Revista 72

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2 3Revista Médico Ed. EpecialNovembro / Dezembro 2009

MEDICINA DO ESPORTE PROGRAMA MEDICINA ORTOMOLECULAR

BRASÍLIA-DF

1ª TURMA EM BRASÍLIA, 20ª TURMA NO BRASIL

25 e 26/04/09, prevalecendo posteriormente sempre o 4º fim de semana de cada mês.

1ª TURMA EM BRASÍLIA, 17ª TURMA NO BRASIL

25 e 26/04/09, prevalecendo posteriormente sempre o 4º fim de semana de cada mês.

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2 3Revista Médico Ed. EpecialNovembro / Dezembro 2009

Editorial

O Sindicato dos Médicos completa nesta edição, 30 anos de um intenso convívio com a classe médica, transformando, neste período, os destinos da Medicina de Brasília. Em três décadas, a capital federal construiu uma reputação de destaque no cenário nacional, ao mesmo tempo em que o SindMédico/

DF se consolidou como o maior sindicato médico do país em efetividade. Coincidência? Seguramente não. Tanto que ao longo dessa trajetória, enumeramos 30 bons motivos que fazem do compromisso médico-sindicato, uma relação de sucesso e resultado.

30 anos de bons motivos para comemorar

1. Praticar intensamente o lema de “representar e defender o médico”2. Ter conquistado o Plano de Carreira, Cargos e Salários para a classe médica no serviço público.3. Estabelecer junto ao sindicato patronal, o piso salarial no setor privado por meio de convenção coletiva.4. Ter adquirido uma sede própria bem localizada e com serviços aos médicos sindicalizados.5. Implantar um modelo administrativo focado no médico e distante da política partidária.6. Defender incansavelmente a bandeira de união das entidades médicas.7. Ter conquistado o pagamento do precatório 449/94, que muitos não acreditavam mais.8. Oferecer uma assessoria jurídica completa para os médicos sindicalizados.9. Ser ousado em realizar pela primeira vez um fórum para discutir a representatividade dos médicos nas casas políticas.10. Ser a mola propulsora de ações de mobilização na classe médica a exemplo dos movimentos “Acorda Dou-tor” e “Alerta Brasília”11. Instituir a maior forma de reconhecimento do trabalho médico por meio do Prêmio SindMédico, que é entre-gue todos os anos.12. Oferecer uma carteira ampla de convênios que vão desde benefícios em saúde, como descontos em educação.13. Ter criado o Painel da Saúde para o médico registrar, em tempo real, sua reclamação com relação as condi-ções de trabalho.14. Presentear todos os anos os médicos com uma agenda para anotar seus compromissos.15. Trabalhar sob uma política de transparência e de participação em seus atos administrativos e contábeis.16. Oferecer o Balcão da Contabilidade para que os médicos também mantenham suas contas sempre organiza-das.17. Disponibilizar um auditório completo e com todo o conforto para iniciativas vinculadas a atividade médica.18. Manter a diretoria a disposição dos médicos sindicalizados por meio da “Diretoria On-Line”19. Publicar periodicamente uma revista com informações de interesse dos médicos.20. Desenvolver sempre modelos novos e modernos de interação que utilizem os mais diversos canais como e-mail, internet, impressos, etc.21. Se manter presente como interlocutor da classe nos mais diversos meios de decisão. Sejam eles políticos, exe-cutivos ou midiáticos.22. Oferecer gratuitamente ao médico serviço de UTI Vida, Seguro Decessos e Apólice de Vida.23. Ter uma equipe sempre bem preparada para acolher e receber bem o médico nas suas mais diversas solicita-ções.24. Procurar nas suas iniciativas, valorizar o médico sindicalizado diante dos demais.25. Dispôr de diversas carteiras com planos e seguros saúde.26. Ter assegurado reajustes salariais para o próximo ano que reponham as perdas da inflação27. Ter conquistado as opções de carreiras de 20 e 40 horas para os médicos.28. Se inserir na responsabilidade social corporativa e respeito ao meio ambiente.29. Ter conquistado a Carreira Médica na estrutura da saúde pública do DF. 30. Ser incansável na busca de novos desafios e conquistas para o médico e para a instituição sindical.

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5Revista Médico Ed. Epecial 5Revista Médico Ed. EpecialNovembro / Dezembro 2009

Vivo de bem com a vida,

Sinto no vento, meu acalanto,

Na fugaz estrela cadente,

Escreve-se o fio que é a vida d’agente,

Nos faz lhe dar mais encanto.

Sorrio das mágoas da vida,

É minha maneira forte de enfrentá-la.

Pois a todo instante ela é bela,

E o nosso destino é dela,

Vamos pois então amá-la.

Diariamente agradeço a vida,

Pelo pão, pela voz, pelo amor.

Só não agradeço não antes tê-la,

Agradeço não mais perdê-la,

Agradeço não tornar-me um sofredor.

Admiro a beleza da vida,

Que vejo através dos olhos teus,

Da árvore secular ao oceano de puro verde,

Tal qual pura fonte me matas a sede,

Me tornando feliz e amante a Deus.

Sei porém os problemas da vida,

Tenho os meus e os teus, tú tens.

Mas tua força é imensa,

Suportas-tes desatinos com fé a crença

Sede feliz, e pros meus braços vens.

Quero que a minha seja a sua vida,

Quero vê-la feliz, sorrindo sem dor.

Quero dar-te todos os meus carinhos,

Unificar até um dia nossos caminhos

Sentir em mim, teu lindo olhar de amor.

Dr. Eloadir David Galvão

Sumário Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores

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Vida MédicaVida no CampoMédicos fazendeiros

14

CapaAumento asseguradoDeputados aprovam reajuste médico

10

JurídicoAções em cursoAcompanhe o resumo

06

Entrevista Paulo Argollo Presidente da Fenam

Presidente

Dr. César de Araújo Galvão

Dr. Marcos Gutemberg Fialho da CostaVice-Presidente

Secretário GeralDr. Rafael de Aguiar Barbosa

Dr. Gustavo de Arantes Pereira.2ª Secretário

Dr. Gil Fábio de Oliveira FreitasTesoureiro

Dr. Luiz Gonzaga da Motta2º Tesoureiro

Dr. Antônio José Francisco P. dos SantosDiretor Jurídico

Dr. José Antônio Ribeiro FilhoDiretor de Inativos

Drª. Olga Messias Alves de OliveiraDiretor de Ação Social

Dr. Jomar Amorim FernandesDiretor de Relações Intersindicais

Dr. Lineu da Costa Araújo FilhoDiretor de Assuntos Acadêmicos

Drª. Adriana Domingues GrazianoDiretora de Imprensa e Divulgação

Dr. Jair Evangelista da RochaDiretor Cultural

Drª. Adriana Graziano, Dr. Antônio José, Dr. César Galvão, Dr. Francisco Rossi, Dr. Gil

Fábio Freitas, Dr. Gutemberg Fialho, Dr. Gus-tavo Arantes, Dr. Diogo Mendes, Dr. Osório

Rangel e Dr. José Antônio Ribeiro Filho.

Conselho Editorial

Alexandre Bandeira - RP: DF 01679JPEditor Executivo

Elisabel Ferriche - RP: 686/05/36/DFJornalista

Bruno Cassiano - Estagiário

Jorge Henrique R. T. da SilvaDiagramação e Capa

Strattegia Marketing - ConsultoriaProjeto Gráfico e Editoração

(61) 3447.9000Anúncios

6.000 exemplaresTiragem

Alpha gráficaGráfica

Gustavo Lima e divulgaçãoFotos

Centro Clínico MetrópolisSGAS 607, Cobertura 01, CEP: 70.200-670

Tel.: (61) 3244.1998 Fax: (61) [email protected]

www.sindmedico.com.br

SindMédico/DF

Dr. Antônio Geraldo, Dr. Cantídio, Dr. Cezar Neves, Dr. Dimas, Dr. Diogo Mendes, Dr.

Martinho, Dr. Olavo, Dr. Osório, Dr. Tamura, Dr. Vicente, Dr. Tiago Neiva

Diretores Adjuntos

Novembro / Dezembro 20094

OutrasPalavras

Você e a vida

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Opinião

O sucateamento da máquina do Distrito Federal. Uma lógica de governo?

Dr. Gutemberg Fialho Vice-Presidente do SindMédico-DF

Aexcelência do serviço de saúde do Distrito Federal, que já foi referência no Brasil, tem decaído nos últimos anos para um quadro de precarização sem precedentes com a total ausência

de investimentos em recursos humanos e em expansão do seu parque hos-pitalar. Esse descaso se reflete na falta de médicos e para-médicos e de infra-estrutura que vão desde a ausência de um simples reagente para realização de um hemograma até aparelhos mais complexos para realização de eletro-cardiograma e ressonância magnética. Faltam médicos, enfermeiros, auxi-liares de enfermagem, farmacêuticos, fisioterapeutas, e outros profissionais de saúde e sobram aparelhos quebrados de raios-X, macas, respiradores e tomógrafos, entre outros. Não se internam pacientes por falta de leitos, de médicos e de pessoal de enfermagem para assistir os enfermos.

