpios passaram os limites de seu tempo de graa; o Esprito 1 de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado.

1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 614.

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Revelaes do Apocalipse - Vol. 2

A voz dos Sete Troves de Apocalipse 10 uma poderosa mensagem para o fiel remanescente de Deus revelando na sua ordem os eventos finais relacionados com a proclamao das trs mensagens anglicas. O Conflito Csmico de Apocalipse 12 um flashback da verdadeira origem do drago com sete cabeas e dez chifres. O captulo doze mostra que o drago a besta original, chamada de a besta do abismo. Antes de falar das duas outras bestas do captulo treze a profecia fala do Conflito Csmico que deu origem ao pecado e trouxe para o planeta Terra o anjo do abismo. Os captulos treze e catorze so considerados o centro do Apocalipse, eles expe a trindade satnica composta pelas trs bestas em desafio trindade divina. A Nova Ordem Mundial a estratgia de Satans para trazer o mundo todo sob o seu domnio. Do lado de Satans estaro todos os poderes terrestres e do lado de Deus est um pequeno grupo de oposio chamado de: os 144.000! Eles so a resposta divina para o poderoso eixo do mal. Na igreja primitiva Deus usou um pequeno grupo de 12 homens possudos pelo Esprito Santo para conquistar o poderoso Imprio Romano; no tempo do fim Deus usar os 144.000 como fora de oposio nova Roma, um governo mundial que tem sua sede na cidade dos sete montes.

O Autor

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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Captulo 8 (2 parte)

As Sete TrombetasNo conceito tradicional adventista, as trombetas abrangem a histria da Era Crist, cobrindo o mesmos perodos das sete igrejas (cf. Apoc. 2 e 3), mas sob uma perspectiva diferente. A seguir um resumo das Sete Trombetas segundo a interpretao histrica: Primeira Trombeta: invaso gtica do Imprio Romano do Ocidente - os visigodos sob a liderana de Alarico (410 d.C.); Segunda Trombeta: os vndalos, sob a liderana de Genserico, atacam Roma pelo mar, destruindo a frota romana pelo fogo (455 d.C.); Terceira Trombeta: Roma atacada pelos hunos sob a liderana de tila (quinto sculo); Quarta Trombeta: o governo romano destrudo sucessivamente: primeiro os imperadores, depois os senadores e ento os cnsules (quinto e sexto sculo); Quinta Trombeta: os sarracenos (foras islmicas) sob a liderana de Maom invadiram a parte oriental do Imprio Romano (stimo sculo); Sexta Trombeta: tropas turcas destroem o Imprio Romano Oriental (sculos catorze e quinze); Stima Trombeta: o fim do mundo.1

1

Joseph J. Battistone, Lio da Escola Sabatina, primeira parte, segundo trimestre, 1989, 125.

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Revelaes do Apocalipse - Vol. 2

Na Lio da Escola Sabatina citada acima encontramos essa explicao: os Adventistas do Stimo Dia esto constantemente estudando a profecia das trombetas. Como admitimos que no possumos toda a luz, precisamos volver-nos para o Senhor e pedir a iluminao do Esprito Santo ao 1 procurarmos compreender essa profecia. Com a inteno de ajudar aos que se interessam no estudo das Sete Trombetas apresentamos aqui uma interpretao que, embora seja diferente da histrica, plenamente bblica e coerente. Como igreja admitimos que no temos toda luz e que a revelao divina progressiva; portanto, de grande proveito para os estudiosos das profecias bblicas analisarem as Sete Trombetas como eventos que ocorrero aps o fechamento da porta da graa. Joseph Battistone, autor da Lio da Escola Sabatina do 2 trimestre de 1989 afirma: O toque das trombetas no comea at que seja concluda a obra do Anjo, de oferecer incenso (Apoc. 8:6). A viso do Anjo que oferece incenso e ento atira o incensrio Terra tem a finalidade de ser a introduo para a profecia das Trombetas. como se fosse dito a Joo: Os sete trombeteiros esto prontos para tocar. Primeiro ter de cessar, porm, o oferecimento do incenso. Ento as trombetas podero soar. Nessa ocasio (aps o fim da graa) Deus permitir que ocorram os eventos descritos sob cada uma das trombetas.2

1 2

Ibidem, 127. Ibidem, 121.

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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Quando Ele atirar o Seu incensrio terra, cessar o ministrio intercessor de Cristo. Terminar o tempo da graa, e haver troves, vozes, relmpagos e um grande terremoto. Atirar o incensrio: fim do ministrio intercessor de Cristo; fim do tempo da graa. . . . Apocalipse 8:3-5 trata da intercesso e juzo. No verso 5, o Anjo tira fogo do altar e o atira Terra, assinalando o fim do ministrio intercessor no Santurio Celestial e o lanamento dos juzos de Deus sobre o mundo. Os troves, os relmpagos e o terremoto dramatizam o fim do tempo da graa para os seres humanos. A maior obra destruidora de Satans comea logo aps Jesus ter lanado o incensrio sobre a Terra: Deixando Ele o santurio, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrvel os justos devem viver vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrio que estivera sobre os mpios, e Satans tem domnio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus. O mundo rejeitou Sua misericrdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os mpios passaram os limites de seu tempo de graa; o Esprito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado. Desabrigados da graa divina, no tm proteo contra o maligno. Satans mergulhar ento os habitantes da Terra em uma grande angstia final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixes humanas, ficaro s soltas todos os

1 2

Ibidem, 120. Ibidem, 122, 123.

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elementos de contenda. O mundo inteiro se envolver em runa mais terrvel do que a que sobreveio a Jerusalm na antiguidade. No havia ento mediador entre o homem culpado e Deus, que fora ofendido. Enquanto Jesus permanecera entre Deus e o homem culposo, achava-se o povo sob represso; quando, porm, Ele saiu de entre o homem e o Pai, essa restrio foi removida, e Satans teve completo domnio sobre os que afinal se no arrependeram. A palavra de Deus diz: Certamente o Senhor Jeov no far coisa alguma, sem ter revelado o Seu segredo aos Seus servos, os profetas (Ams 3:7). desejo de Deus que ns entendamos os acontecimentos que ocorrero na Terra aps o fechamento da porta da graa. Jesus declarou que se possvel (Satans) enganaria at os escolhidos (Mateus 24:24). Se fosse possvel, isto quer dizer que no ser possvel Satans enganar os escolhidos. Deus j revelou em detalhes a estratgia satnica, antes dela acontecer, para que quando acontecer, a nossa f seja fortalecida e os nossos coraes confortados. As trombetas anunciam alguns dos mais terrveis e dramticos eventos com os quais Satans atormentar os mpios. Ellen G. White diz: quando, porm, Ele (Jesus) saiu de entre o homem e o Pai, essa restrio foi removida, e Satans teve completo domnio sobre os que afinal se no arrependeram.1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 620. Citado na Lio da Escola Sabatina, 1 parte, 2 trimestre, 1989, 124. 2 Ellen G. White, Primeiros Escritos, 280. Ibidem.

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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Poderia Satans tentar imitar as Sete Pragas de Deus? Seria isso uma novidade? No passado, no Egito, Satans tentou imitar as dez pragas, e no futuro, logo aps o fechamento da porta da graa, ele novamente tentar contrafazer as pragas. Mais de uma vez Ellen G. White repete a frase: a histria vai se repetir indicando que deveramos considerar as profecias do passado para entendermos as do futuro. O notvel paralelismo apresentado aqui torna evidente que deve haver alguma relao entre as trombetas e as pragas. De que ambas devem ser intimamente relacionadas nos apresentado ainda pelo fato de que exatamente antes de soarem as trombetas, o incensrio que fora usado no templo na oferta do incenso, foi enchido de fogo e lanado Terra, enquanto Jesus, imediatamente antes das pragas, lanou abaixo o incensrio e terminou Sua obra de intercesso pelo homem no Santurio Celestial (citao extrada do livro Primeiros Escritos, 279; e Ez. 10:2). . . . A natureza bsica tanto das trombetas como das pragas deve ser a mesma; ambas so juzos e castigos sobre os mpios, homens impenitentes; ambas compreendem uma terminao da obra de intercesso de Jesus seguida por um soltar das paixes malignas dos homens ao Satans obter o controle. Mas, conquanto sejam semelhantes, no so iguais... No sem razo que Deus revela aos Seus servos as semelhanas entre os juzos provenientes das Sete Trombetas, e os juzos provenientes das Sete Pragas. A Bblia fala de Juzos Diretos que so resultados diretos da ao divina, como as Dez Pragas do Egito, o Dilvio, a destruio de Sodoma e Gomorra, as Sete Pragas e outros, e tambm fala de Juzos Indiretos1

Edwin R. Thiele, Apocalipse: Esboo de Estudos, vol. 2, 157, 158.

