Revista Albatroz

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Revista organizada pelos alunos do 1ºAno D do Colégio Antônio Vieira.

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Albatroz

Sumário:

EDITORIAL-------------------------------------------------- 4

CARTAS DO LEITOR ------------------------------------- 6

REPORTAGEM DE CAPA ------------------------------- 8

SEÇÕES --------------------------------------------------- 11

CHARGES ------------------------------------------------ 14

ENTREVISTA --------------------------------------------- 15

POR QUE ALBATROZ? O albatroz é uma ave que foge do convívio com outros animais, espalham-se por praticamente toda a região do Oceano Atlântico e pelo norte do Oceano Pacífico, e é considerado uma das espécies que mais migram. Esse nome foi escolhido para simbolizar o principal tema da nossa revista, a migração. Esse pássaro migra, à procura de melhores condições de vida, e nesta edição o “Pássaro Albatroz” vai migrar em busca de uma melhor condição de saúde.

VAMOS VIAJAR COM ELE!

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EDITORIAL

ÚLTIMA CHAMADA PARA

À SAÚDE

Equipe editorial – 06/05/15

Em um mundo onde existe uma

divisão entre países

desenvolvidos e

subdesenvolvidos, presencia-se

um grande fluxo migratório. Isso

ocorre diante de causas sociais,

políticas e culturais, que fazem

pessoas procurarem refúgio em

nações distantes da sua,

buscando melhores condições de

vida.

Esse deslocamento ocorre,

inclusive, por questões de saúde.

De acordo com a ONU, “Toda

pessoa deve desfrutar do mais

alto padrão de saúde física e

mental.” E os direitos humanos

preveem que todos os cidadãos

têm o direito de usufruir de um

sistema de saúde de qualidade.

No entanto, na prática, a situação

é diferente.

Diante disso, a Revista Albatroz

optou por uma visão que abrange

as necessidades da maioria das

pessoas envolvidas na temática

migração e saúde: os imigrantes.

No âmbito mundial, é possível

mencionar pandemias e

epidemias, como a gripe

espanhola, tuberculose, AIDS, que

geraram diversos fluxos

migratórios, em alguns casos até

de países do Bloco Norte para o

Bloco Sul, como os espanhóis que

vieram para o Brasil em 1918,

durante a pandemia da gripe

espanhola. Um exemplo mais

recente de migração por motivos

de doença é a disseminação do

vírus Ebola, no Oeste africano. A

epidemia conseguiu se espalhar

para países populosos, como

Nigéria, aumentando o número

de infectados.

Ao ‘’bater em retirada’’ e partir

para outro país, o estrangeiro

pretende deixar para trás uma

situação de precariedade e

encontrar um tratamento

adequado ou até a cura para sua

doença. Não se pode ignorar o

ponto de vista das potências que

são alvos dos imigrantes quando

o assunto é adentrar o seu

território em busca de melhorias

na saúde. Enquanto dever do

Estado, a prioridade é proteger a

população nativa das possíveis

disseminações de epidemias e

vírus fatais. O problema está na

deficiência dos sistemas de saúde

dos países de origem dos

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imigrantes.

É persistente a procura do

tratamento que se encontra

menos acessível em países

subdesenvolvidos e, não se faz

tão eficiente, uma vez que a

demanda de pacientes é maior e

a disponibilidade de

medicamentos, aparelhos e

profissionais é menor.

Por conta de tudo isso, trazemos

sempre em nossas matérias

pontos referentes aos direitos

humanos que estão diretamente

relacionados ao tema migração e

saúde . Ao negar um tratamento

ao imigrante, há também uma

negligência ao direito à saúde

(basilar a todo indivíduo), o que é

um desrespeito ao cidadão.

É necessário que haja respeito e

solidariedade na relação entre os

imigrantes e o país que os

acolherá, mas também um

controle do Estado no fluxo de

entrada de estrangeiros,

principalmente em períodos de

epidemias. Aliado a tais medidas,

os países de onde as epidemias e

outras doenças surgem devem

controlar o fluxo de saída e

buscar uma melhoria na

qualidade de vida e no

desenvolvimento da nação, para

que os cidadãos possam ter uma

vida digna, sem ter a necessidade

de fugir para ter seus direitos

respeitados.

