Revista 66

32
1 Revista Médico

description

 

Transcript of Revista 66

1 Revista Médico

Agosto / Setembro 20072

Agosto / Setembro 2007 3 Revista Médico

Editorial

Dentre em breve, o Sindicato dos Médicos do DF conclui mais um passo importante no trabalho de resgate da profissão médica na capital federal. Nesse momento, a comissão tripartide, formada por membros das Secretarias de Estado da Saúde e Planejamento e do SindMédico/DF, pretendem fina-

lizar os trabalhos para permitir a revitalização do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) da classe, com o objetivo de se alcançar a tão desejada isonomia com os colegas médicos da Polícia Civil.

Para alguns, é possível imaginar que este processo pela equiparação salarial se iniciou há poucas semanas, quando a Secretaria de Saúde decidiu compor tal comissão para discutir o tema, como se o patrão, deliberadamente, decidisse oferecer aumento aos seus empregados.

Já para outros, este caminho que a classe está trilhando começou há um pouco mais de tempo, com o lançamen-to da Campanha de Valorização do Profissional Médico, que no decorrer de suas assembléias, decidiu pressionar o Governo do Distrito Federal, inclusive com a aprovação de um indicativo de greve, que poderia paralisar a rede pública de saúde da cidade.

Foi sem dúvida um passo muito importante nesta jornada, que mostrou a capacidade de indignação e orga-nização dos médicos de Brasília em busca de ideais comuns. Mas de fato, o processo de luta pela isonomia salarial com a policia civil tem origem em tempos muito mais longínquos.

Se fóssemos viajar no tempo, vamos lembrar que ainda durante o processo eleitoral para o posto mais alto do executivo do DF, a diretoria deste sindicato se colocou à disposição de todos os candidatos ao Buriti, para debater as propostas da categoria e apresentou publicamente durante evento do postulante vencedor, uma pauta de reivindica-ções solicitando que a isonomia, entre outras bandeiras, fossem perseguidas pelo candidato, caso eleito.

Um pouco antes, o Sindicato dos Médicos realizou de maneira inédita, o Fórum Brasília Médica, em que todos os candidatos médicos assumiram, durante as atividades do fórum, compromisso com as bandeiras da classe mé-dica. Entre elas, a isonomia salarial.

Mas não para por aí. Regressando no tempo, quando o atual Secretário de Saúde assumiu a pasta ainda no governo passado, a diretoria do SindMédico/DF - de maneira também inédita - recebeu-o em sua sede para debater as urgências da Saúde Pública do DF, inclusive sobre as questões salariais e a necessidade do governo realizar um trabalho de equiparação salarial com os colegas da polícia civil.

E se você acha que esta viagem no tempo parou aí, vale lembrar que quando esta diretoria ainda era uma chapa concorrendo ao Sindicato dos Médicos, em 2004, já era plataforma de campanha a melhoria dos salários e isonomia com determinados setores da administração pública, mais aquinhoados.

Isso mostra, em primeiro lugar, que a busca pela isonomia agora passa a trilhar um novo caminho. Vai virar Projeto de Lei e ser encaminhado à Câmara Legislativa para aprovação, dotação orçamentária e, se tudo der certo, implantação a partir de 2008. Este sindicato está lutando muito para que a isonomia se torne mais uma grande conquista para nossa classe. Mas já nesse momento, gostaríamos de compartilhar algumas lições que este e outros processos nos ensinaram.

Primeiro, se não houver muito esforço e dedicação é impossível traduzir palavras em ação. Não há discurso que supere a atividade diária de convencimento para que outros queiram o mesmo que você. A partir daí, vem o segundo aprendizado: nunca perder o horizonte de que a negociação é a única alternativa para o entendimento. Mesmo durante todo o instante de mobilização recente da classe médica, as portas do diálogo sempre se mantive-ram abertas. O resultado que já podemos colher é o de sermos a primeira classe laboral que possui um horizonte consistente para uma revisão salarial importante e de longo prazo.

Como terceiro aprendizado está sempre acreditar. Nada é impossível quando você quer e luta por alguma coisa. Disseram inúmeras vezes que nossas proposições residiam na esfera do inalcançável. Só para lembrar: o pa-gamento dos precatórios está aí para provar que o seu sonho pode sempre virar realidade.

Por último, não podemos esquecer: perseverar sempre. A isonomia está ganhando corpo, mas muita negocia-ção precisa ainda ser feita, para assegurar que o que está no papel vire remuneração no bolso de cada médico. E neste ponto, estamos aqui para sermos sempre guardiões incansáveis do desejo da classe.

Para se chegar a Isonomia

Agosto / Setembro 20074

Sumário Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores

29

ServiçosSeguro DecessoTraqüilidade para o médico

22

AconteceuAMBrFesta Junina de sucesso

Capa

16Valorização Negociações para a Isonomia

06

EntrevistaDr. Cid Carvalhães - Pres. do SIMESPTerceirização da Saúde

08

PolíticaCâmara LegislativaDF tem Frente Parlamentar da Saúde

05

OpiniãoTISSDr. Gutemberg Fialho

13

SindicaisSindMédico/DFQuita sede da entidade

26

Vida MédicaNavegar é precisoLanchas e veleiros

ImplantesImplantes

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio sind medico print 24 08.Page 1 24/8/2007 16:15:08

Agosto / Setembro 2007 5 Revista Médico

Opinião

Capa

16Valorização Negociações para a Isonomia

Presidente

Dr. César de Araújo Galvão

Dr. Marcos Gutemberg Fialho da CostaVice-Presidente

Secretário GeralDr. Francisco José Rossi

Drª. Olga Messias Alves de Oliveira2ª Secretária

Dr. Gil Fábio de Oliveira FreitasTesoureiro

Dr. Luiz Gonzaga da Motta2º Tesoureiro

Dr. Antônio José Francisco P. dos SantosDiretor Jurídico

Dr. José Antônio Ribeiro FilhoDiretor de Inativos

Dr. Jair Evangelista da RochaDiretor de Ação Social

Dr. Cantídio Lima VieiraDiretor de Relações Intersindicais

Dr. José Henrique Leal AraújoDiretor de Assuntos Acadêmicos

Drª. Adriana Domingues GrazianoDiretora de Imprensa e Divulgação

Dr. Fabiano de Cristo Tocantins ÁlvaresDiretor Cultural

Drª. Adriana Graziano, Dr. Antônio José, Dr. César Galvão, Dr. Fabiano Tocantins, Dr. Francisco Rossi, Dr. Gil Fábio Freitas, Dr. Gutemberg Fialho, Dr. Henrique Leal Araújo e Dr. José Antônio Ribeiro Filho.

Conselho Editorial

Alexandre Bandeira - RP: DF 01679JPEditor Executivo

Elisabel Ferriche - RP: 686/05/36/DFJornalista

Rodrigo VazIlustração

Girlane de Souza LimaDiagramação e Capa

Strattegia Marketing - ConsultoriaProjeto Gráfi co e Editoração

(61) 3447.9000Anúncios

7.000 exemplaresTiragem

Centro Clínico MetrópolisSGAS 607, Cobertura 01, CEP: 70.200-670

Tel.: (61) 3244.1998Fax: (61) 3244.7772

[email protected]

SindMédico/DF

Drª. Adrianinha, Dr. Cezar Neves, Dr. Jomar, Dr. Crispim, Dr. Nabil Chater, Drª. Neli

Aguiar, Dr. Olavo, Dr. Gustavo, Drª. Patrícia, Dr. Tamura, Dr. Walter Simões

Diretores Adjuntos

TISS – Vitória da burocracia?A Implantação da Troca de Informações em

Saúde Suplementar – TISS representa a in-tervenção do estado no processo de trabalho

médico e a violação do mais importante principio da arte hipocrática, que é o sigilo médico. Essa violação caracteri-za infração ética, penal e civil.

A Constituição Federal, inciso X, artigo 5º, determina que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito à indeni-zação pelos danos materiais ou morais decorrentes da sua violação”.

A resolução nº. 1605/2000 do CFM é clara: “O sigilo médico é instituído em favor do paciente. O médico não pode, sem o consentimento do paciente revelar o conteú-do do prontuário médico ou fi cha médica”.

O código penal – violação de segredo profi ssional art. 154, preceitua: revelar alguém, sem justa causa, segre-do de que tenha ciência em razão de função, ministério, ofi cio ou profi ssão, cuja revelação possa produzir dano a outrem. Pena: Detenção de 3 (três) meses a 1 (hum) ano, ou multa.

A resolução CFM nº. 1819/2007, determina: é vedado ao médico o preen-chimento, na guia de consulta e solicitação de exames das operadoras de planos de saúde dos campos referentes à classifi cação internacional de doenças (CID) e tempo de doença concomitante com qualquer outro tipo de identifi cação do paciente ou qualquer outra informação diagnóstica, haja vista que o sigilo na re-lação médico-paciente é um direito inalienável do paciente, cabendo ao médico a sua proteção e guarda.

Não há dúvidas quanto à inconstitucionalidade da resolução da Agência Nacional de Saúde ANS, que viola preceito constitucional e que interfere no pro-cesso de trabalho médico, determinando inclusive a informatização dos consul-tores médicos para o seu funcionamento (o sistema será operacionalizado por meio eletrônico obrigatório). O estado não interfere nos supermercados deter-minando que se compre determinado aparelho para que possam operar, não interferem nas operadoras de saúde determinando a obrigatoriedade de deter-minando item para que possam operar, não interfere em nenhum outro setor produtivo dessa forma. Mas a ANS interfere no processo de trabalho médico de forma arbitrária e inconstitucional, gerando despesas, obrigando o médico a quebra do sigilo médico e lhe dando uma série de despesas.

A quebra do sigilo médico não se caracteriza apenas na colocação da CID como alguns setores, de forma simplista tentam relativisar a questão, o tipo de doença, o tempo de doença, a característica da doença também são violadores do sigilo médico, que se divulgados permite aos planos de saúde acesso ao histórico dos pacientes com cruzamento de informações e bloqueio do acesso desses pa-cientes ao sistema de saúde complementar. Ótimo, terão uma carteira de clientes sadios. Aos doentes, o SUS. O responsável por isso? O médico que repassou as informações causando graves danos à sociedade.

O preenchimento dos formulários do TISS quebrou outro paradigma, o médico é obrigado a preencher uma série de campos, aumentando o tempo da consulta, passando a gastar mais tempo preenchendo papel do que na relação médico-paciente. O foco agora é a burocracia e não o paciente. Se preencher er-rado a consulta é glosada. Aumentou o tempo da consulta, diminuiu o número de pacientes atendidos, diminuiu a produtividade do consultório. Mas o preço da consulta não aumentou para haver uma compensação fi nanceira. A ANS e seus assessores médicos não previu isso, afi nal de contas, o médico fez voto de pobreza, vive de brisa.

A orientação para que o médico solicite do paciente a sua autorização para colocação do CID e outras informações na guia do TISS constituem constrangi-mento ilegal, não descaracteriza a quebra do sigilo médico e portanto não deve prosperar.

As pressões para o descumprimento da resolução nº. 1819/2007 não pode ser aceita e as glosas das consultas pela não colocação das informações são ina-ceitáveis e devem ser denunciadas aos Conselhos Regionais de Medicina para que tomem conhecimento e atuem com rigor na defesa do livre exercício da ati-vidade médica.

Dr. Gutemberg FialhoVice-presidente do SindMédico-DF

Implantes

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio sind medico print 24 08.Page 1 24/8/2007 16:15:08

Agosto / Setembro 20076

"Querem terceirizar a saúde do Brasil"

Por Elisabel Ferriche

6

Entrevista

SindMédico - Como o senhor vê a transferência da gestão dos ser-viços de saúde para empresas pri-vadas?