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resultantes da aco de Satans, porm com a permisso divina. Como Juzos Indiretos podemos citar a contrafao das pragas do Egito, as tragdias e calamidades de todo tipo vindos da ao da natureza, mas cujo causador Satans e no Deus. Nesta categoria de Juzos Indiretos esto tambm os juzos anunciados nas Sete Trombetas. H paralelismo inegvel entre as Sete Trombetas e as Sete Pragas. Thiele e Battistone reconhecem esse paralelismo; so semelhantes mas no iguais. Observe o paralelismo entre as trombetas e as pragas: As Sete Trombetas Saraiva, fogo e sangue caem Praga derramada sobre o mar sobre a tera parte da terra Grande monte ardendo cai A praga cai sobre os rios e as sobre a tera parte do mar fontes das guas Estrela ardendo cai atingindo Praga cai sobre o sol a tera parte dos rios e fontes Praga sobre o trono da Besta das guas ferida a tera parte do sol, da cujo reino se torna em trevas lua e das estrelas Praga sobre o rio Eufrates A fumaa escurece o sol e o ar cujas guas se secam So soltos quatro anjos que estavam junto ao rio Eufrates aberto o templo celestial e sobrevm relmpagos, vozes, troves, terremotos e grande Grande voz procedente do templo celestial declara: Est Feito. Sobrevm relmpagos, vozes, troves, terremoto e grande saraivada

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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saraivada As Sete Pragas Praga sobre a terra

O anncio das trombetas vem do Lugar Santo do Santurio, onde Jesus Se demora um pouco de tempo depois de ter deixado o

Santssimo. Jesus quem anuncia ao Seu povo a estratgia de Satans. Jesus quer que os 144.000, como lderes espirituais da grande multido recm-convertida na hora undcima, estejam habilitados para instruir e guiar essa multido de salvos durante o perodo de angstia qual nunca houve. Ellen G. White, em 1890, fez uma aplicao das trombetas como sendo eventos futuros: Solenes acontecimentos ainda ocorrero diante de ns. Soar trombeta aps trombeta, ser derramada uma taa aps a outra sobre os habitantes da Terra. Cenas de estupendo interesse esto precisamente sobre ns. Na Lio da Escola Sabatina de 1989, encontramos essa pergunta sugestiva que merece ser analisada: Ser que as trombetas constituem a obra destruidora da parte de Satans, ao passo que as pragas constituem a obra neutralizadora da parte de Deus?... Quem a estrela que caiu do Cu sob a terceira trombeta? (Apoc. 8:10)? . . . Pode referirse a um falso profeta ou a Satans. Ellen G. White em sua declarao anterior relaciona as trombetas com as sete ltimas pragas, dando a entender que so eventos futuros. A ira de Satans aumenta medida em que o1 2

Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 982. Joseph J. Battistone, Lio da Escola Sabatina, 1 parte, 2 trimestre, 1989, 128, 135.

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tempo se abrevia, e sua obra de engano e destruio atingir o auge no tempo de angstia. Terrveis cenas de carter sobrenatural logo se manifestaro nos cus, como indcio do poder dos demnios, operadores de prodgios. Quando ser o auge do engano satnico? Porventura no ser quando os quatro anjos soltarem os quatro ventos? Isso s ocorrer depois que Jesus lanar o incensrio sobre a Terra e proclamar est feito! Deveramos identificar os eventos anunciados nas trombetas como obras de Satans porque Apocalipse 8:13 e Apocalipse 12:12 do a entender assim: E olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio do cu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Dos que habitam sobre a Terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos trs anjos que ho de ainda tocar. Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabo desceu a vs, e tem grande ira, sabendo que j tem pouco tempo. Entendemos que o anncio das trombetas vem do Santurio Celestial, mas os ais so obras de Satans, obras de engano e destruio no perodo de angstia. A angstia qual nunca houve intensificada depois que Miguel Se levanta e lana o incensrio sobre a terra: E naquele tempo se levantar Miguel, o grande Prncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haver um tempo de angstia, qual nunca houve, desde que houve nao at aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se- o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro (Daniel 12:1). Daniel 12:1 e Apoc.8:5 se correspondem pois esto falando do mesmo evento; ambos determinam a hora do fechamento da porta da graa e o comeo da angstia de Jac que uma continuao da angstia que iniciou com o Decreto Dominical. Ellen White diz:1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 623-624.

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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Satans est preparando seus enganos, de forma que em sua ltima campanha contra o povo de Deus, eles no entendam que ele. Se no fosse pela revelao divina no saberamos que as trombetas so acontecimentos sobrenaturais e juzos provocados pelos demnios. plano de Satans que o povo de Deus continue entendendo as trombetas somente como eventos passados porque assim ficaro confusos quanto s obras de destruio que comearo logo aps o fechamento da porta da graa. Muitos confundiro os juzos das trombetas com os juzos das pragas como sendo a mesma coisa. Culparo a Deus pela devastadora destruio e mortandade anunciadas nas trombetas quando elas sos obras de Satans. Sua obra de engano e destruio atingir o auge no tempo de angstia. Terrveis cenas de carter sobrenatural logo se manifestaro nos cus, como indcio do poder dos demnios, operadores de prodgios. Por que Satans seguiria a seqncia delineada nas Sete Trombetas? Por que ele no mistura tudo para causar maior confuso? A Bblia mostra que na guerra do mal contra o bem existem regras e limites estabelecidos por Deus. No Jardim do den o acesso que Satans teria a Ado e Eva estava restrito rvore do Conhecimento do Bem e do Mal. No teste aplicado a J novamente Satans teve seu curso de ao limitado. Da mesma forma, no perodo que se segue ao fechamento da porta da graa o curso de ao de Satans no est s limitado mas tambm direcionado. Ele tem que seguir os eventos1 2

Ellen G. White, Testimonies, vol. 1, 341. Ellen G. White, O Grande Conflito, 623-624.

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delineados nas Sete Trombetas. Ele um poder vencido, sua cabea j foi esmagada na Cruz do Calvrio; ele j foi ferido de morte. A vitria de Jesus sobre Satans no est pendente, ela foi consumada na Cruz, e a ao satnica no tempo do fim est limitada e revelada por Deus aos Seus filhos. Ser permitido a Satans imitar as pragas, mas o seu curso de ao j est predeterminado. A nica coisa que Satans pode fazer e est se esforando em fazer, impedir o povo de Deus de estudar a profecia e entender a sua estratgia. Ele no tem nenhum interesse em que o povo de Deus estude essas profecias. Quanto menos souberem, maior ser a angstia. Foram reveladas a Joo cenas de profundo interesse na experincia da igreja. Viu ele a posio, os perigos, os conflitos e o livramento final do povo de Deus. Ele registra as mensagens finais que devem amadurecer a seara da Terra... Assuntos de vasta importncia lhe foram desvendados, especialmente para a ltima igreja, a fim de que os que volvessem do erro para a verdade pudessem ser instrudos em relao aos perigos e conflitos que diante deles estariam. Ningum necessita estar em trevas no que respeita quilo que est para vir sobre a Terra. E os sete anjos, que tinham as Sete Trombetas, prepararam-se para toc-las: e o primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lanados na terra, que foi queimada na sua tera parte; queimou-se a tera parte das rvores, e toda a erva verde foi queimada; e o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lanada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 341-342.

Captulo 8 (2 parte) - As Sete Trombetas

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a tera parte do mar. E morreu a tera parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a tera parte das naus; e o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do cu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a tera parte dos rios, e sobre as fontes das guas. E o nome da estrela era Absinto, e a tera parte das guas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das guas, porque se tornaram amargas; e o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a tera parte do sol, e a tera parte da lua, e a tera parte das estrelas; para que a tera parte deles se escurecesse, e a tera parte do dia no brilhasse, e semelhantemente a noite (Apoc. 8:6-12). As trombetas comeam a soar (Apoc. 8:6) imediatamente aps o fechamento da porta da graa em Apoc. 8:5. Tem havido muita especulao quanto ao significado das trombetas. de se notar que as Sete Trombetas e as Sete Pragas so similares, mas no idnticas. Alguns interpretam esses juzos como vindos da parte de Deus, enquanto outros os consideram como vindos de Satans. A intrerpretao histrica considera as Sete Trombetas como perodos histricos que cobrem os mesmos perodos das Sete Igrejas. Outros consideram as Sete Trombetas como eventos futuros. importante notar que a Bblia diz especificamente que todas as Sete Trombetas se prepararam para tocar aps o fim do perodo de graa. Entend-las como sendo eventos futuros parece ser a melhor interpretao. Alguns podem dizer que Ellen G. White apoiou a interpretao histrica das trombetas quando ela fez referncia a Josias Litch no livro O Grande Conlito. Josias Litch, um dos principais pastores que pregavam o segundo advento, publicou uma explicao de Apocalipse 9,

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predizendo a queda do Imprio Otomano. Segundo seus clculos esta potncia deveria ser subvertida no ano 1840, no ms de agosto. Contudo o que Ellen G. White escreveu pode ser entendido somente como um comentrio sobre os eventos preditos por Josias Litch e no exatamente um apoio interpretao das Sete Trombetas. Litch mesmo, admitiu, mais tarde, que seus cculos tinham erros. Os que preferirem interpretar as trombetas historicamente, devero tambm admitir que neste caso elas ento possuem dupla aplicao. Como foi mencionado anteriormente, Ellen G. White relaciona os eventos das trombetas com as Sete pragas. No por acaso que as trombetas e as pragas so to similares. A Contrafao Satnica H consistncia bblica em pensar que as trombetas representam o esforo de Satans em contrafazer as pragas, como foi no Egito. Ellen G. White diz que: As pragas que sobrevieram ao Egito quando Deus estava prestes a libertar Israel, eram de carter semelhante aos juzos mais terrveis e extensos que devem cair sobre o mundo precisamente antes do libertamento final do povo de Deus.4 Se as pragas do Egito eram de carter semelhante aos juzos mais terrveis que devem cair sobre o mundo precisamente antes do libertamento final do povo de Deus, obviamente, este contexto final tambm inclui a contrafao satnica, como foi no Egito. No Egito Deus estava procurando libertar o Seu povo da1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 334. Ler Robert Olson, One Hundred and One Questions on the Sanctuary, 50. Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 982. 4 Ellen G. White, O Grande Conflito, 627-628.2

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escravido para que pudessem ador-Lo da forma como Ele revelou em Exodo 5:1-3; ali no deserto Deus proclamou diante do Seu povo Seu concerto de paz os Dez Mandamentos, antes de introduz-los na terra de Cana. Do mesmo modo, aps o fechamento da porta da graa, Deus Se esforar para libertar o Seu povo dos ataques de Satans, de forma que eles possam ador-lo segundo os Seus planos; Deus anunciar de forma audvel Seu concerto de paz com Seu povo e Sua voz anuncir os Dez Mandamentos que sero estampados no Cu, e ento finalmente os introduzir na Cana Celestial, a Nova Jerusalm. Comentando sobre as pragas no Egito, Ellen G. White diz: Satans est constantemente procurando contrafazer a obra de Cristo, e estabelecer seu poder e pretenses. A contrafao satnica est sempre bem prxima do verdadeiro. Ningum tentaria produzir uma contrafao que no tivesse alguma semelhana com o genuno. A ttulo de exemplo, mencionamos o interior de um templo manico que lembra o interior do templo de Salomo, s que ali os adoradores se curvam em adorao ao sol, voltados para o Leste, o lado do nascente do sol; h tambm um cerimonial envolvendo um bode, e tambm h um pacto de sangue. Este um exemplo de contrafao daquilo que ocorria no Santurio Terrestre onde os adoradores de Jeov O adoravam dando as costas para o sol, para o Leste, e onde tambm existia um cerimonial (o dia da expiao) envolvendo dois bodes; o pacto Ibidem, 639; e Primeiros Escritos, 285. Ellen G. White, Patricarcas e Profetas, 269. William Schnoebelen, Maonaria: Do Outro Lado da Luz, 100, 52.

