Revista Abla - Nº 27

24
Revista da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis ANO V - Nº 27 - Fevereiro/Março 2009 Volkswagen espanta a crise Fiat reforça parceria com o setor Fórum e Salão ABLA têm datas confirmadas Locação com sabor brasileiro Para atender às peculiaridades de cada mercado regional, atividade ganha contornos próprios em cada Estado do país Com cinco Seminários Regionais de apresentação, começa o Programa Capacitação ABLA

description

Revista da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis - ABLA

Transcript of Revista Abla - Nº 27

Page 1: Revista Abla - Nº 27

Revista da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis

ANO V - Nº 27 - Fevereiro/Março 2009

Volkswagen espanta a crise

Fiat reforça parceria com o setor

Fórum e Salão ABLA têm datas confirmadas

Locação com sabor brasileiroPara atender às peculiaridades de cada mercado regional, atividade ganha contornos próprios em cada Estado do país

Com cinco Seminários Regionais de apresentação,

começa o Programa Capacitação ABLA

Page 2: Revista Abla - Nº 27
Page 3: Revista Abla - Nº 27

editorial

O ano começou e o nosso setor tem pela frente o desafio de se manter competitivo, diante do difícil momento econômico pelo qual passa o Brasil e boa parte do mundo. No ano passado, investimentos de empresas do nosso setor foram realizados para a re-novação das frotas, controle de custos e aperfeiçoa-mento dos serviços, gerando aumento do número de usuários e da frota total disponível para locação no país. O setor caminhava, em 2008, novamente para um recorde de crescimento. Porém, a crise fi-nanceira global, que eclodiu a partir de setembro, fez com que previsões mais otimistas precisassem ser revistas. Isso, mesmo depois das medidas que se seguiram por parte do governo para evitar a falta de crédito na cadeia automotiva.

O nosso setor, que foi responsável por 8,2% das vendas das montadoras em 2007, depende funda-mentalmente de financiamentos para renovar sua frota e manter o negócio competitivo. Na prática, a tendência é que o mercado volte ao normal agora em 2009, principalmente a partir do segundo se-mestre. Será preciso que a oferta de crédito retorne a patamares mais próximos dos praticados antes do pico da crise.

A iniciativa do governo de liberar mais recursos para o setor automotivo foi uma medida louvável, mas outras deverão ser tomadas para não engessar o setor de locação de automóveis em 2009. É ver-dade que alguns reflexos imediatos da crise, como

O pior já passou?

a alta do dólar, favoreceram nichos específicos da atividade, tal como o turismo de lazer. As regionais da ABLA no Nordeste já trabalham com a certeza de que haverá aumento na ocupação dos veículos dedicados ao aluguel diário nesta alta temporada, uma vez que as praias nordestinas se tornaram, com o dólar valorizado, um destino mais atraente para quem deseja viajar.

Já o segmento de terceirização de frotas de-pende de outros fatores para se expandir, embora os juros ainda muito altos e a redução do nível de ati-vidade econômica até estimulem empresas a subs-tituírem as frotas próprias pelas locadas. Nesse caso, o aluguel funciona como fator de redução de custos operacionais e como oportunidade para uma ges-tão mais focada na atividade-fim de cada cliente.

Entre os entraves, listo o aumento dos custos financeiros das locadoras e a dificuldade de se obter linhas de crédito. São limitadores do nosso cresci-mento. Mesmo assim, acreditamos que o pior mo-mento já passou. Entramos em alerta, mas o sinal amarelo pode se tornar verde em breve, caso o go-verno e as instituições financeiras consigam garantir as linhas de financiamento que o nosso setor tanto necessita.

José Adriano Donzelli é presidente do Conselho Nacional da ABLA.

Page 4: Revista Abla - Nº 27

� ABLA em ação

A ABLA está consolidando os dados que irão compor a edição 2009 de seu Anuário, cujo lança-mento está previsto para a segunda quinzena de março, em São Paulo.

A grande expectativa é que o Anuário aponte qual foi, na média, o crescimento do setor em 2008. “As locadoras deverão manter o ritmo de expansão dos últimos anos, que girou em torno de 8 a 10%”, acredita o presidente do Conselho Nacional da ABLA, José Adriano Donzelli. “O crise nos afetou no final de 2008, como muitos outros segmentos da economia, mas esse impacto não nos impede de es-tarmos otimistas quanto a registrarmos um nível de crescimento compatível com o que apresentamos nos últimos anos”, completa.

