Revista Agro&Negócios 25ª edição

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índice

Diretor aDministrativo: Francis Barros

Direção De arte: allan Paixão

rePortagem e eDição:tássia Fernandes | 2703/goLuana Loose Pereira | 15679/rs

arte e Design: marília assis

ComerCiaL:Juliana FoersterWilliam garcia

edição 25ª | ano 2014 | a&F eDitora

64 3636-4113rua napoleão Laureano, nº 622st. samuel graham - Jataí - goiásCnPJ: 13.462.780/0001.33

artigos:alessandro rodrigues de assis Lygia Pimentelrenato da silveira martiniUFg/Campus Jataí

Contato: [email protected]@[email protected]@agroenegocios.com.brallanpaixao@[email protected]

impressão: Poligráficatiragem: 3.000

Distribuição dirigida: Jataí, rio verde, mineiros, Chapadão do Céu, montividiu, goiânia, acreúna e Quirinópolis.

a revista agro&negócios não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões presentes nos encartes publicitários, anúncios, artigos e colunas assinadas.

site e reDe soCiaL:www.agroenegocios.com.brfacebook.com/agroenegocios

64 3636 4113Anuncie!

[email protected]

teCnoshoW Comigo | 10Dia De CamPo UniggeL | 12giro De notíCias | 22FeeLing emPreenDeDor | 30PeCUária Leiteira | 36entrevista ZeZé Di Camargo | 48PoLo agro emPresariaL | 54CLima - Pé no Freio | 58aPgJ em ação | 70Fusarium | 77

ARTIGOS

merCaDo Do Boi – 42perspectivas para o mercado de commodities em 2014

PortaL UFg – 64Deriva de produtos fitossanitários

CertiFiCação iCP | 72Brasil no agronegócio

CertiFiCação inCra | 88Georeferenciamento rural

Leve essa ideia com você:

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editorial

Diretoria aDministrativa

eQUiPe agro&negÓCios

LUANA LOOSE PEREIRA

JornaLista

JULIANA FOERSTER

gerente De negÓCios

WILLIAM GARCIA

ConsULtor ComerCiaL

MARÍLIA ASSIS

Designer

TÁSSIA FERNANDES

JornaLista

ALLAN PAIXÃO FRANCIS BARROS

Por tássia FernanDes e LUana Loose Pereira

Iniciamos este ano preocupados com o futuro da agricultura regional, nesta safra verão enquanto algumas regiões ainda sentiam os reflexos dos danos causados pela Helicoverpa armigera, outras sofreram com a ferrugem e, em seguida, com a falta de chuva, que adiantou a colheita da soja, mas retardou o início do plantio da segunda safra em algumas propriedades.

Abrimos o mês de fevereiro e a tão esperada chu-va finalmente caiu sobre o solo do sudoeste de Goiás, fazendo brotar novamente a esperança de que tenhamos uma boa segunda safra de milho, segundo estimativas de consultores do Sistema FAEG/SENAR, nesta segunda safra, o Brasil, que ficou em quarto lugar na produção mundial de milho em 2013, deve alcançar 72 milhões de toneladas, 8 milhões serão provenientes do estado de Goiás, sendo 5 milhões na segunda safra.

Cumprindo o papel de ser ferramenta de informa-ção para todos os envolvidos no meio rural, a Agro&Negó-cios preparou para esta edição uma reportagem especial sobre o clima em nossa região, buscando entender um pouco melhor o contexto que estamos vivenciando e o que podemos esperar para as próximas temporadas.

Em ritmo de TecnoShow 2014, resolvemos inovar! Zezé Di Carmago estampa a capa de nossa 25ª edição. Em entrevista exclusiva, o cantor fala sobre o amor pelo Ne-lore e a experiência no melhoramento genético do plantel nacional da Raça.

Também no setor da pecuária, desta vez leiteira, discutimos com os criadores sobre um dos principais gar-galos da atividade, a falta de mão de obra. Lygia Pimentel nos contempla, mais uma vez, com artigo onde aponta os caminhos a serem percorridos pelos pecuaristas neste ano de 2014. A colunista Lorena Ragagnin também esta conosco, discutindo novidades do setor jurídico que envol-vem diretamente o meio rural.

Novos parceiros comerciais também estão conos-co nesta edição, dando ainda mais força e credibilidade ao material que chega a suas mãos. O convite é para que você, caro leitor, se delicie a cada página e que ao final esteja saciado de novos conhecimentos, e é claro, ficando sempre com um gostinho de quero mais!

Boa Leitura a todos!

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aGenda

AGROasPeCtos PoLêmiCos Do agronegÓCio

Uma visão através Do ContenCioso

Lançado em 2013, o livro traz uma coletânea de textos pro-duzidos por especialistas renomados, que abordam situa-ções reais referentes às relações comerciais no agronegócio. A organização é do advogado Elias Marques de Medeiros Neto, que teve a pretensão de também incluir questões dos campos tributário, trabalhista, ambiental, criminal, proces-sual, entre outros. O livro toca em um tema pouco abordado pela literatura específica e pode contribuir com produtores rurais e advogados.Onde encontrar: http://www.ebalivros.com.br/produto/id:212000

NeGócIOSa arte Do Começo – o gUia DeFinitivo

Para iniCiar o seU ProJeto

“… empreendedor não é um cargo. É um estado mental de alguém que deseja mudar o mundo.” Esta é uma das citações presentes no livro de Guy Kawasaki, uma espécie de roteiro para quem deseja iniciar um empreendimen-to. As dicas vão desde a elaboração de um bom plano de negócios até o posicionamento da marca e a criação de uma forte cultura interna. Um dos responsáveis pela con-solidação da marca Apple na década de 1980, Kawasaki é referência no mundo dos negócios.Autor: Guy Kawasaki.Onde encontrar: http://www.livrariasaraiva.com.br/pro-duto/207072

conectado

AGROConFinar 2014 - merCaDo, integração

e ProDUção sUstentáveL

Quando: 06 e 07 de maio de 2014Onde: Campo Grande/MSMais informações: http://confinar.net/portal

teCnoshoW ComigoQuando: 07 a 11 de abril de 2014Onde: Rio Verde/GOMais informações: http://www.tecnoshowcomigo.com.br/

NeGócIOSexPo marketing BrasiL

marketing DigitaL

Quando: 13 de maio de 2014Onde: Brasília/DFMais informações: http://www.expomarketingbrasil.com.br

CUrso – aPrenDer a emPreenDerQuando: Disponibilizado durante 30 dias para o participante.Onde: On-line – plataforma do Sebrae.Mais informações: http://www.ead.sebrae.com.br/quero-empreender/ae-aprender-a-empreender/

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Instituições �nanceiras Emissora O�cial

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tecnoSHoW coMiGoA expectativa é superar os números de 2013: 82 mil visitantes e R$ 900 milhões em volume de negócios

a TECNOSHOW COMIGO chega à 13ª edição consoli-dada como uma das principais feiras de tecnologia rural do Brasil, sendo a maior do Centro-Oeste. A

perspectiva para 2014 é superar o volume de negociações do ano passado, quando a feira registrou R$ 900 milhões, e receber mais de 90 mil visitantes, no período de 7 a 11 de abril, no Centro Tecnológico COMIGO (CTC), em Rio Verde (GO). Com investimentos da ordem de R$ 550 mil em me-lhorias na estrutura, a feira terá mais de 500 empresas ex-positoras, marcando presença em uma área de 60 hectares.

Em cinco dias a TECNOSHOW COMIGO apresenta-rá aos visitantes de diversas regiões do Brasil o que há de mais moderno em tecnologia rural e inovação para a agropecuária. “A feira é uma referência na geração e di-fusão de tecnologias rurais. O público que visita sabe da magnitude do evento e comparece porque tem certeza de que encontrará o que há de mais moderno para a ativida-de. O cenário é de otimismo para 2014”, destaca o presi-dente da COMIGO, Antonio Chavaglia.

Programação

Estão previstas mais de 100 palestras e dinâmi-cas de máquinas e pecuária. Os temas e apresentações vão ser desenvolvidos por especialistas e profissionais do agronegócio.

No CTC, o público poderá conhecer e adquirir pro-dutos e serviços, direcionados ao agronegócio, de expo-sitores de insumos agrícolas, máquinas, equipamentos e veículos, animais, artesanatos, alimentação, instituições financeiras, aeronaves, além de obter informações sobre trabalhos de instituições de pesquisa e ensino, entidades

e órgãos públicos, agricultura familiar, e acompanhar ex-perimentos em uma área de 40 mil metros quadrados de plots agrícolas, com inovações no manejo de pragas e doenças, lançamento de cultivares, entre outros.

Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de ge-ração e difusão de tecnologia do CTC, Carlos César Evan-gelista de Menezes, a COMIGO está conduzindo vários trabalhos, que serão apresentados na feira e direcionados para atender demandas dos produtores e técnicos. “Neste ano, por exemplo, a demanda do momento é o manejo e controle da Helicoverpa armigera. Estamos estabelecendo estratégias de controle junto com o pessoal da Embrapa e UniRV para posicionar qual é o melhor manejo da praga”.

A feira terá dinâmicas de pecuária (manejos e nu-trição), doma racional de equinos, apresentação de rédeas e de cães pastores, Circuito Ambiental, Dia do Meio Am-biente, distribuição de mudas nativas do Cerrado, entrega do 7º Prêmio de Gestão Ambiental Rural COMIGO, exposi-ção de animais de excelente genética, espaços para des-canso, restaurantes e estacionamentos para 3.500 veícu-los/ônibus.

inFraestrUtUra

O Centro Tecnológico COMIGO recebeu melhorias para deixar a estrutura mais confortável, prática e moder-na aos expositores e visitantes. Entre as novidades estão a construção e readequação de banheiros, pavimentação de ruas, aquisição de novos transformadores para a rede elétrica e ampliação da capacidade de internet (150 MB), com oito torres distribuídas na feira para garantir melhor sinal e acessibilidade.

