Reverso 70

7
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia JOVENS DO RECÔNCAVO ESTARÃO NA JORNADA MUNDIAL (PAG. 11) Cachoeira - Bahia Junho de 2013 Edição 70 Foto: Victor Erik Hotel Colombo é hoje uma sombra do que foi no passado (página 5) Estudantes fazem renda extra com comércio informal (pag. 8) ENSAIO FOTOGRÁFICO: As cores do Paraguaçu na página 6 Os caretas de Maragojipe na página 7 NESTA EDIÇÃO: Prefeituras querem organizar o trânsito na ponte (pag. 3) Câmeras monitoram as ruas do centro (pag. 4) Ser parteira é um ofício em extinção (pag. 12) Foto: Maeli Souza

description

 

Transcript of Reverso 70

Page 1: Reverso 70

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

JOVENS DO RECÔNCAVO ESTARÃO NA JORNADA MUNDIAL (PAG. 11)

Cachoeira - BahiaJunho de 2013

Edição70

Foto: Victor ErikHotel Colombo é hoje uma sombra do que foi no passado (página 5)

Estudantes fazem renda extra com comércio informal (pag. 8)

ENSAIO FOTOGRÁFICO:As cores do Paraguaçu na página 6Os caretas de Maragojipe na página 7

NESTA EDIÇÃO:

Prefeituras querem organizar o trânsito na ponte (pag. 3)

Câmeras monitoram as ruas do centro (pag. 4)

Ser parteira é um ofício em extinção (pag. 12)

Foto:

Mae

li Sou

za

Page 2: Reverso 70

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Reitor da UFRBProf. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif

Diretora do CAHLProfa. Dra.Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo RibeiroProf. Dr. José Péricles Diniz

EditorProf. Dr. J. Péricles Diniz

RedatoraFabiana Dias

Editoração GráficaProf. Dr. J. Péricles Diniz

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013www.ufrb.edu.br/reverso 3CIDADECACHOEIRA | BAHIA

Junho 20132 OPINIÃO INEDITORIALAlienando aos poucos

Renato FerreiraJornalista

Um assunto de extrema importância para comunicação brasileira está passando desperce-bido das autoridades e de várias outras pessoas envolvidas no tema, principalmente os titulares das instituições defensoras da imprensa livre e soberana. Dos que estão atentos evidentemente que alguns estão se beneficiando de alguma forma.Entre as várias novidades acontecidas no sistema de comunicação brasileiro um vem se destacan-do pelo progressivo e contínuo crescimento. Trata-se da expansão do sistema de Tv a cabo, os chamados de canais fechados. Sem nenhu-ma exceção, que ser seja Sky, Claro, GVT ou qualquer outro, existe uma particularidade que me tem chamado a atenção. Apenas as emisso-ras vinculadas a Rede Globo mantêm o mesmo número de canal utilizado na Tv aberta. Por exemplo, em Salvador, a TV Bahia mantém o mesmo número 11 em qualquer circunstância e é a única que mesmo no sistema fechado trans-mite a programa local. Já a Bandeirantes que no sistema aberto é canal 7, no fechado é 15, o 7 passa a ser o da Record. Quem está acostumado no sistema de TV aberto, demora algum tempo para se habituar com os novos números. Sendo que a exceção da rede Globo todas demais trans-mitem no sistema fechado apenas a programa-ção de São Paulo para todo o País. Gostaria de uma explicação porque esse privilégio para a emissoras da Rede Globo e porque as demais não reclamam pelo mesmo privilégio?Vai demorar algum tempo, mas em breve o sistema de TV a cabo estará com um percentual de telespectador superior ao da TV aberta. Ai as populações de todos os estados estarão total-mente alienadas sabendo apenas do noticiário imposto pela rede Globo, sem nem ao menos ter uma outra versão como estamos acostumados a ver até agora. Se as TVs locais (estaduais) não terão para quem transmitir seus noticiários, a não ser atra-vés de chamadas dos noticiários nacionais gera-dos em São Paulo, não se precisará mais de tanto jornalista, será mais um mercado que reduzirá o aproveitamento de jornalistas. Alguém pode achar que estou exagerando, porém é preciso que haja alguém para pensar tentando visualizar o futuro para que no momento oportuno não apareçam aqueles que costumam dizer: “como ninguém pensou nisso antes.”

Cecília SotoJornalista

Com o objetivo de pressionar o governo Dilma a abrir o debate pela regulação da mídia, a socieda-de civil organizada vem se manifestando a favor da proposta do Fórum Nacional pela Democra-tização da Comunicação (FNDC), que consiste na construção de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para um novo marco regulatório das co-municações. O projeto ainda está em fase de ela-boração e consultas no FNDC, devendo tornar-se público a partir do próximo mês de maio.Desde a Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), organizada pelo próprio Governo Federal e realizada em Brasília no ano de 2009, o tema da regulação da mídia continua sem avanços. Recentemente, o secretário-executivo do Minis-tério das Comunicações, Cesar Alvarez, se justi-ficou alegando que não haveria tempo suficiente para amadurecer o debate sobre esse tema em ano pré-eleitoral, desagradando o movimento pela de-mocratização das comunicações. A posição do re-presentante desse Ministério já é considerada uma afronta às deliberações democraticamente apro-vadas pelo Confecom. Outras deliberações foram mudanças no regime de concessões de rádio e TV, adequação da produção e difusão de conteúdos às normas da Constituição, bem como o fim da criminalização às rádios comunitárias. Infelizmen-te, até o momento, essas propostas continuam no papel.A legislação vigente no setor, dominado pelos “ba-rões” da mídia, favorece a iniciativa privada com

graves prejuízos para o povo brasileiro. Uma colcha de retalhos em que se converteu a legislação que deveria regular o setor, segundo a jornalista Lúcia Rodrigues. Esse modelo de concessões da radiodifusão é obsoleto - permite a concentração de emissoras de rádio e TV nas mãos de alguns poucos grupos de empresários, os quais restringem a liberdade de expressão, controlam a informação e influenciam na vida cultural, política e social do povo brasileiro. E, quando não são os grupos de empresários, as con-cessões de rádio e TV se concentram em mãos de po-líticos beneficiados pela troca de vantagens em grande parte do território nacional. Concessões que, assim como na política, são passadas de pai para filho, dis-torcendo os processos eleitorais. Além disso, com uma mídia conservadora, a população tem testemunhado seu uso para criminalizar os movimentos sociais – a exemplo dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Sem Teto (MTST) - as populações negras, faveladas e os pobres. Nesses casos, é revoltan-te como a mídia burguesa manipula as informações.Por entender a urgência de romper com esse modelo ‘via de mão única’ imposto pela meia dúzia de famílias que comandam a mídia em nosso país, o movimento pela democratização da comunicação vem ganhando força e, cada vez mais, organizações se somam à luta. Entende-se que o aperfeiçoamento e funcionamento da democracia pressupõem a democratização da co-municação. Não dá mais para adiar esse debate. Além disso, o Brasil precisa seguir o exemplo de outros países latino-americanos que começaram a elaborar novas e modernas políticas para o setor das comuni-cações, conduzidos por governos progressistas como o do ex-presidente Hugo Chavez (Venzezuela), Evo Morales (Bolivia), Rafael Correa (Equador) e Cristina Kirchner (Argentina). O Congresso argentino apro-