Dr. Cid - Várias têm sido as ações praticadas por diversos governos, transferindo para organizações mercantis, com múltiplos rótulos, inclusive de organizações fi lantró-picas e ONGs, responsabilidades de gestão da saúde, sem, contudo, transferir as conseqüências dessa responsabilidade. Como fatos des-sas transferências, por razões não esclarecidas, o gestor público des-loca equipamentos de saúde para a gestão privada, com interesses específi cos, como as exclusões. É

Recentemente, o Executivo encaminhou ao Congresso Nacional um Projeto de Lei Complementar que cria a fi gura jurídica da fundação estatal onde os servidores públicos serão contratados

pelo regime da CLT — Consolidação das Leis de Trabalho. O governo alega que, com isso, poderá dar mais agilidade e reduzir a burocracia, melhorando o atendimento ao público. Como as fundações estatais não estarão sujeitas às limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e ao teto de remuneração dos servidores, a preocupação é com a fi scalização dos gastos, pois será ex-tremamente importante o estabelecimento de limites específi cos para que não ocorram abusos. Essas entidades — que terão permissão para se estabelecer nas áreas de saúde, assistência social, cultura, desporto, ciência e tecnologia, meio ambiente, previdência complementar do servidor público, comunicação social e promoção do turismo — estarão autorizadas, ao contrário do que acontece hoje, a captar recursos e gerar receita própria. Mas também poderão receber recursos do Estado. As entidades médicas consideram a proposta perigosa e polêmica e alegam que as áreas de saúde, educação, assistência social e cultu-ra devem ser vistas, conforme nossa Constituição, como direitos universais e inalienáveis, sendo sua garantia, um dever do Estado. Em São Paulo, onde já funcionam 23 hospitais públicos com gestão privada, foi identifi cado que o sis-tema não respondeu às expectativas e, inclusive, já foram apontadas irregula-ridades. Num país onde o escândalo por desvio de verbas públicas é constante, fi ca o temor de que os recursos públicos possam ser mal utilizados.

Nessa entrevista, o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), o neurocirurgião Cid Carvalhaes, fala da experiência paulista e o que as entidades médicas podem fazer para tentar barrar no Congresso Na-cional a proposta que abre espaço para contratação de servidor sem concurso público e para compras sem licitação.

Agosto / Setembro 2007 Revista Médico

o que acontece com os chamados “hospitais de portas fechadas”, ou seja, hospitais referenciados que es-colhem sua clientela, sem assumi-rem os riscos da exclusão dos aten-dimentos. Essa escolha da clientela permite atendimentos de pacientes portadores de doenças de menor complexidade, eximindo-se, assim, de assumirem tratamento de pa-cientes laboriosos e custosos.

SindMédico - Os governos que têm adotado a medida alegam que com ela, é possível economizar e melhorar o atendimento. O senhor concorda?

Dr. Cid – Não. Do ponto de vista

estatístico e contábil, em algumas circunstâncias é possível reduzir os custos, entretanto, não se leva em conta a seletividade dos pa-cientes atendidos e das patologias tratadas. Por exemplo: tratar de um paciente portador de apendi-cite aguda não é complicado, mas é distante do tratamento de um grande queimado. Essa circuns-tância é comum nos atendimentos em “hospitais de portas fechadas”. Valendo-se desses artifícios as es-tatísticas mostram maior quan-tidade de atendimentos, porém, número não é sinônimo de efi ci-ência.

SindMédico - Quantos hospitais

Agosto / Setembro 2007 7 Revista Médico 7

Dr. Cid Carvalhães - Presidente SIMESP

Agosto / Setembro 2007 Revista Médico

em São Paulo já são geridos pelas OS e como eles estão funcionan-do?

Dr. Cid - No momento são 23 equipamentos de gerência estadu-al, ditos hospitais, tanto na Gran-de São Paulo como no interior do Estado. Nem todos estão funcio-nando bem. Poder-se-ia destacar o Sanatorinhos, do município de Itu, por exemplo, alvo de vários confli-tos, inclusive com interveniência do Poder Judiciário, que, em de-cisão provisória, anulou todos os contratos ali celebrados por pos-síveis irregularidades. O Hospital do município de Cotia, gerido por uma OS, esteve desativado por al-guns meses até ser retomado pelo poder público. Segundo estatísti-cas de alguns hospitais gerencia-dos pela iniciativa privada, como os dos municípios de Itaquaquece-tuba, Diadema e Piraporinha, têm apresentado resultados positivos, porém, todos são hospitais refe-renciados com escolha de clien-tela. De administração municipal pode-se destacar a Santa Casa de Misericórdia de São Sebastião, no litoral paulista, inicialmente trans-ferida para gerência da iniciativa privada que, por atropelos admi-nistrativos, foi retomada em admi-nistração própria com participação do poder municipal.

SindMédico - Como as entidades médicas podem atuar para evitar a terceirização da saúde?

Dr. Cid - De várias e distintas for-mas. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), tem estabe-lecido relacionamento constante com o Ministério Público, tanto Federal como Estadual, órgãos de defesa do consumidor, como Pro-con e IDEC, e promovido debates sobre o assunto, para esclarecer a situação. Também estão sendo re-alizados contatos com o parlamen-to seja municipal, estadual ou no Congresso Nacional para a propo-

sição de medidas cabíveis, além de constantes informações em nossos meios de comunicação. Convém destacar a atuação conjunta das entidades médicas no estado de São Paulo em relação à privatiza-ção da saúde pública.

SindMédico - O senhor não teme que depois dos serviços, a ativi-dade médica não seja também terceirizada?

Dr. Cid - De fato, as atividades médicas têm sido terceirizadas e quarteirizadas. Nessas manobras de contratos de gestão, sob di-versas formas hoje praticadas, o trabalho médico vem sendo mar-ginalizado. Médicos e outros fun-cionários da saúde trabalham no mesmo ambiente sob múltiplas formas de “contratação”. Existe a figura do funcionário cedido, do contratado pelo regime da CLT, do médico de “cooperativas” e, simplesmente, os precarizados, ou seja, os contratados “verbalmente” sob regime de plantões. Há que sa-lientar os diferentes valores de re-muneração para trabalhos iguais. É aí que a ação sindical se faz im-perativa para combater esses abu-sos e achaques contra a dignidade profissional.

SindMédico - Como evitar esse risco?

Dr. Cid - Ação determinada e combativa dos sindicatos da clas-se, incluindo ações conjuntas com órgãos de defesa do consumidor, Ministério Público e ações indivi-duais e coletivas.

SindMédico - Como controlar os recursos públicos destinados a empresas privadas?

Dr. Cid - Infelizmente esses con-troles estão descontrolados. Os contratos de gestão são imprevisí-veis em relação ao rigor das pres-tações de contas. Exige-se, apenas

demonstrações contábeis, sem ne-nhuma participação do controle social. O controle deverá ser ab-soluto, com uma fiscalização im-placável dos órgãos responsáveis, dos Tribunais de Conta, do Minis-tério Público e, especialmente, dos conselhos gestores e dos conselhos Municipais, Distritais e Estaduais de Saúde. SindMédico - Com tantos escân-dalos, esse dinheiro não poderia ser mais um a ser desviado ou mal aplicado?

Dr. Cid - Existem fortes evidên-cias que sim.

SindMédico - A decisão de vá-rios governos tem respaldo legal. Existe outra forma legal de impe-dir?

Dr. Cid - Existem leis federais, es-taduais e municipais criando as OS, OSCIPs e contratos de gestão. Embora a Constituição e diversas leis proíbam a terceirização da saúde, nossos governantes desres-peitam os preceitos constitucio-nais e legais e agem impunemente. Tais leis vêm sendo debatidas pelo Judiciário, porém, sem decisões definitivas. A argüição de incons-titucionalidade da lei, em análise no Supremo Tribunal Federal des-de 1998, ainda não foi concluída. Depois de proferidos três votos, o julgamento foi suspenso por pe-dido de vista do processo por um dos ministros.

SindMédico - As entidades mé-dicas estão fazendo alguma ação para evitar essas terceirizações?

Dr. Cid - De imediato, as entida-des médicas estão denunciando o grave comportamento dos nossos governantes que querem terceiri-zar a saúde sem os devidos supor-tes, sem quaisquer mecanismos de controle e de acordo com as con-veniências de cada governo.

Agosto / Setembro 20078

Brasília tem agora sua Frente de Saúde na CLDF

Política

DF tem Frente Parlamentar da Saúde

Foi lançada no dia 20/07, a Frente Parlamentar da Saúde do Distrito

Federal, composta por 13 depu-tados distritais dos mais diver-sos partidos políticos represen-tados na Câmara Legislativa do DF. Para o líder da frente, o de-putado e ex-diretor do Sindicato dos Médicos, Dr. Charles (PTB), a ofi cialização deste grupo de trabalho parlamentar constitui uma data histórica para a saú-de do DF, em razão dos esforços que eles pretendem empreender para resgatar o padrão de quali-dade de Brasília nesse campo. O parlamentar explica que o mo-vimento tem caráter supraparti-dário e está vinculado à Frente Nacional da Saúde, que milita para ver implementada em todo país a Emenda Constitucional nº 29/2000, que trata do fi nancia-mento público da saúde.

A força política que dá sus-tentação à Frente é robusta o sufi -ciente e tem maioria para aprovar qualquer matéria em tramitação voltada para os objetivos de dar à população de Brasília, a saúde que ela merece. A Frente conta ainda com o apoio de represen-tantes de diversos segmentos,

mobilizados para viabilizarem os termos da carta-compromisso extraídos das refl exões e debates do seminário “Novas Perspec-tivas em Segurança e Saúde do Trabalhador no DF”, realizado em maio na própria Câmara Le-gislativa.

Participaram do evento os distritais: Benício Tavares (PMDB), Erika Kokay (PT), Paulo Tadeu (PT), Berinaldo Pontes (PP), Aylton Gomes (PMN) e Brunelli (DEM); o deputado federal Rafael Guerra (PSDB-MG), presidente da Frente Nacional da Saúde; a procuradora de Justiça do Ministério Público do DF, Tânia Marchewka, repre-sentando o procurador-geral Le-onardo Bandarra; o coordenador nacional dos Conselhos de Saúde do DF, professor Francisco Teixei-ra; o secretário-adjunto de Saúde, Rubens Iglesias e o coordenador do Centro Estatual de Referência em Saúde do Trabalhador no DF, Walber de Araújo Linhares, entre outros convidados. O Sindicato dos Médicos do DF foi represen-tado pelo seu diretor jurídico, Dr. Antônio José, que também é dire-tor jurídico da Federação Nacio-nal Médica (Fenam).

A Frente Parlamen-tar da Saúde, com o apoio das entida-

des médicas nacionais realizou em Brasília, no último dia 14 de agosto, uma manifestação em prol da regulamentação da Emenda Constitucional 29 (EC 29), que determina a aplicação de um percentual mínimo para a saúde pela União, Estados e Municípios. O manifesto, de-nominado “apagão da saúde”, reuniu centenas de trabalha-dores da saúde entre médi-cos, enfermeiros, odontólogos e auxiliares, e contou com a presença de representantes do SindMédico/DF, CRM/DF e AMBr. Do Congresso Nacio-nal os manifestantes – com ve-las acessas na mão - seguiram em passeata até o Palácio do Planalto, onde representantes da Frente foram recebidos pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Durante a manifestação, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT/SP), prometeu votar a re-gulamentação da EC 29 ainda este ano. Os médicos querem aprovação da medida, que vincula os recursos da saúde ao PIB, e o reajuste da tabe-la de procedimentos do SUS, defasada desde 1999. Para se ter uma idéia, a consulta paga pelo SUS hoje é de R$ R$ 7,55, enquanto o valor real mínimo é de R$ 20,94, uma diferença de 177,4%. As entidades médi-cas alertam que, caso o gover-no não faça a revisão da Tabela SUS, o serviço de saúde fi cará inviabilizado tanto na rede pública, como nas entidades fi lantrópicas, Santas Casas ou Hospitais Universitários.

Manifestação pela EC 29

Agosto / Setembro 2007 9 Revista Médico

Dr. Ribeiro em visita ao TCUMinistério Público quer assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a instalação rá-pida dos aparelhos nos hospitais da rede. O objetivo do TAC é estabele-cer prazos para evitar que a utiliza-ção dos aparelhos fi que de novo na indefi nição.

Em reunião com a diretoria do SindMédico, o secretário de Saúde, Geraldo Maciel disse que aguarda apenas uma posição do Instituto

Política

Aparelhos do HUB continuam encaixotados

A classe médica fi cou in-dignada com o descaso do poder público que

não tomou uma decisão quanto à destinação do acelerador linear en-caixotado há 34 meses e que deveria tratar pacientes de câncer no Distri-to Federal. Essa indignação foi leva-da no dia 2 de julho, ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Walton Alencar Rodrigues, em audiência da qual participaram representantes do SindMédico, a promotora do Pro-Sus, Cátia Vergara, a procuradora do Ministério Público de Contas do DF, Cláudia Fernanda e o deputado Augusto Carvalho.

