Revista Altruísta

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1º edição/março de 2016 Revista ALtru ista

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Transcript of Revista Altruísta

  • 1 edio/maro de 2016

    Revista

    ALtruista

  • Editorial

    ExpedienteReitorProf. Aldo Nelson Bona

    Vice-reitorProf. Osmar Ambrsio de Souza

    Diretor de Campus Santa Cruz Prof. Ademir Fanfa Ribas

    Vice-DiretorProf. Darlan Faccin Weide

    Diretor do Setor de Cincias HumanasLetras e Artes Prof. Carlos Eduardo Schipanski

    Vice-diretor do SEHLAAdnilson Jos da Silva

    Chefe do Departamento:Prof. Elisa Roseira Leonard

    Vice-chefe do Deparamento:Prof. verly Pegoraro

    Edio: Camila Neumann e Bia Pimentel

    Reviso: Pamela Andrade, Luiz Felipe Panozzo

    Diagramao: Luiz Felipe Panozzo, ElisandraCarraro e Luca Soares

    Reportagens: Bia Pimentel, Camila Neumann, Elisandra Carraro, Luca Soares, Luiz Felipe Panozzo e Pamela Andrade

    Superviso: Prof. Elisa Roseira Leonardi

    E-mail: [email protected]

    Todos os textos so de responsabilidade dos autores e no refletem a opinio da Universidade Estadua do Centro-Oeste, Unicentro.

    A Revista Laboratrio Altrusta desenvolvida pelo acadmicos do 3 ano de Comunicao Social Jonalismo da Unicentro (Turma B/2015).

    Altrusmo, em sua definio, um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos, em que as aes de um indivduo beneficiam out-ros. O termo, criado pelo filsofo francs Augusto Comte, muitas vezes percebida como sinnimo de solidariedade. Na definio cotidiana, o altrusmo enquanto virtude a atitude de viver para os outros. Em tempos difceis, em que reinam o pre-conceito, a discriminao, excluso, desigualdades, violncias e intolerncias, ainda existem muitas pessoas que praticam a solidariedade. Essa uma tarefa rdua, que precisa ser plantada e regada todos os dias. Sim, solidariedade mudar a vida das pessoas, ainda que seja de um pequeno grupo. Mas ela se configura atravs de aes, e no de olhares condescendentes. Na Revista Altrusta, voc ir conhecer algumas aes sociais praticadas em nossa cidade, por pessoas que reconhecem a igualdade humana, e que doam um seu tempo para o prximo.

    Boa leitura!

  • SUMRIO

    Projeto Lucas leva quali-dade de vida pelos quatros

    cantos do Brasil

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    Parquia Santana transfor-ma em obras a f de seus

    fiis

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    16Encontro de Amor, institu-to do cncer em Guarapua-

    va traz a esperana em pacientes

    Colaborao e parceria com alunos da Guairac

    possibilitam o atendimento aos acolhidos

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    Vivendo a Melhor Idade 24

    Um nariz vermelho, um sorriso no rosto e

    muito amor no corao

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  • Um nariz vermelho, um sorriso no rosto e muito amor no coraoPalhaos Doutores mostra como a ao voluntria faz bem a quem recebe, mas prin-cipalmente a quem realiza

    Pamela Andrade

    Levar carinho, alegria e amor, colher sor-risos e gratido, disso, s entende quem faz, ou j fez trabalho voluntrio. Muitas pessoas doam um pouco de tempo para outras, dei-xam dos seus afazeres para proporcionar ao outro uma melhora, seja fsica ou emocional. Segundo pesquisa realizada pelo Ibope em 2011, encomendada pela Rede Brasil Volun-trio, cerca de 35 milhes de pessoas j se en-volveram com o voluntariado.

    Em Guarapuava h inmeras aes so-ciais voluntrias, dentre elas, os Palhaos Doutores, que organizado por integrantes do Movimento de Cursilhos da cidade. O grupo surgiu com o Luiz Alberto, conhecido pelo membros como Luizo. Ele comprou o DVD do filme dos Doutores da Alegria para a filha, mas quando chegou em casa tambm assistiu, acabou gostando da ideia e decidiu montar um grupo do Cursilho, para fazer vi-sitas aqui em Guarapuava.

    Segundo Ranom Penteado, atual coorde-nador dos Palhaos, houve um perodo em que a ao no estava mais sendo realizada,

    comeou de novo h trs anos interruptos, tendo seu forte da metade de 2014 para c, estando ento, na sua quarta gerao.

    Os palhaos tem o propsito de fazer vi-sitas s crianas, na pediatria ou nos aparta-mentos, aos idosos e demais pacientes, como tambm aos seus familiares. Queremos le-var momentos de alegria e descontrao tan-to aos pacientes, quanto aos acompanhantes, que muitas vezes esto tristes e apreensivos pelo momento que esto passando, conta Ranom.

