Revista ACSO 90 anos

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Comemoração dos 90 anos da ACSO, dedicamos essa revista à todos os comerciantes de Sorocaba.

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4 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Revista ACSO 90 anosAbril 2012

PresidenteNilton da Silva CésarVice PresidenteJosé Alberto Cépil

1� SecretárioLuiz Issao Kagiyama

2� SecretárioAparecida K. Miaki Bezerra

1� TesoureiroJoão Batista Sobrinho

2� TesoureiroLuis Gustavo MeikenRelações Públicas

Milena Gonzales CarrascoDiretor de PatrimônioMárcio Augusto P. Milego

Diretoria AdjuntaAndré Matieli NetoMauro de Miranda

Márcio Roberto BaptistaJoão Francisco GuarigliaLeila Rovella S. Barros

Tereza Vieira de CarvalhoConselho Fiscal

Antonio Sandroni FilhoLuiz Gonçalves dos Santos

Cleiton César CaldiniCleudenise Aparecida Bravo P. Silva

Eloisa Aparecida OhomotoPriscila Fernanda da S. Rosário

[email protected]

Tel.:15 3331-1003 • Fax 15 3331-1070

ProduçãoQualipan Publicações Diretora Comercial

Márcia NevesDiretora de Marketing

Cris LoboExecutivo de ContasEverton Ribeiro França

JornalistasAmilton LourençoCarolina Santana

Designer DiagramadoraTalita de Barros Mansani

WebDesigner Márcio de Oliveira

Tiragem5.000 exemplares

ImpressãoSilva Marts

Distribuição [email protected]

15 3017.5354 •15 9761.1041 • 15 9742.8930Artigos são de responsabilidade dos autores

e não reflete, necessariamente, a opinião da ACSO.

Esta revista conta a história dos noventa anos da Asso-ciação Comercial, patrimônio de Sorocaba e instituição que tenho grande honra em participar. O objetivo é mos-

trar momentos da vida e história da entidade que, em gerações sucessivas, construiu o que hoje é um orgulho para o municí-pio: uma fonte de ideias, de conhecimento, que toca na vida e na memória dos cidadãos sorocabanos. A história da evolução da Associação Comercial de Sorocaba, de como ela se transfor-mou e se modernizou nestas nove décadas se confunde com a história do município e da região. É uma trajetória de sonhos – sonhos que, com o trabalho e a energia dos seus colaboradores, dos empresários etrabalhadores sorocabanos, se transformaram em projetos, em obras, em aumento de emprego e renda. São noventa anosconstruindo o desenvolvimento. Diante deste cenário, a Asso-ciação Comercial de Sorocaba está, como sempre, apta a apre-sentar propostas e soluções para os momentos críticos. Como uma moderna instituição de fomento, sua atuação está pautada pela busca de novos parceiros e no estímulo ao crescimento, elemento essencial para a viabilidade econômica e para a conso-lidação de Sorocaba como pólo de desenvolvimento regional.Nestes noventa anos, a razão pela qual a AssociaçãoComercial existe é o seu associado. A participação de cada um nas decisões e no crescimento da entidade é o que determina o sucesso. Uma associação comercial além de defender os in-teresses de seus associados deve se preocupar com o desen-volvimento da economia local, apoiando e auxiliando o poder municipal na busca por recursos, definição de prioridades e direcionamento dos investimentos, ampliando e melhorando o setor produtivo, criando mecanismos de geração de novos postos de trabalho e capacitando o trabalhador. Com diversos tipos de serviços disponibilizados, a Associação Comercial de Sorocaba está de portas abertas para atender a população local e da região e, principalmente, contribuir para que tenhamos uma cidade cada vez melhor pra se viver.

Nilton da Silva CésarPresidente Associação Comercial de So-rocaba

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É importante ressaltar ainda que a experiência é umrequisito fundamental na vida profissional. E na atuação de uma entidade que trabalha para o desen-volvimento dos setores empresariais e da comunidade local e regional, contar com o apoio daqueles que ajudaram a fazer essa história é sem dúvida um dife-rencial a favor da Associação Comercial de Sorocaba. Além de histórica, esta publicação é um resgate, é uma oportunidade de valorizar esses líderes, é uma integração que nos fortalece e nos aproxima ainda mais dos objetivos da entidade.

Esta união deixa evidente que a Associação Comer-cial de Sorocaba cumpre sua missão de representar os interesses da classe empresarial, estimulando o seu fortalecimento dentro de princípios que valorizem a ética, a livre iniciativa e a promoção do desenvolvi-mento. Certamente, essa é a melhor definição para o que a Associação Comercial busca de maneira in-cansável: A participação de toda a comunidade neste processo.

Noventa anos buscandoo desenvolvimento É um grande prazer trazer ao público de Soro-

caba e região a publicação que celebra os no-venta anos da Associação Comercial de Soro-

caba, um patrimônio de Sorocaba.

Há quase um século, o mundo era muito diferente do que é hoje. Mas desde essa época já havia espaço para novas e criativas idéias, que contribuíram para o florescimento de iniciativas inovadoras como a criação da Associação Comercial de Sorocaba, em 1922. Este foi um divisor de águas na trajetória do de-senvolvimento de Sorocaba e região. A entidade nas-ceu da convicção de que o município precisava avan-çar, modernizar e tornar-se competitivo.

O mundo podia ser diferente naquela época, mas as necessidades da população de se desenvolver eram bem parecidas com as de hoje, ou seja, todos busca-vam melhores oportunidades, mais qualidade de vida e prosperidade.

Ao longo do tempo, os desafios foram se tornando maiores, mas não tão grandes quanto a perseverança do povo sorocabano e, especialmente, dos homens que estiveram à frente desta entidade, que sempre va-lorizou o trabalho e funcionou como uma espécie de referência para aqueles que buscam tirar o máximo de proveito das oportunidades que surgem no setor produtivo e no mundo dos negócios, mas sem nunca perder de vista o bem-estar coletivo.

Todos sabem que o mercado tem um papel essencial a cumprir na geração de riqueza e inovação, mas ele, por si só, não dá respostas a todas as perguntas.É necessário o apoio técnico e comprometido com os diversos setores da sociedade para que haja um mode-lo justo e promissor de desenvolvimento, assim como o que sempre foi proposto pela Associação Comercial de Sorocaba.

Apre

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ação

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04. Expediente04. Carta do Presidente06. Apresentação10. Associação Comercial - Uma história de compromisso com o desenvolvimentodo município12. A fundação da cidadede Sorocaba14. Década de 2016. O comércio na economiade Sorocaba18. Comércio Sorocabano20. Década de 3022. A cidade e suas conquistas24. Desde o início, caminhando com suas próprias pernas26. Década de 4028. Sorocaba, Tradição e Desenvolvimento30. Associação Comercial de Sorocaba. Mar-cada na história da Sorocaba32. Década de 5034. A vocação comercial dossorocabanos36. Novidades transformaram qualidade em tradição38. Década de 60

40. GPACI42. Lembrar do passado éentender o presente e planejar aconstrução do futuro44. Década de 7046. A importância do serviçoCentral de Proteção ao Crédito46. O camiseiro, um parceiro devárias décadas48. Sobre a origem e a alma50. Década de 8052. Comércio - Uma vocação histórica54. Amigos que ajudaram aescrever a história do comérciode Sorocaba56. Década de 9058. Noite inesquecível paracomemorar66. Ano 200067. Livraria Pedagógica68. A ACSO de portas abertaspara o empreendedorismo69. Lembranças70. Ano 201072. Globalização74. Uma vida dedicada aocomércio e ao Mercado Municipal76. Uma jovem senhora de 90 anos78. Sorocaba, uma cidadeconstruindo seu futuro complanejamento e compromissocom a sustentabilidade80. Conheça os serviços da ACSO82. Agradecimento84. Sodiê...é impossível resistir86. Psicoterapia entra em pauta88. Rota Uniforme92. A Acso segue os passos da evolução96. Educação Financeira

Agradecimentos• IHHGGS (Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba)• Sociais.com

SUM

ÁRIO

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É uma honra pra mim, enquanto prefeito, poder fazer parte das comemorações dos 90 anos da Associação Comercial de Sorocaba (ACSO),

instituição que representa importante setor produ-tivo, cuja atuação foi preponderante para o desen-volvimento de nossa cidade e de toda região.Não é por acaso que Sorocaba se transformou numa das principais cidades do Estado de São Paulo. Desde o início, sua posição geográfica e a visão empreende-dora de algumas pessoas fizeram com que a cidade despontasse no cenário mercantil.

As antigas Feiras de Muares, realizadas às margens do rio Sorocabanos no século XVIII, já destacavam o po-tencial da cidade como centro comercial. Era daqui que saia grande parte das mercadorias que abaste-ciam as principais cidades do País, fato que também fez com que a cidade fosse escolhida pelos evangélicos como base de distribuição de Bíblias para todo ter-ritório nacional.

A força do comércio e sua geração de riquezas fez com que a indústria também voltasse seus olhos para Soro-

Associação Comercial Uma história de compromisso

com o desenvolvimento do município

caba, que até hoje é um porto seguro para esse setor. Hoje, Sorocaba figura entre as dez cidades com maior potencial econômico e de consumo de São Paulo, bem como as melhores cidades do País para se viver.O comércio sorocabano está cada vez mais forte. E esse desenvolvimento também não se dá por acaso. Ele é planejado e a Associação Comercial de Sorocaba faz parte desse processo mantendo representante permanente no Conselho Municipal de Desenvolvi-mento Econômico e Social (CMDES), colegiado que discute o cenário acional e indica à Prefeitura o rumo das políticas que dão sustentabilidade ao desenvolvi-mento local.

Parabéns à Associação Comercial e a todo comércio de Sorocaba pelo trabalho e pelo comprometimento com o município. A Cidade deve muito a vocês, co-merciantes e comerciários, que se dedicam e se empe-nham para atender com qualidade nossa população.

Vitor LippiPrefeito de Sorocaba

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A região do rio de Sorocaba foi povoada ini-cialmente pelos Tupiniquins. Conta-se que, antes do descobrimento do Brasil pelos por-

tugueses, passava pelas atuais ruas de Sorocaba o “Pea-biru” (o caminho indígena transulamericano), um caminho utilizado pelos silvícolas e, bem mais tarde, pelos Bandeirantes e Missionários, em demanda do Sul e Oeste, com ramos que também se dirigiam ao litoral. Por volta de 1589, Afonso Sardinha, “O Velho”, seu filho homônimo conhecido como “O Moço” e o técnico em Mina, Clemente Álvares estiveram no morro Araçoiaba à procura de ouro. Encontrando minério de ferro, imediatamente comunicaram ao Governador Geral o achado. Em 1599, aqui esteve o Governador D. Francisco de Souza, levantando um Pelourinho, símbolo do poder real, na nova Vila de Nossa Senhora de Monte Serrat e mandando mineiros explorarem os córregos, rios e montanhas da redon-deza, em busca de ouro.

Nada encontrando, após seis meses, D. Francisco reti-rou-se, tendo início à decadência da Vila, que acabou por se mudar, por ordem do mesmo Governador, em 1611, para Itavuvu, ficando sob a invocação de São Fe-lipe, em homenagem ao rei da Espanha. Também esta povoação teve vida efêmera.

Os paulistanos percorriam os ramais do Peabiru à caça de índios para escravizá-los. Entre os “caçadores”, estava o Capitão Baltazar Fernandes (O Rebelde), que ganhou esta região em forma de sesmaria. Em 1654, Baltazar Fernandes e seu genro, o Capitão André de Zunéga Y Leon (O Forasteiro), a mando da Cama-rilla do Rio de Janeiro mudaram-se para a região. Em data não registrada, Baltazar Fernandes e sua família, mais os escravos índios, chegaram à região para o seu povoamento e posse. O primeiro documento ofi-cial de que se tem notícia é o testamento de Isabel de Proença, segunda esposa de Baltazar Fernandes, de 28 de novembro de 1654, quando aparece pela primeira vez o nome da “Fazenda de Sorocaba”. O pesquisador Rogich Vieira acredita fielmente que o povoamento deu-se logo após a frustrada aclamação de Amador Bueno, como “Rei de São Paulo”, em abril de 1641.Em 21 de abril de 1660, Baltazar Fernandes garantiu a fundação doando aos Monges de São Bento, de sua Parnaíba, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens.

Já tendo construído a Igreja de Nossa Senhora da Pon-te, atual Igreja de Sant’Ana, do Mosteiro de São Bento e sua casa de moradia, no Lajeado, Baltazar Fernandes garantiu a fundação do novo povoado, doando aos Monges de São Bento, de Parnaíba, muitas glebas de terra, a capela de Nossa Senhora da Ponte e outros bens, com a condição de que construíssem o convento e mantivessem escola para quem desejasse dedicar-se aos estudos.

Isso atraiu para a nova paragem muitos moradores espalhados pela região, auxiliando o povoamento e motivando a vinda de novos habitantes para a locali-dade. O povoado recebeu o nome de Sorocaba, de-nominação que tem sua origem no Tupi-guarani, que significa terra (aba) rasgada (çoro).

A exemplo de seus irmãos, Baltazar Fernandes viu sua “fazenda” crescer e com isso, a necessidade de dar-lhe vida pelo Direito. Assim, em 1661, Baltazar Fernandes aproveitou-se da presença do Governador Salvador Corrêa de Sã e Benevides em São Paulo e, através de um requerimento datado de 2 de março em que provava a existência na região de TRINTA FOGOS, como eram chamadas as famílias aqui estabelecidas, conseguiu o despacho no dia seguinte, permitindo que sua “fazenda” fosse elevada à categoria de Vila. O despacho também permitia a transferência simbólica do pelourinho da decadente Vila de São Felipe, no Itavuvu, para o seu local atual, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba. Também no mesmo dia 3 de março a primeira Câmara Municipal foi nomeada.