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feito entre Deus e o povo de Israel tambm foi selado com sangue. Na Bblia o nascimento de Jesus anunciado como uma estrela que foi vista no oriente (Mat. 2:2), cujo smbolo uma estrela de seis pontas, ao passo que na Maonaria eles adoram a estrela do oriente que Srius, o astro mais importante no satanismo, representada pela estrela de cinco pontas, o pentagrama satnico. O falso no est no lado oposto da verdade mas bem prximo, praticamente correndo em paralelo verdade. Este um exemplo do que acontece entre as trombetas e as pragas do Apocalipse. Ellen G. White fala das densas trevas que cobriro os habitantes da Terra aps o fechamento da porta da graa: Deixando Ele ( Jesus) o Santurio, as trevas cobrem os habitantes da Terra... Removeu-se a restrio que estivera sobre os mpios, e Satans tem domnio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes... O mesmo poder destruidor exercido pelos santos anjos quando Deus ordena, ser exercido pelos anjos maus quando Ele o permitir. H agora foras preparadas, e que aguardam apenas o consentimento divino para espalharem a desolao por toda parte. Esse consentimento divino s acontece depois de Jesus lanar o incensrio sobre a Terra. Acabou o tempo de graa e, ento, Satans, por consentimento divino, tem completo domnio sobre os mpios.

Ibidem, 98. Ellen G. White, O Grande Conflito, 614.

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muito evidente a relao existente entre Apoc. 7:1-3, onde fala dos quatro anjos segurando os quatro ventos, e as trombetas, quando ns consideramos as vises dos Sete Selos e das Sete Trombetas como sendo eventos seqenciais. Veja a relao entre Apoc. 7:1-3 e Apoc. 8:7-9: No danifiqueis a terra, nem o mar, nem as rvores (Apoc. 7:3). A proibio de danificar a terra, o mar e as rvores neste verso, se deve ao fato do povo de Deus ainda no ter sido selado. Apoc. 8:7-9 E o primeiro anjo tocou a sua Trombeta e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lanados na terra, que foi queimada na sua tera parte; queimou-se a tera parte das rvores e toda a erva verde foi queimada. E o segundo anjo tocou a sua Trombeta; e foi lanada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a tera parte do mar. E morreu a tera parte das criaturas que tinham vida no mar (Apoc. 8:7-9). A reteno dos quatro ventos, impedindo que a terra, as rvores e o mar fossem danificados, liberada nas duas primeiras trombetas (Apoc. 8:7-9), aps o Selamento do povo de Deus e o fim da graa; as duas primeiras trombetas atingem especificamente a terra, as rvores e o mar. evidente aqui a relao entre a reteno dos quatro ventos em Apoc.7:1-3, e o poder destruidor de Satans em Apoc. 8:7-8, liberado somente aps o fechamento da porta da graa. Ellen G. White explica esse contexto dizendo: Quatro poderosos anjos retm os poderes desta terra at que os servos de Deus sejam selados nas suas frontes. As naes do mundo esto sedentas pelo conflito; mas elas so retidas pelos

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anjos. Quando esse poder retentor for removido, haver um tempo de provao e angstia... Mas eles so mantidos sob controle at chegar o tempo para a grande batalha do Armagedom. Anjos (de Deus) esto envolvendo o mundo... Ns no ouvimos suas vozes, ns no vemos com a vista natural o trabalho desses anjos, mas suas mos esto unidas em relao ao mundo, e com ininterrupta vigilncia eles esto mantendo os exrcitos de Satans distncia at que o selamento do povo de Deus se complete. Devemos notar, tambm, que as trombetas so primeiramente dadas aos anjos, no Santurio, em Apoc. 8:2, antes do fechamento da porta da graa em Apoc. 8:5; ento eles se preparam para toc-las em Apoc. 8:6, imediatamente aps o fim do perodo de graa. Esta interpretao apia e fortalece a doutrina do Santurio Celestial, a saber, o Juzo Investigativo pr-advento, o Selamento, o fechamento da porta da graa, e o tempo da angstia de Jac. Por que no dar ateno declarao de Ellen G. White de que estas mensagens foram dadas em sua ordem? Elas so seqenciais e progressivas. Quando Jesus lana o incensrio sobre a Terra (Apoc. 8:5), Ele termina Sua obra de intercesso. O Santurio est purificado. Jesus deixa ento o Santssimo, e se demora um pouco no Lugar Santo, assim como acontecia no dia da expiao no Santurio Terrestre. O Sumo Sacerdote no saa imediatamente do santurio, ele se demorava no Lugar Santo para tratar com um assunto que dizia respeito a Satans. Era ali, aps ter sido o santurio purificado com o sangue de Jesus, que1 Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol.7, 967. Ellen G. White, Testimonies, vol. 8, 302.

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todos os pecados eram finalmente depositados sobre Satans. Assim tambm, Jesus ao deixar o Santssimo se detm um pouco no Lugar Santo para uma obra que tem a ver com Satans. Esse o perodo da grande fria de Satans, o perodo das Sete Trombetas; ele atormentar os que so seus no intento de conseguir deles a aprovao do Decreto de Morte contra os guardadores do sbado. A interpretao histrica, tanto dos Sete Selos como das Sete Trombetas, se bem que tenha o seu lugar, no destaca todos esses importantes detalhes, ligados intimamente obra sacerdotal de Jesus no Santurio Celestial. A interpretao tradicional foi herdada, inicialmente, de telogos de diferentes denominaes, que no viam o Santurio Celestial e o Ministrio Jesus, como sendo o ponto central do Apocalipse. Porm, no Apocalipse, tudo gira em torno do santurio, do comeo ao fim. No entender a doutrina do santurio, o mesmo que no entender o Apocalipse. O livro de Daniel somente introduz a doutrina do santurio, mas o Apocalipse, expande-a. no Apocalipse que a porta se abre e a doutrina do santurio revelada. Qualquer interpretao apocalptica descentralizada do santurio no corresponde s verdades divinas reveladas para a igreja de Deus nos ltimos dias. Os Sete Selos e as Sete Trombetas trazem grande luz e orientao para o povo de Deus, especialmente no tempo do fim. O Juzo Investigativo a comear pelos mortos, o Juzo dos Vivos, o Selamento, o fechamento da porta da graa, a liberao dos quatro ventos, o tempo de angstia qual nunca houve e as pragas, todos estes so assuntos vitais para o

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remanescente subsistir firme at a vinda de Jesus. Quando ns, como um povo, entendermos o que esse livro (Apocalipse) significa para ns, haver entre ns um grande reavivamento. Ns ainda no temos visto esse reavivamento! Ellen G. White diz: Ento eu vi os anjos cessarem de conter os quatro ventos. E eu presenciei fome, pestilncia e espada, nao se levantando contra nao, e o mundo inteiro estava em confuso. Joo v os elementos da natureza, terremoto, tempestade, e conflitos polticos, representados como sendo retidos pelos quatro anjos. Estes ventos esto sob controle at que Deus ordene que eles sejam soltos. A mensageira do Senhor no somente relaciona o soltar dos quatro ventos com a obra destruidora de Satans aps o fechamento da porta da graa, mas tambm fala dessas foras em termos literais: Os homens tem atingido um grau de insolncia e desobedincia que mostra que a taa de iniquidade deles est quase cheia. Muitos tem praticamente passado os limites de misericrdia. Breve Deus mostrar que Ele na verdade o Deus vivo. Ele dir aos anjos, 'No mais combatam Satans em seus esforos para destruir. Deixem-no mostrar sua malignidade sobre os filhos da desobedincia; pois a taa da iniquidade deles est cheia. Eles tem avanado de um grau de iniquidade para outro, aumentando diariamente a sua rebeldia. Eu no vou mais interferir para impedir o destruidor de fazer a sua obra.' Este tempo est justo sobre ns. O Esprito de Deus est sendo1 Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, 113. Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 978. Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, 444.