Fiat surpreende na sua política de parceriaO presidente do Conselho Nacional da ABLA, José Adriano Donzelli, visitou a fábrica da Fiat em fevereiro

e foi recebido pelo diretor de Vendas Diretas Francelino Schilling e sua equipe. Os representantes da Fiat apro-veitaram o encontro para reforçar o grande espírito de parceria com a entidade, apresentando a nova política comercial para 2009, muito mais agressiva e interessante para todos os associados ABLA.

“A Fiat reconhece a importância do segmento de locação e, através desta política extremamente agressi-va, temos a certeza de ampliarmos nossa participação neste mercado”, explicou Schilling.

A nova política comercial já está em vigor, inclusive, para a nova linha Palio 2010 (leia mais sobre este lançamento na página 19 desta edição).

Fórum ABLA acontece em agosto

Abertura da última edição do Fórum: muitas novidades marcarão o evento em 2009

Div

ulga

ção

A ABLA realizará nos dias 11 e 12 de agosto, em São Paulo, o IX Fórum e Salão Nacional da Indústria de Aluguel de Automóveis. O evento, que é bienal,

IPVA em SPO governo do Estado de São Paulo reduziu em

50% a alíquota de IPVA para o recolhimento das lo-cadoras em 2009. A medida foi concretizada com a promulgação da Lei nº 13.296, de 23 de dezembro de 2008, publicado no Diário Oficial do Estado, de 24/12/2008.

O desconto vem ao encontro de uma antiga reivindicação das locadoras que atuam em São Pau-lo, representadas pela ABLA e pelo Sindloc/SP. As diretorias das duas entidades participaram de reu-niões na Secretaria da Fazenda, visando melhoria de processos que facilitem a adesão das locadoras e o pagamento dos benefícios, já de acordo com as no-vas regras firmadas pelo governo.

Anuário ABLA 2009

volta a acontecer no Centro de Convenções Transa-mérica, trazendo uma diversificada programação de atividades que debaterão o setor, com a participação de locadoras, parceiros, fornecedores e autoridades.

A ABLA já formulou convites para representan-tes do setor em outros países da América Latina, a fim de que o IX Fórum receba as principais lideran-ças do continente para discutir o futuro do negócio “locação”.

Montadoras e prestadoras de serviços de diver-sos segmentos já confirmaram presença no Salão, a feira paralela de produtos e serviços ligados ao se-tor, que trará, entre outras novidades, os lançamen-tos do mercado automotivo, com a oportunidade de se realizar test-drives durante o evento.

Haverá ainda iniciativas dedicadas ao mercado acadêmico, com o Prêmio ABLA, e exposição de pro-jetos elaborados para promover o desenvolvimento do setor.

Mais detalhes sobre a programação serão di-vulgados na próxima edição desta revista.

Consulte também o novo Portal da ABLA (www.abla.com.br).

Page 5: Revista Abla - Nº 27

04 ABLA em AçãoNona edição do Fórum e Salão ABLA acontece em agosto

ExpedienteConselho Gestor

José Adriano Donzelli; Alberto de Camargo Vidigal; Alberto Faria; Erozalto do Nascimento; Nildo Pedrosa; Paulo Gaba

Júnior; Paulo Roberto do Val Nemer

Conselho Gestor (suplentes)Carlos César Rigolino; Cássio Lemmertz; Eduardo Vanucci;

João Regueira; Luiz Mendonça; Paulo Bonilha (in memoriam); Valmor Emilio Weiss

Conselho FiscalCarlos Teixeira; João Carlos de Abreu Silveira; Raimundo

Nonato de Castro Teixeira; Saulo Tomaz Fróes

Conselho Fiscal (suplentes)Eládio Paniágua; Luiz Carlos Lang; Mauro Roberto Alves

Ribeiro; Nelson Reis

Diretor-SuperintendenteWeber de Oliveira Mesquita

Redação e EdiçãoRAF Comunicação ([email protected])

Jornalista ResponsávelOlivo Pucci (MTb 22.949)

Produção GráficaMatiz Design ([email protected])

FotosDivulgação ABLA, exceto quando indicado

Gráfica DuografTiragem

12 mil exemplares

É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.Locação é uma publicação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), distribuída gratuitamente a Empresas Locadoras de Automóveis, Clientes das Locadoras de Automóveis, Montadoras , Revendedores Autorizadas das diversas marcas, Importadoras de Veículos, Líderes Empresariais, Empresas e Entidades da cadeia produtiva do Turismo Nacional, do Mercado Financeiro e Jornalistas especializados.As opiniões expressas em artigos assinados não representam, necessariamente, a posição da ABLA.