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CARTAS DO LEITOR

Ebola é uma ameaça

mundial:

Venho acompanhando, há algum

tempo, a Revista Albatroz e

gostaria de parabeniza-los pelo

excelente trabalho realizado,

cumprindo fielmente seu papel,

na qualidade de veículo de

comunicação, de levar

informação e conhecimento para

seus leitores de maneira clara e

verdadeira.

Na edição passada, a revista

abordou a questão da saúde e da

migração e gostaria de expor meu

ponto de vista. Venho analisando

a situação de África e fiquei muito

chocado. É frustrante saber que

pessoas têm que mudar de país

porque, dentre outros fatores, o

direito à saúde de qualidade lhes

foi negado.

Vale destacar que a epidemia já

se alastrou pela África Ocidental e

sempre há o risco de tornar-se

global, fazendo com que a

Europa, principalmente por causa

da proximidade, seja a principal

porta de entrada desses

imigrantes.

Diante disso, é compreensível que

países europeus adotem posturas

mais rígidas quanto à chegada de

imigrantes. O risco de um vírus

como esse se espalhar é alto

demais e as consequências seriam

desastrosas, até porque a

temporada de migrações no

Mediterrâneo está se

aproximando do auge.

Renato Sobrinho

Salvador – Ba 28/04/2015

Ebola é um problema

mundial:

Sou uma fiel assinante dessa

conceituada revista e venho

parabenizar toda a equipe pela

construção das matérias. Quando

li na edição anterior que a revista

Albatroz traria mais reportagens

sobre saúde e migrações, fiquei

instigada e ansiosa para ler, pois

esse assunto é interessante e

importante para se debater.

Venho sempre me perguntando

como seria nosso mundo se as

pessoas fossem mais solidárias e

fraternas umas com as outras, se

tivessem mais compaixão.

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Acredito que seria bem mais

saudável. Meu pensamento se

encaixa perfeitamente no

problema no qual a África está

enfrentando com a epidemia do

vírus Ebola.

Um continente “atrasado” em

relação ao mundo, onde os

direitos básicos do ser humano

não são respeitados.

Dependentes de uma saúde

precária, os africanos migram

para o norte, em direção à

Europa, buscando uma vida digna

e de qualidade para si mesmos e

para suas famílias. Atravessam o

Mediterrâneo em condições sub-

humanas e com elevado risco de

morte apenas para serem

barrados na costa europeia,

muitas vezes, de maneira

agressiva.

É importante frisar o quanto o

egoísmo e descaso por parte dos

europeus para com os africanos

está evidente. É frustrante saber

que a Itália, França e Espanha,

principais portas de entrada para

a Europa usadas pelos africanos,

são os que adotam posturas mais

rígidas e preconceituosas com

relação aos imigrantes.

Por isso, acredito que os países

europeus deveriam ser mais

clementes com a população

africana e acolher esses

imigrantes, ou então ajudar os

países onde o Ebola se alastrou a

controlar e combater a doença,

uma vez que a Europa conta com

um sistema de saúde de

qualidade. Está na hora de

paramos de olhar apenas para

nossos umbigos.

Victória Fraga

Salvador – Ba 29/04/2015

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REPORTAGEM

ZIKA VÍRUS CHEGA AO BRASIL A doença africana antes nunca vista na América Latina começa a

preocupar os brasileiros

Conhecido como transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti vem sendo responsável, também, pela transmissão do Zika Vírus. Seus primeiros casos foram na África e na Ásia, no século XX, e chegou ao território brasileiro em 2014,durante a Copa do Mundo, por causa dos turistas, juntamente com a grande população de insetos que habitam a nossa região. Por conta do grande número de estrangeiros, alguns deles já infectados, a doença conseguiu espalhar-se tanto entre os emigrantes quanto entre os nativos.