Site: http://www.camarasorocaba.sp.gov.br/siteca-mara/historiasorocaba.html(Prefeitura Municipal de Sorocaba)

A fundação da cidade deSorocaba IH

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A cidade de Sorocaba inserida num contexto esta-dual e nacional tem sua história atrelada às mudanças sócio-econômicas destas esferas, que, por sua vez, im-pulsionaram a urbanização das cidades direcionando, o que estas deveriam produzir e comercializar. Na re-alidade, esta não foi uma característica única do de-senvolvimento de Sorocaba, mas uma lógica inserida na trajetória urbano-industrial do Brasil e do Estado de São Paulo que determinou o modelo de desen-volvimento do sistema urbano das cidades paulistas da qual Sorocaba é parte.Este artigo mostra, sucintamente, alguns dados de pesquisa, que, por ser histórico, foi limitado de acor-do com a existência e disponibilidade de acesso dos mesmos, dados estes comparativos entre os anos de 1975 e 2010 sobre a atividade de comércio em Soro-caba. Estes dados são de pesquisas feitas por órgãos como IBGE que é uma instituição da administração pública federal, subordinado ao Ministério do Plane-jamento, Orçamento e Gestão, e da Fundação Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, fundação vinculada à Secretaria Estadual de Plane-jamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo. Cabe ressaltar que, há diferença entre as pesquisas feitas na universidade e aquelas realizadas por órgãos públicos de pesquisa e, ainda, das pesqui-sas realizadas nos institutos de pesquisa de opinião pública e de mercado.Apesar de Sorocaba ser considerada historicamente uma cidade com vocação industrial, sabemos que o crescimento industrial na cidade aumenta o processo de urbanização e cria necessidades de meios de dis-tribuição de seus produtos, assim no comércio, mais expressivamente, mas também o setor de serviços cresce para atender à demanda dos consumidores. Ademais, apesar da vocação industrial de Sorocaba o comércio apresenta uma participação muito alta na geração de empregos, e a diferença entre os percen-tuais dos setores(indústria-comércio) vem dimi-nuindo ao longo dos anos e torna-se bastante peque-na quando observamos as particularidades de cada um destes setores da economia.

O comércio na economia de Sorocaba

Fonte: Fundação SEADE - Informações dos Municípios Paulistas – IMP

Entre 1980 e 1985, em decorrência da forte recessão econômica do período 1980-83, houve forte redução das atividades industriais, no entanto, com relação ao comércio essa retração não foi sentida, o número de estabelecimentos comerciais no período 1975-1985 cresceu 70%, o que representou em números abso-lutos 939 novos estabelecimentos e um aumento de 10,3% do pessoal ocupado no setor e 6.858 novos empregos, que nos mostra uma média de sete novos empregos para cada novo estabelecimento comercial aberto.Através do gráfico abaixo demonstra , que, mesmo em épocas de auge e retrações econômicas o aumento dos números de estabelecimentos comerciais foi ascen-dente. Vejamos o gráfico 3, que traz dados importantes sobre a participação do comércio sorocabano na economia local através da geração de empregos:

Em suma, estes são alguns dos dados existentes que podem nos dar a dimensão da importância docomércio de Sorocaba para a economia não só local, mas, também para o Estado de São Paulo e para nosso país.

Empresa Anásile Pesquisa

Observe os gráficos abaixo:

A empresa Análise Pesquisaparabeniza a ACSO AssociaçãoComercial de Sorocaba pelos seus 90 anos de existência e por sua contribuição no desenvolvimento de Sorocabae toda sua região

Fonte: Fundação SEADE - Informações dos Municípios Paulistas – IMP

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“A revolução industrial da então Província de São Paulo iniciou-se, no final do século XIX no Vale Médio do Rio Tietê, com a instalação das primeiras fábricas de tecidos de algodão em cidades como Itu, Salto, Sorocaba, Tatuí e São Roque. O comércio sorocabano, fortalecido pela Feira de Muares e pela acumulação de capital por ela produzido, teve destacado papel no financiamento da cafeicultura, que penetrara em São Paulo pelo Vale do Paraíba e se expandia, então, na região de Campinas.Num segundo momento, os lucros da cultura do café financiaram a formação do parque industrial que daria, ao Estado de São Paulo, a liderança econômica do Brasil e transformaria sua capital no maior aglomerado urbano da América Latina. Muitos acreditam, em razão disso, que a industrialização paulista começou na Capital e dali espalhou-se pelo interior. Foi exatamente o contrário.”

Barão do Rio Branco (1930-1935). Antiga rua do comércio

Comércio sorocabano financiou o café e industrialização

Na segunda metade do século XIX, uma das áreas economicamente mais dinâmicas de São Paulo era o Vale Médio do Rio Tietê. A feira de muares, reali-zada anualmente em Sorocaba desde 1750, movimen-tava grandes capitais. Um número expressivo de em-presários sorocabanos se concentra, a partir de dado momento, no financiamento das vendas de tropas xu-cras e na concessão de aval às letras de câmbio com que compradores de tropas de mulas pagavam seus tributos no Registro de Sorocaba. De Sorocaba para o sul, expandia-se a cultura do algodão, cujo transporte até Santos foi um dos principais motivos da constitu-ição da ferrovia Sorocabana. A oeste se expandia a cafeicultura que, polarizada em torno de Campinas, chegava até Itu. Estamos felizes pelos 90 anos da Associação Comercial de Sorocaba.

Geraldo BonadioMestre em Teoria da Comunicação Faculdade de Comunicação Social“Cásper Líbero”

Em 1882, o comerciante português Manoel José da Fonseca, que enriquecera negociando algodão, inau-gura, na atual Rua Francisco Scarpa, a nossa primeira fábrica de tecidos: a Nossa Senhora da Ponte. Em trinta anos, Sorocaba torna-se um dos grandes polos da indústria têxtil, com cinco unidades de fiação e tecelagem (a fábrica de Fonseca, a Santa Rosália, a Santa Maria, a Votorantim e a Santo Antônio) e duas de estamparia (Votorantim e São Paulo).

A partir do final da década de 1970, com o desmem-bramento de Votorantim e a perda de competitivi-dade das fábricas de tecidos, a dominância no parque industrial passa ao setor metalúrgico e mecânico, com o aporte de grandes investimentos externos.

A raiz da cidade industrial, entretanto, foi o seu comércio que, entre a segunda metade do século XVI-II e o final do século XIX, acumulou os capitais e o espírito empreendedor necessários ao surgimento do parque fabril.

O dinamismo econômico do Vale Médio do Rio Tietê

Nosso primeiro industrial foi um homem de comércio

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E por isso conquistando prêmios. Sorocaba foi in-dicada pela Agência Nacional das Águas para ser o primeiro município brasileiro a integrar o Conselho Mundial da Água. E foi reconhecida como sendo a que mais avançou nas ações previstas no Pacto das Águas.

Essas são algumas das ações que reafirmam o com-promisso da Prefeitura de Sorocaba e da Câmara Mu-nicipal na busca da sustentabilidade. E a Associação Comercial de Sorocaba tem sido parceira da cidade nessa missão.

Parabéns, portanto, à ACSO.

José Francisco MartinezPresidente da CâmaraMunicipal de Sorocaba

É gratificante que os 90 anos da Associação Co-mercial de Sorocaba (ACSO) sejam comemo-rados num momento especialíssimo da cidade.

Pois é notável o crescimento de Sorocaba, e ele não ocorre a qualquer custo, mas, sim, de modo susten-tável, com mais qualidade de vida e preocupação com o meio ambiente.

Em uma década, o orçamento do município saltou de R$ 443,8 milhões para 1,6 bilhão de reais em 2012. Um exemplo é a construção do Parque Tecnológico, que abrigará um centro de pesquisa, onde irão atuar as melhores instituições de ensino País.

Depois da conquista da Toyota e de outras tantas in-dústrias, a boa nova é a vinda da Embraer, além da instalação de novos shoppings, hipermercados, ata-cadistas, entre outros E o poder público está fazendo a sua parte. O governo Vitor Lippi, com a ação efe-tiva do Legislativo, investe em desenvolvimento hu-mano, promovendo a justiça social e promovendo a boa qualidade de vida dos cidadãos por meio de pro-gramas como a coleta seletiva, a despoluição do Rio Sorocaba, as ciclovias e o Megaplantio.

A cidade e suas conquistas

Câmara Municipal, segundo prédio (1920). No local, também funcionou a cadeia pública

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Desde o início, caminhando com suas próprias pernas

“Nunca pedimos dinheiro para ninguém. A entidade sempre trabalhou prestando serviços para os asso-ciados, coisa que até hoje é nossa principal fonte de custeio”. A frase é do ilustre Owanil Furlani, presi-dente da Associação Comercial de Sorocaba (ACSO) de 1971 a 1985 e de 1991 a 1993. Importante parte da história da entidade, Furlani, resume o espírito em-preendedor e engajado que a entidade mantém desde o seu nascimento até os dias de hoje.

Desde sua fundação, em janeiro de 1922, a ACSO teve 29 presidentes. Aos 81 anos, Furlani lembra de fatos relevantes e diz que um de seus grandes legados para a entidade está na construção do prédio sede que fica na rua da Penha. A informatização do sistema da associação e a preocupação em mantê-la sempre na vanguarda do desenvolvimento também são heranças de suas administrações.

Empresário e pai de seis filhos, Furlani dividia-se en-

tre a família, os negócios e a associação. Ele lembra que foram 41 anos vividos dentro da entidade. “Boa parte da minha vida passei aqui”, resume ele que ocu-pou vários cargos dentro da associação e afastou-se apenas no início do ano passado.

Sobre a atuação da ACSO, o ex-presidente, desta-ca a autonomia financeira alcançada por meio da prestação de serviços como o Serviço Central de Pro-teção ao Crédito (SCPC) e o Serviço de Recuperação de Crédito (SRC). “A associação de Sorocaba foi a ter-ceira no Estado de São Paulo a se informatizar”, recor-da. Segundo ele, quando a informatização chegou à cidade apenas as associações comerciais de São Paulo (Capital) e Campinas, contavam com estruturas se-melhantes.

“Desenvolvemos todo o sistema aqui dentro, não pre-cisamos pagar licenças a ninguém”, orgulha-se. Mais uma vez, Furlani enaltece a posição de vanguarda

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assumida pela associação. Foi esse posicionamento, lembra o ex-presidente, que levou a ACSO, junto com outras associações do Estado, a participar de momen-tos importantes no cenário econômico nacional.

“Nós estivemos em Brasília durante a aprovação da Lei da Microempresa. Participamos de conferências e seminários. Eu estava no Plenário durante a votação da lei que tanto beneficiou a economia brasileira”, recorda. A derrubada da Cobrança Provisória sobre Movimentação Financeira, a tão polêmica CPMF, também contou com a participação da ACSO que aju-dou a trazer a discussão para o município e funcionou como ponto de coleta de assinaturas para extinção da cobrança do imposto.Agora, destaca Furlani, uma das bandeiras levantadas pela entidade é contra a alta taxa tributária que incide não só sobre os empresários, mas castiga toda a popu-lação brasileira.

“O imposto é mais pesado para a pessoa que ganha pouco. O rico não paga imposto no Brasil, o que ele paga não chega a prejudicar o seu sustento”, afirmou.Como entidade apolítica, a ACSO nunca teve posi-cionamento partidário. Se existe uma política dentro da entidade, é a do bom relacionamento com o poder público, esclarece Furlani. “A casa sempre esteve a-

berta para a administração municipal”, diz. Como e-xemplo ele cita a revitalização do Centro sorocabano promovida pelo então prefeito Renato Amary. “Ele fazia reuniões quase que semanais com os comerci-antes aqui no auditório da associação para explicar o andamento das obras e coletar informações do setor”, ponderou.

Para os próximos 90 anos da ACSO, Furlani diz só enxergar sucesso. Entre seus desejos está o de ver a continuidade dos serviços prestados e o fortalecimen-to ainda maior da representatividade da associação. “Sempre estaremos atentos para estar na vanguarda do desenvolvimento, isso é uma das coisas mais im-portantes”, finaliza.

