Revelações, Fases Da Vida e Seus Rituais-roberto Bertelli
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................... pg. 2
2. NASCIMENTO.....................................................................................
2.1. Rituais do Judaísmo.............................................................................
2.2. Rituais do Cristianismo........................................................................
2.3. Rituais do Islamismo............................................................................
pg. 2
pg. 2
pg. 3
pg. 3
3. MAIORIDADE RELIGIOSA..............................................................
3.1. Emancipação religiosa no Judaísmo....................................................
3.2. Emancipação religiosa no Cristianismo...............................................
3.3. Emancipação religiosa no Islamismo...................................................
pg. 4
pg. 4
pg. 4
pg. 5
4. MATRIMÔNIO.....................................................................................
4.1. O Casamento no Judaísmo....................................................................
4.2. O Casamento no Cristianismo..............................................................
4.3. O Casamento no Islamismo..................................................................
pg. 5
pg. 5
pg. 5
pg. 6
5. A DEMOLIDORA DOS PRAZERES.................................................
5.1. A morte no Judaísmo............................................................................
5.2. A morte no Cristianismo.......................................................................
5.3. A morte no Islamismo...........................................................................
pg. 6
pg. 6
pg. 7
pg. 7
6. CONCLUSÃO....................................................................................... pg. 8
7. BIBLIOGRAFIA................................................................................... pg. 9
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1. INTRODUÇÃO
Discorrer sobre as principais características das três grandes
religiões Monoteístas, sem se aprofundar no tema, poderia levar os leitores ao
julgamento, ou ao preconceito. Isso porque somos levados pelo sentimento do
etnocentrismo, determinando, até por vezes inconscientemente, o que é certo
(geralmente o que pertence a nossa cultura) e o que é errado (basicamente o que
pertence à cultura “estranha” de outros povos).
O mais próximo do correto é entendermos que as três grandes
revelações de Deus para a humanidade partem da premissa de que foram
sucessões de mensagens a determinados povos e em determinadas épocas. Deus
cria o homem e o ensina a viver, e quando este se envolve excessivamente com
os “prazeres mundanos”, a ponto de se esquecer de Deus, então um novo
Mensageiro, com a mesma Mensagem, vem da ordem divina ajudar na
reeducação religiosa do homem.
Neste trabalho tentarei apresentar ao leitor não somente
características técnicas a respeito das três principais religiões, mas sim explorar
seus pontos em comum, criando pontes entre as divergências e realçando as
características que as tornam uma Mensagem Uma, em que no âmago da sua
experiência encontra-se Deus (Roberto Sávio Bertelli Alves).
2. NASCIMENTO
2.1. Rituais do Judaísmo
No Judaísmo, o nascimento do bebê é marcado por uma série de
ritos que pontuam a trajetória de todo judeu. É o ciclo da vida, que começa sua
inserção no Judaísmo, através do Brit Milá, ou pacto da circuncisão, que é o
sinal sagrado da Aliança entre Deus e o povo judeu. Ele marca o ingresso do
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menino na religião judaica e é realizado no oitavo dia do nascimento. A lei
judaica, não estipula nenhuma regra sobre a maneira de dar o nome à criança.
2.2. Rituais do Cristianismo
No Cristianismo, o principal e mais conhecido ritual é o Batismo,
que dá ao bebê, pela primeira vez, a graça santificante, que é a amizade e a
presença de Deus no coração. Junto com a graça o cristão recebe o dom da Fé,
da Esperança e da Caridade, assim como todas as demais virtudes. O Batismo
apaga o pecado original e imprime na alma o caráter de cristão, fazendo-os
filhos de Deus, membros da Igreja Católica e herdeiros do Paraíso.
No Cristianismo Protestante não há a figura do Batismo, como no
Catolicismo, porém, igualmente há um ritual, ou um costume de apresentação
pública das crianças a Deus, durante a qual se pede a Deus que abençoe as
crianças e a vida que elas terão pela frente. Quando assim procedem, os
protestantes estão seguindo a prática admitida pela Igreja de todos os tempos.