    Suely Gulanoski conta que fazer parte des-sa ao uma experincia sem explicao. algo prazeroso e gratificante, s de levar um pouquinho de alegria para quem precisa muito satisfatrio. Para ela quando consegue provocar sorrisos e palmas so momentos es-peciais.

    Para Andressa Medeiros, que participa h um ano da ao, o trabalho voluntrio fazer algo que ajude as pessoas sem esperar nada em troca, uma das definies do amor. Ne-nhuma palavra poderia definir o sentimen-

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  • to que estar l. Participo porque realmente amo ajudar as pessoas, e poder sentir o amor de Deus atravs delas, simplesmente mara-vilhoso, declara.

    Ranom fala que sem os voluntrios no haveria projeto. Segundo ele, so pessoas que desprendem de uma tarde de domingo para doar amor. Como algum comentou em uma visita, e acho bem conveniente, semea-dores do amor.

    Apesar de ser ligado a um movimento da Igreja Catlica, o Cursilho, outras pesso-as que no so cursilhistas tambm podem participar. Para os integrantes do movimento tem um carter de pr-cursilho, onde a pes-soa pode se inteirar mais sobre ele e possi-velmente, vir a faz-lo. Portanto, no Palhaos Doutores no h regras para atuar, mas se-gundo o coordenador, o recomendado que no seja perguntado se est tudo bem com as pessoas e evitar tumulto nos corredores.

    A caracterizao feita um tempo antes das visitas, juntamente com uma breve orao para que, conforme os palhaos, tudo ocorra bem.

    Resumo a minha participao em GRATIFICANTE. sensacional, como o

    cursilho, s voc indo para saber a sensao, sinto muita falta quando no posso partici-par de uma ao, declara Ranom, e declara, assim mesmo, com maisculas, demonstran-do sua empolgao com o trabalho que rea-liza.

    Selfie dos Palhaos Doutores - Arquivo Pessoal

    Palhaos Doutores em produo /Pamela Andrade

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  • Ele tambm conta, que um de seus momentos marcantes, foi quando cantaram para uma menina que estava de costas e chorando. Quando comearam a cantar ela parou de chorar e virou-se para eles com um sorriso no rosto. Ao virarem-se eles perceberam que ela era deficiente. Em outro momento, ns entramos no quarto e pergun-tamos se podamos fazer a visita e cantar para eles, a me do menino falou que podamos sim, s que ele no enxergava nem ouvia, mas eles sim. Para ele isso mostra o sentido de tudo, que levar, pelo menos, minutos de alegria a quem precisa.

    Registro de mais um dia espalhando alegria / Arq. Pessoal

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  • Um dos momentos marcantes da Andressa, foi quando cantaram uma msica do Esprito Santo para um senhor. Naquele momento me arrepiei inteira, pois sabia que o prprio Esprito Santo estava agindo naquele hospi-tal e naquela ao. E os momentos, quando os pacientes e acompanhantes sorriem, sabendo assim, que foi feita a diferena no dia deles.

    No dicionrio encontramos para voluntrio: Que se faz sem coao nem imposio de ningum; que est em nosso poder ou que depende do nosso livre-arbtrio fazer ou deixar de fazer. o ato de doar seu tempo e seu co-nhecimento para fomentar a sociedade em que voc vive, atravs de aes que no so remuneradas, mas que tm um valor importante para sua co-munidade e para o prximo. Para quem , a definio resumida em uma palavra, amor.

    Momento de descontrao / JBB Buldiniak

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  • Embasado no trabalho dentro de um ni-bus, o projeto itinerante e vai pelo Brasil todo, distribuindo jvunto do trabalho de evangelizao, o cuidado clnico, odontol-gico, a aferio de presso, testes de glicemia e at distribuio de medicamentos em luga-res muito afastados de farmcias.

    A Igreja do Evangelho Quadrangular aqui no Brasil, mantm o projeto atualmente com 13 unidades mveis do projeto Lucas. A se-cretaria de Misses das igrejas em cada es-tado, requisitam a presena do projeto em alguma ao da igreja, e dependendo das possibilidades e na maioria das vezes, todos as regies agendadas so atendidas.

    Em Guarapuava o projeto Lucas passou no ano de 2015, para fazer outro tipo de mis-so. A Igreja local se mobilizou, para arreca-dar gua para a populao afetada pela tra-gdia em Mariana, e coube a um dos nibus

    Projeto Lucas leva qualidade de vida

    pelos quatro cantos do Brasil

    Juntamente com o tratamento de sade, de forma iti-nerante, transportam tambm a mensagem crist.