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retirado da terra. Quando o anjo da misericrdia dobrar suas asas e partir, Satans realizar as funestas obras que ele h tanto tempo tem desejado. Tormenta e tempestade, guerra e sangue, nestas coisas ele tem deleite, e assim ele colhe em sua colheita. E os homens sero de tal forma enganados por Satans que eles declararo que estas calamidades so resultantes da profanao do primeiro dia da semana. Qual seria a funesta obra que ele h tanto tempo tem desejado? Tormenta, tempestade, guerra e sangue. Satans espera ansioso pelo momento de fazer o que ele mais gosta, destruir, atormentar, e isso exatamente o que as trombetas anunciam. Quatro poderosos anjos esto ainda segurando os quatro ventos da terra... impedindo o terrvel poder de Satans de ser exercido em sua fria at que os servos de Deus sejam selados em suas frontes. Satans fala aos seus anjos: Mas nossa principal preocupao silenciar esta seita de observadores do sbado. Devemos exercitar contra eles a indignao popular. Alistaremos ao nosso lado grandes homens e homens sbios segundo o mundo, e induziremos aos que esto em nossa autoridade a executar os nossos propsitos. Ento o sbado que eu estabeleci ser forado pelas leis mais severas e obrigatrias. Os que as desrespeitarem, sero tocados das cidades e vilas e levados a passar fome e privao. Uma vez que tenhamos o poder, mostraremos o que podemos fazer com os que no se1 2

Ellen G. White, Review and Herald, 17 de Setembro, 1901. Ellen G. White, My Life Today, 308.

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desviam de sua fidelidade a Deus. Levamos a igreja romana a infligir priso, torturas e a morte queles que recusavam seguir aos seus decretos; e agora que estamos pondo as igrejas protestantes e o mundo em harmonia com esse brao direito de nossa fora, finalmente teremos uma lei para exterminar a todos os que no se submeterem nossa autoridade. Quando se fizer da morte a penalidade da violao do nosso sbado, ento muitos dos que agora esto nas fileiras dos observadores dos mandamentos, passaro para o nosso lado. Satans quem lana os habitantes da terra na ltima e grande angstia. Satans mergulhar ento os habitantes da Terra em uma grande angstia final. Satans quem instiga os mpios para destruirem o povo de Deus no tempo da angstia. Assim como Satans influenciou Esa a marchar contra Jac, instigar os mpios a destrurem o povo de Deus no tempo de angstia. O soar das trombetas, tanto no Antigo Testamento como no Novo, sinnimo de advertncia. Advertncia para quem? Advertncia para o povo de Deus acerca de tudo que Satans far para conseguir o Decreto de Morte. um curso de ao j pr-determinado por Deus limitando e direcionando a ao satnica. Deus nunca esteve e nunca estar fora do controle do universo. Ele o Soberano! A importncia dos eventos que ocorrero aps o fechamento da porta da graa d-se ao fato de que, o povo de Deus estar vivendo neste tempo, vista de um1 2 3

Ellen G. White, Testemunhos para Ministros, 473. Ellen G. White, O Grande Conflito, 614. Ibidem., 618.

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Deus santo, porm, sem um intercessor no Cu. A Chuva Serdia do Esprito Santo preparou o povo de Deus para esse tempo. Parte dessa preparao inclui a compreenso do que sejam as Sete Trombetas. Devemos lembrar que os blocos profticos encontrados no Apocalipse, as Sete Igrejas, os Sete Selos, as Sete Trombetas e as Sete Pragas, foram dados em sua ordem; so seqenciais e progressivos; eles vo avanando no tempo. Essa progresso tambm vista nos blocos profticos de Daniel. Daniel 2 avana at o ano 476 d.C. (Dan. 2:41-43); Daniel 7 avana at o ano 1798 (Dan. 7:25); Daniel 8 e 9 avanam at o ano 1844 (Dan. 8:14); Daniel 10 a 12, principalmente o captulo 11, o ltimo bloco proftico alcana o Decreto Dominical, que a Imposio da abominao desoladora (Dan. 11:31; 12:11); a queda papal no final dos 1260 dias (Dan. 11:45; Apoc. 13:5; 17:16); e continua avanando at a ressurreio especial que inclui os justos que morreram de 1844 em diante e os mpios que participaram da crucifixo de Jesus. A data que a profecia sugere para essa ressurreio especial o final dos 1290 dias (Dan. 12:2; Apoc. 1:7; Dan. 12:11); Chega ento o final dos 1335 dias (Dan. 12:12) quando os bem-aventurados, os salvos vivos que nunca conhecerama morte, juntamente com os santos que ressuscitaram j glorificados na ressurreio especial, ouviro o Concerto de Paz sendo anunciado pela voz de Deus, e vero a Lei de Deus estampada no Cu. Este o momento em que Deus revelar o Seu segredo (Apoc. 10:7), declarando o Dia e a Hora da Volta de Jesus.

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Considerando que os livros de Daniel e Apocalipse so um s livro, sendo Daniel a parte selada e o Apocalipse a parte revelada, assim tambm devemos esperar ver no Apocalipse a mesma ordem progressiva de eventos. De fato, as Sete Igrejas se estendem por sculos, sendo que a ltima igreja, Laodicia se estende de 1844 at a volta de Jesus. Os Sete Selos comearam a ser abertos em 1844 no perodo de Laodicia, a Era do Juzo. As Sete Trombetas comearo a ser tocadas depois da abertura do Stimo Selo; e as Sete Pragas comearo a ser derramadas depois do soar da Stima Trombeta; e a Stima Praga culminar com o aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. As solenes mensagens que foram dadas, em sua ordem, no Apocalipse, devem ocupar o primeiro lugar no esprito do povo de Deus. A Primeira Trombeta E o primeiro anjo tocou a sua Trombeta, e houve saraiva, e fogo misturado com sangue, e foram lanados na Terra, que foi queimada na sua tera parte; queimou-se a tera parte das rvores, e toda a erva verde foi queimada (Apoc. 8:7). Aps o fechamento da porta da graa os anjos que estavam retendo os quatro ventos soltam-nos e a proibio de danificar a terra e as rvores removida. Enquanto os anjos estiverem segurando os quatro ventos a terra e as rvores no sero danificadas: No danifiqueis a terra nem o mar, nem as rvores at que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus (Apoc. 7:3); mas quando Jesus lanar o incensrio sobre a terra Satans mergulhar os habitantes da Terra em uma grande angstia

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Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 3, 279.

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final. Ao cessarem os anjos de Deus de conter os ventos impetuosos das paixes humanas, ficaro s soltas todos os elementos de contenda. O mundo inteiro se envolver em runa mais terrvel do que a que sobreveio a Jerusalm na antiguidade. Satans estudou os segredos dos laboratrios da Natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus. Embora muitos interpretem a saraiva e o fogo como sendo simblicos, a Bblia sugere que so literais. Devemos tomar a Bblia no sentido literal, a menos que ela mesmo interprete o simbolismo. Ellen G. White interpreta as primeiras quatro pragas de Apoc. 16 como sendo literais e parece coerente e correto entendermos que se as pragas de Apoc. 16 so literais, a contrafao tambm literal. A primeira trombeta anuncia juzos sobre a terra tal como a primeira praga de Apoc. 16:2, mas a saraivada da primeira trombeta imita a saraiva da stima praga de Apoc. 16:21. Observe que no h chuva, mas somente saraiva. Ns podemos entender porque no haver chuva na primeira trombeta ao examinarmos Apocalipse 11:6 Estes (as duas testemunhas) tm poder para fechar o cu, para que 4 no chova, nos dias da sua profecia. A histria vai se repetir. Elias pediu que no chovesse, e por trs anos e seis meses, no choveu sobre a Terra (Tiago 5:17), enquanto Jezabel estava reinando sobre Israel. A profecia de Apoc. 11:6 certamente vai se cumprir quando Jezabel espiritual, isto , Ellen G. White, O Grande Conflito, 614. Ibidem., 589. Ibidem., 628. 4 Ler os comentrios em Apoc. 11:6.

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Roma Papal, estiver novamente reinando sobre a Terra, a partir do tempo em que o Decreto Dominical se tornar universal. Neste tempo as florestas e rvores estaro extremamente secas por falta de chuva. Uma situao muito semelhante descrita pelo profeta Joel: Ah! Aquele dia! Porque o dia do Senhor est perto, e vir como uma assolao do Todo-poderoso. . . A semente apodreceu debaixo dos seus torres, os celeiros foram assolados, os armazns derribados, porque se secou o trigo. Como geme o gado! As manadas de vacas esto confusas porque no teem pasto; tambm os rebanhos de ovelhas so destrudos. A Ti Senhor clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as rvores do campo. Tambm todos os animais do campo bramam a Ti; porque os rios se secaram e o fogo consumiu os pastos do deserto (Joel 1:15-20). Ellen G. White aplica este texto de Joel quarta praga de Apoc. 16:8-9. Satans inicia sua obra de engano antes do fechamento da porta da graa, antes mesmo que o Decreto Dominical seja aprovado. Ellen G. White diz que Satans, ou atravs de seus agentes, ou pessoalmente, ou talvez atravs de alguma manifestao esprita, aparece como anjo de luz: O prprio Satans est convertido segundo a nova ordem de coisas. Ele aparecer no aspecto de Anjo de Luz. Mediante a agncia do espiritismo, operar-se-o prodgios, os doentes sero curados, e se efetuaro muitas e inegveis maravilhas. Essa apario de Satans como Anjo de Luz no deve ser confundida com a posterior apario de Satans personificando1 2

Ellen G. White, O Grande Conflito, 628. Ibidem, 588.

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Jesus depois do fechamento da porta da graa. O inimigo est se preparando para enganar o mundo inteiro atravs do poder de operar milagres. Ele pretender personificar os anjos de luz, e personificar Jesus Cristo. Antes do Decreto Dominical ser imposto o mundo j estar passando por profundas crises, e ento o grande enganador persuadir os homens de que os que servem a Deus esto motivando esses males... Declarar-se- que os homens esto ofendendo a Deus pela violao do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que no cessaro antes que a observncia do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverncia pelo domingo, so perturbadores do povo, impedindo a sua restaurao ao favor divino e prosperidade temporal. importante notar que a ausncia da prosperidade temporal ser atribuda profanao do domingo. Isso significa que no perodo que antecede imposio do Decreto Dominical haver uma crise financeira; governantes e legisladores, a fim de conseguir o favor pblico, cedero ao pedido popular de uma lei que imponha a observncia do domingo. Existe uma seqncia no curso de ao seguido por Satans. Primeiramente ele, atravs dos seus agentes ou pessoalmente, aparece como Anjo de Luz, ento o Decreto Dominical aprovado como resultado da presso feita sobre os legisladores. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 2, 21. Ellen G. White, O Grande Conflito, 590. Ibidem., 592.

