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cultura POÉTICA Edição nº 1 - Novembro/2011 A poesia não é só da literatura: a poesia extrapola gêneros A poesia não é só da literatura: a poesia extrapola gêneros

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Trabalho acadêmico - Revista feita baseada no site de Jacinto Correa.

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2011

A poesia não é só da literatura: a poesia extrapola gênerosA poesia não é só da literatura: a poesia extrapola gêneros

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“A poesia é um estado de espírito. Não sei se

alguém já disse isso. Se disse, concordo. Acho pouco

julgar que a poesia é um gênero da literatura. A

poesia extrapola gêneros e amarras: ela é um olhar

diferenciado sobre a vida”.

Jacinto Fabio Correa

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cultura POÉTICA

TextosJacinto Fabio CorraSite: www.jacintocorrea.com.br

DiagramaçãoGabriela de Oliveira Cotta

CapaFoto: Fernando Garcia

Periodicidade:Mensal

ImpressãoUnicopy

Tiragem1000 exemplares

O poeta carioca Jacinto Fabio Corrêa, nascido em 1960, surgiu no cenário literário brasileiro em 1989, com a publicação de Entre Dois Invernos, produção independente que anunciava a opção do escri-tor pela poesia do detalhe, retratando, com particular sutileza, as situações do dia-a-dia. O caos urbano, as chegadas e despedidas amorosas, a potência e a inocência das artes são alguns dos temas que habitam os livros de poesia de Jacinto. Outra particularidade marcante de sua obra é o casamento essencial entre a palavra e o visual - para o poeta, tão importante quanto apresentar os poemas escolhidos é ter a certeza de que eles receberam o tratamento gráfico adequado: “Na verdade, faço mais roteiros do que livros. Conto histórias através de versos e, para isso, preciso de uma parceria visual”.

Essa proposta de trabalho é marcada principalmente pelo aspecto artesanal dos seus livros, em que cada exemplar é tratado indivi-dualmente, por meio de colagens de papéis, metais, madeiras e de acabamentos que se utilizam de cordas ou silk-screen para traduzir o lirismo dos poemas do autor.

Além de Entre Dois Invernos, Jacinto já lançou outros oito livros de poesia seguindo essa mesma linha de trabalho, com a criação visual sempre assinada pela designer Heliana Soneghet Pacheco: Ce-nas Nuas (1990), Jogos Urbanos (1992), O Derrame das Pedras (1994), Pedaços – O Parasempre da Hora (1996), O Diário do Trapezista Cego (1999), Poemas Casados (2003), Poemas Caseiros e Poemas Simples (2007), e Silenciário (2010). Além disso, em 2008 lançou o DVD Um diário para dois e, em 2005, em conjunto com seu irmão, o cantor e compositor e cantor Paulo Corrêa, o CD de música e poesia Sinais Urbanos,

Jacinto, que é jornalista e publicitário, atualmente integra o grupo Nós da Poesia, formado ainda pelas poetas Adele Weber, Lila Maia, Maria Dolores Wanderley e Helena Ortiz, e trabalha como diretor de Planejamento e Comunicação do Senac Nacional.

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Quem é Jacinto Fabio Correa?

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ário

o começo O primeiro livro de muitos

poemas

Do livro: Entre dois invernos Do livro: O derrame das pedras

fotopoemas

Seus poemas e seus convi-dados

novidades e curiosidades

A poesia não é só literatura

galeria

por onde o jacinto já esteve

cantinho do leitor

O que seus leitores dizem

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Em 1987, por volta de abril, moti-vado principalmente por um grande amor que eu vivia, decidi participar, pela primeira vez, de um concurso literário que acontecia em Canoas, Rio Grande do Sul. Era necessário mandar um determinado número de poemas. Acabei montando quatro, de uma tacada só: três de poemas e um de contos.

Quando comecei a montar os quatro livros que mandaria para o concurso, percebi duas coisas muito importantes. A primeira é que, enfim, chegara com clareza e determinação a vontade de publicar um livro. A se-gunda, que não estava com a menor vontade de mandar para julgamento alheio o primeiro livro que eu viesse a publicar.

