Revisão - Aveia

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP FACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS – FZEA Revisão Bibliográfica da cultura da aveia. Alunos Responsáveis: Henrique Ribeiro Figueiredo 8523982 Isabela de Moraes Bertini 8063482 Jaqueline Samara Samora 7236847 Jéssica Ciola Campos 7565240 Jonas Elias Portugal de Godoy 7565344 Docente: Prof. Dr. Fabrício Rossi

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pequena revisao sobre a aveia

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UNIVERSIDADE DE SO PAULO - USPFACULDADE DE ZOOTECNIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS FZEA

Reviso Bibliogrfica da cultura da aveia.

Alunos Responsveis:Henrique Ribeiro Figueiredo 8523982 Isabela de Moraes Bertini 8063482 Jaqueline Samara Samora 7236847 Jssica Ciola Campos 7565240Jonas Elias Portugal de Godoy 7565344

Docente: Prof. Dr. Fabrcio Rossi

Pirassununga/SPJunho / 2015

Sumrio

1.Histrico32.Cenrio Mundial43.Cenrio Brasileiro64.Produo:94.1Produtividade:94.2Populao:94.3poca de Semeadura:105.Classificao Botnica105.1Aveia Branca (Avena sativa L):105.2Aveia Preta (Avena strigosa Schieb):116.Estdios fenolgicos127.Condies Climticas167.1Umidade do ar:177.2Precipitao:187.3Radiao Solar:187.4Ventos:188.Condies do Solo199.Doenas e Pragas199.1Doenas:199.1.1Ferrugem da Folha:199.1.2Ferrugem do Colmo:209.1.3Helmintosporiose:219.1.4Mancha do Halo:229.1.5Nanismo-Amarelo da cevada (Barley yellow dwarf virus):239.1.6Carves:249.1.7OUTRAS DOENAS:259.2Pragas269.2.1Cors:269.2.2Pulges (Afdeos):279.2.3Lagartas:2810.Controle de plantas daninhas:2811.Fertilizao e nutrientes2911.1Necessidade de Calagem:2911.2Macronutrientes:3011.2.1Nitrognio (N):3011.2.2Fsforo (P):3211.2.3Potssio (K):3211.2.4Magnsio (Mg):3311.2.5Clcio (Ca):3411.2.6Enxofre (S):3411.3Micronutrientes:3412.Plantio3513.Colheita3614.Utilizao3615.Bibliografia:38

Histrico

A aveia uma planta com caractersticas importantes para ser empregada em um sistema de rotao e sucesso de culturas, desempenhando um papel relevante no sistema de produo de gros e integrao lavoura-pecuria do Sul do Brasil. Quando cultivada como cobertura verde/morta, previne perdas por eroso contribuindo para a preservao do solo. J quando utilizada como uma forrageira destinada a pastagem de animais, principalmente em pocas com menor disponibilidade de pastagens naturais, bem como seu cultivo pode ser voltado para a produo de silagem e/ou feno designado para alimentao de bovinos de leite. Por fim a aveia pode ser cultivada para produzir gros de qualidade com o intuito de contribuir para a alimentao humana, quanto animal (LNGARO; CARVALHO, 2014). Difundida em seis continentes, a aveia pertence ao gnero Avena e possui vrias espcies silvestres, daninhas e cultivadas. O local onde se observa maior nmero de espcies esta situado entre 25 e 45 latitude norte, 90 longitude leste e 20 longitude oeste, estendendo-se das Ilhas Canrias, Bacia do mediterrneo, Oriente Mdio at Himalaia. O centro de origem das vrias espcies desconhecido, porm acredita-se que esto localizados na regio citada. As espcies progenitoras dos atuais cultivares de aveia so as A. sterilis e A. fatua, no qual sugere que elas tenham origem na sia. A aveia inicialmente era considerada uma planta invasora da cevada e trigo, dessa maneira foi domesticada posteriormente a essas culturas (GUTKOSKI; PED, 2000).A estabilizao da aveia na Europa Ocidental ocorreu no sculo XVII, ao passo que foi muito utilizada na produo de forragens e gros. Na Europa do norte entre o perodo de 1000-1500 a aveia passou a ser empregada como um importante elemento na rotao de culturas, bem como na alimentao de cavalos. A relao da aveia com a alimentao de cavalos foi ponto determinante para a expanso da cultura, conforme sugere Coffman (1961), citado por Gutkoski e Ped (2000). No Brasil a poca da introduo da aveia no foi estabelecida precisamente. Estima-se que a A. bysantina foi trazida para Amrica pelos espanhis, enquanto a A. sativa e A. strigosa inseridas posteriormente (GUTKOSKI; PED, 2000). Antigamente, a aveia branca e a aveia amarela eram divididas em duas espcies botnicas: Avena sativaL. (branca) e Avena byzantinaK. Koch (amarela). Recentemente, devido ao amplo cruzamento entre as variedades dessas espcies a distino entra as mesmas difcil. Desse modo, a denominao sugerida para a aveia normalmente destinada produo de gros, amarela ou branca, Avena sativa (LNGARO; CARVALHO, 2014). Cenrio MundialA aveia o sexto cereal mais produzido no mundo, quando comparada aos demais cereais como o trigo, arroz, milho, cevada e sorgo. A produo de aveia caiu com o crescimento da mecanizao entre 1930 e 1950. Entretanto, em vrias partes do mundo a produo de aveia tanto como gro como forragem est crescendo (AHMAD; GUL-ZAFFAR; HABIB, 2014). A aveia destinada principalmente para a alimentao animal, porm tambm utilizada na alimentao humana. Os significativos avanos nas principais commodities, de soja e milho no mundo, contriburam para a diminuio da rea cultivada e a importncia da aveia. Isso pode ser observado atravs de dados fornecidos pela USDA (2014), verificando-se que em 2000 eram cultivados no mundo 13,34 milhes de hectares de aveia, enquanto em 2013, foram cultivados somente 10,49 milhes de hectares (LNGARO; CARVALHO, 2014). Trata-se de uma cultura adaptada a regies com estao fria, assim a produo de aveia concentra-se no hemisfrio norte, tendo como maiores produtores os pases da Unio Europeia, da Amrica do Norte e da antiga Unio Sovitica (MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012). O Hemisfrio Norte possui a maior rea cultivada com aveia, sendo que no perodo de 2010-2013, os pases pertencentes antiga Unio Sovitica foram responsveis por 34,4% da rea colhida, seguidos pelos pases da Unio Europeia com 28,2%, da Amrica do Norte com 14,7% e da Oceania com 7,0%. Enquanto a Amrica do Sul respondeu por 5,2% da rea colhida no perodo citado (LNGARO; CARVALHO, 2014). A produo mundial tambm decresceu ao longo dos anos passando de uma mdia de 31,5 milhes de toneladas/ano na dcada de 1990 para 21,8 milhes de toneladas/ano, no perodo de 2010/2013. O rendimento de gros est bem abaixo do rendimento obtido nas principais commodities, seu valor mdio tem ficado entre 1.900 a 2.200 kg/ha. Isso mostra que ocorreu uma diminuio no nmero de pesquisadores evolvidos com a aveia, acompanhado da reduo nos investimentos em pesquisas. So poucos os pases que a cultura da aveia tem importncia quando comparada com as commodities tradicionais (LNGARO; CARVALHO, 2014). A Figura 1 exemplifica esses dados.