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Assim Satans cumpre com o primeiro estgio dos seus ataques, a imposio do Decreto Dominical; mas aps o echamento da porta da graa ele obtm domnio completo sobre os impenitentes e afligir toda a terra segundo Deus permitir, ou melhor, conforme o curso de ao j delineado nas Sete Trombetas. Mesmo quando Satans obtm domnio completo e comea a afligir a terra e os seus habitantes ele est sob o domnio Daquele que Soberano de todo o universo. Satans s age dentro dos limites pr-estabelecidos por Deus. As Sete Trombetas revelam exatamente esses limites. A expresso tera parte repetida muitas vezes na profecia das Sete Trombetas: a tera parte das rvores (Apoc. 8:7); a tera parte do mar (Apoc. 8:8); a tera parte dos rios (Apoc. 8:10); a tera parte do sol, a tera parte da lua, e a tera parte das estrelas; para que a tera parte deles se escurecesse, e a tera parte do dia no brilhasse (Apoc. 8:12); a fim de matarem a tera dos homens (Apoc. 9:15, 18). Deus limita o curso de ao de Satans. Desde sua rebelio no Cu, Satans ficou conhecido como o anjo da tera parte, pois ele conseguiu apagar e escurecer a tera parte das estrelas do cu (Apoc. 12:4). Se no fossem os limites colocados por Deus, Satans destruiria a Terra toda, e teria o maior prazer em frustrar o maior de todos os acontecimentos planejados por Deus, a segunda vinda de Jesus em glria e majestade; seria prazer de Satans destruir tudo e todos os mpios para que

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quando Jesus viesse no encontrasse nada. Mas no ser assim. Deus impe limites a Satans. Satans no quer ser visto como o originador dos eventos anunciados nas trombetas. Por tal forma ele se ocultou de ser visto, que muitos quase que no acreditam em sua existncia... Ele contrafaz as pragas numa tentativa de esconder o fato de que ele o originador da destruio. Ele sempre lanou em Deus a culpa, ou apontou Deus como sendo o originador da dor e do sofrimento, e agora no final no ser diferente. Muitos tm ouvido falar bastante sobre as Sete Pragas que Deus enviar sobre a terra, e por isso ele tenta imitar o mais prximo possvel as pragas, para que parea ao mundo que a destruio revelada nas trombetas tem origem em Deus, e que sejam confundidas com as pragas. Quando chegar o momento da ltima contrafao, Satans personificando Jesus e andando sobre a Terra, fazendo o mundo crer que ele Jesus, convencer ento o mundo de que os juzos destrutivos anunciados nas trombetas esto vindo da parte de Deus. bastante evidente a diferena entre a saraiva e fogo da primeira trombeta e as chagas malignas da primeira praga (Apoc. 16:2). Por que essa diferena? Se Satans est tentando contrafazer as pragas, no poderia ele imitar tambm as chagas malignas? Se Deus o permitisse, ele poderia, mas considerando que a primeira praga cai sobre os que tm o sinal da besta e que adoravam a sua imagem (Apoc. 16:2), este ento um sinal distintivo que identifica os adoradores da besta, e Deus no1

Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, 105.

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permitiria que tal praga caisse sobre os Seus filhos, e Satans, por sua vez, no tem interesse em identificar os seus seguidores como adoradores da besta. Isto no o ajudaria a cumprir o seu intento. O sofrimento infligido por Satans atravs das trombetas tem como objetivo despertar o dio do mundo contra os guardadores do sbado. Ele confirmar que realmente todos os sofrimentos e destruio foram causados, no pelos pecados do povo, mas por causa da profanao do domingo, pelos guardadores do sbado, e a nica soluo ser banir da face da terra os guardadores do sbado, atravs de um Decreto de Morte. Os juzos anunciados nas trombetas so usados por Satans como uma estratgia para conseguir a aprovao do Decreto de Morte contra o povo de Deus. A Segunda Trombeta E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lanada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a tera parte do mar. E morreu a tera parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a tera das naus (Apoc. 8:8-9). Esta contrafao se aproxima bastante da segunda praga que derramada sobre o mar. E o segundo anjo derramou a sua salva no mar, que se tornou em sangue como de um morto, e morreu no mar toda a alma vivente (Apoc. 16:3). Satans estudou os segredos dos laboratrios da natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus.1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 589.

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A Terceira Trombeta E o terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do cu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a tera parte dos rios, e sobre as fontes das guas. E o nome da estrela era Absinto, e a tera parte das guas tornouse em absinto, e muitos homens morreram das guas, porque se tornaram amargas (Apoc. 8:10-11). Quem a grande estrela que caiu do Cu? A Bblia diz que a tera parte das estrelas do cu (Apoc. 12:4) foram lanadas sobre a terra, isto , a tera parte dos anjos do Cu foram expulsos junto com Lcifer. Mas a terceira trombeta especfica quando identifica a estrela como sendo a grande estrela que caiu do Cu, a saber, o prprio Satans. Em Isaas 14:12 o nome de Lcifer vem de uma palavra hebraica que significa aquele que brilha. Na septuaginta a palavra usada significa estrela da manh. Satans, obviamente, a grande estrela cada do cu. Em Lucas 10:18 Jesus diz: Eu via Satans cair como um raio do cu. A expresso muitas vezes repetida tera parte, tambm um forte indicador de que o causador dos juzos destruidores Satans. Um nome lhe dado: Absinto, nome que expressa perfeitamente a amargura no s das guas mas tambm a amargura da prpria vida humana desde que o pecado aqui entrou. Absinto um smbolo do mal no Antigo Testamento (Deut. 29:18). A verdadeira natureza de Satans tambm aparece ao fazer com que a tera parte das guas fiquem amargas; esta uma contrafao da terceira praga (Apoc. 16:4) onde as guas dos rios se tornaro em sangue.

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A Quarta Trombeta E o quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a tera parte do sol, e a tera parte da lua, e a tera parte das estrelas; para que a tera parte deles se escurecesse, e a tera parte do dia no brilhasse, e semelhantemente a noite (Apoc. 8:12). Essa trombeta anuncia uma escurido parcial cobrindo a terra. uma imitao da quinta praga (Apoc. 16:10-11). Satans continua a pressionar os impenitentes e a todos os governos da terra no sentido de conseguir deles a aprovao de um Decreto de Morte contra os guardadores do sbado. Assim como Satans influenciou Esa a marchar contra Jac, instigar os mpios a destrurem o povo de Deus no tempo de angstia... Conta com as multides do mundo como seus sditos; mas o pequeno grupo que guarda os mandamentos de Deus, est resistindo a sua supremacia. At aqui Satans ainda no conseguiu cumprir seu intento, a aprovao de um Decreto de Morte contra o povo de Deus, assim ele lana mo dos trs ais, as trs ltimas trombetas, pressionando os que so seus para a realizao do seu intento final. E olhei, e ouvi um anjo (do grego aetos, cuja traduo correta seria guia ou abutre) voar pelo meio do cu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos trs anjos que ho de ainda tocar (Apoc. 8:13). O Apocalipse fala de trs diferentes bestas: a besta que subiu do mar (Apoc. 13:1), a besta que subiu da terra (Apoc. 13:11), e a besta que subiu do abismo (Apoc. 11:7; 17:8). Os trs ais podem ser aplicados a estes trs diferentes poderes.1

Ellen G. White, O Grande Conflito, 618.

Captulo 9 - A Quinta e Sexta Trombetas

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Captulo 9

A Quinta e Sexta TrombetasE o quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do cu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poo do abismo. E abriu o poo do abismo, e subiu fumo do poo, como o fumo de uma grande fornalha, e com o fumo do poo escureceu-se o sol e o ar. E do fumo vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que teem os escorpies da terra. E foi-lhes dito que no fizessem dano erva da terra, nem a verdura alguma, nem a rvore alguma, mas somente aos homens que no teem nas suas testas o sinal de Deus. E foi-lhes permitido, no que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpio, quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscaro a morte, e no a acharo; e desejaro morrer, e a morte fugir deles. E o parecer dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre as suas cabeas havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e os seus rostos eram como rostos de homens. E tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como de lees. E tinham couraas como couraas de ferro; e o rudo das suas asas era como o rudo de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. E tinham caudas semelhantes s dos escorpies, e aguilhes nas suas caudas; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. E tinham sobre si rei, o Anjo do Abismo; em hebreu era o seu nome

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Abadom, e em grego Apoliom. Passado j um ai; eis que depois disso veem ainda dois ais (Apoc. 9:1-12). A Quinta Trombeta Os trs ais trazidos por Satans sobre a terra so as trs ltimas trombetas. Apocalipse 8:13 introduz os trs ais. Estes pronunciamentos so representados como sendo feitos por uma guia. A traduo da palavra grega aetos como anjo no a melhor; a melhor traduo guia ou abutre. O contexto aqui sugere que abutre seria a mais adequada traduo simbolizando a iminente runa (Mateus 24:28; Lucas 17:37; Apoc. 19:17). Esta uma figura apropriada para representar a advertncia dada ao mundo acrca dos catastrficos eventos a serem revelados nas trs ltimas trombetas. Novamente uma estrela que do cu caiu na terra (Apoc. 9:1) identifica o causador deste tormento que vai durar cinco meses. O Apocalipse fala claramente de trs poderes que se ope a Deus: E da boca do drago, e da boca da besta, e da boca do falso profeta v sair trs espritos imundos, semelhantes a rs (Apoc. 16:13). Estes trs poderes so: O drago - a besta que subiu do abismo (Apoc. 11:7; 17:8), o Atesmo em todas as suas formas; A Besta - a besta que subiu do mar (Apoc. 13:1), Roma Papal; O Falso Profeta - a besta que subiu da terra (Apoc. 13:11), Estados Unidos.