Endereço Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar

CEP 04011-904 – São Paulo/SPTelefone: (11) 5087-4100 – Fax (11) 5082-1392

[email protected] – www.abla.com.br

BrasíliaSAS Quadra 01 Conjunto J, 6º Andar, Sala 602, Edifício CNT

CEP 70070-944Telefone: (61) 3225 6728 – Fax: (61) 3226 2072

08 RegionaisAtividades da ABLA em todo o país

10 TerceirizaçãoOportunidades que surgem durante a crise

17 MundoLocação de carros ecológicos étendência na Inglaterra

18 FrotaVárias marcas anunciam novidadespara este ano

21 OpiniãoABLA prossegue rumo à profissionalização

índice

14 CapaPeculiaridades regionais da locação no Brasil

20 MontadorasO vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen, Flavio Padovan, fala sobre o comportamento do mercado para este ano

11 Capacitação ABLASeminários Regionais abrem novaetapa do Programa

Page 6: Revista Abla - Nº 27
Page 7: Revista Abla - Nº 27
Page 8: Revista Abla - Nº 27

� regionais

Pernambuco

Valmor WeissA Regional representou a ABLA nas reuniões de diretoria do Sindicato das Locado-

ras de Automóveis (Sindloc) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga no Estado do Paraná (Setcepar).

Antonio PimentelEm dezembro, a diretoria regional da ABLA em Pernambuco realizou reunião com

as locadoras associadas no Estado e representou a entidade na festa de confraterniza-ção do Sindloc-PE.

Paraná

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Mato Grosso do Sul

Espírito SantoEduardo Correa da SilvaNo final de 2008, a diretoria regional reuniu-se com o Conselho Estadual de Turis-

mo para apresentar o Projeto de Sinalização Interpretativa e Indicativa para Vitória. A Regional também participou de reunião realizada pelo Conselho Municipal de Turismo da capital sobre a temporada de cruzeiros na cidade.

Marco Antonio de Almeida LemosEm reuniões com a Secretaria de Produção, a diretoria regional tratou de assuntos

relacionados à redução do IPVA para as locadoras de automóveis do Estado. A Regional também participou de encontros sobre a atividade turística em Mato Grosso do Sul, como o Workshop Trem do Pantanal e a reunião com o Campo Grande Convention Bureau sobre turismo de eventos na capital sul-mato-grossense.

Minas Gerais

SergipeOtávio Meira Lins NetoA Regional ABLA no Estado participou do lançamento do pri-

meiro mapa turístico de Aracaju, elaborado pela Fundação Muni-cipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). O material traz infor-mações sobre ruas, avenidas, pontos turísticos e roteiros próximos à capital, facilitando os deslocamentos dos turistas que desejam conhecer a cidade a pé ou de carro. O mapa foi apresentado du-rante a Feira de Sergipe, onde são comercializados artesanatos, comidas típicas e outros produtos locais.

Saulo Tomaz FróesO diretor regional da ABLA em Minas Gerais, Saulo Tomaz Fróes, foi reconduzido

à presidência do Sindloc-MG. A posse da diretoria reeleita pela quarta vez consecutiva acontece no dia 25 de março, na véspera do Seminário Regional Sudeste do Programa Capacitação ABLA (leia mais sobre o assunto na página 11). Luiz Fernando Porto, diretor regional da ABLA/MG, e Raimundo Teixeira e Mauro Ribeiro, conselheiros fiscais da as-sociação, também fazem parte da diretoria do Sindloc-MG para o biênio 2009/2010.

Page 9: Revista Abla - Nº 27
Page 10: Revista Abla - Nº 27

10 terceirização

As incertezas geradas pela crise financeira global têm feito com que empresas reavaliem seus custos operacionais, em busca de alternativas que tragam fôlego para o caixa. Trata-se de uma reali-

Terceirização de frotas pode crescer em ano difícilMesmo em locais de grande apelo turístico, como a Bahia, terceirização já ocupa espaço como principal atividade das locadoras

Faria: a terceirização avança no mercado baiano

dade que abre perspectivas para a atividade de ter-ceirização de frotas de automóveis, um nicho que vem experimentando expansão nos últimos anos. Segundo a ABLA, a expectativa é que o mercado de terceirização de frotas, que responde por 55% do fa-turamento das locadoras, cresça em torno de 20% em 2009.

“Nesse período do ano, quando deve ser pago o IPVA, as empresas que possuem frota própria sem-pre se voltam para a avaliação de uma possível ter-ceirização. Com a crise financeira, esse movimento torna-se ainda maior”, afirma José Adriano Donzelli, presidente do Conselho Nacional da ABLA.

A opção pela terceirização é muito convidati-va nesse momento para empresas interessadas em levantar seu capital de giro. Ao se desfazer de um ativo que, na maioria das vezes, não está diretamen-te relacionado à atividade-fim da companhia, é pos-sível obter mais recursos financeiros sem precisar recorrer aos bancos. “É uma alternativa vantajosa, inclusive, para pequenas e médias empresas”, expli-ca Donzelli.