Não é o batismo em água, e sim uma apresentação de crianças a Deus, uma ação
de graças e de fé, uma súplica pela bênção divina.
2.3. Rituais do Islamismo
A primeira prática a se realizar quando uma criança nasce no
Islamismo é o adhan (chamamento cantado para a oração) para que as primeiras
palavras que ele ouça sejam Allah e o testemunho de fé. Isso é realizado pelo pai
logo que sai do útero materno. Após se faz o tahnik que é esfregar suavemente
uma tâmara na gengiva da criança. O nome da criança deve ser dado
oficialmente no seu nascimento. A recomendação é a de se dar nomes de
Mensageiros, Profetas ou ainda de pessoas virtuosas. Ao sétimo dia se faz a
aqiqah, que consiste no abate de um carneiro, cuja carne é dividida em duas
partes, sendo uma doada para necessitados e a outra consumida com a família
em festa. Ainda na aqiqah, raspa-se o cabelo da criança, pesa-se e dá aos
necessitados o equivalente do peso do cabelo em ouro, bem como se procede ao
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khatan, que é a circuncisão masculina, assim como é feita no judaísmo, somente
com a diferença do dia.
3. A MAIORIDADE RELIGIOSA
3.1. Emancipação religiosa no Judaísmo
No Judaísmo, a partir do momento em que o menino completa 13
anos (segundo o calendário judaico) e a menina completa 12 anos (segundo
calendário judaico), eles se tornam respectivamente Bar e Bat Mitsvá, ritual
marca a passagem da infância para a idade adulta, em termos religiosos. É
quando os jovens passam a ser responsáveis por sua conduta moral e devoção,
passando a contar como um dos três judeus necessários para a recitação das
bênçãos após as refeições, e a ser responsáveis pelo cumprimento das Mitsvot,
entre elas, usar Talit, colocar Tefilin diariamente e jejuar em Iom Kipur.
3.2. Emancipação religiosa no Cristianismo
No Cristianismo Católico, o fiel batizado pode receber o
sacramento da crisma quando atingir a "idade de discrição" ou idade da razão. A
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pode determinar outra idade, aqui no
Brasil cada Diocese deve determinar com que idade a criança/adolescente deve
ser confirmado, entre os 12 e 16 anos. O Código de Direito Canônico determina
que o sacramento da Confirmação deva ser celebrado na Igreja e dentro da Santa
Missa; por causa justa e razoável pode ser celebrado fora da Igreja e em local
digno. O rito essencial do Sacramento da Confirmação é a unção com o sagrado
óleo da crisma, que se faz com a imposição da mão por parte do ministro que
pronuncia as palavras sacramentais próprias do rito: "Recebe por este sinal o
dom do Espírito Santo".
No Cristianismo Protestante, talvez o ritual mais próximo da
emancipação religiosa de uma pessoa seja o Batismo das Águas, em que a
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pessoa deve ter ao menos 12 anos, idade próxima a da puberdade ou, no caso, a
idade da razão.
3.3. Emancipação religiosa no Islamismo
No Islamismo não há um ritual específico para a emancipação
religiosa do muçulmano. É unânime pelos sábios o entendimento de que o
muçulmano, ao atingir a puberdade, é capaz para os atos da vida religiosa,
devendo praticar o salat (as cinco orações diárias), fazer o hajj (peregrinação a
Meca), jejuar no mês de Ramadhan, e pagar o zakat (contribuição financeira
anual aos necessitados). No Islamismo, as obrigações religiosas são devidas aos
mentalmente sãos, em muitas vezes aos que gozam de boa saúde física, e aos
que atingiram a puberdade. Com a puberdade, o muçulmano, se tiver condições
financeiras, já está apto ao matrimônio e à constituição de família.