Owanil Furlani

Dr. Boulevard Braguinha. Foto:Fábio Rogério

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A tradição e o desenvolvimento em Sorocaba não se apresentam como muitos pensam de forma antagônica. Pelo contrário, eles se

complementam. Basta uma simples visualização dos períodos históricos da região de Sorocaba para perce-ber que em razão de sua posição geoestratégica, desde o princípio fomos por vocação, voltados ao caminho da trilha indígena, que ao contrário da inibição, fa-vorecia o relacionamento. Assim desde a pré-história o contato entre diferentes grupos indígenas e depois com o português coloni-zador favoreceu o intercambio e a evolução deste decorrente do escambo e depois o comércio. Na fase bandeirantista, as necessidades se fazem sentir e o homem, vai buscar o seu sustento, representado nas presas ou pelos achados que trazia consigo. Com o tropeirismo é que realmente inaugura-se o período áureo de nossas relações mercantis, e marca definitivamente a gente sorocabana. O comércio das tropas xucras das zonas criatórias do sul, pampas e adjacências, com sua condução até Sorocaba, onde se realizavam anualmente as famosas feiras, com com-pradores de diferentes regiões do país, mas notada-mente mineiros, paulistas e fluminenses, marca inde-levelmente momento da história Pátria que até hoje ainda se ressente da necessidade de estudos mais de-talhados. Este capítulo de nossa história está intimamente liga-do ao desenvolvimento de todo um mercado interno, essencial para a constituição de uma nação livre e in-dependente. O tropeirismo trouxe como resultado, um considerável acúmulo de capital, que permitira posteriormente investimentos gigantescos que se des-

dobrarão em novas etapas da história do município, exemplificados na constituição das primeiras fábricas têxteis, na criação da Estrada de Ferro Sorocabana, entre outros. O importante, entretanto é a consolidação de uma sociedade alicerçada no elemento mercantil, que di-versamente de outras constituídas com base agrícola, terá um desdobramento completamente diferencia-do. Assim o comércio, sendo o elemento central de nossa sociedade, faz com que o relacionamento seja mais liberal e democrático, refletindo em seu aspecto político o comportamento geral de sua população com ênfase a um cosmopolitismo, uma vez que aceita uma clientela de regiões bastante diferentes. O com-portamento também reflete os valores de uma época, pois os compromissos comerciais estavam sempre alicerçados na honradez e empenho da palavra dada – em decorrência do que subsiste a expressão “fio do bigode” aceite como assinatura ao trato empenhado. Sucedem-se etapas históricas como a da industriali-zação, a da terceirização ou prestação de serviços, e a urbanização se acentua, moderniza-se com amplo de-senvolvimento em todos os setores. O comercial agora representado pela Associação Comercial de Sorocaba dá continuidade, zelando por essa tradição arraigada de valores, mas empenhada sempre ao contínuo im-plemento às novas tecnologias e inovações, que caracterizam a vanguarda da contempo-raneidade. Parabéns ACSO.

Adilson Cezar Presidente do Instituto Histórico,Geográfico e Genealógico de Sorocaba

SOROCABA,TRADIÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Estação Ferroviária e Oficinas da Sorocabana (1950)Antiga escola do comércio que posteriormente tornou-se a Organização Sorocabana de ensino (OSE) (1950)

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Enquanto em São Paulo os preparativos para a Semana de Arte de 1922 estavam na reta final e, nos meios políticos se articulavam os pla-

nos para o lançamento futuro do Imposto de Renda no Brasil, em Sorocaba, a 20 de janeiro de 1922 era fundada, por um grupo de empresários, a Associação Comercial.

Quando o Sr. Dr. Bráulio Guedes da Silva assumiu como primeiro presidente, não fazia ideia do quanto esta reconhecida entidade iria influenciar e contribuir para a preservação dos interesses comerciais da ci-dade.

Sempre preocupada em manter e lutar pelos anseios de seus associados, apoiando a livre iniciativa e a eco-nomia de mercado, a ACSO (Associação Comercial de Sorocaba), que hoje reúne empresários represen-tantes de todos os setores da economia, dispõe de recursos humanos e técnicos que muito contribuem para a atividade fim de cada um desses associados, dispondo de banco de dados de livre acesso.

A Padaria Real, na pessoa de seu presidente Sr. José Vicente de Souza, representado pelo Consultor Or-ganizacional Sr. Álvaro Wachtler, aqui comparece para ser homenageada neste aniversário de 90 anos da associação.

Muito nos honra esse reconhecimento pois, assim como a ACSO a Padaria Real também lutou muito por preservar os interesses dos comerciários e co-merciantes, participando ativamente das respectivas entidades de classe e abordando sempre assuntos de interesse geral.Parabenizamos essa respeitada instituição e deseja-mos que muitas outras realizações venham a se so-mar a esta, de tal modo que sua história, assim como os demais fatos registrados aqui, seja indelevelmente marcada na cidade de Sorocaba.

A Padaria Real deseja felicidadesà Associação Comecial

Associação Comercial de Sorocaba marcada na história da cidade

Homenagem à Padarial Real, representada pelo Sr. Alvaro Wachtler e Srª. Mariangela Togni

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Década de 50

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Acreditamos que a vocação comercial do mu-nicípio de Sorocaba nasceu junto dos primei-ros moradores dos Campos Largos do Araçoi-

aba e que ao redor dessa montanha viveram há 10 mil anos antes do presente. Povos nômades que viviam da pesca, caça e coleta de frutos, ao mesmo tempo em que já comercializavam com outros povos de todo o continente sul-americano, através do escambo (troca de mercadorias, pois eles desconheciam a existência do dinheiro, mas deveriam conhecer a equivalência entre os produtos barganhados). Para facilitar esse sistema de trocas, registramos a passagem pela bacia do rio Sorocaba, do famoso caminho transulamerica-no do Peabiru, que ligava a região do Oceano Pacífico com o litoral do Oceano Atlântico.

Se voltarmos no tempo e através da experiência de nossos estudos, verificamos que já naquela época, era praticado o que chamamos hoje de Mercosul.Em 1532 inicia-se a destruição desses povos em vários estágios culturais, pela chegada simultânea pelo Pací-fico do espanhol Pizarro e pelo Atlântico, de Martim Afonso de Souza, que fundou a Vila de São Vicente nesse ano. Os historiadores acadêmicos chamam esse período de conquista, mas na verdade era o da des-truição dos costumes dos diferentes nativos espalha-dos pela América do Sul.

Procuravam o “El Dorado” com suas riquezas e os espanhóis tiveram mais sorte do que os portugueses, que contentaram-se com a troca de pau-brasil por bu-gigangas, e partiram para a caça do povo primitivo para escravizá-lo e até mesmo repovoar os engenhos de cana-de-açúcar do nordeste brasileiro, tanto que Antonil (historiador daqueles tempos) registra em sua obra sobre a economia que os povos nativos, “são as mãos e os pés do senhor de engenho”.

Assim viveram os primeiros sorocabanos após a criação da Vila de Nossa Senhora da Ponte de Soro-caba em 3 de Março de 1661. A pequena Vila despo-voava, porque seus habitantes iam ao sertão, cada vez mais distante atrás dos escravos, até que em 1719, os sorocabanos Paschoal Moreira Cabral Leme e Miguel

Sutil de Oliveira descobriram ouro nos Rios Coxipó e Cuiabá. A partir daí mudou a história comercial para a mineração do precioso metal e como todos estavam envolvidos nesse trabalho, havia a necessidade de remeter mantimentos e ferramentas para fixá-los no trabalho.

Ai surge nova oportunidade para o comércio desen-volver-se. Desta vez, por meio das embarcações que saiam de Porto Feliz ou das margens do rio Sorocaba, da qual há relatos publicados em livros, relacionando o material transportado pelos dois rios até atingir Cuiabá.

Curiosamente, a História registra que 1733, quando dois sorocabanos fundavam Vila Bela do Mato Grosso as margens do Rio Guaporé, passavam pelas ruas da pequena Vila de Sorocaba, a primeira tropa de muares com destino as Minas Gerais, conduzida por Cris-tóvão Pereira de Abreu, abrindo um novo ciclo co-mercial para Sorocaba, que vai prolongar-se até 1897, com suas famosas feira de muares, que procedentes dos pampas gaúchos, paravam nos Campos Largos (com abundantes pastos, rios e lagos) para refazer-se da longa jornada.Com o advento do caminhão, o tropeirismo foi di-minuindo, mas existe até hoje em regiões montanho-sas, onde as mulas transitam tranquilamente. Nesses anos Sorocaba foi elevada à Categoria de Cidade, cresceu e apareceu.

Adolfo Frioli é pesquisador autodidata da geo-história da região do Araçoiaba, fotógrafo e museólogo

A vocaçãocomercial dossorocabanos

Imagem panorâmica da cidade de SorocabaFoto: Aldo V. Silva

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A visão de vanguarda do comerciante Moysés Stefan (hoje com 89 anos) e sua família, levou à reformulação da Supermercearia São Bento

que há aproximadamente 20 anos passou a ter produ-tos importados como principal nicho de vendas. A idéia era oferecer mercadorias dificilmente encon-tradas na cidade, revela Stefan. O comércio funciona no mesmo ponto desde 1940. Foi um dos primeiros a trabalhar com o serviço de entrega de compras e hoje conta com restaurante, padaria, confeitaria, açougue e oferece produtos exclusivos vindos de muitos países do mundo.

Por sua descendência Stefan é conhecido na cidade como seu Mussi. Filho de mãe Síria e pai libanês, Ste-fan conta que o pai, Miguel Stefan faleceu muito jo-vem deixando sua mãe, Olga Stefan com quatro filhos pequenos. Primogênito, na época do falecimento do pai estava com 12 anos e carregou a responsabilidade de auxiliar a mãe na criação dos irmãos Jorge, Elias e Maria. A família tinha um pequeno bar que teve de ser fechado após a morte do pai.

Aos 17 anos, Mussi foi trabalhar na Capital, onde ficou por dois anos. Em 1940, no meio da Segunda Guerra Mundial, Mussi achou melhor voltar para So-rocaba e atendeu ao pedido de um parente que o aju-dou a reabrir o bar, que agora ficaria na Rua da Penha e, com o passar do tempo, passou a ter uma pequena mercearia. “Passamos muita dificuldade financeira com a Segunda Guerra Mundial. Chegamos a comer arroz, feijão e salada de cebola todos os dias”, relem-bra. Com sacrifício, todos os irmãos estudaram e no início da década de 50 o pequeno comércio começou a prosperar.

“Naquela época dobramos de tamanho e inovamos com o serviço de entrega”, recorda. No início as en-comendas eram entregues com um carrinho de mão. Depois a família conseguiu uma charrete e, três anos mais tarde, passou a fazer as entregas com uma caminhonete Chevrolet. O serviço de delivery existe até hoje e Mussi orgulha-se de ter sido um dos pionei-ros também nessa área.

A idéia de vender produtos importados pensando em oferecer mercadorias mais raras na cidade vingou e

hoje, conta Mussi, metade dos produtos ofertados na loja são estrangeiros. “Temos uma variedade muito grande de bebidas e outros produtos alimentícios. Até hoje sou sócio da Bolsa de Cereais de São Paulo e conheci grandes importadores, isso facilitou muito o nosso trabalho”, explica o comerciante.

O casamento com Mussi com a esposa, Dona Norma, foi em 9 de julho de 1954. Da união nasceram três filhos: Miguel Stefan Neto, Márcia Stefan Hatem e Mussi Stefan. O primogênito, Miguel, faleceu aos 18 anos, mas sempre ajudou a família no comércio. Os outros dois, conta orgulhoso o patriarca da família, continuam trabalhando na Supermercearia até hoje. “Sozinho eu não poderia fazer nada”, agradece.

Hoje a Supermercearia continua funcionando no tradicional ponto da Rua da Penha, 1.176. O estabe-lecimento conta com 90 colaboradores. Uma grande reforma foi feita recentemente e o prédio, que conta com mais de 3 mil metros quadrados de área con-struída, abriga a loja no térreo, um restaurante que funciona de segunda a domingo, padaria e confei-tar-ia. “A São Bento é única, desde 1940 no mesmo endereço. Temos tradição e qualidade. Ou seja, tradição na quali-dade”, brinca Mussi.

Novidades transformaramqualidade em tradição

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Década de 60

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O GPACI – Grupo de Pesquisa eAssistência ao Cân-cer Infantil, entidade sem fins lucrativos, presta atendimento médico-hospitalar a todas as crianças e adolescentes de Sorocaba e região.

A atividade principal do Hospital GPACI é a preven-ção, tratamento e cura do câncer infanto juvenil em pacientes de 0 até 18 anos.

O GPACI é um hospital muito importante para Soro-caba e região. Os profissionais da área de cancerologia são altamente especializados. A participação da sociedade é preponderante para o bom funcionamento do hospital, as despesas de custeio abrange mais de 50% de toda arrecadação do GPACI, incluindo assistência médica, quimioterápi-cos, exames e diagnósticos, materiais médico-hospi-talares e alimentação das crianças e acompanhantes.

O Conselho Deliberativo, Administrativo e Fiscal do GPACI tem a grande responsabilidade, de empregar os recursos advindos da sociedade e aplicá-los de forma integral para o custeio do hospital. Cada pa-ciente representa um valor diferente devido ao grau de evolução da doença.

Os índices de cura chegam a 80% para as leucemias e 60% para os tumores sólidos, índices compatíveis com os melhores hospitais do Brasil e do mundo.

Toda a equipe do GPACI está na reta final para entre-gar ao público um hospital novo e equipado para que os pacientes e seus familiares sintam-se acolhidos e confiantes nos melhores resultados.

Em breve Sorocaba e região receberão um hospital moderno e devidamente equipado elevando ainda mais o grau de comprometimento do GPACI na batalha contra o câncer infantil.

A área total hospital é de m2, incluindo o terceiro pavimento onde estão instalados os serviços do Cen-tro Cirúrgico, UTI Pediátrica, Agência Transfusional. O segundo pavimento conta com 25 leitos clínicos e cirúrgicos, Espaço da Família II, Refeitório e áreas de apoio. O primeiro pavimento conta com 21 leitos clínicos e cirúrgicos, auditório, laboratório de análises clínicas e áreas de apoio. O pavimento térreo conta com 08 leitos quimioterápicos ambulatoriais, farmá-cia, fisioterapia, odontologia, serviço social, psicolo-gia, nutrição e dietética, refeitório, 06 consultórios médicos, sala de raios-x, sala de ultrassonografia, es-paço da família I, recepção, almoxarifado e adminis-tração.

O hospital atende 48 cidades da região que abrange uma população de dois milhões de pessoas.

Em breve!!!