Figura 1 - rea colhida, rendimento, produo, consumo, estoque final e relao estoque final/consumo de aveia no mundo, 1960 a 2013 (LNGARO; CARVALHO, 2014).A rea cultivada de aveia na Amrica do Sul reduziu de 694 mil ha colhidos/ano, na dcada de 1990, para 543,8 mil ha/ano, no perodo 2010-2013. Sendo que, os pases com maior representatividade na produo no continente so: Chile, que responde a 39,2% da produo de aveia no perodo de 2010-2013, Argentina com 32,8% e Brasil com 25,2% (LNGARO; CARVALHO, 2014).No perodo 2007-2011 o domnio do comrcio internacional de aveia foi, aproximadamente, 2,0 a 2,7 milhes de toneladas. Ainda nesse contexto o pas que mais exportou foi o Canad, sendo que no perodo tratado respondeu por cerca de 80% do total internacional comercializado. Em segundo lugar ficou a Austrlia que obteve aproximadamente 8,6% do comrcio. J no mbito da importao o primeiro lugar foi ocupado pelos Estados Unidos com 83,4% do total importado, seguido do Mxico (4,1%), do Japo (2,8%), da Sua (2,4%) e da China (2,0%) (MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012) conforme indicado na Figura 2.

Pas2007/20082008/20092009/20102010/20112011/2012*

Exportao (mil toneladas)

Canada2.3211.7921.5391.4971.700

Austrlia174161211211200

EU-27133103216113150

Chile17313712975

Estados Unidos5338383745

Outros4522292020

Total2.7432.1472.0702.0072.190

Importao (mil toneladas)

Estados Unidos2.2441.7871.6071.4681.700

Mxico131824610375

Japo6846566460

China1339575850

Sua5652494950

Outros1409910210695

Total2.6522.1051.9171.8482.030

Figura 2 - Principais pases exportadores e importadores de aveia (mil toneladas), no perodo de 2007 a 2011 (MORI; FONTANELI; SANTOS, 2012).

Cenrio BrasileiroO cultivo de aveia bem adaptado em vrios tipos de solo e tem melhor desempenho em solos cidos do que outros tipos de cereais. Eles se adaptam melhor em climas frios e midos e so sensveis ao calor e a climas secos (AHMAD., GUL-ZAFFAR & HABIB, 2014). No Brasil, so cultivadas duas espcies: a aveia preta (Avena strigosa Schreb) destinada para cobertura de solo aps a colheita da soja antecedendo a prxima cultura de estao quente, ou tambm utilizada como forrageira para alimentao animal, no perodo de outono e inverno-primavera; e a Avena sativa ideal para produo de gros (LNGARO; CARVALHO, 2014). Visando a diversificao na explorao agrcola e a necessidade de alternativas para rotao de cultura, a aveia representa uma das principais culturas empregada no Sul do pas, de tal forma que sua rea de cultivo cresce continuamente (LNGARO; CARVALHO, 2014). Dessa forma, as principais regies produtoras de aveia so respectivamente: Rio Grande do Sul, Paran e Matogrosso do Sul como observado na Figura 3 (CONAB, 2015). Tambm foi registrado o cultivo da aveia em So Paulo, Gois, Minas Gerais, no Distrito Federal e na Bahia, entretanto em anos especficos com descontinuidade. No perodo de 2010-2012, os principais municpios produtores de aveia gro no pas foram: Castro/PR (6,6% da produo nacional no perodo), Tibagi/PR (4,9%), Palmeira das Misses/RS (3,8%), Joia/RS (3,5%), Muitos Capes/RS (3,0%), Boa Vista do Cadeado/RS (2,7%), Carambe/PR (2,4%), Iju/RS (2,3%), Marau (2,2%) e Santo Augusto/RS (2,0%) (LNGARO; CARVALHO, 2014). Figura 3 Principais regies produtores de aveia (CONAB, 2015).No final da dcada de 1970 o Brasil possua uma rea colhida de aveia destinada para gro de 40,3 mil hectares/ano, passando para 241,8 mil hectares/ano, na dcada de 2000, quintuplicando a rea de cultivo. Ainda em 1970, o rendimento mdio era menor que 1.000 kg/ha, ao passo que pas produzia cerca de 58 mil toneladas. Em contrapartida a safra de 2005 obteve o maior registro de rea colhida e produo total, de tal forma que o pas colheu 516,5 mil toneladas de aveia. J em 2013, o pas apresentou rea colhida de 214,4 mil hectares, com produo de 478,8 mil toneladas e rendimento de gros de 2.232 kg/ha. A aveia destinada a produo de forragem e como cobertura do solo, no tem acompanhamento estatstico referentes sua rea cultivada, calcula-se que a rea designada para esse objetivo seja de aproximadamente 5 milhes de hectares. A Figura 4 tambm mostra que os rendimentos de gros por hectare tende a crescer ultrapassando os 2.000 kg/ha. Dessa forma, no perodo de 2010 a 2013, o rendimento mdio foi de 2.185 kg/h, enquanto que na safra de 2010 ficou prximo aos 2.300 kg/ha (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 4 - Evoluo da rea, produo e rendimento de aveia no Brasil, 1976 a 2013 (LNGARO; CARVALHO, 2014). Segundo dados estatsticos so 8.111 propriedades de aveia branca no Brasil, sendo que 59,6% desses locais possuam rea total entre 10 e 100 hectares enquanto que 60,3% cultivavam aveia em reas menores que 10,0 hectares. Cerca de 73% das propriedades adotavam a atividade chamada lavoura temporria e 24,6% tinham como objetivo a pecuria e criao de outros animais. Os dados ainda apontam que, somente 2,8% da rea total colhida de aveia ocorreram o uso da irrigao como recurso para melhorar a eficincia produtiva da cultura. Do total produzido de aveia 45,5% foi destinada a comercializao, 23,7% ao consumo animal na propriedade, 12,9% utilizados como semente e 10,2% foram empregados no consumo humano no estabelecimento. Da porcentagem destina a venda 26,6% foram comercializados ou entregues para cooperativas; 14,5% foram vendidos diretamente s indstrias; 11,9%, negociados com intermedirios; 7,6%, comercializados diretamente com o consumidor; e 4,0%, entregues a empresas integradoras (LNGARO; CARVALHO, 2014). Grande parte dos gros de aveia destinada a alimentao animal, de tal forma que, para alimentao humana, no se tem, dados no Brasil da quantidade de toneladas de gros/ano utilizadas pelas indstrias. Porm, novas indstrias esto sendo instaladas no Sul do Brasil visando ao preparo de alimentos para humanos. A oferta de gros de aveia de qualidade pelos produtores brasileiros eliminou a necessidade de importao de gros da Argentina e de outros pases para suprir o mercado interno, ou seja, a produo nacional atende a demanda interna, deixando assim de ser um pas importador de gros de aveia. Alm disso, nas ltimas dcadas os cultivares desenvolvidos no Brasil aumentaram o rendimento e qualidade dos gros, com consequentes melhora no rendimento industrial e no aproveitamento da indstria (LNGARO; CARVALHO, 2014). A companhia nacional de abastecimento (CONAB) faz o levantamento de dados relacionados rea, produtividade e produo da aveia branca, devido a essa espcie ser destinada a produo de gros. Apesar da rea cultivada da aveia preta ser maior, esse cultivar no incorpora os dados estatsticos porque sua produo vinculada ao pastejo, produo de sementes, rao animal, formao de palhada para culturas de vero (CONAB, 2012). Segundo dados do acompanhamento da safra brasileira 2014/2015 de gros da CONAB as estimativas de reas plantadas com a cultura da aveia so de 153,2 mil ha na safra de 2014, de 153,2 mil ha na safra de Maro/2015 e de 153,2 mil ha na safra de Abril/2015. Enquanto que produo estimada de gros para as safras de 2014, Maro/2015 e Abril/2015 so de 306,5 mil toneladas cada (CONAB, 2015).