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Goleada de Produtividade!DIA DE CAMPO

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UniggeLEvEntO REAlizAdO pElO GRupO uniGGEl cOnfiRMA A cREdibilidAdE dA EMpREsA juntO AOs pROdutOREs RuRAis

Por rayana Gouvea

Vista aérea do evento registrada através de um drone

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aconteceu no dia 8 de Feve-reiro, o 14º Dia de Campo Uniggel Sementes em Cha-

padão do Céu, Goiás. O evento, que acontece a cada dois anos, contou

com quase 600 pessoas entre eles profissionais do agronegócio, produto-

res rurais e empresários do ramo que pu-deram ver de perto as novidades que foram

apresentadas por essa verdadeira vitrine de lan-çamento de novos produtos e exposição das mais re-

centes tecnologias a fim de garantir o aumento da produti-vidade e rentabilidade do agronegócio do sudoeste goiano.

Buscando atualizar o produtor com o que há de melhor no mercado, durante o evento também foi lançada a variedade Intacta RR2 PRO que possui resistência con-tra lagarta helicoverpa armigera, a grande vilã da última safra no país. Prezando por estar sempre a frente, ante-

cipando as tendências do mercado e focando na qualida-de superior para oferecer ao produtor a melhor semente, com maior vigor e germinação, o evento contou com um ciclo de palestras que ajudaram o produtor a conhecer e tirar todas as dúvidas sobre as grandes possibilidades de aumentar o lucro. Após muita informação, foi servido um delicioso almoço para confraternizar com os convidados e comemorar também os 25 anos do Grupo Uniggel.

A equipe Uniggel estava em peso e pode contar também com a presença dos sócios e idealizadores do Grupo, os irmãos Sérgio, Fausto e Ronan Garcia que re-cepcionaram os convidados agradecendo pelo carinho de estar prestigiando esse 14º Dia de Campo Uniggel Semen-tes que foi um grande sucesso, superando as expectativas dos presentes que ficaram muito satisfeitos com o resul-tado final. Praticando uma agricultura moderna e respon-sável, o Grupo Uniggel está crescendo em ritmo acelerado acompanhando as mudanças que o mundo exige.

Complexo do Grupo Uniggel em Chapadão do Céu - GO

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Foram mais de 30 milhões de reais investidos pela cooperativa COMIGO na mais nova central de arma-zenagem de grãos localizada no município de Jataí/

GO. Considerado um dos mais modernos armazéns da região, referência em todo o estado de Goiás, a nova es-trutura é totalmente automatizada e também adequada à legislação, principalmente no que diz respeito às normas trabalhistas e ambientais.

De acordo com o presidente da COMIGO, Antonio Chavaglia, os investimentos refletem o anseio e a de-manda dos associados que também têm investido no au-mento da produção. “São regiões altamente produtivas e necessitavam dessas unidades. Agora estamos entre-

SeGurança e tranquilidade aoS produtoreS aSSociadoScooperativa cOMiGO investe em nova unidade armazenadora de grãos em jataí/GO

Por Luana Loose Pereira

gando esta obra que vai facilitar a vida dos cooperados dessa região”, destaca.

Os associados, por sua vez, ressaltam os benefí-cios proporcionados por esta grande obra. “Para nós é um privilégio receber esta obra tão moderna em nossa região. Agora temos um armazém que está bem pró-ximo de nossa propriedade e isso além de reduzir os transtornos com as estradas, certamente, vai reduzir significativamente os custos de transporte”, afirma Eve-raldo Gobbi, produtor associado.

“Esta área tem altos índices de produtividade, por isso esta obra veio na hora certa beneficiando o coope-rado de várias maneiras. Favorecendo o transporte, a ar-

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mazenagem e dando comodidade. É uma obra de grande relevância”, salienta a associada Lia Helena Katzer.

Para Reginaldo Pires, a entrega da nova unidade representa tranquilidade e segurança aos associados e também proporciona ainda mais credibilidade ao trabalho realizado pela cooperativa em prol das regiões de atua-ção. “Hoje o escoamento e a armazenagem de grão é um dos principais gargalos em Jataí, este investimento visa aumentar a capacidade estática do município e garantir aos associados à entrega dos grãos com remuneração fu-tura em suaprópria cota capital”, pontua Reginaldo.

Cerca de 400 pessoas - entre cooperados, fami-liares e convidados - participaram da cerimônia de inau-

guração da nova unidade. Participaram do evento toda a diretoria da COMIGO, membros do conselho diretor e fis-cal, superintendentes, gerentes, técnicos e colaborado-res, além de representantes de entidades como: Governo do Estado, Federação da Agricultura do Estado de Goiás, prefeituras e sindicatos rurais de Jataí e Serranópolis.

Na oportunidade houve uma palestra com o agro-meteorologistada Somar Meteorologia (SP), Marco An-tônio dos Santos, que falou sobre o prognóstico climá-tico para a região Sudoeste de Goiás, uma preocupação que toma conta dos produtores. Segundo ele, as chuvas devem se regularizar e se manterem estáveis nos pró-ximos meses.

Comigo

64 3636 0300 www.comigo.com.br

UNIDADe BOM JARDIM JATAÍcapacidade de armazenagem: 72 mil toneladas de grãosinvestimento: R$ 30 milhõesinauguração: 11 de Janeiro de 2014Estrutura: 4 silos graneleiros (18 mil toneladas cada), 4 silos (pulmão) de 6 mil sacas casa, 2 secadores (cada um com capacidade de secar 150 toneladas/hora), tombador, moega, caixa de expedição padrão, caixa de expedição de impu-rezas, caixa de expedição para quirera, subestação de energia 1.000kva, gerador de energia a óleo de 500 kva, guarita, banheiros masculino e feminino e sala de espera para motoristas, calador de amostras, escritório, balança de recepção, balança de expedição, alojamento para 40 pessoas, 3 casas para funcionários e refeitório para 40 pessoas.localização: km 2 rodovia GO-184 a direita 39 km, município de JataíGerente: Luiz Firmino da Silva

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FAEGseminários regionais De

ComerCiaLiZação e merCaDo agríCoLa

A Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realizou uma série de seminários em Janeiro, com o pro-pósito de levar ao produtor rural informações sobre co-mercialização e produção de forma satisfatória e rentável. A rodada de seminários passou pelos municípios goianos de São João D’Aliança, Cristalina, Goiatuba, Caiapônia, Mi-neiros e Rio Verde, tendo como palestrante, Gustavo Be-zerra, consultor em gerenciamento de riscos da FCStone.

ESTRADAS ESTADUAISreUnião DisCUte sitUação PreCária

José Mário Schreiner, presidente da Faeg, esteve em Ja-taí/GO, junto com representantes da Agetop, onde se reu-niu com os produtores rurais para discutir a situação das estradas estaduais. Os produtores alegam que a condição precária das rodovias atrasa e aumenta o custo do escoa-mento da produção, problema recorrente durante as sa-fras. Entre as GOs citadas, que precisam de manutenção, estão a 180, 467, 178 e 050.

SINDICATO RURAL DE JATAÍriCarDo Peres é reeLeito

À frente do Sindicato Rural como presidente pela primei-ra vez, Ricardo Assis Peres desenvolveu um trabalho que agradou os sindicalizados e foi reeleito para o cargo. A eleição, com chapa única, aconteceu em dezembro de 2013. Em fevereiro, Ricardo deu início ao novo mandato, que vai até 2017. Entre as tarefas a serem desempenha-das neste primeiro semestre está a organização da 42ª Expaja, agendada para 16 a 22 de junho.

ESTRADAS MUNICIPAISmaQUinário agríCoLa vai garantir manUtenção

A prefeitura de Jataí recebeu a nova frota de máquinas que será utilizada na manutenção das estradas rurais, para facilitar, principalmente, o escoamento das safras. Os caminhões, escavadeiras e patrol foram adquiridos a partir de uma emenda parlamentar do deputado federal Leandro Vilela. Também foram entregues quatro veícu-los para a secretaria municipal de saúde, para auxiliar na prestação de serviços nas Unidades Básicas de Saúde.

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AGRODEFESAtaxas voLtam a ser CoBraDas

Depois que a Faeg conseguiu a liminar da 1ª Vara da Fa-zenda Pública Estadual, suspendendo a cobrança realizada pela Agrodefesa em relação ao cadastramento das áreas cultivadas com soja, o Governo do Estado entrou com re-cursos, amparado pela Procuradoria Geral do Estado, e ficou determinado o arquivamento do mandado de segu-rança e o fim dos efeitos da liminar. Mas, a Faeg já deter-minou a propositura do Recurso de Apelação e vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, pois acredita que a criação e aumento das taxas são ilegais e inconstitucionais, já que, de acordo com a Constituição, impostos não podem ser criados por decretos.

Por Tássia Fernandes

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giro De notíCias

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novidades e tendências para 2014 são apresentadas a agricultores jataienses

Por Luana Loose Pereira

eventos técnicos onde realmente possamos interagir e apresentar ao agricultor o que temos de mais moderno em termos de tecnologia para a agricultura”, comenta.Toninho Pimenta, também sócio proprietário, destaca que um dos objetivos da TEC AGRO é que o produtor te-nha acesso às novidades e possa conferir na prática os resultados alcançados. “Neste tipo de evento consegui-mos mostrar as novas tecnologias em áreas menores. É uma oportunidade para que o produtor saia da sua roti-na e venha em busca de novos conhecimentos”.

novas tecnologias para a cultura da soja, novida-des em híbridos de milho e sorgo, além de muito conhecimento técnico, tudo isso os produtores ru-

rais puderam conferir durante o 4º Dia de Campo da TEC AGRO, realizado em parceira com Osvino Sandri, na sede da Fazenda Bonsucesso, em Jataí.Segundo Everaldo Pereira, sócio proprietário do Grupo TEC AGRO, a realização de dias de campo é importan-te, pois possibilita a interação entre agricultores, forne-cedores e colaboradores. “A TEC AGRO busca promover

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Durante o evento, os participantes percorreram um cir-cuito onde participaram de palestras técnicas sobre as novas variedades e a utilização de produtos comercializa-dos pela empresa, com representação dos fornecedores: Sementes Goiás, Sementes Agroceres, Sistema Roundup Read Plus e Bayer CropScience.Para Everaldo Pereira, a agricultura vive hoje um proces-so muito dinâmico e por isso é preciso a cada ano estar lançando novidades no mercado. “Todo o ano nós temos lançamentos para a cultura da soja e de milho. Hoje te-mos a oportunidade de estar inovando com a tecnologia Intacta para soja e VT PROMAX para o milho, que é uma revolução em nível de plantio”, explica.O anfitrião, Osvino Sandri afirma que pretende manter a tradição do dia de campo na propriedade, pois acredita

teC agro

que oportunidades como esta são extremamente impor-tantes para o bom andamento das atividades na lavoura. “Eu espero que este dia de campo continue para que pos-samos sempre estar informados sobre os novos lança-mentos e também trocando ideias e experiências com os demais produtores da região”. A quarta edição do evento reuniu um grande número de participantes. Para Everaldo Pereira isso demons-tra que o produtor está cada vez mais tecnificado. “O nosso produtor hoje tem um profissionalismo muito elevado e para que possamos acompanhar, nós tam-bém devemos estar atentos às inovações, fazendo o que estiver ao nosso alcance para que ele tenha um custo de produção efetivo com altos índices de produ-tividade”, conclui.