No setor administrativo a precariedade é a mesma: faltam servi-dores para dar andamento a um simples processo administrativo, que fica meses parado aguardando encaminhamento, há ainda erros na confecção da

folha de pagamento, seja por excesso de trabalho, seja por falta de servidor capacitado. A isso se soma a demissão inconseqüente em massa de mais de 13 mil servidores terceirizados, sem vínculo

empregatício, que mantinham a máquina estatal funcionando e, sem a devida reposição, levando a um quadro sucu-piriano". Na área da saúde, a substituição das horas-extras por profissionais concursados é salutar e sempre foi uma reivindicação do SindMédico/DF, mas apenas isso não é suficiente para acabar com a carência de médicos uma vez que, substituir as horas-extras por novos profissionais não supre a deficiência de profissionais. É o mesmo que substituir seis por meia dúzia, a questão é matemática.

Infelizmente essa deterioração contaminou outros setores da máquina pública do Distrito Federal, como as Ad-ministrações Regionais, as inspetorias de saúde que não têm funcionários para protocolar um simples requerimento.

A falta de investimentos não atinge apenas a saúde, como também a Companhia Elétrica de Brasília, CEB, cujo presidente, em recente entrevista ao Correio Braziliense admitiu que os recentes apagões aconteceram por falta de in-vestimentos no setor. Na área de segurança pública a situação não é diferente: as Delegacias de Polícia não têm agentes suficientes para atender as ocorrências, e os poucos policiais estão como os médicos: escolhendo as ocorrências mais graves para serem atendidas.

Na área da educação, a precarização do serviço público está afetando diretamente a saúde do professor. Dia-riamente atendemos nos Pronto-Socorros professores estressados, com sobrecarga de trabalho por carência de profis-sionais, e doentes, por trabalharem em péssimas condições de trabalho, com salas de aulas sem ventilação, iluminação inadequada, sem segurança, agredidos por marginais, com registro na polícia, culminando em assassinatos, como ocor-reu recentemente com o diretor da escola do Lago Oeste. Como se isso não bastasse, os professores ainda são obrigados a presenciar a visão totalmente equivocada do Secretário de Educação, José Luiz Valente, que propôs às escolas que afastem os professores que apresentem licenças médicas, manifestada em entrevista publicada no Correio Braziliense na edição de 10 de outubro.

Se há licenças médicas em excesso é porque a Secretaria de Educação e o GDF, não possuem uma política voltada à saúde ocupacional de seus servidores. Eles estão trabalhando doentes porque não conseguem os exames complemen-tares solicitados pelos médicos peritos da Secretaria de Educação, responsáveis pela avaliação das condições de saúde dos professores. Ou os médicos peritos concedem a licença médica, correndo o risco de uma simulação, ou a negam, correndo o risco de agravar a saúde do profissional.

No trânsito, a falta de planejamento é a palavra de ordem, o que provoca extensos engarrafamentos que diaria-mente atormentam à população. As faixas de pedestres, sem manutenção, estão totalmente apagadas, recapeamentos asfálticos, são totalmente irregulares, colocando em risco a vida dos transeuntes e dos motoristas. Não existem soluções milagrosas, mas as soluções são simples, basta para isso, investimento e planejamento.

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores

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“É preciso sabedoria para gerenciar conflitos”

Por Elisabel Ferriche

Entrevista

SindMédico – Que balanço o senhor faz de sua gestão?

Dr. César – Levarei uma grande expe-riência de vida. Aprendi muito na área administrativa e política, principal-mente nas relações humanas.

SindMédico - Estar na presidência do SindMédico/DF fez com que o senhor

visse a classe diferente?

Dr. César – Ser presidente do sindica-to é como se ter a frente a imagem de uma ressonância magnética. A gente vê com detalhes a classe, seus anseios, necessidades e comportamento, como também a saúde pública e privada como um todo. Vi coisas boas, outras não tão agradáveis...

SindMédico – O seu mandato como presidente foi difícil?

Dr. César – Qualquer que seja a entida-de, é sempre muito complexo presidí-la. No entanto, é prazeiroso saber que podemos ajudar o colega naquilo que ele mais precisa: condições de trabalho e salário justo. Em quatro anos e meio de mandato, a atual diretoria não me-

O SindMédico/DF terá novo pre-sidente em 2009. Para cumprir acor-do estabelecido à época das eleições e garantindo a unidade do sindicato, Dr. César Galvão estará licencian-do-se do cargo que será transmiti-do ao vice, Gutemberg Fialho, que complementará o mandato até 2010, conforme prevê o Estatuto da entida-de. Antes de deixar a presidência do SindMédico/DF, César Galvão quer submeter as contas de sua gestão ao conselho fiscal e aos médicos sindi-calizados, em assembléia que será convocada para este fim. Depois de passar quatro anos e meio à frente do SindMédico/DF, César Galvão acre-dita que tenha cumprido sua missão, mas não acha que é hora de pendurar a chuteira. Ele fez um balanço do pe-ríodo em que presidiu o SindMédi-co/DF que completou 30 anos, neste mês de novembro.

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“É preciso sabedoria para gerenciar conflitos”diu esforços para que essas questões fossem resolvidas, no possível. Duran-te quatro anos, frequentei os gabinetes dos governadores, senadores, secretá-rios de Estado, deputados federais e distritais, sempre buscando soluções para os inúmeros problemas que afli-gem a classe médica. Ainda estamos longe de consiguir às condições de tra-balho como gostaríamos, mas o salário do médico praticamente dobrou nos últimos quatro anos. Foi desgastante, mas valeu à pena. Porém há muito o que fazer, ainda não conseguimos as condições de trabalho e remuneração como gostaríamos.

SindMédico – O senhor está há qua-tro anos e meio na presidência, mas participa da diretoria desde 1998. O que mudou no SindMédico neste pe-ríodo?

Dr. César – Muita coisa mudou. Até porque a conjuntura econômica e so-cial do país também transformaram-se. Hoje o Sindicato dos Médicos é um sindicato de resultados. Muda-ram os paradigmas, tornou-se pró-ativo e pragmático e além de buscar por conquistas, também começamos a oferecer inúmeros serviços. Sei que muitos médicos ficaram surpresos, outros questionaram esse novo mo-delo de sindicalismo, mas certamente todos acabaram sendo beneficiados.

SindMédico – O sindicato deixou a política de lado?

Dr. César – Não há como dissociar uma entidadede da política, mas o Sin-dicato dos Médicos não ficou refém de ideologias políticas-partidárias. O nos-so partido tem que ser o da saúde e a nossa ideologia o médico.

SindMédico – O Sindicato tem que ser corporativo?

Dr. César – Sim. Os promotores, os políticos, os policiais, os magistrados. Todos são corporativos. Porque não os médicos? O corporativismo sadio é ne-cessário para nos tornar fortes.

SindMédico – O que o senhor des-tacaria como mais importante de sua gestão?

Dr.César – Durante os quatro anos em que permaneci na presidência do SindMédico, destaco como ponto forte da nossa gestão a promoção da união das entidades médicas cujo trabalho teve início na minha gestão. Nesse processo destaco a participação do presidente da AMBr, Lairson Rabelo. Também destaco na minha gestão a efetiva participação da atual diretoria e o empenho dos funcionários do sindicato. Todos contribuíram para o resultado que hoje apresentamos.Entre eles, o pagamento dos precató-rioas 449/94, 14 anos de precatórios: 490 milhões negociados, que ninguém mais acreditava que se receberia, a ação vitoriosa da insalubridade en-quanto CLT para contagem do tempo de serviço e a quitação da sede própria. Vitórias que nenhum outro sindicato atingiu, plano de carreira etc.

SindMédico – O senhor deixa a pre-sidência do SindMédico para vestir o pijama?

Dr. César – De forma alguma. Estarei à disposição do SindMédico para con-tinuar contribuindo de outras manei-ras e daqui pra frente vou continuar trabalhando pela criação do Conselho Superior das Entidades Médicas do Distrito Federal. A união nos tornará mais fortes.

SindMédico – As entidades sindicais sempre foram um passo para a vida política. Esse também será o seu des-tino?

Dr. César – Aprendi ao longo de mi-nha carreira sindical que a vida políti-ca requer muitas negociações e, prin-cípios a gente não negocia. Mas, ainda acredito que seja possível fazer política com ética e probidade. E, assim como nunca cogitei entrar para vida sindical

e acabei presidente do Sindicato dos Médicos, não posso dizer que desta água não beberei.

SindMédico – Ao deixar a presidên-cia do Sindmédico/DF, o que o senhor pretende fazer?

Dr. César – Este ano me aposentei da Secretaria de Saúde depois de 32 anos dedicados ao serviço público, mas con-tinuo minha vida profissional operan-do meus pacientes no Hospital Santa Luzia e fazendo perícia médica no Mi-nistério da Agricultura. Eu não parei, só reduzi da 5ª para a 4ª marcha.

SindMédico - E com relação ao traba-lho sindical?

Dr. César – Vou continuar trabalhan-do. Mesmo fora do sindicato darei mi-nha parcela de contribuição para que a

próxima diretoria tenha um trabalho exitoso. Tenho plena confiança no vice-presidente, Gutemberg Fialho, pois ele é pessoa habilitada a assumir o cargo e está preparado para traba-lhar em defesa da classe.

SindMédico – O que o senhor desta-ca da sua administração?