Produo:Produtividade:A Companhia Brasileira de abastecimento diz que a produtividade estimada da aveia nas safras de 2014 e 2015 variam entre 1.470 a 2.429 kg/ha (Figura 6) (CONAB, 2015). Este valor baixo se comparado a produtividade em pases como a Inglaterra onde a produtividade fica em torno de 7.314 kg/ha (ITO, 2009).

Figura 6 - Produtividade por regio brasileira (CONAB, 2015)Populao:

A populao de plantas pode influenciar na produtividade da aveia quando est associada com a produo de gros, pois o aumento da densidade de plantas pode diminuir a densidade de plantas daninhas reduzindo a perda de produtividade de gros. recomendada uma semeadura de 200 a 300 sementes viveis por m2 com espaamento de 0,17 a 0,20 m (CASTRO; COSTA; NETO, 2012) e uma profundidade de semeadura de 2 a 4 cm (LNGARO; CARVALHO, 2014).

poca de Semeadura:

A maior parte da produo de aveia semeada na Primavera, porm a semeadura no outono praticada em regies de alta altitude e com veres quentes e secos (AHMAD; GUL-ZAFFAR; HABIB, 2014).A semeadura no sul do Brasil para formao de pastagens compreende o perodo entre maro e junho e o perodo de maio a julho para a produo de gros. J no Sudeste e Centro-Oeste a semeadura recomendada de maro a maio (Figura 7) (CASTRO; COSTA; NETO, 2012).

Figura 7 - pocas de semeadura e colheita (CONAB, 2015).

Classificao BotnicaA aveia pertencente famlia das gramneas (Poaceae), subfamlia Pooideae, tribo Aveneae e gnero Avena, a aveia possui diversas espcies porem no Brasil s cultivado duas principais espcies, a Aveia preta (Avena strigosa Schieb) a e Aveia branca (Avena sativa L.).Aveia Branca (Avena sativa L): uma hexaplide e destina-se basicamente produo de gros de alta qualidade industrial, caracterizado pelo maior tamanho da cariopse, alto peso do hectolitro e alta percentagem de gros descascados em relao ao gro inteiro. Dentro dessa espcie so encontrados cultivares considerados de duplo propsito (UPF 7,UPF 15, UPF 18 e outros), pois, alm da produo de forragem verde, podem ser colhidos gros do rebrote (FLOSS, 2001).Possui um sistema radicular fibroso e fasciculado, com razes seminais e adventcias, facilitando a penetrao no solo. Os colmos so eretos, cilndricos e compostos de uma srie de ns e entre-ns. A inflorescncia uma pancula piramidal, terminal e aberta, apresentando espiguetas contendo de um a trs gros (BONNETT, 1961).O completo desenvolvimento da planta de aveia, envolve a fase vegetativa e a fase reprodutiva. Na fase vegetativa, as principais atividades de crescimento se referem iniciao da diferenciao e desenvolvimento parcial ou completo das partes vegetativas. Quando comea a germinao da semente, o embrio apresenta duas folhas iniciais e na maioria dos casos, uma gema de afilho principal, envolvido pelo coleptilo. O meristema apical permanece pequeno. Os primrdios da folha so formados em duas ordens em sucesso acropetala. As folhas so iniciadas pela diviso das clulas periclinais da primeira e segunda camada de clulas do pice do colmo (BONNETT, 1961). Na aveia as inflorescncias terminais no colmo so uma forma de pancula, onde os ramos levantam-se do eixo principal, a raquis, carregando as espiguetas em sua ponta. As espiguetas consistem de duas ou trs fitas delgadas carregadas de flores alternadas em duas fileiras em lados opostos de um curto eixo, a rquila (WHITE ,1995). uma cultura de ciclo anual, variando de 110 a 120 dias da germinao a maturao. A altura varia de 0,8 at 1,2 m e, em condies favorveis, produz de 4 a 5 perfilhos e at 30 toneladas de massa verde por hectare. O gro possui de 12% a 16% de protena, e a massa verde pode suportar de 2 a 3 pastejos diretos, produzindo em torno de 30% de matria seca com teores entre 10% e 12 % de protena bruta (WHITE ,1995).

Aveia Preta (Avena strigosa Schieb):A aveia preta possui um crescimento ereto e cespitosa, podendo atingir uma altura de 1,0 a 1,2 m. amplamente utilizada para pastejo, produo de gros, fenao e adubao verde. Por obter uma digestibilidade, palatabilidade muito boa e um teor de protena de 13 a 15% da matria seca indicada para rao animal.A aveia-preta, alm de sua precocidade, rusticidade e resistncia s principais enfermidades, produz uma elevada quantidade de massa verde. A sua produo de gros menor do que nas demais, servindo para sementes e/ou preparo de concentrados para animais. Quando manejada sob cortes, apresenta excelente produo de forragem no primeiro corte, baixando a produo nos seguintes. As aveias branca e amarela comportam-se inversamente, com bom rendimento no segundo e terceiro cortes. A aveia-preta mais rstica, possui maior capacidade de perfilhamento, pancula mais aberta e semente menor.[3]

Estdios fenolgicosO conhecimento dos estdios fenolgicos da planta ajuda no momento de tomada de deciso sobre adubao, fertilizao ou aplicao de fitossanitrios com base no conhecimento do estdio de desenvolvimento que a planta alcanou (POOLE, 2005). Os estdios de desenvolvimento da aveia na escala decimal Zadoks so constitudo de dez fases ( Germinao, Crescimento de Plntula, Afilhamento, Elongao de Colmo, Emborrachamento, Emergncia da Pancula, Florescimento, Gro leitoso, desenvolvimento de massa do gro e Maturao e cada fase est dividida em dez subfases (Lngaro; Carvalho, 2014 ---- Falta ref.) possvel observar os estdios fenolgicos da aveia na figura 5. Nas fases de crescimento de plntulas e afilhamento (formao de colmos secundrios em torno do colmo principal) determinado o nmero de afilhos. A elongao caracterizada pela extenso de entrens e a fase de transio entre fase vegetativa e fase reprodutiva. Durante o emborrachamento (fase que antecedente ao florescimento) a incipiente pancula torna-se madura. O florescimento ( compreendido pelas etapas de surgimento da pancula at a antese) d incio a fase reprodutiva da aveia. O Enchimento de gro compreendido pelas etapas de gro leitoso (endosperma em estado lquido) e desenvolvimento de massa do gro (desidratao da cariopse at a maturao). A maturao caracterizada pelo endurecimento da cariopse e a maturao total do gro(LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 1 - Estdios de desenvolvimento da aveia (LNGARO; CARVALHO, 2014)