Porém, segundo o presidente do Conselho Nacional da ABLA, a opção pela terceirização não deve estar associada somente à redução imediata dos custos financeiros. “É importante preocupar-se em obter maior vantagem competitiva a partir dos melhores serviços e da focalização dos esforços nas atividades ligadas ao produto final da empresa”, lem-bra.

De acordo com a ABLA, estudos comparativos entre manutenção de frota própria e terceirização apontam para uma economia média de 25% do de-sembolso final por parte das empresas, ao final de 24 meses após o início da locação.

Conforme analisa Alberto Faria, conselheiro nacional da ABLA e atuante no mercado baiano, projetos de infraestrutura para diversas áreas se constituem em uma oportunidade promissora para a terceirização. “A expectativa é que aumentem os investimentos do governo em infraestrutura, por meio do PAC. E isso poderá beneficiar as locadoras”, diz o conselheiro nacional.

Page 11: Revista Abla - Nº 27

11capacitação ABLA

Região Nordeste12 de março de 2009 (quinta-feira)Local: Recife (PE)Região Centro-Oeste17 de março de 2009 (terça-feira)Local: Brasília (DF)Região Norte19 de março de 2009 (quinta-feira)Local: Belém (PA)

Começou!Programa Capacitação ABLA tem início com Seminários Regionais de apresentação

Recife foi escolhida para sediar o primeiro Seminário Regional, no dia 12 de março, marcando o começo de uma nova etapa do Programa

Em março, o Programa Nacional ABLA de Capa-citação em Gestão e de Recursos Humanos (Capaci-tação ABLA) começa sua etapa de informação pre-sencial, com a realização de Seminários Regionais de Apresentação em todo o país.

Esses encontros servirão para os empresários do setor de locação tomarem conhecimento sobre como irá funcionar o Programa, cujo objetivo é qua-lificar duas mil pessoas que trabalham nesta ativida-de, atingindo centenas de empresas em todo o país. Representantes dos Sindloc´s e diretores regionais da ABLA também foram convidados e estarão pre-sentes.

Além da apresentação do programa aos parti-cipantes, os Seminários Regionais mostrarão quais são as vantagens econômicas da iniciativa para o setor, bem como as estratégias de mobilização. Os encontros também servirão para definir um mapa das principais competências profissionais a serem desenvolvidas ao longo do programa.

Após os Seminários, que acontecem entre os dias 12 e 26 de março (confira no quadro nesta pági-na), começará a terceira etapa do Capacitação ABLA, na qual haverá a realização dos cursos de qualifica-ção, pelo método a distância.

Seminários Regionais

Região Sul24 de março de 2009 (terça-feira)Local: Curitiba (PR)Região Sudeste26 de março de 2009 (quinta-feira)Local: Belo Horizonte (MG)

Confiram no site da ABLA (www.abla.com.br) os horários e outras informações mais detalhadas sobre cada um dos Seminários Regionais.

As datas definidas para os Seminários Regionais de apresentação do Programa Capacitação ABLA são as seguintes:

O Programa Capacitação ABLA está sendo re-alizado em parceria com o Ministério do Turismo, que apóia a iniciativa como forma de aperfeiçoar e desenvolver o setor de locação de automóveis, em consonância com outros programas setoriais já ado-tados pelo trade turístico.

Reci

fe C

&VB

Page 12: Revista Abla - Nº 27
Page 13: Revista Abla - Nº 27
Page 14: Revista Abla - Nº 27

1� capa

Locação com a cara do BrasilEm um país de dimensões continentais como o nosso, poucos segmentos econômicos podem se orgulhar de ter uma capilaridade que abranja a maior parte do território. O mercado de locação de automóveis é um deles

É um fato: as quase 2 mil locadoras que atuam no país estão presentes de Norte a Sul do Brasil e adquiriram, conforme a região, características diferentes. Em comum, o crescente nível

de profissionalização e o foco no atendimento, de acordo com as demandas específicas dos clientes.

Para entender algumas dessas diferenças, a revista Locação ABLA conversou os diretores regionais ABLA de cinco estados. Descobrimos que existem

características marcantes em cada uma dessas regiões. Quem imagina, por exemplo, que a locação diária

de automóveis, voltada para o turismo, é respon-sável pela maioria dos negócios na Bahia, terá uma surpresa com os números do estado. Ape-sar de a atividade turística ter uma força ine-gável, a terceirização de frotas já responde por 55% do faturamento das locadoras baianas. “O

turismo de lazer vem logo a seguir, com 25% das locações, e o turismo de negócios gira em torno de

20%”, afirma Simone Pino, diretora regional da ABLA na Bahia, que possui, de acordo com o último anuário ABLA,

182 locadoras e frota com mais de 10 mil veículos. Já na vizinha Minas Gerais, as operações estão diversi-

ficadas entre os três segmentos. “Por ter uma vocação mais voltada ao turismo de negócios, o movimento é mais abran-

gente nesse setor, mas a terceirização e o turismo receptivo têm crescido de forma substancial”, explica Saulo Fróes, diretor

regional no Estado, que dispõe de aproximadamente 33 mil veí-culos para aluguel em 213 locadoras.