NOSSA REALIDADE

Identificada na Bahia, atingiu moradores de diversas partes do

estado, principalmente na região metropolitana de Salvador,

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gerando tensão nos habitantes. A descoberta foi feita pelos pesquisadores GÚBIO SOARES, SILVIA SARDI (membros do Instituto de Ciências e Saúde da UFBA) que após a análise de amostras de sangue de pacientes de Camaçari, por meio de uma técnica chamada RT-PCR. Segundo o pesquisador “A doença possui sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, diarreia, dores e manchas do corpo. O Zika Vírus não é tão grave quanto Dengue ou Chikungunya, não leva o paciente à morte. O quadro parece alérgico, é mais tranquilo e o tratamento é o mesmo. Além destes sintomas, o paciente pode apresentar sinais de conjuntivite” explica.

Um dos fatores importantes e preocupantes para a disseminação de vírus é a migração. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) atualmente, cerca de 200 milhões de pessoas (3% da população mundial) não vivem em seus países de origem. Sejam essas migrações temporárias ou

definitivas, o fato é que muitos migrantes carregam consigo algumas doenças, mesmo sem saber, e esses agentes patológicos se proliferam com bastante facilidade, podendo causar até uma epidemia global. Para evitar epidemias de doenças contagiosas é preciso haver um controle estatal relacionando tanto o país de origem quanto o de destino. Como a maioria dos países acolhedores são desenvolvidos e possuem maiores condições para o tratamento de doenças, são os que deveriam ter maior participação no contexto da migração envolvendo questões de saúde. Países com maior desenvolvimento nesta área tem maior capacidade de abrigar pessoas que portam uma doença, seja ela infecciosa ou não.

Além das doenças transmissíveis e contagiosas, muitas pessoas também migram em busca de tratamentos para outros tipos de doença, como por exemplo, o câncer.

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Outro problema de saúde bem grave que o mundo vem enfrentando é a desnutrição. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a desnutrição é a maior ameaça ao sistema de saúde público mundial, com mais de 178 milhões de crianças desnutridas no mundo. Daí surgem os problemas de saúde, juntamente com a falta de saneamento básico e o pouco comprometimento dos governos na implantação de medidas necessárias para amenizar os problemas dessa ordem. Entre os motivos da desnutrição temos a falta de uma dieta rica em proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, que em algumas regiões no mundo, em sua maioria os países subdesenvolvidos, esses alimentos são escassos. Crianças desnutridas com menos de cinco anos de idade têm o sistema imunológico fragilizado e são menos resistentes às doenças comuns da infância. É por isso que um simples resfriado ou uma crise de diarreia pode matar uma criança desnutrida. Mas como a desnutrição gera a migração?

Sem tratamento ideal nos seus países de origem, as famílias desesperadas com essa falta de atendimento qualificado migram para países que atendam as suas

necessidades, principalmente os desenvolvidos. É possível tomar como exemplo a embarcação que naufragou no Mar Mediterrâneo nesse mês de abril, que continha mais de 900 imigrantes. A grande maioria desses migrantes era africana, que com certeza fugiam das péssimas condições de saúde do seu continente.

Com todos esses problemas relacionados à saúde, ocorrendo de forma mútua no mundo, as nações, principalmente aquelas mais desenvolvidas, devem se posicionar de forma a não atribuir aos imigrantes a culpa pela disseminação das doenças e vírus. Assim, esses deveriam receber abrigo dos países que detém condições suficientes de lhes proporcionar uma saúde melhor, sem que sua própria população seja afetada.

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SEÇÕES

Filme "Guerra Mundial Z":

Na abordagem do tema Migração

e Saúde não podemos deixar de

lado as epidemias que causam

terror em tantos lugares no

mundo. Mas, e quando há a

disseminação de um vírus ocorre

em todo o planeta? Países

inteiramente dominados, pessoas

lutando pela vida e uma

incansável procura pelo "paciente

zero"? É de forma sobrenatural

que o filme "Guerra Mundial Z",

dirigido por Marc Forster, traz

como um problema de saúde

maltratado afeta diferentes

populações e como a migração

tem participação nisso, afinal se

torna o meio de transporte da

doença, no caso, do vírus.