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A pior inimiga da evolução do homem é a aco-modação motivada por situações favoráveis. Quando o ser humano para de crescer e se

desenvolver, começa a morrer. Se não houver novos objetivos, inovações, propósitos que alavanquem e es-timulem o crescimento e a continuidade, invevitavelmente se cai.

Hoje, Sorocaba vive um momento especial com deze-nas de investimentos milionários sendo anunciados, o que gera riqueza e prosperidade. E ao se deparar com esse constante crescimento, a cidade precisa assumir a responsabilidade de construir ações que possam pos-sibilitar o desenvolvimento ordenado, que gere quali-dade de vida para toda a população.

Diante desse cenário de prosperidade podemos aproveitar o momento histórico vivido pela Asso-ciação Comercial de Sorocaba, que completa 90 anos, para retomar os ideais dos seus fundadores. Precisa-mos planejar a Sorocaba que queremos. Por isso, não podemos esquecer o que fomos nem deixar de olhar e analisar, seriamente, onde estamos agora, para decidir e planejar o que seremos e onde queremos chegar.

Para solucionar essa equação, a Associação Comercial de Sorocaba tem papel fundamental, pois ela é quem oferece suporte ao segmento econômico que deu

origem ao desenvolvimento de Sorocaba. Os desafios lançados pelo mundo globalizado e pela ótima fase vivida por Sorocaba vão além das questões internas. O fator crise, por exemplo, que avança em proporções epidêmicas e boatos ou veracidade sobre ela não deve ter poder nenhum sobre ninguém.

Talvez esse seja um dos desafios da Associação Comercial neste momento, ou seja, estimular, fomen-tar, induzir ao desenvolvimento, pois pior do que a crise global é a crise individual. Na hora da crise, sem uma crença positiva e uma mentalidade vencedora, o que prevalece é a pertur-bação e o desespero. Sem fé e determinação, nada se movimenta, somos arrastados pelo medo e pela inér-cia, sabe-se lá, para onde.

Por isso, além dar meus parabéns à essa instituição que ajudou a construir Sorocaba, desejo toda sorte e motivação para que ela continue ao lado das pessoas que trabalham, produzem e buscam um futuro melhor.

Laelso RodriguesPresidente da Fundação Ubaldino do Amaral

Lembrar do passado éentender o presente e planejar a construção do futuro

Região Central de Sorocaba (1980) Vista Panorâmica do Centro de Sorocaba (1999)

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Década de 70

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A Associação Comercial de Sorocaba não poderia deixar de lembrar nesta data tão importante de um de seus mais antigos parceiros. Está lembrança é o reconhecimento da entidade pela relevante contribuição dada por essa empresa e seus familiares para a história do comércio sorocabano. O Camiseiro é um dos atores mais importantes no desenvolvimento do segmento comercial e que segue ativa-mente o futuro que já chegou, trazido pela expansão econômica regional. Por essa trajetória de serviços prestados a comunidade, a Associação Comercial só tem a agradecer ehomenagear essa empresa, que durante décadas se mantém como parceira fiel e atuante, contribuindo com a defesa dos interesses de todos que integram o segmento comercial do município.

As empresas do grupo Julio & Julio agradecem a Associação Comercial de Sorocaba por ter sido lembrada nesta data tão importante para a entidade.A Associação Comercial, que também é uma empresa, é uma instituição que contribui de forma fundamental, para o sucesso das empresas de Sorocaba e região. São diversos serviços, especialmente, o que fornece informações aos seus associados, ajudando-os a analisar a vida financeira dos clientes e possibilita manter um percentual de inadimplência próximo de zero. É importante destacar ainda o baixo custo deste tipo de serviço em relação ao mercado. A empresa que não utiliza esta importante ferramenta oferecida pela Associação Comercial e também não administra de forma correta sua carteira de crédito dos clientes, pode um dia dormir com o maior faturamento de sua história, mas acordar no dia seguinte com o caixa deficitário por conta do calote de seus clientes.

Grupo Julio & Julio

O Camiseiro, um parceirode várias décadas

A importância do Serviço Centralde Proteção ao Crédito

Homenagem à empresa Julio & Juliorepresentada pelo Sr. Ricardo Pettie Srª. Angela Regina Petti

Homenagem à Loja O Camiseirorepresentada por Maurício Cardum

e Srª. Tereza de Goes

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Conheci o atual presidente da AssociaçãoComercial de Sorocaba, o “Treze”, na praça central da cidade, quando ele ainda era um

menino, e eu, um adolescente. Lá, na praça, ele exercia a profissão que todos queríamos ter, porque aconte-cia ao ar livre, era divertida, exigia certa “perícia” - o que fazia com que o “profissional” se destacasse mais ou menos entre os “concorrentes” - e, acima de tudo, permitia ganhar bons trocados. Era engraxate, ativi-dade permitida aos meninos – como se dizia – que não tinham nascido em berço de ouro, mesmo porque naquele tempo não se falava em “exploração do tra-balho do menor”. Naqueles dias também não se fazia diferença de “nascimento”. As pessoas eram simples, singelas, solidárias, abertas... Frequentavam os mes-mos lugares públicos da cidade, inclusive os “Peladão do Scarpa” e “Campinho do Vasco” (hoje Marginal Praça Dom Aguirre), à beira do rio.

Minha origem e minha história são um pouco dife-rentes da do “Treze”, mas ambas se encontraram vári-as vezes ao longo dos anos.

Comecei a trabalhar no negócio do meu pai, uma concessionária de veículos na esquina da 7 de Setem-bro com a Miranda Azevedo. Não demorou muito e minha vida e a do “Treze” se cruzaram de novo, desta vez, profissionalmente: o jovem Nilton, este é o seu nome, também veio trabalhar na oficina mecânica do Sr. Abrão.

O tempo foi passando e eu ajudando a transformar aquela concessionária no grupo de empresas com a marca Abrão Reze, hoje, conhecido por todos. O Nilton, quer dizer, o “Treze”, fez o mesmo. Foi se aperfeiçoando na mecânica dos automóveis, espe-cializando-se em conserto de radiadores, até que, muito competente, abriu o seu próprio negócio e, as-sim como eu, consolidou uma marca em Sorocaba. De tão conhecido e destacado empresário chegou a presidente da Associação Comercial, entidade que representa empresários como ele e eu, e cuja força e prestígio se soma às outras associações comerciais do Estado de São Paulo e do Brasil, fazendo valer a força

do pequeno e médio empreendimento como mola propulsora do progresso e de geração de empregos. Mas voltando à minha história e a do “Treze”, quero dizer que em que pese a diferença de origem são va-lores como a seriedade e o comprometimento com o que se faz que tecem uma vida profissional de sucesso e de respeito.

Nestes mais de 50 anos, ambos conquistamos posições privilegiadas, seja em nossas empresas, em nossa ci-dade ou nas entidades classistas para as quais fomos indicados.

Relembro com prazer os fatos de minha adolescên-cia, porque dela fazem parte pessoas de bem como o “Treze”, e é um privilégio, sem dúvida, continuar vivendo e trabalhando em uma comunidade onde, a despeito de toda a intolerância e falta de gentileza que graça no mundo, se respeita e se valoriza o ser humano por aquilo que ele traz no intelecto e, princi-palmente, na alma.

Sérgio Antonio Reze, presidente da Assobrav – As-sociação Brasileira de Distribuidores Volkswagen, tem 75 anos, é administrador de empresas formado e titular das concessionárias VW Abrão Reze e Cobel, e da Hyundai, todas em Sorocaba (SP). Empresas cuja origem remonta há 67 anos, quando teve início o em-preendimento familiar montado por seu pai, Abrão Reze.

Sérgio Antônio RezePresidente da ASSOBRAV

Sobre a

origem e a alma

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Década de 80

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O equilíbrio das forças – o comércio, a indústria e a agropecuária – talvez seja o maior segredo do desenvolvimento econômico que Soro-

caba vem mantendo através dos séculos. Dizem até que já vendemos índios, no período das Bandeiras, para formar a mão de obra dos canaviais, nos princí-pios da era colonial. Mas foi no ciclo do tropeirismo, quando Sorocaba se apresentou como centro de co-mercialização de burros e mulas para todo o país, que Sorocaba lançou as amarras da sua história econômi-ca. Era o tempo da Feira de Muares, o maior evento comercial do Brasil da época, que reunia, anualmente, na cidade, dezenas de milhares de animais, disputados por todas as atividades urbanas e rurais do Brasil da época. Vinham também bois, cavalos, porcos e perus. Só em muares, calcula-se que tenham passado por So-rocaba, nos 150 anos de feira, cerca de 3 milhões de cabeças. Era uma economia tão forte e expressiva, que dela saíram recursos para a reconstrução de Lisboa, quando foi destruída por um terremoto em 1755. Na conta dos burros, Sorocaba vendia, desde bolinhos de frangos, passando pelas redes e pelos facões de grande fama, ate artigos de luxo de montaria – peças de ouro e de prata, peças de couro trançado do mais fino ar-tezanato.Quando movimento das tropas entrou em decadên-cia, Sorocaba já era o maior centro produtor e vende-dor de algodão, concorrendo para o abastecimento da Inglaterra, durante a Guerra da Secessão. Da cultura e do comércio do algodão, nasce a indústria têxtil, nasce a Sorocaba das indústrias, nasce a Manchester Paulista. Das últimas décadas do século XIX a meados do século XX Sorocaba vai revezando atividades, sem jamais perder o ponto do seu desenvolvimento. Ven-deu muita cebola para o Brasil e foi referência em laranja de qualidade no mercado inglês. Perecidos os laranjais, atacados de praga durante a II Guerra Mu-

COMÉRCIOUma vocação histórica

ndial, os sorocabanos, especialmente, os espanhóis, já estavam levando a produção de frutas e cereais para todos os recantos do país. Foram pioneiros no sul, abrindo estradas, onde havia apenas praia, alargaram caminhos para levar abacate e limão para o sul; feijão e cebola para o nordeste.Chegou a vez dos tecidos, multiplicou-se o mercado atacadista de peças e retalhos, seguindo a direção de todas as praças do país. Mas o linho de Sorocaba era especial, quando transformados em guarnições de cama e mesa, era disputado pelos melhores hotéis e restaurante do país.

Cada ciclo do nosso desempenho comercial foi o tijo-lo que construiu a cidade de hoje – 600 mil habitantes, importante pólo comercial regional, com 13.579 es-tabelecimentos, entre grandes e pequenos, lojas de redes internacionais, hipermercados e shoppings, para servir todo o sudeste paulista, com população calculada em dois milhões de habitantes. Continu-amos vendendo frutas, verduras, legumes e cereais na unidade local da CEAGESP – 90 mil toneladas/ ano. Através da Estação Alfandegária (porto seco), expor-tamos, em 2009, 1.250.355.897 dólares em produtos do nosso parque industrial.Só não vendemos mais as famosas tropas de mulas e burros. Mas, em compensação, através das centrais de abastecimento da Fiat e da GM, instaladas no municí-pio, atendemos toda a América Latina em peças de reposição para as máquinas motoras -caminhões, tra-tores e equipamentos pesados, sucessores dos muares na árdua missão de produzir e transportar a carga Brasil.

Sérgio Coelho de OliveiraEscritor e Historiador especialistaem História regional.

...O algodoeiro vai bem nos montes, que se estendem à leste da cidade, mas o produto é de qualidade ordinária. Não temos aqui nem o clima e nem o solo de Goiás e Minas Gerais, entretanto os panos grosso que se fabricam nesta região tem pronta venda em Curitiba e na Província do Rio Grande do Sul, onde não tem algodão. Não é enfim a agricultura, a fonte de riqueza de Sorocaba, mas o comércio de bestas bravas, de que é verdadeiro entreposto esta cidade... (Saint Hilaire, Viagem à Província de São Paulo, 1819).

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No final da década de 1940, na rua Dr. Bragu-inha, hoje bulevar, lá existia a livraria Gutier-rez. As compras eram entregues dentro de

sacolas plásticas amarelas estampadas com a heróica figura de Baltazar Fernandes, onde se lia ¨Sorocaba Ensina¨.

Em 1950 existiam muitas famílias árabes atuando no comércio de Sorocaba, muitas na rua Dr. Braguinha. Haviam lojas da família Teruz, de artigos musicais e de tecidos. A Tetéia Paulista, na esquina da Dr. Bra-guinha com a rua Barão do Rio Branco, cujo o pro-prietário era o Sr. Abbud Bachir Abdalla, vendia teci-dos finos. Do outro lado do cruzamento se encontrava a Casa dos Três Irmãos, da família Latuf. Havia a Loja do Sol, da família Abib, que vendia roupa masculina. Na calçada da Livraria Gutierrez tinha uma loja de re-talhos, do Sr. Tuffi Aidar, onde sua filha Júlia Aidar confeccionava flores de papel crepom. A se-nhora Rosa Amary, cobria botões , na mesma calçada, ao lado, a sra. Sofia vendia doces árabes. Outra loja de tecidos importante era a do sr. Elias Stéfano.

O comercio árabe também se espalhava por outros pontos da cidade. Na rua da Penha, esquina com a rua Cel. Benedito Pires, ficava a loja do Sr. João Maluf, também de tecidos e retalhos. Quase ao lado em frente, em 1955, nascia a loja do Sr. Elias Cardum, de roupas masculina “O Camiseiro”, presente até a data de hoje.

Na rua Souza Pereira, a família Atala , estava locali-zado o Hotel São Paulo. Na rua 7 de Setembro tinha a família Góes, que vendia secos e molhados. O ramo de comércio também era praticado pela família Hatem, na rua São Bento, quase esquina com a Barão do Rio Branco. Da mesma forma temos a família Stefan, que permanece até hoje, nos altos da rua da Penha, com o nome de Supermercearia São Bento. Do outro lado do rio Sorocaba estava a loja de colchões da família Faquerdine.