    LUIZ FELIPE PANOZZO

    Um dos nibus do Projeto Lucas, em Guarapuava / Luiz Felipe Panozzo

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  • do projeto, o transporte de toda gua aqui arrecadada. Foram 2.916 litros enviados de Guarapuava para a cidade de Mariana, atra-vs do projeto Lucas.

    Mas, somente quem um voluntrio para transmitir as experincias de um atendimen-to to necessitado em vrias regies do nosso pas, e fora dele. Como o exemplo do Ro-drigo Nicolas, um missionrio da Igreja do Evangelho Quadrangular, que durante o ano de 2015 esteve no Paraguai, onde pode traba-lhar no projeto Lucas.

    Nicolas, como gosta de ser chamado, pa-rou seus estudos no ensino mdio, e desde ento viaja pelo mundo em diferentes mis-ses. Foi muito complicado deixar muitas coisas para trs, mas eu sabia que outras grandes coisas estavam por chegar. Uma dessas outras coisas foi o projeto Lucas, que chegou na base mundial da Igreja do Evange-lho Quadrangular no Paraguai, em que Nico-las j trabalhava com crianas carentes e r-

    fs. O projeto Lucas muito abenoado por Deus. Jovens e voluntrios que trabalharam nele sentiram muito o chamado de Deus. s olhar e ver que tudo o que fazem, fazem com muito amor.

    Para colaborar com o projeto, Nicolas se vestiu de palhao e atraiu as crianas da co-munidade para chegar no nibus e receber o atendimento mdico. Sobre seu projeto pes-soal, Nicolas finaliza Eu aprendi muito com cada criana. No tinham pai, nem me. Ge-ralmente almoavam na base. Quando che-gavam ao treinamento do futebol que eu dava eles j estavam com fome novamente. Simplesmente pude ver que Deus estava me ensinando a todo o tempo.

    Depois de passar por tantas experincias fortes como essa , Nicolas hoje, em misses no Equador, reconhece que toda essa vivn-cia no Paraguai, foi somente um tempo de preparao para minha vida. Como pos-svel ver nesse exemplo, amor, ao social e solidariedade realmente esto interligas. No se faz um, sem o outro.

    Em passagem pela cidade, o projeto levou centenas de litros de gua para Mariana / Luiz Felipe Panozzo

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    Nicolas e uma das crianas atendidas / Arq. Pessoal

  • Projetos sociais da igreja atendem centenas de pessoas todo ms

    LUCA SOARES

    padre. Segundo Bona, o foco de seu tra-balho sempre foi e sempre ser o ser huma-no, onde o princpio da igreja crist, tem que ser Jesus Cristo. O sentido da vida de Jesus est no livro de Joo, no captulo 10, versculo 10, que diz eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude. A misso da igreja no , apenas, de evangelizao e de catequizao, mas, sim, de promoo da vida como um todo, acrescenta.

    De acordo com o padre Ari, o bair-ro Santana tem realidades muito difer-entes, onde as regies em seu entorno so consideradas muito carentes, e em lug-ares assim que a igreja precisa desenvolv-er projetos de promoes sociais para que as pessoas tenham suas oportunidades.

    Segundo o Cristianismo, a f sem obras no nada. morta em si mesma. Foi pensando nisso que a Parquia, ten-do frente o proco Ari Marcos Bona, resolveu colocar em prtica essas pala-vras, e desde 2008 vem desenvolvendo diversos projetos sociais, com o apoio de voluntrios, principalmente, de morado-res do bairro. A igreja precisa ser parti-cipativa, se envolver diretamente com a comunidade e entender seus problemas, para depois combat-los, diz Bona.

    Entre catlicos e no catlicos, que con-versaram com nossa reportagem, a chega-da de Ari Marcos foi um ponto importante para que antigos projetos fossem colocados em prtica. O que a populao no sabia que esse era um desejo antigo do jovem

    Parquia Santana trans-forma em obras a f de seus fiis

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  • Ensinar a fazer, em vez de dar o po pronto. Foi com esse pensamento que nasceu a PRODESA, resultado de uma parceria com a Associao Comercial e Industrial de Guarapuava (Acig), Servio Nacional de Aprendiza-gem Industrial (Senai) e o Grupo Soroptimista. O Projeto Desenvolvi-mento Santana (PRO-DESA) comeou com 41 mulheres, que, no incio, utilizaram a cozinha do salo de festas da Par-quia. Hoje, o projeto, que se tornou um suces-so, tem espao prprio.

    Nessa primeira edi-o, mulheres das Vilas So Miguel e So Joo, locais carentes do bairro Santana, participaram do projeto que ensinava o ramo da panificao e a confeco de salgadinhos. Elas participaram de um curso de dois meses e aprenderam a empreender e fabri-car pes e outros produtos. Preparamos essas mulheres. Mostramos a elas que so capazes de desenvolver proje-tos e de se promoverem humanamente, conta Bona.