Mas como seria esse primeiro liv-ro a ser publicado? Havia ape-nas a certeza de alguns poemas, a maioria em prosa poética, e nada mais. Um dia, acordei com o nome do livro nas mãos: Entre dois invernos, e tudo se esclareceu de forma muito rápida: o fio condutor, os poemas restantes, o cheiro, a aura de encantação, tudo. Assim, comecei a montar Entre dois invernos. Eu tinha pressa, muita pressa, uma pressa que depois virou alívio: nenhum dos livros enviados foi premiado. Motivo ou motivação redobrados para me dedicar ao meu verdadeiro primeiro livro.

Via crucis das editoras, via sacra com Cecilia e Heliana

Originais debaixo do braço, lá fui eu seguir a via crucis de todo poeta iniciante e, no meu caso, absoluta-mente desconhecido e sem qualquer

o co

meç

o

O primeiro livro de muitos

Adorei o seu livro! Estou encantada com a maneira como escreve. Vamos fazer juntos?” Fazer juntos? Claro. Vi-ramos uma espécie de espelho poé-tico.

Depois, eu e Heliana voltamos a nos encontrar várias vezes e sema-nas depois, o projeto gráfico estava pronto. Heliana mostrou o projeto gráfico a mim e a Cecilia, que fez algumas ponderações técnicas e muitos, muitos elogios. Eu quase não consegui falar. Como alguém con-seguira traduzir com tamanha pre-cisão o sentido lúdico do livro? Eu não sabia explicar.

Mas como conseguir o din-heiro para bancar a gráfica? Mes-mo contando com a ajuda do pes-soal maravilhoso da Reproarte, com quem ainda trabalho, eu não tinha grana. Mais uma vez Cecilia mostrou a saída: “Venda o livro, mesmo sem ainda estar pronto, ao máximo de amigos possíveis”. E deu certo. Mais de 80 amigos compraram o livro an-tecipadamente e o retiraram no dia do lançamento.

Mas antes teve todo o trabalho de colocar, com clipes, os papéis colori-dos recortados nas páginas. E minha casa se tornou um quartel-general: todo mundo quis participar. E de re-pente estava o livro pronto, maravil-hoso. E vivo.

contato com ou-tros poetas. Entreg-uei o material de Entre dois invernos a algumas editoras pequenas, umas cinco, e de umas três recebi um pare-cer positivo. Fiz tentativa honrosa: fui conversar com um editor que, após ler os originais, topou me receber em seu escritório no Leblon (RJ). Pensou em editá-lo usando ilustrações. Achei o máximo. Mas deu-se aquele silên-cio já conhecido. Quanto? Impossív-el. Resolvi desistir, de verdade.

Nesse mesmo dia, eu havia mar-cado um encontro com uma amiga designer com quem havia trabalha-do no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Rio de Janeiro, Cecilia Leal.

Contei tudo. Ela ouvia com uma calma e sabedoria que só tempos de-pois fui entender: Cecilia tem o dom, ímpar, de saber ouvir com todo o seu corpo.

No dia seguinte o telefone da min-ha casa tocou e eu, ainda sonolentís-simo, escutei em tom entusiasmado: “Jajá, o seu livro é lindo! Tem cada sacada! Eu ado-rei!”. “Vamos tentar a gente mesmo fazer. Conheço uma gráfica (Reproarte) que tem gente muito bacana, que pode ajudar. O único problema, como você sabe, é que tenho muito pouco tempo. Mas conheço uma moça que adora poe-sia, fã de Mário Quintana, que tenho certeza que vai se a-paixonar pela sua poesia e que vai querer fazer o projeto gráfico do seu livro.

Esperei quase um mês por aquele encontro que aconteceu no aparta-mento da Ciça. Sem eu saber de nada, Cecilia já havia passado os originais para a Heliana, que me recebeu com um sorriso que não cabia em poesia nenhuma. “Você é que é o poeta?