As primeiras famílias sírio-libanesas chegaram a So-rocaba cerca de um século atrás. Hoje são muitos so-

Amigos que ajudaram aescrever a história docomércio de Sorocaba

brenomes que confirmam a forte presença deles na cidade: Athie, Amary, Maluf, Sabeh, Aidar, Bachir, Hanna, Abbud, Abdalla, Abib, Abibe, Reze, Mansur, Góes, Faquerdine, entre outros. Todos os citados re-presentam um pedaço da história do comércio de So-rocaba e devem ser lembrados na comemoração de 90 anos da Associação Comercial. Por fim, gostaria de agradecer a Deus, que me permitiu aqui e agora, usufruir deste momento inesquecível em minha trajetória profissional. A Ele, pois, toda minha gratidão.

Sinto-me extremamente honrado por esta home-nagem e expresso, meus sinceros agradecimentos ao companheiro e amigo Sr. Nilton César, Presidente da Associação Comercial, pela iniciativa desta homenagem.Agradeço a Deus, de todo coração, pelos melhores amigos e companheiros de trabalho, que Ele poderia ter-me dado. Dedico a todos vocês esta homenagem. Pertence a vocês. Muito obrigado.

Homenagem ao Sr. Abdalla Hannae Srª. Catharina Vighy Hannai

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Década de 90

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Considerada um patrimônio da cidade, a As-sociação Comercial de Sorocaba (ACSO) comemorou a chegada de seus 90 anos com

uma noite de gala. O momento, como destacou o presidente da entidade, Nilton da Silva César, não po-deria ser melhor. “Sorocaba não é a bola da vez e sim a bola do jogo”, resumiu ele referindo-se ao momento de pleno desenvolvimento econômico experimentado por Sorocaba. A comemoração de mais esse marco na história da entidade contou com a presença de asso-ciados, diversas autoridades e outros convidados ilus-tres.A festividade foi prestigiada pelo prefeito Vitor Lippi e

pela primeira dama Denise Lippi. Também estiveram presentes autoridades importantes como o secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba e vice-diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Mário Tanigawa e o delegado regional da Receita Federal do Brasil (RFB), Ângelo Celso Bosso. Vereadores e presidentes de associações comerciais de outros municípios também estiveram entre os convidados.Em sua fala o prefeito Lippi lembrou a atuação da ACSO no processo de desenvolvimento da cidade e destacou as parcerias feitas entre Município e asso-ciação. O prefeito ressaltou ainda a importância do

Noite Inesquecível

Brinde dos Diretores

Brinde aos 90 anos

Salão de festa Shopping M

Nilton César (Presidente ACSO) e Érica ReginaVitor Lippi (Prefeito Municipal) e Denise Lippi (1ª dama)

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ACSO 90 anos 59Patrimônio de Sorocaba

Diretoria ACSO

Waldomiro de Freitas, Sérgio Reze, Nilton César e Paulo Mendes

Convidados no salão Shopping M

Nilton César e Professor Luiz Leite

Para comemorarnove décadas de serviçosprestados à Sorocaba e região

comércio da área central que, diariamente, recebe cerca de 30 mil visitantes vindos não só de Sorocaba mas também de outras cidades da região.Fundada em 1922, a ACSO foi inicialmente denomi-nada de Associação Comercial e Agrícola, nome modificado na década de 80. A entidade reúne em-presários de diversos segmentos da economia soroca-bana. Ao longo de todos esses anos teve atuação forte e marcante não apenas em assuntos que diz respeito ao comércio mas também em outros setores da so-ciedade e da economia. Dessa forma, a ACSO teve grande importância no desenvolvimento de Sorocaba. “A Associação Comercial de Sorocaba foi preponde-

rante neste processo de crescimento de nossa cidade. Desde o início, alguns comerciantes visionários tin-ham a vontade de ter uma entidade que não só pu-desse representá-los como também oferecer produtos e serviços que sozinhos, eles não teriam condições de ter”, comentou Nilton durante seu discurso comemo-rativo. Para a realização do evento a associação con-tou com alguns parceiros, Grupo Officer, Pré-Med, Intermédica, Gráfica Cistiam, Abrão Reze, Trajeto Turismo, Grupo Imagem, Anhanguera, Spa Med Sorocaba Campus, GVT e Epil. Em agradecimento, Nilton enobreceu o slogan da ACSO em referencia as parcerias: “Juntos somos fortes”, concluiu.

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60 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Paulo Francisco Mendes (Secretário Governo Relações Internacionais) e Norma Mendes

Drº José Roberto Tebet e Ilza Mara 12. Fátima Ramos Dutra (Coronel CPI 7)e Nilton César (Presidente ACSO)

Angelo Celso Bosso (Delegado Receita Federal)e Senhora

Drº Luis Quintiliani e Samara Quintiliani Francisco Antonio Pinto e Senhora

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ACSO 90 anos 61Patrimônio de Sorocaba

Ganhadora do prêmio SPA MED Campus

João Batista Sobrinho (Tesoureiro da ACSO) e Família

Profº Luiz Leite e Senhora

Ganhadora do prêmio Trajeto Turismo

Abdalla Hanna e Catharina Vighy Hanna

Luiz Issao Kagiyama (1º Secretário ACSO) e Senhora

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62 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

José Alberto Cépil (2º Secretário da ACSO) e Senhora

Weldon Carlos da Costa (Delegado Regional) e Fernando A. Bolsack (Delegado Polícia Federal)

Maurício Cardum e Senhora

Waldomiro de Freitas, Sérgio Reze, Nilton César e Paulo Mendes

Vitor Gusmão Lopes e SenhoraNilton César e Érica Regina

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ACSO 90 anos 63Patrimônio de Sorocaba

63 ACSO 90 anos

Sandra Amaral (SEBRAE Sorocaba) e Esposo

Vitor Gusmão (Tenente 7 BPMI), Cel.PM Severo, Fátima Dutra (Cel CPI 7) e Nilton César (Presidente ACSO)

Um brinde aos 90 anos

Marco Antonio Severo, Vitor Lippi, Vitor Gusmão Lopes e Fernando A. Bolsack (Delegado Polícia Federal)

Sérgio Reze, Caterina Reze e Nilton César(Presidente ACSO)

Anderson Santos (Secretário da Cultura) e Senhora

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64 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Márcio Augusto P. Milego (Diretor de Patrimônio da ACSO) e Senhora

Nilton César (Presidente ACSO) e Érica ReginaVitor Lippi (Prefeito Municipal) e Denise Lippi (1ª dama)

Mesa comTroféus ACSO 90 anos

Homenageados da noite

Mario Kajuhico Tanigawa (Secret. de Desenvolvimento Econômico) e Senhora

Jaqueline B. Coutinho (Delegada Titular DDM) e esposo

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ACSO 90 anos 65Patrimônio de Sorocaba

Jantar 90 anos ACSO

Diogo Martins Garcia e Débora Garcia

Dr. Paulo César M. Neves, Mariana e Márcia Neves

Salvador Milego e Clotilde

Luis Marcos Caramante e Cláudia

Everton R. França e Cris Lobo

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66 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Ano 2000

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A Livraria Pedagógica quando deu início em suas atividades em Sorocaba sempre teve como ideal a proposta de prestar um bom serviço no seguimento de Livraria e Papelaria para a comunidade de Soro-caba e região.Este ano estamos completando 40 anos de atividades e com muito orgulho, pois a cada ano sempre apre-sentando as principais novidades do nosso mercado.A Pedagógica se dedica atualmente nas áreas de:Livraria - Papelaria - Artigos Escolares – Brinquedos Pedagógicos – Artigos de Escritório e Informática – Embalagens para presentes – Artigos de épocas e Fantasias para festas.Muito obrigado pelo reconheci-mento dos nossos clientes que sempre nos prestigiou.Aproveitando também essa ocasião para parabenizar a Associação Comercial de Sorocaba pelos seus 90 anos.A Pedagógica entende que o tempo de existência de uma empresa ou entidade tem muito haver com a perseverança a ética e muito trabalho.

A Diretoria e Colaboradores Livraria Pedagógica Paulista Ltda.

Livraria Pedagógica

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68 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Muitas são as vantagens oferecidas pela As-sociação Comercial de Sorocaba (ACSO). Conhecida pela excelência dos serviços

prestados a ACSO disponibiliza diversas opções para comerciantes e empresários. Entre eles estão a emis-são de Certificado de Origem, o Serviço Central de Proteção ao Crédito e o Serviço de Recuperação de Crédito.Referência entre os empresários sorocabanos, a ACSO manteve, durante esses 90 anos, diversas ativi-dades que beneficiam não só os associados, mas todo o comércio. O Certificado de Origem, por exemplo, atende também os empresários que trabalham com comércio exterior. É o documento que atesta a na-cionalidade das mercadorias exportadas devendo acompanhá-las em todos os casos sujeitos à aplicação de Normas de Origem. A ACSO está credenciada a emitir todos os certificados no âmbito da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), Mercosul e o Certificado Comum. A entidade é integrante da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo - FACESP e está credenciada como entidade emissora através da Por-taria Interministerial nº 12, de junho de 1998. Para quem quer exportar, a Associação oferece ainda uma orientação completa na preparação dos Certifi-cados assim como mais agilidade e atendimento per-sonalizado na preparação desse documento.Cobrança amigável e proteção ao créditoPara minimizar os efeitos da inadimplência a ACSO oferece o Serviço de Recuperação de Crédito que re-aliza cobrança amigável e personalizada de pessoas físicas e jurídicas. Com uma equipe especializada, a ACSO atua na intermediação entre o devedor e o cre-dor associado.O devedor é chamado a negociar a dívida e, assim, tem o crédito recuperado e o nome excluído do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Esse é outro serviço oferecido pela ACSO em que os comercian-tes podem fazer o registro de seus inadimplentes. O banco de dados pode ser consultado pelos associados conveniados, dando assim, mais garantias na reali-zação de uma venda a prazo.Entre as vantagens de ter acesso ao SCPC está a pos-sibilidade de recuperação mais ágil desse crédito inadimplente. Pesquisas estatísticas realizadas pela ACSO mostram que a maior parte dos títulos incluí-dos no banco de dados do SCPC é paga ou negociada

já no primeiro mês de inclusão. Para o lojista, o único investimento para a inclusão do devedor no banco de dados é o envio da carta de comunicação ao devedor. O envio da correspondência notificando a inclusão do nome no SCPC obedece ao artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Outros serviçosOrientação jurídica e as linhas de crédito disponibi-lizadas pela ACSO são outros serviços à disposição dos associados. Para o desenvolvimento das empre-sas conveniadas, a ACSO firmou parcerias com o Banco do Brasil, Nossa Caixa Desenvolvimento e Caixa Econômica Federal. Além disso, ainda na li-nha bancária, a associação mantém a Cooperativa de Crédito (Cooperaso) que funciona como uma agência bancária convencional.Capital de giro, desconto de cheques e duplicatas, fi-nanciamento de bens duráveis, cartões de crédito e de débito, assim como empréstimos pessoais e aplicações financeiras são apenas alguns dos produtos oferecidos aos membros da Cooperaso.Ainda pensando em oferecer vantagens aos associa-dos a ACSO realizou diversas parcerias para atender a diferentes demandas. Entre os parceiros estão o Cen-tro Cultural Brasil - Estados Unidos, Quali Moura - Cursos industriais, Pousada Juriti, Splice Net, Fa-culdade Anhanguera, Escola Superior de Adminis-tração, Marketing e Comunicação (Esamc), PreMed Emergências Médicas, parque aquático Wet’n Wild, Maternitá Educação Infantil, SPA MED CAMPUS, Hopi Hari, Larimor Pousada, Trajeto Turismo, Uni-odonto.

Associe-se já

Para se tornar um associado é muito simples. Preen-cha o formulário disponível no site da entidade para iniciar o processo de filiação. O formulário será envia-do ao nosso departamento comercial e será analisado. Um dos consultores da ACSO vai até sua empresa, para efetivar a proposta e expor os serviços e vanta-gens de ser nosso associado. Se tiver alguma dúvida, ou precisar de mais esclarecimentos, pode acessar o site da entidade (www.acso.com.br) ou ligar para (015) 3331-1003.