Tanto na Bahia quanto em Minas Gerais, os meses de dezem-bro, janeiro e o feriado de Carnaval são considerados períodos de alta

temporada.No Centro-Oeste, o estado do Mato Grosso do Sul apresenta características

de mercado semelhantes às mineiras. “Empresas de mineração, usinas de álcool e cons-trutoras representam as principais contratantes de frotas. Locações para deslocamentos

na capital, Campo Grande, e viagens para a região do Pantanal respondem pela procura para fins de turismo de lazer e negócios”, comenta Marco Antonio Lemos, diretor regional da

ABLA no Estado, que possui mais de 1,5 mil veículos em 17 locadoras.No Mato Grosso do Sul, a temporada abrange principalmente o segundo semestre do ano,

com alternância de público-alvo em determinados meses. Em junho, julho, dezembro e janeiro, são os turistas domésticos que respondem pela maior parte das locações. Já em agosto e setembro, a

procura se intensifica entre os turistas internacionais.

Page 15: Revista Abla - Nº 27
Page 16: Revista Abla - Nº 27

16 capa

A cultura da locação de automóveis está consolidada nos principais mercados emissores de turistas para o Brasil, tais como os Estados Unidos, Europa e Japão. Isso explica o fato de os es-trangeiros serem clientes que costumam alongar o período da locação, aproveitando-se também do preço da tarifa brasileira (al-tamente competitiva, num comparativo em dólar, com os padrões internacionais).

No Paraná, essa teoria se comprova. Segundo o diretor regio-nal da ABLA no Estado, Valmor Weiss, o tempo de locação varia conforme o perfil do cliente. “Os que vêm de outras regiões para fins de negócios locam por cerca de três dias; algumas empresas, de cinco a sete dias; turistas estrangeiros, 30 dias; e curitibanos que saem da capital durante as férias, de 10 a 15 dias”, detalha. O Paraná conta com uma frota de mais de 15 mil veículos em 103 locadoras, segundo o Anuário ABLA.

Nas empresas mineiras e sul-mato-grossenses, as locações costumam durar entre dois e três dias. Na Bahia, o cliente perma-nece com o automóvel por um período maior, cerca de cinco dias. Entre os locatários, um perfil se sobressai: homens casados, com curso superior e cerca de 40 anos de idade formam um público de grande incidência. Na Bahia, eles vêm principalmente dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal.

Em Minas, empresas, profissionais liberais e “turistas de final-de-semana” absorvem a demanda. No Mato Grosso do Sul, o perfil é parecido, acrescentando-se executivos de grandes companhias e praticantes do ecoturismo.

Estrangeiros alugam por mais tempo

Praia do litoral baiano, destino muito procurado por estrangeiros: eles costumam alugar por períodos mais longos

Div

ulga

ção

Bahi

atur

sa

Perspectivas para 2009

De acordo com Saulo Fróes, da ABLA/MG, o setor de turismo de negócios representa o principal nicho de crescimento para o mercado de locação de veículos em Minas Gerais. Segundo o diretor, a atividade deve manter-se estabilizada no Estado, reflexo da crise mundial. “Em 2009, a diretoria regional intensificará a parce-ria com o Sindloc-MG em projetos de interesse do segmento”, explica ele.

Já na Bahia, as perspectivas estão mais concentradas nas locações voltadas ao turismo de lazer. Mas tam-bém há possibilidades de expansão nos setores de terceirização de frotas e turismo de negócios. “O turismo de lazer deve crescer mais impulsionado pela valorização do dólar, que leva a um crescimento do turismo interno”, comenta Simone Pino.

A Regional baiana manterá a aproximação com o trade turístico local e com o Governo do Estado, sobre-tudo no incentivo à terceirização de frotas na esfera pública. No Paraná, a terceirização também representa o principal foco de expansão, porém no âmbito privado. Assim como em Minas, a Regional paranaense atua em parceria com o Sindloc-PR em diversos projetos.

No Mato Grosso do Sul, a atuação junto ao Poder Público tem como prioridades a redução da alíquota do IPVA, a elaboração de mapa e sinalização turística para a capital, Campo Grande, e a captação de eventos que aumentem o fluxo de visitantes na cidade.