Lei de iniciativa popular deverá pressionargoverno a discutir marco regulatório das comunicações

vou a “Ley de Medios”, mas o lobby dos empresários da comunicação foi tão intenso e a lei bombardeada. Em artigo publicado no livro “La comunicación mediatizada:hegemonías, alternatividades, soberaní-as”, a professora Suzana Sel diz tratar-se de um “forte golpe” nos grupos que concentram a comunicação, abrindo espaço para que novos atores entrem na cena midiática. A ‘lei de médios’ busca “reverter as políticas neoliberais” fixando limites à “concentração, que se expressam tanto na distribuição de um espectro ele-tromagnético reconhecendo novos sujeitos, como na fixação de níveis de produção nacional”. No Brasil, a UNE aprovou recentemente a ideia de mobilizar toda sua rede de diretórios e centros acadê-micos, além dos Diretórios Centrais dos Estudantes (DCEs) – entidade maior de representação de discen-tes numa instituição de educação - para que já neste primeiro semestre sejam coletadas nas universidades de todo o país assinaturas em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular em defesa da liberdade de expres-são e contra os monopólios midiáticos. “Convocamos toda a juventude para se mobilizar em torno desta pauta, que consideramos fundamental para o aprofun-damento da democracia no país”. Estavam presentes mais de 500 lideranças juvenis que participaram do 61º Conselho Nacional de Entidades Gerais, o Coneg da UNE, um dos mais importantes fóruns de discussão do movimento estudantil brasileiro.Além dos estudantes, o movimento sindical, através da CUT, também se articula para mobilizar a socieda-de para a aprovação do projeto de iniciativa popular do FNDC. A discussão já começou nos sindicatos cutistas. Em artigo publicado no site da CUT (www.cut.org.br), a Secretária Nacional de Comunicação da Central, Rosane Bertotti reforça a convicção de seguir lutando pela democratização da mídia e dá todo apoio à proposta da FNDC de criar o Projeto de Lei de Ini-ciativa Popular para o novo marco regulatório. “Temos a convicção de que o país não será mudado cedendo à chantagem e às pressões da velha mídia, na-vegando nas ondas do conservadorismo com a manu-tenção de uma prática comunicativa nada plural, nada diversa e nada democrática”, expressa a secretária no artigo. E conclui: “A sociedade brasileira reforçará sua mobi-lização e sua unidade para construir um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para um novo marco regulatório das comunicações. Sem marco público, a mídia priva-da continuará no controle”.Jornalistas e estudantes de comunicação precisam se engajar nesse movimento pela democratização da mí-dia e, especialmente, apoiar a proposta do FNDC. Só a pressão popular favorecerá as alterações no sistema atual e pressionará o Governo e o Congresso Na-cional para que coloquem o tema na agenda pública. Precisamos lutar por um novo marco regulatório que acabe com o oligopólio e democratize a comunicação.

Prefeituras querem organizar otrânsito nos dois lados da ponte

Maeli Souza

A ponte D. Pedro II, monumento históri-co que liga as cidades de Cachoeira e São Félix, já foi palco de inúmeros problemas no que se refere ao trânsito. Mas nos últi-mos meses a situação vem sendo contor-nada, pois a Prefeitura de Cachoeira anun-ciou que tem se mobilizado para resolver os impasses não só na ponte, mas em toda a cidade.Manoel Correia Pinto, responsável pela Secretaria de Transporte e Trânsito, disse que vem desenvolvendo um trabalho de sinalização no trânsito. Ele contou que há muitos anos desenvolve essa atividade, mas somente na atual gestão foi oficializa-do. Através da Secretaria de Transporte e Trânsito, os agentes foram padronizados, reciclados em treinamento específico de 45 horas, ministrado por especialistas, onde foram realizados trabalhos relacionados à educação no trânsito, legislação e orienta-ções sobre o que fazer em caso de emer-gências. Ele garantiu que todos estão aptos

a acionar, pelo rádio, o Serviço de Atendi-mento Móvel de Urgência (SAMU), Polícia Militar ou uma ambulância, a depender da necessidade. A equipe conta com 14 agen-tes de trânsito e quatro coordenadores.

Do outro lado

Em São Félix o quadro não é o mesmo. Edivaldo Soares, coordenador de trânsito local, justificou que a dificuldade é devi-do à transição de governo, pois eles ainda estão se organizando, ao contrário de Ca-choeira, onde o prefeito está dando con-tinuidade aos projetos da gestão passada. Em São Félix, o trânsito ainda está sendo organizado, inclusive no recrutamento de pessoal e treinamento especial, tal qual foi feito em Cachoeira, que tem servido de exemplo. A comunicação entre agentes dos dois la-dos da ponte é feita por rádio e o trabalho começa às 7h e vai até as 19h, sendo que às 13h há troca de pessoal. Depois desse ho-rário, a ponte fica sem monitoramento e o

trânsito é conduzido sob o bom senso dos motoristas. Maria Nelma Santos e Tatiane Paixão, agentes em Cachoeira, contaram que, apesar de no início terem enfrentado algumas dificuldades pelo fato de serem mulheres, têm ganhado o respeito dos mo-toristas, quando eles perceberem que elas estão aptas para o trabalho.Como a função dos agentes é orientar os motoristas e pedestres para organizar o trânsito, não há aplicação de multas em caso de infração, mas uma advertência ver-bal. Em casos mais graves, eles anotam a placa e entregam ao coordenador, para que ele tome as devidas providências.Marcelo Novais da Rocha trabalha há seis como agente de trânsito em São Félix. Ele disse que não teve treinamento específico para trabalhar, ganhou experiência obser-vando quem já trabalhava e no dia a dia. Ele contou que certa vez um policial que-ria passar e ao ser impedido sacou a arma, mas tudo terminou bem.Em algumas ocasiões o trânsito na ponte fica bastante complicado, principalmente

quando algum motorista de caminhão baú com altura acima do permitido (o máximo é de 4,15 metros) insiste em atravessar. Já houve casos em que foi preciso esvaziar o pneu do caminhão e até mesmo serrar o baú para tirá-lo de dentro da ponte. A largura do espaço do tráfego de carro é de cerca de 4,20 metros, por isso a necessida-de de fechar a ponte de um lado para que o outro passe, sendo que a preferência é dada aos carros que estão do lado de São Félix, pois o espaço para conter o trânsito lá é bem menor, podendo atrapalhar até a

feira livre, que é próxima.Os agentes são unânimes ao apontar os moradores das duas cidades como princi-pais causadores de transtornos na ponte, pois não respeitam as normas. Rodrigo de Jesus Santos, motorista da linha Cachoeira – São Félix há 10 anos, disse que é com-plicado lidar com o trânsito todos os dias, infelizmente há deslizes da parte do pes-soal que monitora a ponte, mas depois da padronização do trânsito ele notou uma melhora, que tem facilitado bastante o tra-balho dele e dos colegas também. O trânsito ainda está sendo organizado nos dois lados da ponte, inclusive com recrutamento de pessoal e treinamento especial