Vinte e cinco dias após, eles entregarem uma representação em que pediam celeridade no jul-gamento do processo que estuda uma solução para a destinação dos equipamentos, o TCU fi nalmente se pronunciou: deu um prazo de 30 dias para que o INCA, Instituto Na-cional do Câncer, realize uma ava-liação da rede pública do DF para identifi car o défi cit de aparelhos de radioterapia. Os técnicos não terão muita difi culdade para constatar o problema. O único acelerador li-near da rede pública, instalado no Hospital de Base, quebra com fre-qüência, deixando sem tratamento centenas de pacientes que depen-dem do sistema público.

Depois da decisão do TCU, o

No próximo dia 30 de agosto o Sindicato dos Médicos do DF, con-

forme reza o estatuto da institui-ção, abre ofi cialmente o período de registros de chapas para as eleições que vão de-fi nir a nova diretoria ao triênio 2007-2010. Serão 15 dias (até 13 de setem-bro) para que os colegas se organizem e lancem seus pleitos, já que neste dia a Comissão Eleitoral fará a lavratura de ata consignando em ordem numérica de inscrição, todas as chapas e os respectivos nomes.

Este passo é uma continuidade das ações que o sindicato dos médi-cos realiza junto a classe, que se ini-

ciou por meio de carta endereçada a todos os colegas sindicalizados, de modo a que todos antecipada-mente pudessem escolher o seu lo-cal de votação. Inicialmente foram

disponibilizadas 21 se-ções eleitorais com obje-tivo de inserir urnas em regiões que tradicional-mente não eram cober-tas pela rede de abran-gência eleitoral, como por exemplo, os Lagos Sul e Norte, Sudoeste e Taguatinga Sul.

As eleições acontecerão no dia 08 de outubro e o SindMédico/DF deseja a todos que participem des-te momento importante da demo-cracia no meio médico sindical de Brasília.

Nacional do Câncer, INCA, para a alocação dos aparelhos de radiote-rapia no Hospital de Taguatinga o que, segundo ele, poderá ser feito em um prazo de 180 dias.

O problema é antigo. Arrasta-se desde fevereiro deste ano, quan-do o procurador, Marinus Marsico, indignado com o descaso, entregou uma representação ao plenário do TCU, pedindo uma solução tanto para a destinação dos aparelhos quanto a suspensão dos repasses dos recursos públicos para as obras do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), paradas há mais de um ano. Denúncia seme-lhante foi entregue em março deste ano pelo deputado Augusto Carva-lho (PPS-DF).

A primeira denúncia, no en-tanto, foi feita o ano passado pelo mastologista José Antônio Ribeiro Filho, diretor do SindMédico, na Revista Médico e produziu uma série de reportagens nos principais jornais da Capital: Correio Brazi-liense e Jornal de Brasília. Passados oito meses o descaso continua pre-judicando cerca de 3,5 mil pessoas que precisam fazer radioterapia anualmente no Distrito Federal.

Eleições SindMédico 2007 A festa da democracia

Agosto / Setembro 200710

Jurídico

A insatisfação dos médi-cos com as condições de trabalho e baixos

salários levou a categoria à defla-gração de movimentos grevistas em diversos estados brasileiros nos últimos meses. Nos casos mais ex-tremos, os colegas, por setores de especialidades, simplesmente pe-diram demissão em massa, alegan-do a plena falta de infra-estrutura e humanização para a continuidade ao exercício da Medicina.

As greves que aconteceram nos estados de Alagoas, Pernam-buco, Goiás e na rede municipal pública de saúde de Aracaju, ti-veram repercussão nos veículos de comunicação de abrangência nacional, por conta do impacto ge-rado nos sistemas públicos e por revelar a escassez das condições de atendimento à população, frente a baixa remuneração oferecida pelo Estado, aos médicos de cada loca-

Greves marcam início do segundo semestre

Médicos ficam de fora do SUPERSIMPLES

A atividade médica não poderá ser beneficiada pelo SUPERSIMPLES

nacional. A proibição está prevista no Artigo 17, inciso XI da Lei Geral que veta a participação no Simples “a todas as profissões regulamen-tadas ou não”, caso dos médicos, independente do faturamento anu-al. Pela Lei Complementar (LC) 123/2006, que criou o Estatuto Na-cional das Microempresas e Empre-sas de Pequeno Porte, também co-nhecida como Lei Geral, podem ser beneficiadas pelo SIMPLES as em-presas que tenham um faturamento anual de até R$ 2.400.000,00, menos a atividade médica, como clínicas, laboratórios e hospitais, que estão fora do enquadramento mesmo

que o faturamento anual seja infe-rior ao limite máximo estabelecido pela Lei.

O Artigo 17 é claro quando diz que “não poderão recolher os im-postos e contribuições na forma do SIMPLES Nacional, a microempresa ou empresa de pequeno porte que tem como finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, ar-tística ou intelectual, que constitua profissão regulamentada ou não”.

No aspecto tributário a LC 123/2006, instituiu o Regime Es-pecial Unificado de Arrecadação, de caráter facultativo para o con-tribuinte, que abrange os tributos e contribuições devidos, nos âmbitos

federal, estadual e municipal. A LC 123/2006 estabelece ainda normas que abrangem a inscrição e baixa simplificada de empresas, o acesso facilitado e privilegiado às licita-ções públicas, a simplificação das relações trabalhistas, o protesto de títulos, o acesso à justiça e os incen-tivos ao crédito, à capitalização, à inovação tecnológica e ao associati-vismo.

Na tentativa de incluir os mé-dicos no benefício do SIMPLES, o SindMédico já solicitou ao Depar-tamento Jurídico que estude a Lei e faça uma minuta de um Projeto de Lei para ser encaminhado ao deputado Jofran Frejat, que ficaria responsável de apresentá-lo na Câ-mara dos Deputados.

lidade. Em alguns casos o recru-descimento dos movimentos ainda teve como ingrediente, a recusa dos governos pela negociação e o entendimento.

Em Goiás, os ortopedistas do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) entraram em greve do dia 14 de julho a 02 de agosto, quando entregaram carta de demissão co-letiva contendo 45 assinaturas ao departamento de pessoal daquele hospital. Em Pernambuco, os mé-dicos encerraram a greve depois de 18 dias de movimento, quando aceitaram a proposta do governo local em elevar os salários em 26% e a gratificação de plantão em 66%. Na capital de Sergipe foram 21 dias de greve e o caso mais grave acon-teceu em Alagoas, cujo movimento ultrapassou os 80 dias de paralisa-ção. Nesta unidade da federação, o embate entre o sindicato dos mé-dicos de Alagoas, os profissionais

da Saúde e o Estado foi o mais duradouro de todos, o que gerou a aplicação de multas, o corte dos dias parados e a interferência do Poder Judiciário, até que se chegas-se ao acordo pelo reajuste salarial de 39%. O aumento será dado de maneira escalonada em cinco par-celas, com a última marcada para abril de 2008.

A realidade não é única destes estados onde aconteceram as pa-ralisações, já que o sucateamento é geral em todo o sistema público de saúde do país. O Distrito Fede-ral, por exemplo, só não entrou na relação das unidades da federação que decretaram greve, em virtude da abertura de negociação entre o SindMédico/DF e a Secretaria de Saúde do DF com vistas a revisão do Plano de Carreira, Cargos e Sa-lários (PCCS), que contemple a iso-nomia salarial com os médicos da polícia civil.

Agosto / Setembro 2007 11 Revista Médico

Informes

Médicos recebem mais uma parcela do precatório

Mais uma etapa ven-cida. Essa vitória é para ser lembrada

e comemorada a cada pagamento. No início de julho, os médicos que fazem parte do grupo 449/94 rece-beram a terceira parcela dos preca-tórios, uma das maiores conquistas da diretoria do SindMédico/DF. Afi nal, foram doze anos de luta e 20 anos de espera até que o GDF fi nalmente reconheceu essa antiga dívida trabalhista com a classe. As negociações não foram fáceis, mas valeram a pena. Foi a solução de um antigo problema que muitos sequer acreditavam que haveria solução. A assinatura da homolo-gação do acordo entre o Tribunal

Regional do Trabalho, o GDF e o SindMédico, no dia 14 de setembro de 2006, vai entrar para a história do sindicato e para a vida dos mé-dicos que já não acreditavam no pagamento dos precatórios.

Para as negociações foi cria-da uma comissão que, junto com o presidente César Galvão, tiveram importante papel para que o acor-do fosse fechado, intermediado pelo juiz Rogério Neiva Pinheiro. O acordo com a Justiça do Trabalho e o GDF permitiu o pagamento dos precatórios em três anos, divididos em quatro parcelas trimestrais cor-rigidas monetariamente. Um acor-do que até a Justiça do Trabalho re-conheceu como um dos melhores

dos anais do Judiciário. Estamos agora comemorando o pagamento da terceira parcela, com a certeza de que a dívida será paga integral-mente, já que o acordo também prevê o seqüestro dos recursos das contas do GDF caso o governo atrase o pagamento das mesmas. Estamos todos de parabéns!Estamos todos de parabéns!

Agosto / Setembro 200712

Artigo

Os médicos desejam o debate sobre a Ordem dos Médicos do Brasil (OMB), que pode surgir da fusão das entidades

médicas. O paradigma é a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seu poder de intervenção em defesa da cidadania e o fato de a considerarem a única entidade dos advogados, daí derivando sua força.

No início do século passado, quando começavam a serem criados os sindicatos médicos, seus estatutos objetivavam a defesa do exercício ético a partir de um Código de Ética Médica. A atribuição de controle ético da medicina permaneceu na esfera privada e passou dos sindicatos para as Associações Médicas, sendo a inscrição realizada no Ministério da Saúde.

Em 1957, o Estado intervém e retira o controle ético (fi scalização e julgamento do exercício profi ssio-nal) das Associações transferindo as atribuições para o recém criado Conselho Federal de Medicina. A in-tenção era transformar as Associações em meras enti-dades culturais e recreativas.

Resquícios dos sindicatos e das associações, ain-da hoje, são observados na Lei que criou os Conse-lhos. Pode-se até dizer que os Conselhos são fi lhos dos sindicatos, o pai que os fi nanciou desde o início e das Associações médicas, a mãe que transmitiu a atribuição de preservar pela educação ética e pela fi s-calização, o bom nome da medicina e o julgamento

dos médicos. Quando debatemos a questão da OMB

com representantes da OAB-SP, do Sindi-cato dos Advogados de São Paulo, da As-sociação dos Advogados e do Instituto dos Advogados, eles manifestaram surpresa com a proposta de fusão das entidades mé-dicas em uma só. Destacaram que viam nas nossas entidades médicas o modelo a ser adotado. Qual o destino do patrimônio das sociedades, após a fusão com o CFM, uma autarquia pública federal, é uma dúvida sempre presente. A conjuntura de hoje é outra, cresceram as contratações públicas e o atendimento particular passou a ser in-termediado pelos planos de saúde. É nesse contexto que os conselhos navegam com difi culdades. A composição do órgão, pra-ticamente, continua a mesma e o número de processos éticos a cada dia aumenta.

Objetivamos uma Ordem com as mesmas prer-rogativas e atribuições da OAB. É necessário que, em função das atribuições acrescentadas aos Conselhos, o número e composição sejam adequados à realida-de atual. Também a contratação de assessorias, com vistas a garantir a qualidade dos julgados. Desonerar os médicos que fi nanciam a autarquia pública é um caminho para que a nova Ordem funcione adequada-mente e com mais independência.

Os juízes e promotores possuem imunidade quando se manifestam com base no livre convenci-mento e, por isso, não podem ser responsabilizados. Atualmente, os conselheiros podem ser processados em decorrência de eventuais danos causados pelos re-sultados dos julgamentos éticos. Dar essa imunidade aos conselheiros de medicina é fundamental.

Garantir que os julgados, desde que atendidos requisitos constitucionais e legais, tenham força de sentença é outro ponto que deve ser defendido. A Lei deve ser mudada, para que os conselhos se transfor-mem em verdadeiros tribunais éticos.