Dr. César – Houveram muitos desa-fios. O primeiro deles foi a estrutu-ração administrativa e financeira do

sindicato. Ampliamos o patrimônio do SindMédico/ DF e conquistamos o respeito da classe e da sociedade. Tudo isso feito com saúde financeira e disci-plina administrativa.

SindMédico – Que recado o senhor daria a seu sucessor?

Dr. César – Tolerância, pragmatismo e amor ao que faz. Para obter resultados, independente de quem esteja à frente do sindicato, é necessário a união da classe sem a qual não é possível se al-cançar os objetivos.

SindMédico – E qual é o segredo do sucesso?

Dr. César – O segredo do sucesso, além da determinação, é não agradar a todos, porque quem agrada a todos, ou se engana, ou está sendo enganado. Além disso, é preciso também sabedo-ria para gerenciar conflitos.

"Para Obter resultados é preciso

a união da classe sem a qual não é possível alcançar

obejetivos"

Entrevista

7Revista Médico Ed. Epecial

Dr. César Galvão - Presidente do SindMédico DF

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Jurídico

OSindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico/DF) considera o prazo de 90 dias pequeno para a adequação à nova lei sancionada pelo Governador do DF, José Roberto Arruda, que determina a informatização do receituário médico na capital da República facilitando a leitura da prescrição. O

presidente do SindMédico/DF, César Galvão, reconhece que a lei é boa para os pacientes, médicos, farmacêuticos e vendedores de remédios, mas que ela ainda vai gerar polêmica, pois é fundamental a capacitação dos médicos para usar os computadores. A maior dificuldade, segundo ele, será para a Secretaria de Saúde que ainda não está informatizada e não possui computadores nas clinicas médicas dos hospitais e consultórios dos postos de saúde. Já na rede privada não vão haver dificuldades, pois 70% já é informatizada.

O SindMédico/DF defende não só a receita prescrita por computador como também a informatização de toda a rede pública de saúde, pois viabilizaria o atendimento dos pacientes em diferentes hospitais e postos, importante tanto para os médicos quanto para a administração do hospital. O sindicato, porém, vai analisar melhor a lei sancio-nada para tomar as providências caso haja necessidade de alguma correção a respeito do tempo de adequação.

Receita médica será informatizada

Justiça proíbe enfermeiros de prescrever medicamentos

OTribunal Regional Federal da 1º Região tornou definitivamente sem efeito a Resolução 272/2002 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) que permitia aos enfermeiros diagnosticar doenças, pres-crever medicamentos e solicitar exames com autonomia no âmbito dos programas ou rotinas aprova-

das em instituições de saúde. A decisão, válida para todo o território nacional, foi transitada em julgado, ou seja, sem possibilidade de recurso, em atendimento ao mandado de segurança impetrado pelo Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), em 2002. Cabe ao Cofen a tarefa de orientar formalmente os profissionais sujeitos à sua jurisdição para não praticarem quaisquer dos atos reservados aos profissionais médicos.

Médicos e toda a população devem denunciar aos órgãos de saúde, Conselhos Regionais de Medicina ou Mi-nistério Público quando o diagnóstico, prescrição ou solicitação de exame for realizado por profissionais da enfer-magem.

Jornada de médicos do Judiciário da União é de 4 horas

Os servidores médicos do Poder Judiciário da União deverão trabalhar quatro horas diárias, conforme estabelece a Lei Federal nº 9436/97, que dispõe sobre a jornada de trabalho de médico da Adminis-tração Pública Federal direta, das autarquias e das fundações. Com relação aos servidores médicos

do Poder Judiciário dos Estados, a jornada deve ser fixada pelo Tribunal, obedecida a legislação estadual sobre a matéria, quando existente.

Essa foi a resposta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) à consulta feita pelo SindMédico e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) sobre a duração da jornada de trabalho dos analistas judiciários com espe-cialidade em Medicina, diante da divergência de entendimento acerca da matéria entre o Tribunal de Contas da União, que cobra jornada de trabalho de 40 horas semanais e o Supremo Tribunal Federal (STF), que possui en-tendimento de que a jornada do servidor público médico continua sendo regida pela norma específica a favor das quatro horas.

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Jurídico

Ações judiciais coletivas em curso Na função de defender o médico, o SindMédico/DF entrou com várias ações na Justiça para garantir

direitos da classe. Acompanhe o resumo dos principais processos:

Afronta à atividade médicaO Sindicato dos Médicos conseguiu na Justiça, a anulação da Portaria 1675/2006 do Ministério do Pla-

nejamento, Orçamento e Gestão, que autorizava a homologação de atestados médicos pela chefia imediata do servidor, que não era médico. A 6ª Vara Federal de Brasília, em sentença proferida em 4 de julho de 2008, julgou procedente a ação por afrontar a atividade médica, já que os atestados não passavam pela análise de um médico. A ação aguarda julgamento de apelação da União. Processo 2007.34.00.008951-4.

Serviço insalubreO Sindicato dos Médicos, em diferentes ações, entrou na Justiça, com mandado de injunção, solicitando

a contagem do tempo de serviço insalubre, enquanto estatutário, fosse contado para efeito de aposentadoria, a exemplo do que já acontece com o tempo insalubre concedido aos servidores em regime celetista. O mesmo pedido foi feito para os servidores públicos federal e distrital no regime estatutário. Os processos (nº 837 e 836) se encontram no Supremo Tribunal Federal aguardando a apresentação de informações pelo Presidente da República e pelo Governador do Distrito Federal, respectivamente.

Serviço insalubre IIOutra ação do SindMédico/DF, contra o INSS, aguardando sentença, é a que pede o reconhecimento de

contagem diferenciada do tempo de serviço insalubre relativo ao período celetista, prestado pelos médicos em empresas privadas (Processo 2006.34.00.029122-0/5ª Vara Federal de Brasília).

Concurso públicoA 4ª Vara da Fazenda Pública do DF deferiu liminar do SindMédico/DF para suspender o regime de de-

dicação exclusiva previsto no Edital do concurso público para perito médico legista da Polícia Civil do Distrito Federal. Além de regime de dedicação exclusiva, o edital estabelece a impossibilidade do exercício de outra atividade pública ou privada, contrariando a Constituição que possibilita ao médico dois vínculos empregatí-cios. A ação aguarda julgamento. (Processo 2008.01.1.012218-5/4ª Vara da Fazenda Pública do DF)

Escalas de plantãoTambém estamos aguardando julgamento do Processo 2008.01.1.012249-9, na 1ª Vara da Fazenda Pública

do DF, em que o SindMédico, em pedido liminar já indeferida, pede o cancelamento da divulgação dos nomes dos médicos de plantão em Painéis de Escala Médica afixados nas entradas dos hospitais da rede pública por solicitação da Secretaria de Saúde do DF.

Contratações anuladasA 1ª Vara da Fazenda Pública do DF indeferiu liminar ao pedido do SindMédico/DF para impugnar a

contratação de médicos com vínculo temporário na Secretaria de Saúde, através de concurso público publica-do pelo edital 13/2008, por se tratar de uma violação ao direito dos médicos aprovados no concurso anterior, realizado em 2005. O Processo 2008.01.1.047970-2 ainda aguarda julgamento.

Tíquete alimentaçãoNa ação do SindMédico/DF para garantir o pagamento do Tíquete Alimentação, no Processo

2000.00.2.002672-6, o Tribunal de Justiça do DF deu decisão definitiva favorável. O SindMédico aguarda a ex-pedição de precatório.

VPNIsO Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido do SindMédico/DF, deferiu liminar para impedir a

redução das vantagens pessoais nominativas individuais (VPNI), e o desconto de qualquer valor pago a esse título recebidos pelos médicos. Processo 2008.00.2.011948-7.

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Fórum

Represen-tantes de e n t i d a -

des médicas voltaram a cobrar em audiên-cia pública na Câma-ra dos Deputados, realizada no dia 14 de outubro, plano de carreira nacional, me-lhores condições de trabalho no Sistema

Único de Saúde (SUS) e piso salarial de R$ 7.503,18, para jornada de trabalho de 20 horas semanais, valor calculado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamen-tar (Diap) e atualmente reajustado de acordo com a Lei 3.999/61 que estabelece um piso salarial para a classe.

O governo foi representado pela diretora de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Maria Helena Ma-chado. Ela considerou alto o valor proposto pela AMB e disse que o Governo não defende uma carreira isolada para os médicos. “É possível haver uma para todos os tra-balhadores do SUS, com pontos específicos para médicos, enfermeiros ou dentistas, se assim o gestor, junto com os

trabalhadores, considerarem relevante", argumentou.O presidente da Comissão de Seguridade Social

(CSS), deputado Jofran Frejat (PP/DF) defendeu as reivin-dicações e disse que, como médico, sabe que o profissional está exposto no atendimento. Ele ainda cobrou mais orça-mento para a saúde. “Retiraram o percentual da saúde da Receita da Previdência. Hoje teríamos 40 bilhões a mais no orçamento, o que poderia ajudar o SUS”, lembrou o parla-mentar.

O vice-presidente da CSS e presidente da Frente Par-lamentar da Saúde, o deputado Rafael Guerra (PSDB/MG) comentou que a Câmara dos Deputados já votou pisos sa-lariais de R$12 mil para agentes carcerários e R$19 mil para delegados, e acha mais do que justo os médicos receberem R$ 7.503,18.