Fotos: Tássio SantosEm certos momentos, o trânsito na área fica bastante complicado

Page 3: Reverso 70

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013www.ufrb.edu.br/reverso 5MEMÓRIAwww.ufrb.edu.br/reverso4 CIDADE 10

Hotel Colombo é hoje apenas uma sombra do que já foi no passado

Janaina Rayberg

As paredes que antes abrigavam estran-geiros e visitantes hoje arruinam-se a cada dia, o telhado já não existe, ficando exposto a chuva e sol. Situado na Praça Treze de Maio (popular Praça Vinte e Cinco), em frente à estátua e às margens do Paraguassu, esse imponente Hotel, que foi prestígio para a cidade de Cacho-eira, hoje está abandonado.O empreendimento foi obra do empre-sário espanhol Aurélio Serra Bouzas, que se inspirou, conforme sua nora Raimun-da Figueiredo Mascarenhas Bouzas, no Café Colombo de Salvador, do qual tam-bém foi proprietário. Ele construiu ainda o Hotel Colombo de Nazaré, vindo de-pois a Cachoeira, onde foi dono do Ho-tel Serra Bouzas e da Pensão Sertaneja. “Com os navios, os hóspedes permane-ciam em torno de uma semana no hotel, não tinham como ir e vir no mesmo dia, como hoje”, disse Raimunda. Segundo ela, a decadência foi surgindo com a

construção das estradas e a paralisação da via ferroviária de passageiros.

Chefs de cozinha O hotel tinha 64 quartos, mas somente 44 ficavam vagos a hospedes em geral, pois vários juízes e médicos moravam lá. Tinha uma cozinha com dois chefs, mas estava aberta aos hóspedes estrangeiros para que preparassem as comidas tipicas do seu país. Havia, também, um salão imperial para refeições, além de salão de jogos com sinuca.A proprietária re-lembrou, com nos-talgia, que “ no Natal fazíamos uma ceia somente para os funcionários no salão imperial, era muito feliz no hotel, era como se fosse uma familia, os pro-prietários não mo-ravam no hotel, mas

em um sobrado anexo”. Ela contou, ain-da, que seus filhos, esposo e cunhados nasceram ali, no sobrado colado ao hotel e que hoje serve de oficina para conserto de automóveis e navios e também vai-se destruindo com o tempo, sem nenhuma obra de restauro ao longo dos anos. “ Fico muito triste quando passo todos os dias em minha caminhada matinal e vejo o hotel se acabando pela ganância de al-guém querer comprar somente e nada fazer”, lamentou.

Raimunda Bouzas lembra dos tempos áureos do hotel

Fotos: Victor Erik

Acervo histórico é doado à universidade

Roquinaldo Freitas

Recuperado em um casarão de São Félix, um acervo com livros e re-vistas das décadas de 1950 até 1980 constitui importante registro históri-co da imprensa nacional. O material pertencia originalmente aos Ramos de Almeida, uma família tradicional sanfelista ligada ao comércio entre o Vale do Paraguaçu e o sertão baiano e de influente poder político na região.O processo de aquisição do acer-vo ocorreu através do estudante do curso de história do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) José Augusto, descedente dos Ramos de Almeida, que através da venda do casarão sede da família descobriu essa importante página da nossa história esquecida.Inicialmente, o material doado seria destinado ao Núcleo de Documen-tação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (NUDOC) mas devido à ausência de espaço fisico, foram transferidos para a hemeroteca do curso de Comunicação Social – Jornalismo do CAHL por intermédio

do professor Péricles Diniz.O professor Walter Fraga, coordena-dor do NUDOC contou que foram doadas revistas de circulação nacio-nal como o Cruzeiro, Manchete, Play-boy, entre outras, algumas inclusive de partidos da esquerda. O professor estima que 2 mil revistas tenham sido doadas, um material muito importante que retrata o final da década de 1950, passando por todo o regime militar, um acervo rico do ponto de vista his-tórico.

Conteúdos como este ainda podem

ser encontrados em Cachoeira e São

Felix, o que para Walter Fraga é algo

dramático, considerando-se que po-

dem vir a se perder fontes históricas

ao longo do tempo por conta da falta

de conservação, da limitação de recur-

sos das instituições em preservar essa

documentação e pelo descaso com

o testemunho da história da região.

Com a criação do CAHL e os cursos

de história, museologia e jornalismo,

tendem a uma conscientização maior

em relação à necessidade de conservar

e restaurar a nossa memória.

Igreja Católica Apostólica Brasileira mantém obras sociais em Cachoeiralze Melo

Localizada no bairro do Cucui, na cidade de Cachoeira, a Igreja Apostólica Brasi-leira é fundadora e responsável por duas obras sociais, o Educandário Paróquia a Jesus por Maria e pela Filarmônica 25 de Junho. Essas instituições disponibilizam aulas da educação infantil ao quinto ano do ensino fundamental, além de aulas de música instrumental para crianças e jovens gratuitamente. O vínculo da escola com a igreja surgiu a partir do momento em que se pensou na criação da instituição de ensino, onde Dom Roque Cardoso Nonato, bispo da diocese em Cachoeira, cumpriu uma orien-tação dada pelo bispo Dom Carlos Duarte

Costa, fundador e patriarca da religião, que exige a participação em instituições sociais onde há uma Igreja Apostólica Brasileira.A escola, que em 2013 completará 28 anos, foi criada a partir de doações e o apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira, que ainda mantém esse auxilio, arcando men-salmente com algumas necessidades, como pagamento de professores, funcionários, contas de água e luz, dentre outras. A ins-tituição conta também com parte do di-nheiro do dízimo ofertado pelos fiéis e a colaboração financeira que os pais pagam todo mês no valor de R$ 25,00.

Investimento

Rosemeire Oliveira, mãe de dois ex-alunos,

declarou que o valor pago é um investi-mento na educação dos filhos e se torna vantajoso, pois reflete na qualidade do ensino. “A gente tem condições de pagar uma taxa baratinha, o ensino melhora, e é o mesmo que o de uma escola particular”, disse. Segundo Paulo Vitor, ex-aluno e atual vice-diretor da escola, as instalações do educandário cresceram durante os anos e isso só foi possível graças ao apoio da prefeitura e da associação realizada com os pais.Além da instituição acadêmica, a igreja também possui o projeto da Filarmônica 25 de Junho, onde são disponibilizadas au-las de músicas para 55 crianças e jovens, destes, 25 estão na escolinha, que é o perío-do de inicialização musical, enquanto 30 já

fazem parte da banda oficial. A turma que compõe as aulas de música não é formada apenas pelos atuais alunos do educandário, em sua maioria a 25 de Junho é composta por jovens que estudaram na escola e não perderam o vínculo com a instituição.