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em setembro de 2011 trouxemos as primeiras infor-mações referentes à Granja que seria instalada em Jataí/GO. Agora, dois anos depois, voltamos a falar

do empreendimento que chega ao município e deverá tra-zer impactos positivos para a economia da região. Mesmo com as obras em andamento, a expectativa é de que a Granja entre em operação no próximo semestre.

“O projeto atrasou em torno de um ano porque estávamos com dificuldades na perfuração do poço para o fornecimento de água, mas o problema foi soluciona-do no final de 2013 e recomeçamos os investimentos em infraestrutura, com a construção dos setores de pro-dução. Não existe previsão exata para a conclusão, mas esperamos que seja o mais rápido possível”, esclarece Kenji Amano, presidente do Grupo Gransete, responsá-vel pelo empreendimento.

Há 35 anos no mercado, o Grupo é formado por sete granjas de postura comercial. A sede fica em Bastos/SP, conhecida como a Capital do Ovo. Para ficar mais próximo dos centros de produção da matéria prima e também dos locais de consumo do produto final, a sugestão foi buscar o sudoeste goiano. Entre as opções estava Jataí, municí-

pio escolhido pelo Grupo, ou, como prefere Kenji Amano, o município que esco-

lheu o Grupo. “Além de nos depa-rarmos com aspectos favoráveis, como localização, altitude, tem-

peratura e logística; fomos bem acolhidos por todos. Os jataienses são muito recepti-vos e nós agradecemos pelo voto de confiança”.

As obras para ins-talação da fábrica já

começaram e entre as etapas concluí-

das estão: plan-

Granja jataíEmprego e renda para o município goiano

Por Tássia Fernandes

tação de mudas de eucalipto para formação da barreira sanitária, instalação da rede de energia elétrica, constru-ção da colônia, terraplanagem e os projetos arquitetônico e ambiental. Também está em andamento a construção do armazém, que terá 10 silos, cada um podendo armazenar 100 mil sacas de grãos, totalizando uma capacidade de ar-mazenagem de 1.000.000 de sacas.

Para que se tenha ideia da potencialidade do Gru-po, a soma do plantel das sete granjas corresponde a 3.500.000 aves. Na Granja Jataí, a pretensão é começar com um plantel de 1.200.000, entre galinhas poedeiras e aves para cria e recria. Kenji Amano reforça que o plantel é próprio e que o empreendimento não segue o modelo de integração, adotado em algumas granjas. A produção inicial será de ovo in natura, que deverá ser comerciali-zado além da região. “Com a produção da Granja Jataí também pretendemos abastecer o Norte, Nordeste e Su-deste do país”.

A expectativa pela movimentação da economia é grande, principalmente por parte dos produtores rurais, que veem a Granja como um consumidor em potencial da matéria prima produzida no município, que poderá ser destinada à alimentação das aves. Os cálculos iniciais indicam que a partir do momento em que o projeto esti-ver concluído, o consumo de grãos (soja, milho, sorgo e milheto) será de 1.000.000 de sacas por ano. A matéria prima será adquirida em Goiás, onde for encontrada a melhor oferta.

Além da promessa para o futuro, a instalação da Granja Jataí já traz benefícios, como, por exemplo, a con-tratação da mão-de-obra local. “Efetuamos vários contra-tos com terceirizados locais e quando a Granja começar a operar serão gerados mais 180 empregos diretos e 300 indiretos, aproximadamente”. Será preciso uma equipe re-forçada e competente para garantir o bom funcionamento da Granja, tendo em vista que a meta é manter uma pro-dução diária de 72.000 dúzias de ovos.

Kenji Amano, presidente do Grupo Gransete e responsável pela Granja Jataí.

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que já existe em São Paulo e deve ser implantada na segunda etapa do projeto”. O ovo em pó, sobre o qual muito tem se falado quando o assunto é a Granja Ja-taí, ainda não está nos planos, apesar de ser produzido por um dos sócios do Grupo Gransete, em sua unidade particular. Quem sabe em longo prazo se torne, tam-bém, uma possibilidade? Afinal, o crescimento do Grupo é a prova de que pensar grande é uma característica dos empreendedores.

FeeLing emPreenDeDor

Com 90 hectares de área disponíveis, a produção de ovo in natura é só o começo. “O projeto inicial é cons-truir a fábrica de ração; dois galpões para pinteiros com capacidade para 50.000 aves cada, e aviário de postu-ra com 32 ranchos automatizados para alojar 50.000 aves cada”, descreve Kenji Amano, que também revela os planos para o futuro. “O programa de expansão inclui a fábrica de extrusão de soja; fábrica de embalagens para ovos e a indústria de ovos líquidos pasteurizados,

a exPeCtativa PeLa movimentação Da eConomia é granDe, PrinCiPaLmente Por Parte Dos ProDUtores rUrais, QUe

veem a granJa Como Um ConsUmiDor em PotenCiaL Da matéria Prima

ProDUZiDa no mUniCíPio.

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no pasto ou no cocho, na ordenha ou na insemina-ção, o cenário é o mesmo: escassez de mão de obra qualificada. Atraído, principalmente pelo aqueci-

mento do setor da construção civil, o funcionalismo tradi-cionalmente rural migrou para os centros urbanos e quem mais sentiu os reflexos desta mudança foram os pecuaris-tas que investem na produção leiteira.

José Renaldo Franco, pecuarista, afirma que a ca-rência de mão de obra qualificada no campo, sem dúvida é um dos principais gargalos da atividade no sudoeste do estado de Goiás. “O investimento na pecuária leiteira, hoje é muito alto, mas tem retorno, só que a dificuldade está na mão de obra. Conseguir um funcionário qualificado em nossa região é muito complicado”.

A saída encontrada pelo produtor é buscar funcio-nários em outros estados. “Eu tenho trazido pessoas de fora, mas estes profissionais na maioria das vezes che-gam, começam a aprender a profissão, mas não tem inte-resse de ficar e se especializar na propriedade”, destaca José Renaldo.

Segundo Gilmar Souza, gerente de propriedade rural, a falta de interesse dos profissionais ocasiona a alta rotatividade. “Na maioria das vezes é falta de inte-resse, as pessoas hoje não querem ter compromisso. Na pecuária leiteira o serviço exige muita responsabilidade,

SeM Mão. SeM obra.pecuaristas sofrem com a escassez de profissionais capacitados para a atividade leiteira

Por Luana Loose Pereira

então por isso fica cada vez mais difícil encontrar funcio-nários”, comenta.

Na propriedade de Nei Cesar Carrijo Bridi o cami-nho foi investir no bom relacionamento. “A pecuária de leite é uma atividade diária, têm que trabalhar inclusive no sábado e no domingo e, às vezes, os funcionários ficam restritos às folgas. Acredito que para fixar o funcionário na propriedade leiteira temos que tentar pagar um salário equivalente ao que outros setores pagam e procurar fazer com que as pessoas gostem cada vez mais da atividade”.

Em Goiás, 60% do leite produzido ainda vêm de pequenos produtores que, buscando sustentar a atividade, apostam também na mão de obra familiar. De acordo com Antônio Pinto, membro da comissão de leite do Sindicato Rural de Jataí, nos últimos três anos a motivação dos jo-vens das famílias que investem no setor aumentou, prin-cipalmente devido à modernização recente da atividade.

Segundo ele, os profissionais precisam levar em conta, além da remuneração, todos os benefícios sociais e econômicos que o envolvimento com a atividade propor-ciona. “Quando se trabalha na propriedade rural, o fun-cionário tem todas as regalias e a qualidade de vida é di-ferenciada. Além de ser muito bem remunerado, não tem perda de tempo com transporte, gastos com alimentação e moradia”, salienta Antônio.

nos úLtimos três anos a motivação Dos Jovens Das FamíLias QUe investem no setor aUmentoU, PrinCiPaLmente DeviDo à moDerniZação reCente Da ativiDaDe.

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PeCUária Leiteira

Uso Da teCnoLogia

A implantação de tecnologia tem feito a diferença nos índices e na qualidade do leite produzido nas proprie-dades rurais do estado. Porém, muito mais do que mo-dernizar a produção, a tecnologia tem ajudado a reduzir a necessidade de mão de obra humana diária. “A válvula de escape é investir na tecnologia, não tem outro jeito”, afirma Gilmar Souza.

Segundo Antônio Pinto, o produtor que produzia 300 litros de leite, ordenhado manualmente, precisava em média 3 ou 4 empregados, hoje com o auxilio da tecnolo-gia, apenas uma pessoa consegue garantir a produção de até 500 litros/dia. “Não é que a máquina vem ocupar o espaço do homem, mas realmente tem auxiliado muito a sustentar a atividade. A tecnologia só veio a ajudar, agora é lógico que tem que saber manejar e para isso é de extre-ma importância ter alguém capacitado”.

Para Nei Carrijo Bridi, a tranquilidade em relação à manutenção dos funcionários veio junto com a moderniza-ção da propriedade. “A tecnologia faz com que um funcio-nário dê conta do serviço de maneira menos trabalhosa. Com ela, o produtor consegue diminuir mão de obra, ga-rantir qualidade e com isso remunerar bem o funcionário para que ele fique satisfeito”.

o ProDUtor QUe ProDUZia 300 lITROS De leITe, orDenhaDo manUaLmente, PreCisava em

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“ “O uso de ordenhas mecânicas facilita a

vida do produtor e do empregado

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CUrsos De CaPaCitação

Buscando amenizar a carência de mão obra espe-cializada, os sindicatos rurais, cooperativas e associações, têm investido em cursos de capacitação nas mais diversas áreas agrícolas, inclusive abordando práticas voltadas ex-clusivamente para a pecuária leiteira.

