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ENTREVISTA pág. 13
Luis Fernando Martinez, presidente da Abeaço
Sumário
EditorialComemoramos em 2010 os 200 anos da lata de aço, uma história que começou com a necessidade do exército francês em transportar alimentos para seus soldados e, aos poucos, ganhou o gosto da população. Por quê? Porque o sistema de embalagem criado por Nicolas Appert reúne todas as condições para preservação total do conteúdo. Foi um grande salto para a humanidade.
Dois séculos e muitas inovações depois, a lata passou a ser o melhor recipiente para acondicionamento de produtos, pois além da proteção incomparável e as características ambientais insuperáveis, pode ser reutilizada como porta-objetos, presentes, brinquedos... Quem nunca guardou uma latinha? Basta lembrarmos das brincadeiras de infância, do panetone no Natal...
O mundo mudou nestes 200 anos. A lata de aço também, e mais, sempre cumpriu com eficácia a função para qual foi inventada. Será que Appert tinha ideia que a descoberta mudaria o mundo? Creio que não, pois nada ficou como era antes.
Boa Leitura.
EXPEDIENTE
Informativo da Associação Brasileira da Embalagem de Aço - ABEAÇO
Alameda Vicente Pinzon, 144 - cj. 61Vila Olímpia - 04547-130 - São Paulo - SPFone: (11) 3842-9512 / Fax: (11) 3849-0392
Editora: Claudia Reis (MTB 15693)Colaboradores: Carolina Fogaça e Juliano CapatoFoto da Capa: AbeaçoArte e Diagramação: AbeaçoCoordenação: Thaís Fagury(Gerente Executiva)Produção: Press à Porter Gestão de Imagem
Fotolitos e Impressão: IntergrafTiragem: 5.500 mil exemplares
Impresso em Março de 2010.
CAPA
200 anos com um corpinho de 20
CONSUMO pág. 10
Por toda minha vida
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pág. 04Foto
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A lata preserva naturalmente todas as propriedades dos alimentos, sem necessida-de de conservantes ou adi-tivos químicos. O sabor, as vitaminas, os nutrientes, as proteínas e tudo que existe de saudável são mantidos e o alimento continua fresqui-nho e saboroso. Além disso, seu processo de fabricação destrói os micro-organis-mos e elimina em 99% os resíduos de pesticidas.
Que os alimentos enlatados são super saudáveis?
VOCÊ SABIA?
3
EM PARALELOpág. 16
Brincando e aprendendo com
a lata de aço
MEIO AMBIENTE pág. 18
Empresas investem em políticas sustentáveis para garantir futuro de aço
MUNDO pág. 20
O futuro é o metal
VITRINE pág. 22
As latas são revestidas por uma película protetora que resiste a deformações. A atual tecnologia, por exem-plo, permite latas muito bonitas e com formatos diferenciados, sem perder as propriedades dessa película.Outro exemplo é na fixação da tampa, pois o material sofre uma conformação de 180 graus sem comprometer a qualidade do conteúdo.
Que as latas amassa-das não comprome-tem a qualidades dos alimentos?
A lata de aço é a embalagem mais ecológica que existe. Além de 100% reciclável, a lata é facilmente separada de outros mate-riais através de eletroímã. Depois de reciclado, o aço pode voltar como eletrodoméstico, carro ou até outra embalagem.
Que o aço é o material mais reciclado do mundo?
com um corpinho de 20
Europa, 1810.
O exército de Napoleão Bonaparte avança pelo continente em busca de novas
terras e riquezas para agregar ao seu império. Foi um tempo obscuro na história da
humanidade. Soldados marchavam dias a fio em busca de novas batalhas sob sol,
chuva, fome e frio. As montanhas e vales da França, Espanha e Portugal foram sen-
do vencidas conquista após conquista. A cada batalha, Napoleão seguia com seu
plano de dominar o mundo, porém, um fato terrível começava a se colocar perante
seu objetivo: a fome.
As tropas precisavam comer, mas nem sempre encontravam o necessário nos
acampamentos. O que era transportado até o front normalmente estragava no meio
do caminho. Muitos morriam de fome, outros de escorbuto (doença causada pela
falta de ingestão de vitaminas). Definitivamente, o quadro não era dos melhores
para os franceses.
Antevendo a derrocada, Napoleão precisou mudar o transporte de alimentos e
pediu que todos os inventores da época desenvolvessem vasilhames para acon-
dicionar mantimentos até o campo de batalha. O escolhido do imperador foi um
recipiente criado por Nicolas Appert em 1802.
A embalagem conservava carnes, legumes e peixes por até um ano. Nascia assim
o conceito de conservação da lata de aço. Pela invenção, Appert recebeu 12 mil fran-
cos. Se considerarmos 1 franco por 1 euro à cotação atual, o prêmio foi de R$ 30 mil.
Mal sabia o inventor que sua descoberta correria o mundo a partir daquele momento.
Capa
200
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Embalagem de aço comemora dois séculos com o status
de recipiente ideal para envase de alimentos, bebidas,
tintas, produtos químicos, entre outros.Fo
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Abe
aço
anos
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das pelo progresso tecnológico para aten-
der as exigências do mercado. “Foram cria-
das embalagens seguras e econômicas,
que permitem a conservação de tomates,
milho, peixes, leite, produtos químicos,
tintas, vernizes, graxas, ceras e aerossóis”.
Além dessa evolução, outros dois pon-
tos diferenciam positivamente as emba-
lagens de aço: a tecnologia de expansão,
responsável pelo shape das embalagens,
e a litografia. As impressoras e enverniza-
doras de hoje conferem qualidade fotográ-
fica aos rótulos.
“No século 20, inovações como o uso
de vernizes internos elásticos, o processo
eletrolítico para o estanhamento de folhas
de flandres e a solda elétrica possibilitaram
melhorias de desempenho, tornando a lata
mais leve e adequada”, argumenta Antonio
Carlos Teixeira Álvares, CEO da Brasilata.
Para o presidente da Metalgráfica Igua-
çu, Rogério Marins, ainda há a vantagem
dos ganhos de produtividade observa-
dos nos equipamentos de fabricação das
embalagens. “Há 30 anos, uma máquina
produzia algo em torno de 80 latas por
A appertização evoluiu para o enlata-
mento em 1810, o que garantiu a segurança
e facilidade de transporte para os campos
de batalha. Com o sucesso nas empreita-
das bélicas, a embalagem chegou à mari-
nha inglesa, o que popularizou a lata. Da
instalação da primeira fábrica à chegada ao
varejo foram apenas 20 anos.
Aos poucos, a embalagem foi ganhando
a preferência das donas de casa. Usavam
talhadeira e martelo no início, mas logo
começaram a optar por abridores de metal,
usados até hoje.
“A lata de aço acompanhou todos os pro-
gressos da humanidade e obteve grande pe-
netração nos hábitos do consumidor em vir-
tude das guerras de 1914-1918 e 1939-1945.
Além disso, também é usada amplamente
na ajuda às vítimas de terremotos, maremo-
tos e inundações”, comenta Elio Cepollina,
vice-presidente da Abeaço que dedicou 70
anos às latas de aço na Metalúrgica Prada.
Brasil, 2010.
Elio Cepollina acredita que as principais
mudanças nestes 200 anos foram ocasiona-
Respeito ao Meio Ambiente: ponto positivo para as latas de aço
Outro ponto positi-vo da lata de aço é sua capacidade de revalo-rização pós-consumo. Além de ser feita de um composto totalmente reaproveitável do ponto de vista industrial, tendo sua matéria-prima rema-nufaturada, a embalagem proporciona menor riscoao meio ambiente quan-do descartada.
Em lixões, pode ser extraída do fluxo por for-ça magnética e, em caso de embalagens deixadas acidentalmente no solo, rios ou até mesmo no mar, em quatro ou cinco anos estão total-mente degradadas, retornando à natureza como óxido de ferro, sem prejuízo para o meio ambiente.