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A Bblia indica que o terceiro e ltimo ai cair sobre a besta que subiu do mar, Roma Papal: e da grande Babilnia se lembrou Deus para lhe dar o clice do vinho da indignao da Sua ira (Apoc. 16:19) Estando de longe pelo temor do seu tormento, dizendo: Ai! Ai daquela grande Babilnia, aquela forte cidade! Pois numa hora veio o seu juzo (Apoc. 18:10,16,19). A Bblia tambm d indicaes de que o segundo ai cair sobre o bloco que sustenta o atesmo na Terra. O atesmo envolve todas as religies ou sistemas que no adoram o Deus da Biblia. A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: solta os quatro anjos que esto presos junto ao grande rio Eufrates (Apoc. 9:14) A regio do Eufrates sempre foi, e ainda , um simbolismo literal do atesmo. A mensagem da sexta trombeta ainda d mais uma indicao de que esse segundo ai atinge pessoas que adoram os demnios, ou seja, no pertencem ao bloco que professa o cristianismo : E os outros homens que no foram mortos por estas pragas (pragas do segundo ai) no se arrependeram das obras de suas mos, para no adorarem os demnios, e os dolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira... nem se arrependeram das suas feitiarias (Apoc. 9:20, 21). Considerando que o terceiro ai cair sobre a besta que subiu do mar - Roma Papal (Apoc. 16:19; 18:10,16,19); Considerando que o segundo ai cair sobre a besta que subiu do abismo - o Drago, simbolizando o atesmo em todas as suas formas (Apoc. 9:14,20,21);1 Algum pode argumentar que a religio Islmica no atesmo, mas Al nunca foi e nunca ser o Deus da Bblia. Al no reconhece Jesus como Seu Filho Unignito; Al diz que Jesus no morreu na cruz; e que a salvao no pela graa. Islamismo atesmo tanto quanto o Hindusmo e o Budismo.

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S resta ento a besta que subiu da Terra, os EstadosUnidos (Apoc. 13:11); sobre os Estados Unidos cairo os juzos do primeiro ai. O primeiro ai atingir os Estados Unidos com o objetivo de conseguir a aprovao do Decreto de Morte contra o povo de Deus. coerente pensar que assim como o Decreto Dominical sai, primeiramente, nos Estados Unidos, espalhando-se ento por todo o mundo, tambm o Decreto de Morte provavelmente seguir a mesma estratgia. Para fortalecer essa interpretao, lembramos que os Estados Unidos formam a Imagem da Besta (Apoc. 13:11-12). bvio concluir que se existe um ai para a besta que subiu do mar, existe tambm um ai para a imagem da besta. Ellen G. White declara: Os protestantes dos Estados Unidos (a besta que subiu da terra) sero os primeiros a estender as mos atravs da voragem para apanhar a mo do espiritismo (a besta que surgiu do abismo); estender-se-o por sobre o abismo para dar mos ao poder romano (a besta que surgiu do mar); e sob a influncia dessa trplice unio, este pas seguir as pegadas de Roma. coerente entender que Satans lanar o primeiro ai contra os Estados Unidos. Este um esforo satnico no sentido de atormentar por cinco meses a nao onde se concentram os poderes econmico, militar, e poltico do mundo, no intento de conseguir a aprovao de Decreto de Morte contra os guardadores do sbado bblico.

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Ellen G. White, O Grande Conflito, 588.

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O Selo de Deus Proteo Mas somente aos homens que no teem nas suas testas o Sinal de Deus (Apoc. 9:4) Apoc. 9:4 fornece mais um sinal para identificar o primeiro ai: mas somente aos homens que no teem nas suas testas o sinal de Deus. Somente aqueles que no receberam nas suas frontes o Selo do Deus Vivo que sero atormentados por cinco meses no contexto da quinta trombeta. O Selo do Deus Vivo (Apoc. 7:23) o santo sbado e amplamente entendido pelos Adventistas do Stimo Dia como uma referncia ao Selamento que ocorre justo antes do fechamento da porta da graa. O primeiro ai, portanto, s poder se cumprir aps o fechamento da porta da graa, depois que os servos de Deus j estiverem todos selados. No tempo do nascimento de Jesus, os sinais do Seu nascimento, apareceram especialmente nas regies em que poderiam ser discernidos, assim tambm aconteceu com o terremoto de Lisboa, o escurecimento do sol, e a queda das estrelas, ocorreram em regies onde poderiam ser discernidos como sinais profticos; do mesmo modo a rea do mundo a ser terrivelmente atormentada por cinco meses, recebendo os juzos do primeiro ai, a regio onde se concentra a maior fora do protestantismo apostatado, os Estados Unidos. Ellen G. White diz que uma runa nacional vir sobre os Estados Unidos como resultado da sua apostasia: e a apostasia nacional (a imposio do Decreto Dominical) ser seguida por uma runa nacional. Os gafanhotos da quinta trombeta devem ser entendidos como simblicos porque assim o contexto sugere. evidente o1

Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 977.

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simbolismo porque os gafanhotos geralmente atacam somente plantas, mas neste caso eles atacam pessoas e possuem o poder de escorpies (Apoc. 9:3,5,6). So smbolos de foras demonacas. A Estrela Ardente A estrela cada de Apoc. 9:1 identificada claramente em Apoc. 9:11 como sendo o anjo do abismo, Satans, cujo nome Abadom, o destruidor. Com base nos paralelos da literatura apocalptica judaica, aprendemos que uma estrela sempre smbolo de um ser angelical, santo ou decado, dependendo do contexto. Assim, a 'montanha incendiada' de Apoc. 8:8 e a 'estrela' de Apoc. 8:10 no so fenmenos naturais, como cometas, meteoritos, etc., e sim, invases demonacas da terra, por parte de seres malignos, provavelmente pertencentes classe dos anjos cados... A quinta trombeta, que o primeiro 'ai' em sua descrio, ocupa onze versculos, porquanto h uma completa descrio da invaso por parte das hostes infernais, e daquilo que elas so. Podemos com certeza relacionar: a montanha ardente lanada no mar de Apoc. 8:8 Abadom um termo hebraico que significa 'destruio' ou 'runa'; o equivalente em grego Apoliom. Joo Bunyan no livro O Peregrino tem um captulo sobre a Batalha contra Apoliom. Esse captulo retrata a tremenda luta que 'Cristo' teve contra esse chefe dos demnios. Vale lembrar aqui que esse nome Abadom, extrado de Apoc. 9:11 usado na maonaria para identificar o deus Maom; o outro nome pelo qual o deus Maom conhecido Jahbulom, Jah-Bul-On, uma mistura feita de Jav com Baal e On (William Schnoebelen, Maonaria: Do Outro Lado da Luz, 56-58. bom lembrar que a maonaria a religio do governo dos Estados Unidos. Embora Igreja e Estado sejam separados neste pas, a religio da maonaria trafega livremente e sem ser percebida no governo dos Estados Unidos. O selo dos Estados Unidos que pode ser visto no verso da nota de um dlar um selo manico, e a prpria cidade de Washington foi planejada e construda usando os smbolos da maonaria, o compasso e o esquadro, como um monumento ao deus da maonaria cujo nome Abadom. O monumento ao primeiro presidente George Washington um monumento maom, o maior monumento flico do mundo, e a Esttua da Liberdade um monumento iluminista Deusa da Razo, o deus do Iluminismo que Satans. Todas essas informaes ligam a quinta trombeta aos Estados Unidos Russel Norman Champlin, O Novo Testamento Interpretado, vol. 6, 496.

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com a grande estrela ardente de Apoc. 8:10 e a estrela que caiu do cu de Apoc. 9:1, e o anjo do abismo de Apoc. 9:11 cujo nome Abadom,como sendo uma aplicao direta a Satans. A estrela ardente um termo muito familiar aos maons. Os ornamentos da Loja so o pavimento de mosaico, o mosaico recortado e a estrela ardente... A providncia divina representada hieroglificamente pela estrela ardente no centro. O centro da Loja uma estrela ardente, que supostamente representa a providncia divina, mas essa estrela invertida de cinco pontas no tem nada a ver com a providncia divina. Enxergar na 'estrala ardente' de cinco pontas uma aluso providncia divina fantasioso; e torn-la comemorativa da estrela que se diz ter guiado os magos dar-lhe um significado comparativamente moderno. Originalmente representava Srius, a estrela-co, a precursora da inundao do Nilo... Depois tornou-se a imagem de Hrus, o filho de Osris, tambm simbolizado pelo sol, o autor das estaes e o deus do tempo. . . . Tornou-se o sinal ou smbolo sagrado e potente dos magos, o Pentalfa . . . Fica claro nesta citao que a estrela ardente um dolo egpcio, o smbolo de Srius. Srius considerada na magia a estrela mais perigosa no cu. A poca em que o povo egpcio sofria mais era durante sua ascendncia. Ela alcanava o apogeu no cu egpcio em 23 de julho. Esse era o perodo mais quente e William Schnoebelen, Maonaria: Do Outro Lado da Luz, 99. Ibidem., 101.