De acordo com Antônio Pinto, o interesse em inves-tir em capacitação deve partir não apenas dos funcioná-rios, mas também dos próprios produtores rurais. “Basta o produtor rural e também o trabalhador procurarem as instituições para fazer os cursos disponíveis. No início des-se ano já atendemos em Jataí mais de 200 profissionais do setor agropecuário com os cursos de formação através do SENAR, mas a procura ainda é pouca”.

Para Nei Cesar Carrijo Bridi, os cursos são uma ex-celente oportunidade para a qualificação da mão de obra. Segundo ele, se todos os pecuaristas apostarem na capa-citação dos próprios funcionários, mesmo com a rotativi-dade, o problema seria menor, pois os interessados teriam um grupo fechado de profissionais disponíveis e capaci-tados a exercer a atividade. “Os cursos ajudam na qua-lificação dos funcionários, o que faz com que o produtor possa melhorar o salário e com isso motivar o empregado a ficar na atividade. Em minha propriedade já passaram vários funcionários, mas hoje eu estou com uma boa equi-pe formada, tudo graças à tecnologia e à qualificação que possibilitam melhor remuneração”, encerra Nei Cesar.

CooPerativas e assoCiações, têm investiDo em cURSOS De cApAcITAçãO nas mais Diversas áreas agríCoLas,

inCLUsive aBorDanDo PrátiCas voLtaDas exCLUsivamente Para a pecUáRIA leITeIRA.

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merCaDo Do Boi

perSpectivaS para o Mercado de commodities eM 2014

lyGIA pIMeNTelMédica veterinária, pecuarista e especialista em commodities pela inTL FCstone

Mais um ano começa e mais uma vez tentamos tra-çar as tendências mais prováveis para ele. Não é fácil, já aviso. Qualquer mudança em uma das

variáveis aqui consideradas pode mudar o cenário com-pletamente. De toda forma, aceitamos o desafio. Afinal de contas, o objetivo é auxiliar o planejamento do ano e não ser pego de calças curtas. Começarei sem a lupa de aumento que mira o mercado pecuário para analisar as coisas de um ângulo que nos dê maior amplitude. Afinal de contas, sofremos e sempre sofreremos os efeitos da macroeconomia, de uma maneira ou de outra.

maCroeConomia

O Brasil é sétimo lugar entre os maiores produtos internos brutos (PIBs) mundiais, mas a evolução desse nos-so indicador tem sido decepcionante, com toda certeza! Nos últimos quatro anos, nosso crescimento foi 5,1%. Isso ocor-re devido à “nova” política econômica que o Brasil adotou a partir de 2010. Viés político à parte, é inegável que demos alguns tiros no pé e estamos colhendo os resultados.

E já que 2014 é ano de eleição, não há sinal de que a política econômica adotada mudará no curto/médio pra-zo, o que deve manter o protecionismo, câmbio e inflação no mesmo rumo em que vemos hoje. Em outras palavras, luz amarela para a economia brasileira com potencial de piora para 2015.

E claro que não sou a única que enxerga as coi-sas desta maneira. A comunidade internacional também notou que as coisas não seguem bem como o planejado inicialmente. Alguns analistas sugeriram que o Dólar po-derá atingir R$ 2,80. Somos mais conservadores. Dizem que Deus inventou o câmbio para provar que os analistas erram, mas vamos dar um chute do câmbio em até R$ 2,60. Vamos ver como fica até o fim do ano.

exPortações De Carne

O câmbio vantajoso para os gringos ajuda na nossa precificação e competitividade internacionalmente. Isso significa que quanto mais vale o Dólar, menos dólares se-rão necessários para comprar o mesmo volume em Reais. Sem contar que o frigorífico recebe em dólares e nos paga em reais, portanto, a carne exportada remunera melhor quando o Dólar sobe. Prova disso é que quando o Dólar sobe, nosso volume voa.

Provavelmente o que a economia brasileira não pu-der absorver, o mercado externo levará. Nossa estimativa é de 23% de carne exportada frente o total produzido pelo Brasil em 2014. Portanto, atenção ao câmbio e ao merca-do externo. Ele será um importante aliado no momento de vender nosso produto em 2014.

merCaDo PeCUário

Este ano que se inicia tem um clima diferente. Um clima melhor, mais otimista, mais leve, eu diria. 2014 já apresenta uma média de preços 9,56% maior do que o registrado no ano passado. Quando consideramos apenas os meses de safra, o resultado é ainda melhor. Temos uma alta nominal de 15,03% para o animal comercializado na safra de 2014. Nada mal!

Qual o motivo dessa evolução tão expressiva? Por que voltamos a ficar otimistas? A resposta recai so-bre o bezerro.

Enquanto a tendência da margem da cria se man-teve em queda até o ano passado, o abate de fêmeas seguiu em alta. E a partir do momento que começou a beirar as máximas históricas, podemos dizer que a recen-te recuperação da margem da cria indica que os preços

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pecuários têm que voltar a remunerar o pecuarista para que ele não continue abatendo fêmeas. E é exatamente o que o mercado está enxergando, juntamente com a boa perspectiva em relação às exportações e à possível sus-tentação do mercado interno (pelo menos durante a me-tade de 2014). Se o consumo total estiver interessante, o apetite dos frigoríficos continuará aquecido. Assim sendo, a perspectiva é de um ano positivo para a arroba do boi gordo e para as categorias de reposição.

ConFinamento

O confinamento ainda é uma incógnita. Pesquisa preliminar realizada pela INTL FCStone aponta volume de animais confinados 12% maior em relação a 2013.

A acomodação do mercado de grãos pode ajudar, mas considerando a logística deficiente de importantes regiões produtoras, há possibilidade de o custo permane-

cer pouco atrativo se o mercado de safra para a arroba resolver recuar a partir de 4,5% e considerando os valores atuais para milho e boi magro.

Outra questão é que tamanho otimismo pode elevar e concentrar a oferta entre setembro e novembro. De toda forma, ainda é muito cedo para traçarmos um pa-norama mais consistente.

ConsiDerações Finais

Em resumo, o panorama pode mudar de maneira considerável com o passar do tempo, influenciado pelas variáveis. Mas não tem problema, não é um tiro no escuro! E importante tentarmos nos aproximar da realidade para programarmos o nosso ano e permanecermos no rumo do planejamento estratégico de nossa atividade. Só assim nosso negócio será de longo prazo.

bOM AnO A tOdOs!

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É o aMor pela pecuáriaEm entrevista exclusiva, cantor zezé di camargo fala da experiência como pecuarista e do trabalho na seleção de nelore pO

Por Luana Loose Pereira

na pecuária, assim como na música, é o amor que move Zezé Di Camargo, e no que se refere a mul-tiplicar genética melhoradora, ele também mostra

que veio para se consagrar em todas as paradas de su-cesso. Há 20 anos como pecuarista, o cantor já passou por todos os processos da cadeia de produção do Nelore: cria, recria, engorda e venda, em 2005, optou pelo me-lhoramento genético do plantel, investindo na compra de touros e matrizes de grandes marcas. Hoje, na Fazenda E Amor, situada em Araguapaz/GO, a decisão é de atuar no topo da pirâmide da produção de carne, selecionando gado de elite da raça zebuína Nelore.

A tecnologia de ponta aplicada na propriedade de Zezé está bem amparada pela genética, que é oferecida

em bezerras, bezerros, novilhas, novilhos, touros, va-cas, embriões e sêmen. Nas raízes da seleção E o Amor estão descendentes de pesos pesados como os touros indianos Karvardi, Golias e Taj Mahal, e na dianteira da marca despontam atuais barrigas consagradas como Bucareste BFSA e Marani JS da BJ em sociedade com Cícero de Souza.

Buscando saber um pouco mais sobre essa história de sonho e amor pela pecuária e em especial pela raça Nelore, a Revista Agro&Negócios conversou com o cantor goiano, que além de contar detalhes de sua trajetória vol-tada para o melhoramento genético do plantel nacional analisou também o cenário atual da pecuária de corte em todo o país.

Agro&negócios - Quais motivos que o levaram a investir na pecuária?

zezé di camargo - Sempre tive um sonho de ter minha terra desde que era criança, além de ser um ótimo investimento, então, com a aquisição da fazenda É o Amor em Araguapaz/GO, no vale do Araguaia, em 1993, eu já tinha em mente a pecuária, apesar de não ter muita in-formação e experiência na área, então contei com a ajuda

de profissionais e amigos que me orientaram e por ser uma região onde predominava a pecuária, não me restou dúvida e comecei com aquisição dos primeiros garrotes para engorda.

Agro&negócios - Como você trabalha a questão desta dupla atividade. Mesmo com a rotina de shows, bus-ca estar em contato e ficar por dentro do que acontece em sua propriedade?

CaPa

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zezé di camargo - Tempo realmente é o proble-ma que me impede de estar mais presente, mas sempre que posso, eu vou para a fazenda ficar nem que seja dois dias ou mais, assim vejo de perto e procuro me informar sobre tudo que está acontecendo. Mas tenho uma equipe que toma conta de tudo para mim, estou sempre em con-tato, seja por telefone ou e-mail, estou sempre a par das vendas, investimentos e no que se refere à tomada de deci-sões importantes que podem mudar o rumo das coisas, ligo às vezes para perguntar se nasceu um animal bom, como estão às doadoras de embriões, as premiações dos animais e seus desenvolvimentos. A cada ano temos um novo xodó, são alguns animais que acabam se destacando mais do que outros em minhas cocheiras ou algum touro que se desta-ca na produção. Mas futuramente quero me dedicar mais, vivenciar mais de perto a vida no campo, a pecuária e os negócios, além de a fazenda ser meu refúgio do mundo cor-rido que levo, de shows e outras atividades empresariais.

Agro&negócios - Para você, o que a atividade pe-cuária representa hoje?

zezé di camargo - A Pecuária é uma atividade que tenho como outras, como minha carreira de artista, meus imóveis e outras também. Mas acho que por ter minhas raízes no campo tenho um carinho especial pela pecuária, além de ser um ramo prazeroso é visto com bons olhos, não só por mim, mas também pelo mundo todo, pois não podemos parar de produzir alimentos, e é uma área que nunca irá acabar apesar de sofrermos bastante, no que se refere, principalmente, ao nosso custo de produção (é o que sempre minha equipe vem colocando como principais problemas na produção).