A ACSO de portas abertas parao empreendedorismo

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ACSO 90 anos 69Patrimônio de Sorocaba

Fábrica Santo Antonio - Demolição 1990 para construção do Terminal Santo Antonio

Lembranças

Hospital Evangélico de Sorocaba (1940) Viaduto Jânio Quadro (1960)

Teatro São Raphael - fim do século 19 e posteriormente sede da prefeitura de Sorocaba

Desfile de 1950

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Acidente na rua da Ponte XV 1920-1930

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70 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Ano 2010

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72 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

A intenção deste breve texto é levar você leitor a refletir sobre a importância de sermos infor-mados e não formados por um sistema edu-

cacional eficiente e por um sistema de comunicação imparcial sobre temas gerais, do qual a GLOBALI-ZAÇÃO representa neste texto somente um exemplo. Esse tema GLOBALIZAÇÃO é no mínimo oportuno na revista comemorativa da ACSO em seus noventa anos. No entanto, parece a todos nós, incluindo a mim mesma, que ao refletir sobre tal tema estamos dentro de algum seminário, aula, palestra coisas do tipo. Até porque a partir dos anos 80 e ainda mais massivamente nos anos 90 passamos a ler e a escutar sobre globalização por toda parte. O que dizer então dos dias atuais nos quais sentimos com o advento da INTERNET da ‘REDE’ o que a comunicação repre-senta neste contexto? Desmistificar esse termo globalização é importante porque muitos usam seu conceito, de forma nada in-gênua, para formar a opinião do leitor, do expecta-dor sobre os fatos, aproveitando-se de um sistema educacional e de comunicação que por vezes falham quando ao invés de ‘INFORMAR’ eles tentam formar a opinião cada um de nós.Primeiramente, devemos ter muito cuidado ao con-ceituar a globalização que não é fenômeno novo, mas, produto do século XV a partir do qual a Europa ini-cia a expansão do seu modo ‘OCIDENTAL’ através da colonização para os demais continentes. Em se-gundo lugar, a diminuição de barreiras comerciais, a aglomeração de países em blocos são eventos mais recentes deste processo, mas que por vezes nos sus-cita um reducionismo da globalização enquanto um fenômeno quase que exclusivo da esfera econômica, porém, pode ser um produto econômico, mas as con-sequências são sociais, políticas e culturais também. A mistificação e os equívocos não param por aí, e alguns destes podemos conferir no livro Mitos da Globali-zação do professor da Universidade de Genebra, Paul Bairoch.Bem, mas o que isso tem a ver com a nossa realidade sorocabana? A ACSO numa atitude pró ativa trouxe o projeto EXPORTA SÃO PAULO criado pela Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) em parceria com o governo do Estado de São Paulo, e o apresentou no dia 28 do mês de Feve-reiro deste ano aqui em Sorocaba. Neste evento foi ex-planado sobre as consequências próprias do sistema capitalista de se produzir incessantemente e conse-

quentemente, comercializar para além das fronteiras nacionais, assim como, os meios para facilitar esse processo de escoamento da produção. Na ocasião, foram ressaltadas a produção local, o uso incessante da tecnologia e o comércio de bens locais no exte-rior, o que, automaticamente, nos remete à ideia de desenvolvimento e geração de riquezas no município de Sorocaba. Por isso, sem aprofundar em questões econômicas, este texto quer chamar sua atenção para uma questão chave do ambiente socioeconômico do Brasil: o seu lado DISTRIBUTIVO – base geradora de desigualdades sociais. A desigualdade social bra-sileira é histórica, está enraizada na forma de organi-zação nacional e deve ser considerada ao se elaborar POLÍTICAS PÚBLICAS. Para que o Brasil com sua crescente ascensão econômica nesse mundo globali-zado, e, particularmente, Sorocaba com o aumento de sua importância econômica marcando presença no cenário nacional e mesmo internacional, como no 6º Fórum Mundial da Água em Marselha na França e através da construção do PTS (Parque Tecnológico de Sorocaba), dentre tantos outros fatores, cresça com responsabilidade social e ecológica, a desigualdade social precisa ser combatida. Para isso, dependem ações de eliminação de fatores geradores de desigual-dades na esfera econômica da produção e de fatores sancionadores de desigualdades no mercado de tra-balho, no SISTEMA EDUCACIONAL e na execução de políticas sociais, sobretudo a partir de políticas públicas. Como bem registrou Nilton César da ACSO “Sorocaba não é a bola da vez, Sorocaba é a bola do jogo”, vamos participar nesse jogo globalizado dentro de regras humanizadas, sobretudo. Assim, diminuindo os marginalizados ou excluídos, aumentando a participação de TODOS na econo-mia de mercado, na vida política da cidade teremos cidadãos sorocabanos esclarecidos e influentes, o que por fim, retorna e beneficia o próprio sistema econômico tanto em nível local quanto global. Esse é um círculo virtuoso bastante diferente do vicioso.

Érica Reginaé mestre em CiênciasSociais Sociologia Política pela Universidade Federalde São Carlos

Globalização

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74 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

A história do comércio sorocabano passa, obrigatoriamente, pelo Mercado Municipal. Presente desde o início das atividades, há 73

anos, o comerciante José Franco de Camargo, é ícone do desenvolvimento do setor em Sorocaba. Nascido em Sorocaba – mas re-gistrado em Araçoiaba da Ser-ra – Zé Franco, como é conhecido orgulha-se em dizer que sua família já está na quarta geração traba-lhando no mercadão.Por 30 anos, Zé Franco esteve a frente da Associação dos Mercadores de Sorocaba. Foi durante sua gestão que o mercadão passou por uma grande reforma. Toda a estrutura da construção foi refeita, mas as ca-racterísticas originais foram preservadas. Hoje são mais de 50 boxes criando cerca de 200 empregos diretos e outros 300 indiretos. Aproximadamente 5 mil pessoas passam, diariamente, pelos corredores do mercado que além de produtos de qualidade têm muita história a oferecer.No começo todos as mercadorias chegavam ao mer-cado de carroça. A inauguração oficial do prédio, lembra Zé Franco, foi no ano de 1939. O dia exato da abertura foi 12 de outubro. “É dia de Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças. Uma data bastante significativa”, comenta ele. No começo Zé Franco ajudava os pais que vendiam verduras no mercado. Como eram poucas bancas para o espaço do merca-do, Zé Franco acabou ganhando um espaço e passou a ven-der verdura também.Com o passar do tempo a concorrência na venda de verduras aumentou. Por conta disso, Zé Franco pen-sou em diversificar seu comércio e passou a trabalhar com ervas naturais, tabacaria e outras variedades. “Eu vi que ia acabar ficando para trás, então, tratei de pen-sar em outra forma de me manter no comércio”, diz. A estratégia deu certo e o comerciante, devoto de João de Camargo, ainda vai todos os dias ao mercadão. As bancas agora são dos filhos, netos e bisnetos e o bom e velho Zé, se divide entre os atendimentos e as conver-sas à beira do balcão.

Histórias para contarDepois de tantos anos, muitas são as histórias que o mercador tem para contar. “O mercado passou a ser um ponto de referência na cidade. Era um ponto de encontro”, lembra Zé Franco. O movimento de car-roças e pessoas ficou ainda mais intenso depois da Segunda Guerra Mundial, que terminou no ano de 1945.“Vieram muitos estrangeiros também para Sorocaba. Eles ajudaram muito no desenvolvimento da cidade”, afirma. Primeiro chegaram os portugueses e os es-panhóis que foram seguidos pelos japoneses. “Eles acabaram ocupando um bom lugar no comércio, o mercado evoluiu bastante nessa época”.Com a efervescência social, algumas histórias len-dárias se passaram e Zé Franco estava lá para testemu-nhar. Uma das mais contadas é de Nhá Quitéria. Uma negra alta e forte que trabalhava como carroceira no mercado. Com seis grandes burros ela transportava todo tipo de mercadoria pela cidade. Por se vestir com calças cumpridas e camisa – trajes até então, exclu-sivo dos homens – Nhá Quitéria era alvo de chacotas e piadas constantes. “Ela era brava que meu Deus do céu. Andava com um reio que arrastava no chão. Se o caboclo mexesse com ela, apanhava de reio e não tinha quem botasse medo nela”, confirma Zé Franco.Importante figura do desenvolvimento do comér-cio sorocabano, Zé Franco parabeniza a Associação Comercial de Sorocaba (ACSO) por seus 90 anos. “Sou testemunha viva do progresso e das benfeitorias que a associação trouxe para o comércio da cidade. É muito importante a existência de uma entidade como essa para defender os interesses da categoria e lutar por melhorias na sociedade”, felicita o mercador.O Mercado Municipal de Sorocaba foi tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico em 1988. Construído em linhas art-déco fica na Rua Francisco Scarpaem e abre de segunda a sábado. O horário de funcionamento é das 7h às 18h30. Aos sábados o fechamento é às 14h.

José Franco

Uma vida dedicadaao comércio e ao Mercado Municipal

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76 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Lá em 1922, quando o engenheiro Bráulio Guedes da Silva e seus companheiros resolver-am criar a ACIAS - Associação Comercial e In-

dustrial e Agrícola de Sorocaba, a cidade contava com apenas 44 mil habitantes. Aquela entidade, nascida no mesmo ano do movimento modernista, atualmente é a nossa ACSO - Associação Comercial de Sorocaba, que gerou muitas outras associações empresariais ao longo desses anos. Mesmo Sorocaba tendo um pas-sado altamente representativo na história comercial do Brasil, provavelmente, poucos daquela época po-deriam imaginar a dimensão de nossa cidade e a força de nosso comércio 90 anos depois.

Sorocaba vive um processo ininterrupto de mais de uma década de forte desenvolvimento, atraindo para cá novas empresas, negócios e moradores que a fizeram saltar dos 420 mil habitantes em 1996 para mais de 600 mil em 2012. Seu comércio também cres-ceu numa proporção ainda maior.

A qualidade e variedade do comércio sorocabano atraíram novos investidores e tem sido suporte fun-damental para atender sua população, de antigos e novos moradores e as atividades empresarias que aqui se instalaram.O setor comercial de Sorocaba atualmente conta com mais de 12 mil estabelecimentos, gera anualmente um valor adicionado que ultrapassa os R$ 2,5 bilhões, em-pregando formalmente cerca de 40 mil pessoas. Ele atende toda uma região que tem Sorocaba como ci-dade pólo, principalmente, nas especialidades e varie-dades que outras cidades, por questão de escala, ainda não comportam esse tipo de lojas.

De um passado recente em que o comércio se restrin-gia ao nosso querido mercado municipal e as lojas comerciais do centro e dos bairros mais tradicionais, saltamos para um comércio dinâmico e sofisticado de lojas de grife, espalhadas pelos shoppings centers, pelo Campolim, pelas ruas São Bento, Quinze de Novembro, Artur Gomes, Penha, Nogueira Padilha e pelas avenidas Afonso Vergueiro, Itavuvu, Ipanema,

São Paulo, Dom Aguirre e tantas mais, por todos os bairros da cidade. No centro encontramos os grandes magazines con-vivendo com as lojas tradicionais que lá sempre es-tiveram, porém agora modernizadas nos seus produ-tos e atendimento. Na Rua Sete as lojas de automóveis. As principais redes nacionais de abastecimento aqui estão instaladas. Existem ainda as lojas especializadas da Avenida General Carneiro que atendem as indús-trias, sem que elas precisem procurar fornecedores em localidades mais distantes. Os bares, padarias, lan-chonetes e restaurantes se tornaram referências regio-nais do bem comer e em alguns casos suas famas vão mais longe ainda, além de nossa região. Enfim, são comércios que preenchem todos os gostos e necessi-dades.

A notícia de instalação de novos shoppings centers, de novos núcleos e alamedas comerciais nos transmite que a atração de novos empreendimentos continua e que o atendimento na oferta de produtos que a popu-lação terá ao seu dispor nos próximos anos será ainda maior e melhor.

Como protagonista importante deste espetáculo de desenvolvimento destaca a jovem senhora de noventa anos, a Associação Comercial de Sorocaba que tem presença marcante como defensora dos interesses dos comerciantes locais, representando não só seus asso-ciados, mas todo setor da atividade comercial da ci-dade.

Com o crescimento que se avizinha a sua represen-tação será ainda mais importante nos próximos anos.

Por tudo isso, passado, presente e futuro, Sorocaba tem muito a agradecer a Associação Comer-cial de Sorocaba e desejar a ela muitos anos de vida.

Parabéns, jovem senhora.Professor Luiz Leite

Uma jovem senhorade 90 anos

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78 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Sorocaba, uma cidade construindo seu futuro com planejamento ecompromisso com a sustentabilidadeQuando alguém de fora das cercanias deSorocaba se refere a uma das principais cidades do Sudoeste Paulista, algumas coisas convergem para a idealização de um bom lugar para se viver.Uma dona de casa poderia elencar a qualidade de vida, ponteada pelos parques, pelas ciclovias e pela valorização do meio ambiente como justificativa para uma mudança de endereço.Um trabalhador poderia focar seu interesse no desen-volvimento industrial e nas oportunidades dos mais de 10 mil novos empregos gerados ao ano, em média, nos últimos sete anos. Já um empreendedor, apontaria as milhares de opor-tunidades que se descortinam em centenas de novos empreendimentos para referenciar Sorocaba como mercado em ascensão, com um crescimento médio de 10% em sua economia, ao ano. Em tudo isso não há equívoco. Há sim, a conjunção de ações voltadas ao desenvolvi-mento sustentável em consonância com a necessidade de perpetrar a globalização, traduzindo Sorocaba como evidente polo de desenvolvimento tecnológico, industrial, comercial e de serviços. E um importante vetor desse desenvolvimento é o Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS); um grande centro de negócios tecnológicos que será inaugurado em junho. Dez universidades já confirmaram insta-lação no complexo: Unicamp; PUC-SP; Fatec-Sorocaba; UFSCar-Sorocaba; Facens-Sorocaba; Uni-so; Unesp-Sorocaba; USP, FEI e Mauá. Todas terão a oportunidade de desenvolver parcerias em pesquisas e tê-las colocadas em praticadas pelas empresas que comporão esse satélite de desenvolvimento tecnológi-co.Além do complexo Toyota, vizinha ao PTS, Sorocaba contará, também, com um centro de manutenção de jatos executivos da Embraer. A empresa brasileira que é referência na fabricação de aviões, se junta a ou-tras quarenta especialistas na área de manutenção de aeronaves; consagrando à cidade mais esta vocação. Com a vinda da empresa também será implantada uma área de formação de mecânicos especializados em jatos executivos dentro do aeroporto, abrindo no-vas perspectivas e oportunidades aqueles que buscam, principalmente, uma nova carreira. Sorocaba, ainda, é reconhecida como a capital mundial da produção de pás eólicas, também tem mais de 100 indústrias ex-

portadoras e é o maior centro metal mecânico do país, assegurando-lhe um excelente portfólio de projeção nos cenários nacional e internacional, em diversas áreas.