Por isso, de acordo com Elio Cepollina, que a lata de aço é considerada a embalagem mais amiga da natureza, além de contar com propriedades de resistência e segurança alimen-tar. “A lata de aço é completa. Não precisa de câmaras frias, conserva o alimento sem conservantes, não passa ao produto gosto ou odores, suporta temperaturas na pausterização de até 200 graus por uma hora e meia, tem desenhos e informações gráficas que auxiliam o consumidor a decidir sua compra e não polui o meio ambiente”, completa o executivo.
Para o presidente da Litografia Valença, a lata de aço é a bola da vez. “A conscientização ambiental é algo que está em destaque e o consumidor mais jovem pressiona muito por pro-dutos ecologicamente corretos. Esse é um dos propulsores da criatividade dos nossos profissionais, que buscam satisfazê-los com embalagens atrativas e diferenciadas, mas sem poluir o ambiente. O maior ‘macete’ que temos é a criatividade atrelada à necessidade do consumidor”, conta Maurício Brasil.
“Nos últimos tempos, não tenho visto linhas de produtos em lata serem descontinuadas. A necessidade de embalar ali-mentos é eterna. Além disso, o Brasil tem um potencial enor-me de abastecer os mais diferentes mercados mundo afora, abrindo novas perspectivas para a indústria nacional de latas. Também vejo a melhora do poder aquisitivo do povo face às perspectivas de crescimento da economia. Depois de trocar o carro e a televisão, é a geladeira e o armário da casa nova que ficarão cheios de alimentos em lata!”, finaliza Rogério Marins, da Metalgráfica Iguaçu.
Capa
6
minuto. Hoje, uma soldadora de último tipo produz tranquilamen-
te 850 latas por minuto”, afirma Marins, lembrando que esses são
alguns exemplos das muitas inovações que permitiram à lata, em-
bora com 200 anos, ser moderna e altamente competitiva quando
comparada a outros tipos de embalagens. A empresa trabalha há
50 anos com embalagens de aço.
A história da lata também foi tema do livro A lata, Solução de
futuro, de Fabrice Peltier, Rachelle Lemoine e Éric Delon, lançado
pela Editora Senac São Paulo em 2009.
Jeito fácil de abrir - De acordo com o diretor da Packing – especia-
lizada em produção de embalagens–, Carlos Zardo, a lata de aço
possibilita maior competitividade e atratividade no ponto-de-venda.
“Antes das latas com forma, um avanço considerável foi a tampa
easy-open, que garantiu outro atributo fundamental para a versão
moderna: conveniência e praticidade de uso”, afirma.
O sistema abre-fácil brasileiro, uma das melhores inovações em
praticidade para a lata de aço, foi inventado pela Rojek em 1989
e, de acordo com o gerente comercial da empresa, Sandro Moreira,
passou a ser conhecido mundialmente. “Funciona com a formação
de alto vácuo na embalagem. Com isso temos quase que total eli-
minação do ar, dando maior conservação aos produtos, além de as-
segurar o fechamento. Para abrir, basta a remoção do lacre. Como
há um furo na parte de cima, o ar entra na lata e desfaz o vácuo,
liberando a tampa”, relata.
Já para o coordenador acadêmico de Pós-Graduação do Núcleo
de Estudos da Embalagem da Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM), Fábio Mestriner, além dos formatos especiais, as
latas decoradas ampliam as possibilidades, a estética e a comuni-
cação das marcas, transformando-as em um recipiente mais atraen-
Teixeira, da Brasilata: “No século 20, o uso dos vernizes internos e a solda elétrica possibilitaram melhorias de desempenho”.
Rogério, da Iguaçu: “Há 30 anos, uma máquina produzia algo em torno de 80 latas por minuto. Hoje, são 850 latas por minuto”.
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o
Maurício, da Valença: “Latas litografadas têm apelo comercial
superior na gôndola de supermercado”.
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te e carismático. “Descobrimos com
os estudos que fizemos que a forma
exclusiva no design é algo que o con-
sumidor percebe e valoriza. Isso pode
conferir mais valor aos produtos”.
Qualidade - Mesmo com todas as evo-
luções tecnológicas pela qual passou
a lata nos últimos 200 anos, segundo
especialistas, o que influencia o con-
sumidor a escolher uma embalagem
de aço no supermercado é a qualida-
de dos alimentos e o design.
Neste sentido, muitas marcas tra-
dicionais adaptam suas embalagens
para reforçar seu posicionamento
junto ao consumidor, como fez a
Nestlé com o leite condensado Moça
em 2004. Segundo a empresa, a no-
vidade foi muito bem recebida pelos
consumidores, que elogiaram o novo
modelo, mais arrojado e moderno.
“Mudar a imagem de produtos con-
solidados sempre traz riscos e requer
muito cuidado, afinal, produtos clás-
sicos não mudam, evoluem”, explica
Fábio Mestriner, da ESPM.
Carlos Zardo, da Packing, empresa
que desenvolveu a nova embalagem
do Leite Moça, acrescenta que é possí-
vel ousar com uma embalagem de aço,
pois a plasticidade do material é mági-
ca do ponto de vista do consumidor.
“Ele enxerga a lata como algo valioso.
O ganho de valor para o produto e para
a marca é significativo”, comenta.
Neste ponto, quem se destaca é a
litografia. O presidente da Litografia
Valença, Maurício Brasil, comenta que
através das técnicas de impressão
com alta qualidade nas embalagens
de folhas de flandres é possível retra-
tar com a exatidão de uma fotografia
uma imagem capaz de conquistar o
consumidor. “As latas litografadas
têm um apelo comercial na gôndola
de supermercado muito superior. A
litografia retrata exatamente o que os
clientes querem transmitir ao seu con-
sumidor final”.
Mestriner, da ESPM, completa que
embalagens promocionais são uma
forma inteligente de chamar a aten-
ção para o produto e aumentar seu
apelo de venda. “Por isso as latas
com design elaborado como a dos
panetones, CDs e outras se desta-
cam. Explorar as possibilidades de
design diferenciado, formas, expan-
são, relevos e especialmente a qua-
lidade de impressão proporcionada
pelo esmalte é uma forma de criar
embalagens que conquistam desta-
que em toda parte”.
Além disso, Sandro Moreira, da
Rojek, explica que a segurança in-
contestável de transporte garante
às latas o status de embalagem per-
feita para transporte, manuseio e in-
violabilidade.
“O aço remete às noções de força
e resistência. Desde a Idade Média é
encarado como metal por excelência
que tem a capacidade de proteger,
como no caso dos cavaleiros. Até
hoje é visto como sinônimo de pro-
teção: basta pensar no Super-Ho-
mem, o homem de aço”, acrescenta
o CEO da Brasilata.
Carlos, da Packing:“A lata é valiosa.O ganho de valor para o produto e para a marca é significativo”.
Sandro, da Rojek:“A segurança de transporte garante às latas o statusde embalagem perfeita”.
Mestriner, da ESPM:“A forma exclusiva no design é algo que o consumidor percebe e valoriza”.
Foto: Paulo Bau Foto: Paulo Bau Foto: Divulgação
Elio Cepollina: “A lata de aço acompanhou todos os progressos da humanidade e obteve grande penetração nos hábitos do consumidor”.
Foto: Divulgação
1795
Em Ivry-sur-Seine, Nicolas Appert (1749- 1841), confeiteiro da
região de Champagne, realiza
suas primeiras conservas em
recipientesde vidro.
A fórmula consiste em colocar um
alimento em recipiente
hermeticamente fechado e
esterilizá-lo a100ºC. Nasce a appertização.
1810
As indústrias de sardinha em
conserva de Nantes adotam a técnica de Appert. É de
1810 a mais antiga lata de sardinhas
conhecida na França, que traz
rótulo emcobre, estampado
com o nome de Joseph-
-Pierre Colin, considerado o fundador da indústria da
conserva. Em seu Almanach
gourmand, de 1810, Grimod de la
Reynière, cronista gastronômico,
elogiao frescor das sardinhas em
conservade Nantes,
acondicionadas em latas.