Page 17: Revista Abla - Nº 27

17mundo

Uma equipe de jornalistas de diversos países definiu quais são os finalistas para o prêmio “World Car of the Year” (Carro do Ano Mundial). Os mode-los já haviam sido indicados por leitores de revistas especializadas em todo o mundo. Agora a lista tem 11 modelos, sem separação de categoria. Desses, três continuarão no páreo até o anúncio do grande vencedor, que acontece em abril, durante o Salão de Nova York.

Os modelos que ainda podem ser escolhidos são o Audi A4 Avant; BMW 7 Series; Citroen C5 Se-dan/C5 Tourer; Fiat 500; Ford Fiesta; Honda Fit/Jazz; Jaguar XF; Mazda Atenza/ Mazda 6; Nissan GT-R; Toyota iQ; e Volkswagen Golf VI.

Locadoras oferecem ecocarros

Carro elétrico desenvolvido pela Fiat: modelos ecológicos estão em alta na Europa

Em Londres, começam a operar com sucesso as primeiras “locadoras verdes”, especializadas no alu-guel de “ecocarros” – carros movidos a biocombus-tível, biodiesel ou células de hidrogênio, ou mesmo híbridos, com motores elétrico e convencional. É mais uma alternativa que surge para fortalecer o mercado de locação, em alta desde que começou a ser disseminada a percepção de que o custo de ma-nutenção de um carro próprio em uma metrópole é muito alto, e nem sempre vale a pena manter um veículo na garagem.

Em capitais como Londres, a população já co-meça a descobrir o “peso” de um carro particular. O londrino coloca no papel taxas, impostos, paga-mento de seguro e o custo com o estacionamento, entre outras despesas, e chega a valores considerá-veis. Tudo isso, somado à preocupação ambiental, faz com que as locadoras estejam na ordem do dia entre os negócios mais modernos e “antenados” de nossa época.

Qual o melhor carro?

Citroen C5 Sedan: um dos indicados ao prêmio

Foto

s: D

ivul

gaçã

o

Page 18: Revista Abla - Nº 27

frota

Piloto automático na versão LXS, controle de estabilidade e entrada USB no sistema de som na versão EXS, para-choques com entradas de ar nas extremidades e contornos mais “agressivos” na gra-de central, agora cromada. Essas são as principais mudanças do Civic 2009, produzido pela Honda, e que já está disponível nas concessionárias do país. O modelo vem equipado com motor i-VTEC 1.8l SOHC Flex, que produz 140 cavalos na utilização de álcool e 138 cv quando abastecido com gasolina.

Novidades nas ruasMesmo com a expectativa em torno do comportamento do mercado, as montadoras devem lançar diversos modelos ao longo de 2009. Confira alguns deles:

Livina em produçãoChegam em março às concessionárias de todo

o país as primeiras unidades do Nissan Livina que já estão sendo produzidas na fábrica em São José dos Pinhais (PR). O modelo é o primeiro veículo de passeio produzido pela Nissan no Brasil e destaca-se pelo espaço interno e ampla visibilidade para o motorista, além do porta-malas que facilita o carre-gamento de bagagens. O Livina estará disponível nas versões 1.6, 16V, e 1.8, 16V. Até o meio do ano, a Nissan deve lançar o Grand Livina, segundo modelo da “família”.

Versão pick-upEstá previsto para este ano o lançamento da

Pick-up Sandero, anunciada pelo presidente da Re-nault Brasil durante o Salão de Paris e apresentada como carro-conceito no Salão de São Paulo, em 2008. É provável que o novo modelo tenha platafor-ma B0, a mesma do Logan e Sandero (foto), e design com linhas do Sandero.

Novos itens no Civic

1�

Page 19: Revista Abla - Nº 27

frota

Dois em umO melhor de um veículo de passeio e de um

utilitário esportivo. A Ford uniu as principais carac-terísticas de ambos no Ford Edge 2009, que chega ao mercado brasileiro na versão SEL completa. Com teto panorâmico opcional, o modelo vem equipado com aerofólio, faróis de duplo refletor e de neblina e motor Duratec V6 3.5L, com 24 válvulas e 269 ca-valos.