    O projeto ofereceu s participantes desde materiais de higiene e limpeza e vestimenta adequada, at cestas bsicas. Sob orientao do padre, elas passaram a co-mercializar a produo na parquia mesmo passando a ter renda prpria. Alm de aprender o ofcio da pani-ficao, elas comercializam os produtos, e o dinheiro dividido entre elas. Das primeiras mulheres que parti-ciparam do curso, muitas vivem at hoje do ofcio que aprenderam, comemora o padre.

    Primeiro projeto

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    PRODESA foi o pri-meiro projeto desen-volvido / Diculgao

  • Esporte Entre os muitos projetos, implantados na comunidade, o esporte, talvez, seja o

    que tem o maior apelo popular. Seguindo essa percepo, foi criada, em parceria com o Clube Atltico Deportivo (CAD), uma escola de futsal. A escolinha, orientada pelo ex-jogador Alex Machado, t bombando, entre a garotada, e a procura cada vez maior. Entretanto, de acordo com Alex, no se trata de um celeiro de craques. No trabalhamos com futuros jogadores profissionais, e, sim, com o futuro de homens, que, por meio do esporte, podem ser melhores cidados. Pode ser que um ou outro se destaque [no futsal], mas, o foco o ser humano, comenta.

    Padre Ari conta que, inicialmente, a inteno era oferecer escolinhas em trs

    modalidades: futsal, vlei e handebol. Porm, a procura pelas modalidades de vlei e handebol foi muito pequena, e eles decidiram, ento, aumentar o nmero de vagas e horrios do futsal. As aulas ocorrem, durante a semana, no Centro poliesportivo com crianas e adolescentes entre 08 e 16 anos.

    A escolinha de futsal uma parceria com o CAD / Luca Soares

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  • Capoeira: Ainda dentro do esporte, com o intuito de aprimorar diversas condutas psi-comotoras, destacando-se entre elas a coor-denao motora, a lateralidade e a organiza-o espao-temporal; assim como valncias fsicas (resistncia, flexibilidade, agilidade, destreza, expresso corporal), a capoeira foi introduzida no bairro. Exercer o sentido de comunidade, estimulando o convvio com outras pessoas, praticando a cooperao, a lealdade, a cortesia, e o respeito mtuo, so os objetivos a serem alcanados.

    Curso Profissionalizante para Secretrias do Lar (domstica): Destinado a mulheres que precisavam trabalhar ou que j estavam empregadas e queriam se aperfeioar. Nor-mas gerais so passadas para as secretrias do lar, como relacionamento, noes de ti-ca profissional, culinria, etiquetas, higiene e limpeza, entre outros. O curso foi gratuito, inclusive o material e o certificado. O melhor de tudo que quem conclui o curso e apro-vada, j sai com indicaes para emprego com carteira assinada.

    Curso Pr-Vestibular para jovens e adultos: O curso no tem custo e todo material didti-co fornecido pela parquia. Os professores

    so voluntrios. O objetivo facilitar o aces-so s pessoas que no tenham possibilidades de frequentar um curso pr-vestibular por questes financeiras ou outras. Para o pro-co, o cursinho pr-vestibular foi uma grande vitria para a comunidade, pois muitos jo-vens e adultos viram ali a primeira oportu-nidade para o ingresso em uma universidade de qualidade. Segundo o padre, mais de 10% dos participantes do curso pr-vestibular da Parquia Santana passaram em vestibulares da Unicentro.

    Curso de Carreira e Empregabilidade: O mercado de trabalho alm de competitivo exige dos profissionais adaptao, capacita-o e diferencial. Com o objetivo de aplicar o conhecimento desse mundo empresarial, por meio de um currculo bem elaborado, uma boa preparao para entrevista de emprego e ainda entendimento das redes de relaciona-mento atreladas ao marketing pessoal, visan-do destacar os pontos fortes individuais para a empregabilidade, foi criado esse curso. To-talmente grtis, o aprendizado de contedos, como conceitos e prticas da empregabili-dade e gesto de carreira, torna mais fcil o acesso ao mercado de trabalho.

    Outros projetos

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  • Curso grtis de informtica para idosos e deficientes: A Parquia Santana, entre os muitos projetos sociais, tem destaque para a incluso social de grupos minoritrios que vivem, muito mais que os outros, margem da sociedade, caso dos idosos e pessoas com algum tipo de deficincia. Alm dessas pes-soas to especiais, o curso, que gratuito, para iniciantes e para aqueles que j possuem certa experincia e precisam se aperfeio-ar.