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O fio condutor de Entre dois invernos são as quatro estações. Começa e termina em invernos e, de forma quase imper-ceptível, vai se dividindo em capítulos invisíveis demarcados pelas estações. Há contraponto e uma mistura entre bem e mal, amor e desamor, solidão e deli-cadeza.

TRAPEZISTA

Cena 1: a pequena plataforma sustenta meus pés. Cena 2: expectativa. Grande distância para alcançar o trapézio. Mas alguém, em breve, do outro lado, o lançará em minha direção. Cena 3: Preparativos para o salto. Um passo à frente. Vento leve. A coragem para o vôo. Impulso. Cena 4: Mergulho. Corpo no ar. Pés sem chão. Minhas mãos se abrem à espera do encontro. Cena 5: O trapézio não me é jogado. Instante de angústia. Desequilíbrio na respiração. Cambalhota desengonçada no espaço. A elegância do salto espelhando a deselegância do tombo. Cena 6: Alguém, por motivos desconhecidos, manteve o trapézio nas mãos. Por amadorismo, esqueceu que existe apenas um único momento-exato para que tudo saia perfeito. Por indelicadeza, não me deixou receber um aplauso que era meu. Por temer a altura, reteve consigo a salvação. Cena 7: a rede ameniza a dor.

PEDAÇOS VI

Certo da alegria me alcançar me atiro do viaduto mais alto da cidade. Durante o vôo, a certeza do chão estar forrado de sonhos.

PEDAÇOS VII

A cidade é imensa demais para que os meus detalhes signifiquem.

Do livro: Entre dois invernos

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A idéia nasceu pronta: um poeta que, para não deixar que seu amor seja es-quecido, espalha sete senhas em forma de poesias pelos postes da cidade. O derrame das pedras é o registro literal – e literário – de uma história de amor profunda.

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Do livro: O derrame das pedras

DECLARAÇÃO

Não há possibilidade de memória: hoje a chance é a do pavor absolutoFebre pequena e contínua na pocilga da almaCheiros absurdos da ferrugem da lágrima robótica

Eu te amo tão estupidamente que as flores apenas se mantêm flores quando te penso

A vírgula do poema é de aço frioO ponto final, derradeiroE o corpo, exposto, sua águas de rio sujo onde conchas e restos de folhas insistem

Eu te amo tão grosseiramente que me mantenho flor

Pinto quadros com sangue raloOs animas empalhados pelo tempo adquirem voz e gritam desesperados por mimAgradeço, sem articular palavra ou esperança

Eu te amo tão humanamente que na calçada da tarde desfolho

Os ganchos metálicos de minhas patas rangemMeus nervos, manuais e da carne e do osso, ecoamSorriso de lata misturado à aura pura de santo: o que sou apodrece em prata envelhecida

Eu te amo tão infantilmente que entre babas e seivas alimento o cosmos

Astronauta de nave construída por pele e tatuagens desfaleço sem descompressão no fundo abissalO mar do céu é dentro da estrela do mar e, tonto, obedeço ao computador que me exige definição

Eu te amo tão desesperadamente que as tempestades acontecem para lamber e viciar os lábios das terras do mundo

que se acomodam entre ferros velhos e recentes sementes onde acumulo anos a uma espera que é também tua.

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Seus poemas com seus convidados

Um disco voadorpousa em meu peito.

Ninguém acreditaria um amorpassageiramente tamanho.

De costas para o mundoa certeza do local exato

onde vocême espera.

Quando eu não mais voltarminha cidade perguntará

por mim.No silêncio, uma breve ga-

roa de versossobre ela escreverá o meu

nome.

Todo grande amorse aventura a refazer os mapas

porque sabe encontrarnos atalhos e penhascosos remos para o futuro.

Anna Agonigi

Fernanda Falcão

Juliana Carlantonio

Minha pátria é a poesia.O Brasil é a terra

onde nascem os versos.

Fernando Garcia

O céu desaba chuvas de confete

sobre minha cabeça.Sou eu o premiado

com todo o amor do dia.