Com um elenco bem escolhido,

bons efeitos especiais, "Guerra

Mundial Z" conta a envolvente

história de Gerry, um "paizão"

que faz de tudo para salvar a vida

de sua família contra uma

epidemia que se espalhou pelo

mundo. O filme nos mostra uma

reação em cadeia de medo e

desespero, por parte da

população, revelando que, se o

enredo fosse real, seriam poucos

aqueles que tomariam as rédeas

e achariam uma solução.

Dessa forma, é uma excelente

pedida, considerando a

importância dessa temática na

contemporaneidade.

Filme "A Epidemia" de 1995:

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A migração internacional é um

fator considerado um dos

desafios da saúde pública a nível

mundial. Com o filme "A

Epidemia", dirigido por Wolfgang

Petersen em 1995, podemos

perceber tal afirmação, uma vez

que mostra um processo de

contrabando de animais da África

para os Estados Unidos. E é no

continente africano que um

macaco acaba adquirindo uma

doença contagiosa de época.

Como esperado, a doença

começa a se espalhar causando

grande impacto na vida de várias

populações. Apesar de um enredo

meio trágico, "A epidemia" traz

um bom elenco, fantástica

produção, excelente cenário e

efeitos sonoros que o tornam

ainda mais intenso.

A grande sacada do filme é

mostrar a necessidade da

interferência dos governos, dos

mais diversos países, em relação à

fiscalização da migração e ao

controle da doença. Não deixe de

conferir!

Série "The Last Ship" :

O seriado "The Last Ship", criado

por Hank Steinberg e Steven

Kane, aborda fortemente a

temática de migração e saúde,

focando na descoberta de um

vírus que começou a causar

pânico ao redor do mundo. Nesse

meio termo, um grupo de pessoas

isola-se em um navio, no meio do

mar, para, ao mesmo tempo, fugir

dessa nova epidemia e achar uma

cura para a doença. Assim, a

migração vem como uma vilã por

espalhar o vírus.

Nas grandes potências atuais, os

governos mantêm suas atenções

na parte da população que mais

lhe favorece: a elite. "The Last

Ship" tem como crítica principal a

falta de ajuda desses países aos

imigrantes que buscam saúde.

Por isso, um grupo decide por si

só achar a cura da epidemia.

Mas será que a solução de uma

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crise internacional sempre tem

que partir de uma iniciativa

privada? Não teríamos que

receber ajudas governamentais

para prezar pela boa vida? A

série conta ainda com um

elenco admirável, escolhido a

dedo, traz efeitos especiais

inigualáveis, figurinos e

cenários esplêndidos. Corre

para dar uma olhada!

Livro "Saúde, migração e

interculturalidade":

O fenômeno migratório é um

fato global com características

multidisciplinares e efeitos

transversais, que afeta espaços

regionais, nacionais e

internacionais. E o livro "Saúde,

migrações e

interculturalidade", de Natália

Ramos, apresenta justamente

esse fato, por reunir o conjunto

diversificado e atualizado de

trabalhos científicos sobre as

questões da saúde, migração,

interculturalidade, sublinhando

a complexidade de fatores

intervenientes nesse âmbito.

Com um posicionamento

próprio, metodológico e

epistemológico a respeito das

diferentes intervenções no

domínio migração e saúde, a

obra se mostra bastante

completa e crítica, abordando

conclusões científicas, opiniões

leigas e experientes,

contribuindo para ampliar os

horizontes em relação a esse

tema que engloba tanta

multiplicidade. Vale a pena

conferir! Se divertindo

também se aprende!

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CHARGES

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ENTREVISTA

‘’ A doença mais frequentemente transmitida,

atualmente, por passageiros é a dengue.’’