    Os computadores foram doados pela Uni-centro e Hospital So Vicente de Paulo de Guarapuava. Os monitores so pessoas qua-lificadas, que, de maneira voluntria, se colo-caram disposio para auxiliar e ensinar os alunos. O Objetivo facilitar o acesso e ma-nuseio do computador bem como o contato com as redes sociais, uma ferramenta muito usada hoje no meio social. O espao, ainda, utilizado como lan house, pelas crianas e adolescentes, que quiserem fazer trabalho escolar, pesquisas, navegar na internet ou at mesmo jogar.

    Projeto Viva a Vida: A Parquia Santana realiza, todo ano, o Projeto Viva Vida, em Guarapuava, com a finalidade de proporcio-nar oportunidades de maior valorizao da vida e relacionamentos interpessoais. Evento destinado s crianas, jovens, adultos e ido-sos, que tm uma tarde prazerosa com ativi-dades esportivas, diversas brincadeiras, bar-racas de atendimentos e orientaes sobre sade, higiene, preveno de doenas, orien-taes jurdicas, direitos do consumidor, cor-te de cabelo, apresentaes artsticas e muito mais. Alm de oferecer praa de alimentao, brinquedos, distribuio de doces s crian-as, tudo de forma gratuita. Com o objetivo de enaltecer a vida e a dignidade das pessoas, o projeto realizado em parceria com facul-dades, universidades, entidades, instituies, organizaes, empresas e voluntrios.

    Projeto Viva a Vida atende pessoas de outros bairros / Divulgao

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  • Nova fase do Viva a Vida: Ao entrar em sua quarta edio, o Viva a Vida tomou rumo di-ferente bastante significativo, sempre colo-cando o ser humano em primeiro lugar, e foi alm das fronteiras do bairro. O intuito, dessa vez, foi o de atender as pessoas mais carentes e necessitadas de toda a cidade de Guarapuava. Para isso, o apoio da comunida-de era fundamental. A resposta no demorou chegar e de forma muito positiva, em doa-es de mveis e dinheiro. O resultado dessa nova fase do projeto foi um sucesso, com 72 famlias beneficiadas. Posso afirmar, a voc, que a experincia foi excelente, declara pa-dre Ari.

    O administrador espiritual e social da Parquia faz questo de ressaltar que sem a ajuda da populao nada disso seria poss-vel. Tanto o projeto Viva a Vida, como os demais projetos s so viabilizados por causa dos nossos parceiros. Igreja e comunidade caminhando de mos dadas, fala.

    Esses so alguns dos projetos desenvolvi-dos pela Parquia Santana, com o apoio da comunidade, que fazem com que os cristos possam concretizar sua f, e, de quebra, aju-dar ao prximo.

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  • Seis letras e uma palavra, a ACOPECC (Associao Centro Oeste do Paran de Estudo e Combate ao Cncer) uma entidade sem fins lucrativos que tem como ob-jetivo promover a ao permanente de assistncia social. Fundada em maio de 2002, a Associao visa dar apoio e suporte aos pacientes e familiares que sofrem tanto com a doena e com as sesses de quimioterapia.

    Mara Neves e Emerson Luis Neves, foram os idealizadores e co-fundadores da Associao, porm, constataram uma necessidade de Guarapuava. Seria necessrio um espao de atendimento onde pacientes e acompanhantes pernoitassem durante as sesses de quimioterapia.

    Com a superlotao do Hospital So Vicente, as sesses ultrapassavam e compro-metiam outros atendimentos. O Conselho Deliberativo e Executivo da Associao conseguiu mobilizar uma ao que pudesse abrir um espao adequado para receber os usurios durante o tratamento, ou seja, o Hospital seria utilizado somente nos perodos das sesses de quimioterapia em um local, que hoje reconhecido pela Tipificao Nacional de Servios Socioassistenciais como Casa de Passagem.

    Encontro de amor, instituto do cncer em Guarapuava traz a esperana em pacientes

    BEATRIZ PIMENTEL

    Hora do almoo na ACOPECC com os pacientes / Arquivo pessoal-ACOPECC

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  • J em 2010 houve uma grande vitria para a ACOPECC que conquistou suas prprias instalaes em Guarapuava, si-tuada na Rua Marechal Floriano Peixoto, no bairro Trianon. A estrutura atualmen-te possui 26 leitos para pacientes e fami-liares que precisam pernoitar. Alm disso so oferecidos servios como caf da ma-nh, jantar, atendimentos psicolgicos e fisioterpicos em parceria com a Equipe de Enfermagem da Unicentro (Universi-dade Estadual do Centro Oeste), que re-aliza toda primeira quarta-feira do ms, atividades com os usurios.

    Os pacientes tambm tem a oportu-nidade de participar de vrias atividades que a instituio oferece. Um exemplo disso a organizao de eventos e ativida-des como oficinas de panificao, grupos de psicologia oferecido em parceria com a Faculdade Guairac, produo de esto-pa, organizao de eventos beneficientes e festas para a comunidade em geral.

