REVISTA [Amorc, o Rosacruz] Índia Milenar

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 VIAGEM Ta j ahal  u m dos ícones i ndianos no centro urbano e Agra Por RUTH ZILDA NICKEL VEIGA. SRC I mp r essões de uma viagem realizada de 31 01 /2003 a 21 /0 2 /2003 com 3 pessoas maioria r osacruzes. 5 0 O ROSACRUZ TRIMESTRE 2  3

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  • VIAGEM

    Taj Mahal. um dos cones

    ind ia no s no centro urbano

    de Agra.

    Por RUTH ZILDA NICKEL VEIGA. SRC

    Impresses de uma viagem realizada de 31 /01 /2003 a 21 /02/2003, com 13 pessoas, maioria rosacruzes.

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  • ara ns ocidentais, viajar para a ndia mergulhar num outro mundo. Fica-se extasiado e sente-se no ar o mistrio de um povo

    to diversificado em cultura, seitas e costumes. preciso desejar ardentemente conhec-lo e estar de corao e mente abertos para penetrar neste mundo de contrastes, beleza, exotismo desconhecido e pobreza.

    O paradoxo est presente em toda a ndia, principalmente nos grandes centros urbanos.

    DELHI uma das mais antigas cidades do mundo, com 3000 anos de vida contnua e sculos de atividade arquitetnica. Vrios imprios nasceram aqui e novamente foram suplantados por outros como os turcos, afegos, mongis e britnicos, cada imprio deixando marcas de sua cultura e esplendor. Assim como Roma foi o centro da Europa antiga, Delhi foi a metrpole da sia.

    O primeiro impacto j vem nas ruas da capital: fervilham milhares de pessoas misturadas a um trnsito catico. So requixs, bicicletas, carros, caminhes (os "ratas" made in India), nibus, motos, alm dos eventuais camelos e elefantes e as infalveis vacas, todos indo em todos os sentidos e todos buzinando ao mesmo tempo. o "caos funcional" , onde todos se entendem. As vacas, consideradas sagradas, so reverenciadas e ocupam lugar especial na psique indiana.

    Encontramos tambm belas avenidas, prdios ingleses imponentes, construes milenares, principalmente monumentos deixados pelo imprio mongol-muulmano, como o Forte Vermelho, a Mesquita]ama Mahal e outros.

    AGRA, um dos centros urbanos mais pobres e sujos da ndia, nos oferece uma das maiores maravilhas do mundo: o Taj Mahal. um mausolu, "Uma lgrima eterna descendo do paraso pelas madeixas do tempo". Foi a inspirao mxima de amor de um imperador por sua amada esposa. O Taj

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  • VIAGEM

    Mahal um edifcio belo, romntico, enig-mtico, todo em mrmore branco incrustado com pedras preciosas e semipreciosas. Leva s lgrimas de emoo pela beleza, impos-svel de se descrever em palavras.

    JAIPUR, cidade de fortalezas e palcios. No obstante sua crescente industrializao, continua sendo uma cidade de contos de

    fadas. Uma cadeia de fortalezas coroa as colinas ao seu redor, dando um fundo majestoso chamada "Cidade Rosa" . Neste ambiente extico desfilam altivas mulheres com jias de

    prata e ouro, coloridos saris e echarpes e homens de turbantes e seres "dhoti", um traje tpico indiano. Elefantes com seus passos lentos e pesados circulam com desenvoltura pelas ruas da cidade ou levando visitantes por ngrime ladeira at o Palcio-fortaleza Amber. Este imenso complexo arquitetnico do sculo XVII encanta tambm pelo trabalho artfice; h conjuntos de sales com milhares de pequeninos espelhos formando mosaicos incrustados nas paredes, do piso ao teto, criando um mundo de magia.

    A religiosidade desse povo marcante. Sobrevive na ndia uma das culturas mais ricas e antigas do mundo, reunindo centenas de povos com tradio e cultura diferentes numa multiplicidade de seitas e religies. Os deuses so muitos, centenas, milh ares, perde-se a conta e a razo. Cada pessoa, famlia e at cidades escolhem o seu deu s para cultuar. E neste panteon de deuses h espao ainda, para animais sagrados como os crocodilos, macacos, cobras, pavo real e a soberana entre todos, a vaca sagrada. Lendas e parbolas mescladas verdade, encobrem a base da filosofia hindusta: reconhecem em Brahma o poder csmico da alma suprema do universo; existente em si mesmo, absoluto, eterno. Porm, entre as muitas

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  • religies, a mais asceta de todas na ndia o ]ainismo. Sua meta no a glorificao de um deus absoluto e sim obter gradual desprendimento material, chegando a um estado extremo de desapego, onde a prpria vestimenta e quase todo o essencial deixado de lado.

    Para os hindus, VARANASI, s margens do venervel Ganges, a cidade sagrada. Esse rio nasce nos cumes nevados do Himalaia e de l que se dirigem, desde o amanhecer, milhares de fiis (cerca de 80% da populao hindusta) para os banhos de purificao, preces, oferendas. tambm s margens do Ganges, rio dedicado ao deus Shiva, que acontecem as cremaes. Centenas de piras funerrias, com corpos cobertos de palha de arroz, ardem, enquanto os familiares acompanham os rituais com pesar, serenidade e aceitao. a crena na reencarnao que traz tanta resignao e esperana perante a morte, pois nesse pas mstico "morrer viver".

    Como os indianos so muito arraigados s suas tradies seculares, costumes ocidentais so verdadeiramente banidos. Os casamentos, por exemplo, apesar de serem arranjados, levam em considerao uma srie de circunstancias, como religio, castas, condio econmica, horscopo e so

    feitos sob a orientao de um brmane. uma instituio levada muito a srio; os

    casamentos rpidos so raros e o ndice de divrcio (atualmente) um dos mais baixos do mundo. Os casamentos mais refinados so um sonho de fantasia: o noivo chega cavalgando um cavalo branco ou elefante, ornamentados com prolas, pedrarias e brocados, acompanhado por familiares e amigos que danam ao som de uma festiva banda. A noiva, por sua vez, apesar de toda a riqueza com que se apresenta, no recebe a ateno e destaque como em nossa sociedade.

    A viagem nos deu a oportunidade de conhecer alguns dos inmeros aspectos da cultura milenar daquele povo. Poderamos resumir nossas impresses dizendo que a ndia fascina pelo esplendor e choca pela misria, amenizados pela f e grande religio-sidade e que vale, e muito, conhec-la.

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