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A poesia é um estado de espírito. Não sei se alguém já disse isso. Se disse, concordo. Acho pouco julgar que a poesia é um gênero da litera-tura. A poesia extrapola gêneros e amarras: ela é um olhar diferenciado sobre a vida. O que quero dizer? Que poesia se faz na vida, não apenas na literatura.

Conheço e conheci pessoas que nunca escreveram um verso e são poetas. O sonho de meu pai era fundar A Cidade dos Meninos, onde morariam todas as crianças sem lar. Isso é poesia pura. A designer He-liana Soneghet Pacheco, que assina o design dos meus livros, foi quem me chamou a atenção para esse fato, numa conversa de fim de tarde: “Não sei se os seus poemas são bons ou ruins, o que importa é o olhar de po-esia que você tem sobre o mundo”. Olhar de poesia... Daí concluí que qualquer um, mesmo sem saber es-crever, pode ter esse olhar e, genu-

novi

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curi

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ades

inamente, ser um poeta. Ela mesma é uma poeta. O modo como pensa um livro, seja de poesia ou de tecnologia, é de quem parte em busca da casa, da pele, da voz da poesia.

Concordo que a maioria dos po-etas se aconchega no colo da litera-tura, mas há muitas cozi-nheiras, por exemplo, cujo principal tempero é a poesia. Minha avó materna achava que as pessoas elegantes eram infel-izes. Para ela, comer muito era sinal de plenitude, realização e beleza. Po-esia gordinha, mas pura.

Vez por outra encontro com uma moradora de rua de Botafogo que cuida de suas poucas roupas com uma poesia que não dá nem para comentar. Está sempre com os cabelos imundos mas exibindo penteados exóticos, e desfila com seus sacos de lixo como se fossem malas caríssimas. Não, ela não é um personagem que interesse à poesia – ela vive com poesia.

Cleptomaníaco

Sim, confesso. Sou um ladrão de canetas. É irresistível vê-las passando por meus olhos, querendo minhas mãos. Sinto muito. Pego mesmo. E dou-lhes, quase sempre, o destino da poesia. Quanto prazer escrever um verso com aquela caneta feiinha, já quase sem tinta. Ou então, batizar um novo caderno – até hoje é neles onde escrevo -, com uma caneta zero quilômetro, viçosa, que mesmo encostada num canto da mesa recebe olhares maliciosos de todos os tipos de papel.

Minha vida – acho que a de todos nós - é resistir às tentações. Sempre

de regime, sempre atento para não pu-lar as cercas, sempre alerta para cum-prir o que me foi ensinado. Tento, com sinceridade, ser um bom homem. Mas quando vejo uma caneta, todos os man-damentos vão por água abaixo. Viro um pirata, um reles ladrão, que se livra da culpa oferecendo versos ao mundo de graça.

Quer presente mais glorioso que uma caneta? Não precisa ser de ouro, uma esferográfica já me faz feliz. Pre-sente igual só mesmo ganhar um cad-erno, com aquelas folhas todas em branco pedindo: me dá poesia, eu tenho fome de mundo. Mas cadernos não cos-tumo roubar. Compro nas papelarias ou

aguardo o presente dos amigos – pode ser simples, com as ancas em espiral; pode ser de capa dura, que, quando se abre, sai passarinho para todos os la-dos. Mas canetas...

Portanto, cuidado com a minha compulsão e, principalmente, com o meu faro de ave de rapina: sinto, de muito longe, o perfume intraduzível da tinta que corre pelas veias de qualquer caneta. E seja noite, seja dia, farejo até alcançar minha presa predileta. E com ela, às mãos, ser o homem mais hon-esto do mundo.

Quando me perguntavam se eu me considerava um poeta – antes de descobrir que a poesia não é só da literatura -, eu dizia: acho que sou um escritor. Hoje, tenho muito or-gulhar de dizer que pertenço à raça dos poetas, que em mim se manifesta via literatura, independentemente da qualidade final dos meus textos poé-ticos.