    Para que a ACOPECC possa manter-

    se recebe diariamente doaes dos mais diferentes locais e comunidades localiza-das em Guarapuava. Alm disso, uma das principais fontes mantenedoras da ins-tituio o Bazar Beneficiente que fica aberto das 13h at as 17h, que tem como principal objetivo arrecadar verba para a Casa

    Maria Nilva, assistente social, respon-svel por ir at o domiclio do paciente, acompanhar as condies e dar os princi-pais encaminhamentos possveis. Ela ain-da conta que a doena muito difcil de se lidar, principalmente quando os pacientes so pessoas idosas. um tratamento de-morado e lento. Ainda muito chocante. Um senhor que descobre que tem cncer no pulmo, fica arrasado. difcil fazer com que a pessoa acredite que ela tem tra-tamento e que possa se curar, relata.

    Com isso, Maria Nilva e todas as pesso-as envolvidas neste projeto, acreditam na melhora e recuperao de seus pacientes e para isso que a ACOPECC existe, um ca-samento perfeito de amor e solidariedade.

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    Reunio mensal e semanal com os familiares e pacientes da instituio/Arquivo pessoal - ACOPECC

    Colaborao e parceria com alunos da Guaraic possibili-tam o melhor atendimento aos acolhidos/Arquivo pessoal

  • Colaborao e parceria com alunos da Faculdade Guaraic possibilitam

    o melhor atendimento aos acolhidos Graas dedicao de protetores, muitos bichos recebem cuidados e carinho. Mesmo com toda a correria do dia-a-dia, essas pessoas es-peciais no esquecem de quem precisa de ajuda e vive no abandono

    Acredita-se que a relao do ho-mem com animais de estimao exis-te h cerca 10 mil anos. Ces e gatos so os animais que mais preenchem as necessidades afetivas e emocionais dos seres humanos, e vm gradati-vamente encontrando seu lugar nas famlias. Os bichinhos costumam encher nossa casa de alegrias, encan-tam-nos com suas travessuras e nos do muito amor. Porm, tambm do trabalho, gastos e alguns incmodos s vezes. Exigem tempo disponvel, raes de boa qualidade, fazem xixi pela casa toda, precisam ser educa-dos, adestrados, levados para passear e necessitam de acompanhamento veterinrio peridico. Muitas vezes, crescem mais do que o previsto ou seu temperamento no exatamente o esperado. Por estes motivos, mui-tos ces e gatos, mesmos fofinhos e travessos, acabam abandonados por seus guardies, que no tm a m-

    CAMILA NEUMANN

    Cachorros de rua esperam por um lar/SPAG18

  • nima estrutura fsica ou psicolgica para mant-los. Isto acaba trazendo (e agravando) um dos maiores problemas que vivenciamos em relao a animais de estimao atual-mente: o abandono e os maus tratos.

    A situao dos animais de rua no Brasil est cada vez mais delicada, e representa hoje um problema de sade p-

    blica. Ces e gatos su-jos, magros, famin-tos e doentes, muitas vezes invisveis aos olhos de muita gente, reviram o lixo atrs de comida, transmi-tem doenas, vivem no relento sob o sol forte ou o frio inten-so. So animais que, por um motivo ou outro, foram rejeita-dos, no superaram as expectativas de seus donos e por isso, foram descar-tados. Cresceram demais ou no cres-ceram, adoeceram, fizeram xixi onde no deviam, no fo-ram educados o sufi-ciente, geraram gas-tos e aborrecimentos.

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  • Felizmente o mundo ainda cheio de pes-soas boas, que dedicam seu tempo para de-volver a vida a esses bichinhos. Esse o caso de Aldonei Bonfim, o Dognei ou apenas Nei, como conhecido em Guarapuava. Ele vo-luntrio da SPAG (Sociedade Protetora dos Animais), e trabalha no Canil Municipal da cidade. Para ele, sete horas de trabalho no Canil pouco, e por isso, junto a SPAG, de-dica praticamente todo o seu tempo aos ani-mais, fazendo resgates, castraes, checagem de denncias de maus tratos, procura por la-res temporrios e adoes. Fico as 24 horas do meu dia disponvel para atender os ani-mais. No ganho dinheiro nenhum com isso, fao porque gratificante demais poder dar a um animal um pouquinho do amor que eles do pra gente, diz.

    O Queimadinho foi o primeiro de muitos cezinhos resgatados pelo Nei. Ele conta que aos 9 anos de idade, ele e seu irmo encontr-aram o animalzinho na rua, faminto e com o corpo todo queimado. Ento, o levaram para casa e o trataram. Ele lembra que ficou to triste e comovido com a situao, que jurou para si mesmo que nunca iria deixar de zelar pelos animais que vivem no abandono.