1815
A produção de conservas
desenvolve-se na França e na
Grã-Bretanha. Além da sardinha e de
outros peixes, carnes, legumes e frutas são, desde
então,appertizadas em latas de folha de
flandres. Esta última, a partir de
1818, éintroduzida na
Austrália, e, depois, nos Estados
Unidos.
1822
Inicialmente, os rótulos das latas de conserva são feitos com finas folhas de cobre estampadas
com o nome da indústria e soldados
no corpo da lata. Em seguida, serão substituídos por rótulos de latão,
prensados e coloridos.
1824
As indústrias de sardinha em conserva se
multiplicam pela costa Atlântica, de Finistère a Gironda. Outros profissionais
da alimentação – donos de armazém,
salsicheiros, confeiteiros –
especializam-se em conservas. Os
primeiros fabricantes de latas
instalam-se próximo às
indústrias de Nantes. Jean-Marie Vedry fabrica para o confeiteiro François Deffès, em folha de
flandres, as primeiras latas rasas com o
comprimento de uma sardinha.
1894
As latas de sardinhacom abertura pordescolamento, de
inventor desconhe-cido, são
comercializadas pela primeira vez.A lata com cinta,
que surge na mesma época,
é atribuída à casaRiom Pinard.
Surgimento das primeiras latas de
folha de aço que se abrem rasgando, por meio de uma chave, a lingueta que contorna a
parte superior da lata.
1932
Surgimento das latas de duas peças extrudadas. Depois, em 1963, virão as
latas de duas peças. A técnica
consiste em moldar o corpo da lata com placas prensadas. O fundo da lata e seu corpo formam
um todo.
1958 1979
Surge outro sistemade fácil abertura
para lata de estanho: a BoxBande. A lata é aberta à mão,
puxando-se umatira de folha de açoque se destaca do
tampo e do contorno da lata.
1985
A técnica da expansão
permite realizar latas em formatos
até entãoinéditos. As
técnicasde impressão
oferecemmelhor qualidade
de reprodução doselementos
decorativos e depossibilidades muito ricas de acabamento.
2004
A taxa de reciclagem da
Europa das embalagens de aço
atingiu o maior índice em 62,5%. No Brasil a taxa
foi de 47%
1846
A partir de 1846, o americano Allen Taylor solicita a
patente deuma máquina de impressão para
latas de conserva. Na França, as
primeiras impressões em metal datam de
1863. Oconstrutor francês H. Voirin, em 1868,
ajusta uma máquinaplana, com dois
cilindros, que permite imprimir
belosrótulos, de boa
qualidade, numa cadência de
setecentas folhas por hora. Trata-se
do início da impressão direta em
litografia. Atécnica de offset vai
substituí-la no começo doséculo XX.
Imagens do livro A lata, Solução de futuro, de Fabrice Peltier, Rachelle Lemoine e Éric Delon, Editora Senac São Paulo, 2009
8
Capa
1795
Em Ivry-sur-Seine, Nicolas Appert (1749- 1841), confeiteiro da
região de Champagne, realiza
suas primeiras conservas em
recipientesde vidro.
A fórmula consiste em colocar um
alimento em recipiente
hermeticamente fechado e
esterilizá-lo a100ºC. Nasce a appertização.
1810
As indústrias de sardinha em
conserva de Nantes adotam a técnica de Appert. É de
1810 a mais antiga lata de sardinhas
conhecida na França, que traz
rótulo emcobre, estampado
com o nome de Joseph-
-Pierre Colin, considerado o fundador da indústria da
conserva. Em seu Almanach
gourmand, de 1810, Grimod de la
Reynière, cronista gastronômico,
elogiao frescor das sardinhas em
conservade Nantes,
acondicionadas em latas.
1815
A produção de conservas
desenvolve-se na França e na
Grã-Bretanha. Além da sardinha e de
outros peixes, carnes, legumes e frutas são, desde
então,appertizadas em latas de folha de
flandres. Esta última, a partir de
1818, éintroduzida na
Austrália, e, depois, nos Estados
Unidos.
1822
Inicialmente, os rótulos das latas de conserva são feitos com finas folhas de cobre estampadas
com o nome da indústria e soldados
no corpo da lata. Em seguida, serão substituídos por rótulos de latão,
prensados e coloridos.
1824
As indústrias de sardinha em conserva se
multiplicam pela costa Atlântica, de Finistère a Gironda. Outros profissionais
da alimentação – donos de armazém,
salsicheiros, confeiteiros –
especializam-se em conservas. Os
primeiros fabricantes de latas
instalam-se próximo às
indústrias de Nantes. Jean-Marie Vedry fabrica para o confeiteiro François Deffès, em folha de
flandres, as primeiras latas rasas com o
comprimento de uma sardinha.
1894
As latas de sardinhacom abertura pordescolamento, de
inventor desconhe-cido, são
comercializadas pela primeira vez.A lata com cinta,
que surge na mesma época,
é atribuída à casaRiom Pinard.
Surgimento das primeiras latas de
folha de aço que se abrem rasgando, por meio de uma chave, a lingueta que contorna a
parte superior da lata.
1932
Surgimento das latas de duas peças extrudadas. Depois, em 1963, virão as
latas de duas peças. A técnica
consiste em moldar o corpo da lata com placas prensadas. O fundo da lata e seu corpo formam
um todo.
1958 1979
Surge outro sistemade fácil abertura
para lata de estanho: a BoxBande. A lata é aberta à mão,
puxando-se umatira de folha de açoque se destaca do
tampo e do contorno da lata.
1985
A técnica da expansão
permite realizar latas em formatos
até entãoinéditos. As
técnicasde impressão
oferecemmelhor qualidade
de reprodução doselementos
decorativos e depossibilidades muito ricas de acabamento.
2004
A taxa de reciclagem da
Europa das embalagens de aço
atingiu o maior índice em 62,5%. No Brasil a taxa
foi de 47%
1846
A partir de 1846, o americano Allen Taylor solicita a
patente deuma máquina de impressão para
latas de conserva. Na França, as
primeiras impressões em metal datam de
1863. Oconstrutor francês H. Voirin, em 1868,
ajusta uma máquinaplana, com dois
cilindros, que permite imprimir
belosrótulos, de boa
qualidade, numa cadência de
setecentas folhas por hora. Trata-se
do início da impressão direta em
litografia. Atécnica de offset vai
substituí-la no começo doséculo XX.
Imagens do livro A lata, Solução de futuro, de Fabrice Peltier, Rachelle Lemoine e Éric Delon, Editora Senac São Paulo, 2009
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Marcas tradicionais adaptam suas embalagens para atender os
consumidores da nova geração e reforçam a aposta nas latas
de aço como fonte de qualidade, higiene e segurança
minha vidaPor toda
A lata de aço surgiu há 200 anos e rapidamente caiu no
gosto dos consumidores por reunir características capazes
de conservar produtos por um longo período de tempo,
com higiene e segurança. Isso fez com que algumas das
mais tradicionais marcas brasileiras apostassem nestas
embalagens para comercializar adequadamente seus pro-
dutos, agregando qualidade e maior valor ao que o cliente
encontra na gôndola.
Só que com o passar do tempo e o surgimento de no-
vos tipos de compradores – mais exigentes, conectados
e “antenados” com a questão da sustentabilidade – mui-
tas empresas precisaram reformular a apresentação de
seus produtos para continuar como preferência na hora da
compra. A saída foi criar embalagens de aço com formatos
inovadores. A própria tecnologia de expansão e moldagem
das folhas de flandres contribuiu para o surgimento de la-
tas com “curvas”, como as do leite condensado Moça e do
achocolatado Nescau, ambos da Nestlé.