Palio Fire Economy e Siena 2010Partindo do grande sucesso das novas versões Economy no Mille Fire e

Mille Way, a Fiat mostra toda a sua agilidade e estende o importante conceito ao Palio Fire Economy My 2010. As versões 2 e 4 portas ganham o novo mo-tor 1.0 Fire Flex, que teve sua estreia no Novo Siena. Este motor, desenvolvido pela FTP Powertrain Technologies, representa a evolução dos já conhecidos e confiáveis motores da Fiat, trazendo aumento de potência e torque, maior economia de combustível e redução de emissões de poluentes. O ganho de potência é superior a 8 CV e a redução média alcançada no consumo de combustível é de 9%. A Fiat também apresentou o Siena Fire 2010 e o novo Palio ELX 1.8, que ganhou itens exclusivos, como sensor de chuva e espelho eletrocrômico.

Sexta geraçãoApresentado como carro-conceito no Salão de Paris, o Golf sexta gera-

ção deve começar a ser apresentado oficialmente em março, no Salão de Ge-nebra. O novo GTI da Volkswagen terá motor dois litros TFSI de 210 cavalos, o que garante aceleração de 0 a 100 km/h em 7,2 segundos, podendo chegar até 238 km/h. O modelo também polui menos: emite 178g de CO

2 por quilô-

metro rodado, onze a menos que a quinta versão (189g/km). Outro atrativo é o Adaptive Chassis Control (ACC), amortecedores pneumáticos ajustáveis que atuam sobre o sistema de direção. No design, rodas aro 18”, lanternas fumê, saias laterais e interior preto com costura vermelha, sete air-bags, som e ar-condicionado digital.

Luxo e tecnologiaA GM apresentou no Salão de Detroit, em janeiro, a versão 2010 do lu-

xuoso sedã Buick LaCrosse, que mantém a sofisticação do modelo associada a novas tecnologias, como o display de navegação disponível no para-brisa, iluminação noturna que direciona o foco dos faróis para as curvas das estra-das e o alerta de “zona cega lateral” que informa a presença de veículos que estejam fora do campo de visão do motorista. O Lacrosse 2010 vem equipa-do com os novos motores V6 de injeção direta, que variam de 3 a 3.6 litros, e estará disponível nas versões CX, CXL e CXS.

19

Page 20: Revista Abla - Nº 27

20 montadoras

Revista Locação: Como o senhor classifica o atual relacionamento da VW com as locadoras de automóveis? A queda na demanda por veículos no-vos provocou alguma mudança imediata?

Flavio Padovan: O segmento de locação de veí-culos é muito importante para a indústria automo-bilística e tem um grande potencial de crescimento no país. Temos um compromisso com a locadoras de veículos e estaremos sempre prontos a colaborar no sentido de oferecer veículos cada vez mais moder-nos e que atendam às necessidades dos clientes de locação. Aqui na Volkswagen fizemos recentemente uma grande mudança em nossa organização para atender de forma personalizada as empresas loca-doras. Portanto, temos um ótimo relacionamento com as empresas desse setor.

A crise financeira mundial afetou também o Brasil, o mercado de automóveis e em especial os veículos seminovos. Como consequência as loca-doras sentiram este impacto e foram obrigadas a revisar a estratégia de investimento. No entanto, esta não é a primeira e nem será a última crise que enfrentamos, portanto iremos reagir e recuperar o fôlego com o passar do tempo.

Locação: Quais as facilidades hoje oferecidas para as locadoras nas aquisições com a VW? O que tem sido implantado, ou o que será implantado para os próximos anos?

Padovan: Entendendo a situação atual de mer-cado, a Volkswagen tem se esforçado bastante para oferecer as melhores e mais atrativas condições para as empresas locadoras, com preços especiais e pra-zos de pagamento dilatados. Por outro lado, o envol-vimento da Volkswagen com as empresas parceiras tem a preocupação de desenvolver produtos e op-cionais que atendam às expectativas das locadoras e de seus clientes. Outro ponto que tem merecido a nossa atenção é o prazo de entrega, desde a data do

“Vamos superar mais esta crise”

Flavio Padovan, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen do Brasil

Uma empresa mais competitiva e cada vez mais empenhada em atender às

necessidades das locadoras. Assim o vice-presidente de vendas e marketing da

Volkswagen, Flavio Antônio Padovan, define a expectativa da montadora para 2009. “O

momento é de otimismo. Não será a primeira nem a última crise que iremos enfrentar”, diz

Padovan, nesta entrevista:

pedido até a disponibilização para o uso, momento no qual este passa a gerar receita ao negócio. Por isso, em 2008 reduzimos de 6 para 4 semanas o tem-po médio de entrega dos veículos a partir da data do pedido.

Locação: Qual o balanço geral que a VW faz do comportamento do mercado em 2008, no que se refere às vendas para as locadoras? Em 2007, por exemplo, a VW alcançou um market share de 31,1% entre as locadoras. Já existe alguma expectativa da empresa em relação aos números relativos a esse desempenho em 2008?