Condies ClimticasAs espcies de aveia so plantas de clima temperado, que podem ser cultivadas em diferentes condies climticas e para diversos fins, como a produo de gros para alimentao humana e animal, forragem e cobertura do solo, alm de servir como adubao verde e como inibidora da infestao de invasoras (alelopatia).A cultura de aveia branca desenvolve-se melhor quando recebe, na primeira parte do seu ciclo, temperaturas do ar relativamente baixas que no so prejudiciais s plantas, pois h resistncia a esta condio meteorolgica sendo a aveia, dentre as gramneas anuais, a que exige temperaturas mais moderadas. Aproximando-se da florao a aveia-branca prejudicada por baixas temperaturas do ar, no tolerando aquelas inferiores a 2 a 3 C que podem causar danos s folhas e colmos e, principalmente, esterilidade s flores. As baixas temperaturas so igualmente prejudiciais durante o perodo de formao dos gros; geadas podem paralisar o crescimento resultando, na colheita, em gros enrugados e de baixo peso (Leonard &Martinelli, 2005).Em relao temperatura, a aveia tradicionalmente de clima temperado mas possui materiais selecionados para o Centro-Oeste. Temperaturas frias na fase inicial favorecem o perfilhamento, e altas temperaturas com baixa umidade favorecem a qualidade dos gros.Cultivadas na segunda safra as aveias suportam estresse hdrico. Apresentam a vantagem de desenvolverem-se em baixas temperaturas e tolerar geadas. Temperaturas ao redor de 20 25C so consideradas timas para o enchimento de gros (BELLIDO, 1990). Altas temperaturas aceleram o envelhecimento dos rgos fotossinteticamente ativos, decrescendo a produo de carboidratos e o peso dos gros.A germinao da aveia branca ocorre entre 4 e 31C, situando-se de 20 e 25C a faixa ideal de temperatura, mas em alguns casos a temperatura da superfcie do solo pode exceder isso em reas quentes, reduzindo o estande final (PENNING de VRIES et al.,1989)A aveia preta ela aceita uma precipitao pluviomtrica acima de 700mm anuais, possui uma boa tolerncia a seca e media tolerncia ao frio.Se por um lado as temperaturas excessivamente baixas so prejudiciais, tambm as demasiadamente altas no conduzem a boa produo. Plantas sujeitas a perodos de alta temperatura do ar tendem a acelerar o ciclo. Ocorre a paralisao da formao dos gros quando as plantas so submetidas a temperaturas de 32 C ou mais, por dois ou mais dias, aliadas a baixa umidade do ar e como conseqncia ocorre o rpido amadurecimento dos gros e aumento da esterilidade, levando a baixo rendimento Mundstock (1983), fenmeno este chamado de golpe de calor.No Brasil, principalmente na regio sul as temperaturas do ar que ocorrem durante o perodo em que a cultura se desenvolve no oferecem grande limitao, existindo algumas limitaes eventuais por efeitos de temperaturas muito elevadas (BRINHOLI, 1995). Por esse motivo, os trabalhos de melhoramento atualmente tentem a buscar novos cultivares para as regies mais quentes do Brasil, como o bioma Cerrado.

Umidade do ar:A umidade do ar o fator de maior influencias no sucesso da cultura de aveia. Alta umidade do ar desfavorvel ao crescimento das plantas pelo fato de surgir molstias. Os meses mais crticos para a cultura neste sentido so setembro, outubro e novembro. De modo geral, considera-se que a umidade relativa do ar abaixo de 70% est associada com boa produtividade. A alta umidade relativa do ar associada a altas temperaturas limita o cultivo de aveia-branca, porque essas condies so extremamente prejudiciais ao desenvolvimento da cultura (BRINHOLI, 1995).

Precipitao:A aveia no requer grandes quantidades de agua durante seu ciclo de desenvolvimento, mas possui perodos crticos nos quais o suprimento de agua vital (germinao, maior quantidade no emborrachamento, florao, formao de gros), na maturao e na colheita a precipitao deve ser mnima.Em relao umidade do solo a aveia requer mais umidade que qualquer outro cereal de inverno. Requer entre 400 e 1300 mm de gua por ano, sendo que quando cultivada na primavera requer em torno de 600 mm e no inverno aproximadamente 800 mm (LANGER, 1972).Excessos de precipitao so prejudiciais porque o encharcamento do solo interfere com a aerao das razes. Interfere ainda nas operaes agrcolas e, em especial, no preparo do solo, semeadura e colheita. O excesso de chuvas aliado a alta umidade do ar, ocasiona um mal desenvolvimento da planta e favorece o aparecimento de molstias. Nestas condies as produes de gros so baixas e de m qualidade (PENNING de VRIES et al., 1989).

Radiao Solar:A interceptao da radiao solar em determinados estdios de desenvolvimento depende do tamanho, forma, ngulo e orientao azimutal das folhas. A produtividade dos gros depende da capacidade de produo, que composta pelo nmero de espiguetas por hectare e do nmero de flores por espiguetas, enquanto que a produtividade final depende do nmero de flores que produzem gros e do peso de 1000 gros. A capacidade de produo depende do desenvolvimento at a emisso da pancula, enquanto que a produtividade final depende muito da fotossntese da folha bandeira, e da espigueta. Mas a vitalidade dos gros em desenvolvimento tem efeito importante no uso de assimilados (MARSHALL & SORRELLS, 1992).

Ventos:

Na cultura da aveia tm-se registrado perdas significativas e prejuzos na qualidade dos gros, como consequncia das lavouras acamadas (DEL DUCA & FONTANELI, 1995). Ventos podem provocar o acamamento da cultura da aveia branca, especialmente em variedades de porte alto em estgios de desenvolvimento avanados devido massa e altura final de suas estruturas reprodutivas. Para minimizar este problema em reas com alta incidncia de ventos, deve-se lanar mo de cultivares de porte baixo, utilizao de quebra-ventos, adequada nutrio nitrogenada e semeadura em faces opostas ao do vento predominante (BRINHOLI, 1995).

Condies do SoloO solo deve ter boa drenagem, pouca acidez, boas caractersticas fsicas e fertilidade adequada com elevados nveis de matria orgnica, pH entre 5,5 e 6 e baixos teores de alumnio. Preferencialmente, para que atinja seu potencial de rendimento, estas reas devem estar em rotao com outras culturas de inverno ou at mesmo em consorciaes com outras espcies botnicas, leguminosas por exemplo. [2]A aveia branca, em comparao com a preta, mais exigente em fertilidade do solo devido ao maior tamanho da cariopse. J o cultivo da aveia preta promove melhoria dos atributos qumicos e fsicos do solo e influencia o rendimento de culturas subsequentes.No norte do Paran, Derpsch & Calegari (1985), avaliando a influncia de diferentes coberturas de inverno sobre as culturas de vero, observaram aumento de 38 e 69% no rendimento de gros da soja e do feijo, respectivamente, em sucesso aveia preta, em comparao com o pousio de inverno, mas para o milho a cobertura de aveia causou reduo de produtividade. Em Dourados, a soja produziu at 20% a mais de gros quando cultivada aps a aveia, em comparao com rendimentos obtidos aps o trigo (Hernani et al., 1995).A soja, quando semeada em sucesso aveia, beneficiada por ser menos prejudicada por Rhizoctonia e Sclerotinia. O trigo, em rotao com a aveia, tem menor incidncia de doenas radiculares como a podrido, comum de razes, e o mal do p (Santos et al., 1990).