Outra possibilidade para a criação da OMB é a adoção da experiência dos anos 20, qual seja, a trans-formação dos conselhos em entidades privadas que têm atribuições de defesa profi ssional e fi scalização. O inconveniente é que a inscrição profi ssional voltaria para os Ministérios do Trabalho ou da Saúde. Nesse caso, a inscrição dos médicos cubanos seria facilitada.

Ordem dos Médicos do Brasil: em defesa de que interesses?

Dr. Mário Ferrari - Vice presidente da FENAM

Agosto / Setembro 2007 13 Revista Médico

Sindicais

SindMédico quita sede da entidade

A atual sede do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal é 100% da entida-de. Com uma administração efi cien-

te e responsável, a diretoria do SindMédico/DF conseguiu quitar o fi nanciamento junto à institui-ção credora, aumentando assim o patrimônio da entidade em cerca de R$ 2 milhões. A engenharia foi possível por uma gestão que equilibrou um crescimento de receitas – dado aos novos associa-dos que fortifi cam o quadro da entidade – aliado a uma gestão austera com suas despesas. Nesta

Atendendo a um dos importantes pe-didos feitos pela classe médica du-rante as recentes assembléias realiza-

das para discutir o movimento de valorização da classe médica, o sindicato dos médicos começou a fazer um levantamento para nomeação de dele-gados sindicais em cada regional de saúde e nos principais hospitais da rede pública, de modo a estreitar os canais de comunicação entre a insti-tuição e sua base.

Para o presidente do SindMédico/DF, Dr. César Galvão, a reivindicação dos colegas é total-mente justa e servirá para aproximar a categoria e promover o intercâmbio de informações. “Com

Sindicato começa nomear delegados nas regionaisos delegados sindicais iremos conhecer em tempo real os problemas de cada hospital e poder atuar com maior agilidade para que os médicos estejam sempre assistidos em seu local de trabalho”, ilus-tra.

A expectativa do sindicato é de que até me-ados de setembro os delegados comecem a exer-cer suas funções começando pelas regionais onde haja a maior concentração de profi ssionais médi-cos. À medida que os delegados forem indicados será feito um trabalho para informar aos colegas que atuam naquela unidades de saúde sobre os meios de contato e os mecanismos para encami-nhamento de solicitações.

métrica, a solidez de caixa do sindicato se tornou mais vantajosa do que os custos com juros do fi nanciamento.

Agora, os sindicalizados podem se orgulhar de ter realmente uma sede pró-pria, bem como usufruir sempre mais das suas instalações e serviços. Com uma área total de 1.410 m2, a sede do Sindicato dos Médicos está distribuída em uma área que acomoda o setor administração e di-retivo da instituição, uma área dedicada a prestação de serviços como: contabili-dade, odontologia, escola de informática e advocacia, além de uma área de lazer composta por auditório com capacidade para 80 pessoas e uma extensa varanda para a realização de eventos, que vêm

servindo aos médicos para a realização de cursos de atualização e encontros informais.

Com a liquidação do fi nanciamento, a insti-tuição passou a investir em aspectos de humani-zação dos espaços, dotando a rede de nova infra-estrutura nos setores de mobiliário, sinalização, tecnologia e arborização. Tudo para que o colega se sinta confortável sempre que precisar recorrer ao sindicato em suas necessidades, ou mesmo que compareça somente para tomar um cafezinho e bater um bom papo com amigos. Já que o Sind-Médico/DF vai estar sempre de portas abertas.

Parte da diretoria da nova sede

Agosto / Setembro 200714

Fala Doutor

Não a terceirização!

Participei como dele-gada da XIV Plenária Nacional de Conselhos

de Saúde, representando a Pastoral da Saúde da Confederação Nacio-nal dos Bispos do Brasil (CNBB). Nesta Plenária, foi aprovada, por unanimidade, a moção de repúdio a terceirização e privatização dos sistemas públicos de saúde. Antes, o consenso também predominou na 169ª reunião ordinária do Con-selho Nacional de Saúde (CNS), com a presença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Em março de 2005, os conse-lheiros já haviam condenado a ter-ceirização da gerência e da gestão de serviços e de pessoal do setor saúde, assim como da administra-ção gerenciada de ações e serviços pelas Organizações Sociais (OS), e Organizações de Sociedade Civil e de Interesse Público (OSCIP) ou outros mecanismos com objetivos idênticos.

Na ocasião, foi estabelecido um prazo de 12 meses, para que o governo cumprisse a deliberação do CNS, o que até hoje não aconte-ceu. Nesta reunião, o representan-te da Confederação Nacional de Comércio, lembrou que o Minis-tério Público Federal determinou para maio de 2006, o fi m das Or-ganizações Sociais de Saúde (OSS) na cidade de São Paulo, com base em deliberação do conselho mu-nicipal, mas a prefeitura recorreu da decisão. “Estados e municípios

Dra. Mariângela Delgado Médica Sanitarista do HRAS e Conselheira de Saúde

alegam autonomia administrativa para não respeitarem a decisão do conselho”, informou a Secretaria Executiva do CNS.

“Essa é uma disputa política e os conselheiros devem se muni-ciar judicialmente para embate de igual para igual com os gestores”, afi rmou o Secretário Nacional de Gestão Participativa do Ministério da Saúde. Segundo ele, o perigo é o CNS fi car desmoralizado perante a opinião pública porque suas re-soluções não são cumpridas. “Não poderemos deliberar que a União não mais repasse recursos a hos-pitais cuja gestão foi terceirizada, mas precisamos cobrar o cumpri-mento dessa decisão”.

Enquanto isso a terceirização avança, como está, ocorrendo nos hospitais do Rio de Janeiro, onde o governador Sérgio Cabral Filho anunciou recentemente a criação de uma Fundação para contratar profi ssionais de saúde. O mesmo caminho está sendo percorrido no Distrito Federal onde os serviços de manutenção predial (contra-tos publicados no DODF de 18 de maio de 2006), e de manutenção das caldeiras (contrato SES/DF 003/2007) já foram terceirizados, num montante de R$ 22 milhões. No “Informe Publicitário do GDF” publicado no Correio Braziliense, de 4 de junho de 2007, foi anun-ciado que “a gestão do Hospital de Santa Maria será feita por meio de fundação pública de direito priva-do”, com a terceirização dos servi-ços de alta complexidade.

É preciso resgatar os princí-pios da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, primeira conferência aberta à sociedade civil, resultante de um movimento coor-denado por médicos sanitaristas, da qual também participei como delegada. Nela, não sem polêmi-cas e confl itos, foi aprovado um avançado relatório que serviu de base ao texto e a mobilização que garantiu na Constituinte de 1988, o capítulo da saúde. Institucionali-zado na Constituição, nas Leis nº. 8080 e 8142 de 1990, nas Constitui-ções Estaduais e nos novos códigos de saúde, o SUS traz uma mudança radical: a saúde como direito, a ser garantida pelos princípios da uni-

versalidade, integralidade, igual-dade, descentralização e participa-ção social.

O Distrito Federal se anteci-pou implementando um sistema público de saúde, a partir de 1979, que inclusive serviu de modelo e subsidiou a Constituição e agora retrocede com o anúncio da tercei-rização. O SUS merece ser fortale-cido e não terceirizado. O SUS pre-cisa garantir aos usuários aquilo que os planos de saúde não fazem: das unidades básicas às emergên-cias e à alta complexidade; da vaci-nação à diálise e aos transplantes. Há ainda, um SUS quase invisível, que participa do cotidiano de to-dos, (a minha área de atuação) não apenas controlando e prevenindo doenças e epidemias, a morbi-mortalidade, mas nos garantindo a qualidade da água que bebemos, dos alimentos e medicamentos que consumimos, da avaliação de riscos nos hospitais, do gerencia-mento de resíduos, das condições em que trabalhamos e de inúme-ros aspectos da qualidade de vida gerando custo-benefício, que mui-tos gestores não reconhecem ou desconhecem.

Lamentavelmente, os cami-nhos da saúde estão sendo o da terceirização com conseqüentes danos aos servidores e usuários, com a crescente precarização dos serviços públicos e a proletarização dos servidores da saúde. O CNS estimula os municípios e estados a analisar a atenção básica, secun-dária e terciária sob a luz dos pac-tos de gestão, pela vida e em de-fesa do SUS. O Ministro da Saúde destacou que os desafi os para 2007 são a regulamentação de Emenda Constitucional 29, que geraria o incremento de R$ 12,8 bilhões ou 29,15% a mais para a Saúde, o que garantiria a qualifi cação da aten-ção básica, a regulação da média e alta complexidade, a normatiza-ção da urgência, da emergência e da regulamentação da assistência farmacêutica. Este é o SUS que queremos. Um Sistema Único de Saúde de qualidade e profi ssionais com opção de dedicação exclusiva e salários dignos. Pela equiparação salarial com os médicos da polícia civil.

Agosto / Setembro 2007 15 Revista Médico

Fala Doutor

O pensamento positivo do Doutor Dráuzio Varella

Em entrevis-ta recente no progra-

ma do Jô Soares, o doutor Dráuzio Varella deblaterou contra o tal do pen-samento positivo, ao qual muita gen-te atribui verdadei-ros milagres – má-xime na cura, me-lhora e prevenção de doenças graves. Antes de discutir, defi namos nossos termos, como já lembrava Voltaire. Afi nal, o que é o pensamento posi-tivo? Aliás, antes

que o defi namos, o que se entende por pensamento? Simplificando algo tão complexo, e à falta de

melhor definição, podemos considerar o pensa-mento como um monte de representações mentais, de imagens, sensações e sons internos, com os quais expressamos o que vemos, ouvimos e sentimos no chamado mundo real. E geralmente, sem o perce-bermos conscientemente. E não importa se os even-tos estão ocorrendo no momento presente, se já aconteceram, ou se ainda não se realizaram. E se você, gentil leitor, não entendeu ou não acredita, experimente pensar no seu cachorro latindo agora, no ano passado, ou lambendo o seu nariz amanhã.

No meu entendimento, o pensamento positivo é qualquer tipo de pensamento que provoca sensa-ções e/ou sentimentos agradáveis, desejáveis. Em contraposição, o pensamento negativo que causa percepções desagradáveis, indesejáveis.

Mas, afinal de contas, o que é que tem a ver a extremidade distal do reto com a parte inferior da indumentária masculina, imprecará o impacien-te leitor? O pensamento positivo funciona ou não funciona?

Modusin rebus, diria Horácio. Se você tem um pensamento eventual, transitório, não importa se consciente ou não, a conseqüência é irrelevante. Agora, se se trata de um padrão, de pensamentos repetitivos mesmo que inconscientes, aí, meu ami-guinho, o buraco é mais em baixo, já que há um monte de pesquisas científicas* que confirmam tal assertiva.

Mas como é que uma coisa tão intangível – mormente quando não percebida conscientemente – pode influenciar a saúde e a doença, o sofrimen-to e a alegria até que a morte nos separe? Elemen-

tar, meu caro leitor. É que essas coisas intangíveis, como pensamentos, sentimentos e emoções funcio-nam como estímulos que afetam a nossa fisiologia. Ditos estímulos são codificados e decodificados por uma parte do cérebro – o sistema límbico – que manda o sistema neuroendócrino liberar hormô-nios e neurotransmissores na circulação do sangue, distribuindo-os por cada órgão, cada tecido, cada célula, até cada molécula do seu DNA, sim, senhor. E assim, o seu organismo se prepara, se adapta, para reagir de forma consuetudinária. Mesmo (e principalmente) quando você, leitor inocente, não está nem aí, com a sua cara de paisagem.

Voltando à vaca fria: como é que o pensamento não funciona? Funciona, sim, senhor! Evidente que pensamentos eventuais terão conseqüências idem, praticamente imperceptíveis – embora identificá-veis. Agora, se os seus pensamentos constituem um padrão, um hábito, claro que a coisa muda de figura. Ou você pensa que adrenalina, noradrenali-na e cortisol, de um lado, e acetilcolina, dopamina eserotonina, de outro lado, passeando permanen-temente na sua circulação possam fazê-lo impune-mente para a sua saúde e para as suas emoções? Se não acredita, focalize sua atenção durante trinta dias, imaginando que tem um tumor no reto. De-pois, por um período semelhante, concentre-se na probabilidade de fazer a viagem dos seus sonhos, planejando detalhadamente o que precisa para ma-terializar a sua fantasia. E depois disto me conte se houve alguma diferença ou se tudo foi igual. Não tem nada de pensamento mágico, porra nenhuma. É apenas neurociência, é apenas a sabedoria do nosso sistema MenteCorpo.