No mesmo momento em que era realizada a audiên-cia pública para discutir as questões dos médicos, os cor-redores da ala de comissões da Câmara dos Deputados estavam lotados de agentes penitenciários federais, em lobby pela aprovação do aumento, enquanto na Comissão de Seguridade Social que discutia o piso salarial para os médicos, apenas quinze representantes da classe estavam presentes. Representando o SindMédico estavam o presi-dente, César Galvão e o diretor jurídico, Antônio José.

Entidades pressionam por piso salarial de R$ 7,5 mil

Ministério propõe serviço civil obrigatório para médicosO governo federal quer criar o serviço civil obrigatório para médicos, odontólogos e enfermeiros exclusiva-

mente para atender os municípios da Amazônia Legal. A proposta está sendo discutida no Ministério da Saúde e foi anunciada pela diretora de Gestão e Regulação do trabalho do Ministério da Saúde, Maria Helena Machado, du-rante audiência pública proposta pelo deputado Rafael Guerra (PSDB/MG) que teve o objetivo de discutir o Plano de Carreira do Médico, o piso salarial da classe e a valorização do médico do SUS.

O Governo pretende com a medida atender a mais de 1.000 municípios amazônicos que não possuem nenhum médico residente, pelas dificuldades de acesso. Segundo ela, o serviço civil obrigatório para a saúde terá salário e inserção diferenciada e vínculo federal, podendo ser com o Ministério da Saúde, Funasa ou Fiocruz. A idéia apre-sentada pelo governo não agradou as entidades médicas que desde o Encontro Nacional dos Médicos, (ENEM), realizado em Brasília, em 2006, buscam a valorização da classe com a criação de uma Carreira Médica de Estado, como hoje são os promotores de justiça.

Fenam propõe Fundo Nacional para a SaúdeO secretário geral da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Mário Fernando Lins, defendeu a união da

categoria e das entidades médicas, como fundamental para as conquistas das reivindicações da classe. “O sindica-to é o instrumento; a força é a categoria”, assinalou. Em palestra no Sindicato dos Médicos do RJ, Lins disse ainda que para melhorar o atendimento na rede de saúde do Rio de Janeiro, que tem a maior rede pública de saúde do país, e de Pernambuco, segundo lugar, a Fenam está propondo a criação de um fundo nacional que destine re-cursos exclusivamente para esses dois estados. Os detalhes da proposta estão sendo debatidos na Federação e que após a definição do projeto, a entidade levará a sugestão para a classe política em Brasília.

César Galvão ( direita ) na comissão da Câmera Federal.

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SindicaisVocê acaba de ganhar muito mais agilidade nos diagnósticos hematológicos de seus pacientes.

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A Diagnósticos da América, por meio das marcas Exame e Pasteur, reforça sua posição de Centro de Referência em Hematologia no Distrito Federal e apresenta o que há de mais moderno em telemedicina: o CellavisionTM DM96.

Aliada à modernização do parque de equipamentos, a Diagnósticos da América investe no treinamento contínuo e na capacitação de seus profissionais para garantir mais eficiência e agilidade na realização dos exames e entrega de resultados.

O CellavisionTM DM96 é um equipamento que realiza a captura digital da imagem das células sangüíneas da lâmina na etapa final do processo de revisão dos laudos hematológicos, atualmente realizados por microscopia óptica tradicional.

Esse recente investimento propiciará novas possibilidades a você, médico, e ainda mais benefícios aos seus pacientes. Veja por quê:

• O médico solicitante poderá receber e visualizar imagens hematológicas das amostras previamente selecionadas e analisadas pelo médico hematologista, além de contar com o arquivamento do histórico de seus pacientes junto com cada novo resultado, possibilitando soluções mais precisas e integradas em seus laudos.

• O paciente é beneficiado, pois, com a integração via internet, diversos hematologistas da equipe médica da Diagnósticos da América podem acessar os testes de onde estiverem, permitindo a troca de conhecimentos e opiniões e até mesmo o envolvimento do médico solicitante nessa troca de informações. Esses recursos possibilitam a entrega de um laudo mais completo aos pacientes.

• A equipe técnica da Diagnósticos da América será beneficiada com a padronização da avaliação morfológica, pois todos são treinados olhando as mesmas células ao mesmo tempo, condição de difícil realização com a microscopia óptica tradicional.

Toda essa inovação trará maior agilidade na finalização dos laudos hematológicos, possibilitando o diagnóstico precoce, que em algumas doenças hematológicas é essencial.

Este é o compromisso da Diagnósticos da América: investir cada vez mais para que seu paciente tenha acesso ao que existe de mais moderno em Medicina Diagnóstica e para que nossa parceria se fortaleça a cada dia.

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Dr. Sandro Melim - Médico Hematologista da Diagnósticos da América/DF - CRM-DF 12388

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13Revista Médico Ed. EpecialNovembro / Dezembro 2009Novembro / Dezembro 2009

F oi memorável a festa para comemorar os 30 anos de fundação do Sindicato dos Médicos do Dis-trito Federal (SindMédico/DF), realizada no último dia 8 de novembro, no Marina Hall. Mais de 2 mil convidados compareceram ao evento e aplaudiram os médicos que receberam as estatue-

tas do Prêmio SindMédico 2008 e dançaram ao som da música de Ed Motta.Em sua terceira edição, as comemorações que envolvem o prêmio, atraem cada vez mais a classe

médica, consolidando a iniciativa na condição de maior evento social médico da capital do país. Os que estiveram presentes ainda prestigiaram a arte de 19 colegas artistas que mostraram suas obras dentro do projeto “O Diagnóstico é uma Arte”, uma iniciativa do Laboratório Exame, que pelo segundo ano conse-cutivo, faz parte do cronograma de atividades do Prêmio SindMédico.

Cinco estatuetas são entregues todos os anos. Nesta edição os agraciados foram Eduardo Flávio Oli-veira Ribeiro (Revelação Médica); José Antônio Ribeiro Filho (Contribuição de Vida à Medicina); Paulo Roberto Margotto (Pesquisa em Medicina), Melânio de Paula Barbosa (Medicina Socialmente Responsá-vel) e Nelson Diniz de Oliveira (Medicina Acadêmica).

E mais uma vez, a festa foi prestigiada por várias autoridades, entre elas, a promotora do Ministério Público, Cátia Vergara, o deputado federal Tadeu Filipelli, os deputados distritais e também médicos Dr. Charles e Roberto Lucena e o diretor da Anvisa, Agnelo Queiroz, além do presidente da Federação Nacio-nal dos Médicos (Fenam), Paulo Argollo, da Associação dos Médicos de Brasília (AMBr), Laírson Rabelo, do CRM/DF, Alexandre Castilho e da Associação dos Médicos de Hospitais Privados (AMHP-DF), Joa-quim Fernandes.

Além de descontração, a festa de 30 anos do SindMédico/DF marca mais uma importante etapa da entidade que não mede esforços para garantir melhorias de trabalho e salário para os médicos do Distrito Federal.

Festa do SindMédico/DF

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Exclusividade só para médicosPara comemorar seus 30 anos, o SindMédico/DF fez questão de trazer uma grande atra-ção, do primeiro time da música brasileira. O show do cantor Ed Motta marcou não só o lançamento do novo CD do artista na capital federal, mas também os 20 anos de carreira do músico. Tudo exclusivo para os médicos convidados do eventoque puderam em pri-meira mão conferir o espetáculo, dançarem ao som de sucessos novos e antigos e se divertirem até altas horas.

o publico presente realizou a maior confraternização médica de Brasília

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13Revista Médico Ed. EpecialNovembro / Dezembro 2009Novembro / Dezembro 2009

As boas vindas

Novamente o projeto “O Diagnóstico é uma Arte”, promovido pelo Laboratório Exame fez parte do Prêmio SindMédico, desta vez com 19 artistas mé-

dicos, com trabalhos de arte como pintura e escultura, fotogra-fia e literatura, manifestações que têm o mundo como ateliê e a vida como musa inspiradora. Na oportunidade, a diretora do Laboratório Exame, Dra. Adília Segura, lembrou que a exposi-ção desse ano foi diferente por mostrar a trajetória do médico Tito Figueroa, fundador do laboratório e falecido o ano passado, mas “que sempre lutou pela qualidade de vida da população”, disse Adília, que fez questão de chamar ao palco os artistas participantes. Na ocasião, o médico Oscar Moren recebeu o prêmio Menção Honrosa e o médico Júlio Capilé, o certificado especial por ter colaborado para a confecção da primeira ata de criação do SindMédico/DF.

Arte e medicina

Opresidente do SindMédico, César Galvão, em seu discurso, lembrou a trajetória de sucesso nestes 30 anos de vida da insti-

tuição, mas ressalta que novos desafios estão surgin-do exigindo outras medidas para garantir à classe médica o lugar de destaque e o reconhecimento que sempre merece. César Galvão agradeceu aos demais presidentes que o antecederam: Saraiva e Saraiva, Ma-ninha, Glayne, Arnaldo Bernardino e Francisco Rossi “pelo aguerrido trabalho realizado em favor da classe” e também aos funcionários do SindMédico/DF “sem os quais não seria possível atender o médico em seus questionamentos, dando soluções as demandas que surgem rotineiramente”.

do SindMédico/DF

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Asuperprodução que marcou as cinco horas de evento dos 30 anos do SindMédico/DF consumiu nove meses de prepara-ção e um exército de mais de 300 profissionais entre coorde-

nação, cerimonial, logística, equipe de garçons, manobristas, seguranças, brigadistas, músicos, técnicos, manutenção, decoração, limpeza e apoio.