CultivaresPor conta das sementes apresentarem uma grande probabilidade de serem infectadas por fungos e bactrias causadoras de doenas as sementes muitas vezes pode ser tratada quimicamente para que possam estabelecer uma melhor emergncia da planta, com melhor sanidade garantindo tambm a no inoculao de fungos e bactrias patognicos na lavoura.Fungicidas usados no tratamento das sementes Prncipio ativoNome comercialDosagem/100 Kg de sementesFormulao

DifenoconazoleSPECTRO0,200 mlSA

Carboxin + ThiramVITAVAX-THIRAM0,250 mlSC

TriadimenolBAYTAN0,270 grPS

GuazatinaPANOCTINE0,300 grPS

IprodioneROVRIN0,250 grPS

FlutriafolVINCCT 2,5 DS0,300 mlPS

Tabela elaborada pelo autor As variedades de aveia devem ser escolhidas conforme seu potencial de rendimento e/ou conforme a finalidade de produo (produo de gros ou massa verde) e que sejam resistentes seca, pragas, doenas e geadas, tolerantes a solos com alumnio txico e solos cidos. Na tabela abaixo algumas cultivares de aveia nas diversas espcies.[2]

CultivaresFinalidadePlantioCiclo

PrimriaSecundriapocaSementes (kg/h)

Aveia preta comumAdubao verde GrosAlimentao animalMaro a junho80170 a 180 dias

Aveia preta Iapar 61Adubao verdeAlimentao animalMaro a junho60140 a 190 dias

Aveia preta Embrapa BRS 140Adubao verde GrosAlimentao animalMaro a junho80160 a 190 dias

Aveia branca comumAdubao verde GrosAlimentao humana Alimentao animalMaro a junho70 a 75170 dias

Aveia preta Embrapa BRS 139Adubao verde GrosAlimentao animalMaro a junho85160 a 180 dias

So CarlosSem informaoSem informaoSem informaoSem informaoSem informao

OR -3Sem informaoSem informaoSem informaoSem informaoSem informao

Aveia Branca IAC 7Adubao verde GrosAlimentao humana Alimentao animalMaro a maio70 a 85140 a 160

UPF 16Sem informaoSem informaoSem informaoSem informaoSem informao

Tabela 1 Cultivares registradas no MAPA. Autor: Jos Luis da Silva Nunes.

Doenas e PragasDoenas:

Ferrugem da Folha:

Ferrugem da folha da aveia causada pelo fungo Puccinia coronata considerada uma das molstias que ocorre com maior intensidade, causa grandes prejuzos por ser um fator limitante ao crescimento da cultura (BALLICO, 2002). Ela considera a principal molstia da cultura da aveia (LNGARO; CARVALHO, 2014). Se as condies climticas forem favorveis a vida e propagao do fungo causador da ferrugem podem ocorrer reduo de aproximadamente metade da produtividade esperada (BALLICO, 2002).Como seus sintomas so caractersticos, eles so facilmente identificados podendo ser observado atravs do aparecimento de manchas amarelo-alaranjadas (figura 8) encontradas distribudas na lmina foliar, podem ocorrer tambm no colmo, espiguetas e bainhas foliares quando a infeco se encontrar em estgios muito severos. A ferrugem da folha pode-se iniciar na fase de perfilhamento e se estender at a maturao (BALLICO, 2002). O controle mais eficaz desse fungo d-se pela aplicao area em uma ou mais doses de fungicidas. uma prtica de custo elevado, porm economicamente vivel uma vez que a ferrugem pode causar srios danos na cultura e ter altas quedas na produtividade (BALLICO, 2002). Outras medidas de controle so utilizadas para reduzir a necessidade do uso de fungicidas. Delas pode-se citar a utilizao de cultivares resistentes a ferrugem da folha no entanto os cultivares tem resistncia de curta durao fazendo-se necessria a contnua seleo e melhoramento gentico tambm recomenda-se a eliminao de plantas voluntrias (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 8 - Amostra de folhas de aveia: do lado direito uma folha sadia e do lado esquerdo uma folha infectada com a ferrugem da folha 8 dias aps a infeco (Scholes & Rolfe, 1996).Ferrugem do Colmo:

A ferrugem do colmo uma molstia causada pelo fungo Puccinia graminis Pers. F.sp. avenae e apesar de ser uma das doenas mais importante da aveia ela menos frequente que a ferrugem da folha. A ferrugem do colmo encontrada em todas as regies produtoras de cereais no mundo e consegue atacar at espcies silvestres da aveia cultivadas. A infeco pela ferrugem do colmo pode chegar a inviabilizar toda a lavoura (ARRUDA, 2011).Na Amrica do Sul a doena mais frequente chegando em alguns casos a ser epidmica no final do ciclo da cultura quando h uma elevao na temperatura ambiente. Como principal sintoma da ferrugem do colmo temos o aparecimento de pstulas alongadas das cores vermelho-alaranjadas principalmente no colmo (figura 9 a), mas podendo tambm aparecer nas panculas e nas folhas. Em cultivos de aveia com alto nvel de infeco a planta ir adquirir a cor avermelhado por todo o seu colmo (figura 9 b) sendo que este em alguns casos pode at quebrar (ARRUDA, 2011).Em casos mais graves a Ferrugem do Colmo a passagem de nutrientes para os gros interrompida causando o enrugamento dele e prejudicando assim a produtividade da lavoura. Seu controle feito por aplicao de fungicidas e tambm so feitos estudos para dar resistncia gentica as ferrugens (ARRUDA, 2011).

Figura 9- A) Pstulas vermelho-alaranjadas causadas pela Ferrugem do Colmo B) Colmos avermelhados indicando alto nvel de infeco. (Arruda, 2011)

Helmintosporiose:

A helmintosporiose considerada uma doena comum na cultura da aveia e a segunda em importncia econmica na cultura (LNGARO; CARVALHO, 2014). Causada pelo fungo Pyrenophora avenae e tem como sintomas o aparecimento de manchas foliares largas, elpticas ou oblongas que podem apresentar cores de tonalidade marrom ou roxas (Figura 10) (Ito, 2009). As leses podem se difundir pelo limbo foliar causando uma necrose em todo o tecido foliar (Forcelini; Reis. 1997). H uma grande dificuldade em se obter fontes de resistncia a praga e por esse motivo ainda no foram obtidos cultivares resistentes (Ito, 2009). Portanto, para o controle da praga recomendado a utilizao de sementes sadias, a rotao de culturas, a eliminao de plantas voluntrias (plantas que nasceram oriundas de sementes derrubadas pela cultura anterior), uso de fungicidas e o tratamento de sementes quando o cultivo feito para produo de sementes (FORCELINI; REIS, 1997) .

Figura 10 Sintomas de helmintosporiose (FAO, 2004).

Mancha do Halo:

A Mancha do Halo uma doena bacteriana causada pela bactria Pseudomonas syringae pv. Coronafaciens e ataca todos os locais onde o cereal cultivado. Sua maior caracterstica a degradao foliar. Ela aparece nas folhas mais novas onde forma manchas clorticas ovais em pontos de infeco da tonalidade marrom-acinzentado, em volta dessas manchas possvel observar a formao de halos que inicialmente so da tonalidade verde claro e que depois se tornam amarelo (Figura 11). Em casos mais graves a folha torna-se completamente tomada pelas manchas. Colmos, coleptilos, glumas e bainhas podem tambm ser afetadas pela molstia. Como os sintomas so de alta evoluo rapidamente a planta pode emarelecer o que leva ao declnio da mesma. As folhas tambm podem se enrolar quando a cultura muito suscetvel a doena. Seu controle feito pela rotao de culturas pelo perodo mnimo de dois anos e uso de sementes selecionadas, pois as bactrias podem sobreviver em restos da cultura, no solo e em sementes (FORCELINI; REIS, 1997) e o uso de cultivares resistente (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 11 - Sintomas da Mancha do Halo(ROEHRS, 2006)