Agro&negócios - O Nelore E o Amor hoje é co-nhecido em todo o país, como se deu a opção pela criação da raça?

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zezé di camargo - A opção pela Raça Nelore não foi difícil, pois deste que me entendo por gente sempre vi o crescimento desta raça, junto com outras, principalmente o Gir, nas fazendas onde vivi e de outros amigos. Mas já trabalhei com outras raças também em cruzamentos in-dustriais nas fazendas que eu tive em Cocalinho/MT, e em Divinópolis/TO, mas o Nelore era à base de tudo. Já passei por todas as etapas de produção da Pecuária, cria recria e engorda, tanto a pasto como confinada e semi confinada. Mas hoje me dedico à seleção da raça, estamos no topo da pirâmide, todo esse processo de amadurecimento foi fun-damental, não só para mim, mas também para minha equi-pe que me acompanha deste que começamos há 20 anos, quando criamos a Fazenda É o amor. Por ser uma proprie-dade relativamente pequena, em torno de 300 alqueires, queria algo que me agregasse mais valor na produção por hectare. Os animais PO possuem um valor relativamente bem maior que os comuns, então optei pela seleção, muitos amigos que já selecionavam sempre me chamavam para a atividade e o Nelore é a maior raça de corte e principal do Brasil, então não tive dúvida, resolvi investir na raça Nelore PO (Pura de Origem), a qual aprovei o projeto em 2004, quando começamos, criei a marca Nelore E o Amor.

Agro&negócios - O investimento em biotecnolo-gia, como melhoramento genético e inseminação artificial é uma realidade na propriedade. Como você vê o investi-mento neste tipo de tecnologia e a modernização da ativi-dade pecuária como um todo?

zezé di camargo - Como disse acima, sofremos

muito com alguns erros na cadeia de produção, no que se diz a remuneração e custos na produção, não nos resta alternativa além de tecnificar, modernizar e aperfeiçoar-mos nossa produção. No nosso ramo vejo muitas fazendas e pessoas que sempre reclamam que estão em prejuízo e até vendem suas propriedades e saem do ramo, mas se olharmos melhor podemos ver que eles não buscaram a melhoria e o diferencial em sua empresa. Gosto de me referir a minha pecuária como uma empresa, pois é assim que a toco. Quem não a fizer estará fora!

Agro&negócios - Além da pecuária, você inves-te ou tem o objetivo de investir em algum outro setor do agronegócio?

zezé di camargo - No momento estou focado no trabalho de seleção da raça Nelore, não penso em outras atividades, como sendo a principal, mas parale-lamente trabalhamos também com a lavoura e outras atividades secundárias.

Agro&negócios - Como analisa o mercado atual da pecuária nacional?

zezé di camargo - Estamos vivendo um momen-to muito bom com grandes expectativas, mas podemos melhorar e muito. Temos vários fatores que influenciam negativamente nossa pecuária, como a redução do lucro dos pecuaristas, o que reflete em toda a cadeia, mas nós não podemos nos dar por vencidos e temos que buscar

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sempre o melhor, intensificar, e fazer o diferencial, é o que sempre estamos fazendo, em nossos animais nos touri-nhos principalmente, para que eu possa sempre vendê-los com um diferencial para o pecuarista multiplicador. Esses touros têm que ter um diferencial na propriedade do inves-tidor, seja ela pelo aumento do ganho de peso dos animais, aumento no índice de fertilidade e melhoria da qualidade da carcaça (carne), e perpetuar isso com a incorporação da genética no rebanho.

Agro&negócios - As exposições agropecuárias são hoje uma importante vitrine para o setor da pecuária, seja de corte ou de leite. Como a participação dos animais nes-tes eventos é encarada na propriedade?

zezé di camargo - É de fundamental importância, seja para comparar nosso trabalho, nos informar, mostrar nosso trabalho e, lógico, comercializar. A troca genética entre rebanhos PO é de fundamental importância, pois

acelera e de forma democrática o melhoramento da raça Nelore, e é a oportunidade também de investirmos em animais e trazermos o que há de melhor na raça para nos-so rebanho, para então podermos selecionar e aprimorar nosso plantel.

Agro&negócios - Você como cantor tem a expe-riência de conviver em dois contextos profissionais dife-renciados. Quais são hoje os principais desafios a serem superados pelos pecuaristas em todo o estado de Goiás e também em nível de país?

zezé di camargo - Por incrível que pareça a modernização seja ela qual for, e de que ferramenta for, é preciso buscar informação técnica e tirar do pa-pel, investir em mão de obra especializada e qualifica-da, mudar a concepção de fazenda da época do avô e administrar a propriedade como uma empresa, isso faz toda a diferença.

no meU Pensamento De menino, QUeria ser

Cantor PeCUarista.“ “

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Pé no freioRedução da produtividade. Retração da economia. Cautela com os investimentos.

Por Tássia Fernandes

a TendênCia é de que as Chuvas deixeM de ser reGuLares. “Toda a Chuva PrevisTa Para o Mês

deverá se ConCenTrar eM uM Período de Três a quaTro dias, sendo PouCos dias CoM MuiTa Chuva”.

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CLima - saFra 2013/14

Há muito tempo está consolidada a ideia de que a propriedade rural é uma empresa. Mão de obra qualificada, investimentos em tecnologias e plane-

jamento formam o tripé que sustenta a atividade. Em tese, seria responsabilidade do produtor rural providenciar cada um dos itens e, assim, garantir o bom funcionamento do empreendimento. Mas, na prática, nem tudo está ao alcance das mãos.

Em relação à mão de obra, apesar de muitas ve-zes estar disposto a contratar uma equipe capacitada, o produtor se depara com a escassez de profissionais dis-poníveis no mercado de trabalho. Quando o assunto é in-vestimento, o produtor goiano não fica atrás, mas segue só até onde consegue ir com as próprias pernas, pois a contrapartida do poder público nem sempre atende a de-manda, como destaca Antônio Gazarini, empresário rural e presidente da Associação dos Produtores de Grãos de Ja-taí/GO. “Temos orgulho de dizer que utilizamos a melhor tecnologia do mundo, que pode ser comparada com aque-la utilizada nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, mas em uma região com alta tecnologia, não temos ener-gia, que é um item básico”.

Chegamos então à terceira base do tripé: o plane-jamento. Com status de empresa rural, é preciso colocar na ponta da caneta o que entra e sai da propriedade; rea-lizar análises de mercado; estar atento às informações; buscar conhecimento e traçar metas. Mas, como foi pos-sível comprovar nos primeiros meses de 2014, planejar é preciso, mas prever ainda não está entre as competências do produtor rural. E foi justamente um detalhe imprevisí-vel que assustou a classe neste início de ano: o clima. “Se até o que parece estar sob o domínio do homem, como a energia, não pode ser controlado, imagina o que foge completamente à ação humana. A atividade agrícola por si só é de risco, pois é uma indústria a céu aberto”, enfatiza Antônio Gazarini.

Cenário imPrevisto

“Podemos ter o melhor equipamento e o melhor cientista, mas o meteorologista não é Deus e não pode ter 100% de certeza. E uma previsão e há possibilidades de erro”. A afirmação é do pesquisador e climatologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), José Antônio Marengo. Ele esclarece que o verão de 2014 é, de fato, diferente do que tem sido observado no mesmo pe-ríodo dos últimos anos, mas destaca que a falta de chuvas

é um fenômeno meteorológico passageiro. “Não significa, necessariamente, que vai se repetir nas safras seguintes”.

Em janeiro a anomalia de chuva, ou seja, a diferença de chuvas observada foi de 200 a 300 milímetros a menos na maior parte de Goiás. A comparação é realizada com a cli-matologia, período de 30 anos que vai de 1961 a 1990, como explica Fábio Rocha, meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em outras palavras, choveu em torno de 300 milímetros a menos do que a média registrada.

José Antônio Marengo destaca que as observações realizadas pelos profissionais do CPTEC/INPE mostram que a tendência é de que as chuvas deixem de ser regula-res. “Toda a chuva prevista para o mês deverá se concen-trar em um período de três a quatro dias, sendo poucos dias com muita chuva”. Segundo o pesquisador, este é um cenário que vem sendo observado no sudeste da América do Sul há mais de 40 anos.

As mudanças são progressivas e começaram a in-terferir no dia a dia do produtor, pois para a agricultura, muita água de uma vez só não é interessante, como pontua o pesquisador. “Pancadas de muita chuva em poucas horas não são suficientes para garantir a umidade do solo ou en-cher reservatórios, prejudicando a atividade”.

No estado de Goiás, a escassez de chuva nos pri-meiros meses de 2014 prejudicou o estágio final da pri-meira safra, cultivada principalmente com soja, e atrasou o plantio da segunda safra, em que o milho é a cultura destaque. A estimativa divulgada pela Federação de Agri-cultura e Pecuária de Goiás mostra que a perda da produ-ção de soja no estado pode chegar a 25%. Alguns produto-res, em situações pontuais, tiveram 100% de perda, como em Rio Verde. Em Quirinópolis foi decretada situação de emergência devido às perdas elevadas nas culturas de soja, milho e cana-de-açúcar. Os dados foram levantados durante uma reunião promovida pela entidade, em feve-reiro, da qual participaram representantes de alguns mu-nicípios goianos.

sitUação De insegUrança

Dentro de um cenário de incertezas e sem ga-rantias de respaldo, muitos produtores suspenderam o plantio da segunda safra no início de fevereiro e só reto-maram a atividade quando as chuvas se estabilizaram. É o caso do agricultor Micael Sabine, que cultiva 340 hec-tares em Jataí/GO e decidiu parar as máquinas depois

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de contabilizar 10 dias sem chuvas. O prejuízo não ficou só no atraso do plantio do milho segunda safra. “A seca interferiu também na produtividade da soja. Chegamos a observar uma redução de até 12 sacas por hectare em alguns talhões”, avalia.

Antônio Gazarini fez a mesma observação em re-lação à produtividade e afirma que as lavouras de soja estavam visualmente bonitas, mas a falta de chuvas no período de enchimento do grão resultou na má formação das vagens. “O grão não atingiu o peso satisfatório. Pla-nejamos colher uma quantidade e quando passamos as máquinas percebemos que seria diferente. Estamos em Jataí há mais de 30 anos e já passamos por algumas es-tiagens, mas nessa proporção é a primeira vez”, afirma.