A condução do evento, realizada diretamente pela presidência do sindicato, contou com a coordenação da diretoria de Imprensa e Comu-nicação da instituição e organização da Strattegia Consulting.

Para que os 2 mil convidados pudessem se divertir com todo o con-forto e segurança, o sindicato contou com o patrocínio de diversos parceiros, entre eles a Advocacia Rie-del, Grupo Qualicorp, Laboratório Exame, Hospital Santa Helena, Hospital Anchieta, Laboratório Sabin, Hospital Brasília, Cettro, UTI Vida e Hotel Brasília Alvorada.

A gestação de um evento líder

César Galvão recepcionou os convidados

Adília ao centro parabenizou os artistas médicos

preparação e profissionalismo: chaves no sucesso do evento

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Pelo terceiro ano consecutivo, o sindicato entrega o Prêmio Sindmédico, criado para reconhecer o trabalho dos médicos que contribuíram para a Medicina de Brasília. São cinco diferenciadas categorias que buscam homenagear desde o jovem médico que foi revelação no ano, até o mé-

dico veterano que dedicou sua vida à Medicina. O Prêmio SindMédico, que já se tornou tradição no meio médico, passou a ser aguardado todos os anos.

O primeiro agraciado da noite é formado pela Universidade de Brasília (2001) e possui especialidades em hemoterapia e hematologia. Trabalha como hematologista no Centro Especializado em Oncologia e Hematologia (Ceon) e é também supervisor médico da Hemoclínica. Seu trabalho, voltado para a ética é um dos maiores feitos de sua carreira médica. Dr. Eduardo recebeu a estatueta das mãos do representante da advocacia Riedel, Marco Antônio Bilibio e do deputado distrital, Dr. Charles (PTB).

Revelação Médica

O agraciado nasceu em Bom Jesus da Penha/MG. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná (1965) e possui especialidade em ginecologia e obstetrícia, e mastologia. Em sua carreira já foi presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, do III Congresso Brasileiro da especialidade, diretor do HBDF, presidente da Academia de Medicina de Brasília, professor convidado da UnB e coordenador do Câncer da Secretaria de Saúde. Desde 2001 é Cidadão Honorário de Brasília. Dr. Ribeiro foi recepcionado no palco pelo representante da Qualicorp, Sr. Leonardo Guerreiro e pelo ex-ministro Agnelo Queiroz.

Contribuição de Vida à Medicina

Formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (1978) é especialista em neonatologia. Atualmente trabalha no Hospital Regional da Asa Sul (HRAS), no Hospital das Forças Armadas (HFA) e leciona no curso de medicina da Escola Superior de Ciência da Saúde (ESCS). É também autor do livro de neonatologia intitulado “Assistência ao recém-nascido de alto risco” e das curvas de crescimento intra uterinas. Dr. Margotto recebeu seu prêmio das mãos do amigo e representante do Hospital Anchieta, Dr. Délcio Rodrigues Pereira e do deputado distrital, Dr. Roberto Lucena (PMDB).

Pesquisa em Medicina

Os médicos que mais se destacaram em 2008

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O último troféu do Prêmio Sindmédico foi entregue ao Dr. Mêlanio, que nasceu em Surubim/PE e formou-se em 1962 pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Especialista em pneumologia é aposentado da Câmara dos Deputados e atualmente trabalha no Hospital de Base do Distrito Federal. Neste ano ele completa 46 anos, sempre trabalhando na medicina pública. O médico recebeu sua estatueta das mãos do presidente da AMBr, Lairson Rabelo e do conterrâneo e representante do Hospital Santa Helena, José do Patrocínio Leal, que se emocionou ao ver o amigo ser homenageado.

Medicina Socialmente Responsável

Nascido no Rio de Janeiro formou-se pela Universidade de Brasília em 1977. É especialista em pediatria e neonatologia. Foi chefe das Unidades de Neotalogia nos Hospitais de Taguatinga e da Asa Sul e coordenador nacional do Programa de Atenção ao Recém-Nascido de Baixo Peso – método canguru. É também professor de Internato em pediatria da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). A entrega da premiação foi feita pelos presidentes do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, Dr. Alexandre Castilho e da AMHP-DF, Dr. Joaquim Fernandes.

Medicina Acadêmica

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A solenidade de premiações da noite foi marcada com a homenagem ao ministro do Trabalho que assinou a carta de criação do Sindicato dos Médicos, 30 anos atrás. Arnaldo Prieto foi ministro na era do Governo Ernesto Geisel e mesmo nos anos difíceis da ditadura, procurou dar seriedade e objetividade ao movimento sindical brasileiro. Criou a Semana do Trabalho, que antecede o dia 1º de maio e lançou o Programa de Formação de Médicos do Trabalho que em cinco anos, formou mais de 10 mil médicos, criando a obrigatoriedade da Medicina do Trabalho nas empresas. No mesmo

período, contribuiu para o aumento de CIPAS nas empresas, passando de 4 mil para 20 mil em todo o país. Ativou a Fundacentro, Fundação de Medicina do Trabalho e participou da criação da Federação Nacional dos Médicos. Foi deputado federal por dois mandatos. Mora em Brasília desde 1965 e tem cinco filhos. Ele recebeu a placa de Honra ao Mérito das mãos do presidente do SindMédico/DF, César Galvão e do vice, Gutemberg Fialho.

Homenagem Especial – A caneta que fundou o sindicato

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Edição Especial 30 anosAconteceu

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Aconteceu

XXVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria traz 6 mil profissionais à Brasília

O Simpósio de Ética, Direitos Humanos e Políticas Públicas de Saúde Mental, promovido pela Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr) no dia 17 de outubro, foi considerado pelos participantes o ponto alto

do XXVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria por sua importância política, já que reuniu deputados e senadores e representantes do Ministério da Saúde. “Os pales-trantes convidados apresentaram dados e mostraram a realidade da saúde mental do Brasil”, disse o presidente da APBr, Antônio Geraldo da Silva. O XXVI Congres-so aconteceu no Centro de Convenções e já é tido como um dos maiores eventos da especialidade no país.

Palestra de Clemente Nóbrega mostra mudanças à vista

AAssociação Médica dos Hospitais Privados (AMHP-DF) trouxe a Brasília um dos mais conceitu-ados consultores na área de gestão médica, Clemente Nóbrega, para falar sobre mudanças para uma platéia de mais de 500 pessoas. Segundo ele, há uma revolução ocorrendo no Brasil que

afeta drasticamente profissionais da área de saúde. "Não podemos nos iludir, estamos falando de relações econômicas entre agentes com forças desiguais", alerta o palestrante.

Médicos condecorados

Os diretores do SindMédico/DF, Mariângela Cavalcante e Olavo Gon-çalves Diniz e os doutores José Antônio Coutinho, Ana Raulino e Ra-non Domingues, foram homenageados com as medalhas do Mérito

Alvorada, entregues pelo Governador José Roberto Arruda, em solenidade reali-zada em setembro no edifício sede da Novacap. A comenda foi criada pelo Decreto 1.435, de 27/08/1970 e destina agraciar personalidades civis ou militares, nacionais ou estrangeiras, que tenham contribuído, de modo relevante, para o progresso do DF.

Abramer realiza jornada para residentes

AAssociação Brasiliense de Médicos Residentes (Abramer) realizou, no dia 6 de outubro, no Hospital de Base, a 29ª Jornada de Médicos Residentes, já tradicional no calendário da classe. Em discurso proferido, o presidente do SindMédico, César Galvão, mostrou a preocupação da entidade em defesa da classe, com a situação dos

mais de 300 médicos que deverão ser lançados no mercado de trabalho da cidade a partir de 2009, face ao grande número de escolas de medicina atualmente existentes na Capital da República, acrescidos da estagnação do número de vagas na re-sidência médica em relação ao número de formandos anual, falta de planejamento de mercado e saúde pública precarizada.

Artistas doam quadros ao sindicato

O SindMédico/DF foi presenteado com dois quadros de artistas consagrados. Um deles é de Angélica Bitten-court, que se dedica às artes plásticas desde 2001. Ela doou o quadro intitulado “Terra Natural II”, da Coleção Floresta, com utilização de técnica acrílica. Angélica já expôs suas obras pelo Brasil e exterior, em cidades como

Viena, Paris e Milão. O outro quadro “Amor à Brasília” foi doado pelo artista plástico e médico Oscar Mendes Mo-ren, que usou a técnica de alumínio martelado. Há cinco anos Moren dedica-se à pintura e já expôs suas obras por Brasília, sendo duas exposições, individuais.