O que me causa espécie é que o doutor Dráuzio Varella desconheça ou desqualifique trabalhos de cientistas tão respeitáveis, competentes e honestos como ele próprio. Não fora o doutor Dráuzio Va-rella um médico respeitável, com tanta visibilida-de, deixá-lo-ia com sua crença reducionista, com seu exacerbado cartesianismo. Não fora Jô Soares um insigne formador de opinião, uma verdadei-ra pessoa jurídica, não o incomodaria com nossa impertinência de cobrar-lhe o contraditório. Mas ambos têm uma enorme responsabilidade social. E não podem prejudicar – claro que embora com as melhores das intenções - a saúde e o bem-estar de grande parte da nossa população. Que acredi-ta firmemente, como verdades irretorquíveis, nas crenças pessoais emitidas pelo primeiro e veicula-das pelo outro.

* Cardiologista, terapeuta e autor do livro “Abor-dagem MenteCorpo: Auto-ajuda para os órfãos da saú-de e náufragos da comunicação”.

Dr. Nelson Marins

Agosto / Setembro 20071616

Capa

Agosto / Setembro 2007

Aumento da GAM, VNPIs e correção de jornada para aposentados é para já

Sindicato e GDF discutem isonomia salarial

A mobilização da classe médica e as negocia-ções do SindMédico

com a Secretaria de Saúde já co-meçam a surtir efeitos. Para evitar uma greve que poderia trazer re-sultados desastrosos para a saúde pública do DF, o Governo nego-ciou com o Sindicato e a proposta

aprovada em assembléia, entra em vigor mês que vem.

A partir do dia 1º de setembro, o GDF aumenta o valor da Gratifi -cação de Atividade Médica, GAM, (rubrica 1569 do contra cheque), que será reajustada em duas etapas: a primeira de 180% para 210% do valor do vencimento; e a segunda,

dia 1º de novembro passará para 230% do valor do vencimento. Isso signifi ca um reajuste perto de 30% do valor atual da GAM. Como a gratifi cação varia de acordo com a referência do médico e o tempo de serviço, o valor nominal será dife-rente para cada médico, necessitan-do que cada um faça suas contas.

Essa não foi a única conquista das negociações do sindicato com a Secretaria de Saúde durante nos-sa mobilização por melhorias sala-riais. As Vantagens Pessoais (VN-PIs), que em janeiro de 2006, não foram corrigidas, serão desconge-ladas. A Secretaria de Planejamen-to fez um levantamento dos contra cheques dos médicos e constatou o erro mandando atualizar, a partir de agosto, o valor das parcelas no mesmo índice dado aos salários na implantação do PCCS.

Outra boa notícia: a SES deci-diu atender a mais uma reivindica-ção do SindMédico e reconheceu o direito às 40 horas de 130 médicos aposentados por 36 horas. A SES já determinou a mudança a partir do mês que vem.

A isonomia salarial dos médicos da rede públi-ca com os médicos da

Polícia Civil poderá ser alcançada já a partir do ano que vem. Uma comissão formada por represen-tantes das Secretarias de Saúde e Planejamento e do SindMédico já está discutindo uma proposta que garanta mais essa conquista. Os trabalhos da comissão tiveram iní-cio em julho, embora o SindMédico venha batalhando por essa reivin-dicação desde 2004, quando a atual diretoria assumiu, tendo como pla-taforma de campanha a isonomia salarial com os médicos da Polícia Civil. Hoje, o salário dos médicos da rede pública para uma jornada de 20 horas, é de R$ 2.651, enquan-to dos médicos da Polícia Civil é de

R$ 10 mil reais, para 40 horas.Em outubro do ano passado, o

SindMédico entregou ao então can-didato José Roberto Arruda, a pau-ta de reivindicação da classe com o objetivo de promover o resgate das condições dignas de trabalho e re-muneração, onde a isonomia sala-rial com os médicos da Polícia Civil era uma das prioridades. Além da persistência do sindicato, um fator decisivo para que o Governo criasse a comissão para estudar o assunto, foi à união da classe e a participa-ção dos médicos nas assembléias, inclusive com a aprovação de um indicativo de greve. Para dar cele-ridade aos trabalhos, o SindMédico elaborou um pré-projeto de isono-mia salarial que está servindo como base de discussão.

Mas a isonomia salarial não é a única preocupação do sindicato que continua mantendo conver-sações com a Secretaria de Saúde no sentido de garantir segurança e melhores condições de trabalho em todos os hospitais da rede pública. A proposta faz parte da Campanha de Valorização do Profi ssional Mé-dico, lançado no começo de maio, com visitas aos hospitais e postos de saúde.

A proposta do SindMédico é de que a comissão encerre seus tra-balhos no fi nal do mês para que o Projeto de Lei da Isonomia Salarial dos médicos da rede pública com os médicos das Polícia Civil possa ser encaminhado à Câmara Legis-lativa em setembro para que seja votado antes do fi nal do ano.

Sindicato busca apoio na Câmara Legislativa para aprovação de vantagens

Agosto / Setembro 2007 17 Revista MédicoAgosto / Setembro 2007

Médicos têm piores saláriosO Governo do Distrito

Federal realizou, no dia 15 de julho, con-

curso público para a contratação, em caráter excepcional, de 30 mé-dicos anestesiologistas, para suprir a deficiência de profissionais nos hospitais da rede pública. Só que o salário oferecido, para uma jorna-da de 20 horas semanais, continua sendo muito aquém do esperado: R$ 2.691,17, valor abaixo do ofere-cido pelo Governo do Estado da Paraíba que abriu concurso públi-co (com inscrições até 30 de agos-to), para médicos, com carga horá-ria de 24 horas semanais e salário de R$ 3.202,00.

Ainda assim, o salário de mé-dicos, seja aqui ou em outro Esta-do, continua baixo. Se formos com-parar com os salários oferecidos a outros profissionais em concursos públicos em andamento, constata-mos a triste realidade do médico. Podemos citar como exemplo o salário oferecido pelo Tribunal de Contas da União para o cargo de técnico de controle externo, nível médio, cujo valor é R$ 5.600,06,

enquanto o de analista de controle externo do TCU, nível superior, é de 9.144,04.

A Câmara dos Deputados também está realizando concurso para médico do trabalho, médi-co de emergência, clínica médica e psiquiatria, com salário de R$ 9.008,12. Já para técnico adminis-trativo da Câmara dos Deputa-dos, nível médio, o salário é de R$ 3.252,22.

Além de um salário digno, os médicos da rede pública ainda precisam lutar diariamente por condições de trabalho, seguran-ça, ordens judiciais de prisão, in-vasões do ato médico, o que mais está faltando? É um total desres-peito com a classe. A cada ano, o médico vem sendo aviltado em seu trabalho, com sobrecarga de pacientes, deficiência de materiais e medicamentos e salários baixos que obriga o profissional a bus-ca de vários empregos. A luta do SindMédico por melhores salários continua e passa pelo reajuste da GAM em 2007, mais a reestrutura-ção do PCCS para 2008 e 2009.

17 Revista Médico

Capa

Confira os salários oferecidos em concurso público:ÓRGÃO CARGO SALÁRIO

Supremo Tribunal Federal de-cide que funcionários da adminis-tração pública só poderão ser con-tratados pelo regime jurídico único. A decisão tomada pelo STF, no dia 2 de agosto, ameaça os planos do governo de acabar com a estabili-dade do servidor público em algu-mas áreas e proíbe, pelo menos por enquanto, a contratação de funcio-nários pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Por maioria, os ministros con-cederam liminar que restabelece o Regime Jurídico Único na adminis-tração pública direta, autarquias e fundações. No julgamento, os mi-nistros do STF analisaram a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta, em 2000, por PT, PDT, PCdoB e PSB. À época, esses partidos questionaram parte da re-forma administrativa implantada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em seu princi-pal ponto: a Emenda Constitucio-nal 19/1998.

STF proíbe admissão de servidor pela CLT

Delegado e perito Agente papiloscopista

R$ 10.862,14R$ 6.200,00

Polícia Federal

Polícia Rodoviária Federal Policial R$ 5.000,00

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional Procurador R$10.000,00

Tribunal de Contas da União

Anal. de Controle ExternoTéc. de Controle Externo

R$ 9.144,04R$ 5.600,00

Câmara dos Deputados Analista LegislativoTécnico Legislativo

R$ 9.008,12R$ 3.252,22

Receita Federal Auditor Fiscal R$ 10.000,00

Agosto / Setembro 200718

A força das entidades

Agosto / Setembro 200718

Capa

Talvez pouca gente saiba, mas nas últi-mas semanas as principais entidades de representação médica da cidade decidi-

ram se encontrar para debater uma pauta coope-rada de assuntos que atingem toda a categoria no Distrito Federal. Assim, CRM/DF, SindMédico/DF e AMBr passaram sistematicamente a debater tais temas, bem como propor ações conjuntas.

O primeiro grande fruto deste trabalho foi a publicação de carta a comunidade de Brasília – no primeiro caderno do Correio Braziliense, do últi-

mo dia 17 de agosto (abaixo) - assinada pelas três instituições, no qual retratam a preocupação exis-tente no processo que a Secretaria de Saúde deseja iniciar, que envolve a terceirização de determina-das atividades médicas, como anestesia, imagem e laboratório.

Outras iniciativas já estão sendo preparadas, reforçando que união das entidades constitui o primeiro passo para que o DF tenha um modelo de sucesso, similar as proposições de Ordem dos Médicos, discutidas em todo o Brasil.

Dúvidas sobre a terceirização na Saúde Pública do DF

As entidades de representação médica de Brasília, abaixo assinadas, vêm a público manifestar a enorme preocupação frente ao

processo de terceirização que a Secretaria de Saúde do DF está querendo realizar nos setores de anestesia, ra-diologia e laboratório da rede pública de atendimento da capital federal. A transferência da atividade fi m médica para o setor privado já se mostrou, em outras unidades da federação que adotaram este mesmo procedimento, uma experi-ência que não trouxe ganhos qualitativos aos hospitais públicos e consequentemente ao atendimento da popu-lação usuária dessas unidades de saúde. Em Brasília tal terceirização não promete ser diferen-te de outras localidades do país. Além do mais, defen-demos que os recursos arrecadados ou repassados ao Governo do Distrito Federal devam ser investidos na melhoria da rede pública de saúde e não no custeio de grupos da iniciativa privada. Acreditamos que a adoção desta prática pode, em

um futuro breve, direcionar para o maior sucateamento da estrutura própria dos hospitais públicos da cidade, culminando com o processo de inviabilização operacio-nal dos mesmos, que não teriam outro destino a não ser em sua totalidade terceirizados ou transferidos para a iniciativa privada. Por fi m, condenamos o modo como essa transferência de responsabilidades do setor público para a iniciativa privada está sendo conduzida pelo governo, já que até o momento nenhuma consulta, debate ou conversação foi sequer iniciada com os médicos de Brasília, por meio de suas entidades de representação; tão pouco com a po-pulação, através dos conselhos comunitários de saúde e com os demais segmentos envolvidos na questão. Esperamos que a Secretaria de Saúde abra um canal de diálogo para que os médicos consigam não só expor o seu pensamento, mas também colaborar em um trabalho que resgate verdadeiramente a condição dos hospitais públi-cos em atender com qualidade e humanização a popula-ção da cidade.

Entidades debatem pauta comum de atuação

Agosto / Setembro 2007 19 Revista Médico

Simulação de catástrofe no metrô

Agosto / Setembro 2007

Capa

Revista Médico

Regionais

Distrito Federal sem plano de emergência

Não é de hoje que os profi ssionais de emer-gências e de resgate de acidentados alertam para a possibilidade de ocorrer um acidente

de grandes proporções, uma catástrofe ou uma tragédia. Como falar da morte, esse é um assunto que a maioria das pessoas evita como se nunca fosse ocorrer. Bastou o aci-dente com o Airbus da TAM, na terça-feira, dia 17 de julho, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que causou a morte de mais de 180 pessoas, que o assunto voltou à tona: Brasília está preparada para responder a um desastre, seja ele qual for?