Padovan: É difícil fazer qualquer previsão no momento porque ainda não temos informações su-ficientes e tudo irá depender do comportamento da economia e do próprio setor de locação de veículos. No entanto, estamos otimistas e entendemos que o mercado poderá crescer em 2009. A VW possui uma linha completa de veículos e agora com o lan-çamento do novo Gol e do Voyage estaremos ainda mais competitivos.

Locação: E o mercado de forma geral, como foi em 2008? Para 2009, qual a expectativa?

Padovan: Devido à crise que afetou todo o mundo no final de 2008, ainda é cedo para fazer previsões. Confiamos na atual estrutura econômica do Brasil e na disposição do nosso governo em con-tinuar tomando as medidas necessárias para com-bater a crise.

Locação: O que podemos esperar em termos de lançamentos da VW para 2009?

Padovan: A Volkswagen apresenta atualmente um portfólio de produtos excelente, com 19 mode-los entre nacionais e importados. Para 2009 teremos muitas ações de produto, seja no lançamento de no-vos produtos, séries especiais e as modificações da linha 2010. Ao todo serão 15 ações de produto.

Page 21: Revista Abla - Nº 27

opinião

Ao longo de mais de três décadas, a ABLA construiu uma história de luta em prol do setor de locação de automóveis, superando dissabores, tur-bulências e crises econômicas. E por ter constituído essa trajetória, soube distinguir o momento de dar um passo adiante na defesa dos direitos do setor de locação de automóveis.

Assim, foi necessária uma reestruturação em seu modo de atuar, de maneira que a ABLA pudesse atender de maneira mais satisfatória aos anseios das locadoras espalhadas por todo o país. Essa reestru-turação ganhou corpo com a reformulação do mo-delo de gestão da ABLA, que passou a contar com um Conselho Nacional, formado por lideranças de diversos estados, as quais passaram a ser responsá-veis pela formulação das diretrizes e dos objetivos a serem alcançados.

Surgiu, ainda, como fruto dessa reformulação, o primeiro Conselho Fiscal da ABLA, que passou a realizar um indispensável trabalho de auditoria e controle das ações efetuadas pelos dirigentes da associação.

Em 2008, a ABLA acelerou seu processo de pro-fissionalização e contratou o primeiro presidente executivo de sua história. Este profissional se en-carregou de estruturar um trabalho de diagnóstico das principais necessidades do setor de locação, deixando as bases a serem agora utilizadas por um novo presidente executivo da ABLA, que em breve assumirá para implantar as medidas práticas que venham a tornar as locadoras associadas mais com-petitivas e adequadas ao mercado atual.

Toda essa organização é marcada fundamen-talmente pela participação de lideranças regionais, algo estritamente necessário para que se possa ga-rantir a representatividade das locadoras em nossa associação. Como empresário ligado a uma rede de locadoras com mais de 60 lojas em todo o país, sei que há disparidades regionais e demandas especí-ficas em cada Estado. O setor de locação no Brasil possui enorme capilaridade e está espalhado por todo o país. O que deve prevalecer, porém, é a bus-ca por resultados que favoreçam o setor como um

21

ABLA segue forteErozalto do Nascimento*

todo, e é isso que em nossa opinião temos observa-do no âmbito da ABLA.

Como associado da ABLA, contribuo com a en-tidade desde 1978. Fui membro de várias diretorias ao longo desses últimos 30 anos, sem nunca ter me afastado da associação, com participação ativa em todos os eventos e discussões.

Em todo esse tempo, nossa luta sempre teve o objetivo de agregar e buscar a profissionalização do setor, sempre respeitando os direitos de todas as empresas, sejam elas independentes ou perten-centes a redes, não importando a sua classificação como grande, média ou pequena empresa. Tem sido uma luta árdua, cheia de desafios.

Entre esses grandes desafios que ainda afligem o mercado de locação e que serão enfrentados pela atual gestão da ABLA estão a busca de crédito para manter investimentos, a qualificação de recursos humanos, a questão das multas de trânsito, as dis-paridades na cobrança de IPVA, as dificuldades em relação às carteiras de motoristas estrangeiros e a necessidade de facilitação para a desmobilização de nossos ativos.

Com sua nova estrutura, já consolidada, a ABLA deverá acelerar nos próximos meses as gestões, par-cerias e programas de desenvolvimento necessários, muitos deles já definidos na fase de diagnóstico, vi-sando atingir avanços em todos os pontos conside-rados críticos para o setor.

*Erozalto do Nascimento é empresário do setor de locação de automóveis em Florianópolis (SC) e Conselheiro Nacional da ABLA.

Page 22: Revista Abla - Nº 27
Page 23: Revista Abla - Nº 27
Page 24: Revista Abla - Nº 27