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Hospital em Planaltina homenageia médico no seu dia

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico/DF) par-ticipou no dia 16 de outubro do café da manhã em homenagem ao Dia do Médico no Hospital Regional de Planaltina. Referência no

Nordeste e também no Norte do país, o HRP homenageou médicos de diferen-tes especialidades com uma estatueta do Oscar como forma de agradecimento pelo reconhecimento do serviço prestado. Para a representante do Sindicato no evento, Olga Messias, diretora de Ação Social, os médicos de Planaltina são os mais presentes em apoiar os movimentos feitos pelo Sindicato. “O SindMé-dico/DF agradece aos médicos de Planaltina porque durante todos os nosso movimentos, a maior presença é dos médicos desta regional de saúde”, disse. O diretor do HRP, doutor Valdir Ximenes, lembrou que o dia é festivo e, sobre-tudo de reconhecimento do médico pelo trabalho árduo. “Mesmo trabalhando em condições difíceis, principalmente este ano que sofremos um déficit de recursos humanos e ainda acentuados com a redução das horas extras, conseguimos manter o nível de nosso atendimento da clientela, senão ideal, pelo menos digno e resolutivo dentro das nossas limitações”, disse Valdir. Ele ainda salientou a equipe valorosa de médicos e gestores que trabalham para que o hospital funcione melhor.

O s médicos interessados em contratar estagiários para suas clínicas ou hospitais terão mais facilidade a partir de agora. O presidente do Sindicato dos Médicos do

DF, César Galvão, e vice-presidente, Gutemberg Fialho, e o diretor fi-nanceiro do Instituto Fecomércio (IF Estágio), Paolo Orlando Piacesi,

e o diretor técnico, Mauro Machado (foto), assinaram nesta segunda-feira (10/11) um convênio que facilitará a contratação de estagiários tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, abrangendo toda a área técnica, operacional e administrativa. Pelo convênio, o IF Estágio dis-ponibilizará estagiários selecionados nas mais diversas áreas como recepcionista, técnico em informática, comunicação, técnico em en-fermagem, nutricionista, direito, educação física, entre outros. A con-tratação se dará de acordo com a nova lei de estágio (11.788/2008), promulgada há dois meses, que prevê carga horária máxima de seis

horas e contrato com duração de seis meses a dois anos, sendo a bolsa auxílio determinada pela instituição contratante. A taxa administrativa para os médicos sindicalizados é de R$ 30,00 por estagiário ativo, a partir de trabalhos direcionados às necessidades apresentadas.

O médico interessado deve entregar em contato com o IF estágio pelo telefone 3962-2006.

SindMédico e Fecomércio assinam convênio para facilitar contratação de estagiários

NO dia 17 de outubro, a Associação Médica de Brasília (AMBr) realizou o tradicional baile para comemorar o Dia dos Médicos, no Iate Clube de Brasília. Mais de mil convidados compareceram ao evento, que contou

com a presença da diretoria do SindMédico/DF. Este ano, o tema foi "Dancing Nights".

Baile da AMBr

CRM tem nova diretoria

O vice-presidente do SindMédico, Gutemberg Fialho também faz parte da nova direção do CRM/DF, tendo tomado posse como conselheiro no dia 6 de outubro. Como presidente do conselho foi escolhido o Dr. Alexandre Castilho.

Aconteceu

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Aconteceu

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Artigo

Unidos em rede

A realidade do profissio-nal médico passa por uma mudança que exi-

ge de todos nós uma postura mais forte e coesa. O posicionamento em rede é uma realidade que os profissionais de saúde precisam e devem levar em conta. O mercado enfrenta um jogo de forças que exi-

ge de nós médicos um trabalho associativo para melhorar as nossas relações com as operadoras de saúde, benefician-do, na ponta, os nossos clientes.

A AMHP-DF tem, há 25 anos, atuado em parceria com o profissional de saúde do Distrito Federal e vem proporcionado bons resultados nas mais diversas áreas de interesse da classe médica. A Associação é uma alternati-va de Trabalho em Rede que tem como principal objetivo conquistar melhorias para o profissional médico frente ao mercado.

O jogo de forças em nossa área é bastante acentuado. Fazemos parte de uma realidade com quatro atores – pa-cientes, prestadores de serviços, planos de saúde e fornece-dores de insumos médicos. Destes, o prestador de serviços (médico) termina sendo o mais pressionado por todos. O paciente, pressionado pela economia, tem sempre a opção de mudar de um Plano de saúde para outro. As operadoras

terminam criando seus mecanismos de formação de redes, como a aquisição e/ou construção de hospitais próprios, e o fornecedor de insumos médicos é o maior beneficiado.

A chave da estratégia é a parceria. Temos que enfren-tar as mudanças do mercado para conseguirmos nos in-serir de uma forma mais contundente. A Associação em redes é a opção. Isto é o que a AMHP-DF tem sugerido.

A AMHP-DF hoje é uma realidade com mais de 6 mil profissionais de saúde associados. Destaca-se no país como exemplo de associativismo que tem conquistado bons resul-tados para a classe. Neste momento em que enfrentamos o desafio da mudança do padrão, com a obrigatoriedade do TISS - Troca de Informações em Saúde Suplementar – mais uma vez a AMHP-DF saiu na frente.

Oferecemos aos nossos associados a oportunidade de trabalhar com o AMHPTISS. Um sistema de troca de in-formações via web que melhor se adequa às necessidades do profissional e ao novo padrão instituído pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Implantamos um sistema de transmissão eletrônica conectando os prestadores de serviços aos planos de saúde. Medida que torna possível oferecer um banco com dados cadastrais online e ainda fornecer serviços variados, visan-do maior agilidade e controle no processo de faturamento. Tudo isso sem custo adicional para o associado.

A AMHP-DF é isso: uma alternativa viável para que os profissionais de saúde possam atuar em rede e conquis-tar mais vantagens e melhorias nos procedimentos e pro-cessos do nosso dia-a-dia.

Joaquim FernandesPres. AMHP-DF

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Aconteceu

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Sindicais

SindMédico agradece a Interdental

OSindicato dos médicos do Distrito Federal e a Interdental comunicam que, após 10 anos de parceria em favor do sorriso do médico, o convênio entre as partes para a oferta de serviços e planos den-tários deixa de existir. A decisão foi tomada após acordo entre as duas organizações e a diretoria

do SindMédico/DF vem de público desejar muito sucesso a Interdental nos novos mercados onde ela está se inserindo atualmente. Ao longo de quase uma década, os médicos puderam contar com os serviços prestados pela empresa parceira, dentro dos planos montados especificamente para a classe, conhecidos como Odonto-médico.

Com esta alteração, mudanças estruturais devem ser feitas na sede do sindicato para acomodar novas de-mandas que estão surgindo para melhor servir ao médico. A diretoria da instituição lembra, porém, que os colegas não ficarão desassistidos a respeito dos convênios na área odontológica. A instituição está trazendo o Grupo Qualicorp, que entre um dos pontos da parceria, vai disponibilizar aos médicos sindicalizados os pla-nos da Odontoprev. Aqueles que desejarem maiores informações podem entrar em contato pelo telefone: (61) 3701.2210.

Sindicato encaminha denúncias ao CRM

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal encaminhou denúncia ao Conselho Regional de Medicina (CRM/DF) de que a Diretoria Regional do Gama, por meio de Ordem de Serviço interna, divul-gada em 21 de março, impôs aos médicos que solicitem apenas um exame do paciente por dia e

obrigando-os a colher os exames de urgência “tendo em vista a facilidade ao acesso do material necessário para tal procedimento”. Na Ordem de Serviço, a diretoria do HRG decidiu que apenas os exames de rotina serão co-lhidos pelos técnicos de laboratório.

O SindMédico também denunciou ao CRM que a Secretaria de Saúde estaria orientando os pacientes a se dirigirem aos centros de saúde para que obtenham atestado admissional e atestado de saúde. No pedido de pro-vidências, o sindicato alega que os Centros de Saúde não possuem médico do trabalho, responsável pela emissão de atestados admissionais. Em resposta, a Corregedoria do CRM/DF informou que uma sindicância foi instau-rada para apurar as denúncias recebidas.

Médicos querem rapidez para aposentadoria

O s médicos da Secretaria de Saúde (SES) que já cumpriram tempo de serviço e têm idade mínima estão tendo dificuldades para se aposentar. Há casos de aposentadoria que chegam a demorar seis meses para ser analisado pelo Departamento de Pessoal da SES, por falta de servidores. A

denúncia foi feita pelo Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico/DF) que já encaminhou ao Secretário de Saúde, Augusto Carvalho, pedido de providências. Como se isso não bastasse, a Secretaria de Saúde está exigindo que os médicos, que ingressaram com pedido de aposentadoria, levem os contracheques para comprovar o tempo de serviço na SES, uma obrigatoriedade desnecessária haja vista que o documento faz parte da ficha funcional de cada servidor. A SES justifica a exigência alegando estar cumprindo uma deter-minação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), para comprovar o recebimento efetivo da insalu-bridade. Em alguns casos o registro na carteira de trabalho é suficiente, em outros casos, o TCDF esta exigindo o contracheque para homologar as aposentadorias. Tudo depende da turma que julga a correção das mesmas. Diariamente o SindMédico/DF recebe reclamações de médicos que solicitaram aposentadoria há mais de um ano, sem que o pedido tenha sido sequer analisado.

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EstratégiaAlexandre Bandeira

ConsultórioConsultoria&

Consultor de Estratégia e Marketing

Contato com a coluna:[email protected]

Tradição como estratégia de posicionamento

“ tradição não pode ser desenvolvida em

laboratório ”

R osser Rives, já em 1960, apresentava o con-ceito de proposta de venda inconfundível (PVI) em seu livro Realty in Adversiting (A

realidade em publicidade). Por este raciocínio, a comu-nicação empresarial deveria conter sempre três princí-pios. O primeiro e elementar é de que toda comunica-ção deve fazer uma proposta ao consumidor (compre isso e você receberá tal benefício); segundo, a proposta deve ser feita de modo que a concorrência não possa acompanhá-la, ou seja, ser singular; e por último, que a mesma seja tão enfática que consiga influenciar o mer-cado para o seu produto.