P.S.: A poesia em mim, primeiro, se manifesta nos ouvidos. Como ouço coisas que ninguém escuta! Como o vento me engana trocando palavras em pleno curso! Como acho que ouvi palavras na televisão que certamente não foram ditas! Ouvir, sem perceber que estou ouvindo, é a minha inicial gestação poética.

A poesia não é só da literatura

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Por onde o poeta já esteve

Lançamento Silenciário , RJ, 2010 - Fotos: Fernando Garcia

Recital Uma vida que roubei para mim, RJ, 2011 - Fotos: Jackeline Nigri

Espetáculo Sinais urbanos, Teatro de Arena, RJ, 2005 - Foto: Jackeline Nigri

Recitais 1999-2000 - Fotos: Foto: Jackeline Nigri

Revista Sui Generis RJ, 1999

Jornal de Letras RJ, jun/1989

Imprensa

O Globo, RJ, 10/12/1990

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O que seus leitores dizem

Com certeza, Silenciário é o meu livro de cabeceira. Está uma delícia. Também assisti ao vídeo (Trapezista, de Luís Rocha Melo) no you tube. E como qualquer fã de carteirinha, sigo seus passos e encontro alma nas entrelin-has de sua poesia.

Margareth Souza, RJ, 15/07/2011

Agenda:

Uma vida que roubei para mim - Recital poético Comemorati-vo aos 50 anos de Jacinto Fabio Corrêa.Dia 10 de novembro de 2011, quinta-feira, às 20hSolar de BotafogoRua General Polidoro, 180Botafogo - Rio de Janeiro/RJ

Contato:

Para entrar em contato com o poeta, adquirir livros ou CD, convidar para recitais ou deix-ar alguma mensagem para ser publicada no site, envie um e-mail para:[email protected]

(Sobre o recital Uma vida que roubei para mim) Você me sensibilizou a tal ponto de me fazer chorar na frente de todo mundo! Aliás, foi muita “maldade” juntar mais de 300 pessoas num recinto e mexer com as emoções de pobres mortais. “Quem você pensa que é? Deus?”

Cristina Gonzalez, jornalista, 15/06/2011

Ai poeta, o vídeo (Trapezista, de Luís Rocha Melo) um primor, assim como a tua pa-lavra solta e presa nos arames da sacada. Como pode ser assim? assim, tão assim?

Luciana Kamel, poeta e fotógrafa, 15/07/2011

(Sobre o recital Uma vida que roubei para mim) Foi um grande prazer estar presente lá naquele dia. Senti algo especial.

Ana Maria Paschoal Duarte, RJ, 15/06/2011

(Sobre o recital Uma vida que roubei para mim) O recital foi maravilhoso, emocionante, lindo. Chorei, ri. Sua poesia mexe muito comigo, traduz profundamente o que vem em minha alma, isso é mágico. Que com o amor de Deus e a proteção de São Jorge você sempre tenha energia, dis-posição e inspiração para nos brindar com seus versos, que são, para mim, um presente.

Ana Cristina Lima, jornalis-ta, 15/06/2011

(Sobre o recital Uma vida que roubei para mim)O evento foi bárbaro e adorei conhecer o seu lado “ator” no palco!

Tereza Raquel Campos, engenheira, 15/06/2011

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CD com poemas de Jacinto e em parceria com as canções de Paulo Corrêa, 2005.

Canções (letra e música): Paulo CorrêaPoemas: Jacinto Fabio CorrêaProgramação visual e ilustrações: Pablo EsdrasFotografias: Anna AgonigiGráfica: Reproarte

Informações:www.jacintocorrea.com.br

“ Os sinos e os apitos estão mudosAs alegorias da fé, cegas.As crianças desfilamadormecidas e fantasiadas de Deus na calçada.Até que aplausos secos e rápidos as atingeme elas percebem sem harmonia ou enredo os próprios corpos pendurados no cordão de isolamento.Marionetes crucificados nos meios fios do nada.O sangue é passarelaO ritmo, câmera lenta e distante. “

Trecho da música Arquibancada