Edson Moreira é um infectologista, doutor em epidemiologia pela

universidade de Columbia, Nova York. Trabalha no Núcleo de

Epidemiologia e Estatística, no Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz –

Oswaldo Cruz, em Salvador, na Bahia. É, ainda, pesquisador do

Núcleo de Apoio à Pesquisa, nas Obras Sociais Irmã Dulce.

Albatroz: Com o passar dos

anos, o número de doenças

trazidas por imigrantes

infectados vem aumentando ou

diminuindo?

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Edson Moreira: Na verdade, as

doenças trazidas por imigrantes

não representam ameaça à

saúde pública, porque eles

sofrem um escrutínio para

imigrar, a menos que a

migração seja clandestina. O

maior trânsito das doenças

infecciosas se dá pelas pessoas

que moram no próprio país

pela maior mobilidade e

facilidade de viajar. Com o

barateamento das passagens

aéreas, as distâncias

diminuíram, aumentando as

conexões e a transição de

pessoas pelo país. Hoje, existe

controle e notificação de

doenças que são transportadas

pelos passageiros. No passado,

diarreia e malária eram

transmitidas por pessoas que

saíam de lugares

subdesenvolvidos, com

saneamento básico precário,

para lugares em

desenvolvimento. A doença

mais frequentemente

transmitida, atualmente, por

passageiros é a dengue.

Portanto, os próprios viajantes

residentes do país apresentam

mais risco à saúde e

representam meios de

comunicação de doenças

transmissíveis do que os

imigrantes.

Albatroz: Por que a

necessidade de tomar vacinas

contra doenças infecciosas no

caso de viagens de fora para

dentro do Brasil e vice versa?

Edson Moreira: Hoje existe a

especialidade “ Medicina dos

Viajantes ” que é um grupo de

especialidade da infectologia

que aconselha quanto aos

cuidados e vacinas necessárias

para as pessoas que vão viajar

do Brasil para áreas endêmicas.

Cuidados também que o

brasileiro tem que ter para

entrar em outros países. Por

exemplo, nós temos áreas

endêmicas para febre amarela,

então se viajarmos para um

país que não tem febre

amarela, a vigilância sanitária

desses países se certificará de

que já tomamos tal vacina.

Albatroz: O Brasil toma as

medidas necessárias para evitar

a entrada de imigrantes

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infectados no nosso país?

Edson Moreira: Sim. A

vigilância sanitária no Brasil

tem procedimentos para

averiguar a possibilidade de

imigrantes trazerem doenças

transmissíveis, e mais que isso,

eles tomam providências para

tentar prevenir ou deixar de

quarentena. Isso é

particularmente difícil em

situações de pandemias, como

a da gripe que tivemos

recentemente (H1N1) que foi

algo que atingiu proporções

pandêmicas, e havia todo

cuidado de rastrear as pessoas

que vinham de lugares onde a

doença se alastrava, deixando-

as de quarentena para prevenir

a disseminação.

Albatroz: Sobre essa nova

doença (febre Chikungunya),

como o Brasil deve interferir

para que essa epidemia não se

expanda e considerando que

sua transmissão foi feita por

infectados de outros países?

Edson Moreira: Chikungunya é

um vírus, proveniente da região

da Ásia e África, que foi

introduzido recentemente no

Caribe e no Brasil, mais

especificamente em Feira de

Santana e na região amazônica.

Curiosamente, a doença não se

espalhou, talvez porque ela

esteja competindo na sua

disseminação com o mesmo

vetor (aedes aegypti). Então,

talvez por competição, nós

vivemos hoje uma epidemia de

dengue e esses dois vírus

competem com o mesmo vetor

e por isso ela não se expandiu

igual ocorreu no Caribe. Mas

não quero dizer que ainda não

possa acontecer aqui.

Albatroz: Qual sua opinião

sobre as pessoas que vem para

o Brasil e sofrem com a

discriminação e o medo da

população perante a

disseminação de diversas

doenças, possivelmente

trazidas por imigrantes?