O que no fundo o autor começou a defender é que, mesmo em um mercado de massa comprador, com bai-xo índice de competitividade existente naquela época, que as empresas deveriam começar a se preocupar em ser diferentes. Esse fundamento alicerçou o que conhecemos hoje como estratégia de posicionamento. Ou seja, como que-remos ser percebidos pelo consumidor. Hoje, em um mercado de escala global, com indicadores de inovação e competitividade extre-mos, a grande briga é para que as marcas saiam das prateleiras e residam na mente das pessoas. Por quê? Os mais lembrados são sempre os mais consumidos.

Jack Trout, em seu livro “Diferenciar ou Morrer”, retrata bem a questão do posicionamento, da nova PVI e as formas de ser percebido na mente dos consumido-res. Dentre aquelas que ele enumerou como as melho-res maneiras de residir na lembrança das pessoas estão: ser o primeiro, ser o líder, ser especialista, ser o maior, ser o preferido, ser o “bom” e ser o tradicional. Como este artigo está inserido em uma edição especial come-morativa de 30 anos, vamos dedicar especial atenção a este último quesito.

Quando destacamos a tradição como forma de criar um bom posicionamento junto ao mercado, apre-sentamos uma importância psicológica natural, presu-mindo que o fato de uma organização existir há mui-to tempo, sugere que ela sabe o que faz e se algo está sendo feito direito, deve ser melhor considerado para aquisição do que outro produto concorrente mais novo

ou recém-chegado ao mercado.Outro aspecto que reforça a importância do con-

ceito de tradição, principalmente se comparado aos de-mais nichos de posicionamento tidos como muito bons, a exemplo da liderança e especialização, é que todos es-tes levam aos consumidores o sentimento de pertencer. É muito comum vermos pessoas que se agrupam em volta de marcas, que traduzem estilos ou mesmos con-ceitos. Porém, para a tradição isso é ainda mais forte, pois o movimento de fazer parte de algo vem associado de uma história, de um contexto que em alguns casos, se iniciou antes mesmo da nossa própria existência.

Por último, mas também igualmente importante, o posicionamento da tradição não pode ser inventado ou desenvolvido em laboratório, como um ingrediente novo no produto do concorrente. Ele só se forma com o

acúmulo natural do tempo e este passa igual para todas as organizações. Em um mundo onde a mortalidade em-presarial é a regra e não a exceção, ter tempo de existência é comunicar saú-

de corporativa, solidez e adquirir um passaporte para um grupo seleto de corporações tão tradicionais quanto você.

Como Rives já pregava na década de 60, por meio da sua proposta de venda inconfundível, ser tradicional é construir uma PVI tão exclusiva e capaz de alcançar a meta de sermos o mais diferente possível da concor-rência.

O Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, com seus 30 anos de serviços prestados aos médicos de Bra-sília atinge e consolida seu posicionamento de tradição, que seguramente foi muito importante para que auxi-liasse esta instituição a adquirir credibilidade junto ao seu meio e conquistar outro posicionamento de valor: ser o maior sindicato médico do país em efetividade.

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Por Elisabel Ferriche

Eles fazem parte do grupo que, em 1976, iniciou um movimento em busca de espaço político e saúde pública de qualidade. A maioria traba-

lhava no Hospital Regional do Gama que, já na época, so-fria com a falta de médicos e atendia um grande número de pacientes do Entorno. As condições de trabalho eram melhores do que hoje, mas faltava à classe uma entidade representativa que unisse os médicos de Brasília. Trinta anos se passaram e muita coisa mudou. As condições de trabalho e a infra-estrutura hospitalar pioraram e o nú-mero de pacientes triplicou, não só no Gama como em toda a rede pública hospitalar. Na época, o salário do mé-dico, que era capaz de comprar um fusca zero quilôme-tro, hoje mal paga a gasolina que o médico gasta de casa para o trabalho.

Nesse período, alguns médicos que faziam parte da-quele grupo aposentaram-se da antiga Fundação Hospi-talar e, embora tenham diminuído o ritmo de trabalho, muitos continuam na ativa.

É o caso do médico Francisco Aires, o sindicalizado número 3. Embora tenha se aposentado da então Funda-ção Hospitalar, continua na ativa como chefe da reumato-logia do Hospital Universitário de Brasília (HUB) e aten-dendo em consultório. Ele lembra que em 1976, quando a Associação Profissional dos Médicos de Brasília foi criada a situação era diferente. Na época os médicos tinham dois propósitos: convencer à classe de que eram empregados e de que os médicos precisam de uma entidade que os representasse politicamente. “Lutávamos por uma saúde pública de qualidade e, principalmente, que era necessá-ria a união da classe para evitarmos a mercantilização da medicina, como acontece hoje”, explicou.

Francisco Aires reconhece que o Sindicato cresceu e se fortaleceu e hoje faz um excelente trabalho de defesa do médico. Com a aposentadoria da Secretaria de Saúde, Francisco Aires hoje se dá ao luxo de pescar todo fim de semana na Serra da Mesa, onde consegue saborosos tucu-narés, espécie de peixe comum na região.

Outro médico que faz parte da história do sindicato é Lineu da Costa Araújo Filho, tesoureiro da primeira entidade médica do Distrito Federal: a Associação Profis-sional dos Médicos, criada em 1976, antecedendo o Sindi-cato dos Médicos e que durante muito tempo funcionou na Sociedade Brasiliense de Gastroenteorologia, cedida na época pela diretoria da entidade. Lineu faz parte do

grupo que lutou para a credibilidade que hoje tem o Sind-Médico. Em trinta anos, Lineu Filho continua batalhando em defesa do médico, atualmente como diretor de assun-tos acadêmicos. “Passamos quatro anos em uma sede ce-dida fazendo um trabalho de formiguinha para conseguir a filiação dos colegas médicos”, conta Lineu. Segundo ele, na época graças a um acordo em que os médicos recebiam pela produtividade, o salário era um dos melhores do Go-verno do Distrito Federal. Há um mês aposentado, Lineu continua trabalhando em prol dos médicos, na diretoria do sindicato da qual participa ativamente. Junto com Li-neu nessa luta estavam ainda o médico Saraiva e Sarai-va, que foi o primeiro presidente do SindMédico e que no momento dessa matéria se encontra em viagem na Espa-nha e Maninha que foi vice-presidente na primeira gestão SindMédico, em 1977, e depois presidente da entidade por 12 anos. “Foi nessa época que os sindicatos tiveram importante papel na vida dos trabalhadores que não ti-nham representatividade política. Por isso, a Intersindi-cal, criada à época, passou a ser a porta voz dos médicos”, conta Maninha. A participação da médica foi tão intensa que a vida sindical lhe proporcionou dois mandatos como deputada distrital e um mandato como deputada federal. Atualmente, filiada ao PSol e sem mandato eletivo, Mani-nha se dedica à perícia médica, ao marido, filhos e netos, mas continua na política, devendo ser novamente candi-data nas próximas eleições.

Por onde anda também o médico Edson Rulli Costa, associado número 100 do SindMédico/DF e responsável pela criação do Sindicato? Aposentado da Secretaria de Saúde, Edson Rulli trocou a clínica mé-dica do Hospital de Base pela gerência de tecnologia em produ-tos para a saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “Antes fa-zia assistência médica. Hoje trabalho na regu-lação de tecnologias na área da saúde”, explica o médico que já contribuiu com os

Por onde andam os fundadores do SindMédico/DF?

Dr.Lineu: ontem e hoje no Sindicato

Vida Médica

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inúmeros plantões dados no Hospital de Base. “Cada plantão no hospital equivale a cinco anos da nossa vida”, garante o mé-dico.

A participação de Edson Rulli na criação do Sindica-to dos Médicos foi muito importante e contribuiu para a va-lorização do profis-sional. Ele reconhece que a atuação sin-

dical do passado tinha um enfoque mais político, mais contestador voltada para as questões econômicas. “Hoje o sindicato busca melhorias na qualidade e condições de trabalho e está voltado às questões sociais”, reconhece o médico que se diz saudoso daquele tempo.

Outro médico que teve importante atuação na épo-ca é o Dr. Júlio César Meireles que também faz parte do grupo que criou a Associação Profissional dos Médicos do Distrito Federal. “A idéia surgiu do espírito político da classe que sentiu a necessidade da união para garantir

a manutenção de alguns direitos e a luta por outros. Ele lembra que a receptividade dos médicos foi muito boa à época e que a carta sindical foi liberada, pelo então mi-nistro do Trabalho Arnaldo Prieto, em menos de um ano da solicitação. “Logo no início tornamo-nos um sindicato forte e respeitado”, conta ele. Sua atividade sindical não se reduziu ao Sindicato dos Médicos. Foi também secretá-rio do Conselho Federal de Medicina, no período de 1994 a 1999 e antes, presidente do CRM/DF.