O Leite Moça, primeiro produto produzido pela multina-
cional no País, em 1890, adotou em 2004 uma “cinturinha”
em suas latas. Para reforçar a tradição, a marca que está no
dia a dia das donas de casa lançou no final do ano passa-
do uma série especial com embalagens de aço históricas,
que reproduzem as latinhas de leite condensado vendidas
consumo
10
em 1937, 1946, 1957, 1970 e 1983, prova que desde aquela
época as latas de aço estão nos lares brasileiros.
Outro produto com novo formato, lembrando um “torna-
do” de chocolate, foi o Nescau. Em 2007, a empresa decidiu
lançar o Nescau 2.0 e, em seguida, as versões Power, Nutri
Júnior e Light do achocolatado, por isso mudou sua lata.
De acordo com informações da multinacional, a ideia
da marca ao renovar constantemente o design destes pro-
dutos é ficar mais próxima do seu principal público-alvo,
os adolescentes. A receptividade, como explica a compa-
nhia, foi excelente, principalmente pelo fato de proporcio-
nar maior valor agregado.
A manteiga da lata laranja – Produzida pela Gonçalves Salles
S.A., de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, a manteiga
Aviação é um exemplo de produto que há 90 anos aposta nas
latas de aço como plataforma de venda e marketing.
A tradicional manteiga, conforme explica a diretora da
Gonçalves Salles, Ana Luisa Resende Pimenta, usa as ca-
racterísticas de conservação do recipiente para se diferen-
ciar dos concorrentes. “O conservante natural da manteiga
é o sal e como o produto não sofre choque térmico, preser-
va sua maturação natural após o envase, conferindo-lhe o
sabor especial”, afirma a executiva.
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Leite Moça lançou série históricacom as latas da marca no Brasil.
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Ana Luisa reforça que a embalagem de aço está intrin-
secamente ligada ao produto. “É uma marca registrada da
Aviação. Há quem diga, quando se refere a ela: a manteiga
da latinha alaranjada”, acrescenta a diretora.
Óleos compostos e legumes, boas pedidas – Outro bom pe-
dido da culinária enlatada é o óleo composto. Tradicional
em residências e restaurantes, parte destes produtos, bem
como os azeites, é comercializado em lata, por suas ca-
racterísticas de armazenamento, transporte e conservação
por longos períodos depois de aberto.
“A embalagem na lata quadrada é uma referência do
nosso produto, sendo parte integrante da marca”, relata
Renata Stefaneli, gerente de produto da Cargill, companhia
detentora das marcas Maria e Olívia.
Segundo a gerente, a lata é 100% apropriada para este
tipo de produto pelo fato de ter como diferencial um bico
dosador, que facilita a utilização e melhor acondiciona-
mento depois de aberto.
Assim como outros grandes nomes, a marca Maria mu-
dou o layout de sua embalagem, inclusive, de olho nos
novos consumidores. “A última mudança foi em novembro
de 2007 e ocorreu após pesquisas com consumidores que
apontaram oportunidades de melhoria. A principal mudan-
ça foi a valorização da personagem – ícone e referência da
marca, o que se mostrou acertado, pois a receptividade foi
muito positiva, tanto pelos clientes do varejo quanto pelos
consumidores finais”, acrescenta Renata.
Outros tradicionais produtos enlatados são os legumes
da Etti e as polpas de tomate Salsaretti, pertencentes a
Hypermarcas. Na área de atomatados, a empresa tem
uma das mais completas linhas do mercado brasileiro,
com produtos que vão de extratos e polpas até molhos
prontos com pedaços de tomate e atum. Além disso, a
marca atua nos segmentos de vegetais com milho verde,
ervilha, ervilha com milho, cenoura com ervilha, seleta
com milho e jardineira.
De acordo com a empresa, tradicionalmente os produtos
apresentam uma aceitação e identificação junto aos con-
sumidores por serem mais resistentes e não quebrarem.
Desde que fazem parte do portfólio da Hypermercas, a Etti
e a Salsaretti passaram por um processo de modernização
de logomarcas, reformulação de embalagens e rótulos,
além de ganhar novos produtos como sopas instantâneas,
temperos de mesa e novos sabores de molho pronto.
Renata, da Cargill: “A embalagem
quadrada é uma referência do
nosso produto, sendo parte
integrante da marca”.Paula, da Henkel: “A embalagem fica muito mais bonita”.
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Produtos químicos e embalagens de aço:
parceria de longa data
Os produtos químicos também costumam vir nas em-
balagens de aço, normalmente, com o apelo de maior
segurança de transporte e aplicação. Conforme os espe-
cialistas, o sistema de recravação (junção entre tampa e
corpo) é um grande diferencial neste sentido e pelo fato
de as folhas de flandres serem amplamente resistentes, as
latas conseguem ser 100% seguras. Uma das empresas da
área de suprimentos para construção que aposta nestes
recipientes é a alemã Henkel, que acondiciona sua cola de
contato Cascola em embalagens de 195 gramas, 400 gra-
mas, 750 gramas, 2,8 quilos e 14 quilos.
Um dos motivos desta parceria tão longa está nas próprias
características do produto, que possui elevada quantidade
de solvente e precisa de recipientes que resistam mecânica e
quimicamente aos efeitos da mistura. “As latas também são
bem aceitas pelos profissionais que atuam no segmento. A
variação de conteúdos disponíveis, em diferentes formatos,
permite ainda bom nível de impressão nas latas, com legibi-
lidade e qualidade”, explica a gerente de categoria de adesi-
vos de consumo da Henkel, Paula Couri Gonçalves.
Segundo a executiva, a cola vendida nas latas de cor azul,
branca e laranja já caiu no gosto popular, mesmo com pe-
quenas modificações de layout. “Para a versão de 14 quilos,
a troca de formatos de lata ‘corpo quadrado’ para a ‘corpo
cilíndrico’ ocorreu pela necessidade de utilizar latas homo-
logadas, que estão disponíveis somente no perfil quadrado,
para o transporte de produtos perigosos. A Henkel tomou
a decisão de usar a nova versão, não homologada, porém,
adequadas à Portaria que rege este requisito. Além disto,
o critério de migração de formatos teve o intuito de termos
toda a família Cascola em latas do mesmo formato”, com-
pleta Paula, que fez questão de ressaltar que, no ponto-
de-venda, a lata também torna-se fator decisivo na hora da
compra. “A embalagem fica muito mais bonita”, finaliza.
A lata e as tintas:uma relação eterna
O setor de tintas é, sem dúvida, uma das molas propul-
soras do segmento de embalagens de aço. De acordo com
dados da Abeaço, 100% das embalagens de tintas a óleo e
tintas industriais são de aço. Já nos segmentos automotivos e
látex, o porcentual é de 99% e 97%, respectivamente.
Isso porque elas são de fácil armazenamento e trans-
porte, além de degradáveis, totalmente recicláveis e fácil
manejo pelos pintores – profissionais ou não. “Os profis-
sionais preferem embalagens de aço também pelo fato de
serem mais resistentes”, avalia o especialista da Tintas Co-
ral, Guillermo Jaureguy.
A marca, especializada em tintas há mais de 50 anos, mu-
dou em 2008 o layout de suas embalagens, tornando-as mais
leves para enfatizar os benefícios e atributos de cada produto
por meio de uma linguagem menos técnica.
“Sempre nos preocupamos em criar layouts de embala-
gens que facilitem o processo de compra. A comunicação
clara e objetiva dos atributos e benefícios dos produtos faci-
lita o entendimento e a escolha. Dessa forma, as embalagens
trazem no design a personalidade da marca: contemporânea,
Segmento de tintas sempre usou as embalagens de aço: mais segurança no transporte e manuseio.
consumo
12
amigável e moderna. Além disso, a intenção foi diferenciar
a marca, alterando a maneira de se comunicar com o con-
sumidor e com o mercado. Pesquisa realizada pela Coral,
por exemplo, indicou que a categoria de tintas utiliza uma
linguagem muito técnica. Com as alterações, o consumidor
pode escolher facilmente os produtos, de acordo com suas
necessidades”, afirma Jaureguy, que confirma uma boa acei-
tação da novidade, comprovada pelo resultado de vendas.