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seco do ano para aquela civilizao, quando o Nilo chegava ao seu nvel mais baixo... Assim Srius era a estrela do mal sufocante, abrasador... Isso o que a 'estrela ardente' no corao de cada Loja manica respresenta: a estrela-co, Srius, o smbolo de Set!... Satans ou Set! Tanto na Bblia como na bruxaria e feitiaria manica, bem como na religio egpcia, a grande estrela ardente representa diretamente Satans. Na quinta trombeta, Satans tem a chave do poo do abismo, isto , a terra em estado de confuso e trevas, Tradicionalmente, Satans reputado o 'rei do mundo inferior',... portanto, vrios intrpretes supem que Satans est em foco neste passo bblico. Ele est no controle das foras que atacam os Estados Unidos. A introduo do poo do abismo neste ponto da viso mais uma evidncia de que as trombetas so eventos que ocorrem aps o fechamento da porta da graa, porque a terra no estar num estado de confuso e trevas antes deste tempo. O estado de confuso e trevas mencionado por Ellen G. White ocorre quando Jesus deixa o Santurio. Deixando Ele ( Jesus) o Santurio, as trevas cobrem os habitantes da terra. Naquele tempo terrvel os justos devem viver vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrio que estivera sobre os mpios, e Satans tem domnio 4 completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Ibidem., 101, 104. Ellen G. White, O Grande Conflito, 658. Russel Norman Champlin, O Novo Testamento Interpretado, vol. 6, 502. 4 Ellen G. White, O Grande Conflito, 614.

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Embora a natureza dos gafanhotos no seja muito clara, os resultados so claros, os homens que no tm o Selo do Deus Vivo sero torturados por cinco meses literais. Por que cinco meses literais? Ellen G. White afirma que em 1844 terminou o tempo proftico. O texto dela diz: Esse tempo, que o Anjo anuncia com solene juramento, no o fim da histria deste mundo, nem do tempo de graa, mas do tempo proftico que deve preceder o advento de nosso Senhor; isto , as pessoas no tero outra mensagem sobre tempo definido. Depois desse perodo de tempo, que se estende de 1842 a 1844, no pode haver um delineamento definido do tempo proftico. O cmputo mais longo se estende at o outono de 1844. Tempo proftico, isto , o princpio dia-ano, no deveria ser aplicado s profecias depois de 1844. As pessoas no tero outra mensagem sobre tempo definido, porque Deus no tem dado qualquer profecia que nos permita colocar qualquer data alm de 1844 tendo como base o princpio proftico do dia-ano. Sendo assim, todas as profecias de tempo, depois de 1844, deveriam ser consideradas como tempo literal, tal como fazemos com a profecia dos mil anos de Apocalipse 20, que entendida como mil anos literais. Que existem profecias de tempo para os ltimos dias, isto inegvel, pois os cinco meses mencionados na quinta trombeta constituem um perodo de tempo onde sero atormentados Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 971. No Antigo Testamento encontramos profecias de tempo proftico e outras de tempo literal: Os 400 anos de Gn. 15:13; os 70 anos de Jeremias 25:12 eram claramente de tempo literal.

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somente os homens que no teem nas suas testas o Sinal de Deus (Apoc. 9:4-5). O Sinal de Deus, isto , o Selo do Deus Vivo, s ser aplicado quando for aprovado o Decreto Dominical. No contexto da sexta trombeta existe outra profecia de tempo preparados para a hora, e dia, e ms, e ano (Apoc. 9:15). A quinta trombeta bem como as outras tem uma interpretao histrica, mas tambm deveriam ser estudadas como eventos futuros que ocorrero aps o fechamento da porta da graa. A profecia no informa quanto tempo duraro as quatro primeiras trombetas, mas coerente entender que sero de curta durao, provavelmente de durao menor que os cinco meses da quinta trombeta. coerente entender que a razo porque na quinta trombeta menciona-se o tempo de sua durao, cinco meses, seja porque ela tem uma durao maior que as primeiras quatro, e tambm por ser o primeiro ai mais devastador do que os juzos anteriores. Passado j um ai; eis que depois disso veem ainda dois ais (Apoc. 9:12). O verso 12 termina o primeiro ai e mostra que as trombetas so seqenciais pois s depois de passarem os juzos do primeiro ai que anunciado o segundo, e a mesma coisa acontece com relao ao segundo e terceiro ais (Apoc. 11:14). A Sexta Trombeta E tocou o sexto anjo a sua trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus, A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: solta os quatro anjos, que esto presos junto ao grande rio Eufrates. E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e ms,e ano, afim de matarem a tera parte dos homens.

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E o nmero dos exrcitos dos cavaleiros era de duzentos milhes; e ouvi o nmero deles. E assim vi os cavalos nesta viso; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraas de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e as cabeas dos cavalos eram como cabeas de lees; e de suas bocas saa fogo e fumo e enxofre. Por estas trs pragas foi morta a tera parte dos homens, isto pelo fogo, pelo fumo, e pelo enxofre, que saa das suas bocas. Porque o poder dos cavalos est na sua boca e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas so semelhantes a serpentes, e teem cabeas, e com elas danificam. E os outros homens, que no foram mortos por estas pragas, no se arrependeram das obras de suas mos, para no adorarem os demnios, e os dolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E no se arrependeram dos seus homicdios, nem das suas feitiarias, nem da sua prostituio, nem das suas ladroices (Apoc. 9:13-21). A sexta trombeta o segundo ai atingindo diretamente as foras atestas do drago, incluindo os poderes espiritualistas do mundo. A descrio feita em Apoc. 9:20-21 identifica esse grupo como sendo declaradamente do drago; a profecia explica que eles so os adoradores dos demnios, dolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra e de madeira. Essa descrio se relaciona com a de Daniel 5:4 onde as foras atestas tambm so representadas pelos falsos deuses babilnios: Beberam vinho e deram louvores aos deuses de ouro, e de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra (Dan. 5:4). Se relacionarmos os trs ais com os trs poderes, ou trs

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espritos imundos da sexta praga, Apoc. 16:13-14, teremos ento: 1. o primeiro ai voltado contra a besta que surge da terra (Apoc. 13:11), o falso profeta (USA), o protestantismo apostatado; 2. o segundo ai voltado contra a besta que surge do abismo (Apoc. 11:7), o drago, o atesmo com todo seu ocultismo; 3. e o terceiro ai contra a besta que surge do mar (Apoc. 13:1), o papado. Conforme Apoc. 16:19 esse o ltimo ai e da grande Babilnia se lembrou Deus, para lhe dar o clice do vinho da indignao da sua ira. A sexta trombeta descreve uma contrafao do verdadeiro Armagedom. O Armagedom ocorre na sexta e stima pragas descrevendo o conflito final entre o exrcito de Satans e o povo de Deus, porm, na sexta trombeta, o conflito mundial se volta contra os adoradores dos demnios, isto inclui todas as foras e poderes ateus com suas respectivas religies: islamismo, hindusmo, budismo, zoroastrismo, confucionismo, taosmo, espiritualismo, comunismo etc. Nas muitas interpretaes existentes sobre o Armagedom, prevalece a idia de que haver um conflito mundial literal, uma terceira guerra mundial. Se isso que o mundo est esperando, isso que Satans far. Uma terceira guerra mundial que corresponda s expectativas da maioria, s que, forosamente, ele poder atingir somente os que no tm o Selo do Deus Vivo.

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E tocou o sexto anjo a sua trombeta e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro (Apoc. 9:13). O anncio vem do Lugar Santo do Santurio Celestial onde Jesus Se demora por um pouco de tempo aps ter deixado o Santssimo. Solta os quatro anjos, que esto presos junto ao grande rio Eufrates (Apoc. 9:14). Estes quatro anjos no devem ser confundidos com os quatro anjos de Apoc. 7:1-3. Os quatro anjos de Apoc. 7:1-3 tem a ver com o reter dos ventos at que os filhos de Deus sejam assinalados. Essa obra de Selamento ocorre no sexto Selo, antes de Jesus deixar o Santssimo. Outra diferena que os quatro anjos de Apoc. 7:1-3 no esto presos junto ao grande rio Eufrates; eles se posicionam nos quatro cantos da Terra, em contraste com os quatro anjos de Apoc. 9:14 que esto presos junto ao rio Eufrates, preparados para um tempo especfico, que o contexto indica ser posterior ao Selamento do povo de Deus, um perodo de flagelos especificamente sobre aqueles que adoram os demnios, os deuses de ouro, de prata, de bronze, de pedra, e de madeira (Apoc. 9:20). O rio Eufrates aqui parece ser um simbolismo litreral daqueles que sustentam o atesmo. A regio do Eufrates, no passado e no presente, representa as foras aliadas do atesmo. A profecia bblica mostra que nos dias que antecedem a volta de Jesus no haver lugar para o atesmo, pois o mundo todo ser envolvido na adorao primeiramente ao papado, e depois, a Satans personificando Cristo. O Armagedom verdadeiro ser a batalha final liderada por Satans personificando Cristo, contra o remanescente de Deus, liderado pelo verdadeiro Jesus Cristo que descer do Cu para libertar os Seus escolhidos.