    O Canil e a ONG de voluntrios da SPAG fazem o possvel para controlar a populao

    de animais abandonados na cidade, tendo como recurso principal a Feira de Adoo, que acontece todos os sbados de manh na praa 9 de dezembro, localizada na rua XV de Novembro. Os animais resgatados so cas-trados e colocados na Feira para que encon-trem um novo lar, onde finalmente possam receber todo o amor e carinho que merecem. No ano passado, segundo Nei, estima-se que 900 ces foram adotados. Mas ainda assim, o trabalho de controlar os animais contnuo e rduo, pois todos os dias novos animais so resgatados das ruas.

    As maiores vtimas de maus tratos so os ces, por serem os animais domsticos mais comuns nos lares e tambm os mais corriqueiros entre os abandonados nas ruas. Mas conforme Nei, casos de maus tratos cavalos tambm so muito comuns na ci-dade. Esses animais so explorados demais, puxam carregamentos excessivamente sem ferraduras adequadas e muitas vezes sem as condies mnimas, como alimentao e gua suficientes, conta.

    No comeo de 2012, o caso do cachorro que foi brutalmente assassinado a 12 golpes de faco chocou a cidade, e felizmente, o

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    Dedicao aos animais 24 horas por dia

    Gatos sem lar esperam por adoo/SPAG

  • agressor foi punido graas a grande repercusso do crime, principalmente na internet. O homem perdeu seu carro para o frum, deve prestar servio comunidade durante 10 anos, no pode sair da cidade e nem frequentar bares, e tem toque de recolher. Mas esse tipo de punio no comum. Para Nei, a lei que protege os animais no Brasil muito falha e s realmente acontece quando tem uma grande repercusso da mdia. Por isso, a internet realmente muito importante na luta dos protetores. Atravs dela conseguimos lares temporrios, ajuda com custos de veterinrios para animais resgatados, e tambm conseguimos expor esse tipo de pessoa, para que sejam punidos pelas crueldades que cometem, acentua.

    Nei tem esperanas de que a realidade de maus tratos e abandono acabem em nossa cidade. Ele acredita em um futuro onde precise resgatar menos animais das ruas e onde possa ver mais animais felizes em suas casas. Para isso, de acordo com ele, preciso que cada um faa a sua parte, atravs de uma palavrinha chamada conscientizao, e isso deve comear na educao de nossas crianas. As crianas so verdadeiras e gostam dos ani-mais. Se elas vem seus pais maltratando os bichos, vo querer fazer igual mais tarde. Se elas souberem o quanto isso errado desde cedo, isso no vai acontecer, declara o pro-tetor.

    Um pequeno gesto, um enorme coraoQuem passa pelo Terminal da Fonte todos os dias j deve estar acostumado com a

    presena de alguns ces que por ali vivem. Sempre caando um lugarzinho para um co-chilo no sol, os animaizinhos no parecem se incomodar com o ir e vir de nibus e pas-sageiros, muito pelo contrrio, parecem ter escolhido o terminal como um lugar seguro

    para se abrigarem. Vez ou outra, sempre com o rabinho abanando de alegria, ganham carinho e at comida de pessoas que por ali passam. Pouco se sabe sobre a origem dess-es animais. Talvez j tenham nascido na rua, talvez foram abandonados j adultos. O que se sabe que a presena de animais de rua no est restrita somente ao terminal de ni-bus, mas acontece em toda a cidade.

    Mesmo diante de tantos casos de abando-no e crueldade com os animais, uma imagem diferente chamou a ateno de quem passou pelo terminal no ltimo inverno guarapua-vano: ces abandonados foram flagrados no local usando roupinhas para o frio.

    Esse gesto de amor partiu de Elisa Caval-heiro, de apenas 15 anos de idade. A adoles-

    21Cachorros do terminal e suas roupinhas

    de frio/Elisa Cavalheiro

  • cente voluntria do Canil Municipal e da Socie-dade Protetora dos Animais de Guarapuava (SPAG), e atravs de sua ao de solidariedade nos mostrou que no existe idade certa para agir em prol de uma causa social. Ajudar os animais de rua no custa nada para ns, mas com certeza faz toda a diferena para eles, diz a menina. Os cachorros do terminal so super dceis, e no s eles, qualquer cachorro da rua carente, ou medroso, porque com certeza j sofreram muito, ento fazer pelo menos uma cois-inha pra mudar o dia deles para melhor j faz toda a diferena, completa.