As tintas Coral sempre foram vendidas em embalagens de
aço, principalmente pelo fato de elas serem degradáveis e
recicláveis. Paralelamente, conforme Jaureguy, o recipiente
já é tradicional e tem uma boa aceitação no mercado, além
de ser de fácil armazenamento e transporte.
Ao fazer um balanço do segmento de tintas em 2009, o es-
pecialista da marca comenta que a economia brasileira pas-
sou por momentos de incerteza no começo do ano, mas já
deu sinais claros de recuperação. “A Coral, inclusive, regis-
trará aumento de faturamento em 2009 em comparação com
2008”, relata. Sobre 2010, Jaureguy comenta que expecta-
tiva é de um ano positivo e com grande volume de vendas.
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Um ano de aço
Luis Fernando Martinez, presidente da Abeaço, faz um balanço das ações
da entidade em 2009 e fala sobre parcerias, participações em eventos e a
aposta da instituição em um 2010 à prova de qualquer crise.
O ano de 2009 foi amplamente positivo para as latas de aço, mesmo com
um ambiente internacional instável. De acordo com o presidente da Associação
Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), Luis Fernando Martinez, para as com-
panhias que apostaram nas latas, 2009 foi um bom período, com investimentos
em novos produtos e ações de conscientização. “Participamos de feiras e even-
tos importantes para o setor químico e de alimentos, bem como de palestras
especializadas em movimentos sustentáveis em parceria com associações co-
merciais, universidades, entre outros”, afirma.
Sustentabilidade, conforme Martinez, foi a palavra de ordem de toda a
“cadeia” do aço no Brasil, que engloba desde a produção de matéria-prima,
passando pela indústria, comércio e serviços, até chegar nas ações de reci-
clagem e reutilização da embalagem. “Acreditamos que, para o setor, ações
sustentáveis são demandas do contexto em que vivemos e uma exigência
do mercado. Elas garantirão a competitividade no mercado global no médio
e longo prazos. Para a Abeaço, o conceito sustentabilidade está atrelado a
educação para o conhecimento”.
entrevista
para o Brasil
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ção
Martinez, da Abeaço: “Sustentabilidade foi a palavra de ordem de toda a ‘cadeia’ do aço no Brasil”.
A seguir, o executivo faz um raio-X
do ano passado e conta suas estima-
tivas para 2010.
AN: Sr. Martinez, como foi o ano de
2009 para a Abeaço?
Martinez: Bastante positivo. Além
de realizarmos uma série de tra-
balhos nas áreas de comunicação,
marketing, educação ambiental e
reciclagem, participamos de feiras e
eventos como o prêmio Artesp, Abra-
fati, Expoacabamento, Fispal Tec-
nologia, Fispal Bahia, TecnoCarne e
TecnoLáctea. Também ministramos
palestras especializadas, realizamos
o lançamento da nova comunicação
visual da entidade e de um novo site,
mais interativo e informativo. Fomos,
ainda, responsáveis por campanhas
nas rádios Globo e CBN do Nordes-
te, Minas Gerais, Rádio Alegria no
Rio Grande do Sul e rádio Tupi em
São Paulo. Firmamos parceria com
a Associação do Aço do Rio Grande
do Sul, atendemos mais de 10 mil
crianças com o programa de educa-
ção ambiental Aprendendo com o La-
taço e lançamos estações de coleta
seletiva em parceria com o Carrefour
no Rio de Janeiro e em Brasília. Isso
visando estimular o descarte seletivo
das latas. Firmamos, inclusive, par-
ceria com a rede de lojas Magazine
Luiza para realização de ações com
crianças e adultos, desmistificando
temas como lata amassada e uso de
conservantes químicos nas embala-
gens de aço. Foi um ano repleto de
trabalho e conquistas.
AN: Vivemos um período marcado
pela crise internacional. Como o
segmento de embalagens de aço se
portou em 2009?
Martinez: Ele se manteve estável. Para
burlar a crise, a melhor saída é investir.
As empresas que investiram apresenta-
ram melhores resultados. A Metalic, por
exemplo, lançou uma nova lata de 250
mililitros para atender a demanda na
região Nordeste por produtos menores
e, consequentemente, mais baratos. A
Brasilata lançou a lata de 18 litros com
tripla recravação (junção da tampa com
o corpo da embalagem) como alternati-
va de lata mais resistente a choques e
quedas. A Cerviflan apostou em linhas
super modernas de alta performance
para baldes de 20 litros e aerossol. A
CMP investiu em latas de 73 milímetros
de diâmetro e a Silgan White Cap lan-
çou novas tampas.
AN: Poderia nos dizer quais projetos
de destaque?
Martinez: Tivemos a excelente parce-
ria com o Magazine Luiza. Consegui-
mos atingir o público consumidor de
maneira simpática e próxima. O do
Carrefour também foi excelente. Para
a lata de aço como um todo, o traba-
lho das empresas foi sensacional.
AN: Quanto a Abeaço investiu
em projetos de reciclagem e no
Aprendendo com o Lataço em 2009?
Martinez: Mais de R$ 2 milhões em
projetos de incentivo e estímulo para
a “cadeia” de embalagens de aço.
AN: Como foi o trabalho em parceria
com o Carrefour? E quais os próximos
passos?
Martinez: Esta ação rendeu bons fru-
tos e credibilidade para a Associa-
ção. Coletamos em média, por loja,
três toneladas de material reciclável
por mês, um número acima do espe-
rado. Em 2010, pretendemos ampliar
o número de lojas e buscar novas
parcerias para incrementar ainda
mais a ação.
AN: Qual a estimativa do sr. para
este ano?
Martinez: Pretendemos expandir e fo-
mentar todas as ações de 2009 nas
áreas de comunicação, marketing,
educação e reciclagem. Queremos fo-
mentar o conceito de sustentabilida-
de da lata de aço e ampliar a atuação
na mídia impressa e na TV ainda mais
pelo fato de que, em 2010, comemo-
raremos os 200 anos da lata de aço.
Teremos uma agenda bastante positi-
va baseada nesta data. O ano de 2010
promete conquistas ainda mais posi-
tivas que as de 2009.
14
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ulga
ção
Luis Fernando Martinez: “Este ano pretendemos expandir e fomentar todas as ações de 2009 nas áreas de comunicação, marketing, educação e reciclagem. Teremos uma agenda bastante positiva baseada nos 200 anos da lata de aço”.
entrevista
Confira os principais momentos da Abeaço em 2009.
Retrospectiva 2009
Desenvolvimento do projeto de estações de reciclagem em parceria
com a rede Carrefour.
JANEIRO
Parceria do projeto Aprendendo com o Lataço com a Prefeitura
de Santo André na Sabina Escola Parque do Conhecimento.
FEVEREIRO
Parceria com Associação do Aço do Rio Grande do Sul com objetivo de
fortalecer a imagem dalata na região.
MARÇO
Participação em feiras segmentadas. Parceria com Brazil Trade Shows,
Abrafati e Artesp.
ABRIL
Elaboração de dossiê com dados sobre latas de aço para divulgação
no setor político, visando ações públicas voltadas para a lata.
MAIO
Participação no Conselho da Comissão Sócio-Ambiental da
Prefeitura de São Paulo.
JUNHO
Início da campanha de rádiode conscientização na
região Nordeste.
JULHO
Realização de uma série de palestras de conscientização com
foco em sustentabilidade dalata de aço.
AGOSTO
Lançamento do novo siteda Associação e a nova
comunicação visual.
SETEMBRO
Participação na feirainternacional Anuga,
na Alemanha.
OUTUBRO
Início da campanhade rádio em
Minas Gerais.
NOVEMBRO
Realização deevento paraa imprensa.