4. O MATRIMÔNIO
4.1. O casamento no Judaísmo
O casamento judaico é realizado sob a Chupá, que é uma espécie de
tenda. Ela nos lembra do antigo modo de vida do povo de Israel, que vivia em
tendas. Os noivos ficam sob a Chupá e o rabino realiza a cerimônia. A primeira
parte do casamento inicia-se com uma bênção sobre o vinho, agradecendo e
louvando a Deus que proporcionou a santidade do matrimônio. O noivo bebe
deste vinho e depois dá de beber à noiva. Logo em seguida, há a entrega da
aliança pelo noivo e a sua aceitação pela noiva, o que simboliza a consolidação
do vínculo entre o casal.
4.2. O casamento no Cristianismo
No Cristianismo, o ministro do Sacramento do Matrimônio são os
próprios noivos. O Padre é a testemunha principal, que assiste a este juramento
solene que os noivos fazem diante de Deus. Este juramento é um contrato que os
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dois assinam pelo qual eles selam esta união para toda a vida, com a finalidade
de ter os filhos que Deus quiser lhes dar. A matéria do Sacramento é a aceitação
do contrato. A forma do Sacramento são as palavras que eles dizem para
significar que aceitam o contrato: o "sim". Como para todos os Sacramentos dos
vivos, os noivos devem estar em estado de graça para se casar, de modo a poder
receber todas as graças do Sacramento. Para isso, devem fazer uma boa
Confissão antes da cerimônia e se aproximar da Santa Comunhão juntos.
4.3. O casamento no Islamismo
O casamento Islâmico é um contrato civil baseado em
consentimento mútuo dos noivos. O casamento islâmico não requer nem padre
nem direito sacramental. Requer apenas o registro do consentimento mútuo. A
mulher tem absoluto direito sobre as suas propriedades, adquiridas antes e
depois do casamento. Além disso, possui uma distinta penhora sobre as
propriedades do marido para o seu dote pré-nupcial. Há quatro condições para
que o casamento seja lícito: a permissão do wali (pai, ou na falta o guardião); o
consentimento da moça é necessário para seu casamento, quer seja ela solteira
ou viúva; a necessidade de duas testemunhas maiores; a proposta e as aceitações
da noiva e do noivo.
5. A DEMOLIDORA DOS PRAZERES
5.1. A morte no Judaísmo
Nos enterros judaicos não se utiliza caixões ornamentados, nem se
envia flores, pois os judeus frisam a igualdade de todos os seres humanos em
sua morada final. Na morte, rico e pobre se encontram, pois ambos foram
criados por Deus à Sua imagem e semelhança. Por esta razão, realiza-se o
enterro sem ostentação, sem enfeites, sem flores, ressaltando uma das normas
básicas do judaísmo que é a justiça social. Durante o luto, que é o período mais
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doloroso, deve-se evitar que o enlutado tenha que tomar decisões. Além disso,
deve-se consolar o enlutado e ser sensível aos seus sentimentos. O objetivo do
luto no Judaísmo é permitir que a experiência e o sentimento dos enlutados
sejam compartilhados com os amigos.
5.2. A morte no Cristianismo
No Cristianismo, os rituais começam basicamente antes do
falecimento do cristão. Mais que isso, é um sacramento da Igreja Católica
conhecido pelo termo Viático que significa "provisão de viagem". É a Eucaristia
recebida por aqueles que estão por deixar esta vida terrena e se preparam para a
passagem para a vida eterna. Recebida no momento da passagem deste mundo
para o Pai, a comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo morto e ressuscitado é
semente de vida eterna e poder de ressurreição. No rito da Igreja Católica,
asperge-se água benta sobre o caixão, como primeiro sinal, com as seguintes
palavras de padre ou diácono: “Na água e no Espírito Santo foste batizado. Que
o Senhor termine em ti aquilo que iniciou no batismo”. Como segundo sinal,
joga-se terra sobre o caixão, o que significa: “Do pó foste criado, e ao pó
voltarás. Mas o Senhor te ressuscitará”. Finalmente, o túmulo é assinalado com
a cruz: “Que o sinal da nossa esperança, a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
seja erguida sobre o teu túmulo”. Após sete dias há uma Missa em homenagem
ao falecido.