Nanismo-Amarelo da cevada (Barley yellow dwarf virus):

uma virose causada pelo vrus Barley yellow dwarf vrus que ataca as culturas de aveia, trigo e cevada (FORCELINI; REIS, 1997). Considerada a virose mais comum e importante encontrada na cultura da aveia e sua incidncia no Sul do Brasil vem crescendo (LNGARO; CARVALHO, 2014). Seus sintomas so caracterizados pela mudana na cor normal das folhas que se tornam clortica, amarelo de tonalidade intensa e principalmente roxo-avermelhada que aparecem geralmente do meio da folha at suas extremidades (Figura 12). O nanismo-amarelo aparece mais quando a aveia semeada entre maro e maio porque neste perodo o ndice de outros hospedeiros mais baixo o que propicia a infeco do vrus pelo vetor causador da doena (FORCELINI; REIS, 1997). Seu controle feito por meio de tratamento de sementes com fungicidas e aplicao de inseticida via area caso necessrio (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 12 - Sintomas do Nanismo amarelo da Cevada (FAO, 2004).Carves:

A doena do carvo causada pelos fungos Ustilago avenae (carvo nu) e Ustilago kolleri (carvo coberto). Seus sintomas se do pelo aparecimento de massas escuras e telisporos na regio responsvel pela formao de gros que se torna visvel quando o tegumento que envolve elas acaba se abrindo (Figura 13). Os carves acontecem quando utilizadas sementes infectadas, e pouco prejudicial economicamente, porm compromete a lavoura inteira quando esta destinada a produo de sementes (FORCELINI; REIS, 1997). As formas de controle mais eficientes so o uso de cultivares resistente e o tratamento de sementes em cultivares suscetvel (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 13 - Sintomas do Carvo (STOREY, 2010).. Observaes:A aveia preta e a branca podem apresentar suscetibilidade ao vrus do nanismo amarelo da cevada e a helmintosporiose. No caso das ferrugens, enquanto a aveia preta mais suscetvel ferrugem do colmo, a aveia branca mais suscetvel a ferrugem da folha. No entanto, o grau de resistncia a estas doenas pode variar com o cultivar escolhido (MACHADO, 2000).

OUTRAS DOENAS:

Septoriose : uma doena causada pelo fungo Septoria avenae pouco frequente no Brasil. Manchas de cor chocolate que evoluem para uma forma lenticular e se espalham e mudam para a cor marrom-acizentada (figura 14). A forma mais indicada de controle a rotao de culturas (FORCELINI; REIS, 1997).

Figura 14 Sintomas de Septoriose (FAO, 2004).

Antracnose da aveia :Causada pelo fungo Colletrotrichum graminicola no tem grande importncia no cultivo de aveia. Seus sintomas so manchas elpticas, alongadas, levemente deprimidas e marrom-acinzentadas (FORCELINI; REIS, 1997).

Odio: uma doena causada pelo fungo Erysiphe graminis extremamente raro na cultura da aveia. Quando surge causa frutificaes brancas do patgeno sobre as folhas basais, bainha e colmos (FORCELINI; REIS, 1997).

Podrido comum de razes:Causada pelo fungo Bipolaris sorokiniana o mesmo fungo causador dessa doena no trigo e cevada, porm ela tem pouca frequncia na cultura da aveia e seus sintomas so de pouca intensidade, pois o fungo no consegue se multiplicar nessa cultura (FORCELINI; REIS, 1997).

Mancha Estriada:A mancha estriada uma doena causada pelo vrus Pseudomonas syringae pv. Striafaciens. Caracterizada pelo aparecimento de estrias longas ou manchas encharcadas nas folhas de centro que pode ser marrom ou cor de ferrugem e com bordas amarelas. Quando a umidade relatva do ar est elevada pode ocorrer sobre as leses gotas de exsudato bacterianos. As formas de controle recomendadas so as mesmas das recomendadas para a Mancha do Halo (FORCELINI; REIS, 1997).

PragasCors:

Cors so larvas que residem no solo, eles so besouros de formas jovens e de corpos robustos tambm conhecidos como escaravelhos. Dentre as espcies mais comuns encontradas na regio sul do Brasil e que ocorrem na aveia esto os cors das pastagens (Dilobderus abderus) e o cor do trigo (Phyllopaga triticophaga). Apesar de seu ciclo biolgico relativamente longo (fases de ovo, larva, pupa e adulto) somente so capazes de causar danos como larvas (LNGARO; CARVALHO, 2014).Diloboderus abderus (figura 15) mais conhecido pelos agricultores como cor-das pastagens um inseto polfago e desenvolvem-se no solo, entre 10 e 19cm de profundidade (SILVA; COSTA , 2001) e apresentam ciclo anual (LNGARO; CARVALHO, 2014). Esse inseto pode ser encontrado no sul do Brasil, Argentina e Uruguai e a larva causa danos no perodo entre junho e setembro (GASSEN, 2014). estimado que a populao de 4 larvas/m2 pode gerar a morte de 24 a 32 plantas de aveia em cerca de dois meses o que ocasiona a reduo em 10 % da populao total de plantas (SILVA E COSTA , 2001). Tem ocorrncia sob sistemas de plantio direto e a pastagens e podem se alimentar de sementes, razes e partes verdes (LNGARO; CARVALHO, 2005).Phyllopaga triticophaga (figura 16) esta praga apresenta geraes de dois em dois anos, vivem muito prximas a superfcie do solo e se alimentam de sementes, razes e parte areas das plantas, elas podem ter ocorrncia em sistemas de cultivo convencional ou no sistema de plantio direto (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figura 15 -Cors da pastagens ( SALVADORI; PEREIRA, 2006) Figura 16 - Cor do trigo ( SALVADORI; PEREIRA, 2006)

Pulges (Afdeos):

Os pulges podem infestar os cultivos de aveia desde a emergncia das plantas at prximo a colheita. Por ordem de relevncia as espcies encontradas em maior nmero no Brasil so o pulgo da aveia - Rhopalosiphum padi (Figura 17), o pulgo verde dos cereais - Schizaphis graminum, o pulgo da espiga Sitobion avenae e o pulgo da folha Metopolophium dirhodum (LNGARO; CARVALHO, 2014). Podem provocar danos direta e indiretamente. Quando em lavouras de gros ou sementes podem provocar danos a lavoura pois sugo a seiva reduzindo assim o rendimento uma vez q diminui a massa das sementes, indiretamente podem causar danos por serem vetores de vrus fitopatognicos como a virose do nanismo amarelo da cevada (LNGARO; CARVALHO, 2014).O controle de pulges na cultura da aveia podem ser feitos com produtos qumicos assim que forem encontrados 20 pulges por afilho, desde o momento da emergncia at o gro em massa, escolha de cultivares que apresentam resistncia gentica ao inseto (LOECK, et al., 2006). e controle natural com uso de inimigos naturais como parasitoides (vespinhas), predadores (joaninhas) e fungos (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Figure 2 - Rhopalosiphum padi (PEREIRA et al. , 2010)

Lagartas:

No cultivo de aveia as lagartas conhecidas como lagarta-do-trigo (Pseudaletia sequax) (Figura 18) e a lagarta-militar, ou lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) (Figura 19) so as que ocorrem com maior frequncia. As lagarta-do-trigo tem o hbito noturno e tem maior ocorrncia na primavera. Enquanto que a lagarta do cartucho ocorrem, geralmente, em climas mais quentes e te maior ocorrncia em plantios realizados em outubro (LNGARO; CARVALHO, 2014). O controle de ambas as lagartas feito por meio de aplicao de inseticidas, porm a maior parte desses inseticidas txico para animais de sangue quente o que impossibilita seu uso quando a finalidade da lavoura de aveia for pastagem (GOMEZ ; VILA, 2001).