Edson Moreira: O medo em

relação a doenças

possivelmente trazidas por

imigrantes é procedente. No

entanto, com as facilidades nos

meios de transporte, é possível

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que as doenças sejam

transmitidas também por

viajantes, pessoas que residem

no próprio país ou outros

visitantes. É bom lembrar que

imigrantes sofrem de certa

forma um escrutínio e uma

seleção, e representam risco

menor do que o viajante

habitual.

Albatroz: Qual sua posição e

opinião, como médico, sobre os

casos de migrações

clandestinas com o intuito de

tratamento de saúde?

Edson Moreira: Infelizmente,

as dificuldades de acesso a

tratamento de saúde faz com

que algumas pessoas busquem

migrar para outros países em

busca de atendimento das suas

doenças. Essa é uma situação

que merece atenção e deveria

ser tratada com todo respeito

pelos direitos à saúde que

todos os indivíduos têm. É claro

que buscar migrar ilegalmente

para tratar sua doença não é o

melhor caminho, mas as

autoridades, sobretudo de

países desenvolvidos e em

desenvolvimento deveriam

buscar uma solução para

resolver esse problema grave

de pessoas que

desesperadamente buscam

migrar para outros lugares para

ter suas doenças tratadas.

Albatroz: O que você tem a

dizer sobre essa nova doença

que vem se alastrando

principalmente na região

metropolitana de Salvador e

que segundo notícias foi

disseminada por imigrantes,

especialmente africanos, no

período da copa?

Edson Moreira: Os casos de

doenças atemáticas com febre

e dores articulares foi atribuído

ao vírus Zika, que ainda está em

investigação. Aparentemente,

trata-se de fato desse vírus,

que é originário da África e

pode ter sido trazido por

visitantes, por ocasião da copa.

Mas isso ainda é um pouco de

especulação; ainda é necessário

fazer algumas avaliações nos

casos que foram identificados

para se ter certeza tanto da

origem da doença como ela

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pode ter sido introduzida. Mas

em muitos casos, a gente não

consegue identificar

precisamente como é que uma

doença é trazida, pela

facilidade hoje das viagens e

como as pessoas se deslocam

de um lugar para outro do

mundo muito facilmente, é

difícil hoje a gente rastrear e

identificar exatamente como é

que uma doença nova é

introduzida de um lugar para

outro.

Page 20: Revista Albatroz

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EXPEDIENTE:

REVISTA ALBATROZ

é uma publicação

mensal do 1°D do

Colégio Antônio

Vieira, produzida

pelo Núcleo de

alunos da classe.

www.colegioantoni

ovieira.com

CARTA DO LEITOR:

-Ariane Bessa;

-Clément Laporte;

- Iuri Cruz;

-Pedro Adelar;

-Raphael Freitas;

-Renato Sobrinho;

-Victória Fraga;

CHARGE:

-Arthur Coelho;

-Felipe Reis;

-Gabriel Novaes;

-Henrique Lobo;

-Maria Barreto;

-Sofia Muzzio;

DIAGRAMAÇÃO E

EDIÇÃO DE

IMAGENS:

-Beatriz Rios;

-Nina Godinho;

-Stefania Zingone;

-Victória Fraga;

EDITORIAL:

-Beatriz Rios;

-Gabriela Vidreira;

-Julia Abreu;

-Nina Godinho;

-Stefania Zingone;

-Victória Mendonça;

ENTREVISTA:

-Bruno Cerqueira;

-Evandro Rocha;

-Felipe Brandão;

-João Felipe;

-João Gabriel

Almeida;

-Michel Gomes;

PROPAGANDA:

-Alice Dias;

-Amanda Carmel;

-Jair Arthur;

-Pedro Costa;

-Ronaldo Menezes;

-Thiago Vinicius;

REPORTAGEM DE

CAPA:

-Alice Barreto;

-Beatriz Rosier;

-Marcelo Pondé;

-Maria Eduarda

Lima;

-Pedro Augusto;

-Victória Facó;

SEÇÕES:

-Ana Carolina attos;

-Beatriz Peixoto;

-Bráulio Bomfim;

-Bruna Garcia;

-Jade Calatroni;

-Liliane Carrilho;