Filarmônica

A filarmônica também se mantém atra-vés de um convênio com a prefeitura de Cachoeira. A banda se apresenta em fes-tas culturais e participa de concursos na região, assim como as demais filarmônicas da cidade. As aulas de música acontecem dentro das instalações do educandário e são ministradas pelo vice-diretor Paulo Vi-tor, que explicou que a população como

um todo pode participar das aulas, basta se disponibilizar a aprender.A sociedade de Cachoeira associa à insti-tuição não apenas a formação acadêmica dos alunos, mas também a construção de um caráter social.“Se não fosse o ensino que recebi no edu-candário, eu não seria o que eu sou hoje”, disse Edenildes Gonçalves, aluna na dé-cada de 90. Essas duas instituições se tor-naram importantes para a população da cidade devido à importância dada aos tra-balhos realizados com as crianças e jovens. É notório o respeito e afeto da comuni-dade cachoeirana pelas instituições. Essa admiração é causada pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido pela igreja para o bem social.

Lei manda instalar câmeras nas principais ruas do centro

Foto: Lorena Soares

Matheus Buranelli

Apresentada pelo vereador Júlio Sampaio, a lei 858/2010 autoriza o município da Cachoeira a instituir o serviço de seguran-ça através de câmeras de vigilância. Seu projeto teve início em 2007, mas só foi efetivado em 2010. Segundo o vereador, esse tempo foi necessário para que fossem estabelecidos os convênios necessários às intenções do dispositivo legal.Há duas vertentes bem definidas no dis-positivo legal. A primeira entende que a instalação das câmeras inibiria as ações cri-minosas e facilitaria o reconhecimento dos que cometessem delitos. Tanto a vigilância quanto o registro das imagens e caberá à Polícia Militar. A possibilidade de acom-panhar em tempo real a movimentação no centro da cidade aumentaria a agilidade dos policiais, em especial quando o efeti-vo de Cachoeira diminuiu cerca de 13%.

A respeito, o vereador Júlio sublinhou o fato de que a cidade recebe muitos turistas e estudantes universitários, que são alvos comuns de assaltantes. A segunda vertente teria, segundo os au-tores da proposta, a intenção de filmar o patrimônio histórico da cidade e divulgá-lo através de meios de comunicação, atraindo turistas para a cidade e permitindo o cres-cimento da Cachoeira. As imagens seriam selecionadas no acervo digital e disponi-bilizadas para a divulgação, sobretudo na internet.

Investimento

As empresas estão em processo de licita-ção para instalação e manutenção dos equi-pamentos. Até agora apenas uma empresa fez o orçamento, mas outras duas deverão realizá-lo para a avaliação e escolha da ter-ceirizada. Uma exigência acerca da escolha

da empreiteira é de que seja uma empresa próxima, que já conheça a região e saiba onde devem ser instaladas as câmeras.Todo o aparato “será instalado com recur-sos próprios”, conforme explicou o ve-reador. Inicialmente, como o projeto tem características para estímulo ao turismo, contava-se com a Bahiatursa para investir no projeto, que atrairia mais visitantes para o Estado. Como o apoio não foi firmado, as despesas ficarão por conta do municí-pio.

A lei

A dona de casa Iraildes Cazais disse que não conhecia a lei. Ela acredita que a ini-ciativa vai ajudar a “evitar as coisas, porque está muito perigoso”. A diretora de escola Luciana Maia, por outro lado, aposta que “com câmera ou sem câmera, eles [crimi-nosos] fazem a mesma coisa”. Por sua vez,

o artista plástico Davi Rodrigues acredita na ideia, mas discorda do argumento de fo-mento ao turismo, pois segundo ele “não dá pra divulgar Cachoeira do jeito que está”. Para ele, que já conhecia a lei, “se puder botar na cidade toda, seria ótimo”. Balconista de uma farmácia, Trabuco Oli-veira não tinha conhecimento da lei, mas disse haver um projeto parecido em Castro Alves e afirmou que valeria muito a pena o investimento. No segundo semestre de

2010 uma única câmera foi instalada na praça da Praça da Aclamação para teste. O equipamento ficou instalado entre a sexta-feira e a segunda seguinte e provou ser mais eficiente do que as denúncias fei-tas pelo disque denúncia. Além disso, ao acompanhar os fatos à medida que aconte-ciam, os policiais registraram novos casos de irregularidades, como o uso de carros de som, e as filmagens ajudaram a identifi-car os proprietários e retificá-los.

A ideia é monitorar com mais eficiência o movimento nas ruas da cidade

Page 4: Reverso 70

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013

www.ufrb.edu.br/reverso www.ufrb.edu.br/reverso76 ENSAIO

As cores do ParaguaçuO máximo que pode um texto, na tentativa de ser legenda a estas imagens captadas em ensaio fotográfico pela estudante de jornalismo Alice Velame é tentar o mínimo possível, para não atrapalhar o que realmente vale por mil palavras.

Mais de mil palhaços no salãoOs caretas de Maragojipe são a marca registrada de um carnaval que a cada ano ganha reconhecimento por sua beleza plástica, alegria, espontaneidade e participação popular. Este registro para lá de especial é da estudante de jornalismo Naiara Moura.

Page 5: Reverso 70

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013www.ufrb.edu.br/reverso

REGIÃO 9CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013 www.ufrb.edu.br/reverso8 ECONOMIA

Associação busca benefíciospara oleiros de MaragojipinhoLarissa Molina

Em Maragojipinho funciona o maior cen-tro de cerâmica artesanal da Bahia e tam-bém um dos grandes pólos de cerâmica da América Latina, onde existem cerca de 230 oleiros e artesãos. A maioria deles participa da Associação de Auxílio Mútuo dos Oleiros de Maragojipinho (Amom), fundada em 29 de setembro de 1988 e que vem buscando firmar parcerias e melhorar as vendas e as condições de trabalho dos artesãos, que ainda vivem com algumas dificuldades.As principais parcerias feitas com a Amom que têm mudado essa realidade são com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae) , que há 15 anos trabalha com eles; com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e com o Instituto Mauá, que levam capacita-ção, noções de associativismo e viabilizam o acesso a novos mercados. Também aju-dam em eventos com as despesas de des-locamentos, hospedagem e alimentação e compram as peças artesanais tradicionais para revender. A mais recente oficina do Sebrae de que participaram foi a de pre-cificação.