Figura 38 - Lagarta do trigo (PICANO,2010) Figura 19 - Lagarta do cartucho (PICANO,2010) Controle de plantas daninhas:A incidncia de plantas daninhas na cultura da aveia pode acarretar perdas de rendimento de gros, dificuldade de colheita e diminuio da qualidade do produto colhido. As principais plantas daninhas que podem causar danos para o produtor de aveia so os cip de veado de inverno (Fallopia convolvulus L.), nabo (Raphanus sativus L.), nabia (R. raphanistrum L.), silene(Silene glica L.), gorga ou e esprgula (Spergula arvensis L.), serralha (Sonchus oleraceus L.) e azevm (Lolium multiflorum Lam.) para regies de clima frio e para regies de clima onde o inverno ameno alm das plantas daninhas citadas anteriormente pode-se acrescentar as espcies pico-preto (Bidens ssp.), poaia-branca (Richardia brasiliensis) e o pico-branco (Galinsoga spp.) (LNGARO; CARVALHO, 2014). Como mtodo de controle e manejo de plantas daninhas pode-se citar o mtodo preventivo (consiste no uso de sementes de alta qualidade com altos nveis de pureza), o mtodo cultural (prticas que favoream e aumentem o desenvolvimento da aveia em detrimento das plantas daninhas como a utilizao cultivares adaptados, espaamento e densidade populacional corretos entre outros), o mtodo mecnico (preparo do solo com ultima operao sendo realizada o mais prximo possvel da semeadura) e o mtodo qumico (utilizao de herbicidas indicado quando h altas infestaes de plantas daninhas e os outros mtodos no forem permitidos em detrimento ao tamanho da lavoura (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Fertilizao e nutrientes

Necessidade de Calagem:

O objetivo da Calagem na cultura de aveia elevar o pH em gua do solo para 5,5 ou 6 para tanto a saturao por base (V%) desejada nessa cultura fica entre 65 a 80%, sendo que no se deve aplicar calcrio a saturao por base for superior a 80% (Lngaro; Carvalho, 2014). recomendando-se atingir uma saturao por base (V) de 70% para a aveia branca e de 50% para a aveia preta, com teor de magnsio de no mnimo 5 mmolc /dm (PRIMAVESI; RODRIGUES; GODOY, 2000).Pesquisas indicam que a calagem recomendada, no sistema de plantio direto, quando o pH em gua for menor que 5,5 ou a saturao por bases (V) for menor do que 65%. No sistema convencional, recomenda-se a aplicao de aplicar calcrio indicada pelo ndice SMP para atingir pH 6,0.[2]Comment by Jessy ...: JaqueNo preparo convencional aplica-se a metade da dose de calcrio recomendada antes da arao e a outra metade, antes da gradagem. No plantio direto, a calagem feita na superfcie do solo, sem incorporao mecnica.[2]Comment by Jessy ...: Jaque

Macronutrientes:

Na Figura 20 est apresentada a faixa dos teores de macronutrientes que considerado ideal para o desenvolvimento da cultura de aveia para gro nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 4 - Faixas de suficincia de macronutrientes no tecido foliar para algumas (Comisso de Qumica e Fertilidade do Solo-RS/SC, 2004)

Nitrognio (N):

A deficincia de Nitrognio reduz o desenvolvimento das plantas, diminuindo o nmero de folhas, os perfilhos e a altura das mesmas. Os sintomas visuais observados pela deficincia de N so inicialmente clorose uniforme da parte vegetativa que ocorre de maneira intensificada nas folhas mais velhas em casos de deficincias severas desse nutriente as cloroses podem evoluir rapidamente para necrose (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008).A quantidade necessria para a adubao nitrogenada no cultivo da aveia vai depender do teor de matria orgnica no solo. No tipo de cultura anterior e na expectativa de rendimento da aveia. De 10 a 20 kg/ha de adubao nitrogenada devem ser aplicados na semeadura e o restante no inicio do afilhamento. Quando o teor de matria orgnica no solo for maior que 5% a adubao de semeadura no indica (LNGARO; CARVALHO, 2014). As fontes de aduba;ao nitrogenada mais usadas so a de ureia (45% de N), nitrato de amnio (32% de N) e o sulfato de amnio. As indicaes de adubao nitrogenada para a produo de aveia (3 toneladas de gro ou 5 toneladas de forragem) no Brasil pode ser vista na figura 21.

Figura 21 - Indicaes de adubao nitrogenada aveia (LNGARO; CARVALHO, 2014)

Tabela 1 Recomendao de adubao nitrogenada para a cultura da aveia.Comment by Jessy ...: Jaque

Fonte: Manual de adubao e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Fsforo (P):

A adubao fosfatada tem como objetivo atingir a quantidade de P disponvel no solo permitindo que a resposta de rendimento para a cultura seja alta (LNGARO; CARVALHO, 2014). A deficincia de fsforo no solo tem com sintomas a diminuio de folhas e perfilhos, crescimento lento e colorao verde escura para tons roxos nas pontas e margens das folhas mais velhas (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008). Para a adubao so utilizados fertilizantes inorgnicos como os superfosfatos simples ou triplo, formulaes NPK, diamonio fosfato-DAP entre outros (LNGARO; CARVALHO, 2014). Na figura 22 pode ser visto a adubao fosfatada indicada para a correo da quantidade de P no solo nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 22 - Adubao fosfatada indicada para a correo da quantidade de P no solo nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (LNGARO; CARVALHO, 2014)

Potssio (K):

Os sintomas da deficincia de potssio em aveia tm como a reduo de nmeros de folhas e perfilhos (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008). Na figura 23 pode ser visto a adubao de potssio indicada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figure 23 - Adubao indicada para a manuteno de potssio na aveia em Rio Grande do Sul e Santa Catarina (rendimento de 3toneladas de gros ou 5 de forragem (LNGARO; CARVALHO, 2014).

Comment by Jessy ...: JaqueTabela 2 Recomendao de adubao fosforada e potssica para a cultura da aveia.

Fonte: Manual de adubao e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Magnsio (Mg):

A deficincia de magnsio acarreta na diminuio significativa da altura, do nmero de folhas e perfilhos e da matria seca da raiz, das folhas e do total da planta cultivada. Alm disso, as folhas mais velhas apresentam retorcimento e amarelecimento nas margens e em casos mais graves pode se observar necrose (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008).

Clcio (Ca):

A deficincia de Ca caracterizada pelos sintomas iniciais de retorcimento, clorose nas margens das folhas superiores que podem evoluir para necrose e dilacerao e podem ocorrer branqueamento nas razes (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008).

Enxofre (S):

Pode se observar poucas alteraes no crescimento das plantas quando h deficincia de enxofre (ROZANE; PRADO; ROMUALDO, 2008).

Micronutrientes:

Pode se observar na figura 24 que a aveia muito sensvel a deficincia de Cobre e Mangans, apresenta sensibilidade mdia ao ferro e baixa sensibilidade a deficincia de Boro, Molibdnio e Zinco.