Olhando o futuro,cuidando do presenteNa contrapartida do seu desenvolvimento econômi-co, o município não esqueceu da evolução sócio-ambiental. Sorocaba está preocupada, também, com o meio ambiente e por conta disso recebeu o maior número de prêmios ambientas do estado nos últimos dois anos. A cidade tem a maior rede integrada de ciclovias do Brasil interligando 80 quilômetros de acessos. Até o final do ano serão 100 quilômetros. É ainda detentora do maior complexo viário urbano do interior de São Paulo. Segundo o IBGE é umas das únicas cidades do Brasil com mais de 500 mil habitantes e que não tem favelas.Hoje, são mais de 20 parques urbanos e estamos che-gando, neste ano, a 100% de saneamento: 100% de água tratada e 100 % de esgoto coletado e tratado na zona urbana da cidade. Tudo isso, resultado de um compromisso com o planejamento estratégico e com dois modelos internacionais de gestão; o Cidade Sau-dável, Cidade Educadora.Recentemente, aliás, Sorocaba foi reconhecida napublicação da Partnership for Children, de Lon-dres, por ser a primeira cidade do mundo a aplicar o “Amigos do Zippy” como política pública. Trata-se de um programa que ajuda crianças a lidarem com as emoções do cotidiano, trabalhando, também, os pais enquanto importantes agentes na formação dos pequenos. Atualmente, “Amigos do Zippy” beneficia alunos de 38 escolas municipais e de outras 18 esta-duais. São mais de 34 mil crianças atendidas. Soro-caba foi a primeira cidade do Brasil integrante da rede brasileira de Cidades Educadoras, a assinar o Termo de Cooperação junto à Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Prefeito Vitor Lippi

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80 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

T.I. (Tecnologia da Informação) No contexto sociedade, o trabalho realizado no TI da ACSO promove a integração do cidadão ao seu direito como consumidor. Comprar ou vender é uma atividade nata do ser humano e para que isso seja possível, seu nome deve estar adimplente. Por isso se faz necessário que a Tec-nologia da Informação desenvolva um trabalho compatível para esse fim, protegendo o comér-cio e devolvendo ao consumidor o seu poder de compra.

SCPC ExpedienteO Expediente do SCPC é responsável pelas con-sultas ao público, realizadas gratuitamente ao in-teressado com a apresentação dos documentos de RG E CPF originais, ou qualquer documento oficial com foto; é dada a orientação de endereços e telefones das empresas credoras para que o in-teressado possa negociar suas dívidas, bem como, encaminha ao SRC; o departamento emite cer-tidão positiva e negativa mediante solicitação. São atendidas em média, 400 pessoas/dia.

SCPC Call Center Neste setor, a ACSO coloca a disposição dos as-sociados, atendentes para a realização de consul-tas de pessoa física e jurídica via telefone, aux-iliando na avaliação de crédito e orientando em questões pertinentes ao SCPC; o departamento ainda é responsável pelas manutenções dos reg-istros de débitos dos associados (inclusões/ex-clusões), sendo aliado do associado no controle dessas operações, realizando conferências diári-as, prezando em absoluto pela qualidade das in-formações de nossa base de dados.

Sicoob CooperasoParceria, reunião de indivíduos para certo fim com interesse comum, é com este espírito que a Cooperativa de Crédito - Sicoob Cooperaso, vem desde 2008 colocando a disposição dos associa-

dos da ACSO seus produtos e serviços financei-ros. Sentimo-nos honrados em participar desta história.

Departamento de Marketing O Departamento de Marketing tem como obje-tivo, a excelência no atendimento dos associados, parceiros e da comunidade, através de pesquisas nos mais modernos meios de comunicação, ofer-ecendo serviços de interesse coletivo e parcerias que possam trazer benefícios aos empreende-dores, promovendo a organização, a mobilização e a sua integração.

Departamento de EventosO Departamento de Eventos tem como justifi-cativa desenvolver e abrigar uma série de ações voltadas aos associados. Nossa missão é planejar, criar e produzir eventos através de grandes par-ceiros. Priorizamos sempre o pronto atendimen-to, dando suporte completo ao Associado com pontualidade e eficiência, na busca dos serviços mais adequados para suas necessidades, unindo a qualidade desejada.

Departamento ComercialO Departamento Comercial tem por finalidade coordenar os contatos comerciais, prestar as-sistência externa aos associados, bem como conscientização de todos sobre a segurança e eficácia nos negócios através dos serviços e be-nefícios oferecidos pela ACSO.

Departamento de Comércio ExteriorO Depto. de Comércio Exterior é responsável pela emissão de Certificados de Origem, docu-mento que comprova o país de origem das mer-cadorias exportadas pelas empresas brasileiras. Para isso, a ACSO disponibiliza à seus clientes e associados um sistema on line, proporcionando atendimento personalizado e com rapidez.

Conheça os serviçosda ACSO

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FinanceiroNossa equipe é responsável pelo departamento fi-nanceiro da ACSO, prezamos pela transparência, pontualidade e excelência em nossos serviços, estamos sempre trabalhando para maior como-didade de nossos associados. Sentimos-nos hon-rados por fazer parte desta família.

Departamento Pessoal O setor de depto pessoal é responsável por toda contratação e demissão de funcionários bem como todas as rotinas mensais como: folha de pagamento; controle de ponto; benefícios con-tribuições; exames; enfim tudo que se refira a vida profissional do funcionário da empresa. Num futuro muito próximo este setor passará a ser verdadeiramente um RH, deixando apenas de cuidar da área legal para também realizar a parte de recrutamento, seleção; treinamento; cargos e salários participando também da vida social, emocional e profissional de seus colaboradores. Pois as empresas que não valorizarem seus co-laboradores, não incentivarem seu crescimento, possivelmente estarão fora do mercado de tra-balho.

Certificado DigitalO Departamento de Certificado Digital é respon-sável pela emissão dos certificados, os clientes efetuam a compra e o agendamento presencial pelo site da ACSO. Se o certificado for de Pes-soa física, o cliente tem que levar O Rg, Cpf e um

comprovante de endereço, e se for de Pessoa Ju-rídica acrescenta o contrato social, ata de eleição, lei orgânica etc.Hoje o certificado digital é importante para cumprir com as obrigações perante a Receita Federal,Caixa Econômica e outros órgãos.

Departamento JurídicoO Departamento Jurídico conta com o escritório de advocacia Ramos Maurício Advogados Asso-ciados, que dispõe de excelente conceito de mer-cado, para oferecer aos seus associados, gratuita-mente, assistência jurídica consultiva. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h, na sede da ACSO. “Orientando e sanando dúvidas em qualquer área do Direito, seja para a empresa ou para a pessoa física”.

Serviço de Recuperação de CréditoO Serviço de Recuperação de Crédito realiza co-brança amigável e personalizada de pessoas físi-cas e jurídicas, em favor das empresas associadas conveniadas ao sistema. Atua na intermediação entre o devedor e o credor associado, quando aquele demonstrar interesse em fazer acordo, parcelando o seu débito.Providencia a reabilitação do devedor junto ao SCPC, quando regularizada a situação, mediante autorização do associado usuário.

Equipe ACSO

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82 ACSO 90 anos Patrimônio de Sorocaba

Presente em todos os momentos importantes da história do País à imprensa o nosso ‘muito obrigado’. Debates importantes aconteceram

por conta da divulgação feita pelos meios de comu-nicação em massa. Entre os exemplos podemos falar da guerra travada (e vencida) contra a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira – CPMF, a aprovação do projeto Ficha Limpa e, mais atual-mente, a batalha contra a alta taxa tributária travada pelas Associações Comerciais do Estado em parce-ria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).Durante seus 90 anos de existência, a Associação Comercial de Sorocaba (ACSO) contou com a impor-tante parceria dos órgãos de comunicação. Parceria que será mantida também pelos próximos 90 anos.É a imprensa quem dá voz para que nossa mensagem chegue a toda população sorocabana. É também por

meio dos jornais, sejam eles impressos, televisivos ou transmitidos pelo rádio e Internet, que o povo se informa e tem acesso a informações importantes e necessárias. Registrar a história é outra importante função da im-prensa. Primeiro a Manchester Paulista do império têxtil e agora a Sorocaba industrial que se prepara para a chegada da montadora Toyota. São épocas di-versas que estão devidamente eternizadas por meio de matérias e reportagens.O trabalho árduo de homens e mulheres da imprensa nem sempre é reconhecido, mas não há como imagi-nar uma sociedade sem livre acesso à informação. A apuração dos fatos, a procura pelos envolvidos e o des-membramento das informações é tarefa indispensável para a manutenção da democracia e do Estado livre. Também por isso dizemos ‘muito obrigado’ a todos os que trabalham na busca e divulgação de informações.

Agradecimento aos queacompanham e registrama trajetória da Associação Comercial de Sorocaba

Imagem panorâmica do centro de Sorocaba. Foto: Aldo V. Silva

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ACSO 90 anos 83Patrimônio de Sorocaba

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Toda vez que você consome algum produto da SODIÊ DOCES, pode ter a certeza que nele foi aplicado ma-térias primas da mais alta qualidade, uma grande dose de carinho, de trabalho em equipe e muita dedicação.

Além disso, temos três lojas em Sorocaba para o seu maior conforto e praticidade, loja I na Vila Santana inaugurada em 2003, sendo esta a primeira loja na região de Sorocaba e graças ao grande sucesso, em 2006 inauguramos a loja II na Vila Hortência e em 2008 a loja III no Wanel Ville.

A SODIÊ DOCES Sorocaba conta também com o mais doce e gostoso serviço de delivery da cidade e quer estar presente nas ocasiões mais importantes de sua vida como confraternizações, casamentos, aniversários, reuniões de família, enfim, pensou doces lembrou SODIÊ DOCES.

Sodiê...é impossível resistir

Sodiê está feliz pelos

90 anos da ACSOLoja 1 - Rua Comendador Hermelino Matarazzo, 510 - Além Linha - (15) 3233.0207 | 3211.7845

Loja 2 - Rua Coronel Nogueira Padilha, 1168 - Vila Hortência - (15) 3233.2925 | 3233.9233

Loja 3 - Av. Paulo Emanuel de Almeida, 585 - Wanel Ville - (15) 3321.2631

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Alguns de meus clientes questionam–se sobre o porquê mudar? O processo de mudança é sempre muito complicado de se aceitar em

nossas vidas, essa é uma verdade incontestável. Gos-tamos de estar em lugares que já conhecemos, com pessoas com as quais já sabemos lidar e a fazer sem-pre as coisas do jeito que sempre fizemos, indepen-dente disto nos proporcionar prazer ou não! Aceitar o conhecido é mais confortável e bem mais fácil do que lidar com o novo.Assim é também no contexto financeiro. Ter consciência de que o resultado sobre o modo como lidamos com o dinheiro, é produto dire-to de nossas crenças, comportamentos e experiências aprendidas, é o primeiro passo para sabermos identi-ficar como vai a nossa saúde financeira e como fazer para alcançar e trilhar o caminho do sucesso.O trabalho que realizamos é simples, divertido e ao alcance de todos que desejam reorganizar sua vida fi-nanceira.A Psicoterapia entra em pauta, como um “facilitador” neste processo de adaptação, favorecendo o contato real com as finanças presentes e futuras, promovendo a possibilidade do alcançe de um futuro promissor.Este é um trabalho da Psicoterapeuta Holística Suza-

na, que ao longo de mais de 11 anos, objetivou ampli-ar seus conhecimentos nas áreas do comportamento humano, para atender às necessidades daqueles em busca da reorganização do equilíbrio físico, mental e emocional.Obteve então, certificações profissionais que a capaci-tam a exercer seus amplos conhecimentos na área de Psicoterapia Holís-tica, através da utilização de técnicas de respiração, neurolinguística, mapeamento e reprogramação men-tais, terapias florais, cromoterapia, regressão e análise comportamental.Atualmente, atende em consultório, individualmente ou em grupo, nas áreas da Psicotera-pia Holística e da Reorganização Financeira, onde busca facilitar o encontro de soluções, sobre como adquirir e trilhar, de maneira tranquila, o caminho do equilíbrio emocional e financeiro, através de técnicas disponíveis ao alcance de qualquer pessoa que esteja disposta a vencer seus limites.

Suzana Gisela Sashalmi.email: [email protected] Holística -(CRT 33692)

A psicoterapia entra em pauta

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A empresa Rota Uniformes, dirigida por João Fran-cisco Guariglia, sua esposa, Maria Flora e Priscila, sua filha, parabeniza a Associação Comercial de Sorocaba e deseja que continue com o sucesso obtido ao longo desses 90 anos e é dessa forma que João tem a con-vicção de que aprendizado não acaba nunca, que é sempre possível melhorar e que detalhes podem fazer a diferença.Rota Uniformes hoje atende nada menos que 80% das escolas de Sorocaba e algumas das melhores empresas do país em diversos setores, mas Guariglia não se sa-tisfaz com pouco. “Precisamos ficar atualizados, pois meu setor é muito disputado e a idéia é concorrer com os grandes”.