Usina

Segundo a presidente da associação, Ma-rijose Pinto dos Santos, mais conhecida como Divina, a principal reivindicação que a Amom está buscando atualmente é pelo funcionamento de uma usina de processa-mento de barro que existe na localidade desde 2005 e nunca funcionou. “Algumas pessoas receberam cursos, mas está faltan-do algumas coisas na usina como equipa-

mentos e nós estamos precisando de re-cursos para isso”, relatou.O secretário de Cultura, Esporte e Juven-tude do município de Aratuípe, Emanuel Cardoso, afirmou que a secretaria junta-mente com a EBDA e a Amom, já esti-veram reunidas para viabilizar formas de colocar a usina em funcionamento. A pre-sidente da associação também ressaltou essa parceria. “Estamos discutindo sobre isso com a EBDA e a secretaria de cultura, e o SEBRAE também esta conosco”, de-clarou Marijose Pinto.A associação também possui negócios com a Tok Stok, importante rede nacional de lojas especializadas em decoração, que compra dos artesãos as peças confecciona-das no local e revende em sua rede de lojas. Segundo a presidente, eles exigem um pa-drão de qualidade, mas têm a preocupação de manter a tradição do modo em que as peças são confeccionadas, sem interferir na produção. O secretário ressaltou também que é a primeira vez que o município de Aratuípe

tem uma secretaria para a cultura e que os oleiros e artesãos de Maragojipinho só têm a ganhar com isso. Segundo ele, uma audi-ência pública também vai ser marcada para discutir com a associação e outros mora-dores, os benefícios do tombamento do lo-cal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Dificuldades

Uma dificuldade que foi relatada pela pre-sidente da associação, não só para os olei-ros de Maragojipinho, mas para os artesãos em geral, é a falta de uma atenção especifi-ca pelo INSS para essa atividade. Segundo ela, a categoria não possui um regime de aposentadoria e auxílio previdenciário es-pecial para atividade que realiza. Os arte-sãos preferem contribuir por meio de ou-tras associações, como a de pescadores ou se possível por outra atividade que exer-cem, onde podem ter mais vantagens do que com a contribuição como autônomo.A associação dos oleiros tem também uma sede com algumas salas e uma loja, onde

os associados adimplentes podem colocar produtos à venda. No momento ela esta fechada devido à falta de infra-estrutura, o que, para a presidente da associação, é outro problema que eles estão enfrentando no momento. Entre os oleiros, alguns re-clamam que a associação não ajuda muito, e que é difícil pagar as taxas cobradas sem a garantia de uma renda fixa.

Feira de Caxixis

Para vender seus produtos fora do período mais forte, que é durante a Feira de Ca-xixis, os artesãos de Maragojipinho costu-mam migrar para outros locais. Durante o período junino, por exemplo, eles vão para cidades que têm festas de São João, como Cachoeira, e na volta são recebidos com festa no dia de São Pedro.Antes de chegar à presidência, em janeiro desse ano, Marijose Pintojá atuou em di-versas funções dentro da associação. Ela fez questão de ressaltar que é a primeira artesã a ocupar o cargo e que isso estava sendo necessário porque possibilita uma visão diferente das reivindicações. Ela tam-bém fez questão de destacar um grande equívoco que acontece, de que as pessoas de outros locais pensam que a cerâmica de Maragojipinho é produzida no município de Nazaré, mas na verdade é em Aratuípe.

Turma da UFRBvisita a localidade

Samili Cintra

Pouco antes da realização Feira de Caxixis deste ano, estudantes do curso de jornalis-mo da UFRB tiveram a oportunidade de conhecer o distrito e acompanhar o pro-cesso de criação das cerâmicas. A profes-sora Juciara Nogueira, que acompanhou os alunos, agendou a viagem para os par-ticipantes do grupo de estudos ARCCO – Arte, Cultura e Comunicação “com o objetivo de conhecer como ocorre a pro-dução de cerâmica nas olarias, averiguar as técnicas utilizadas e os padrões estéticos empregados”, declarou.Alguns integrantes do grupo fizeram registros fotográficos, enquanto outros coletaram depoimentos e informações que deverão servir para a produção de artigos científicos. “Infelizmente, alguns integrantes do grupo tiveram prova no dia da viagem e nem todos puderam ir. Mas achei a experiência ótima e a data escolhi-da, próxima ao período da Feira de Caxixis em Nazaré, nos facilitou a apreciação de vários tipos de peças”, disse a professora. Em paralelo, estudantes que não fazem parte do grupo tiveram a oportunidade de conhecer o lugar, as histórias de seu povo e acompanhar a produção de cerâmica de perto para produzir matérias e fotos para o Reverso, auxiliados pela monitora Fabia-na Dias. Após o almoço, os alunos foram a Santo Antônio de Jesus fazer uma visita aos estúdios da Rádio Andaiá. “Nós acabamos saindo da nossa zona de conforto e conhecendo novos ambientes, pessoas e histórias. A viagem foi impor-tante também pela visita à Rádio Andaiá, pois tivemos a oportunidade de ver de per-to como uma emissora funciona e o que podemos esperar do mercado de traba-lho”, contou a estudante Paloma Teixeira. A presidente da associação, Marijose dos Santos, quer tornar operacional uma usina de

processamento de barro que existe na localidade

Os direrigentes da AMOM busca parcerias para melhorar as condições de trabalho

Fotos: Janaina RybergEstudantes fazem uma grana extra no comércio informalDrielle Costa

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) lançou, em novembro de 2012, o site de classificados da universida-de, com o objetivo de facilitar a troca ou a negociação de bens e serviços entre pro-fessores, estudantes, funcionários e colabo-radores da instituição. A ferramenta ainda está em fase de teste e pode ser acessada por qualquer pessoa que tenha ligação com a instituição. O comércio informal está cada vez mais comum entre alunos do Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL), campus da UFRB em Cachoeira. Pois, estudar e morar em Cachoeira traz muitos custos com livros, comida, xerox e passagens. Por isso, os estudantes compram e produzem mercadorias para vender durante os in-tervalos das aulas. Assim, conseguem di-nheiro extra para ajudar nas despesas. Eles vendem de tudo: maquiagem, cosméticos, doces, lanches, cafés. As vendas aconte-cem nas salas e na área de convivência do CAHL. Além das vendas na universidade há tam-bém as pela internet, em grupos relacio-nados. Os alunos procuram por produtos variados nos grupo do fabebook, que ven-de de tudo, geladeira, fogão, cama, mesa,

computadores e até casas. Lorena Sales, estudante do sexto semestre de Ciências Sociais, vende produtos eróti-cos e pretende usar o seu lucro para fazer uma viajem ao Chile, participar do encon-tro da Associação Latina Americana de Sociologia. Em Cachoeira tem apenas uma loja de produtos do gênero. A ideia é tra-zer o sex shop para perto das clientes, que

não gostam ou não têm tempo para ir até a loja. Lorena assegurou que vende tudo a preço universitário, bem mais barato. “Es-tou tendo um bom retorno, mas só vou vender até chegar ao meu objetivo”, con-tou Lorena, que garante não vender apenas para os estudantes, mas para professores e servidores do centro. Ela faz propaganda

pela internet, em sua página pessoal e nos grupos relacionados à UFRB no facebook, o que faz com que seja bastante procurada.