Temos na Capital, os bombeiros mais bem prepara-dos do país, uma Defesa Civil organizada e atenta, um Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), com profi ssionais altamente qualifi cados e na outra ponta hospitais sem estrutura adequada para uma situação de emergência. E como se isso não bastasse, com gestores resistentes que se recusam a incluir os hospitais nos trei-namentos feitos pelo SAMU, Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha e Liga do Trauma. “Programamos nossos exer-cícios com três meses de antecedência, e neste último con-vidamos o Hospital de Base e o Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) e só o HBDF aceitou participar”, conta o médico e coordenador do SAMU do Distrito Federal, Ro-drigo Caselli, que no dia 21 de julho, fez um grande trei-namento no metrô simulando um acidente provocado por um descarrilamento de um trem.

Segundo ele, os grandes exercícios do SAMU são feitos mensalmente e sempre que possível, no pátio onde está instalada a coordenação do serviço, em um local im-provisado, onde era um almoxarifado da Secretaria de Saúde. Mesmo sem local adequado e sem quadro de pes-

soal próprio, (todos que servem no SAMU - de médicos a motoristas - são funcionários da Secretaria de Saúde e trabalham em regime de horas extras), o SAMU faz 6 mil atendimentos por mês. Dr. Caselli afi rma que os hospitais da rede pública do DF não têm um plano de atendimen-to de emergência. “Em caso de um desastre de grandes proporções envolvendo muitas vítimas, não será possível responder a demanda”.

O médico intensivista Adauri Mendes Nunes, ex-coordenador do SAMU concorda. “Na área de segurança, Brasília já dispõe de um sistema efi ciente, um dos melhores do país, mas na área da saúde, o descaso é total. O que leva ao desastre é a falta de estrutura e a ausência de um treina-mento específi co, o que não existe na rede pública”. E não existe porque não há vontade política de implantá-lo. Na época em que coordenou o SAMU, Adauri Nunes criou um plano de atendimento de emergência para implantá-lo nos hospitais de acordo com as peculiaridades de cada regional. Um plano completo com os mínimos detalhes desde onde colocar as vítimas, separadas pela gravidade dos ferimentos, até o trânsito das ambulâncias. “Hoje, em caso de um desastre, os médicos não vão saber nem o que fazer”, prevê.

E quem pensa que Brasília não tem locais de risco se engana. O Setor de Infl amáveis, que abriga empresas dis-tribuidoras de combustíveis e de gás liquefeito de petró-leo, é um barril de pólvora e caso ocorra um desastre no local, será de grandes proporções. O mesmo se pode dizer do Setor Comercial Sul e do Setor do Bancário Sul, sem falar nos shows que reúnem mais de 20 mil pessoas e que se tornam locais propícios a grandes tragédias. O médico Luiz Henrique Horta Hargreaves, pós-graduado em defe-sa civil e medicina de emergência diz que os hospitais da rede em Brasília, não têm condições de dar uma resposta adequada para uma tragédia. “Nossos hospitais não têm tradição de plano de contingência para uma situação crí-tica”.

Em Osasco, São Paulo, precisou acontecer uma tra-gédia no Osasco Plaza Shopping, no dia 11 de junho de 1996, quando uma explosão matou 42 pessoas e deixou 472 feridos, para a prefeitura enxergar a necessidade do estabelecimento de um plano de atendimento às grandes emergências. E no Distrito Federal? Sem plano de atendi-mento de emergência, sem infra-estrutura adequada, a Se-cretaria de Saúde deveria abrir os olhos para a possibilida-de de um possível desastre, e não fi car omissa como se isso jamais fosse acontecer. Enquanto isso, o SAMU trabalha além dos seus limites e expõe as defi ciências dos hospitais da rede pública.

19

Agosto / Setembro 200720

Ato médico

Lei precisa ser aprovada pelo Congresso

A Lei do Ato Médico (PLS 25/2002), atu-almente em análise

na Comissão de Assuntos So-ciais (CAS) do Senado, para dis-cussão do mérito, há três anos foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça daquela casa. Ela objetiva apenas regu-lamentar os atos médicos, for-talecendo o conceito de equipe de saúde e atendendo de forma digna a população. De acordo com o projeto, que tem apenas cinco artigos, o médico deve ter em vista a promoção da saúde, prevenção, diagnóstico e trata-mento de doenças e reabilitação dos doentes. Das áreas de saú-de, apenas a Medicina não tem seu campo de trabalho defi nido em Lei. Diante desta situação de desigualdade, os médicos reivindicaram que sua profi s-são também fosse devidamente instituída. Ao ser transformada em projeto de lei pelo ex-sena-dor Geraldo Althoff, de Santa Catarina, a justa reivindicação da classe médica provocou vee-mentes e iradas reações.

As reações ao Projeto de lei que estabelece os limites da ati-

vidade do médico comprovam o que já sabíamos: os espaços tradicionalmente privativos da Medicina vêm sendo invadi-dos por profi ssionais não ha-bilitados e até por quem nem é profi ssional ainda. São psicó-logos, fi sioterapeutas, terapeu-tas ocupacionais, enfermeiros, farmacêuticos, fonoaudiólogos, nutricionistas e uma infi nida-de de profi ssionais a quem não cabe diagnosticar as causas ou a natureza das defi ciências orgâ-nicas ou psíquicas dos pacien-tes, nem tão pouco de indicar tratamentos. Suas funções são apenas a de executar os méto-dos e técnicas prescritas pelos médicos.

Existem hoje mais de 280 mil médicos trabalhando no Brasil. Herdeiros de uma pro-fi ssão com mais de vinte e cinco séculos de existência, os médi-cos brasileiros necessitam de uma lei que reconheça sua efe-tiva importância social, seu es-paço profi ssional e muito mais que isso: que dê à sociedade a justa e precisa tranqüilidade no bom relacionamento que deve existir entre as diversas profi s-

sões envolvidas na assistência à saúde, bem como a garantia de que essa assistência seja de qua-lidade.

Os contrários à Lei do Ato Médico alegam que é preciso abrir os domínios da Medicina a um espectro multidisciplinar o que na prática, já ocorre, com as equipes multidisciplinares dos hospitais, postos de saúde e dos Programas Saúde da Fa-mília. O que não se pode nem se deve confundir é a função que cada um deve exercer seja o profi ssional da enfermagem, da psicologia, da nutrição, da fonoaudiologia, da fi sioterapia ou de quaisquer outros. E isto se chama multiprofi ssionalida-de. Cada agente profi ssional exerce seu trabalho respeitando os limites dos demais. Sem in-vasões e sem desrespeito. Mas é preciso que a lei seja aprovada. E para isso, as entidades médi-cas devem estar unidas para ga-rantir que o Projeto de Lei seja votado em plenário. Só com uma Lei que discipline a práti-ca da Medicina, poderemos es-tar tranqüilos em exercer nossa profi ssão.

A Comissão de Residência Médica do HBDF (COREME) em parceria com a Associação Brasiliense de Médicos Residentes (ABRAMER) promoverão de 1 a 5 de outubro a XXVIII Jornada dos Mé-dicos Residentes do HBDF e o XIV Encontro dos Ex Residentes do Hospital de Base do Distrito

Federal. O evento, que acontecerá no Grande Auditório do hospital, é uma das mais importantes atividades

para os médicos residentes, pois são apresentados trabalhos científi cos que posteriormente podem ser aproveitados para a monografi a de conclusão do curso de Medicina.

A Jornada vai de segunda a sexta das 10h às 18h. Mais informações pelo telefone 3325-4067. O labo-ratório Exame/DASA é o principal parceiro da jornada.

Eventos para Residentes no HBDF

Agosto / Setembro 2007 21 Revista Médico

Agosto / Setembro 200722

Os Drs. Laírson e Luciano foram os grandes anfi triões da noite

Aconteceu

AMBr esquenta inverno com arraial de sucesso

Por mais um ano, o arraial da AMBr “A Ordem é o Forró”, que aconte-ceu no Clube do Médico, no dia 29

de junho, movimentou a classe que compare-ceu em peso à festa. Mais uma vez com uma organização impecável, comidas saborosas e bebidas à vontade.

O frio não espantou os médicos e convi-dados que dançaram ao som da Banda Ima-gem, seguida do cantor Carlos Vilela e ban-da, que mostraram repertório vasto, desde o tradicional forró às músicas sertanejas de maior sucesso. A festa foi prestigiada pela diretoria do SindMédico. Não só os adultos, mas também as crianças se divertiram com o touro mecânico, a brinquedoteca e a pes-caria. Os médicos aproveitaram o momento para confraternização e muita conversa.

Drª. Adriana e o marido Ricardo esquentaram a noite

Até o arraial do ano que vem.

A classe médica compareceu em peso ao evento

Dr. Gutemberg, à carater, ao lado do Dr. Nava

Dr. César Galvão e o Deputado Dr. Charles foram presenças marcantes ao evento

Agosto / Setembro 2007 23 Revista Médico

Dr. Jair ao lado de familiares e amigos

AconteceuJornada da pediatria homenageia

diretor do sindicato

O diretor do SindMé-dico, Dr. Jair Evan-gelista da Rocha foi

homenageado durante a XI Jor-nada Unifi cada de Especialida-des Pediátricas - XI JUEP – pro-movida no início de julho, pela Unidade de Pediatria do HBDF e pelo Centro de Estudos da In-fância e Adolescência, Dr. Oscar Mendes Moren, CEIA, e Centro de Estudos da Unidade de Pedia-tria do HBDF. Foi um reconhe-cimento pelo trabalho realizado durante os 18 anos nos quais Dr. Jair atuou como chefe da Unida-de de Pediatria do HBDF, dedi-cando sua vida ao atendimento da criança e do adolescente, bem como à formação de novos espe-cialistas. Também foram home-nageados o Dr. Hamilton Bar-bosa, neurologista pediatra do HBDF, e os serviços de pediatria da SES que oferecem residência médica em Pediatria. Realizada anualmente, a XI JUEP tem o objetivo de promover educação

Palmas sedia o 1º FIMCO/TO

A judicialização da saú-de, escolas médicas, Programa Saúde da

Família e trabalho médico foram alguns dos temas debatidos du-

rante o 1º Congresso da Federação Interestadual dos Médicos do Cen-tro-Oeste e Tocantins, Fimco/TO, que aconteceu em Palmas (TO), nos dias 13 e 14 de julho. O evento

foi realizado na sede do Sindicato dos Médicos no Estado do Tocan-tins, Simed/TO, e contou com a participação de representantes de sindicatos e entidades médicas de todo o país. Representaram o Sin-dMédico/DF, o vice-presidente Gutemberg Fialho, o diretor jurídi-co, Antônio José Francisco Pereira dos Santos e o segundo tesoureiro, Luis Gonzaga Motta (fotos).

Para o presidente do Simed/TO, Bucar Amad Bucar, o evento foi importante por debater assun-tos tão relevantes para a classe. Constituída para fi ns de defesa, organização, coordenação e repre-sentação, a Finco/TO tem traba-lhado em defesa dos médicos com

base nos estados de Mato Gros-so, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Distrito Federal. Sua principal fi nalidade é a melhoria

das condições de vida e de traba-lho de seus representados, a de-fesa da independência e autono-mia da representação sindical e a atuação na defesa das instituições democráticas brasileiras.

continuada em pediatria, con-tribuindo na formação de novos pediatras na Capital da Repúbli-ca. A JUEP foi organizada pela Dra. Elisa de Carvalho, chefe da Unidade de Pediatria do HBDF, e pela Drª. Renata Seixas, Presi-

dente do Centro de Estudos, e contou com as presenças do Dr. Dennis Alexander Burns, presi-dente da Sociedade de Pediatria do DF e do Dr. Dioclécio Cam-pos Junior, presidente da Socie-dade Brasileira de Pediatria.

Agosto / Setembro 200724

Informes

A evolução da Medicina Diagnóstica no Brasil

e no mundo

A recente aquisição do laboratório Exame pela Diagnósticos da Amé-

rica está inserida na nova realidade mundial da Medicina Diagnóstica. Como reconhecimento dos 32 anos de bons serviços prestados à comu-nidade do Distrito Federal, o Exa-me passa a fazer parte de uma rede nacional de grandes laboratórios, agregando ainda mais qualidade e ética aos serviços e ampliando nos-so atendimento aos pacientes e aos especialistas.