DEZEMBRO
15
Brincando e aprendendocom a lata de aço
De um lado diversão, alegria e crianças em casa, brincando e
pulando para todos os lados, ávidas por novas descobertas e ati-
vidades de lazer. De outro, pais em busca de atividades capazes
de manter os pequenos entretidos, mas sem saber como fugir da
“trinca” TV – vídeo-game – computador.
A solução pode estar mais próxima do que se pensa, no ar-
mário, na dispensa ou na própria geladeira: latas de molho de
tomate, achocolatados ou legumes em conserva – devidamen-
te lavadas e secas – podem, com um pouco de criatividade, se
transformar em opções divertidas de lazer para a criançada.
As latinhas são seguras e apresentam um universo de possi-
bilidades que vai de porta-trecos a telefones. A brincadeira tam-
bém pode servir como oportunidade de integração entre pais e fi-
lhos e aprendizado sobre a importância da reciclagem e do Meio
Ambiente para os pequenos. Estes brinquedos fizeram parte da
infância de várias gerações. Hoje, estimular momentos de cria-
ção e diversão com eles é um resgate cultural.
Aprenda a seguir como fazer alguns brinquedos utilizando
embalagens de aço e materiais simples, encontrados em qual-
quer residência.
Pé de lataEste brinquedo consiste em um par de latas presas com um barbante, no qual a
criança pode subir nos recipientes e andar como se fosse em uma perna-de-pau.
- Prego
- Martelo
- Tesoura
- 2 latas de achocolatado ou de leite em pó
- Papel de presente ou de scrapbook
com temas infantis
- Barbante
- Régua
- Cola em bastão
Materiais necessários
- Cole as pontas com cola bastão (é
importante que o papel fique bem
justo à lata)
- Fure as laterais das latas cerca de
2 centímetros abaixo da borda (esta
operação precisa ser feita por
um adulto)
2º Passo- Passe o barbante e faça um nó para
prendê-lo na parte de dentro de cada
uma das pontas de modo que a “corda”
resultante fique do tamanho das mãos
da criança
- Com o pé-de-lata pronto é só praticar e
aproveitar a brincadeira
3º Passo
- Retire o rótulo das embalagens,
se houver
- Tire a medida da embalagem e
recorte o papel de presente ou
scrapbook e enrole na lata
1º Passo
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TelefoneO telefone é produzido com um par de latas presas com um barbante,
no qual a criança pode conversar com os amigos esticando o cordão.
- 2 Latas de ervilha, milho
ou extrato de tomate
- Barbante
- Prego e martelo
- Papel de presente ou de
scrapbook com temas infantis,
- Cola em bastão ou líquida
Materiais necessários- Tire a medida da altura da lata
- Recorte o papel e o enrole na lata
- Cole as pontas com a cola em
bastão (é importante que o papel
fique bem justo à lata)
1º Passo
- Fure o fundo das duas latas, no
meio (esta operação precisa ser
feita por um adulto)
- Passe a ponta do barbante de
fora para dentro da lata e amarre.
Repita a ação com a ponta do
barbante, para dentro da outra lata.
2º Passo- Ao deixar o fio bem esticado, veja
que a sua voz pode ser ouvida na
outra lata.
3º Passo
Bate Bumbo com brinquedos de lata
Há seis anos, a Bate Bumbo, empresa com fábrica em Guarulhos, na Grande São Paulo, e na capital paulista, comercializa brinquedos feitos com latas. No seu portfólio estão bilbolata (bilboquê – madeira ligada a uma lata por um cordão, com o qual a criança precisa encaixar a lata na madeira), latafone (duas latas ligadas por um barbante que pode ser usado como tele-fone), vira-lata (dez latinhas e três bolas de meia com as quais podem ser feitos tiro-ao-alvo).
As latas são fornecidas pela Indústria Mecânica Ipojuca e os brinquedos são vendidos em lojas como Tok&Stok, FNAC, Etna, Catavento Brinquedos, Cucatoys, Casa da Educação, Tren-zinho, entre outras.
De acordo com o proprietário da empresa, Natanael Alves de Souza, os brinquedos foram desenvolvidos para resgatar parte da infância, onde tudo o que era possível virava brinquedo. “O processo ainda é semi-artesanal, com quatro pessoas trabalhando exclusivamente nesta linha de montagem, na qual utilizamos embalagens de madeira, dando uma cara bem artesa-nal”, afirma.
Apesar das dificuldades do mercado pós-crise, as vendas continuam crescendo com média de 1500 brinquedos por mês, que consomem cerca de 8 a 10 mil latas. “Só não são mais acei-tos pela grande dificuldade de conseguirmos outros modelos de latas pequenas e coloridas, principalmente”, comenta.
Mais informações podem ser obtidas no site www.conceitobasico.com.br.
Foto: Paulo Bau
Natanael, da Bate-Bumbo: fabricação artesanal e venda para grandes nomes do varejo brasileiro.
Empresas investem em
“Ter a preocupação com o Meio Ambiente é uma responsabilidade de toda a
empresa, independente de sua área de ação”. A frase do gerente geral da Metal-
gráfica Renner, José Victor Basso, explica qual é a nova aposta das companhias
ligadas à “cadeia” do aço.
Cada um à sua maneira, indústria, comércio, serviços e entidades responsá-
veis por programas de reciclagem desenvolvem programas ligados a Respon-
sabilidade Social e Ambiental visando uma melhora nos processos produtivos,
otimização no uso de recursos naturais e energia, bem como garantir melhor
qualidade de vida para trabalhadores e a comunidade de um modo geral.
A “Onda Verde”, como popularmente é chamado o conjunto de políticas e
ações Sócio-Ambientais chegou definitivamente às empresas responsáveis pe-
las embalagens de aço. Tanto que, de acordo com executivos do setor, em breve,
novos contratos somente serão fechados se a empresa adotar ações sustentá-
veis. “Estamos caminhando para uma política de negócios onde o cliente busca
conhecer esta área da empresa, incluindo análise de impactos ambientais a cur-
to e longo prazos”, afirma José Victor Basso.
A própria Metalgráfica Renner procura transformar todo resíduo gerado na
fabricação das latas de aço em matéria-prima reprocessável. “Paralelamente,
temos buscado por meio da avaliação constante de todo o processo produtivo
minimizar a geração de resíduos e perdas, além de reduzir o consumo de água e
energia, melhorando a eficiência dos processos e promovendo mudanças com-
portamentais. Temos, também, desenvolvido com algumas empresas programas
conjuntos de recolhimento e descarte dos materiais”, enumera Basso.
“Faz-se necessário adotarmos ações que promovam a preservação do Meio
Ambiente para que as novas gerações não venham a sofrer pelos danos cau-
sados atualmente”, complementa o gerente comercial da Metalic Nordeste,
Fábio Araújo.
Mas além de gerar economia operacional, práticas sustentáveis du-
rante o processo de fabricação das embalagens de aço podem ser
revertidas em melhores condições de trabalho.
A Responsabilidade Corporativa – ações que unem políticas para desenvol-
Fabricantes das embalagens de aço apostam em iniciativas
ambientalmente corretas de olho em novos negócios, responsabilidade
social e manutenção da qualidade de vida da comunidade.
políticas sustentáveis para garantir futuro de aço
meio ambiente
18
Fábio, da Metalic: “Faz-se necessário ado-tarmos ações para que as novas gerações não sofram“.
Foto: Divulgação
vimento do ambiente de trabalho –
faz com que as empresas garantam
que seus produtos contribuam com
a sociedade.
De acordo com Fábio Araújo, as
companhias precisam ter foco perma-
nentemente nas pessoas para melho-
rar a qualidade de vida de cada uma
e minimizar, dentro da sociedade,
as desigualdades sócio-econômicas.
Uma opção é incentivar programas e
projetos de reciclagem.