5.3. A morte no Islamismo
No Islamismo, o muçulmano, ao falecer, tem seu corpo preparado
para o enterro, sendo devidamente lavado, perfumado e enrolado em sua
mortalha (panos brancos). O enterro de um muçulmano é parecido como o de
Jesus (que a paz e as bênçãos de Deus estejam com ele). Após o corpo
preparado, é colocado em um caixão de tampa aberta e levado ao local de seu
enterro. Já no local é realizado o salat al janaazah (oração fúnebre) pelos irmãos
de fé e familiares, e liderado pelo mais sábio, ou o mais antigo muçulmano.
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Cabe salientar que nas tradições islâmicas, a alma do morto permeia seu corpo, e
como tal escuta tudo o que ocorre em sua volta. Assim, a oração fúnebre é
conforto ao morto, que é recompensado por Allah na proporção da quantidade
de pessoas em sua oração fúnebre. Parece-me que tal tradição nos remete ao fato
de que a grande quantidade de pessoas no funeral do muçulmano, está ligada
com o fato de como este muçulmano era querido em vida, e, portanto, uma
pessoa virtuosa. Após a oração o corpo é retirado do caixão e enterrado em nua
cova, de preferência em um cemitério islâmico. O túmulo de um muçulmano
não deve conter construções ou estruturas suntuosas por cima. A sua
identificação será feita por meio de uma lápide simples e de baixa estatura.
6. CONCLUSÃO
Quando falamos sobre as três principais religiões monoteístas,
referimo-nos sobre uma mesma fonte, qual seja Deus, que nas três religiões,
criou o Universo e tudo o que nele existe. As diferenças compõem a ramificação
das interpretações religiosas, pois na espinha dorsal são exatamente iguais.
Este trabalho primou pelo realce dos pontos em comum nas três
principais religiões, e pela criação de pontes para a congregação de suas
divergências. Poderia ter sido mais aprofundado, porém, o intuito do trabalho foi
uma compreensão superficial das características dessas religiões, frente aos
principais eventos da vida de uma pessoa: nascimento, puberdade, casamento e
morte.
Os eventos religiosos sempre serão alvo de estudos e teses. A
Cultura Religiosa será sempre uma disciplina em construção com uma
diversidade dialética na proporção das religiões existentes, pois a grandeza
humana não se mede apenas pela sensibilidade, mas também pela necessidade
do entendimento.
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7. BIBLIOGRAFIA
LIVROS
ARMSTRONG, Karen. Uma História de Deus - Quatro milênios de busca do
judaísmo, cristianismo e islamismo. 1998. Ed. Companhia de Bolso.
ARMSTRONG, Karen. Maomé, uma biografia do profeta. 2002. Ed.
Companhia das Letras.
CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Orientações para a
Catequese da Crisma. 1997. Ed. Paulus
FARUQUI, Ismail Raji Al. O Monoteísmo: suas implicações para o pensamento
e a vida. 1992. Ed. Instituto Internacional do Pensamento Islâmico.
TEXTOS DE INTERNET
AIZENMAN, Renato. Judaísmo. Disponível em www.fierj.org.br
CRISTIANISMO.ORG. Introdução ao Cristianismo segundo a obra de Santo
Tomás de Aquino e Hugo de São Vitor. Disponível em www.cristianismo.org.br
CHIQUITELLI, Pastor Oswaldo Rodrigo. Apresentação ou Consagração de
Crianças. O que significa? Disponível em http://batistabetelguariba.com.br
SALEH, Bárbara. Uma mãe das arábias. Como receber um bebê no Islamismo.
Disponível em http://umamaedasarabias.com.br/2009/06/16/como-receber-um-
bebe-no-islamismo/