Em meio às constatações de perda, a certeza do pro-dutor é uma só: a de que vai arcar com as consequências e os prejuízos sozinho. Ser amparado pelo seguro agrícola não está entre as opções da maioria. Como explica Antô-nio Gazarini, o preço do seguro é elevado, impossibilitando o acesso de muitos produtores. Além disso, a cobertura abrange apenas as despesas da lavoura. “Ninguém vive só de despesa. Em caso de situações imprevistas, o seguro deveria respaldar também o lucro do produtor. Acredito que se foi feito um investimento para colher determinada quantidade de sacas por hectare e por conta do clima, por exemplo, a expectativa não foi alcançada, o seguro teria que cobrir. Mas, no modelo atual, isso não acontece”.

José Roberto Brucceli, produtor rural que cultiva em Montividiu/GO e região, concorda que o seguro agrí-cola precisa ser modificado para que o produtor tenha ga-rantias em situações adversas. “Deveria ser um seguro de renda, que cobrisse os custos e disponibilizasse uma por-centagem de renda. O modelo atual assegura a instituição financeira e não o produtor”.

estaDo De aLerta

Sem um seguro agrícola que mantenha os lucros, independente das perdas, o melhor caminho parece ser colocar o pé no freio. “Quando as coisas vão bem, o otimis-mo toma conta; mas quando o ano começa com indícios negativos, o produtor fica pessimista e vai mais devagar”, afirma José Roberto Brucceli. Para Antônio Gazarini, evi-tar gastos excessivos num período incerto é uma medida cautelosa que deve ser adotada para que os prejuízos não sejam ainda maiores. “O produtor está sempre atento. Se a situação vai bem, acelera; mas a qualquer sinal negativo tira o pé do acelerador, por isso, provavelmente, os inves-timentos devem diminuir neste ano”.

Numa região em que a atividade principal é o agro-negócio, a redução de investimentos pode resultar na re-tração da economia e este é mais um alerta anunciado pe-los próprios produtores. “E uma cadeia. Se o rendimento da produção dá apenas para cobrir os custos, sem lucro, o produtor fica sem capital de giro para movimentar du-rante o ano e toda a população sente essa falta de investi-mentos”, pontua Micael Sabine.

Problema que pode afetar outros setores, além do rural, como enfatiza Reginaldo Martins, gerente da loja da Comigo em Jataí. “Só no município, de acordo com a mé-dia que está sendo calculada; o prejuízo será na ordem de R$ 100 milhões. Em Goiás, chega a R$ 1 bilhão e 300 mil. Isso só na cultura da soja. E um dinheiro que vai deixar de circular no estado. Se o prejuízo repetir na segunda safra, os produtores não vão suportar e aí surge o risco de ina-dimplência, por exemplo. Por isso, já tem muito produtor repensando o planejamento de investimentos para 2014, em função dessa retração. A tendência é mesmo colocar o pé no freio e ter cautela”, alerta.

CAIAPÔNIA

PARAÚNA

RIO VERDE

SANTA HELENAQUIRINÓPOLIS

CRISTALINA

ITUMBIARA

MORRINHOS

GOIATUBA

JATAÍ

ESTIMATIVA DE PERDA

5 – 10% (soja)

10 – 15% (soja)

30 – 40% (soja)

40% (soja)30% (cana-de-açúcar)

20% (soja)

10 – 15% (soja)

25% (soja)

50% (soja) - 50% (milho) 30% (cana-de-açúcar)

5 a 100% (soja)

20 – 25% (soja) Fonte: FAEG (Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás).

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saFra reCorDe?

A seca não trouxe problemas apenas para Goiás. Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul estão entre os estados que, possivelmente, terão re-dução na produção de soja e milho. Mas, mesmo com as quedas, a expectativa ainda é por uma safra recorde. “Ape-sar das situações adversas, foi registrado um aumento nas áreas cultivadas, que antes eram destinadas à pastagem”, garante Reginaldo.

O quinto levantamento de safras divulgado pela Co-nab (Companhia Nacional de Abastecimento) comprova a afirmação. A área plantada com grãos na safra 2013/14 deve ser 3,2% maior do que a cultivada anteriormente, ou seja, 1,72 milhão de hectares a mais, resultando em uma

área total de 54,98 milhões de hectares. Ainda segundo o levantamento, a produção também deve ser superior, chegando a 193,59 milhões de toneladas, 3,6% superior à safra anterior, um aumento de 6,72 milhões de toneladas.

Empreendedores de uma indústria a céu aberto, os produtores rurais dão sequência ao cultivo da segun-da safra, já de olho no próximo ciclo de plantio, tentan-do, apesar das adversidades, manter em boas condições o tripé que sustenta a atividade: mão de obra qualificada, investimentos em tecnologias e planejamento; itens que nem sempre podem ser controlados pelo profissional e, por isso, formam um cenário incerto, repleto de expecta-tivas, que são comprovadas, ou não, no decorrer de cada safra. Resta esperar o balanço final para, então, calcular o saldo depois do susto.

sÓ em Jataí (...) o PreJUíZo será na orDem De R$ 100 MIlhõeS. em goiás, Chega a R$ 1 BIlhãO e 300 MIl.

isso sÓ na CULtUra Da soJa. é Um Dinheiro QUe vai Deixar De CirCULar no estaDo.

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PortaL UFg

deriva de produtoS FitoSSanitárioSuma causa inevitável

a trajetória das gotas em pulverização via líquida até o alvo pode ser prejudicada por um fenômeno de-nominado deriva. A deriva pode causar a deposição

dos produtos químicos em áreas não desejadas, com sé-rias consequências como: danos aos cultivos sensíveis em áreas adjacentes, contaminação de reservatórios e cursos d’água, além de riscos à saúde de pessoas e animais.

Há dois tipos de deriva: A física, na qual há grande influência dos equipamentos de pulverização; e a química, com a volatilização de partículas a qual pode envolver ca-racterísticas intrínsecas de cada molécula de produto fitos-sanitário. A forma mais comumente encontrada é a física, embora possa ocorrer simultaneamente à química, depen-dendo do tipo de produto a ser pulverizado. Na teoria, a deriva física ocorre quando cerca de 10% da calda pulveri-zada se desvia para “áreas não alvo”. No entanto, na práti-ca, isto pode ocorrer com um volume de calda bem maior, caracterizando em muitos casos, falhas de aplicação.

A deriva é causada tanto por fatores denominados como mecânico, caracterizados pela calibração incorreta de equipamentos, escolha do tamanho de gotas, altura da barra de pulverização, velocidade de operação, pressão de pulverização, gravidade específica e desenho do bico de pulverização, quanto por fatores climáticos como veloci-dade do vento, taxa de evaporação, turbulência atmosfé-rica, temperatura e umidade relativa do ar.

Dentre os fatores climáticos que influenciam a per-da de produtos fitossanitários por deriva (física e química), destacam-se a umidade relativa e temperatura do ar, a radiação solar e ventos, além da turbulência atmosférica. Embora atue conjuntamente, a intensidade destes fatores são muito variáveis durante as 24 horas do dia. Assim, a ocorrência de deriva também pode variar durante o perío-do da pulverização.

A ocorrência da deriva é facilmente diagnosticada quando se aplica herbicidas, pois no caso de contamina-ção de áreas circunvizinhas, cultivadas com culturas sen-síveis a um determinado herbicida, normalmente ocorre

fitotoxidez, o qual pode levar à prováveis perdas do po-tencial produtivo. Do mesmo modo que em áreas onde se trabalha com Plantio Direto é comum observar-se rebo-leiras após a dessecação das plantas de cobertura e/ou vegetação espontânea (área de pousio). Em muitos casos, o que ocorre na realidade é que a quantidade de ingre-diente ativo necessária para o controle das plantas não se deposita em concentração suficiente, induzindo o pro-fissional ao equívoco no sentido de caracterizar as falhas na dessecação como presença de reboleiras de plantas daninhas resistentes.

Em aplicações de fungicidas e inseticidas, as falhas de deposição não são tão perceptíveis quanto às obser-vadas com herbicidas. Assim, em muitos casos, o ressur-gimento de pragas e/ou doenças tem sido caracterizado como ‘alta pressão’ da infestação, à qual comumente se recomenda a reaplicação antes do término do efeito resi-dual do produto fitossanitário adotado.

Atualmente preconiza-se a redução do volume de aplicação, a fim de aumentar o rendimento operacional, ou seja, reduzir os custos de produção. Normalmente, aplicações com volume baixo e muito baixo acabam sendo realizado com gotas fina a muito fina, o que aumenta o risco de ocorrência da deriva física e/ou evaporação.

Pesquisas desenvolvidas pela equipe do Laborató-rio de Plantas Daninhas da Universidade Federal de Goiás, Câmpus Jataí, coordenadas pelo Prof. Dr. Paulo César Ti-mossi, constataram perdas da eficiência na dessecação de coberturas vegetais ao utilizar baixo volume de aplicação associado a gotas muito fina com o herbicida glyphosate. Por outro lado, a redução do volume não interferiu na efi-cácia do herbicida quando foi adotada pontas com indu-ção de ar, com geração de gotas muito grossa. Da mesma forma, em pesquisas relacionadas á horários de aplicação, constatou-se eficiência semelhante na dessecação de co-berturas vegetais com glyphosate tanto em aplicações diurnas quanto noturnas, mesmo com baixos volumes de calda, quando adotadas gotas média.

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Embora a deriva de produtos fitossanitários em pulverizações agrícolas seja praticamente inevitável, há algumas medidas que podem minimizar as perdas. Dentre elas, pode-se citar o planejamento das aplicações consi-derando fatores como: Alvo biológico; Características do produto fitossanitário; Momento da aplicação (condições climáticas); Escolha de pontas de pulverização (classe de gotas – DMV); Volume de aplicação.