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Os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e ms, e ano a fim de matarem a tera parte dos homens (Apoc. 9:15). Estes quatro anjos esto envolvidos especificamente com a matana da tera parte dos homens, o flagelo anunciado pela sexta trombeta. Embora o anncio das trombetas venha do Santurio, a execuo destes juzos de inteira responsabilidade de Satans e seus demnios, como em todas as demais trombetas. Na quinta trombeta, o perodo de tempo em que os que no tm o Selo do Deus Vivo sero, no mortos, mas atormentados, de cinco meses literais. Na sexta trombeta o tempo determinado para a destruio de 391 dias literais; durante esse tempo Satans e seus exrcitos mataro a tera parte dos habitantes da Terra, cerca de 2 bilhes. E o nmero dos exrcitos dos cavaleiros era de duzentos milhes... por estas trs pragas foi morta a tera parte dos homens, isto , pelo fogo, pelo fumo, e pelo enxfre (Apoc. 9:16, 18). Um exrcito deste tamanho, 200.000.000, justifica dizer que ser uma contrafao mundial do Armagedom. A sexta trombeta anuncia uma terceira guerra de mbito mundial envolvendo muitas das naes que apoiam o catolicismo e o protestantismo apostatado, contra as foras do atesmo. So mortos a tera parte dos habitantes da Terra. Satans trabalha dos trs lados. Na quinta trombeta, ele atormenta por cinco meses o Falso Profeta, os Estados Unidos, o protestantismo apostatado; na sexta trombeta ele mata a tera parte dos habitantes da Terra, isto , somente daqueles que no tm o Selo1

Hoje a China o maior pas ateu-comunista do mundo e sua populao de 1.300.000.000, quase a tera parte da populao da Terra. Esta no uma afirmao de que a sexta trombeta se aplica especificamente China, mas bom lembrar que o bloco que sustenta o atesmo no mundo atualmente gira em torno de um tero da populao mundial.

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de Deus; e finalmente ele vai batalhar e destruir a prpria besta, Roma Papal, conforme a profecia de Apoc. 17:16. Todos os esforos de Satans durante os flagelos das trombetas so no sentido de atormentar o mundo a tal ponto de despertar neles uma grande ira contra os guardadores do sbado, que resultar na aprovao do Decreto de Morte. Pelas aflies causadas pelas trombetas, destruio, fogo, tormento e morte, Satans despertar o dio e o desejo de vingana contra os guardadores do sbado. E os outros homens, que no foram mortos por estas pragas, no se arrependeram das obras de suas mos, para no adorarem os demnios, e os dolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira . . . e no se arrependeram dos seus homicdios, nem das suas feitiarias, nem da sua prostituio, nem das suas ladroces (Apoc. 9:20, 21). Todos os que no foram destrudos na guerra de Apoc. 9:1419 no se arrependeram. Os pases ateus so convencidos a entrar na guerra contra os guardadores do sbado exatamente em consequncia dos flagelos da sexta trombeta. Finalmente eles se unem ao catlicos e protestantes no esforo de eliminar da face da Terra esse povo que tem sido acusado de ser a causa de toda desgraa humana. importante notar que o segundo ai no termina aqui, ele continua at Apoc. 11:14.

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Captulo 10 - O Livro Aberto, Os Sete Troves e O Segredo de Deus

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Captulo 10

O Livro Aberto, Os Sete Troves e O Segredo de DeusE vi outro anjo forte, que descia do cu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabea estava o arco celeste, e o seu rosto era como o sol, e os seus ps como colunas de fogo; E tinha na sua mo um livrinho aberto, e ps o seu p direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra; E clamou com grande voz, como quando brama o leo; e, havendo clamado, os sete troves fizeram soar as suas vozes. E sendo ouvidas dos sete troves as suas vozes, eu ia escrev-las, e ouvi uma voz do cu, que me dizia: sela o que os sete troves falaram, e no o escrevas. E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mo ao cu. E jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o cu e o que nele h, e a terra e o que nela h, e o mar e o que nele h, que no haveria mais demora; Mas nos dias da voz do stimo anjo, quanto tocar a sua trombeta, se cumprir o segredo de Deus, como anunciado aos profetas, seus servos. E a voz que eu do cu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livrinho aberto da mo do anjo que est em p sobre o mar e sobre a terra. E fui ao anjo, dizendo-lhe: D-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o e come-o, e ele far amargo o teu ventre, mas na tua boca ser doce como mel. E tomei o livrinho da mo do anjo, e com-o; e na minha boca era

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doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo. E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e naes, e lnguas e reis (Apoc. 10:1-11). A viso do captulo 10 um parntese que explica a misso do profeta para o tempo do juzo. Nesse captulo o profeta Joo est representando o ltimo remanescente que proclamar a hora do juzo. O Anjo Forte O Anjo poderoso de Apoc. 10:1 identifica-Se com o ser celestial de Daniel 12:7, Ele Jesus. Uma vez mais, com Sua mo erguida, Ele jura por Aquele que vive para sempre. No s a posio de Jesus, mas tambm o que Ele faz, vincula Apoc. 10 com Daniel 12. Considerando que os livros de Daniel e Apocalipse so um, a mesma fraseologia usada em Daniel e em Apocalipse precisa ser vista como apontando para o mesmo evento. A semelhana da descrio de Apoc. 10:1-3 com Apoc. 1:1316 sugere que este Anjo Cristo. Jesus chamado de o Mensageiro do Concerto (Mal. 3:1), e o Anjo que me redimiu (Gen. 48:16). O poderoso Anjo que instruiu Joo no era outro seno a pessoa de Jesus Cristo. Pondo Seu p direito sobre o mar, e Seu p esquerdo sobre a terra, mostra a parte que Ele est desempenhando nas cenas finais da grande controvrsia com Satans. Esta posio indica Seu supremo poder e autoridade sobre toda a terra. A controvrsia tem se tornado, pouco a pouco, mais intensa e mais determinada, e continuar assim at o fim quando a obra magistral dos poderes das trevas atingir seu1 2

Alberto R. Treiyer, The Day of Atonement and the Heavenly Judgment, 611. Ellen G. White, Seventh Day Adventist Bible Commentary, vol. 7, 971.1

Captulo 10 - O Livro Aberto, Os Sete Troves e O Segredo de Deus

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clmax. Satans, unido com os homens maus, enganar o mundo todo e as igrejas que no receberam o amor da verdade. Porm, o poderoso Anjo demanda ateno. Ele clama com alta voz. Ele mostra o poder e autoridade da Sua voz para aqueles que se tem unido com Satans para se oporem verdade. Um Livrinho Aberto Existem diferenas e similaridades entre Apoc. 10 e Daniel 12. O mesmo livro que em Daniel 12 visto fechado, em Apoc. 10 aparece aberto. O pequeno livro na mo do Anjo representa o livro de Daniel. Porm, mais especificamente a parte selada do livro de Daniel, aquela parte que tem a ver com o Juzo Celestial. No era possvel Daniel entender essa parte selada porque eram acontecimentos que seriam entendidos no tempo do fim. Em Daniel 12:9-10 lemos: Vai Daniel, porque estas palavras esto fechadas e seladas at ao tempo do fim... Muitos sero purificados e embranquecidos e provados... mas os sbios entendero. O Tempo do Fim A expresso proftica 'tempo do fim' no a mesma coisa que fim do tempo. Ela se refere ao fim do perodo de 1260 anos de supremacia papal, que durou de 538 a 1798 a.D. E, fiel predio, quando esse perodo terminou, estudantes das profecias bblicas em muitas terras comearam simultaneamente, e sem qualquer prvio acordo, a concentrar-se no estudo da profecia dos 2300 anos de Daniel 8 e 9.

1 Ibidem. Roy Allan Anderson, O Apocalipse Revelado, 113.

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Revelaes do Apocalipse - Vol. 2

A profecia desses captulos diz respeito a dois perodos de tempo, as 70 semanas e os 2300 anos. Tendo em mente o princpio proftico dia-ano, as 70 semanas seriam 490 anos, a primeira parte dos 2300 anos, separados especialmente para o povo de Daniel (Daniel 9:24). Ao comear o Seu ministrio Jesus declarou: O tempo est cumprido (Marcos 1:15). O cumprimento da profecia das 70 semanas comprovava que Jesus era realmente o Messias. A profecia dos 2300 anos e das 70 semanas comeam juntas, na mesma data (ver diagrama). A data estabelecida a sada da ordem para restaurar e para edificar Jerusalm (Daniel 9:25). Esse decreto foi emitido em 457 a.C. (Esdras 7:11-26). Esta data, objetada por alguns, est confirmada por slidas provas cientficas. Sessenta e nove das 70 semanas profticas, ou 483 anos, chegariam at o Messias (Daniel 9: 25). Sendo que o decreto para a reconstruo de Jerusalm saiu em 457 a.C., basta subtrair 457 de 483 e teremos ento o ano 27 d.C., o ano em que Jesus foi batizado e iniciou o Seu ministrio. Ao fazer a conta de subtrao aparecer a diferena de um ano, mas considere que na passagem da era a.C. para d.C. no existe o ano zero, por isso a data real para o batismo de Jesus no 26 e sim 27 d.C. A mensagem de Jesus era: O tempo est cumprido, e chegado o reino de Deus; portanto arrependei-vos, e crede no evangelho (Marcos 1:15). Justo trs anos e meio mais tarde, na metade da ltima semana, a septuagsima, ou seja no ano 31 d.C. Jesus foi crucificado ( Daniel 9:27). Restavam ainda trs anos e meio da ltima semana proftica, e isso nos leva at o ano 34 d.C., quando Estvo, o primeiro mrtir cristo morreu (Atos 7). Houve nesse tempo grande Ver The Chronology of Ezra 7, de S.H. Horn e L. H. Wood, professors na Andrews University.

Captulo 10 - O Livro Aberto, Os Sete Troves e O Segredo de Deus

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perseguio contra os cristos em Jerusalm o que resultou na fuga deles para outros lugares e pases. Saulo de Tarso foi convertido por ocasio da morte de Estvo (34 d.C.), e tornouse o apstolo dos gentios. Esta profecia das 70 semanas prova convincentemente que Jesus o Messias. interessante notar de passagem que os mestres judeus e os rabis durante sculos tm sido proibidos de ensinar e interpretar esta profecia. Em 1656 ocorreu uma disputa na Poln