Figura 24 - Sensibilidade a deficincia nutricional de alguns micronutrientes na aveia. (Adaptado de MARTENS; WESTERMANN, 1991)

Na Figura 25 est apresentada a faixa dos teores de micronutrientes que so considerados ideais para o desenvolvimento da cultura de aveia para gro nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 25 - . Faixas de suficincia de micronutrientes no tecido foliar para algumas culturas (Comisso de Qumica e Fertilidade do Solo-RS/SC, 2004)

Mangans (Mn): A aveia mais suscetvel a deficincia de Mn do que outros cereais (MCKENZIE, 1992). A deficincia de mangans em aveia pode ser observada a partir do aparecimento de manchas cinza-esverdeada na parte basal das folhas conhecidas como grey speck (KIRKBY; RMHELD, 2007). Esse sintoma mais severo em folhas mais velhas e pode se espalhar para folhas mais novas caso a deficincia seja severa (MCKENZIE, 1992).

Cobre (Cu): A aveia muito sensvel a deficincia de Cobre. As pontas das folhas podem ficar secas, brancas e torcidas (KIRKBY; RMHELD, 2007).

PlantioO preparo do solo pode ser do tipo convencional ou plantio direto. Para o convencional recomendado uma arao seguida de uma ou duas gradagens, com metade da dose de calcrio antes da arao, e a outra metade, antes da gradagem (PRIMAVESI; RODRIGUES; GODOY, 2000). J para no plantio direto, as sementes so colocadas diretamente no solo, sendo a forma mecanizada a mais comum de se utilizar, com a abertura de pequenos sulcos no solo, suficientes para garantir uma boa cobertura e contato da semente com o solo (PECHE, 2005).O plantio recomendado a partir do ms de maro at junho, para evitar pocas do ano em que o fotoperodo induzir um florescimento antes do desenvolvimento vegetativo. Para a produo de gros, estima-se o uso de 200 a 300 sementes por metro quadrado, visto que a semeadura para a produo de forragem, utilizam-se de 300 a 400 sementes por metro quadrado (Primavesi;Rodrigues;Godoy. 2000).Em relao ao espaamento da semeadura em linha, este deve estar entre 17 a 20 cm, e a profundidade deve variar entre 2 a 4 cm. (Primavesi;Rodrigues;Godoy. 2000).

1 Preparo do soloComment by Jessy ...: JaqueO preparo do solo pode ser convencional (uma arao seguida de uma ou duas gradagens) ou plantio direto (sobre a palha da cultura anterior). Para o plantio direto, devem ser seguidas as seguintes medidas que tornem este procedimento vivel: Eliminao dos sulcos de eroso, Manuteno ou implantao do sistema de terraos, Correo da acidez e da fertilidade do solo, Rotao de culturas com espcies que produzam, no mnimo, 6 t ha-1 ano-1 de matria seca, Controle de ervas daninhas antes da semeadura e uso de semeadoras adequadas para introduzir as sementes no solo atravs da palha.[2]

ColheitaA colheita da aveia realizada, em sua grande maioria, na forma mecanizada, e o manejo correto descrito a seguir. Evitando o acamamento e a quebra do colmo das plantas, a colheita deve ser realizada quando os gros estiverem 15 % de umidade. Ultrapassando esse nvel, poder ocorrer a perda de panculas e a incidncia da ao de fungos, ocasionando em um escurecimento do gro. Uma boa regulagem na colhedora evita a rancificao (acidez) do produto, como tambm seu descascamento no momento da colheita. As temperaturas de secagem devem ser de 40C e 50C para gros destinados industrializao e sementes, respectivamente, como tambm a umidade dos gros deve ser inferior ou igual a 13%.(PRIMAVESI;RODRIGUES;GODOY, 2000).

Utilizao As aveias forrageiras so um timo recurso para a alimentao animal, principalmente em pocas frias do ano, no qual as demais espcies tropicais apresentam baixo teor nutritivo e pouca produo, se tornando ento, uma boa opo alimentar (CARVALHO;STRACK, 2014).A utilizao da aveia forrageira apresenta vantagens, como tima tolerncia a baixas temperaturas, alta produo em pocas do ano que outras espcies no possuem, como no outono, inverno e primavera, tolerncia ao pisoteio, considervel aumento da produo de leite e carne dos animais(CARVALHO;STRACK, 2014). importante ressaltar que todos os cultivares de aveia preta so forrageiras, no entanto, as brancas podem ser tambm granferas, no qual foi melhorada geneticamente para a produo de gros ( CARVALHO;STRACK, 2014).Podem-se verificar as principais diferenas entre a aveia forrageira e a granfera pela tabela 1 mostrada a seguir:

Tabela 1: Diferenas entre aveia Forrageira e GranferasAveias forrageirasAveias granferas

Produo em massaAltaMdia

Produo de gros Baixa/MdiaAlta

Qualidade da forragemAlta Mdia

Tolerncia ao pisoteioAltaBaixa/mdia

Hbito de crescimentoProstado/semiverticalVertical

Ciclo at o florescimento/pastejoPrecoce/Mdio/TardioPrecoce/Mdio

Capacidade de perfilhamentoAltaMdia

Tolerncia a doenasMdiaBaixa/Mdia

PalatabilidadeAltaMdia

Relao folha/colmoAltaBaixa

Exigncia nutricionalAltaAlta

Aveias forrageiras e de cobertura(CARVALHO;STRACK, 2014).

Em termos econmicos, o pastejo se destaca na utilizao de forrageiras, se tornando um fator determinante na produo de leite ou carna por hectare. Quando a pastagem atingir cerca de 25 a 30 cm de altura, indica-se a entrada dos animais no local, para um melhor aproveitamento do alimento, como tambm, a sada dos mesmos realizada a partir do momento em que a planta possuir 10 cm de altura. No caso de uma lotao contnua, o ideal manter a pastagem em torno de 15 a 20 cm ( CARVALHO;STRACK, 2014).Outra maneira de utilizar-se da aveia na alimentao animal, realizar a aplicao da aveia recm cortada diretamente no cocho, o que permite um menor nvel de perdas de forragem, contudo, necessita-se de mo de obra e mquinas para o corte dirio. Tambm pode citar sua aplicao para a produo de silagem pr-secada e, para isso, recomenda-se realizar o corte antes da emergncia da pancula, no qual h uma melhor relao de produo de massa por qualidade nutricional. Secando no campo, a planta destinada ao silo quando atingir cerca de 30 a 45% de matria seca, onde compactada e vedada com lona, com intuito de ocorrer a fermentao (CARVALHO;STRACK, 2014).No caso do interesse de fonte de fibra e energia nas dietas dos ruminantes, a aveia se torna novamente uma tima indicao, devido a sua composio. Para este fim, o corte dever ser feito quando o nvel de matria seca estiver em torno de 30 a 40%, sem a necessidade da secagem no campo. Por fim, este produto pode ser destinado produo de feno, reduzindo seu teor de gua para 15%, com tal manejo realizado no campo, com mdia de durao de dois a quatro dias ( CARVALHO;STRACK, 2014).Alm dos animais, a aveia tambm tem destaque na alimentao humana, sendo sua ingesto ligada a uma notvel reduo do colesterol. Atualmente, o cereal tem sido empregado na produo de alguns alimentos, como alimentos infantis, granolas, barras de cereais, pes, biscoitos, bolos, assim como aumentar o volume de produtos crneos (De Mori; Fontaneli; Santos, 2012).Mais recentemente, o gro aveia esta sendo destinada a produo de etanol (LNGARO; CARVALHO, 2014).

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