AUTOReS: PauLo César TiMossi

engenheiro agrônomo, Prof. adjunto Curso de agronomia/Programa de Pós-Graduação em agronomia - Produção vegetal uFG, Jataí/Go.

dieiMisson PauLo aLMeida engenheiro agrônomo, Mestre em agronomia pelo Programa de

Pós-Graduação em agronomia - Produção vegetal, uFG, Jataí/Go

Como explanado ao longo do texto, o sucesso de uma aplicação de produtos fitossanitários depende de uma série de fatores mecânicos e climáticos, além de humanos com a tomada de decisão apropriada. Assim, cabe ao responsável técnico adquirir conhecimento técnico quanto aos principais requisitos necessários para uma boa orientação e elaborar estratégias que visem elevar a qualidade das pulverizações, e consequentemente diminuir o potencial de risco de deriva.

Deriva de Glyphosate em Crotalaria Juncea

Deriva Paraquat em aplicação aérea como dessecante de soja

Gotas em suspensão Inversão térmica

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lutar pelos direitos dos agricultores, este é um dos pilares da Associação dos Produtores de Grãos de Jataí (APGJ). Desta vez, a discussão é em relação à

tramitação do projeto de Lei (PL) n° 268/2007, de autoria do Deputado Eduardo Sciarra - PSD/PR, que permite a fle-xibilização da proibição imposta pela Lei de Biossegurança e pela Convenção da Diversidade Biológica às tecnologias genéticas de restrição de uso GURTs.

Segundo Jair Barrachi, secretário executivo da APGJ, se aprovado, esse projeto irá permitir a produção e a comercialização de sementes transgênicas, que após a colheita não voltarão a germinar, obrigando os agricul-

ApGJ eM AçãOdiretoria discute e condena projeto de lei que permite a produção e comercialização de sementes transgênicas suicidas

Por Luana Loose Pereira

tores a comprar sementes a cada safra. “Eles vão inserir um gene chamado terminator e com isso o produtor não poderá mais salvar a semente, o que atualmente é um di-reito garantido por lei”, explica Jair.

Ainda mais preocupante é o fato de as sementes suicidas contaminarem também as sementes não transgê-nicas, neste sentido, todas as sementes podem vir a se tor-nar estéreis. O uso como medida de biossegurança cons-titui uma enorme falácia e disfarça o verdadeiro interesse das multinacionais em garantir o controle das sementes.

De acordo com Jair Barrachi, a inserção do gene já é permitida em alguns países e pode ser utilizado em

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inFormativo aPgJ

todas as variedades, como soja, arroz, trigo e inclusive nas variedades de plantas frutíferas. “A liberação em qualquer tipo de planta, com certeza vai assegurar o monopólio do mercado às grandes corporações, comprometendo o do-mínio dos cultivos em todo o país”, condena Jair.

Após tomar conhecimento do projeto que tramita desde 2007, mas ainda não era conhecido pela maioria dos produtores rurais e autoridades ligadas ao setor, a diretoria da APGJ entrou em ação, buscando ferramentas para barrar a aprovação da PL, que hoje se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). “Esse projeto já passou pela Câmara, pela Comissão de Agricultura, foi rejeitado na Comissão de Meio Ambien-te e está hoje na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Passou por todas estas etapas e nenhum representante da agricultura barrou. Ainda não foi vota-do novamente pela Câmara, por que representantes de ONGs entraram com mais de 30 mil assinaturas pedindo a suspensão do projeto e também, porque foi requerida audiência pública para discutir o mérito da questão”, sa-lienta Jair Barrachi.

APGJ entrou em contato com membros da FAEG e também com Deputados e já têm hoje em mãos todos os documentos que estão tramitando em nível federal. “Nossa missão é lutar pelos direitos que são assegura-dos aos produtores rurais, vamos discutir a melhor for-ma de agir, levar a proposta para a FAEG e Aprosoja/GO e se preciso para a CNA, reunindo forças para que a se-gurança da agricultura nacional seja garantida, evitando impactos sociais, econômicos e ambientais que podem ser irreversíveis”, conclui Jair.

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORESDE GRÃOS DE JATAÍ

Associação dos Produtores de Grãos de Jataí64 3631-3384

Rua José Manoel Vilela (ao lado da ACIJ) [email protected]

Filie-se já.Fortaleça aAssociação

nossa missão é LUtar PeLos Direitos QUe são assegUraDos

aos ProDUtores rUrais (...) reUninDo Forças Para QUe a segUrança Da agriCULtUra naCionaL seJa garantiDa, evitanDo imPaCtos soCiais,

eConômiCos e amBientais QUe PoDem ser irreversíveis.

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certiFicação icp-braSil no aGroneGócio

a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil sagrou-se como importante tecnologia nacional que está a serviço de instituições públi-

cas e privadas, trata-se uma verdadeira infraestrutura. Enquanto ferramenta acessória, seu papel é o de identifi-car de modo unívoco e inequívoco os usuários de internet, sejam empresas ou pessoas físicas, e, a partir de uma as-sinatura eletrônica, atribuir direitos e deveres como se faz no universo dos documentos em papel.

A certificação ICP-Brasil já está presente em diver-sos setores da sociedade. Podemos afirmar que a cada se-tor alcançado, o governo se depara com públicos diversos, fruto próprio de uma sociedade plural, democrática e que tem na sociedade civil organizada um braço forte de suas convicções enquanto Nação.

Um dos setores que chamou a atenção do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação - ITI foi o agronegó-cio. Seria possível que um produtor do campo pudesse emi-tir notas fiscais eletrônicas - NF-e, acessar o Conectividade Social ICP para operar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS de seus funcionários e realizar a sua Decla-ração de Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - DIRPJ?

Sim, seria bastante possível. Nos últimos dois anos, durante a realização de eta-

pas do CertForum – Fórum de Certificação Digital, o ge-rente de Informações da Secretaria de Fazenda de Goiás, Marcelo de Mesquita, apresentou números ilustrativos desta área da economia brasileira onde o certificado ICP-Brasil já é uma realidade.

Em 2012, apenas no estado goiano o agronegócio emitiu 524.828 notas fiscais eletrônicas. O valor total de produtos foi superior a R$ 12 bi e a arrecadação do ICMS ultrapassou a marca dos R$ 120 mi. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA, levando em consideração apenas o Produto Interno Bruto – PIB do setor, 2013 teve um aumento de 3,6 em relação ao exercício anterior. Sobre o PIB Brasileiro, a participação do agronegócio chegou a 22,8% em 2013.

As cifras acima apresentadas estimulam investi-mentos no agronegócio. O empresário do campo demons-tra ser capaz de permanecer em seu ramo de atuação e a partir daí estar conectado com o mundo moderno. Deste modo, a certificação digital ICP-Brasil configura-se mais uma vez como tecnologia da diversidade brasileira. Esta-mos na cidade e no campo e, graças ao certificado digital, é possível que a comunicação entre essas áreas esteja garantida pela tecnologia e pela legislação brasileira. Os números acima são dados reais e concretos, não pense, por conseguinte, o leitor, que estamos falando de algo fic-cional. Mas muito ainda pode ser realizado, no uso das tec-nologias da informação no agronegócio, seja no controle fito-sanitário, na certificação de produtos, etc.

Ao mesmo tempo, a certificação digital ICP-Brasil confere a estes processos eletrônicos do Agronegócio extrema agilidade uma vez que o contribuinte pode in-teragir com a secretaria de fazenda de seu estado via internet, gerando uma via de mão dupla onde governo e empresariado economizam tempo e dinheiro no en-vio e recebimento de dados. A partir de processos ele-trônicos, é possível detectar sonegações fiscais com extrema agilidade. Por fim, e não menos importante, a transparência do processo eletrônico assinado digital-mente com um certificado ICP-Brasil garante cada vez mais confiança do empresário do agronegócio na gestão pública brasileira.

Por fim, importa destacar o apoio dado pelo Go-verno Federal ao setor. Políticas públicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA destinam recursos ao homem do campo no Brasil que, por sua vez, passa a ter acesso a linhas de crédito para custeio, inves-timento e comercialização. Há também subsídios para a compra de insumos e a construção de armazéns. O MAPA também investiu na criação de sistemas que armazenam informações a respeito dos programas desenvolvidos pelo ministério e entidades parceiras, colaborando na fiscaliza-ção e no acesso a informações.

 

artigo iti

ReNATO DA SIlveIRA MARTINIdiretor-Presidente do instituto nacional de Tecnologia da informação (iTi)*

 

61 3424 3900 [email protected]

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raízes deterioradas, plantas debilitadas ou secas, esses são alguns dos indícios da ocorrência da Fu-sariose na lavoura. Comum em regiões quentes,

onde a floração coincide com longos períodos de chuva, a doença é fruto do próprio desequilíbrio causado pelo de-senvolvimento da agricultura.

Em entrevista, Robson Luz Costa, especialista em manejo de pragas e proteção de plantas e mestrando em defesa agropecuária explica que a diversidade microbioló-gica foi alterada pelo uso intenso do solo e apenas alguns microrganismos, principalmente aqueles adaptados, foram selecionados e multiplicados. “Com abundância de alimento (as plantas comerciais) e baixa população de competidores naturais, o Fusarium, entre outros fungos, como Rizoctonia e a Macrofomina, passaram a se multiplicar no solo vindo a causar sérios danos econômicos às áreas cultivadas”.

Fusariumpresente no solo, fungo pode causar sérios danos econômicos às lavouras em todo país

Por Luana Loose Pereira

sintomas Da Doença

O fungo é capaz de sobreviver no solo por muitos anos, atacando as raízes das plantas, podendo causar grandes prejuízos à agricultura. Os sintomas da doença são variáveis, dependendo do grau de resistência das va-riedades e das condições ambientais.

Na cultura da soja, durante a fase reprodutiva, as plantas apresentam manchas nas folhas (folhas carijó) e o sistema radicular demonstra podridão vermelhada. O produtor rural pode identificar a doença observando a dis-tribuição espacial em toda a área cultivada. “O Fusarium interfere diretamente no vigor da população, que com raí-zes deterioradas, se tornam debilitadas e acabam mor-rendo”, explica Robson.