    A ideia de Elisa surgiu ao ver uma postagem da prefeitura de Curitiba a respeito de um projeto que

    Dognei e um dos muitos cezinhos que ele j resgatou/SPAG

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    acontece l, chamado Co Co-munitrio, onde os protetores de animais alimentam, vacinam e agasalham os ces de rua nos terminais da cidade. Sensibiliza-da pelo gesto, Elisa resolveu en-to fazer o mesmo por aqui, com o objetivo no s de proteger os cezinhos do frio, mas tambm de incentivar as pessoas a trat-los melhor. A pessoa pode no gostar de animais, mas ela deve respeit-los. Muitas pessoas ig-noram os ces de rua, as vezes at batem, chutam. Isso maldade. As pessoas tem que entender que eles no esto na rua porque quer-em, eles no tem escolha, diz. A minha atitude significou muito para eles, mas acredito que para as pessoas que viram tambm, isso pode ter incentivado elas a mudarem, declara.

    Elisa acredita que pequenas atitudes e pequenos detalhes po-dem mudar o bairro, a cidade e at mesmo o pas. E ela est certa. A menina, mesmo to jovem, nos deu uma lio de cidadania, con-scincia e respeito. E junto com a lio, um pequeno alvio: ainda existem pessoas de bom corao nesse mundo.

    Elisa acredita que a mudana est nos pequenos gestos /Arquivo Pessoal

  • Vivendo a melhor idade

    ELISANDRA CARRARO

    Chegar a melhor idade sem ter a sensao de inutilidade, um grande desafio para aqueles que j passaram dos 60 anos. Muitos idosos so abandonados pelas famlias, e acabam indo parar em asilos ou casas de abrigos. Mas tambm tem aqueles que tm suas famlias, porm no disponibilizam tempo para outras atividades de lazer, e assim, tornam-se depressivos, e abatidos, pelo excesso de tempo que passam fechados em casa.

    Por isso, a Prefeitura de Guarapuava, criou grupos de apoio a esses idosos. Os chamados Grupos da Ativa Idade. As reunies comearam pequenas nos bairros e vilas, e funcionavam nos sales de igrejas que sediam o espao para as atividades.

    Com o tempo os encontros foram crescendo, e mais gente de outros locais da cidade vi-nham participar. Foi ento, que a Secretaria de Assistncia Social do Municpio, resolveu ex-pandir esses grupos, formando equipes que atuam em vrios locais.

    Atualmente a Secretaria de Assistncia Social atende 28 grupos de idosos em todos os bair-ros da cidade e nos distritos. No total 847 pessoas participam do Ativa Idade. O projeto tem o objetivo de proporcionar a todos mais diverso, sade e fortalecimento de vnculos.

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    Baile da Ativa Idade / PDG

  • comigo. Encontrei meu apoio nas reunies do grupo conta Agostinho. O casal Iracema Neres, 57 anos, e Jos de Carvalho, 60 anos, gostam de ir aos bailes do grupo onde podem cantar e dan-ar a vontade. O que nos surpreende que ainda fazem isso, sem tirar o sorriso do rosto. Parti-cipamos h dez anos do grupo So Nicolau no Campo Velho e desde ento no paramos mais de ser felizes. Hoje, no baile a alegria est conta-giante, pois podemos ver os amigos dos outros grupos e se divertir com eles. Estamos adorando tudo, disse Iracema.

    Atravs de iniciativas como esta, mais idosos tiveram uma chama de esperana para ver e viver a vida, com o prazer e alegria de quem j passou por muitos desafios neste longo caminho, que todos vamos percorrer. Envelhecer com sade e alegria, o lema que o Ativa Idade traz.

    Segundo a secretria de Assistncia Social, Eliane De Carli, as reunies so importantes devido ao envolvimento dos grupos em todas as atividades que se realizam no decorrer do ano. Estamos proporcionando mais qualidade de vida aos idosos, diz.

    Dentre as atividades que os grupos desenvolvem, esto: dana, artesanato, viagens, alm do concurso anual de Rei e Rainha, Festival da Melhor Idade, exer-ccios fsicos, lazer e caminhadas.

    Seu Agostinho Carraro um partici-pante assduo das reunies no grupo So Nicolau, que fica perto de onde ele mora. J concorreu a rei no concurso de 2015, e tambm um excelente danarino, pois

    no falta a nenhum baile. Na foto acima, Iracema e seu esposo Jos, tambm frequentadores.Ele conta que comeou a participar dos encontros em 2013, mas que no frequentava mui-

    to as reunies porque sua esposa estava muito doente. Em setembro de 2015, sua esposa fale-ceu, vtima de um tumor no estmago. Depois que Luiza se foi, eu quase ca em depresso. Mas a me lembrei do quanto ela queria me ver feliz, e que se ela estivesse em condies iria

    Agostinho em sua formatura do EJA, proporcionada

    pelo grupo/Elisandra Carraro

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  • Decs - Departamento de Comunicao Social