No processo de ampliação das redes, o aumento do número de unidades de atendimento propicia mais conforto aos clientes e permi-te a captação de grande número de amostras de material biológico para análises, que são transporta-das de maneira rápida e segura.

A qualidade dos resultados também é positivamente influen-ciada pela quantidade. Diferen-temente da afirmação de alguns especialistas ainda defensores do modelo dos serviços individuais artesanais, o Institute of Medicine (IOM) ligado ao NIH dos Estados Unidos afirmou em 1998: “Quanto mais testes são realizados, melhor é a sua execução e maiores são a consistência e a precisão dos re-sultados obtidos”. Essa afirmação corrobora um ditado que valoriza

a experiência em Medicina: “Quem faz mais, faz melhor...” A aborda-gem da qualidade também evoluiu nas organizações de saúde, com a validação de todo o sistema da qualidade por auditorias indepen-dentes especializadas (ISO, CAP, ONA etc.).

No Exame, já estão sendo da-dos os primeiros passos para as inúmeras melhorias que serão re-alizadas a partir de agora: a aber-tura da unidade 24 horas no Se-tor Hospitalar Sul, o aumento do número de exames no portfolio, a implantação do teste do pezinho em domicílio e a redução do prazo de entrega dos exames são apenas alguns exemplos. Além disso, a classe médica passa a contar com mais de mil especialistas das mais diferentes áreas de medicina diag-nóstica de todo o Brasil para res-ponder dúvidas e/ou auxiliar nos diagnósticos.

Também já estão à disposição dos médicos os livros de apoio à Medicina Diagnóstica para con-sulta rápida, dentro do Projeto de Apoio ao Conhecimento Médico, que garante todo suporte necessá-rio para um diagnóstico mais pre-ciso e confiável. E se comodidade é a palavra de ordem, a classe mé-dica também conta agora com um serviço exclusivo: o acompanha-

mento da liberação dos resultados. Sempre que um médico fizer seus próprios exames, será informado assim que estiverem disponíveis os resultados.

Sabemos que mais de 70% das decisões médicas hoje estão apoia-das em informações provenientes da Medicina Diagnóstica, resulta-do de um somatório de evidências clínicas, epidemiológicas e labo-ratoriais. Além de colaborar nos diagnósticos, a Medicina Diagnós-tica contribui nas decisões terapêu-ticas, no controle da evolução dos pacientes e nas avaliações e orien-tações de medicina preventiva.

É por isso que o laboratório Exame, reconhecido pela classe médica há mais de 32 anos; conti-nuará investindo naquilo em que mais acredita: qualidade e ética; acima de tudo.

ADÍLIA SEGURA – Médica Pa-tologista Clínica e Gestora da Marca Exame

CAIO CHIMENTI AURIEMO - Doutor em Medicina pela Unifesp e presidente do Conselho de Administra-ção da Diagnósticos da América S.A.

LUIZ GASTÃO MANGE RO-SENFELD - Vice-Presidente Médico da Diagnósticos da América S.A.

Samuzinho chega para educar população

O impressionante per-centual de 60% das ligações recebidas

pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) são trotes, a maioria, de crianças. Foi pensando em conscientizá-las da importância e funcionamento do serviço, que o SAMU do Distrito Federal decidiu criar o “Samu-zinho”, um projeto voltado para

os estudantes do ensino funda-mental das escolas públicas e privadas. O lançamento oficial aconteceu no dia 8 de agosto, no auditório do Ministério da Aero-náutica. O projeto, desenvolvi-do pelo Núcleo de Educação em Urgências (NEU), utiliza uma metodologia participativa, le-vando a criança a construir seu próprio conhecimento por meio

de jogos, desenhos e colagens, além do contato com as ambu-lâncias e equipamentos. Ao final das atividades elas recebem um certificado de participação. O cirurgião geral Rodrigo Caselli, coordenador do SAMU/DF, es-pera com este programa, reduzir o número de trotes e aperfeiçoar o atendimento, que chega a 6 mil por mês.

Consultor de Estratégia e Marketing

Agosto / Setembro 2007 25 Revista Médico

EstratégiaAlexandre Bandeira

ConsultórioConsultoria&Consultório&ConsultórioConsultoria&Consultoria

Dois grandes princípios de Montesquieu são retratados na obra “Do

Espírito das Leis”. O primeiro foi afastar da ciência social as perspec-tivas moral ou religiosa. O segundo foi utilizar um método de análise que abolia teorias abstratas e dedu-tivas e utilizava um tratamento des-critivo e comparativo dos fatos so-ciais. Uma revolução metodológica para sua época, pois a subordinação ao pensamento teológico ainda pre-dominava com a interpretação de que o desenvolvimento humano estava sujeito aos propósitos divi-nos. Para ele, utilizar os princípios teológicos para a análise de fatos históricos é misturar dois métodos diferentes de pensamento e confun-dir duas disciplinas.

Porém, nem toda sofi sticação e ferramental ofertado à adminis-tração – como métodos e sistemas informatizados - consegue afastar dos gestores, fatores de crença ou religiosidade, de modo que a razão da ciência não possa ser conduzida sem o apoio do metafísico. Esta tem sido uma temática tão estimulante, que vem gerando não só novos e atuais artigos científi cos, como tam-bém grandes oportunidades de ne-gócios, nos mais diversos campos da economia mundial.

Para ingressar em mercados globalizados e competitivos, a par-tir dos anos 90, empresas brasileiras abatedouras de aves como Sadia, Perdigão e Frangosul, adaptaram seus processos e sua infra-estrutura às exigências da prática do Halal, preceito islâmico na produção de certos alimentos, onde frangos pas-saram a ser sacrifi cados voltados para Meca, em obediência ao que determina o Alcorão, livro sagrado do islamismo.

Não precisamos ir ao Orien-te Médio para ver este movimento

funcionando. Comemorar a passa-gem de ano usando roupas novas e brancas como forma de atrair ener-gia positiva gera os seus refl exos na economia nacional. A De Millus, por exemplo, vê aumentar em 20% a venda de roupas íntimas no últi-mo trimestre do ano. Soma-se co-mer lentilha e pular sete ondas no rol de crenças aliadas ao reveillon e observemos aumento no fl uxo de caixa de empresas produtoras de alimentos e de turismo.

A antropologia afi rma que as crenças nasceram nas cavernas e por isso, representa o vestígio do pensamento mágico dos homens primitivos. Na psicanálise de Freud e Jung, a crendice está enraizada no inconsciente e penetram na nossa

rotina. Daí outro aspecto interes-sante revelado da convergência en-tre crença e negócios: os traços da personalidade de quem os adota. Vejamos alguns exemplos:

Jack London, criador da livra-ria virtual Booknet, que mais tarde iria se tornar Submarino, o maior portal de e-commerce da Internet brasileira, só fecha grandes negó-cios às sextas-feiras. Isto, porque na sua infância tirou 10 em uma prova feita neste dia da semana, onde só tinha estudado o capítulo que caiu no teste. Ele também costuma es-palhar máscaras africanas em sua sala para espantar o mau agouro. Na mesma linha, o estilista Amir Slama, dono da grife de biquínis Rosa Chá, distribui alho em cantos e banheiros de sua fábrica. Mesmo em Brasília podemos observar que

os principais hospitais da cidade não dissociaram a ciência da meta-física, quando nominaram suas ins-tituições com epigrafes de santas e santos.

Tais comportamentos, por si-nal, me auxiliam a conhecer o mun-do que cerca as pessoas e clientes que convivo e estabelecer elemen-tos importantes na compreensão de suas personalidades, modelos de gestão e a própria gênese da em-presa.

Eu mesmo, na condição de consultor de mercado, tenho que confessar algumas crenças na ges-tão da minha empresa. Uma delas é de que costumo esvaziar os arqui-vos físicos e digitais utilizados em projetos antigos da empresa, para que estes espaços atraiam novos contratos. Mania esta que de cer-ta forma levei para dentro do meu guarda-roupas, onde uma camisa nova entra e outra usada sai para doação a atividades sociais ou a igreja. Outra que não abro mão é de nunca redigir documentos em cima dos modelos ou arquivos utilizado em projetos que deram errado.

No fundo, isso acaba me tra-zendo um benefício que é o de gerar uma melhor capacidade de organi-zação dos trabalhos da Strattegia. É neste ponto que costumo ressal-tar que a superstição e a adminis-tração podem caminhar juntas e trabalhando de maneira sinérgica. Acredito que o nível de problema é quando uma impacta negativamen-te na outra pelo excesso de restrição ou na limitação que a administra-ção necessita rotineiramente para produzir seus melhores frutos. Ou seja, tenha um bom planejamento, faça fi ga e vá em frente.

Consultor de Estratégia e Marketing

Contato com a coluna:[email protected]

Patuá S.A. Superstição e negócios

“os principais hospitais da cidade não

dissociaram a ciência da metafísica”

Agosto / Setembro 200726 Agosto / Setembro 200726

Não é preciso ser um Torben Grael ou um Robert Scheidt, os campeões olímpicos da vela, para gostar de um

esporte que está se popularizando cada vez mais em Brasília: o iatismo. Basta gostar de noite de lua cheia, dias de sol forte, vento ao rosto, bom papo, cerveja gelada ou um bom e saboroso vinho. Esses são alguns dos motivos que fazem os médicos “co-locar o barco n’água”. Pode ser de manhã, de tar-de ou de noite. Pode ser só ou em boa companhia. Não importa. Quem gosta de velejar não precisa ler os ventos ou os sinais da terra, não precisa nem

ter tempo “sobrando”. Os poucos e raros minutos da hora do almoço servem.

É nessa hora que é fácil encontrar o ortopedis-ta José Aparecido Jorge Moustache adepto a um cochilo após o almoço no “Velho Musta”, perma-nentemente ancorado no Iate Clube. O barco, um Delta 26 com cabine, é usado “até” para velejar, como conta seu dono: “o amigo Pedro Castelo Branco, grande velejador, uma vez me disse: já que você tem tanta intimidade com todos os líqui-dos, porque não com o Lago Paranoá”? Segundo ele, a provocação o incentivou-o a comprar o bar-co “que deu muito certo com o lago”. Embora seja uma embarcação propícia para competições, ele é usado mais para lazer. “É aqui que descanso, dur-

mo, leio, ouço minhas músicas favoritas e também recebo os amigos”, conta Musta, como é conheci-do entre os velejadores do Iate.

Não tem quem não conheça o Dr. Moustache que transformou o Box 208, normalmente utiliza-do para guardar material náutico, em um peque-no bar, onde é possível não só saborear um gos-toso vinho como também uma apetitosa massa preparada com arte e mestria pelo “chef” Edgard. Aos sábados, o Box 208 é “point” de velejadores e amigos, e da fi lha Maitê Ramos Jorge, essa sim uma velejadora profi ssional. Mas é o médico que

ensina: “o pior dia velejando é melhor do que o melhor dia trabalhando”.

Também faz parte do grupo outro médico adepto ao esporte: o ginecolo-gista obstetra Ivan Malheiros, velejador desde os tempos da UnB, em 1979. Em 2000, ele foi capitão da fl otilha e hoje possui um barco Delta 34 que, segundo ele, concilia conforto com performan-ce. Mas os médicos velejadores não es-tão preocupados com estratégias, téc-nicas ou vitórias. Embora sejam barcos altamente competitivos, eles gostam mesmo é de curtir o sol, o lago e o bom papo com os amigos. “A vantagem do barco é agregar as pessoas e descansar da estafante rotina dos hospitais”, con-ta o médico que já ganhou inúmeras competições. “Uma regata é disputada na véspera, quando visualizamos cada posição que será percorrida no dia da

prova, o que nem sempre acontece como previsto, em função das condições do tempo”.

Ficar ao sabor do vento, é um dos maiores prazeres dos velejadores, proporcionados em di-ferentes condições para quem prefere as potentes lanchas. O mar, o vento e as embarcações não são novidade na vida do radiologista Gil Fábio que desde os cinco anos era levado para o mar pelo pai nas pescarias que fazia no Rio de Janeiro, numa época em que a baía da Guanabara não era polu-ída e era possível encontrar peixes de qualidade. Durante o período em que viveu no Rio de Janei-ro, Gil Fábio e o pai freqüentavam a ilha de pes-cadores do posto 6, de Copacabana, e utilizavam uma baleeira grande e segura. “Íamos muito para

Vida Médica

26

Navegar e preciso...'