Fusarium

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oCorrênCia Com nematoiDes

Os fitonematoides quando atacam as raízes das plantas deixam aberturas (filamentos) que acabam faci-litando a entrada do Fusarium. De acordo com Robson, nestes casos, o manejo deve ser diferenciado. “A alterna-tiva é buscar materiais resistentes ou com baixo fator de reprodução, rotação de cultura, pousio e principalmente utilizar microrganismos benéficos e que possam competir e interferir na sinalização entre plantas e fitonematoides”.

meDiDas De ControLe

O Fusarium é um fungo com grande diversidade cul-tural. A disseminação do patógeno pode se dar pela semente e por partículas de terra contaminada, arrastadas pelo vento e pela água. Neste sentido, Robson destaca que o tratamen-to de sementes utilizando o controle biológico pode ser uma medida eficaz para evitar a ocorrência da doença, uma vez que, os microrganismos podem agir através da competição por espaço, antibiose e hiperparasitismo. “O Trichoderma é uma grande alternativa para aumentar a diversidade micro-biológica, pois possui a capacidade de competir por espaço e hiperparasitar fungos patógenos de solo, como o Fusarium”.

Utilizar técnicas de manejo adequadas para a prevenção do desenvolvimento da doença no solo ainda é a melhor opção para os produtores rurais que buscam garantir a saúde das plantas e a alta produtividade das lavouras. “A dica é trabalhar com semente de qualidade, tratamento químico (de forma racional), produtos bioló-gicos (de empresas sérias e com produtos de qualidade) e também buscar materiais resistentes, sempre respeitando a biologia da planta”, comenta Robson.

níveL De Dano eConômiCo no País

As perdas podem ser maiores em solos infestados por nematoides, arenosos, de baixo pH, fertilidade dese-quilibrada, principalmente com baixo teor de potássio, e temperaturas de 25 a 32° C e alta umidade. Até hoje o patamar de ocorrência e dano econômico da doença, nas principais regiões produtoras brasileiras, não foi defini-do pelos pesquisadores. “Sabe-se que todo solo nacio-nal tem algum Fusarium e algum fitonematoide. Porém, infelizmente, os estudos ainda não indicam qual é o ní-vel populacional x nível de dano econômico, principal-mente pela variação microbiológica do solo brasileiro”, conclui Robson.

Plantas afetadas Por Fusarium Possuem grãos menores e com baixo Peso

em Uma LavoUra ComerCiaL no mUniCíPio De Jatai-go Foram ContaBiLiZaDas 106 Plantas em 5m, Destas,

22 aPresentaram Danos CaUsaDos Por fungos de solo.o Peso de grãos (1000 grãos) Chega a 180g, em grãos De PLantas Com ProBLemas o Peso máximo Foi De 125g.

o ProBLema oCorreU em 20,75% das Plantas, o QUe reFLete em Perdas de 8,8%. em Uma LavoUra onDe o

ProDUtor CoLheU 60 sacas/ha DeixoU De CoLher mais De 5,28 sacas/hectare.

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inForme JUríDiCo

Mercado verdecota de Reserva Ambiental

dr. riCardo de assis Morais advogado | Consultor Jurídico agroambiental Pós-Graduado em direito ambiental e urbanístico

o surgimento da Cota de Reserva Ambiental está diretamente relacionado com o instituto da “com-pensação de reserva legal” que foi criado pelo an-

tigo Código Florestal Brasileiro.Por esse intermédio o novo Código Florestal Bra-

sileiro (Lei nº. 12.651/12) permite-se que uma proprie-dade rural possa preencher uma parte de sua exigência de reserva legal com cotas de reservas florestais exce-dentes (acima do mínimo legal), desde que cumpridos alguns requisitos.

A compensação de reserva legal pressupõe duas propriedades rurais situadas no mesmo bioma, sendo que uma delas, que esteja abaixo do percentual mínimo de reserva legal, completa o percentual legal que lhe falta mediante a aquisição de cotas de reserva legal excedente, existente em outra propriedade.

O objetivo da CRA é servir como título nominativo representativo de área com vegetação nativa existente ou em processo de recuperação que poderá ser negociado no mercado, para atender a compensações exigidas em lei.

A emissão do CRA exigirá, antes mesmo da for-mulação do requerimento, dois requisitos básicos: a in-clusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o laudo comprobatório emitido por órgão ambiental ou entidade credenciada.

A fim de facilitar o controle das Cotas de Reserva Ambiental, o legislador estabeleceu um limite para sua abrangência, correspondendo o título sempre a um hec-tare de área, o que torna a comercialização mais fácil e ainda poderá incidir em uma padronização de valores.

O órgão ambiental que emitir o título deve promo-ver o seu registro no prazo de 30 dias da emissão, em

bolsas de mercadorias ou sistemas de registro e liquida-ção financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do Brasil. Portanto, para que a CRA se torne um título negociável entre proprietários rurais, é necessário que se instrumentalize sua negociação, que poderá ser realizada em bolsa de mercadorias ou mediante liquidação financei-ra de ativos.

Conforme o Novo Código Florestal Brasileiro, a Cota de Reserva Ambiental pode ser transferida, gratuita ou onerosamente, à pessoa física ou jurídica de direito pú-blico ou privado, exigindo para tanto um termo assinado pelas partes, além de registro no sistema único de con-trole da CRA para que a transferência possa surtir efeitos.

Havendo ou não a transferência da CRA, a respon-sabilidade pela conservação na área a que ela está vincu-lada é do proprietário desta.

Por fim a CRA pode ser cancelada através de so-licitação do proprietário do título, ou pode ser efetuado de forma automática, decorrendo do término do prazo da servidão ambiental. E por fim, a CRA pode ser cancela-da mediante decisão do órgão competente do SISNAMA, caso houver degradação da vegetação nativa na área vin-culada ao título.

Para os proprietários rurais essa possibilidade permitida pelo Novo Código Florestal, é muito vantajosa, já que poderão utilizar as áreas mais produtivas para o plantio e com isso ter uma boa lucratividade, bem como preservar a sua reserva legal mesmo que em outra área, desde que esteja no mesmo bioma. Sendo assim, todos os proprietários rurais devem se inscrever conforme as de-terminações e critérios acima mencionados já que terão grandes benefícios e com isso bons rendimentos.

64 36321067 - 64 36321084www.carvalhoenaves.jur.adv.br

Rua Castro Alves , 931 , Centro.Jataí - GO | CEP: 75800-021

Eduardo Jailton Prado Naves OAB: 25.184

Luiz Renato Garcia de Carvalho OAB: 23507

Ricardo de Assis Morais OAB: 35.426

Estagiário: Brasil de Carvalho Neto OAB: 23.533-E

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certiFicação incraGeorreferenciamento Rural

a lei 10.267 de 28 de agosto de 2001, criou o Ca-dastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR). A refe-rida lei torna obrigatório o georreferenciamento

do imóvel para inclusão da propriedade no CNIR, condição esta, necessária para que se realize qualquer alteração cartorial da propriedade.

O decreto 4.449 de 30 de outubro 2002, alterado posteriormente pelo decreto 7.620 de 21 de novembro de 2011, fixa os prazos legais para a execução do georrefe-renciamento de imóveis rurais, conforme a seguir:

• Áreas iguais ou superiores a 5.000 ha o prazo entrou em vigor em 21-02-2004;

• Áreas entre 1.000 e 5.000 ha o prazo expirou em 21-11-2004;

• Áreas entre 500 e 1.000 ha o prazo venceu em 21-11-2008;

• Áreas entre 250 ha e 500 ha o prazo venceu em 21-11-2013;

• Áreas entre 100 ha e 250 ha o prazo vencerá em 21-11-2016;

• Áreas entre 25 ha e 100 ha o prazo vencerá em 21-11-2019;

• Áreas inferiores a 25 ha o prazo vencerá em 21-11-2023;

Em caso de processos judiciais todas as áreas de-vem ser georreferenciadas.

O georreferenciamento consiste em descrever as características, limites e confrontações de um imóvel ru-ral, realizando o levantamento das coordenadas (Latitude e Longitude) de seus vértices delimitadores, georreferen-ciados ao Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), com preci-são posicional fixada pelos normativos do INCRA, na maio-ria das vezes nas casas milimétricas (mm).

O trabalho de georreferenciamento envolve, levan-tamento de dados, cálculos, análises documentais, projetos e desenhos, de acordo com o disposto na legislação federal e na norma técnica do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). O trabalho possui estreita rela-ção com o processo gerencial da propriedade, pois é atra-vés deste que o proprietário atualiza a situação cartorial e cadastral da propriedade. Além disso, é com base nestes dados que o proprietário irá unificar e gerenciar de forma

mais eficiente as informações da propriedade no que diz respeito ao INCRA, Receita Federal e cartório.

Atualmente, no final do ano de 2013, foi desen-volvida pelo INCRA e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), uma nova ferramenta eletrônica para sub-sidiar a governança fundiária do território nacional, deno-minada de Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF).

Através desta ferramenta é possível realizar a re-cepção, validação, organização, regularização e disponibi-lização das informações georreferenciadas de limites dos imóveis rurais, públicos e privados, de forma automatiza-da pela internet, sendo que, em apenas alguns minutos, o processo de certificação é concluído, e o imóvel, caso não haja sobreposição de áreas, é certificado na hora.

• Dentre as principais vantagens desse novo sis-tema estão:

• Recepção de dados georreferenciados padro-nizados, via internet;

• Validação rápida, impessoal, automatizada e precisa, de acordo com os parâmetros técni-cos vigentes;

• Geração automática de peças técnicas (planta e memorial descritivo), com a possibilidade de verificação de autenticidade online;

• Gerência eletrônica de requerimentos relati-vos a parcelas: certificação, registro, desmem-bramento, remembramento, retificação e can-celamento;

• Possibilidade de inclusão de informações atualizadas do registro de imóveis (matrícula e proprietário) via internet, permitindo a efe-tiva sincronização entre os dados cadastrais e registrais;

• Pesquisa pública de parcelas certificadas, reque-rimentos e credenciados, através da internet.

Regularize seu imóvel rural, procure um profissio-nal qualificado e que tenha equipamentos modernos e precisos, para que sua certificação de georreferenciamen-to seja validada permanentemente, não correndo riscos de sobreposição de áreas e consequentemente futuras disputas judiciais com seus confrontantes.Fonte: www.incra.gov.br

geoConn

AleSSANDRO RODRIGUeS De ASSISLicenciado e Bacharel em Geografia pela uFG Jataí, Técnico em agrimensura pelo iF Jataí responsável Técnico da [email protected]

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AleSSANDRO RODRIGUeS De ASSISLicenciado e Bacharel em Geografia pela uFG Jataí, Técnico em agrimensura pelo iF Jataí responsável Técnico da [email protected]

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