Hoje Júlio César reconhece que houve uma mudan-ça de orientação ideológica, mas o trabalho do sindicato continua o mesmo em defesa da classe. “A época mudou, as reivindicações mudaram, mas a entidade continua im-portante para a luta dos médicos”. Aposentado da Se-cretaria de Saúde, Júlio César trocou a pneumologia do Hospital do Gama pela perícia médi-ca do Ministério da Fazenda. Livre dos plantões e com mais tempo, ele se dedica também a escrever. “Sou mé-dico por equívoco e escritor por vo-cação”.

Saraiva: primeiro presidente

Maninha: 12 anos à frente da instituição

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Vinhos Dr. Gil Fábio

Os progressos espetaculares da enologiaDesde o fim da década de 1970, a compreensão dos fe-

nômenos físicos, químicos e biológicos que afetam o vinho progrediu de modo acentuado. Numerosos fenômenos tidos antes como falta de sorte encontraram finalmente uma expli-cação racional. Desse modo, as soluções para eles não são mais “torturas” que podem empobrecer o vinho mas cada vez mais, “remédios preventivos”, que respeitam a natureza.

A outra grande evolução é a de certos enólogos, em pri-meiro lugar Émile Peynaud, que começaram a se preocupar não mais com a ausência de defeitos, mas, verdadeiramente, com a qualidade dos vinhos. Eles foram chamados, cada vez com mais freqüência, aos vinhedos e ás adegas para desempe-nhar o papel de consultores, para colocar seu saber e sua sensi-bilidade a serviço da pesquisa da “personalidade” do vinho.

“Elaborador de vinhos”, uma nova profissãoAssim nasceu essa profissão de “elaborador de vinhos”,

que ainda conta com poucos praticantes no âmbito internacio-nal. Mas, concretamente, em que ela consiste? Os proprietários de vinhedos ou de empresas de vinificação que recorrem a ela-boradores e estabelecem objetivos. Pedem para fazer vinhos brancos, tintos ou rosés, dando-lhes um certo estilo: este pode ser tânico ou frutado para os tintos, aromáticos ou potentes para os brancos, aromático ou encorpado ( isto é, vinhos que possuem uma certa consistência) para roses. Devem em segui-da levar em conta diferentes parâmetros – o terroir, a cepa ou as cepas, que são praticamente sempre as mesmas, e as uvas, que mudam todos os anos – para definir os sistemas de vindi-ma e de vinificação mais bem adaptados.

Segundo o tipo de vinho procurado é preciso fixar a data das vindimas, definir o modo de colheita, manual ou mecânica, com triagem ou sem triagem, e determinar até o horário dessa atividade... Há uma infinidade de opções possíveis. Assim, no Chile, para produzir vinho branco, branco é preferível fazer a vindima entre 5h30 e 11 horas da manhã, quando a uva ainda está fresca, a fim de respeitar plenamente os aromas.

Vem em seguida a vinificação, em que, a cada estágio, intervém uma multidão de fatores que permitem alcançar re-sultados diferentes. Para os tintos, pode-se, por exemplo, jogar com o tempo e a temperatura de maceração, com os tempos, os rendimentos e a maneira como são efetuadas as remonta-gens (retirada do suco ou mostos, para lixiviar as partes sólidas, cascade uva, sementes, madeira vegetal, ou engaços). Para os brancos, pode-se assim jogar com o tempo e o modo de desbor-re (operação que consiste em retirar os sucos da parte de cima da borra). Poder-se-ia também falar da prensagem, cujo tempo e intensidade podem ser perfeitamente controlados pelas pren-sas pneumáticas, ajustadas a partir dos anos 1970. Do mesmo

modo, com outrora, essas duas operações na ordem inversa...Quando enfim, o vinho é elaborado, coloca-se a questão

de seu envelhecimento. Deve ser longo ou curto? Deve fazer-se em barril, novo ou usado (de um ano, dois, de dez?), ou em cuba, de inox, de cimento ou de madeira? Ou ainda em garrafa? A resposta a todas essas questões irá também influir no vinho.

A intuição do enólogoEntretanto, numa mesma propriedade existem frequente-

mente terroirs diversos, cepas variadas, vinhas mais ou menos idosas que dão, todas elas, lotes de vinhos vinificados separa-damente, e mesmo de maneira diferente. O correto seria então experimentar cada lote separadamente, depois mesclar aque-les que me parece interessante reunir para “fazer um vinho”.

É nesse momento que ocorre a maior parte da criação. Combinar e exaltar sabores e aromas para tentar dar a um vi-nho toda sua expressão, sua personalidade: está aí o resultado dessa profissão que, de certa forma, se assemelha à arte do cozinheiro ou perfumista.

Mas, para chegar a isso, pode ser necessário, intervir tam-bém no vinhedo: sua configuração, a plantação da vinha, seu manejo, ano após ano. Para que as uvas alcancem a maturação no melhor estado possível, é preciso também manejar sutil-mente as vindimas verdes (os cachos que são retirados dois meses antes da colheita para que as outras possam se expan-dir melhor) ou o desfolhamento que favorece a coloração e a maturação dos bagos. Enfim, há uma infinidade de fatores com os quais se pode jogar.

Como enólogo, poderia dizer-se que um bom vinho é, no caso dos brancos, aquele que tem uma bela definição aro-mática, uma harmonia entre a acidez e o álcool, e, no caso dos tintos, uma bela qualidade de tanino. Mas, como amante de vinho, poderíamos dizer que o bom vinho é aquele que está em harmonia com o momento, mesmo não sendo um grande vinho, mesmo não sendo um vinho conhecido. Um vinho que dá prazer porque o bebemos de manhã no campo, com uma rodela de salsichão que acabamos de cortar, pode ser também um bom vinho.

Em compensação, um grand cru classe que não está em seu apogeu, mal servido, quente demais, frio demais, ou mal acompanhado, pode ter suas belas qualidade estragadas.

A questão é, se vai ser possível com todas estas modifi-cações, este vinho moderno ser melhor que o da época ainda relativamente recente da fabricação tradicional, que levou sé-culos para ser constituído e produzir vinhos realmente expe-taculares. Será que a necessidade de grande aumento da pro-dução dos vinhos, com a demanda atual, estão respeitando a própria natureza?

Inovações sendo testadas na elaboração de vinhos

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Sindicais

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Literárias

DE GALENO A VESALIUS, 1400 ANOS DE EQUÍVOCOS

Aprimeira referência que temos de um ser humano que tenha dissecado al-guns corpos humanos provém do sé-

culo IV a.C. Trata-se de Herófilo de Alexandria, mas seus escritos foram destruídos pelo fogo.

Galeno, médico nascido em Pérgamo, na Ásia Menor, no ano de 126, desenvolveu seus estudos dissecando porcos, bodes e macacos. Suas obser-vações anatômicas, porém, assumiram um papel de dogma, e a crítica aos seus estudos constituía-se em uma heresia mortal.

Somente em 1316, decorridos mil anos da mor-te de Galeno, surgiu o primeiro anatomista que, comprovadamente, dissecou corpos humanos. Mas, embotado pelos erros de Galeno, Mondino descreveu, erroneamente, que o baço desemboca-va no estômago, que o fígado tinha cinco lobos, que o coração possuía três ventrículos e que o úte-ro era composto de múltiplos segmentos. E du-rante duzentos anos o seu livro Anathomia serviu como fonte de estudo sobre anatomia humana.

No ano de 1514 nascia, em Bruxelas, aquele que viria revolucionar o estudo da Anatomia e da Medicina. Andreas Vesalius passava longas horas no Cemitério dos Inocentes, em Paris, revirando ossos, sendo em diversas ocasiões ameaçado por cães selvagens. Obstinado e detalhista, mantinha durante várias semanas, em seu quarto, os corpos que tirava de túmulos ou que lhe eram dados após execuções públicas, dissecando-os, ensangüentan-do suas mãos, ao manipular exemplares humanos

infectados ou em decomposição. Na época, eram desconhecidos as doenças infecciosas, as bactérias e os vírus.

Em 1543 Vesalius apresentou ao mundo cientí-fico a sua obra prima – De humani corporis fabrica, li-vri septem, mais conhecido como Fabrica, que tinha 42 centímetros de altura e 28 de largura. Os sete volumes eram encadernados em veludo de seda púrpura imperial, com setecentas páginas e tipo-grafia jamais vista em um livro de medicina.

Os médicos da época ficaram atônitos com o bom gosto e o luxo do Fabrica. Porém o ex-profes-sor de Vesalius, o mais importante anatomista da Europa, escreveu ao imperador: Imploro a Vossa Majestade Imperial que puna severamente, como ele merece, esse monstro nascido e criado em vossa própria casa, esse que é o pior exemplo de igno-rância, ingratidão, arrogância e impiedade, a fim de eliminá-lo para que ele não envenene o resto da Europa com seu hálito pestilento.

E toda essa fúria se devia a contestações a al-gumas absurdas observações de Galeno: o fígado fabricava sangue; o útero possuía múltiplas câma-ras e a pituitária despejava suas secreções direta-mente no nariz. Três anos depois da publicação do Fábrica, Vesalius decidiu não mais publicar qual-quer livro, tantas foram as críticas ao seu trabalho.

Se imperador fosse, Jacob Sylvius teria prorro-gado por mais pelo menos 500 anos a obscuridade do início da era cristã. Não bastaram 1400 anos de equívocos.

Medicina em Prosa

Dr. Evaldo Alves de Oliveira

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