Cafés, doces

Na hora da fome não é difícil encontrar um café ou um doce no CAHL. Maria José Alves, estudante do centro, não dei-

xa faltar o cafezinho na turma do terceiro semestre de Museologia, turma da qual faz parte. Começou levando o café para seu consumo e dividia com seus colegas, que acharam justo pagar. “Cobro R$ 0,25 para meio copo e R$ 0,50 para um copo de café”, disse Maria José, que informou não calcular seus ganhos com os cafezinhos.Os docinhos também são bastante lucrati-vos, segundo disse Julia Augusta Santana, estudante do terceiro semestre de Museo-logia. Vender bombons de chocolate tem sido cada vez mais comum. Julia sentiu ne-

cessidade de fazer brigadeiros para vender entre seus colegas a partir desse semestre, porque as xerox estavam cada vez mais ca-ras. ”Vendo a R$ 1,00 e tem semana que tiro até R$ 20,00 e só gasto cinco horas do dia pra preparar tudo”, comentou . Ana Claudia Barbosa de Oliveira, do oita-vo período de Museologia, ficou desem-pregada e há dois meses decidiu investir em brawnie, doce de origem norte ameri-cana. Ela contou que está tendo um bom retorno e já pensa em abrir uma pequena fabrica.

Cosméticos

A venda de batons e maleta de maquiagens no CAHL é uma novidade, tendo inclusive um homem como vendedor. Hedimilton Santos, que está cursando o sexto semestre de Jornalismo, vende há dois meses para custear seus gastos com a faculdade. Ele disse que dá pra tirar uma grana boa. Os batons são vendidos a partir de R$ 10 ,00 e as maletas com maquiagens podem sair a R$ 120,00. Os catálogos também fazem o maior su-cesso entre as estudantes, com venda ga-rantida entre as meninas. Os produtos de higiene pessoal, cosméticos, perfumaria e maquiagens nem precisam de divulgação, pois os catálogos vão passando de mão em mão. Um investimento inicial é essencial para o sucesso dos negócios, depois é fazer clien-tes para ter uma boa lucratividade.

Fotos: Maeli Souza

Artigo eróticos fazem parte da lista de produtos oferecidos informalmente

Os catálogos com produtos de beleza fazem o maior sucesso principalmente entre o público feminino que frequenta o centro da UFRB

Com marca própria e muita propaganda boca-a-boca, os brawnies vendidos no comércio informal inspiraram sua criadora a pensar em abrir uma pequena fábrica

Livreiros reclamam da demanda

pequena em CachoeiraRodrigo Daniel Silva

De acordo com os livreiros de Cachoei-ra, a venda de livros ainda é pequena no município. A razão, segundo eles, é a falta de incentivo à leitura. Na cidade, loja de livros se resume apenas a dois lugares: a MC Livros e Cia e a banca dentro da Uni-versidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Os livros do gênero religioso, disseram os livreiros, dominam a lista dos mais vendidos.Há cinco anos, Raimundo Dayube abriu a MC Livros e Cia. Ele é bancário aposen-tado e decidiu fazer de sua antiga garagem um espaço para vender livros e revistas. No começo, contou ele, acreditava que poderia ter um bom retorno com o negó-cio de livros. Contudo, não foi bem assim. “Se eu dependesse disso aqui, eu já teria fechado. Pra viver não dá. É bom para preencher meu tempo vago”, disse ele.Avaliou também que a vendagem média é de 10 livros por mês. Ainda segundo ele, não haveria espaço para novas livrarias na cidade. “Tem gente que compra dez revis-tas de R$ 2,99 e não compra um livro de R$ 30,00, porque acha que é caro”, acres-centou Dayube.Além da falta de incentivo à leitura, a ca-choeirana Acely Araújo apontou outros motivos para a pequena procura de livros. Leitora assídua, segunda ela, muitas obras estão disponíveis na internet, nas biblio-tecas municipais e nas escolas. Embora ainda prefira ter o contato direto com o livro, disse ela, isso contribui para a baixa vendagem. Ela contou ainda que tem do-ado seu acervo pessoal de livros. “Livro não é para estar em casa, é para estar em movimento”, afirmou.

A FLICA

Desde a década de 1980, o maranhense Ademar Papaleguas vem a Cachoeira par-ticipar das festas tradicionais da cidade. Hoje, ele mora no município e a sua única renda são os livros que vende na UFRB. Para ele, a Festa Literária de Internacio-nal de Cachoeira (FLICA) tem deixado a desejar no quesito leitura. Segundo ele, a festa está mais voltada para música e show. “Nada contra a música. Mas o livro e a lei-tura sempre em primeiro lugar”, disse ele. Para Raimundo Dayube, a FLICA é um espaço interessante de debate, mas não é para o mercado de livros. Acely Araújo acredita que nos próximos anos a FLICA deve crescer, mas pede um maior incenti-vo à leitura para crianças e adultos através da criação de rodas de leitura e de espaços para o teatro.

Page 6: Reverso 70

CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013 www.ufrb.edu.br/reversoCIDADANIA10 CACHOEIRA | BAHIA

Junho 2013www.ufrb.edu.br/reverso 11CIDADANIAJovens católicos do Recôncavo estarãona Jornada Mundial da Juventude

A Jornada

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) foi instiuída em 1985 pelo papa João Paulo II. Todos os anos, acontece no Domigo de Ramos, quando se celebra o Dia Internacional da Juventude, e, em intervalos que variam de dois a tres anos, acon-tece a nível mundial. A primeira Jornada Mundial da Juventude aconteceu no ano de 1986, em Roma, e a última em 2011, na Espanha. Esta 27ª Jornada, que ocorrerá no Rio de Janeiro, tem como o lema o texto tirado da Bíblia livro de Mateus “Ide e fazei dis-cípulos entre todas as nações!” As paróquias do Recôncavo estão se organizando para enviar à capital carioca representantes de pelo menos nove cidades da região.

Reisania Karla

Um grupo de 100 jovens católicos do Re-côncavo está se organizando para partici-par da Jornada Mundial da Juventude, na ci-dade do Rio de Janeiro, em Julho deste ano. A mobilização dos jovens para acompanhar o evento tem sido intensa da igreja local, onde a movimentação para angariar fundos está sendo articulada principalmente pela Pastoral da Juventude (PJ) do Recôncavo, que é composta pelas PJ paroquiais das ci-dades de Sapeaçu, Cruz das Almas, Gover-nador Mangabeira, Muritiba, Cabaceiras do Paraguaçu, Muritiba, Maragojipe, São Félix, Cachoeira, Santo Amaro e Saubara.Várias atividades estão sendo realizadas para arrecadar dinheiro para a inscrição e a viagem, como revelou um dos coordena-dores da PJ do Recôncavo, Alfredo Júnior. “ As PJs de todas as paróquias estão empe-nhadas em conseguir os valores necessários para os jovens irem à JMJ. Os jovens estão circulando com uma caixa em que as pes-soas podem depositar qualquer quantia, já fizemos rifas, feijoadas,quermesses, além de fazer uma campanha de apadrinhamen-to em que famílias e comerciantes católicos estão adotando os jovens e arcando com suas despesas na jornada’’, disse.

Mais de 100Juntas, as paróquias do Recôncavo preten-dem enviar mais de 100 jovens para o Rio de Janeiro. Serão 11 jovens de Sapeaçú, 26 de Cruz das Almas, três de Muritiba, três de Mangabeira, cinco de Cabaceiras, 11 de São Félix, 21 de Cachoeira, três de Saubara e 12 de Santo Amaro. Segundo a coordena-ção da PJ do Recôncavo, esse número ainda

pode aumentar, pois as inscrições seguem abertas e alguns jovens demonstram inte-resse em fazer parte desse grupo.