Neste sentido, a Metalic promo-
ve desde 2001 o Programa Recicla-
ço, um projeto que cria condições
favoráveis e remunera catadores,
cooperativas, associações e suca-
teiros que recolhem embalagens de
aço pelas ruas. O material é enviado
para reprocessamento, o que reduz
a utilização de matéria-prima vir-
gem e evita o descarte no ambiente
de uma embalagem que ainda pode
ser reprocessada.
Uma vertente do Reciclaço é o tra-
balho desenvolvido nas escolas pú-
blicas e privadas que mostra para
crianças e adolescentes a importân-
cia da preservação ambiental e de
práticas sustentáveis.
Mais uma empresa que destaca em
seu dia a dia ações sustentáveis é a
Aro. De acordo com o gerente de qua-
lidade da empresa, Valdecir Rodri-
gues, todos os resíduos metálicos ge-
rados no processo de fabricação são
redirecionados às usinas siderúrgicas
que se encarregam de transformá-los
novamente em insumos metálicos. “A
lata de aço é 100% reciclável e degra-
dável e isto está fortemente ligado à
preservação ambiental e da melhoria
da qualidade de vida das pessoas.
Além de ser totalmente reciclável,
ela é facilmente separada, durante
o processo de reciclagem, dos mate-
riais orgânicos e não orgânicos, sim-
plesmente pela atração magnética, o
que torna o processo muito simples,
seguro, não poluente e de baixo cus-
to”, comenta.
Apoio à comunidade – Mas não
são apenas projetos de incentivo
à preservação da Natureza que es-
tão na pauta dos fabricantes de
embalagens de aço. Investimentos
em políticas de responsabilidade
social estão em voga e costumam fa-
zer sucesso na comunidade onde as
fabricantes das embalagens atuam.
A Metalgráfica Renner, por exem-
plo, investe em campanhas de pre-
servação, coleta seletiva de lixo e
treinamento para trabalhadores e fa-
miliares em suas unidades. “A empre-
sa mantém programas junto à família
dos colaboradores com foco na edu-
cação”, afirma o gerente geral José
Victor Basso.
Outra fabricante que desenvolve
um trabalho para garantir o futuro
das próximas gerações é a Renda.
Conforme explica a supervisora de
Marketing, Danielle Vieira, a empre-
sa realiza ações sociais com a comu-
nidade da cidade de Abreu e Lima,
em Pernambuco, que reúne 70% dos
seus colabores.
“Sabemos a importância do Meio
Ambiente e conservar os recursos
naturais e humanos. Em várias da-
tas comemorativas recebemos as
pessoas e proporcionamos um dia
diferenciado, com brindes em lata,
passeio na fábrica, almoço com os
familiares, entre outras ações”, argu-
menta Danielle.
A supervisora acredita que para
garantir a continuidade de um traba-
lho é preciso pensar em três grandes
pilares: no amanhã, no ambiente em
que vivemos e nos colaboradores.
Com base neste pensamento, a Ren-
da prevê, nos próximos três anos,
aumentar seu portfólio de pro-
dutos sustentáveis.
Valdecir, da Aro: “Além de reciclável, a lata é facilmente separada durante o processo de triagem”.
Danielle, da Renda: “Sabemos a importância do Meio Ambiente e conservar os recursos naturais e humanos”.
José Basso, da Renner: “Caminhamos para uma política de negócios onde o cliente busca conhecer esta área da empresa”.
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A revista inglesa CanTech International, uma das refe-
rências em informações sobre a “cadeia” internacional
do aço, publicou em sua edição Novembro/Dezembro
entrevista com o CEO da fabricante suíça de embalagens
de metal Hoffmann Neopac AG, Hans Jordi. O executivo
é um dos principais nomes do setor e falou sobre suas
estimativas e o futuro das embalagens de aço em todo
o mundo. Sobre o Brasil, especificamente, ressaltou a
importância do trabalho da indústria em busca de inova-
ções tecnológicas.
O executivo, que também é presidente da Internatio-
nal Packaging Association (Associação Internacional de
Embalagem – IPA, em inglês), comentou ainda como as
companhias, juntas, podem contribuir para melhorar o
Meio Ambiente e tornar o comércio de folha de flandres
(matéria-prima básica para produção das latas de aço)
mais rentável.
Confira a seguir a reprodução desta entrevista.
CanTech – A IPA anunciou recentemente o lançamento
de campanhas ambientais. Como as companhias-mem-
bro estão participando disto? Como a IPA contribui para
o seu sucesso?
Jordi – Nossas companhias-membro estão bem cientes
das necessidades mundiais e das expectativas de merca-
do para embalagens sustentáveis. Nós, como produtores
de embalagens metálicas, temos um bom histórico nesta
área, mas tivemos que aprender a demonstrar melhor as
características ecológicas de nossos produtos. Muitos in-
tegrantes da IPA lançaram ou deram continuidade a cam-
panhas ambientais, apoiados em histórias de sucesso de
diminuição de calibragem, eficiência energética e admi-
nistração de recursos.
O futuro é o metal
mundo
Hans Jordi, CEO da Hoffmann Neopac e presidente da International Packaging
Association, fala sobre suas estimativas e o futuro da lata de aço no mundo
Alguns exemplos são:
• O novo local de produção, muito eficiente energetica-
mente, da Independent Can Co., em lowa, nos EUA;
• O mais novo projeto desenvolvido pela Brasilata: uma
lata de 18 litros, aprovada pela ONU, para materiais pe-
rigosos, que é 10% mais leve devido ao seu material. Ela
proporciona melhor desempenho por causa de seu corpo
especialmente frisado;
• Durante os últimos quatro anos, a Hoffmann aumentou
seu resultado de produção em 50% e foi capaz de reduzir
seu consumo de energia em 10%.
Muitos membros da IPA estão certificados de acordo
com a diretriz ambiental ISO 14.001. Os integrantes tam-
bém estão promovendo sustentabilidade em outras áre-
as, incluindo:
• Gerenciamento de resíduos sob o princípio de prevenir,
reduzir, reciclar.
• Redução de substâncias.
• Usar tecnologias amigáveis ambientalmente.
Eu particularmente gostaria de mencionar que a emba-
lagem metálica é feita de matérias-primas que estão dis-
poníveis com bastante frequência na natureza e são 100%
recicláveis por diversas vezes. O metal é o material de em-
balagem mais reciclado, com um valor de reciclagem de
69%. O valor de porcentagem é bem alto, e este montante
está aumentando a cada ano.
A IPA oferece através de seus comitês de trabalho, uma
plataforma para realizar benchmark de produtos e revisar as
posições ambientais um com o outro. Nós emitiremos um pro-
tocolo para destacar os fatos de reciclagem mais disponíveis
e vantagens que a embalagem de metal oferece ao mercado.
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21
CanTech – O senhor acrescentou dois novos membros à
IPA em 2009. O que o senhor acha que ela possui para ser
atrativa à comunidade de produtores de lata?
Jordi – A IPA, como única associação global para produtores
de lata independentes, oferece um fórum para desenvolver
melhores práticas para seus membros nos quatro continen-
tes. Nossa missão é facilitar a troca global de informação
entre os integrantes e melhorar sua experiência técnica e
ambiental. A participação na IPA contribuirá para fortificar
as posições individuais de mercado de cada um. Nossos
novos associados reconheceram os benefícios de tal rede
ativa e estão comprometidos em contribuir com a mesma.
CanTech – Na última Assembléia Geral da IPA, o senhor
expressou o desejo que fornecedores de flandres se res-
ponsabilizassem por ajustar preços mais moderadamen-
te. Em sua opinião, qual será a reação destes produtores
aos comentários?
Jordi – Estou certo de que as fábricas de laminados obser-
varam nos últimos 12 meses o movimento de troca do mer-
cado por outras classes de material, mesmo tendo na em-
balagem um excelente formato, estável e com o mais alto
grau de sucesso. Em reciclagem, nós ainda precisamos ser
capazes de realizar uma oferta competitiva para o mercado.