Nelson Marins adora o Lago Paranoá

Agosto / Setembro 2007 27 Revista Médico 27 Revista Médico

Rio das Ostras e Búzios, depois a família mudou-se para Belo Horizonte e as pescarias aconteciam em Guarapari e Marataízes”, conta o médico.

Ao chegar a Brasília, em 1968, Gil Fábio trou-xe para a Capital o gosto pelo mar e ao comprar uma lancha trocou a pescaria pelos esportes náu-ticos. Foi um dos primeiros a ter uma lancha desli-zando pelas águas do Paranoá e passou a esquiar, vencendo vários campeonatos que aconteceram na Capital. Atualmente com sua lancha de 23 pés e motor V8, Gil Fábio curte agora os passeios aos domingos com os amigos e familiares e, sempre que pode, está no lago, embora hoje bem diferen-te daquela época em que poucos haviam desco-berto o Paranoá.

É incrível, mas é verdade: Brasília tem a 3ª maior frota de embarcação do país e é um dos grandes mercados para a navegação de recreio no Brasil. São 13 mil embarcações registradas na Capitania dos Portos. Aqui não só existem vários clubes com marinas ao largo da margem do Pa-ranoá, que tem, diga-se de passagem, 40 km qua-drados de superfície, como também um grande número de casas à beira do lago que ostentam seus piers particulares.

A idéia do Lago Paranoá nasceu junto com a da Capital, e transformou-se na prainha de Brasília. Com 560 milhões de metros cúbicos de água e uma profundidade média é de 14,3 metros, chegando a 38 metros em alguns pontos, o Lago Paranoá não é bom apenas para navegar como também para mergulhar e nadar, já que a água é

própria para banho em 92% de sua ex-tensão.

Um passeio no Paranoá é um total deslumbre. Existem pontos imperdí-veis como passar em baixo da Ponte JK e chegar o mais perto possível do Pa-lácio do Planalto. Quem nunca teve a curiosidade? Outra quebrada famosa é o Pontão, ao lado da ponte Costa e Sil-va. Mas o ponto alto de um passeio no Paranoá é mergulhar ao lado da Barra-gem, onde, aos domingos, fi cam cente-nas de barcos e lanchas estacionados.

Entre elas pode ser encontrada no local, a lancha “Ao Mirante Nelson”, do Dr. Nelson Marins, também adepto aos passeios dominicais. Cardiologista de formação e hoje dedicado à terapia e psicoterapia, Nelson Marins possui agora maior disponibilidade de tempo para exercitar o que mais gosta: viver a

vida. E tudo começou há dez quando foi escalado para dois plantões se-guidos: no Natal e no Ano Novo. Depois dis-so, ele decidiu mudar de vida estabelecendo agora os dias e horá-rios de seu trabalho.

Com sua lancha Fokker, de 16 polega-das e motor de 50 HP, Dr. Nelson Marins pode curtir os netos Fernan-do, de oito anos e Isa-bela, de cinco anos e os amigos. “Passear no Pa-ranoá ao fi nal da tarde, além de relaxante e algo indescritível”, ensina Dr. Nelson que não dei-xa de curtir os passeios, nem mesmo em perío-dos de frio. “Coloco mi-nha jaqueta da Marinha e saio por aí”.

Para uma localidade sem mar, Brasília surpre-endeu o país em número de embarcações e adep-tos de esportes náuticos e os médicos estão entre àqueles que colocaram a Capital em lugar de des-taque nesse segmento. Sinal de que a classe tem bom gosto e sabe que navegar é preciso...

27

Gil Fábio aproveita a lanchapara se bronzear

Os amigos José Jorge Moustache e Pedro Castelo Branco compartilham o hobby

Agosto / Setembro 200728

Vinhos

28

Dr. Gil Fábio

Podemos dizer que para degustar um bom vi-nho não tem hora, nem

tempo em dia marcado. Apenas uma garrafa contendo um vinho saboroso, uma taça adequada e de preferência uma boa companhia ou amigos e uma conversa agradável.

O fato é que quando chega o inverno com aquele friozinho, vai bem vinho tinto encorpado, com-binado com deliciosos pratos de estação;

Por sinal, estamos na época cer-ta, para concretizarmos este ritual.

Os vinhos brancos que são mais leves e menos encorpados fi -cam para os dias de calor acompa-nhados com pratos mais brandos como saladas, carnes brancas etc.

Mas para que tudo isto seja realmente bom em todos os aspec-tos, temos pela frente um “quebra cabeça” qual vinho vamos escolher, quanto vamos ou podemos gastar e qual será o “prato escolhido”.

Pode ser de alguns milhares de reais até menos de R$ 40,00 por pes-soa, dependendo da escolha.

Escolher um o vinho apropria-do para esta ocasião não é difícil, para alguém que já está há muitos anos envolvido em apreciar uma in-contável variedade de bons vinhos, que são produzidos em vários paí-ses, em todos os quadrantes do nos-so querido planeta, infelizmente já tão devastado. Vamos apresentar

algumas sugestões de vinhos que muitos deles já degustamos e quali-fi cados, de acordo com o seu custo benefi cio e o preço atual de merca-do.

Como praticamente todos sa-bem os países que produzem vinhos tintos melhores e os mais tradicio-nais na Europa são: França, Itália, Portugal e Espanha. Não podemos deixar de citar a Alemanha, Áustria, Grécia e Hungria.

No novo mundo temos: Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Estados Unidos e ainda a Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.

Considerando o preço do vinho, o custo benefi cio e a região do país, passamos a enumerar varias suges-tões como se segue, abordando des-ta vez somente os tintos franceses e espanhóis.

Vinhos e Histórias

Agosto/Setembro 2007

Agosto / Setembro 2007 29 Revista Médico 29

Serviços

A partir de agora, os médicos sindi-calizados e seus dependentes po-derão obter descontos nos cursos

oferecidos pelo Centro de Cultura Alternativus - ALUB. No dia 23 de julho, o Sindicato dos Mé-dicos firmou convênio com a instituição de en-sino, assinado pelo presidente do SindMédico/DF, Dr. César Galvão e pelo gerente de marke-ting e relacionamento do Alub, Paulo Sérgio Co-elho de Sá. Os descontos variam de 10% a 25% e estão garantidos para os cursos de pré-vesti-

Médicos passam a ter seguro decessos

Mais um grande convênio na educação

A partir do dia 1º de setembro todos os médicos sindicalizados receberão um cartão que representa mais um benefí-

cio fi rmado pelo SindMédico/DF, totalmente sem custo para o médico sindicalizado. Neste momen-to, cada médico contará com um Seguro Decesso que garante a execução dos serviços referente ao sepultamento ou cremação (onde existir este ser-viço), inclusive para translados, de qualquer parte do mundo.

Além disso, a apólice é acompanhada também de um Seguro de Acidentes Pessoais que assegu-

ra um capital individual no valor de R$ 10.000,00 por morte acidental do médico sindicalizado. Para tanto, o sindicato lembra que torna-se necessário o preenchimento, de próprio punho, da declaração de benefi ciários disponível na sede da entidade.

Este serviço é fruto de meses de negociação com o mercado segurador de modo que as famí-lias dos médicos tenham maior tranqüilidade nos momentos mais difíceis da vida. A utilização do seguro é fácil e rápida, bastando que o serviço seja acionado diretamente na Central de Atendimento, indicada no cartão.

Parceiros de prevenção em saúde bucal

Sempre trabalhando pela saúde bucal do mé-dico e de seus dependentes, a Interdental, com o apoio do SindMédico/DF, está inves-

tindo na prevenção dos problemas odontológicos, ele-vando assim, a qualidade de vida de seus benefi ciários. Para isto, a clínica iniciou uma campanha, onde todos os médicos associados do Odontomédico estão rece-bendo, gratuitamente, um kit de prevenção completo, que pode ser retirado na clínica odontológica do Sind-Médico/DF. Entretanto, somente o kit não é sufi ciente para uma manutenção plena. Também é necessária a consulta de prevenção. Por isto, a Interdental solicita a todos os médicos que liguem para agendar uma con-sulta e aproveitem a ocasião para receber o kit.

bular, PAS, concursos e para o Colégio Alub de Taguatinga.

Com oito anos de existência e nove mil alu-nos distribuídos em suas cinco unidades locali-zadas na 516 Sul, Venâncio 2000, 704/705 Nor-te, Taguatinga Norte e Sul, o Alub é hoje refe-rência em cursos preparatórios, inclusive para a Feceps e Enem (Pro-Uni), tendo aprovado nos últimos anos, 700 alunos para a UnB. Para maiores informações acesse: www.alub.com.br ou pela central de atendimento: 3201-1000.

Fale conosco - A Interdental dispõe de diversos canais de comunicação para que os médicos façam sua adesão ou mesmo emitam suas opiniões. Além dos elogios, receber sugestões também faz parte do traba-lho, pois o intuito é o de melhorar sempre, fazendo deste serviço, um dos cartões de visita do sindicato, que em setembro, completa oito anos de parceria. Para isto, sempre que necessário, faça seu comentário pelos seguintes meios:

Telefone – 3034 4009Site: www.interdentaldf.com.brE-mail: [email protected]ário de pesquisa – peça o seu nas unidades.

Agosto / Setembro 200730

Medicina em Prosa

Na última década to-dos nós tivemos o desprazer e o des-

conforto de conviver com uma doença que andava sumida há muitos anos. Mas há muitos anos

mesmo. Foi a partir de 1992 que o cólera chegou ao Brasil. Em 1855 e 1893 houve uma epidemia em nosso país, de pequenas proporções, coinci-dindo com graves epidemias que se espalhavam pela Europa.

Cólera é um substantivo de dois gêneros, embora os auto-res clássicos, quase sempre, preferissem o masculino. Mascu-lina ou feminina, eis aí uma doença nada democrática, dife-rentemente do den-gue, que passeou altaneiro entre as ce-lebridades do mun-do artístico brasilei-ro no ano de 2002. O cólera acomete os pobres, os des-validos, os que têm precárias condições de vida, onde há deficiência do abas-tecimento de água tratada, inadequado destino dos dejetos, grande concentração demográfica e dificuldades de alimentação, educação e higiene, entre outras mazelas.

Por volta de 1848 as tensões sociais e o có-lera alastraram-se por boa parte dos países da Europa, com seu espectro diarreico grave, o que levou o bacteriologista Ferdnand Cohn a escre-ver: “A Alemanha está morta, a França está mor-ta, a Itália está morta, a Hungria está morta. Só o cólera e as cortes marciais são eternos”. Hoje esses países reinam altaneiros, e percebemos o

exagero dessa afirmação. Apesar de o bacilo do cólera ter sido isolado

e descrito por Robert Koch em 1883, continuava a discussão sobre a sua participação na gênese da doença. No ano de 1892, Max von Pettenkofer (1818-1901) ingeriu uma cultura da bactéria cau-sadora do cólera retirada das fezes de um mori-bundo, com o intuito de provar que sua origem era infecciosa, e não causada pela água do solo, como se dizia na época. Quase morreu.

O ressurgimento do cólera é como se, num pesadelo, um espectro do passado enviasse uma

carta para um de seus comparsas e apresentasse uma lista com suas exi-gências para o re-torno:

- Eu estive por aí nos anos de 1855 e 1893, estou pretendendo vol-tar, mas para isso eu necessito das seguintes condi-ções: a) problemas de abastecimento de água tratada; b) destino e trata-mento inadequa-do dos dejetos (fe-zes); c) problemas na coleta, destino ou tratamento do

lixo; d) locais alagados que permitam contami-nação da água por materiais fecais; e) elevada densidade populacional; f) baixa renda; g) hábi-tos higiênicos pessoais inadequados, entre ou-tros.

E o comparsa responderia:- Ora, isso tudo nós temos em abundância.

Pode vir. “Um ambiente com péssimas condições sa-

nitárias representa o solo fértil para a transmis-são do cólera”, escreveu Krugman.

MAIS UMA QUESTÃO DE GÊNERO?

Dr. Evaldo Alves de Oliveira

Agosto/Setembro 2007

Literárias Dr. Evaldo Alves de Oliveira

30

Agosto / Setembro 2007 31 Revista Médico

Agosto / Setembro 200732