Fé e vida

São muitas as expectativas dos Jovens em relação à JMJ, como declarou o coorde-nador da PJ paroquial de Cruz das Almas, Rafael Souza: “ inicialmente, a jornada nos possibilitará partilhar a fé com jovens de vários lugares do mundo, agora, com a eleição do novo papa, também esperamos mudanças significativas na Igreja Católica,

assim a JMJ é uma oportunidade de perce-ber o perfil do novo papa, o que ele pensa sobre as juventudes, entre outras coisas”, disse.Rafael acredita que além da partilha da ex-periência de fé, esse evento será importante também por possibilitar aos participantes comungar das experiências das outras rea-lidades juvenis presentes no mundo. Para ele, “a JMJ desenvolve um espírito de co-letividade dentro da comunidade católica além de permitir à juventude compartilhar as experiências de vida das juventudes cató-licas do Brasil e do mundo”.

Fotos: Mário Jorge

Trabalho de equipe

Os jovens de Cachoeira e de várias outras localidades da região têm realizado diversas atividades para arrecadar dinheiro, o objetivo é enviar 21 representantes para o encontro com o Papa Francisco. Para isso, eles intensificaramm a campanha vendendo rifas e produtos alimentícios para cobrir os custos da viagem que ficam em torno de R$ 800,00 por pessoa.

A venda de comidas típicas tem ajudado a arrecadar o necessário à viagem

Cerca de 5 mil são beneficiáriosdo Bolsa Família em CachoeiraRodrigo Daniel Silva

Em Cachoeira, 5.016 famílias recebem o benefício do Bolsa Família, conforme os dados da Secretaria de Assistência Social do município, que apontou o valor total re-passado para os beneficiários em R$ 776. 522,00. A gestora do Bolsa Família, Giliane Rodrigues dos Santos, disse que a meta é alcançar 5.600 famílias no munícipioNo final de fevereiro deste ano, a presidente Dilma Rousseff anunciou uma ampliação do programa medida que visa complemen-tar a renda de quem recebe menos de R$ 70 por pessoa/mês. Com a medida, segundo o governo, deverão ser retiradas 22 milhões de pessoas da miséria em todo o país.A gestora Giliane dos Santos contou que, em Cachoeira, a maioria dos beneficiados é

de mulheres que residem na zona rural da cidade. Por sua vez, a socióloga e professo-ra da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Inês Ferreira, sugeriu que nessa região há uma concentração su-perior de pobres. Por essa razão, segundo ela, há um número maior de beneficiários. Ela afirmou, no entanto, que é preciso um estudo mais aprofundado da população.

Despesas da casaMaria das Graças é uma das beneficiadas. Moradora de Tibiri, zona rural de Cacho-eira, declarou que recebe R$ 70,00 do pro-grama. Com o benefício, paga as despesas da casa. Mas nem só do Bolsa Família vive Maria das Graças. Ela contou que para complementar a renda precisa trabalhar nas lavouras de mandioca e aipim. Disse

também não desejar que seus dois filhos dependam do programa para sobreviver. “Algumas pessoas não gostam de trabalhar. Mas quem quer ter uma vida melhor, vai receber esse (benefício do Bolsa Família) e trabalhar”, acrescentou a lavradora. Cadastro

A gestão do programa em Cachoeira anun-ciou que, em meados de março, será lança-do o Bolsa Família Itinerante. O objetivo é percorrer a região em busca das pessoas que precisam dessa renda.Os documentos necessários para efetuar o cadastro são: certidão de nascimento, carteira de traba-lho, título de eleitor, conta de luz e os do-cumentos das crianças. A gestora ressaltou ainda que as pessoas têm tido receio de

apresentar a carteira de trabalho. “Por ter sido assinada alguma vez, as pessoas dizem que estão em ‘branco’. E a gente precisa explicar que só quer o número da carteira”.Para a professora Inês Ferreira, o progra-ma não precisa ter mudanças, mas sim ser aperfeiçoado. Ela apontou um caminho

para obter mais êxito. “O ideal seria mes-mo aperfeiçoar, qualificar mais o pessoal das prefeituras, que as funções fossem de-senvolvidas por técnicos e não por pessoas próximas aos políticos. Uma gestão mais profissional poderia ajudar bastante”, con-cluiu.

A gestora do programa Giliane dos Santos disse que são as mulheres da zona rural as principais beneficiadas pelo programa em Cachoeira

Foto: Thacio Martins

Conselho quer finalizar Planode Cultura ainda neste semestre

Vanessa Araújo

O presidente do Conselho de Cultura de Cachoeira, Jomar Lima, anunciou que o objetivo principal da atual gestão é finalizar, ainda neste semestre, o Plano de Cultura, com sua aprovação entre os conselheiros, levando-o para a câmara a fim de ser sancionado e transformado em lei. Somente após a lei ser aprovada, a Secretaria de Cultura do município po-derá abrir editais para a área de cultura. Está previsto que o Conselho receba uma verba anual em torno de R$500 mil para editais municipais em diversas áreas.Lima reconheceu que a maior dificul-dade que a instituição está enfrentando é a de reunir seus membros. “Nós não avançamos mais ainda justamente por-que muitos dos nossos membros traba-lham e não encontram tempo para as reuniões”, admitiu. Para José Cardoso de Araújo, escultor e artesão em Cachoeira

e também membro do Conselho de Cultu-ra na área de artesanato, a instituição está muito atrasada em seu trabalho. Ele afirma que “muitos artistas ainda não conhecem o conselho; não sabem o que é, nem pra quê serve”.José é conhecido artisticamente como Doi-dão. Tem seu ateliê em frente ao prédio da prefeitura. Falando sobre a necessidade de o Conselho de Cultura avançar em seu trabalho ele afirmou que “eeria um bom incentivo se o conselho funcionasse, por-que aí viriam outros conselhos que são ne-cessários aqui em Cachoeira, já que é uma cidade histórica, um monumento nacional. O turista chega aqui, não vê quase nada, então bate as fotografias e vai embora, não volta mais”.

Consultivo

Criado em 2011, o Conselho de Cultura de Cachoeira é uma instituição aliada ao Sis-

tema Nacional de Cultura, criada para a discussão das políticas públicas dos municípios. Trata-se de um órgão con-sultivo, ou seja, a própria sociedade ci-vil organizada promove a discussão das construções dessas políticas públicas municipais, aliadas às políticas públicas federais e estaduais.O projeto para a criação do Conselho já vinha sendo pensado desde a gestão do primeiro secretário de cultura, Washing-ton Ferreira. Mas só em 2011, na gestão de Lorival Trindade, foi aprovada junto à câmara e ao fundo de cultura munici-pal a lei oficializando o Conselho. Ele é constituído por sete pessoas do poder público municipal e oito pessoas da sociedade civil, de diversos setores cul-turais. Cada membro e seus respectivos suplentes foram escolhidos por voto direto em eleição entre as próprias pes-soas dos diversos grupos culturais do município.