As tendências de preço completamente antagônicas
não são úteis a nós como uma indústria. O conteúdo re-
lativamente alto de material em nossas embalagens nos
liga com os produtores de flandres. A corrente de forneci-
mento não é uma via de uma mão só. Estou certo de que
as fábricas de laminados estão muito cientes disto e nos-
so diálogo contínuo levará aos resultados esperados. Atu-
almente, os exagerados aumentos nos preços de flandres
em 2008 foram parcialmente corrigidos este ano.
CanTech – Como essa recente redução de preços afetou
as companhias de lata? O senhor acha que elas estão
trabalhando mais juntas em uma tentativa de manter os
custos mais baixos?
Jordi – Os custos de uma companhia podem ser benefi-
ciados tanto pela competição quanto pela cooperação.
Associações nacionais, continentais ou internacionais es-
forçam-se para unir politicamente os produtores. Muitos
membros da IPA comprometem-se bi ou multilateralmen-
te em atividades de vendas cruzadas, empreendimentos
conjuntos ou cooperações de venda específicas em mer-
cados estrangeiros. A troca de experiência pode ajudar a
manter os baixos custos.
Um exemplo: o comitê técnico da IPA realizou recente-
mente uma reunião de dois dias em Istambul sobre eco-
nomia de energia em produção de latas, que é um tópico
muito relevante por si só. Ela forneceu informações valio-
sas aos participantes sobre potenciais economias, pro-
cessos e construções de fábricas.
CanTech – Quais inovações o senhor vê como sendo úteis
para os produtores de lata no futuro? O que o senhor
prevê que a indústria produtora de lata estará vendo em
2010? Por quê?
Jordi – A customização está em andamento, então, nós
veremos máquinas mais flexíveis e o avanço de novas
tecnologias de impressão em certos segmentos. Materiais
mais finos, aprovados pela FDA, coberturas UV e mais
produtos laminados tornarão nossas latas e contêine-
res ainda mais amigáveis ambientalmente. Nós veremos
centros de impressão mais centralizados compostos de
diversas linhas de impressão de alta velocidade, baixo
custo, multicores e com fluxos de trabalho de qualidade.
As embalagens serão continuamente caracterizadas por
mais conveniência para o consumidor, fins mais pacíficos
e criação de outras tampas fáceis de abrir. Nós podere-
mos ver corpos de latas soldadas a laser ou uma máquina
modeladora realmente flexível com preços de ferramenta
que permitam diferenciação. O maior crescimento será ge-
rado com a introdução de latas-garrafa.
Cada uma das companhias-membro possui suas pró-
prias estratégias de inovação. Em nossa Assembléia Geral
anual, nós recompensamos o desenvolvimento mais inova-
dor. Na Hoffmann, visamos alcançar um aumento de 20%
de nossas vendas com novos produtos desenvolvidos du-
rante os últimos cinco anos. Nós realizamos grandes ino-
vações, por exemplo, com novas latas para cigarro que são
produzidas e totalmente preenchidas automaticamente.
Pinta PisoA Coral apresentou ao mercado a embalagem do
novo Pinta Piso, que ganhou fórmula tecnológica
para tornar-se 60% mais resistente ao atrito sem
desgastar-se ou perder a aderência. As latas de
aço de 3,6 litros e 18 litros são fabricadas pela
Prada. De acordo com a Coral, as tintas da marca
sempre foram vendidas em embalagens de aço
pelo fato de elas serem degradáveis e recicláveis
além de terem boa aceitação no mercado, fácil
armazenamento e transporte.
Vitrine
22
Tinta com marca própriaA Leroy Merlin lançou uma linha de tintas
Premium, Selador e Massa Corrida com
marca própria, a Luxens. As embalagens
de 3,6 litros e 18 litros são produzidos
pela a Brasilata e contam com ícones mos-
trando o passo-a-passo da aplicação para
pessoas que querem pintar suas residên-
cias sem a ajuda de profissionais.
Pinta PisoA Coral apresentou ao mercado a embalagem do
novo Pinta Piso, que ganhou fórmula tecnológica
para tornar-se 60% mais resistente ao atrito sem
desgastar-se ou perder a aderência. As latas de
aço de 3,6 litros e 18 litros são fabricadas pela
Prada. De acordo com a Coral, as tintas da marca
sempre foram vendidas em embalagens de aço
pelo fato de elas serem degradáveis e recicláveis
além de terem boa aceitação no mercado, fácil
armazenamento e transporte.
Suplementos nas latasA Integralmédica acaba de colocar no mercado seis suplementos Mega
Cycles, destinados a atletas e praticantes de ginástica e musculação. As
embalagens, produzidas pela Brasilata com sistema de fechamento Ploc
Off, ganham mais espaço nas lojas especializadas para atletas, lojas de
produtos naturais e também nas farmácias. A linha conta com seis latas
com tampas plásticas, rótulos adesivos nas cores laranja, azul, vermelho, verde, roxo
e cinza. A embalagem foi premiada entre os Grandes Cases de Embalagem 2009,
pesquisa conduzida pela revista EmbalagemMarca.
Sonhos de presenteA marca de bombons Sonho de Valsa lançou novos modelos de
latas para presentes. Produzidas pela Metalgráfica Itaquá, as
novidades são em formato arredondado e de coração, trazendo
de 10 a 11 unidades de bombons cada uma, de acordo com a
embalagem. Além de ser totalmente decorada em rosa, as latas
para presente contam com detalhes de canções e instrumentos
musicais, ligando a embalagem à temática do produto.
Embalagem ComemorativaA Sherwin-Williams lançou uma nova lata de aço
para embalar sua linha Novacor Piso, uma tinta à
base de resina acrílica para aplicação em superfícies
que necessitam de grande resistência ao tráfego
de pessoas e automóveis. A embalagem foi criada
na versão 18 litros pela Brasilata e o design do
recipiente, pela PH2 Full Creativity, que destaca
troféus e uma medalha de ouro em alusão aos
prêmios conquistados pela empresa desde 1993.
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Lata especial de VerãoO biscoito Club Social, da Kraft Foods Brasil,
continua apostando nas latas de aço para
comemorar suas ações especiais. Na compra
de uma embalagem promocional, o consumi-
dor leva para casa uma lata porta-biscoito com
tema Verão 2010. Ao todo são 12 estampas
diferentes e duas opções de multipacks com
sabores sortidos. A expectativa é distribuir
840 mil latinhas nos grandes supermercados
de todo o País. A novidade é produzida pela
Metalgráfica Itaquá e estará disponível para
troca até quando durar o estoque.
Repelentes na lataA No Inset, marca de repelentes da Hyper-
marcas, acaba de renovar as embalagens e
disponibiliza para os consumidores uma ver-
são em aerossol de 150 mililitros. As latas de
aço estanhado produzidas pela Prada e pela
Brasilata destacam a cor verde e a mensagem
que o produto é testado dermatologicamente.
De acordo com a diretora da unidade de Higie-
ne e Limpeza da Hypermarcas, Mônica Pasini,
as novas embalagens têm cores vibrantes e
layout repaginado. “Nem parecem repelen-
tes”, afirma a executiva.
Azeite AuUma das novidades que
aterrisa em solo brasileiro é
o azeite espanhol Au. Com
uma embalagem quadrada e
totalmente dourada, o produto
é vendido prioritariamente em
latas de aço. De acordo com a
marca, tradicionalmente, azeite é
conhecido como “ouro líquido”,
por isso esse design inovador.
Lata especial de VerãoO biscoito Club Social, da Kraft Foods Brasil,
continua apostando nas latas de aço para
comemorar suas ações especiais. Na compra
de uma embalagem promocional, o consumi-
dor leva para casa uma lata porta-biscoito com
tema Verão 2010. Ao todo são 12 estampas
diferentes e duas opções de
sabores sortidos. A expectativa é distribuir
840 mil latinhas nos grandes supermercados
de todo o País. A novidade é produzida pela
Metalgráfica Itaquá e estará disponível para
troca até quando durar o estoque.