Ele gosta de desafios e acha que dá para melhorar sempre. Lembra, por exemplo, que a Rota é pioneira em certificação no setor. “Fomos a primeira confecção do interior de São Paulo a obter a certificação da As-sociação Brasileira do Vestuário (Abravest), atestando que nossos produtos estão de acordo com os padrões e normas da Associação Brasileira de Normas Técni-cas (ABNT). Também fomos os primeiros na região a conseguir a certificação da Companhia de Tecidos Santanense, fornecedora de tecidos para uniformes profissionais. Criamos outro parâmetro de qualidade com essas certificações e a partir daí os concorrentes tiveram que correr atrás.”Como o setor de uniformes escolares é sazonal, o número de empregados da Rota costuma variar. Em janeiro, a empresa chega a ter 130 funcionários efe-tivos e 150 terceirizados.Hoje a empresa compreende desde a criação do produto até sua finalização e entrega, incluindo tam-bém personalizações. Atendendo não só o varejo es-colar e profissional em sua loja física e virtual como também o atacado com representantes e vendedores externos.Com tudo isso, Rota Uniformes oferece o melhor para seus clientes.Parabéns a ACSO pelos seus 90 anos.

RotaUniformes,buscando desafios

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A Acso segue ospassos da evoluçãoPromover conhecimento qualificado aos profis-

sionais do ramo varejista, contribuindo com a melhoria na qualidade dos serviços prestados e

proporcionando melhores resultados para o segmen-to. O sucesso do comércio regional sempre foi e será a preocupação da Associação Comercial de Sorocaba (ACSO). E ao longo dos últimos 90 anos, todas as me-didas possíveis para atingir essa meta foram tomadas. Indutora do crescimento do segmento comercial, a Acso implantou em 1963 o Serviço de Proteção ao Crédito. Na época, a entidade ainda se chamava Asso-ciação Comercial, Industrial e Agrícola de Sorocaba, a ACIAS. Era um período rudimentar da tecnologia global. Todas as operações eram realizadas manual-mente, com o uso intenso das máquinas de escrever com carbonos e carimbos. Inicialmente, as inclusões dos registros de débitos no SPC ocorriam através de fichas acartonadas, simples-mente com o nome e alguma referência do inadim-plente, além dos dados da dívida. As consultas eram feitas diretamente no balcão do SPC, motivo pelo o qual vários associados manti-nham em seus quadros de funcionários, um mensa-geiro, alguém que fazia “o leva e traz” das fichas a serem negativadas. Outra curiosidade era que no ato de uma venda, no momento da avaliação para a con-cessão do crédito, essecolaborador é quem trazia o cadastro do consumi-dor a ser consultado no SPC, devolvendo para a loja o carimbo de Negativo ou Nada Consta. O arquivo do SPC da época, contavam os ex-diretores da Asso-ciação Comercial, cabia inteiro em uma caixa de sa-patos. Expansão da telefoniaNa década de 70 a telefonia se expandia por todo País. E a Associação Comercial caminhava junto com as inovações. Nesta década, a então ACIAS, mudou de endereço. Adquiriu seu prédio próprio na Rua da Penha e mudou de nome. Passou a ser chamada ACIS (Associação Comercial e Industrial de Sorocaba). Era o início de uma nova fase. Alguns associados, os maiores, possuíam uma linha privativa (LP) com um aparelho de telefone sem disco ou teclas, que quando alçado o seu monofone acen-dia um led, um diodo emissor de luz (Ligh Emitting Diode) no PBX (sigla em inglês de Private Branch Ex-change ou ainda PABX para Private Automatic Branch

Exchange, cuja tradução seria Troca automática de ra-mais privados) do SPC. Dessa forma, o associado era atendido imediatamente, pois esse canal era exclusivo dele, já que não registrava sistema ocupado como os que ligavam através de linhas convencionais.Os arquivos nessa época já eram maiores, feitos de madeira e compunham muitos registros. As caixas de madeira ocupavam boa parte do primeiro andar da entidade em ordem alfabética, contendo ainda os números de telefones. Haviam 12 números de te-lefones diferentes só para o atendimento de consultas, relacionados e alocados juntamente com as letras dos nomes arquivados.A informatizaçãoEm 1983, ocorreu o início da informatização da As-sociação Comercial com a aquisição do primeiro computador da marca Datamed. A máquina não fun-cionou bem como o esperado e foi substituída. Res-saltando que Sorocaba foi a terceira entidade do es-tado a ser informatizada.Assim foram quase dois anos para implantação do novo sistema, incluindo a fase de testes e digitação das fichas dos inadimplentes.Os equipamentos seguintes já foram adquiridos através da Cobra Computadores. Eram grandes mas chamados de mini, com capacidade irrisória com-parados aos Terabytes de hoje. Só para se ter uma idéia, em 1989, um dos últimos equipamentos desta fase, um Cobra 580, tinha 86 Megabytes de capaci-dade de armazenamento de disco (HD).As cópias de segurança, os back-ups, eram feitas em fitas streamers (de rolo), processo diário que durava até 1h35m para guardar os arquivos dos nomes nega-tivados. Eram 3 fitas e no caso da necessidade e “bai-xar” essa cópia, eram 3 horas de processamento - isso sem contar a torcida para que não acontecesse erro, o que obrigava a iniciação de todo o processo. Também havia um equipamento denominado video texto, que proporcionava acesso a vários serviços, incluindo consultas à base do SPC da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e cheques sem fundos (CCF) do Bacen. Para acessá-lo era utilizado um modem de velocidade assícrona de 1200/75 baud (download/upload), através de uma linha comum de telefone.À partir de 1985 houve um aumento na demanda de instalações de terminais remotos, com acesso através

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de Linha Privativa de Dados (LPD), um modem + terminal de vídeo no estabelecimento do associado, outro modem sincronizado e conectado a um multi-plexador na entidade.Esses equipamentos permitiam que o funcionário da loja associada utilizasse os recursos do sistema do SPC remotamente, utilizando as consultas e a manutenção dos registros em tempo real.Nova realidadeCom a abertura de mercado tudo mudou. Os com-putadores melhoraram, as telecom’s deram mais ênfase na cobertura e busca de melhores conexões, performances e infra-estrutura, facilitando a comuni-cação de dados.Em 1993, aconteceu a primeira transação CPU x CPU através da Renpac (Rede Nacional de Pacotes) sob o protocolo de comunicação X.25, que consistia na distribuição composta por serviços de comutação. Os serviços de comutação foram originalmente esta-belecidos para conectar terminais remotos à sistemas principais. Com essa tecnologia foi possível a primei-ra transação com a base de dados da Serasa, parceria que se findou em 2007, bem como a possibilidade de se unificar as bases de dados das Associações Comerciais. Nesta década o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) passa a ser chamado SCPC (Serviço Central de Pro-teção ao Crédito) em razão do desmembramento das Câmaras de Dirigentes de Lojistas e dos Sindicatps. Em 1996, a ACIS adquiriu o primeiro microcomputa-dor, ingressando em um novo patamar de possibi-lidades, registrando inclusive o primeiro domínio na internet da entidade -- o @acisscpc.com.br. No ano seguinte, foi iniciado o projeto de regionalização das bases de SCPC das associações comerciais. Até en-tão, o sistema utilizado para se obter consultas fora da localidade era o de intercâmbio por via telefônica, e para proceder as inclusões e exclusões de registros -- o bom e velho Correio. Cada entidade possuía um código/senha cadastrados no CASPC, que tinha abrangência nacional.Cada região do estado de SP era subdividida pela Facesp (Federação das Associações Comerciais do Es-tado de São Paulo) em RA (Região Administrativa), Sorocaba era o núcleo da RA-4, hoje RA-9 com 21 ci-dades. Com altos investimentos, a ACIS se colocou à frente de várias regiões e se pôs juntamente com as demais cidades que compunham a RA-4 com força de traba-lho e dedicação. Alguns anos depois se concre-tizou a rede nacional.Em 1998, Sorocaba passa a ser referência no processo de regionalização, mantendo na ACIS os arquivos das 41 cidades que compunham a RA-4 e duplicados na base de dados da ACSP.Ainda em 1998 foi implantado o sistema URA (Uni-

dade de Resposta Audível), que possibilita até então o acesso às informações sem o contato com o atendente do SCPC.Neste caso, o associado utiliza o próprio teclado do telefone para inserir os dados da consulta (CPF, RG) e receber a resposta por voz eletrônica ou a impressão num aparelho de fax. Esse sistema proporciona o at-endimento 7 dias por semana, 24 horas por dia.Nesse mesmo ano, as primeiras processadoras de cheques foram instaladas. Um equipamento de im-pressão de cheques contendo modem de comuni-cação conectado a uma linha telefônica, possibil-itando a consulta da folha do cheque. A impressão é feita quando não constam restrições. Caso contrário, a folha é devolvida sem o preenchimento. O visor do equipamento acusa a restrição.Em 1999, foi lançado o site da ACIS. O fato foi pauta de matéria publicada no jornal A Folha do Estado de São Paulo. Além de oferecer todas as consultas em tempo real, a Associação Comercial de Sorocaba foi a primeira entidade mantenedora do SCPC a dis-ponibilizar o acesso on-line aos serviços de inclusão e exclusão de registros pelo próprio associado, com responsabilidade, rapidez e confiança.O Bug do MilênioEm 2000, o Bug do Milênio provocou medo, mas não causou nada aos sistemas e equipamentos da As-sociação Comercial, pois os programas e sistemas já estavam adequados aos quatro dígitos. A RIPC (Rede de Informações de Proteção ao Crédito) surgia na medida em que acertos se consolidavam. E em 2001, pela ACSP, a RIPC passa a operar no Brasil inteiro, ganhando o status de maior base de dados de infor-mações da América Latina, mudando de nome pos-teriormente para RENIC (Rede Nacional de Infor-mações Comerciais).Em 2003, a ACIS se transformou em ACES (Asso-ciação Comercial e Empresarial de Sorocaba) e em seguida, em 2004, tornou-se ACSO (Associação Co-mercial de Sorocaba), nome que carrega até hoje. Em virtude de tudo que passou e que vivenciamos, com a velocidade da tecnologia e a explosão da inter-net, laceadas com a diminuição de custos, tanto em softwares quanto hardwares, com a dissiminação do cartão de crédito e débito, do forte crescimento do e-commerce, da compra da Serasa pela Experian, dos inúmeros distribuidores de informações, juntamente com o substancial crescimento do país nos últimos anos e sua maior fase consumista, cada entidade, por menor que seja, alimenta e usufrui eletronicamente dos serviços oferecidos pela rede das associações comerciais.

Mario Marcos MoreiraNa ACSO desde 02/10/1986

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Educação Financeira

A projeção impressiona: 2 bilhões de pessoas entrarão no sistema financeiro formal nos próximos 20 anos. A estimativa, doBanco

Mundial, leva em consideração a ascensão econômi-ca de nações como Brasil e faz soar um alerta: esses novos consumidores estão preparados para entender e usar bem os recursos do mercado financeiro? As cri-anças de hoje - os investidores de amanhã - , saberão como e onde aplicar seus recursos?Pensando nisso, o Instituto DSOP de Educação Fi-nanceira, acaba de lançar uma coleção de 15 livros didáticos para apoiar projeto que visa transformar a educação financeira em exigência curricular no ensi-no básico das escolas.”É fundamental a criança incluir a educação financeira em seus hábitos. Não é algo car-tesiano, mas sim cultural. Mesada sem norte, não faz sentido”, afirma Reinaldo Domingos, educador finan-ceiro e presidente do instituto.

No Brasil esse é um tema cada vez mais urgente. A ascensão da classe C, reflexo da melhora da renda e da maior disponibilidade de crédito na economia, trouxe com ela o aumento do nível de endividamento das pessoas. Ou seja, os brasileiros estão ganhando mais e, por isso, consomem e se endividam mais também. Isso acontece num cenário de juros altos e com pouca familiaridade com métodos que ensinem a economizar,investire, principalmente, planejar o fu-turo e a aposentadoria.

MetodologiaA metodologia DSOP - Diagnosticar, Sonhar, Or-çar, Poupar - foi baseada na experiência de vida de Domingos, que desde cedo aprendeu a poupar e ter o dinheiro como a aliado para realizar sonhos. O programa de educação financeira já está presente no currículo de 41 escolas privadas em sete estados brasileiros. Tem ainda representações em Portugal (Coimbra) e no Japão. “Nosso objetivo é disseminar a educação financeira no Brasil e no mundo, fazer com que o tema seja algo que faça sentido na vida das pes-soas”, afima o educador

Abordagem diferenciadaO objetivo é abordar o assunto de forma lúdica para as crianças e comportamental para os adultos, traba-lhando as capacidades cognitivas, afetivas e sociais, de acordo com cada faixa etária. O foco são alunos de todos os níveis escolares, pais, professores, empre-sas e funcionários. “O viés não é aplicação financeira. Primeiro ensinamos a pessoa a ter dinheiro, para de-pois aplicar”, diz Domingos, autor dos livros O Meni-no do Dinheiro (2008) e Terapia Financeira (2007). Domingos explica que saúde financeira é essencial para se ter também saúe mental e física. “Nossa meta é atender 1.000 principais empresas do Brasil.”

ExemplosSegundo Cleiton Sales de Àvila, membro do Conselho Gestor do Colégio Madalena Sofia, de Curitiba (PR), que adotou a metodologia para a turma do primeiro ano de Ensino Médio, a decisão de inserir a educação financeira no currículo escolar surgiu da preocupação em ajudar os jovens a lidar com dinheiro, especial-mente aqueles que estão ingressando no mercado de trabalho. “Lidar com dinheiro já é difícil para adultos, imagine para os jovens.

Coleção de livros didáticos especializados no tema é lançado por instituto para atender àdemanda em escolas públicas e privadas.

Reinaldo Domingos

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