Comarca de Cachoeira está sem juiz titular da Vara Cível

Rodrigo Daniel Silva

Há cerca de um ano, a Comarca de Cacho-eira está sem juiz titular da Vara Cível, o que resulta num acúmulo de processos nas prateleiras: mais de 4 mil, segundo o escri-vão José Raimundo, dos quais 70% estão pendentes de despachos e sentenças. É de competência da Vara Cível julgar questões que não sejam criminais, como, por exemplo, divórcio, pensão alimentícia, contratos, inventário. O advogado cível e trabalhista Kelvin do Amazonas conta que seus clientes têm se queixado da de-mora dos processos. “O que eu digo para os meus clientes é a data em que vou dar entrada no seu processo. Quando vai se re-solver não tenho a mínima ideia”, declarou. Enquanto não é nomeado um novo ma-gistrado, disse o advogado, a juíza da Vara Crime tem desempenhado as funções de juíza substituta. A magistrada, contudo, só dá expediente um dia na semana, o que não é suficiente para atender a demanda. Na Comarca de Cachoeira, o advogado tem processos com até um ano e meio na es-

pera de sentença. “Existe um ditado de Rui Barbosa, famoso no meio jurídico, que jus-tiça tardia não é justiça, passa a ser apenas reparação”, ele salientou. A situação tem causado prejuízo aos mo-radores da cidade. É o caso do aposentado Moacir Brito, que, há três anos, ingressou com um processo contra a Empresa Baiana de Saneamento (Embasa). De acordo com ele, a empresa começou a cobrar um valor seis vezes maior do que ele costumava pa-gar, por isso entrou com uma ação, mas até o momento não obteve resposta da justiça.Para o promotor de justiça Millen Castro, a falta de juiz afeta a credibilidade da Justiça. Ele ressalva, no entanto, que a problemáti-ca não se restringe a Cachoeira. “Existem cidades em situação muito mais drástica. No Oeste da Bahia, há comarcas que, há mais de dez anos, estão sem juiz. Na ver-dade, o problema do serviço público, nes-te Estado, é muito mais grave: faltam, nos municípios mais distantes da capital, pro-motores, juízes, delegados, policiais, além de profissionais de outras áreas, como saú-de.”, destacou o promotor.

Page 7: Reverso 70

12 CACHOEIRA | BAHIA Junho 2013

www.ufrb.edu.br/reverso

A parteira é um ofíciocada vez mais raro

Reisânia Karla

No mês de maio é comemorado o dia da parteira, mas encontrar hoje uma delas em atividade é cada vez mais raro. A prática, que acontece há séculos e era considerada comum, tendo nessas mulheres o ponto de apoio para parturientes principalmente na zona rural, praticamente desapareceu. Na cidade de Cruz das Almas, com o advento da maternidade pública, as curiosas foram orientadas a não realizarem mais os partos fora do ambiente hospitalar, sob a alegação de que seria perigoso realizar partos em casa.Cesária de Almeida, de 78 anos, foi uma dessas curiosas. Atuou durante aproxima-damente 50 anos e, apesar de não saber precisar, acredita ter realizado em média 2 mil partos, mas foi orientada a parar. Ce-sária aprendeu o ofício com sua mãe, dona Ana, já falecida, mas considerada uma das principais curiosas da cidade, e o oficio da família foi herdado pela sua sobrinha, a en-fermeira Francisca Almeida, que hoje atua na maternidade pública da cidade.Cesária falou saudosa da profissão lem-

brando entusiasmada do seu primeiro parto. “Eu me lembro como se fosse hoje. Rosa deu a dor de parir, aí não acharam ma-mãe, ela estava na Conceição. Aí eu disse pera aí, mandei uma vizinha segurar Rosa e fui lá fazer o serviço, fui fazendo tudo que mãe fazia, empurrei a barriga e tudo, fiz tudo direitinho, aí Toinho nasceu. Eu lim-

pei tudo, só não cortei o umbigo por que isso mãe não tinha ensinado”, contou, lem-brando o parto de sua cunhada realizado na década de 60.

Função socialAntonio Conceição de Almeida, o Toinho, seu primeiro afilhado, hoje com 43 anos, reconhece a função social das parteiras e lamenta que as aparadoras não atuem mais. “É uma pena perder as parteiras, elas aprenderam a fazer na prática, coisa que muita teoria não ensina, e eu sou muito grato e tenho muita consideração a minha tia, pois ela me trouxe a vida e eu sou sua primeira experiência, a graça do início de carreira”, disse.

Herdeira da vocaçãoA enfermeira Francisca Almeida, sobrinha de Cesária, atua há mais de 30 anos na ma-ternidade pública de Cruz das Almas. Ela acredita que está dando continuidade à missão da família, “apesar de não ser uma curiosa, tenho a oportunidade de ajudar to-dos os dias as mães a receberem seus filhos,

é o serviço feito por minha avó e por minha tia, tendo continuidade”, afirmou.Francisca considera que para Dona Ana, sua avó, ser parteira era uma missão e diz que ela foi a sua principal inspiração para escolha da profissão. “Ela tinha isso como missão, passava dias caminhando pelas co-munidades cuidando das mães e dos bebês, é uma referência de humanização, de cuida-do e sempre foi muito respeitada e querida por todos, inclusive pelos médicos”, reve-lou.

CesáreoSegundo dados do ministério da saúde, o parto cirúrgico é a preferência entre as mu-lheres brasileiras. Dados do Ministério da

Saúde apontam que, em 2010, o Brasil re-gistrou mais cesarianas do que partos nor-mais. Enquanto em 2009 o país alcançava uma proporção de 50% de partos cesáreos, em 2010, a taxa subiu para 52%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37%.Isso revela que junto à extinção das partei-ras, houve uma diminuição dos partos nor-mais na cidade, reflexo de uma inversão de valores da naturalidade da vida. Esses resultados se refletem na cidade de Cruz das Almas, onde, segundo informa-ções da maternidade Edmundo Leite, o

parto Cesário é o que acontece com maior frequência.Dados referentes ao período de setembro de 2011 a fevereiro de 2012 revelam o quanto tem prevalecido o parto cirúrgico sobre o parto normal, obtendo a média de 61% de Cesarianas, contra 39% de parto normal.Os partos por cesariana aumentam os riscos para a saúde das mães e bebês, re-tardam a recuperação da mãe, aumenta os custos do Sistema Único de Saúde (SUS), mas atualmente vêm sendo aceito cultural-mente como modo normal de dar a luz, sob o pretexto de diminuir a dor.

Dona Césaria tem saudade do tempo em que atuava como parteira

Primeiro banho: há mais de 30 anos Francisca cuida dos recém nascidosem Cruz das Almas

Após um dia na maternidade mãe e filho esperam a alta médica para ir para casa

-Sobrinha e neta de parteira, Franciscafoi incentivada a atuar na área pela sua avó

Fotos: Mário Jorge